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1.Qual é o conceito de tutela provisória no NCPC? Quais são suas espécies?

É uma tutela baseada na cognição sumária, ou seja, existe a análise das provas e alegações
somente do autor, essa tutela pode ser alterada pelo juiz a qualquer tempo no caso de surgimento
de novas provas ou novos fatos, ela se subdivide em URGÊNCIA que pode ser satisfativa
(antecipada) ou cautelar, e de EVIDÊNCIA.

2. O que é cognição sumária? O que é cognição exauriente? Cada uma delas é característica
de qual espécie de tutela?

R: - Cognição sumária ou superficial é aquela aplicada na tutela provisória, onde somente são
analisadas as provas e alegações do autor, com o propósito de dar mais celeridade ao processo.
- Cognição exauriente é aquela aplicada na tutela definitiva, caracterizando-se como um
aprofundado exame das alegações e das provas do autor e do réu, com o propósito de dar um juízo
de certeza

3. O que é tutela cautelar? Quais são as suas finalidades?

R: - Tutela cautelar é uma tutela provisória de urgência. Tem a finalidade de proteger/assegurar o


bem ou a vida em risco, e preparatória, que significa antecipar as provas.

4.O que é tutela satisfativa? Qual a sua finalidade?

R: - Tutela Satisfativa são aquelas que visão antecipar a execução do todo ou de parte de uma
decisão que poderá ser confirmada pela decisão final, envolve atendimento do pedido mediato, e
é uma característica da tutela provisória de Urgência Antecipada.

5. O que é liminar? Como esta técnica pode conviver com o princípio do contraditório?
R: - Liminar é uma decisão prolatada pelo juiz antes mesmo de ouvir o réu, isto se justifica, pois os
principais requisitos para a liminar é a URGÊNCIA e o perigo na demora.
- Para justificar o choque de princípios existente na concessão da liminar o princípio da ponderação
de valores traz que: sacrificar o menos relevante no mínimo possível para atender o mais relevante.

6. Quais são as características comuns das tutelas provisórias de urgência?


R: - REFERIBILIDADE: deve indicar a tutela definitiva
- PROVISORIEDADE: pode ser alterada pelo juiz, no caso de novos fatos ou novas provas
- FUNGIBILIDADE: pode ser substituída
- UNIVERSALIDADE: cabe para todo tipo de processo
- REVERSIBIDADE: pode ser revogada

7. Com a revogação da tutela provisória de urgência, quais são as consequências para o


autor? A partir de quando tal revogação surtirá efeitos?

R: - As principais consequências é o surgimento da responsabilidade civil e objetiva, devendo o


autor indenizar o réu nos prejuízos que este sofreu com a indevida concessão da tutela de urgência,
independente de culpa (a indenização será nos mesmos autos).
- Tal revogação possui eficácia ex tunc, ou seja, seus efeitos irão retroagir.

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8. Quais são os requisitos comuns nas tutelas de urgência? Explique cada um deles.
R: - URGÊNCIA: que deverá ser concreta (não pode ser meramente hipotética), atual(eminente) e
grave( irreparável ou de difícil reparação)
- PLAUSABILIDADE: a prova, o que justifica o pedido

9.O que é reversibilidade? Este requisito é característico de qual tutela de urgência? Ele
pode ser excepcionado em alguma hipótese?

R: - Reversibilidade é a probabilidade de retornar ao seu estado inicial ou anterior do ato ou da


coisa. Requisito específico da tutela provisória de urgência \ possibilidade de desfazimentos dos
efeitos da concessão da tutela \ pode ser substituído pela caução.
Art. 300, § 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver
perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
Exceção: Caberá a concessão mesmo quando for irreversível se houver direito fundamental do
autor que será sacrificado, observando o magistrado o caso a análise do caso concreto e o princípio
da proporcionalidade.

10. Em que momentos pode ser concedida a tutela provisória? Qual a finalidade de sua
concessão na sentença ou em grau recursal?
R: - Ela pode ser concedida:
Liminarmente no despacho inicial
No saneamento: durante o processo
Na sentença: para suprimir uma possível suspensão
Na fase recursal: - Nesta fase possui a finalidade de dar imediata eficácia a decisão prolatada na
sentença, ou ao contrário, dar imediata suspensão a decisão.

11. Como é efetivada a tutela provisória de urgência? O que são medidas de apoio?

R: a tutela provisória de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. Ela é uma
antecipação do mérito. Antecipar algo que em tese teria somente na prolação da sentença.
Medidas de apoio: probabilidade do direito (fumus boni iuris); e ii) perigo de dano ou risco ao
resultado útil do processo (periculum in mora).

12.Quais são os critérios que o juiz deve levar em consideração para fixação de astreintes?
A multa é cumulada com a indenização?

R: - Os principais critérios que devem ser observados pelo juiz na aplicação das multas diárias é a
razoabilidade e a proporcionalidade, ou seja, a multa deve ser razoável e proporcional à busca da
efetivação da tutela.
- Sim, s e a multa for aplicada sobre réu inadimplente ela se cumulará com a indenização.

13. Cabe concessão de tutela de urgência de ofício? Por quê?

R: - Não cabe a concessão de tutela de urgência de ofício, pois o princípio da congruência ou


adstrição prega a necessidade do magistrado decidir a lide dentro dos limites objetivados pelas
partes, não podendo proferir sentença de forma extra, ultra ou infra petita.

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Em sentido contrário, Daniel Neves defende a possibilidade de concessão de ofício. Para Luiz
Guilherme Marinoni, o juiz não pode conceder de ofíc io, mas pode levantar a questão em face ao
princípio da cooperação. Para o doutrinador Alexandre de Freitas Câmara, a exigência de
requerimento da parte é consentânea com o princípio da demanda, não podendo o órgão j
urisdicional conceder a parte o que não foi pleiteado. Tal exigência deve -se, também, ao fato de
na hipótese de a tutela antecipada ser indevida e causar danos à parte contrária, o autor da ação
ter que responder pelos danos causados, o que não seria possível caso a antecipação dos efeitos
da tutela fosse deferida por uma decisão judicial ex officio.

14. É possível antecipação de tutela contra a Fazenda Pública? As restrições legais são
constitucionais?

Sim, desde que reservadas às restrições contidas na lei 9494/97 (art.1) e art 1059 NCPC.

Art. 1.059. À tutela provisória requerida contra a Fazenda Pública aplica-se o disposto nos arts. 1
o a 4o da Lei no 8.437, de 30 de junho de 1992, e no art. 7o, § 2o, da Lei no 12.016, de 7 de agosto
de 2009.

-A constitucionalidade de tais restrições já foi reconhecida, de forma abstrata pelo STF, que
defende a prevalência do interesse público s obre o particular, porém, no caso concreto, podem ser
afastada se houver situação de direito fundamental sob risco, conforme ADC 4 e ADI-MC 223-6.

- Para Fredie Didier Júnior o dispositivo é inconstitucional, em face da irreversibilidade recíproca;


Para o autor o que se veda é a decretação da compensação com extinção do crédito, mas não os
efeitos práticos da compensação.
O autor, por fim conclui que, a referida restrição, inserida pela EC 30/2001 é inconstitucional por
ferir o princípio da efetividade do processo, bem como da isonomia.

15. Quais são os requisitos da petição inicial da tutela satisfativa antecedente?


a) pedido de tutela satisfativa antecedente (art 305 ncpc): deve explicitar que
formulará, adiante, pedido de tutela definitiva.
b) indicação da tutela definitiva
c) demonstração de plausibilidade (exposição da lide e seu fundamento) e da urgência – 303 caput,
ncpc
d) indicação do valor da causa tendo como parâmetro a tutela definitiva que pretende formular (
303, parágrafo 4º, ncpc)

16. Quais são os requisitos da petição inicial da tutela satisfativa antecedente que visa
estabilização, segundo Didier Júnior?
R: - 1º PEDIDO EX PRESSO DO AUTOR (Ele deve informar que quer a estabilização da tutela
antecedente, sem ampliação do pedido, se esta ocorrer, sendo que, se o autor desejar, no
aditamento, ampliar o pedido, não caberá à estabilização, sob pena de cerceamento de defesa do
réu.)
2º DEFERIMENTO DA LIMINAR (mesmo após audiência de justificação, também se aplica para
liminar deferida no tribunal em sede de agravo de instrumento.)
3º AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO DO RÉU (apresentação de recurso ou outro meio de resistência
no prazo de 15 dias contados da citação e ciência de liminar.)

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17.Sobre o procedimento da tutela antecipada antecedente, o que ocorre se for deferida a
liminar?

R: - Artigo 303 § 1o NCPC


Concedida a tutela antecipada/deferida a liminar:
I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a juntada
de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro
prazo maior que o juiz fixar; (prazo pode ser
dilatado pelo juiz sem novas custas, a não ser que haja necessidade de alteração do valor da
causa).

II - o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na forma do art.
334; (citação do réu para tomar ciência, cumprir ou recorrer da liminar concedida e posterior
intimação da data da audiência inaugural). a citação deve ocorrer antes do aditamento da inicial,
iniciando-se prazo para recurso contra a liminar (10 dias úteis – agravo de instrumento)

18.Sobre o procedimento da tutela antecipada antecedente, o que ocorre se for indeferida a


liminar?

Se indeferida a liminar - a conversão em principal em 5 (cinco) dias - emenda- complementando a


causa de pedir, pedidos e juntada de novos documentos – conversão em procedimento comum.
Para Didier Júnior o autor pode ampliar seu pedido.

19. Quais são os requisitos para a ocorrência da estabilização da tutela antecipada


antecedente?

A tutela antecipada antecedente será estabilizada a pedido do autor, que deve informar que deseja
a estabilização da tutela antecedente, sem ampliação do pedido
(Art.303, §5° NCPC), não cabendo a estabilização caso o autor deseje, no aditamento, ampliar o
pedido (DIDIER); por deferimento da liminar, mesmo após audiência de justificação (Art.300, §2°,
N CPC) (o mesmo aplica-se para a liminar deferida no tribunal em sede de agravo de instrumento
(DIDIER); ausência de impugnação do réu.

20. Como pode ser revisada a tutela antecipada antecedente estabilizada?

R: O objetivo é: ação autônoma visando rever, reformar ou invalidar a tutela estabilizada


(exaurimento da cognição com inversão de iniciativa para o debate) – deve ser instruída com cópias
da petição inicial, documentos e sentença da ação original (304, parágrafo 4º ncpc) o instituto da
estabilização da tutela antecipada não viola modelo constitucional de processo. Ao contrário.
Positiva e esclarece uma situação que sempre foi possível, embora de modo pontual, qual seja, de
uma decisão sumaria tornar-se definitiva. É certo que, antes de se tornar definitiva, ficará
estabilizada, dispensando o autor de complementar a demanda, que será extinta. Ao término do
prazo de dois anos da estabilização, finalmente, por absoluta omissão dos interessados, restará
definitiva.

21.Quais são os requisitos da petição inicial da tutela cautelar antecedente?

R: - São requisitos da petição inicial da tutela cautelar antecedente:


1º PEDIDO DE CONCESSÃO DE TUTELA PROVISÓRIA CAUTELAR ANTECEDENTE com base
no artigo 305, caput, NCPC.

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2º INDICAÇÃO DA LIDE E PLAUSIBILIDADE (descrição dos fundamentos do pedido da tutela
definitiva.)
3º DEMONSTRAÇÃO DO RISCO E URGÊNCIA (perigo na demora)

22.Sobre o procedimento da tutela cautelar antecedente, o que ocorre se for indeferida a


liminar?

R: - Indeferida a liminar na tutela antecedente:


Haverá intimação do autor para aditar a inicial em 05 dias, quando o procedimento será convertido
em comum.

23. Sobre o procedimento da tutela cautelar antecedente, o que ocorre que for deferida a
liminar?

R: - quando deferida a liminar de tutela cautelar o autor tem 30 (trinta) dias para providenciar sua
efetivação e 05 (cinco) dias para providenciar a citação do réu, sob pena de perda da eficácia + 30
(trinta) dias, contados da efetivação da liminar para aditar seu pedido, trazendo a pretensão de
tutela definitiva, sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito e cessação da eficácia
da liminar.

24. Em que situações cessa a eficácia da tutela antecedente?

Cessará quando, segundo o Art. 309 do NC PC: Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter
antecedente, se:

I - o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal;


II - não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias;
III - o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o processo sem
resolução de mérito.

Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela cautelar, é vedado à parte
renovar o pedido, salvo sob novo fundamento.

25. Qual o conceito e o fundamento da tutela de evidência?


R: - É um instrumento por meio do qual a parte que se vê com certeza, com evidências suficientes,
ela poderá pedir o juiz para antecipar os resultados da sentença assim como na tutela antecipada,
mais a diferença é a seguinte: que na
tutela de evidência não precisa comprovar o perigo da demora nem o d ado de difícil e incerta
reparação , basta conter a evidência, a prova inequívoca, a evidência, que será concedida a
antecipação dos efeitos da sentença, o juiz j á pode julgar . O fundamento é a celeridade, o
julgamento antecipado da lide.

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