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MEMÓRIA FILOSÓFICA II - (20/04/2018)

No episódio anterior de nossa saga de preparação ao ENEM….


Tratamos dos primórdios do pensamento filosófico no Ocidente. Podemos dizer, que
de modo mais sistematizado e refinado, o pensamento racional (lógos) começa na Grécia
Antiga sob o nome de Filosofia. É importante lembrar desde já que isso não significa que
outros povos não desenvolveram mecanismos de pensamento reflexivo (ou seja, formas de
crítica de suas tradições e culturas).
Desde as condições históricas que permitiram o surgimento da Filosofia na Grécia
Antiga, temos: a utilização da escrita alfabética, que diminui o poder daqueles que eram
autorizados pelos deuses a contar os mitos; o comércio passa a ser feito desde trocas
monetárias e não mais pelo laço afetivo aos objetos; as viagens marítimas, que permitiam
conhecer os locais relatados nos mitos, bem como trocar conhecimentos com outros povos;
novas formas de organização social e política, na qual se inclui a pólis.
Desde o ponto de vista intelectual e cultural, temos a crescente insatisfação com as
explicações míticas, uma crise de que as mesmas pudessem explicar a totalidade da
realidade. Surge assim, uma atitude diante do mundo que contrapõe-se aquelas atitudes
prático-produtivas (políticos, comerciantes, produtores, gurerreiros) e as atitudes
mítico-religiosas (sacerdotes, oráculos, sábios e poetas rapsodos). Esta é uma atitude
teórica, a atitude filosófica.
Enquanto os mitos (mythos) relatavam eventos ocorridos em tempos imemorias,
aceitando narrativas contraditórias e fundamentados na autoridade dos narradores, a atitude
filosófica plasmou-se como um esforço em investigar e explicar racionalmente a realidade, o
que incluía o ciclo da vida, a vida social humana, a constituição do universo, etc, ou seja, o
cosmos (a ordem presente na totalidade), com a exigência de que as explicações fossem
lógico-racionais (sem contradição e com coerência) e aberto a crítica (passível de discussão
e revisão). Em seu estado nascente, a filosofia abarcava todo o corpo de saberes humanos
obtidos pela razão.
Neste princípio, como vimos, o modo de pensar filosófico apresenta-se como
cosmologia. São os denominados filósofos pré-socráticos quem realizam as primeiras
investigações que tem como objetivo dar conta de explicar o cosmos. Duas vertentes
formam-se: aquela de Tales, que influenciará Heráclito, onde as explicações apelam para
elementos materiais (água, fogo, ar), e aquela oriunda de Pitágoras - aquele mesmo do
teorema -, que influenciará Parmênides, onde as explicações se dão em termos abstratos
(números). Em qualquer das tradições, busca-se a “arché”, o princípio de todas as coisas.
“Princípio” no sentido daquilo que deu origem ao cosmos, mas também “princípio” no sentido
daquilo que continuamente permanece e mantém o cosmos um kósmos (um todo
organizado e ordenado).
A amálgama disso tudo, é o ponto de partida do que se entende por filosofia, este
“desejo pelo saber”, esta “amizade pela sabedoria”, ou seja, um modo fundamental de
comportar-se para com as coisas, buscando entendê-las e explicá-las racionalmente.

Lembrem da tarefa de casa: ler a Apostila de Filosofia, desde o início até a página 14.
https://www.youtube.com/watch?v=vUP_s6tVDf8​ > Do Mito a Razão
https://www.youtube.com/watch?v=iQY4OyLDuYw​ > Pré-socráticos
https://www.youtube.com/watch?v=64mvFTs5UGs​ > Mundos invisíveis: Pré-socráticos

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