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Processo de actualização » 1 – Quando entra em vigor a Lei n.º 79/2014, de 19 de dezembro?
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Nos termos do disposto no seu artigo 9.º, a Lei n.º 79/2014, de 19 de dezembro, entra em vigor 30 dias após a
sua publicação, ou seja, no dia 18 de janeiro de 2015.
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As alterações da Lei n.º 79/2014 aplicam-se aos contratos de arrendamento urbano para fins habitacionais e
não habitacionais, celebrados após 18 de janeiro de 2015, bem como às relações contratuais constituídas que
subsistam nesta data, sem prejuízo das seguintes disposições transitórias previstas no artigo 6.º:
a) O n.º 5 do artigo 35.º e o n.º 5 do artigo 54.º da Lei n.º 6/2006, na redação dada pela Lei n.º
79/2014, aplicam-se a todas as atualizações de renda efetuadas ao artigo da Lei n.º 6/2006, alterada
pela Lei n.º 31/2012.
b) A nova redação da alínea b) do artigo 16.º do Decreto-Lei no 158/2006, tem natureza interpretativa e
produz efeitos desde 1 de janeiro de 2013.
c) As alterações introduzidas pela Lei n.º 79/2014 não se aplicam aos procedimentos pendentes no
Balcão Nacional do Arrendamento.
d) As alterações introduzidas pela Lei n.º 79/2014 aplicam-se aos procedimentos de transição para o
NRAU previstos nos artigos 30.º e seguintes e 50.º e seguintes da Lei n.º 6/2006, alterada pela Lei n.º
31/2012, que se encontram pendentes na data da sua entrada em vigor, com as adaptações constantes
dos nºs 2 a 5 do artigo 6.º da Lei n.º 79/2014 e sem prejuízo dos direitos e obrigações decorrentes de
atos já praticados nesses procedimentos. Assim:
i. O arrendatário poderá invocar o disposto no artigo 31.º e no artigo 51.º , na redação dada pela
Lei n.º 79/2014, mediante comunicação a dirigir ao senhorio no prazo de 30 dias a contar da sua
entrada em vigor, desde que, nesta data, ainda não tenha recebido a resposta do senhorio
prevista no n.º 1 do artigo 33.º ou no artigo 52.º , nem tenha terminado o prazo previsto para a
mesma;
ii.O arrendatário titular de contrato de arrendamento para fim não habitacional cuja renda já
tenha sido atualizada nos termos da alínea b) do n.º 5 do artigo 33.º da Lei 6/2006, de 27 de
fevereiro, aplicável por força do disposto no artigo 52.º, poderá invocar as circunstâncias previstas
no n.º 4 do artigo 51.º , no prazo de 30 dias a contar da entrada em vigor da presente lei, desde
que comprove a realização de investimentos no locado ou em equipamento para ele
especificamente vocacionados, efetuados nos três anos anteriores à data da entrada em vigor da
lei n.º 31/2012, de 14 de agosto, não podendo o senhorio opor-se, nestes casos, a uma renovação
do contrato por um período de três anos;
O contrato de arrendamento urbano para habitação pode celebrar-se com prazo certo ou por duração
indeterminada, sendo que no contrato com prazo certo pode convencionar-se que, após a primeira renovação, o
arrendamento tenha duração indeterminada.
Na ausência de estipulação das partes, o contrato considera-se celebrado, com prazo certo, pelo período de
dois anos.
O prazo deve constar de cláusula inserida no contrato e não pode ser superior a 30 anos, considerando-se
automaticamente reduzido ao referido limite quando o ultrapasse.
No que respeita aos arrendamentos para fins não habitacionais as regras relativas à duração, denúncia e
oposição à renovação dos contratos são livremente estabelecidas pelas partes, aplicando-se, na falta de
estipulação, o disposto quanto ao arrendamento para habitação. Na falta de estipulação, o contrato
considera-se celebrado com prazo certo, pelo período de cinco anos, não podendo o arrendatário denunciá-lo
com antecedência inferior a um ano.
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O contrato de arrendamento urbano deve ser celebrado por escrito, independentemente do prazo da sua
duração.
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O regime de transmissão por morte no arrendamento para habitação prevê que o contrato de arrendamento
não caduca por morte do primitivo arrendatário quando lhe sobreviva:
6 - Em que casos não se verifica o direito à transmissão por morte, no arrendamento para
habitação, nos termos referidos na resposta anterior?
O arrendatário não é obrigado a provar anualmente a circunstância de que o rendimento anual bruto corrigido
(RABC) do seu agregado familiar é inferior a cinco remunerações mínimas nacionais anuais (RMNA), salvo
quando essa prova lhe seja exigida pelo senhorio até ao dia 1 de setembro do respetivo ano. Sendo este o
caso, o arrendatário deve fazer prova dessa circunstância pela mesma forma que está prevista para a prova
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inicial, até ao dia 30 de setembro do mesmo ano, sob pena de não poder prevalecer-se daquela circunstância.
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Quando a posição do arrendatário se transmita para ascendente com idade inferior a 65 anos à data da morte
do arrendatário, o contrato fica submetido ao NRAU, aplicando-se, na falta de acordo entre as partes, o
disposto para os contratos com prazo certo, pelo período de 2 anos. Esta situação aplica-se ao caso da
transmissão por morte entre os ascendentes que tiverem sobrevivido ao primitivo arrendatário e a quem a
posição deste se transmitiu.
Por outro lado, quando a posição do arrendatário se transmita para filho ou enteado - à exceção do caso de se
tratar de filho ou enteado, portador de deficiência com grau comprovado de incapacidade igual ou superior a
60% - com menos de um ano de idade ou que com ele convivesse há mais de um ano e seja menor de idade
ou, tendo idade inferior a 26 anos, frequente o 11.º ou 12.º ano de escolaridade ou estabelecimento de ensino
médio ou superior, o contrato fica submetido ao NRAU na data em que aquele adquirir a maioridade ou, caso
frequente o 11.º ou o 12.º ano de escolaridade ou de cursos de ensino pós-secundário não superior ou de
ensino superior, na data em que perfizer 26 anos, aplicando-se, na falta de acordo entre as partes, o disposto
para os contratos com prazo certo, pelo período de 2 anos.
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8 – Qual o regime aplicável à transmissão por morte no arrendamento para fins não habitacionais?
No que diz respeito à transmissão por morte no arrendamento para fins não habitacionais, o arrendamento
termina com a morte do primitivo arrendatário, salvo existindo sucessor que, há mais de três anos, exerça
profissão liberal ou explore, em comum com o arrendatário primitivo, estabelecimento a funcionar no local.
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9 - Modo como o senhorio deverá proceder para desencadear o mecanismo de atualização da renda?
A transição para o NRAU e a atualização da renda dependem de iniciativa do senhorio que deve comunicar a
sua intenção ao arrendatário, indicando, sob pena de ineficácia:
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O arrendatário tem o prazo de 30 dias, a contar da receção da comunicação do senhorio, para responder.
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O arrendatário deve ainda, sendo caso disso, invocar, isolada ou cumulativamente, as seguintes circunstâncias:
a) Rendimento anual bruto corrigido (RABC) do seu agregado familiar inferior a cinco retribuições
mínimas nacionais anuais (RMNA);
b) Idade igual ou superior a 65 anos ou deficiência com grau comprovado de incapacidade igual ou
superior a 60%.
No prazo de 30 dias, o arrendatário pode reclamar de qualquer incorreção na inscrição matricial do locado,
junto do serviço de finanças competente. A referida reclamação não suspende a atualização da renda, mas
quando determine a diminuição do valor da mesma, há lugar à recuperação, pelo arrendatário da diminuição
desse valor desde a data em que foi devida a renda atualizada.
O montante a deduzir a título de recuperação da diminuição da renda não pode ultrapassar, em cada mês,
metade da renda devida, salvo acordo das partes ou cessação do contrato.
A falta de resposta do arrendatário vale como aceitação da renda, bem como do tipo e da duração do contrato,
ficando este submetido ao NRAU a partir do 1.º dia do segundo mês seguinte ao termo do prazo de 30 dias
referido nos n.ºs 1 e 2 do artigo 31 do NRAU.
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12 - No caso de o arrendatário aceitar o valor da renda proposto pelo senhorio, o que acontece?
Neste caso, a renda é atualizada e o contrato fica submetido ao NRAU, a partir do 1.º dia do 2.º mês seguinte
ao da receção da resposta.
Quanto ao tipo e duração do contrato, ele considera-se celebrado pelo período de cinco anos, no caso de não se
verificar acordo entre senhorio e arrendatário ou no silêncio das partes.
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13 - E não concordando com os termos apresentados pelo senhorio, como pode o arrendatário
opor-se ao valor da renda, ao tipo ou à duração do contrato propostos e quais as consequências
dessa oposição?
O arrendatário pode opor-se ao valor da renda, ao tipo ou à duração do contrato propostos pelo senhorio,
propondo outros.
Se o arrendatário manifestar oposição ao valor da renda proposta pelo senhorio mas não apresentar novo valor
essa oposição vale como proposta de manutenção do valor da renda em vigor à data da comunicação do
senhorio.
A falta de resposta do senhorio vale como aceitação da renda, do tipo e da duração do contrato propostos pelo
arrendatário.
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O senhorio, no prazo de 30 dias contados da receção da resposta do arrendatário deve comunicar se aceita ou
não a proposta, sendo que a falta de resposta vale como aceitação da renda, bem como do tipo e da duração
do contrato propostos pelo arrendatário.
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No caso de o senhorio aceitar o valor da renda contraposto pelo arrendatário, a renda é atualizada e o contrato
fica submetido ao NRAU de acordo com o tipo e a duração acordados, a partir do 1.º dia do 2.º mês seguinte ao
da receção, pelo arrendatário, da comunicação do senhorio ou do termo do prazo de 30 dias que este dispõe
para responder à contraposta do arrendatário.
No que diz respeito ao tipo ou duração do contrato, verificando-se o silêncio ou a falta de acordo entre as
partes, ele considera-se celebrado com prazo certo, pelo período de 5 anos.
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Se o senhorio não aceitar o valor da renda proposto pelo arrendatário pode denunciar o contrato, pagando a
este uma indemnização equivalente a 5 anos de renda resultante do valor médio das rendas propostas por cada
um deles.
Em alternativa, pode atualizar a renda, de acordo com os critérios previstos nas alíneas a) e b) do n.º 2 do
artigo 35.º do NRAU, caso em que o contrato se considerará celebrado com prazo certo, pelo período de 5 anos,
a contar da referida comunicação. A alínea a) citada refere que o valor atualizado da renda tem como limite
máximo o valor anual correspondente a 1/15 do valor do locado, sendo este, nos termos da alínea b),
igualmente citada, o que corresponder à avaliação realizada nos termos do artigo 38.º e seguintes do CIMI.
No caso de arrendatários com rendimento anual bruto corrigido (RABC) inferior a cinco retribuições mínimas
nacionais anuais (RMNA) e de idade igual ou superior a 65 anos ou com deficiência com grau de incapacidade
igual ou superior a 60%, aplicam-se as regras especialmente previstas nos artigos 35.º e 36.º do NRAU.
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A denúncia do senhorio produz efeitos no prazo de seis meses a contar da receção da correspondente
comunicação, devendo o arrendatário desocupar o locado e entregá-lo ao senhorio no prazo de 30 dias.
Este prazo de seis meses é, contudo, alargado até 1 ano, no caso de arrendatário que tenha a seu cargo filho
ou enteado menor de idade ou que, tendo idade inferior a 26 anos, frequente o 11.º ano ou o 12.º ano de
escolaridade ou cursos de ensino pós-secundário não superior ou de ensino superior, mantendo-se a obrigação
de o arrendatário desocupar o locado e entregá-lo ao senhorio no prazo de 30 dias.
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18 - Qual a renda que vigora no período compreendido entre a receção da comunicação pela qual o
senhorio denuncia o contrato e a produção de efeitos da denúncia?
No período compreendido entre a receção da comunicação pela qual o senhorio denuncia o contrato e a
produção de efeitos da denúncia vigora a renda antiga ou a renda proposta pelo arrendatário, consoante a que
for mais elevada.
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19 - E no caso de se tratar de arrendatário com rendimento anual bruto corrigido (RABC) inferior a
cinco retribuições mínimas nacionais anuais (RMNA), como proceder?
O arrendatário, na sua resposta ao processo de atualização da renda desencadeado pelo senhorio, pode invocar
e comprovar que o seu agregado familiar tem um rendimento anual bruto corrigido (RABC), inferior a 5
retribuições mínimas nacionais anuais (RMNA), caso em que a atualização da renda corresponderá, durante um
período transitório de 5 anos, a máximos de 10% do RABC, quando o rendimento do agregado familiar for
inferior a 500 euros mensais, 17% do RABC quando o rendimento do agregado familiar for inferior a € 1500
mensais ou a 25%, nos restantes casos.
A atualização referida terá, em todos os casos, o limite de 1/15 do valor do locado, determinado de acordo com
o valor patrimonial tributário do imóvel.
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20 - E no caso de arrendatário com idade igual ou superior a 65 anos ou com deficiência com grau
de incapacidade igual ou superior a 60%?
Caso o arrendatário na sua resposta, invoque, e comprove ter idade igual ou superior a 65 anos ou deficiência
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igual ou superior a 60%, poderá haver lugar a atualização de renda pelo valor negociado ou pelo valor do
locado determinado de acordo com o valor patrimonial tributário do imóvel, exceto se se verificar
simultaneamente uma situação de carência económica.
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Neste caso não há lugar à atualização da renda e o arrendatário dispõe de 3 meses para desocupar o locado,
sendo de 2 meses a contar da receção pelo senhorio da resposta do arrendatário o prazo de produção de
efeitos da denúncia e de 1 mês o prazo para desocupar e entregar a habitação.
Neste caso, o arrendatário tem direito à compensação pelas obras licitamente feitas, independentemente do
estipulado no contrato de arrendamento e ainda que as obras não tenham sido autorizadas pelo senhorio.
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Tratando-se de um contrato de arrendamento urbano para fins habitacionais anterior ao RAU, tendo o
arrendatário idade igual ou superior a 65 anos ou sendo portador de uma incapacidade igual ou superior a
60%, ele só fica submetido ao NRAU mediante acordo entre as partes, aplicando-se no que respeita ao valor da
renda o disposto no artigo 36.º da Lei n.º 6/2006, de 27 de fevereiro, alterada pela da Lei n.º 31/2012, de 14
de agosto e pela Lei n.º 79/2014, de 19 de dezembro. Não sendo o acordo possível, e tendo o arrendatário
invocado a sua condição relativa à idade ou deficiência, o contrato mantém-se em vigor sem alteração do
regime que lhe é aplicável, sendo que o senhorio apenas pode atualizar a renda recorrendo ao critério agora
estabelecido, isto é, o valor da renda tem como limite máximo o valor anual correspondente a 1/15 do valor do
locado determinado nos termos do CIMI.
Se o arrendatário invocar e comprovar que o RABC do seu agregado familiar é inferior a cinco RMNA, a
atualização não poderá ser superior a 10% do RABC, quando o rendimento do agregado familiar for inferior a
500 euros mensais, a 17% do RABC quando o rendimento do agregado familiar for inferior a € 1500 mensais
ou a um máximo de 25%, nos restantes casos.
Estas atualizações de renda têm como limite máximo o valor anual correspondente a 1/15 do valor do locado e
vigoram por um período de 5 anos.
Findo o período de 5 anos, o valor da renda pode ser atualizado por iniciativa do senhorio, não podendo o
arrendatário invocar que o RABC é inferior a cinco retribuições mínimas nacionais anuais e o contrato só fica
submetido ao NRAU mediante acordo entre as partes. Neste caso o arrendatário poderá ter direito a uma
resposta social, a definir em diploma próprio.
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23 - O arrendatário de um contrato para habitação tem de comprovar que o seu RABC é inferior a
cinco RMNA nos anos seguintes ao da invocação dessa condição?
Nos anos seguintes ao da invocação da circunstância de que o rendimento anual bruto corrigido (RABC) do seu
agregado familiar é inferior a cinco remunerações mínimas nacionais anuais (RMNA), o arrendatário faz prova
dessa circunstância pela mesma forma e até ao dia 30 de setembro, quando essa prova lhe seja exigida pelo
senhorio até ao dia 1 de setembro do respetivo ano, sob pena de não poder prevalecer-se daquela
circunstância.
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A definição de agregado familiar é importante para efeito de se apurar o RABC. Assim, de acordo com o
disposto no artigo 2.º do DL 158/2006, considera-se agregado familiar, em cada ano, o conjunto de pessoas
constituído pelo arrendatário e pelas seguintes pessoas que com ele vivam em comunhão de habitação:
cônjuge não separado judicialmente de pessoas e bens e os seus dependentes; cônjuge ou ex-cônjuge e os
dependentes a seu cargo; pessoa que com o arrendatário viva em união de facto há mais de dois anos, com
residência no locado, e os seus dependentes; ascendentes do arrendatário, do seu cônjuge ou de pessoa que
com ele viva em união de facto há mais de dois anos.
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O arrendamento para fins habitacionais na sequência da morte do primitivo arrendatário continua a poder ser
transmitido para os seus descendentes. Com efeito, se o contrato de arrendamento tiver sido celebrado antes
da entrada em vigor do NRAU (antes de Junho de 2006) o arrendamento pode transmitir-se para o filho ou
enteado do primitivo arrendatário com menos de 1 ano de idade ou que com ele convivesse há mais de um ano
e seja menor de idade ou, tendo idade inferior a 26 anos, frequente o 11.º ou 12.º ano de escolaridade ou
estabelecimento de ensino médio ou superior. Neste caso o contrato ficará sujeito ao NRAU na data em que
aquele adquirir a maioridade ou, caso frequente o 11.º ano ou 12.º ano de escolaridade ou cursos de ensino
pós-secundário não superior ou de ensino superior, na data em que perfizer 26 anos, aplicando-se, na falta de
acordo entre as partes, o disposto para os contratos com prazo certo, pelo período de dois anos.
A transmissão para filho ou enteado com deficiência igual ou superior a 60% não está condicionada à idade ou
maioridade mas só se verificará para descendente que convivesse com o primitivo arrendatário há mais de um
ano.
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Nas alterações ao NRAU prevê-se uma agilização no procedimento de denúncia do contrato de arrendamento
para habitação celebrado por duração indeterminada quando o senhorio pretenda proceder à demolição ou a
realização de obra de remodelação ou restauro profundos que obriguem à desocupação do locado.
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A denúncia do senhorio deverá ser feita mediante comunicação ao arrendatário com uma antecedência não
inferior a seis meses sobre a data pretendida para a desocupação e da qual conste de forma expressa o
fundamento da denúncia.
A denúncia tendo por base o referido fundamento, para ser eficaz, deverá ser acompanhada dos seguintes
documentos:
a) comprovativo de que foi iniciado, junto da entidade competente, procedimento de controlo prévio da
operação urbanística a efetuar no locado, e
b) termo de responsabilidade do técnico autor do projeto legalmente habilitado que ateste que a
operação urbanística reúne os pressupostos legais de uma obra de demolição ou de uma obra de
remodelação ou restauro profundos e as razões que obrigam à desocupação do locado.
A denúncia é confirmada mediante comunicação ao arrendatário, sob pena de ineficácia, sendo acompanhada
de:
A denúncia nesta situação obriga o senhorio, mediante acordo, e em alternativa, ao pagamento de uma
indemnização correspondente a um ano de renda ou a garantir o realojamento do arrendatário em condições
análogas às que já detinha, quer quanto ao local quer quanto ao valor da renda e encargo.
Nas situações em que o arrendatário tenha idade igual ou superior a 65 anos ou deficiência com grau
comprovado de incapacidade igual ou superior a 60%, na falta de acordo das partes, o senhorio é obrigado a
garantir o realojamento do arrendatário ou do subarrendatário autorizado nos termos atrás descritos.
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Nos contratos de arrendamento urbano para habitação celebrados após a entrada em vigor do Regime do
Arrendamento Urbano, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 321-B/90, de 15 de outubro, bem como nos contratos
para fins não habitacionais celebrados após a entrada em vigor do Decreto-lei n.º 257/95, de 30 de setembro,
haverá lugar à atualização anual da renda feita em função da inflação, de acordo com o coeficiente publicado
anualmente em Diário da República.
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A mora pelo arrendatário igual ou superior a dois meses no pagamento da renda, encargos ou despesas que
corram por conta do mesmo, confere ao senhorio o direito de resolver o contrato de arrendamento. O
arrendatário poderá fazer cessar a mora, no prazo de um mês, sendo que esta faculdade só poderá ser utilizada
uma única vez, com referência a cada contrato.
O senhorio deverá desencadear a resolução do contrato mediante o envio de comunicação à contraparte onde
fundamentadamente se invoque a obrigação incumprida, por uma das seguintes formas:
a) notificação avulsa;
b) contacto pessoal através de representante legal (advogado, solicitador ou agente de execução);
c) escrito assinado e remetido pelo senhorio.
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29 - Em que consiste o procedimento especial de despejo, criado pela Lei n.º 31/2012, de 14 de
agosto, alterada pela Lei n.º 79/2014, de 19 de dezembro?
Através da alteração ao NRAU operada pela Lei n.º 31/2012, de 14 de agosto, alterada pela Lei n.º 79/2014, de
19 de dezembro, criou-se um meio processual que se destina a efetivar a cessação do arrendamento,
independentemente do fim a que este se destina, quando o arrendatário não desocupe o locado na data
prevista na lei ou naquela que resultou do acordo das partes. Este procedimento aplica-se às seguintes
situações:
a) resolução do contrato por comunicação, com fundamento no não pagamento de renda, igual ou
superior a dois meses, ou por mora superior a oito dias no pagamento da renda, por mais de quatro
vezes, seguidas ou interpoladas, no período de 12 meses;
b) revogação;
c) caducidade do contrato por decurso do prazo;
d) cessação por oposição à renovação;
e) cessação por denúncia para habitação do senhorio/filhos, para obras profundas ou, ainda, por livre
denúncia (alínea c) do art.º 1101.º do CC);
f) por denúncia do arrendatário.
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Com competência em todo o território nacional, foi criado, junto da Direção-Geral da Administração da Justiça,
o Balcão Nacional do Arrendamento (BNA), destinado a assegurar a tramitação do procedimento especial de
despejo. Este procedimento é constituído pelas seguintes fases:
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d) Se o arrendatário deduzir oposição ao pedido de despejo, alegando que não se verifica o fundamento
invocado pelo senhorio, há lugar à intervenção do juiz, num processo judicial especial e urgente, para o
qual é necessário a prestação da caução, o pagamento da taxa de justiça e o depósito das rendas
vencidas.
Releve-se que o procedimento especial de despejo apenas pode ser utilizado relativamente aos contratos de
arrendamento cujo imposto de selo tenha sido liquidado ou cujas rendas tenham sido declaradas para efeitos e
IRS ou IRC.
Decorre do acima referido que no âmbito do procedimento especial de despejo só é obrigatória a constituição
de advogado no caso de dedução de oposição ao requerimento de despejo e atos subsequentes.
Informações adicionais sobre os trâmites a observar no âmbito do procedimento especial de despejo podem ser
obtidas em www.bna.mj.pt
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Se se tratar de um contrato para fins habitacionais, de duração limitada, celebrado na vigência do RAU,
aprovado pelo Decreto-Lei n.º 321-B/90, de 15 do Outubro, ou, no caso de contratos para fins não
habitacionais celebrados na vigência do Decreto-Lei n.º 257/95, de 30 de setembro, quando não sejam
denunciados por qualquer das partes, a renovação é automática no fim do prazo pelo qual foram celebrados,
pelo período de dois anos ou, quando se trate de arrendamento não habitacional, pelo período de três anos, em
ambos os casos se outro superior não tiver sido previsto.
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A transição para o NRAU e a atualização da renda dependem da iniciativa do senhorio que deve comunicar ao
arrendatário:
g) As consequências da falta de resposta, bem como da não invocação de qualquer das referidas
circunstâncias.
O arrendatário pode, no prazo de 30 dias, reclamar de qualquer incorreção na inscrição matricial do locado
junto do serviço de finanças competente, a qual não suspende a atualização da renda mas quando determine
uma diminuição do valor da mesma, há lugar à respetiva recuperação pelo arrendatário desde a data em que
foi devida a renda atualizada.
O montante a deduzir a título de recuperação da diminuição da renda não pode ultrapassar, em cada mês,
metade da renda devida, salvo acordo das partes ou cessação do contrato.
No caso de o arrendatário invocar uma das referidas circunstâncias, o contrato só fica submetido ao NRAU,
mediante acordo entre as partes ou, na falta deste, no prazo de cinco anos a contar da receção, pelo senhorio,
da resposta do arrendatário. No período de cinco anos, o valor da renda é determinado de acordo com os
seguintes critérios:
a) o valor atualizado da renda tem como limite máximo 1/15 do valor do locado;
b) o valor do locado corresponde ao valor da avaliação realizada, nos termos dos artigos 38.º e seguintes
do CIMI.
Nos anos seguintes ao da invocação de uma das circunstâncias acima indicadas, o arrendatário faz prova da
circunstância pela mesma forma e até ao dia 30 de setembro, quando essa prova lhe seja exigida pelo senhorio
até ao dia 1 de setembro do respetivo ano, sob pena de não poder prevalecer-se dessa circunstância.
Findo o período de cinco anos, o senhorio pode iniciar novo processo de atualização da renda, sendo que o
arrendatário não poderá invocar novamente quaisquer das circunstâncias supra referidas. No silêncio ou na
falta de acordo das partes acerca do tipo ou da duração do contrato, este considera-se celebrado, com prazo
certo, pelo período de três anos.
Durante o referido período de três anos e na falta de acordo das partes acerca do valor da renda, o senhorio
pode atualizar a renda de acordo com os seguintes critérios, com aplicação dos coeficientes de atualização
anual:
a) o valor atualizado da renda tem como limite máximo 1/15 do valor do locado;
b) o valor do locado corresponde ao valor da avaliação realizada, nos termos dos artigos 38.º e seguintes
do CIMI.
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Microempresa é a empresa que, independentemente da sua forma jurídica, não ultrapasse, à data do balanço,
dois dos três limites seguintes:
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Sim. O senhorio pode denunciar o contrato de duração indeterminada, quando necessite da habitação para ele
próprio ou para os seus descendentes em 1.º grau.
a) Ser o senhorio proprietário, comproprietário ou usufrutuário do prédio há mais de dois anos ou,
independentemente deste prazo, se o tiver adquirido por sucessão;
b) Não ter o senhorio, há mais de um ano, na área dos concelhos de Lisboa ou do Porto e seus limítrofes
ou no respetivo concelho quanto ao resto do País, casa própria que satisfaça as necessidades de
habitação própria ou dos seus descendentes em 1.º grau.
Contudo, importa referir que, nos casos de contratos de arrendamento celebrados em data anterior ao NRAU
(junho de 2006), ainda que se encontrem preenchidos todos os requisitos para a denúncia do contrato, para
que aí possa residir, o senhorio não o poderá fazer, sempre que se verifique alguma das seguintes situações em
relação ao arrendatário ou subarrendatário autorizado:
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