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6.1 INTRODUÇÃO
• Análises pontuais.
Nos estudos de análise integrada como operações pontuais, cada uma das
localizações geográficas analisadas é considerada de forma independente de seus
vizinhos e a integração de dados é feita utilizando operadores pontuais, sem
considerar os relacionamentos espaciais de vizinhança e entorno.
das variações espaciais das grandezas em estudo e o uso de regras booleanas pode
ser a única forma de realizar estudos de análise ambiental (Burrough, 1998).
Ramalho Filho e Beek (1995) indicam que a aptidão agrícola de terra pode ser
caracterizada a partir de cinco fatores:
• Deficiência de fertilidade.
• Deficiência de água.
• Excesso de água ou deficiência de oxigênio.
• Suscetibilidade à erosão.
• Impedimentos à mecanização.
Para cada caso, os autores consideram cinco graus de limitação: Nulo, Ligeiro
Moderado, Forte ou Muito Forte. Levam ainda em conta o grau de mecanização
e manejo e estabelecem quadros-guia que, com base nas limitações consideradas,
determinam quatro classes de aptidão agrícola (boa, regular, restrita e inapta)
para cada utilização possível da terra.
Com base no trabalho de Ramalho Filho e Beek (1995), um exemplo de programa
de Álgebra de Mapas em LEGAL é mostrado na Figura 6.1. Neste exemplo,
considera-se apenas um tipo de uso da terra (lavoura), no clima tropical-úmido, e
com elevado grau de manejo. O exemplo ilustra ainda uma situação típica de
análises booleanas em Geoprocessamento: É necessário prever todas as
combinações possíveis dos dados de entrada (ou pelo menos uma parte
significativa destas), o que conduz a um grande número de cláusulas.
Apesar da importante contribuição de estudos de integração de dados como os de
Ramalho Filho e Beek, o uso de metodologias qualitativas tem sido criticado na
literatura, devido às limitações das hipóteses de base para tais operações. O
modelo booleano parte da premissa que as variáveis geográficas podem ser
descritas e medidas com exatidão. Na realidade, esta premissa dificilmente é
verificada devido à incerteza inerente nos levantamentos espaciais. Heuvelink e
Burrough (1993) analisaram a propagação de erro em análises booleanas, e
compararam os resultados com os obtidos com técnicas de classificação contínua
{
// Declaracao das variaveis
Tematico defFertil ("DeficienciaFertilidade");
Tematico defAgua ("DeficienciaAgua");
Tematico excAgua ("ExcessoAgua");
Tematico sucErosao ("SusceptibilidadeErosao");
Tematico impMecan ("ImpedimentosMecanizacao");
Tematico aptdLavouraMecan ("AptidaoAgricola");
// Instanciacao das variaveis
defFertil = Recupere (Nome = "defFertil");
defAgua = Recupere (Nome = "defAgua");
excAgua = Recupere (Nome = "excAgua");
sucErosao = Recupere (Nome = "sucErosao");
impMecan = Recupere (Nome = "impMecan");
aptdLavouraMecan = Novo (Nome = "aptdLavouraMecan", ResX = 100,
ResY = 100, Escala = 100000);
// Regras booleanas para aptidao agricola de terras
aptdLavouraMecan = Atribua (
CategoriaFim = "AptidaoAgricola",
{ "Boa" : defFertil.Classe = "Nula" &&
defAgua.Classe = "Nula" ||
defAgua.Classe = "Ligeira" &&
excAgua.Classe = "Nula" ||
excAgua.Classe = "Ligeira" &&
sucErosao.Classe = "Nula" &&
impMecan.Classe = "Nula";
(….)
}
}
0 262,93-374,91
21,75-62,15 374,91-514,83
62,15-116,05 514,83-753,64
7 532 000
116,05-211.77 753,64-1088,53
211,77-262,93 1088,53-3000,47
3000,47-11338,5
1 km.
7 530 000
7 528 000
7 526 000
PNEA
248 000 250 000 252 000 254 000 256 000
1,48-2,7
0
0,0036-0,049 2,7-4,26
7 532 000
0,049-0,23 4,26-7,93
7,93-16,77
0,23-0,88
0,88-1,48 16,77-36,06
1 km. 36,06-122
7 530 000
7 528 000
7 526 000
246 000 248 000 250 000 252 000 254 000
Figura 6.3. Perda de Solo Calculada (em ton./ha.ano-1) Fonte: Kuntschik (1996).
PNE= R * K * LS
LS = 0,00984*L0,63*S1,18
R= 67.335 (p2/P)0.85
Float R = 6675.;
tabs = Novo(CategoriaIni="declive",
// Calculo de LS
L= Recupere(Nome ="L-CompEncosta");
// Calculo de PNE
PNE = R*K*LS;
Um outro exemplo de uso de análise pontual qualitativa foi o estudo realizado por
Almeida Filho (…) para demonstrar o uso de técnicas de processamento e análise
espacial de dados digitais multifonte na pesquisa mineral. Como área de estudo foi
escolhido o planalto de Poços de Caldas, o qual encerra mineralizações radioativas
de urânio e tório. Por possuir uma boa base de informações, aquela área é
adequada a estudos demonstrativos-metodológicos dessa natureza, permitindo a
criação de um banco de dados digitais geocodificados para manipulação em
computador. Conhecimentos geológicos prévios sobre a área, permitirão avaliar a
eficácia da metodologia empregada.
O planalto de Poços de Caldas, na divisa dos estados de Minas Gerais e São Paulo,
constitui uma estrutura em forma de cratera vulcânica grosseiramente circular, com
cerca de 705 km2. A cidade de Poços de Caldas, a qual tem como atividades
econômicas principais a mineração (bauxita, argilas, minerais radioativos) e o
turismo ligado à suas águas e ao clima agradável, localiza-se na borda norte dessa
cratera. A Figura 6.2 mostra o planalto de Poços de Caldas através de uma
composição colorida obtida com imagens do satélite Landsat-1. Como referência
estão indicadas a cidade de Poços de Caldas, principais drenagens, vias de acesso
etc, extraídas de cartas planimétricas da região.
Com base nos critérios diagnósticos já definidos, uma área poderia ser considerada
potencial quando nela ocorrerem concomitantemente:
É fácil deduzir dos dados acima que as médias ponderadas para a área de
estudo ficaram compreendidas entre [0, 65], extremos que indicam,
respectivamente, prioridades nula e máxima para a pesquisa de minerais
Figura 6.8 - Mapa de áreas potenciais para Figura 6.9 - Mapa de áreas com diferentes
a pesquisa de minerais radioativos no prioridades para a pesquisa de minerais
planalto de Poços de Caldas, segundo radioativos no planalto de Poços de
método baseado em álgebra booleana. Caldas, segundo modelo de médias
ponderadas.
Este trabalho de campo permitiu a criação de um banco de dados onde cada região
possuía 54 atributos. A partir desta informação, foi possível gerar 78 mapas
temáticos básicos e derivados, correspondendo aos temas do levantamento. Um
dos mapas gerados (regularidade da estrutura vegetal) está mostrado na Figura
6.11.
Esta operação mostra ainda que as abordagens metodológicas descritas são antes
interdependentes que estanques. No exemplo acima, temos um caso onde o
processo de idenstificação de áreas serviu de base para gerar o mapeamento da
distribuição da regularidade fitofisionômica de Fernando de Noronha.
Para validar a adaptação da metodologia, foi escolhida uma área de trabalho que
corresponde à folha Rio Fresco, codigo SB-22-Y-D e está situada no estado do
Pará, perfazendo uma área de 18150 Km2 (165km x 110km), e esta localizada
entre os paralelos 7° 00′ e 8° 00′ de latitude sul e os meridianos 51° 00′ e 52° 30′
de longitude oeste. Os dados utilizados incluem: