Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A díade terapeuta-
clíente: a interação
enquanto base para
a mudança
Capítulo 25
Alguns estudos sugeriram que não (Sloane e cols., 1975; Kilman e Hoerll, 1974,
Marziali e Sullivan, 1980 apud Gavino, 1996). Marziali, Marmar e Krupnick (1981) apud
Gavino (1996) não encontraram relação entre os resultados da terapia e o comportamen
to interpessoal do terapeuta.
Boa parte dos estudos que avaliam características ou habilidades do terapeuta ado
tam entretanto, dimensões simples do comportamentos desses, permitindo que variáveis
relevantes permaneçam ignoradas. Contrariamente, Gold e Dole (1989) examinaram
dimensões globais da atuação de terapeutas treinados. As pessoas atendidas foram
solicitadas a avaliar quais profissionais lhes ofereceram maior ajuda, entre treinados e
não treinados. O estudo revelou que terapeutas treinados ajudam significativamente mais
do que profissionais não treinados. Stein e Lambert (1995) realizaram uma revisão da literatu
1Estudo realizado sob orientação da Prola. Doutora Rachel Rodrigues Kerbauy, no Laboratório de Comporta
mento e Saúde da Universidade de Sâo Paulo - SP.
I 42-47. 152-155
II 58-61. 166-173
III 339-358. 377- 488. 505-506
IV 156-160. 248-253.277-450. 455- 458.
V 254-258. 283-289. 331-333. 421- 425.
VI 273-276. 309-317.
A 5 0 0
B 2 3 3
C 4 3 3
D 2 0 0
E 4 8 8
F 2 0 0
G 2 2 2
H 1 0 0
Terapeuta Cliente
Faz perguntas sobre o Descreve detalhes da queixa.
problema do qual a cliente
se queixa.
Bibliografia
Cliente: mulher, 38 anos, casada pela segunda vez há 8 anos, módica, nível socio
econômico médio-alto, terceira de quatro filhas mulheres de uma mãe viúva e de um
homem que foi “pai e marido ausente e inexpressivo" (sic).
Queixa: está tensa, ansiosa, angustiada, com medo de ter outra depressão (a primeira
foi há 9 anos, na época da separação do primeiro marido). Tem medo "um medo bobo"
de que o casamento acabe e venha a ficar sozinha por muito tempo e ató para sempre.
Bibliografia
3. O processo de mudança
' Trabalho apresentado na atividade "primeiros passos" durante o VIII Encontro Brasileiro de Psicoterapia e
Medicina Comportamental. Sâo Paulo, setembro de 1999.
3 Pontifícia Universidade Católica de Sâo Paulo. Perspectiva - Núcleo de Estudos em Análise do Comporta
mento. Consultório; Rua Itapeva, 490 - cj. 56 - Sâo Paulo - SP. E-mail; d/am ig®lbm .net
"... Então perai, eu fico até meio brava (...) ela fica se esquivando, se esquivando,
isso vai me dando uma coisa de'p... se expõe mulher", entendeu? Então acho que
foi meio pra isso que eu fiz essa intervenção..." (Zamignani, 1996a)
Dados como este levantam a hipótese de que eventos internos como pensamen
tos, sentimentos, e o processo de discriminação de sentimentos e emoções poderiam
estar participando de uma cadeia de determinação de comportamentos abertos ou en
cobertos do terapeuta. A investigação desse processo comportamental seria necessá
ria, principalmente para a compreensão das variáveis envolvidas na tomada de decisão
do terapeuta durante a sessão.
Banaco (1993) discute a dificuldade do manejo de questões que envolvem senti
O trecho abaixo ilustra algumas das contingências presentes nos primeiros aten
dimentos do terapeuta iniciante:
SA82. "T1. A sensação que eu tive ô assim: a gente tava fazendo um monte de
perguntas, parece que eu e o T2., a gente tava assim, dois Sherloques, a gente
tentando saber: e aí, você sente o quê ? Quando ó assim, você pensa o quê,
você faz o quê? A gente tava fazendo aquela investigação, colocando isso tudo,
e a gente não respondeu nada pra ela... e a í eu precisei de um tempo pra falar
assim: eu não preciso responder nada pra ela(...) E no final da sessão, sabe
quando vocô fica presa? Eu sentia um aperto no peito. Fiquei muito chateadaf...)
De achar que eu não posso fazer nada. De achar que realmente... coitada., ela
sente isso há onze anos, a outra também, ter que sobreviver com cento e cin
qüenta reais, que coisa horrível, ela nào consegue fazer. De achar que... elas
duas falando aquele monte de coisas pra mim, que é super sério, é a vida delas
(...) e pensar assim: o que que eu vou fazer com isso?"
“C1... tá sendo assim meio complicado, sabe? Porque aconteceu uma coisa inte
ressante que tá me dando uma, assim, empolgação, mas não sei se pode ser
uma grande besteira. Uma grande, assim, ... há ... como se diz ... entrar pelo
cano. Sabe assim ter ... assim uma coisa assim ... mas pelo menos está me
levantando o astral, né? Na semana passada ...eu, nào ...No dia das mães meu
pai falou : - Ah, vou te dar uma ajuda, no negócio da Natura. Vou colocar na
Folha, na Revista da Folha, sabe?, um anúncio para vocô.' E ele colocou tudo.
Teve muito pouco retorno. Tinha gente que me ligava, pedia as coisas e não vinha
buscar. Tá bom. Ai passou ...Na semana passada, ligou um moço. Ele falou:
Eu estou interessado em uns produtos da Natura, nó?’ A i eu falei: - Ah, então...
tudo bem!', mas eu fiquei com medo, sabe quando a gente fica meio assim, nó?
Eu falei com minha máe, n ó ...
T1. Medo do quê?
C l. Hoje ele me ligou novamente. A i ele falou: - Olha ... eu ... tô gostando de
vocô. De conversar com vocô. Eu acho sua voz é muito sensual ...'E u falei: -
Parece... sabe que eu tô precisando de um amigo?', falei pra ele, nó? E ...só que
aquilo...?... e eu fui e pá, e tal. - Cê tá louca. Cê tá pondo coisa na sua cabeça.'
Mas pelo menos hoje... hoje eu fico em casa. Hoje eu nào vou...?...
T1. Hoje não va i...
5. Conclusão
Bibliografia