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RESUMO DE "TELEFONIA E COMUTAÇÃO"

Feito por Pedro Pozelli

1. Revisão

1.1 - Decibel: Indica ganhos de potência ou tensão relativos a uma referência


escolhida.

• dBm: indica que o valor em dB tem como referência o valor de 1mW.

• dBW: indica que a referência é 1W.

• Equações:

PdB = 10.log(P1 / P2) = 20.log(V1 / V2)


PdBm = 10.log(P1 / 1mW)
PdBW = 10.log(P1 / 1W)
PdBm = PdBW + 30

1.2 - Nível de pressão sonora

• Equação: β = 10.log(I / I0), com I0 = 10-12 W/m²

0dB: limiar da audição


60dB: conversão normal (1m de distância)
100dB: grito (1,5m de distância)

1.3 – Redes

• Rede de telefonia fixa

• Rede de telefonia celular: A rede de telefonia celular é composta por células; em


cada célula há uma antena.

• Rede de computadores: Composta por redeis locais (LAN), redes


metropolitanas (MAN) e redes de longa distância (WAN).

2 – Telefonia e comutação: Conceitos gerais

2.1 - Canal de voz

• Largura de banda: a transmissão do sinal analógico de voz vai de 20Hz a 4kHz.

• Banda de guarda: É inserida para reduzir efeitos de interferência entre diferentes


sinais de voz.

2.2 – Comutação

• Redes sem comutação: Redes em malha (sem comutação): cada ponto precisa
ser conectado a todos os outros pontos; o número de conexões necessárias é
bem alto.

• Redes com comutação: utiliza de centrais de comutação, diminuindo o número


de conexões necessárias.

• Comutação por circuitos

- A qualidade de serviço (QoS) depende da probabilidade de bloqueio de


chamadas (linhas ocupadas).

- Canal de comunicação fica disponível enquanto durar o processo de


comunicação entre dois terminais.

- Alta demanda de utilização do canal de comunicação.

- Melhor qualidade e confiabilidade na transmissão.

• Comutação por pacotes:

- A QoS é mais complexa de determinar; depende da probabilidade de perda de


pacotes, do erro de transmissão de pacotes, da latência e outros.

- Todos os assinantes enviam porções da informação ao canal.

- Maior taxa de erro, perda de pacotes.

- Redes de computadores e redes 4G de telefonia móvel.

2.3 - Distorções no sistema telefônico

• Limitação de pico do sinal

• Deslocamento de frequência

• Atraso

• Eco

- Ocorre devido ao efeito de reflexão; este geralmente resulta de um descasamento de


impedância na conexão híbrida.

- Eco do locutor: É a primeira reflexão.

- Eco do ouvinte: É a segunda reflexão.

- Cancelamento adaptativo: É feito pela geração de um sinal que cancela o eco.

• Ruído/interferência

- Afeta a qualidade da voz.


- Silêncio absoluto: Ausência de sinal sonoro. Pode ser causado pela VAD que não
tenha ruído de conforto.

- Clique: É um som semelhante a um clique que é inserido normalmente em intervalos.

- Estalido: É uma forma leve de estática e geralmente causada por problemas na parte
elétrica.

- Conversa cruzada: Quando uma segunda conversa aparece na conversa principal.


Geralmente causada por fios e cabos muito próximos induzindo o sinal deles um no
outro.

- Zumbido: Causado por interferências provenientes de linhas de energia ou outras


fontes de eletromagnetismo.

3 - Rede de telefonia fixa

3.1 - Central de comutação

• A telefonia fixa usa comutação por circuito.

• Funções de uma central de comutação:

- Receber do assinante o destino desejado.

- Compartilhar informações com outras centrais.

- Decidir qual é a saída a ser acessada.

- Enviar certos sinais ao chamador e ao chamado (campainha).

- Alimentar os telefones dos assinantes.

- Gerenciar informações de tarifação.


• Classificação

- Tipos de comutação

1. Central manual: operadores ligam as linhas manualmente.

2. Central eletromecânica: faz a comutação por meio de um sistema


eletromecânico.

- Hierarquia

1. Central de comutação local: conecta assinantes numa região (rede local).

2 - Central de comutação de trânsito: faz a intermediação entre as centrais


de comutação locais, e também é conectada a outras centrais de comutação
de trânsito.

3 - Central mista: É um misto das duas anteriores.

3.2 - Aparelho telefônico

• Funções:

1 - Solicitar uso do sistema telefônico.

2 - Indicar que o sistema está pronto para uso.

3 - Enviar o número do telefone chamado.

4 - Sinalizar o estado da ligação e seu término.

5 - Converter a voz em sinais elétricos.

6 - Ajustar automaticamente a mudança de potência.

• Estrutura

a. Microfone

1. Microfone a carvão: A voz do usuário varia a pressão no ar, o que


comprime grãos de carvão modificando a resistência ôhmica entre os
pontos de contato.

2. Microfone eletromagnético: Utiliza uma bobina que se move com a


pressão acústica e gera uma corrente fraca proporcional ao movimento.

3. Microfone de eletreto: Um isolante é usado para formar um capacitor


cuja capacitância (e tensão) varia com o sinal sonoro devido aos
pequenos movimentos que este provoca num diafragma de metal.

b. Campainha
c. Alimentação: É feita por meio de uma corrente alternada fornecida pela
central de comutação.

d. Discagem

1. Discagem decádica: Permitiu a automação de centrais.

2. Teclado: Uma combinação de dois tons (DTMF) é usada para a


discagem. É enviada à central a soma de duas senóides de frequências
diferentes (uma alta e uma baixa). Na central o sinal elétrico é
constantemente analisado para detectar a presença simultânea de uma
das frequências baixas e uma das frequências altas, quando então a
tecla do cruzamento destas duas frequências é identificada pela central.

• Telefone digital: É composto por microprocessador, EPROM, RAM, viva-voz,


display, teclado, codificadores e decodificadores, filtros, sistema de sinalização e
sincronização, embaralhadores e desembaralhadores, chave, controlador de
volume etc.

3.3 - Sinalização na rede telefônica

• Discagem

• Sinalização acústica: Tom de controle de chamada (chamador) e corrente de


toque (chamado)

• Sinal de linha de atendimento para o chamador

• Sinal de linha de desligamento para frente ou para trás (chamador ou chamado


desligou)
* Sinal de linha de desconexão (para o chamador)

3.4 - Conexão híbrida: Partes do sistema telefônico usam dois fios e outras partes
usam quatro fios, havendo então a necessidade de fazer a interconexão dessas.

4 - Telefonia digital

4.1 - Vantagens

• Vantagens para as operadoras:

1. Menor espaço para acomodar equipamentos

2. Instalação mais rápida

3. Ativação de novos serviços

4. Controle por software

5. Operação e manutenção mais baratas e fáceis


6. Gerência remota e centralizada

7. Economia de energia elétrica

• Vantagens para os usuários:

8. Maior qualidade das ligações

9. Chamada completada mais rapidamente

10. Facilidades: siga-me, chamada em espera, conferência etc.

4.2 - Digitalização de sinais

• Um sinal analógico (valores reais na amplitude) é discretizado na amplitude e no


tempo.

• Vantagens:

11. Menor sensibilidade a ruídos, interferências, variações de temperatura,


vibrações.

12. Voz e imagem processados dentro do mesmo esquema de transmissão

4.3 - PCM

• Pode ser visto como PAM quantizada.

• Esquema:

Fonte de sinal de mensagem -> Filtro passa baixas -> Amostrador ->
Quantizador -> Codificador -> Sinal PCM -> Canal

• Amostrador: Toma amostras (idealmente de duração infinitesimal) de um sinal


contínuo no tempo em instantes discretos.

• Quantizador: O sinal contínuo em amplitude tem sua amplitude discretizada.

• Codificador: Codifica cada valor de amplitude discreta em um código (sequência


de bits).

• Amostragem: Utilizam-se pulsos retangulares de duração bem pequena.

- Teorema da amostragem: Se um sinal limitado em banda, com energia finita e


máxima frequência W, pode ser unicamente determinado por amostras tomadas
em intervalos uniformes de 1/(2W) segundos.

- Taxa de Nyquist: 2W [Hertz]

- Taxa de amostragem: Quanto maior, mais são as amostras, maior é a


necessidade de memória. Taxa de amostragem do telefone: 8 kHz
- Aliasing: Sinais reais não são limitados em banda, havendo então um
subamostramento.

- Amostragem de topo plano (sample-and-hold): Usa pulsos retangulares e é


uma das mais simples.

• Quantização: Ao sair do amostrador, o sinal é analógico na amplitude e discreto


no tempo. O quantizador discretiza sua amplitude, tornando possível seu
processamento digital.

- O quantizador pode ser de "meio piso" ou de "meio degrau" (em que


não há saída zero).

- Quantização não uniforme: Usa degrau variável, sendo este menor para
sinais com grandes variações de amplitude e pequeno para sinais com
pequenas variações de amplitude.

- Ruído de quantização: É menor quanto maior for o número de níveis de


representação.

- Compressor e expansor: Usam lei � (Japão e EUA) ou lei A (Europa e


Brasil), que possuem desempenho (baseado na SNR) similar.

- DPCM: Maior eficiência espectral. Utiliza aproximação em escada. Se o


sinal está crescendo, transmite-se um bit 1; se está decrescendo,
transmite-se um bit 0. Pode apresentar distorção por sobrecarga de
inclinação, o que é melhorado com ADPCM (degrau variável).

• Canal: Possui repetidores regenerativos para preservar a forma dos pulsos


transmitidos.

- Sistemas multicanal: Cada ligação deve ser feita em um canal.

4.4 - Multiplexação

• Telefonia analógica usa FDM (multiplexação por divisão de frequência), com


modulação AM-SSB.

• Telefonia digital usa TDM (multiplexação por divisão de tempo).

• TDM: Sinais PCM de diferentes assinantes são multiplexados no tempo,


intercalando-se.

• Frame (quadro): conjunto de canais.

• Multiplexador de 30 canais:

- Estrutura

a. HIB converte 2/4 fios


b. LIM: limitador de tensão na entrada do codificador

c. Chaves analógicas: fazem o processo de amostragem e comutação

d. Codificadores e decodificadores por linha

- Características

a. 32 canais ou janelas temporais, com 8 bits cada, resultando em taxa


de bits de 64kbps por canal e de 2,048Mbps ao todo.

b. Sinal de voz amostrado em 8kHz.

c. Duração do quadro= 125μs (a do canal é 32 vezes menor e a do bit 8


vezes menor que a do canal).

- Multiquadro

a. Cada multiquadro possui 16 quadros, cada quadro possui 32 canais,


cada canal possui 8 bits.

b. O canal 0 é usado para alinhamento de quadro.

c. O canal 16 é usado para alinhamento de multiquadro e sinalização.

- Alinhamento de quadro: O conhecimento do início dos quadros serve para a


correta demultiplexação dos canais. Esse alinhamento é prejudicado quando há
altas taxas de erro no meio de propagação. Teste de alinhamento pode ser feito.

- Alinhamento de multiquadro: O canal 16 de cada quadro contém informação


sobre sinalização de dois pares de canais (0 e 16, 1 e 17, ..., 15 e 31), então há
o multiquadro para que todos os 16 pares de canais sejam sinalizados.

• Multiplexador de 24 canais (PCM americano, também chamado T1):

- Lei de compressão �

- Multiquadros possuem 12 ou 4 quadros

- Quadros possuem 24 canais (com 8 bits cada) e 1 bit extra (totalizando 193
bits)

- A sinalização é feita de modo in-band: A cada 6 quadros, o bit menos


significativo de cada canal é utilizado para a sinalização. Desse modo, a cada 12
quadros dois conjuntos de canais de sinalização são formados. (Ver a imagem
abaixo, em que A e B são os bits usados para sinalização, F é o bit para
alinhamento de quadro e M é para o de multiquadro.)

- Bit extra: Sinal de alinhamento de quadro (quadro ímpar) ou multiquadro


(quadro par)
- Taxa de transmissão: 193*8000 = 1,544 kbps

- Taxa de bits de sinalização: 24 bits a cada 6 quadros → média de 4 bits por


quadro, com 8.000 quadros por segundo → 32 kbps. Note que para evitar erros,
em todos os quadros (exceção para os múltiplos de 6) os canais têm seu bit
menos significativo ignorado, então perdem-se 24 bits por quadro, que equivale
a 8.000*24 = 192 Kbps. A taxa de transmissão de dados que seria
8.000*24*8=1,536Mbps passa a ser de 8000*24*7=1,344 Mbps.

- Taxa de bits de alinhamentos de quadro e multiquadro: 1 bit por quadro, com


8.000 quadros por segundo → 8 kbps

4.5 - Codificação de linha

• É um dos tipos mais básicos de codificação.

• Características desejáveis:

13. Facilidade de sincronização

14. BER baixa

15. Densidade espectral de potência adequada

16. Largura de banda mínima


17. Facilidade de detecção de erros.

5 – Sinalização

5.1 - Sinalização do assinante

• Sinalização entre o assinante e a central local.

• Discagem decádica (disco rotativo)

- Trem de pulsos indicavam o dígito discado.

- Sinal digital.

- Ficou obsoleta.

• Dual-Tone Multi-Frequency (DTMF)

- Maior velocidade de transmissão de digitos discados.

- Cada dígito discado produz um sinal de sinalização formado por duas senóides
de diferentes frequências.

- Sinal analógico.
5.2 - Sinalização associada ao canal (CAS)

• É um tipo de sinalização intercentrais, isto é, sinalização entre quaisquer duas


centrais de comutação.

• Telefonia fixa analógica.

• O mesmo meio físico (troncos, linhas) é usado para sinalização e transmissão


de voz.

• Uso ineficiente de recursos: Requer uma sinalização contínua, mesmo sem


novos sinais.

• Limitada: Não pode ser feita durante a fase da chamada em si.

• Nos EUA e Japão usa-se a “sinalização com bit roubado”. Na Europa e no Brasil
é usada a sinalização R2 digital.

• R2 digital

- O canal 16 de cada quadro é usado para sinalização de linha e sinalização de


registro.

- O canal 16 contém dois pares com quatro flags cada: af (enlace livre na
entrada), bf (falha no comutador na saída), ab (enlace livre na saída), bb
(ocupação no comutador de entrada). Nas flags, f indica “para frente” e b indica
“para trás”.

5.2.1 – Sinalização de linha

• Sinalização intercentral indicando o estado da ligação entre duas centrais.

• Exemplos:

- Assinante chamado ocupado

- Linha livre para chamada.

5.2.2 – Sinalização de registradores

• Sinalização intercentral que troca informações de roteamento, como número e


categoria do assinante.

• Inicia-se após a verificação pelas centrais de comutação que o tronco entre elas
está livre.

• Sinalização multifrequência compelida (MFC)

- É um costume usá-la em telefonia analógica.

- Cada sinal é representado por um sinal de dois tons combinados: 2 tons de


maior frequência (sinais para frente) e 2 tons de menor frequência (sinais para
trás). Um sinal para frente deve ser sempre seguido de um sinal para trás.

- Para cada um dos sinais, existe um significado principal e um secundário. As


centrais interpretam se os sinais recebidos por cada uma delas transmite o
significado principal ou o secundário.

- Significado principal para frente: dígitos, fim de número etc.

- Significado principal para trás: enviar algarismo, congestionamento, enviar


categoria do assinante chamador.

5.3 - Sinalização por canal comum

• É um tipo de sinalização intercentrais, isto é, sinalização entre quaisquer duas


centrais de comutação.

• Redes digitais de telefonia.

• Canal de voz separado do canal de sinalização.

• As trocas de mensagens de sinalização por canal comum (CCS) são pacotes de


dados de comprimento variável.

• A velocidade de transmissão para a mensagem de sinalização é de 64 kbps


(como os sinais de voz).

• O rótulo (label) identifica a associação de um pacote de dados a um canal de


voz específico.

• Vantagens sobre o CAS:

- A capacidade de sinalização é significativamente maior.

- Estão disponíveis canais de voz adicionais.

- A sinalização entre centrais pode ser feita mesmo quando não há uma ligação
sendo realizada, ou mesmo durante o período de conversação. Permite NFAS.

• Desvantagens em relação ao CAS:

- Um único link pode controlar milhares de circuitos de voz; portanto, se um link


falhar e nenhuma rota alternativa for encontrada, milhares de chamadas podem
ser perdidas.

- Não há um teste inerente para verificar o estado do canal de voz, por isso são
necessários procedimentos mais elaborados.

5.3.1 - CCS7:
• Um conjunto de protocolos que são usados para configurar e monitorar
chamadas telefônicas muito rapidamente.

• Telefonia fixa e móvel (2G).

• As novas instalações telefônicas quase sempre utilizam o SS7 como protocolo


de sinalização. Algumas antigas não foram reestruturadas por isso nem sempre
ser rentável.

• Uma chamada pode fazer muitos saltos através da rede telefônica.

• Cada comutador (switch) deve saber de onde a chamada está vindo e para onde
ela vai. Requer então um sistema coordenado.

5.4 – Rede de sinalização

• A sinalização de assinantes (entre terminais telefônicos e as centrais) continua a


ser feita como antes.

• Signaling Point (SP ou SSP): Ponto de sinalização. Comutadores telefônicos


com capacidade para sinalização SS7. Eles originam, encerram ou alternam
chamadas.

• Signaling Transfer Point (STP): Ponto de transferência de sinal. Comutadores de


pacotes de dados do tipo SS7. Eles recebem e encaminham as mensagens de
sinalização recebidas para o local apropriado.

• Signaling Control Point (SCP). Ponto de controle de sinal. Bancos de dados


distribuídos ao longo da rede. Eles permitem avançadas capacidades de
processamento de chamadas.

• Os STPs e SCPs sempre vêm em pares para prover redundância. São cópias
exatas um do outro. Aumentam assim a QoS.

• Não há necessariamente conexões para um SCP em cada comutador.

5.4.1 - Enlaces de sinalização SS7

• Tipos de associação

- Enlace do tipo associado: Para cada entroncamento de voz entre duas


centrais, há um enlace de sinalização  economicamente não muito vantajoso,
exceto para pequenas redes.

- Enlace do tipo não-associado: O caminho de voz é completamente separado


do caminho de sinalização. Muitos nós (STPs) devem ser passados antes que o
sinal de roteamento de chamada seja passado para o local correto.

- Enlace do tipo quase associado: Forma preferida de SS7. Menos saltos para
transmissão da sinalização. Mais enlaces que na rede não-associada, porém é
mais rápido.

• Cada tipo de link recebe um nome diferente na arquitetura, dependendo da sua


função.

• Os nomes são rotulados de A a F. Essas designações ajudam a gerenciar e


identificar o tipo de enlace na rede.

- A (access): Link entre dois pontos finais. O objetivo é fornecer mensagens de


sinalização. Conecta um SSP a um STP. Conecta um SCP a um STP.

- B (bridge ou ponte): Conecta 2 STPs não-casados.

- C (cross ou cruzado): Link entre dois STPs.

- D (diagonal): Conecta 2 STPs de hierarquias diferentes (redes de regiões


diferentes).

- E (extendido): Conecta um SSP a um STP secundário.

- F (fully associated ou completamente associado): Conecta 2 SSPs.


5.4.2 – Estrutura em camadas do CCS7 (SS7)

• Parecido com o Modelo OSI.

• Níveis:

- Físico: especifica o canal físico.

- Enlace: controle de erro, estabelecimento de enlaces, monitoração da taxa de


erro.

- Rede: encaminhamento/endereçamento da chamada.

- Parte do usuário: parte do usuário telefônico (TUP) e parte do usuário de redes


RDSI (ISDN).

• Os três primeiros níveis compõem a MTP (Parte de Transferência de


Mensagens). MTP1, MTP2, MTP3.

5.5 - Sinalização acústica

• Um sinal de áudio é enviado a um assinante indicando o estado da ligação.

• Corrente de toque (CT): Sinal enviado ao aparelho chamado indicando que há


uma ligação dirigida a ele.
• Tom de discar: Sinal enviado ao terminal chamador para que se inicie a
discagem.

• Tom de controle de chamada (TCC): Sinal enviado pela central de destino ao


terminal chamador indicando que o usuário destino está sendo chamado.

• Tom de ocupado (TO): Sinal enviado ao terminal chamador indicando que o


terminal chamado está ocupado.

• Tom de número inacessível (TNI): Sinal enviado quando o número chamado for
inexistente. Para centrais analógicas pode-se enviar o TO em vez do TNI.
Atualmente utiliza-se mensagens de voz pré-gravadas

5.6 – Sentido de sinalização

• Sinal para frente

- Do assinante chamador ao assinante chamado.

- Exemplos: Ocupação; desligar para frente; rechamada.

• Sinal para trás:

- Do assinante chamado ao assinante chamador.

- Exemplos: Atendimento; confirmação de desconexão; desconexão forçada;


bloqueio; tarifação.

5.7 – Codificação

• Pode ser unipolar ou polar, com retorno a zero (RZ) ou não retorno a zero
(NRZ).

• Vantagens e desvantagens de cada tipo: A unipolar NRZ (amplitude 0 ou A) tem


maior gasto energético por conter nível CC diferente de zero. A polar NRZ tem
componente CC reduzida. A unipolar RZ é mais adequada que a NRZ para
problema de sincronia. A polar RZ é mais vantajosa do ponto de vista energético
por não ter componente CC.

• AMI: É uma forma de codificação polar RZ, em que o bit 0 indica que não há
amplitude e o bit 1 indica uma amplitude, que se alterna entre positiva e negativa
a cada bit 1.

• HDB-3

- É um tipo de AMI melhorada, permitindo no máximo três zeros consecutivos. A


principal vantagem é a simplicidade de detecção de erro.

- Quando há 4 zeros consecutivos, essa sequência de zeros é substituída por


uma das variações a seguir:
000V: Em que V tem a mesma polaridade do último pulso diferente de
zero. É usado quando o número de pulsos não-nulos anteriores é ímpar.

B00V: Em que V tem a mesma polaridade de B, e B é diferente de zero


mas não viola o AMI. É usado quando o número de pulsos não-nulos
anteriores é par.

• B6ZS: Seis zeros consecutivos são substituídos pela sequência 0VB0VB. Nela,
V e B são ambos não-nulos e escolhidos de forma a violar a regra de inversão
(V) ou não violá-la (B).

• Manchester: Basta seguir a tabela abaixo:


• Coded Mark Inversion (CMI)

- É uma variação da AMI, em que o 0 é representado com tensão negativa em


metade do clock e tensão positiva na outra metade e o 1 é representado como
na AMI, sendo invertido a cada vez (em relação ao 1 anterior).

- Vantagens: bom sincronismo, ausência de nível CC e simplicidade


(comparada com o HDB-3).

- Desvantagem: grande largura de banda.

• 2B1Q

- É usado principalmente em redes ISDN.

- Emprega código de Gray.

- Os pares de bits {00, 01, 11, 10} representam quatro níveis de tensão
diferentes, sendo estes representados, na mesma ordem, pelos símbolos
quaternários: {-3, -1, +1, +3}.

- Uma vantagem é a menor largura de banda necessária, porém é mais


suscetível a ruído.

6 – Redes de transporte

• Atualmente, o cenário das redes de transmissão é constituído de redes PDH e


de redes SDH interconectadas, além dos sistemas ópticos que utilizam a técnica
de Multiplexação de comprimento de onda (WDM).

6.1 - PCM30 (com 2Mbps)

• O PCM-24 (ou T1-carrier) e o PCM-30 (ou E1-carrier) são conhecidos como


sistemas primários, e formam a base para a Hierarquia Digital Plesiócrona
(PDH).

6.2 – PDH

• Transportar grande quantidade de dados através de equipamentos de transporte


digital, tais como sistemas de fibra óptica e de enlace de micro-ondas.

• As diferentes partes da rede são quase, mas não perfeitamente sincronizadas.

• O sistema PDH americano tem 24 canais de voz e o europeu (adotado pelo


Brasil) tem 30 canais de voz.

• No sistema americano de hierarquia superior, a primeira hierarquia (DS-1)


corresponde a um enlace de 1,544 Mbps que multiplexa 24 canais de voz.

• A taxa de transmissão de um feixe é ligeiramente superior a 4 vezes a taxa do


feixe de hierarquia inferior. Isto acontece por causa da adição de bits para
compensar o desvio de sincronismo dos diferentes sinais/feixes.
• Justificação (bit stuffing)

- Positiva: Há inserção de bits (bit stuffing). Taxa do multiplexador é maior que a


taxa do tributário.

- Negativa: Taxa do multiplexador é menor que a taxa do tributário.

• O sinal ou feixe agregado de cada ordem é formado pela união de quatro feixes
tributários da ordem imediatamente inferior, mediante o entrelaçamento de bits,
ou seja, um bit do tributário 1 é seguido por um bit do tributário 2 e assim por
diante.

• Desvantagens:

- Pobre em cabeçalhos (overhead), gerando dificuldade em localizar e tratar


canais específicos.

- Dificuldade de um gerenciamento centralizado da rede telefônica.

- Ineficiente em recuperar tributários de ordem inferior devido à demultiplexação


bit a bit.

- Escassez de padronização e existência de diferentes versões de PDH.

- Capacidade de transmissão limitada.

6.3 – SONET/SDH

• Diferentemente do que foi feito no sistema PDH, há bastante compatibilidade


entre o sistema SONET (EUA) e SDH (Europa/Mundo).

• O sistema de transmissão síncrona foi planejado para solucionar as deficiências


do sistema PDH.

• Interconecta diferentes sistemas de transmissão.

• Multiplexa canais digitais de diferentes taxas de transmissão.

• Proporciona suporte para operação, administração e manutenção.

• Vantagens:

- Técnicas de multiplexação e demultiplexação simplificadas.


- Acesso direto a tributários de ordem inferior.

- Acomoda sinais PDH existentes.

- Capaz de transportar sinais de banda larga.

- Cabeçalho (overhead) permite melhor gerenciamento da rede.

- Crescimento do existente para o sistema de ordem superior é simples.

6.3.1 – SONET

• STS-n: Cada quadro possui 9 segmentos (linhas), cada segmento possui 3n


bytes (colunas) de cabeçalho e 87n bytes (colunas) de carga útil.

• Quando n é maior que 1, denomina-se “Hierarquia Superior SONET”. A taxa de


transmissão é n vezes maior que a do STS-1.

• A duração do quadro STS-1 é de 125 µs, o que corresponde a uma taxa de


transmissão de 51,84 Mbps.

6.3.2 – SDH

• O Módulo de Transporte Síncrono (STM) corresponde a uma estrutura básica de


transporte de dados do SDH, constituída de quadros (frames), nos quais os
dados são armazenados.

• Um quadro STM-1 é composto por 2.430 bytes arranjados em uma estrutura de


270 colunas por nove linhas (uma taxa 3 vezes maior que o STS-1 do SONET).

• O quadro STM-1 possui três campos principais:


- Carga Útil (Payload): cada byte (coluna) corresponde a um canal de voz.

- Ponteiro AU (Administrative Unit): indica o início da carga útil dentro do quadro


STM-1.

- SOH (section overhead): composto de MSOH (Multiplex SOH) e RSOH


(Regenerator SOH).

• RSOH (Regenerator Section Overhead), processado em cada equipamento da


rede, contém informações de alinhamento de frame, identificação de frame,
monitoração de erro de regeneração, alarmes físicos externos ao equipamento,
e supervisão de sistema. Contém também um canal de voz, para comunicação
de técnicos entre equipamentos.

• MSOH (Multiplex Section Overhead), processado apenas em equipamentos


onde existe inserção (add) ou retirada (drop) de canais multiplexados, contém
informações de monitoração e indicação de erros de multiplexação, controle de
chaveamento de mecanismos de proteção, monitoração de sincronismo e
gerência de sistema.

• Os sinais PCM são mapeados (inseridos) individualmente em estruturas do tipo


contêineres para serem transportados na rede SDH, onde pode ocorrer o
processo de justificação. A seguir, bytes para supervisão denominados POH
(Path Overhead) são adicionados a eles, formando as estruturas denominadas
contêineres virtuais (Virtual Containers – Vcs).

• Contêiner: consiste em uma estrutura de tamanho apropriado que transportará o


sinal tributário enquanto este permanecer na rede SDH.

• Contêiner virtual: estrutura de informação formada por uma carga útil (payload)
acrescida de um overhead de caminho (POH) que permite a monitoração do
caminho percorrido pelo sinal.

- VC de ordem inferior: Ocorre a inserção posterior de um ponteiro de unidade


tributária (TU). Exemplo: Sinais telefônicos.

- VC de ordem superior: Não ocorre a inserção posterior de um ponteiro de


unidade tributária (TU). Exemplo: Sinais de dados (pacotes).

• Unidade tributária (TU)

- As unidades tributárias (TUs) acrescentam bytes aos VCs de ordem inferior.


Esses bytes são utilizados para fins de gerenciamento de containeres.

- Várias TUs multiplexadas formam um Grupo de Unidade Tributária (TUG).

- Ponteiro de unidade tributária: necessário para indicar o local onde se inicia o


container virtual (VC) dentro da unidade tributária (que não é fixa).

• Unidadade administrativa (AU)

- TUGs são inseridos em contêineres virtuais de ordem superior (VC-3 e VC-4) e


a seguir ponteiros são inseridos novamente, dando origem a uma AU
(Administrative Unit).
- As unidades administrativas (AU) acrescentam bytes de ponteiros aos VCs de
ordem superior, para fins de localização desses containeres no quadro SDH.

• Grupo de unidades administrativas (AUG):

- O grupo de unidade administrativa (AUG) faz a multiplexação, se necessária,


de várias unidades administrativas.

- O AUG é uma estrutura de informação constituída pelo entrelaçamento byte a


byte de três AU-3 ou uma AU-4.

- Os n AUGs podem ser acomodados em STM-n, com a taxa de multiplexação


de n*155,52.

• Multiplexação dos canais tributários:

- Mapeamento, onde os tributários são sincronizados com o equipamento


multiplex (justificação de bit), encapsulados e recebem seus ponteiros (POH)
para formar os VCs.

- Alinhamento ou processamento de ponteiros, onde os VCs recebem novos


ponteiros para formarem as TUs ou AUs para permitir que o primeiro byte do VC
seja localizado.

- Multiplexação byte a byte, onde os VCs de baixa ordem são agrupados para
compor os VCs de alta ordem (TUG) ou os VCs de alta ordem são processados
para formar os AUGs.

• A duração do quadro STM-1 é de 125 µs, o que corresponde a uma taxa de


transmissão de 155,520 Mbps.

• Multiplexadores síncronos

- Multiplexadores terminais: Aceita um número de tributários e multiplexa estes


em um sinal agregado.

- Multiplexador Add/Drop: Permite a retirada e inserção de tributário no sinal


agregado.

7 - Elementos da linha

7.1 – Cabos

a. Largura de banda: Fibra óptica > Cabo coaxial > Par trançado múltiplo > Par
trançado

b. Atenuação: É menor na fibra óptica.

c. Espaçamento entre repetidores: É cerca de 20 vezes maior para fibras


ópticas.

d. Cabo coaxial: É constituído por um fio de cobre condutor revestido por


um material isolante e rodeado de uma blindagem. A velocidade máxima
de transmissão é de 10 Mbps.
7.2 - Repetidores de sinal

• Situados na linha telefônica, regeneram e amplificam o sinal.

• Equalizador

- É um filtro cuja função é otimizar a característica de atenuação/fase x


frequência, mantendo a distorção a mais baixa possível, ao mesmo tempo que
suprime o ruído fora da faixa de utilização. São necessários porque os cabos
(pares trançados) introduzem distorções de fase e de amplitude que causam
interferência intersimbólicas.

- Utiliza-se um filtro transversal que pode ser fixo (quando se conhece o canal)
ou adaptativo (caso contrário).

• Recuperação de relógio: Estabelece um sinal de temporização para amostrar os


pulsos de entrada. Transmite pulsos de saída para a linha, na mesma taxa que
os pulsos entrada.

• Regeneradores

- Phase-Locked Loop (PLL): É um sistema de realimentação em que o sinal de


realimentação é usado para sincronizar a frequência instantânea do sinal de
saída com a frequência instantânea do sinal de entrada.

- Jitter: Resulta da imprecisão em determinar a frequência e a fase do relógio.


Limita o aumento de repetidores na rede, por ser maior quanto maior for o
número destes.

• Detector de limiar

- Reformata os pulsos.

- Comparador de sinais: determina a existência de sinais e se o pulso


transmitido correspondia a um binário 1 ou binário 0.

- Comparador com histerese (disparador Schmitt): Tem realimentação positiva.


Quando o nível de tensão de entrada é maior que um limiar escolhido, a saída
está em nível alto; quando a entrada está abaixo de outro limiar, a saída está em
nível baixo; quando a entrada se encontra entre os dois limiares , a saída retem
o valor anterior até a entrada se alterar suficientemente para mudar o estado do
disparador. Aumenta assim a imunidade ao ruído.

• Amplificador de saída

- Repetidores são espaçados normalmente de 1 a 8 km. O número de


repetidores é limitado pela presença de jitter cumulativo e determinado pela
necessidade de se combater efeito de perda de potência do sinal.

8 - Sistemas de comunicações ópticas

• Altas taxas de transmissão: Quando se requerem altas taxas de transmissão,


são usadas fibras ópticas no lugar de cabos coaxiais em sistemas e troncos de
comunicação.
• Vantagens: Maior largura de banda, imunidade à interferência eletromagnética,
segurança, menor peso e dimensões.

• Aplicações da fibra óptica: Voz, vídeo e dados.

• Composição da fibra óptica: Núcleo, casca, revestimento primário.

• Transmissor óptico: Diodo laser ou LED.

• Receptor óptico: Fotodetector e circuito eletrônico de amplificação de sinal.

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