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•I EDITORA
~BLUCHER SO anos
PROÊM/0
PANORAMA H IDROVIÁRIO E DO GERENCIAMENTO COSTEIRO NO BRASIL. ...... .... .... 1
PARTE 1
H IDRÁULICA MARÍTIMA ................................................................................... 35
PARTE3
ÜBRAS PORTUÁRIAS ECOSTEIRAS ....... .................. ......................................... 307
PARTE 4
Ü BRAS H1DROVIÁRIAS ..... .. ... ....... .... ........... .... ................... ............................ 623
Complexo Port\Jórlo
de Tubarão da
Vale, em Vitória (ES).
•11
O Brasil possui 7.367 km de linha costeira voltada para o Oceano Atlântico, que se
ampliam para mais de 8.500 km considerando os recortes litorâneos (bafas, enseadas
etc.). A zona costeira brasileira abriga uma grande diversidade de ecossistemas de
alta relevância ambiental, alternando: mangues, restingas, campos de dunas, estuá-
rios, recifes de corais, além de outros ambientes. Assim, os espaços litorâneos pos-
suem significativa riqueza em termos de recursos naturais e ambientais, que estão a
exigir uma ordenação do processo de ocupação, gestão e controle.
Segundo o Capítulo 17 da Agenda 21 - documento básico emanado da Confe-
rência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio
de Janeiro em 1992 -, todos os países devem implementar programas de gestão in-
tegrada da zona costeira e marinha, visando a utilização desses espaços de forma
sustentável.
Em 1988, a Lei nº 7.661 instituiu o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro
- PNGC. Em 1994 foi iniciado o Programa de Avaliação dos Recursos Vivos na Zona
Econômica Exclusiva - REVIZEE, para consolidar o conceito internacionalmente
consagrado delntegrated Coastal Zane Management-ICZM..
A Hidráulica Costeira e a Estuariná são disciplinas fundamentais no âmbito da
Hidráulica Marítima, uma vez que cost.as e estuários constituem-se nas áreas de en-
contro das águas continentais e oceânicas, das respectivas flora e fauna, bem como
dos sedimentos de origem terrígena e marítima.
· Nesta abordagem, é dada ênfase ao movimento das águas e seus efeitos ffsicos
imediatos.
No âmbito da descrição dos processos costeiros e estuarinos de dinâmica do
escoamento das águas, salina e do transporte de sedimentos, que caracterizam o con-
junto essencial descritivo do comportamento desses corpos d'água, são aqui apresen-
tados os conhecimentos fundamentais para orientar e avaliar a implantação e gestão
de obras de Engenharia Portuária e Costeira.
Assim, a partir do estabelecimento dos fundamentos do comportamento hidráu-
lico costeiro e estuaríno, são obtidos os subsídios básicos para os princípios gerais
relativos ao controle e aproveitamento desses meios, permitindo a avaliação da viabi-
lidade de tais medidas, tendo em vista também o impacto ambiental por elas produ-
zido sobre o meio ffsico.
A abordagem adotada deve ser considerada como introdutória ao tema, procu-
rando apresentar uma visão de conjunto dos processos ffsicos costeiros e estuarinos
que permitam uma boa fundamentação conceituai para o gerenciamento costeiro
e controle dos estuários. Para tanto apresentaram-se, tanto quanto possível, vários
exemplos relativos a estudos de casos costeiros e estuarinos brasileiros, que consti-
tuem a nossa realidade mais próxima.
Panorama Hidroviário e do Gerenciamento Costeiro no Brasil
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Portos de Mucunpe e Pecém
Porto de Areia Branca
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Jonei,o e Nite,i;
Figura 1
Principais portos marítimos brasileiros.
sendo 60% de granéis sólidos, 25% de granéis líquidos e 15% de carga geral.
O Brasil possui uma das maiores redes fluviais do mundo, com cerca de
20.000 km em condições de navegação (ver Fig. 2) sendo a malha navegável total
1
que poderia ligar a Bacia Amazônica à do Prata, sendo que o trecho Amazonas-
Solimões permite o acesso de navios marítimos até cerca de 2.000 milhas náuticas
da costa (em Iquitos no Peru) , podendo ser considerado prolongamento da via
marítima.
O transporte hidroviário interior é, indiscutivelmente, o mais econômico para
deslocamento de grandes volumes de carga com baixo valor unitário entre os mo-
dais competidores diretos, a ferrovia e a rodovia, desde que ressalvados alguns <·) Navegação de longo curso é a
pressupostos. Assim, os polos de origem ou destino das cargas deverão situar-se realizada entre portos de diferentes
próximos a urna hidrovia, o que estimula o armazenamento e a produção de mer- países. Navegação de cabotagem é a
cadorias nas faixas marginais, agregando densidade econômica ao sistema. Se~pre realizada entre portos nacionais.
que houver a participação conjugada de um outro modal de transporte, torna-se e••) Granéis são as cargas de baixo
indispensável que as distâncias percorridas no modal hidroviário sejam bem supe- valor unitário, como minérios e grãos.
riores às demais. Em decorrência, o aproveitamento hidroviário deve estar inserido Carga geral é a mercadoria de eleva-
em programas mais amplos, considerando a exploração dos recursos minerais, o do valor urutário, como a transporta-
desenvolvimento agrícola, industrial ou de planejamento estratégico. da em contêineres.
10 Panorama Hidroviário e do Gerenciamento Costeiro no Brasil
Figura 2
Hidrovias e terminais hidroviários bordo de cargas (elevação de carga ao se passar de um modal para outro) ou trans-
brasileiros.
posições de desrúvel, o transporte hidroviário é o de menor gasto energético. De
fato, estudos internacionais divulgados na década de 1990 mostram que a energia
específica consumida pelo modal hidroviário é da ordem média de 0,6 MJ por t-km,
enquanto, em condições semelhantes, a ferrovia consome de 0,6 a 1 MJ por t-km
e os caminhões pesados, de 0,96 a 2,22 MJ por t·km, sem considerar os custos
ambientais decorrentes. Quanto a esse último aspecto, deve-se considerar que o
modal hidroviário é o de menor imposição de custos ambientais, isto é, de menores
quantidades de energia necessárias para a recomposição ambiental na obtenção do
menor afastamento do equiHbrio pré-existente.
Panorama Hidroviário Nacional 1J
Figura 3
Possíveisligações hidroviárias por
canais de partilha.
c::::::=;::::?Hidrovia de Contorno
Áreas para implantação
de canais de partilha
Q) Paraguai-Araguaia
Oceano Atlântico
(2) Paraná-São Francisco
@ Paraguai-Guaporé
@ Paraná-Paraguai
® ltapicuru-Parnaíba
@ lbicuí-Jacuí
Figura 4
Comboio Tietê na Eclusa de lbitinga (SP).
14 Panorama Hidroviário e do Gerenciamento Costeiro no Brasil
MT I
o Polo urbano
... Polo agroflorestal MS
0 Polo de mineração
SP
o Polo de fronteira
Panorama Hidroviário Nacional
Figura 6
Estratégias de ocupação da Amazô-
nia Legal Brasileira.
Figura 7
- - Ferrovias Área de influência logística do Com-
•• • • • Ferrovias projetadas
- Rodovias pl~xo Portuário do Maranhão (Ponta
= Hidrovias da Madeira-ltaqui-Alumar).
1( Panorama Hidroviário e do Gerenciamento Costeiro no Brasil
Figura 8
Corredores de transporte da Amazô-
nia Legal Brasileira e as ligações com
o exterior.
Panorama Hidroviário Nacional 17
grãos foi de 130 milhões t: 59 milhões de soja, 45 milhões de milho e 12 milhões
de arroz. O Centro-Oeste possui a maior área potencial (52% da área potencial
nacional) na soja do cerrado, e na safra 1998/1999 explorou apenas 13,4% da área
potencial da região. A receita obtida com a comercialização das safras por região
mostra a importância da logística do transporte interno às regiões de trituração e/
ou exportação na definição dos ganhos dos produtores, sendo que o país exporta
o grão in ootura, farelo e óleo. Em 1998, as exportações brasileiras do cornplexó
soja atingiram quase US$ 5 bilhões, ou seja, 26% do valor total das exportações dos
produtos de origem agropecuária e 9% do volume total das exportações do país.
AFig. 9 mostra esquematicamente a produção nacional e o volume de exportação
por porto.
A utilização de sistemas multimodais de transporte, com ênfase no transporte
lúdroviário, aliada ao posicionamento da carga em portos exportadores capazes de
receber navios graneleiros Panamax ou Capesize mais próximos ao destino final do
produto, trará urna redução do custo total de transporte até o consumidor, e au-
mentará a competitividade do produto brasileiro a rúvel internacional, corno já foi
conseguido com o produto da região Sul. Esta concepção beneficiará fundamental-
mente as novas fronteiras, penalizadas atualmente pelas grandes distâncias entre
as áreas de produção e os portos de exportação e pela utilização, quase que exclu-
siva, do modal rodoviário. Assim, nas próximas décadas, as hidrovias do Araguaia-
Figura 9
Produção e exportação de soja em
Produção
Exportação 1998 (grãos, em milhões de tone-
ladas) e percentuais em relação à
produção nacional e exportação
total.
1J Panorama Hídroviário e do Gerenciamento Costeiro no Brasil
Figura 10
Sistema Hidroviário do Mercosul.
D Construção da Barragem
de São Pedro e Canal
lateral em Uruguaiana
• Canalização
do Rio Aguapeí
~ Canalização
do Rio lbicuí
li lbicu~
Canal de partilha
Jacuí
OObras de melhoramento
nos portos
- Hidrovias interiores
= Navegação marítima
de longo curso e
cabotagem
Figura 11
Áreas de risco ambiental nos mu-
nicípios costeiros do Estado de São
Paulo.
Figura 12
ÁJeas de conservação ambiental
nos municípios costeiros do Estado
de São Paulo.
• As áreas deltaicas dos rtos Paraíba do Sul (RJ) e São Francísco (SE/AL), que
estão sofrendo processo erosivo em virtude das obras fluviais implantadas na
década de 1950.
• Os processos erosivos nas praias da Região Metropolitana de Fortaleza (CE),
após a construção do Molhe do Titã para a implantação do Porto de Mucurtpe
na década de 1940, os processos erosivos nas praias de Olinda (PE) em função
das obras portuárias no Recife (PE), a erosão nas praias de São José do Norte
nas décadas subsequentes à de 1910, após a implantação dos molhes de Rio
Grande (RS), e a erosão na Ilha do Mel (PR) com o aprofundamento por dra-
gagem do Canal Galheta para acesso ao Porto de Paranaguá (PR), na década
de 1970.
A falta de planejamento sustentável em muitos casos permitiu o avanço da
urbanização muito próximo das linhas de costa, desencadeando ou agravando o
problema erosivo. Corno exemplo, podem ser citadas:
• A impermeabilização ou remoção dos campos de dunas, como no caso de For-
taleza (CE) e de muitas outras localidades costeiras, como Saquarema (RJ) e
Itanhaém (SP).
• A implantação de edificações e avenidas beira-mar nas áreas de pós-praia,
como em São Vicente (SP), Itanhaém (SP) e Caiobá (PR) e em várias outras
localidades à beira-mar.
Ochamado efeito estufa é um problema global, que no futuro próximo agrava-
rá as questões relacionadas à erosão costeira pela gradual elevação do rúvel médio
do mar, além de anomalias climáticas naturais de longo período que afetam a dinâ-
mica costeira.
Panorama do Gerenciamento Costeiro Nacional 21
Figura 13
Fragilidade dos Fragilidade dos ecossistemas nos
ecossistemas municípios costeiros do Estado de
São Paulo.
~Frágil
rnJilll Muito frágil
Bertioga .
Cubotõo
Guorujó .
Santos
Sõo Vicente
Praia Grande
Figura 14
Navio descarregando lastro no Com-
plexo Portuário de Ponta da Madeira
da Vale em São Luís (MA).
figura 15 1
Etapas de contaminação por água
de lastro.
Durante a viagem
Durante a viagem
Fundamentos sobre Porto Concentrador de Carga e Cabotagem .2J
também um desejo preservacionista, o que cria uma situação conflitiva, a qual
somente pode ser solucionada por uma política sustentável de gerenciamento cos-
teiro.
Acondução de uma política sustentável de gerenciamento costeiro tem de con-
siderar os processos marítimos, as estratégias de gerenciamento visando atingir a
meta almejada e as possibilidades e soluções gerenciais. Nesse contexto, é funda-
mental que os planejadores e tomadores de decisão estejam assessorados pelo profis-
sional especialista em Hidráulica Marítima, cujo conhecimento deve ser transmitido,
de forma claramente objetiva, para a opirúão pública.
Agestão integrada da costa brasileira deve nortear-se nos próximos anos pelas
seguintes recomendações: ·
• Estabelecimento de níveis de criticidade de gestão a partir do zoneamento
ecológico-econômico, pennitindo a instituição de normas reguladoras do uso
dos terrenos.
• Os grandes problemas ambientais decorrem, sobretudo, de ocupações e obras
inadequadas. Amaior vulnerabilidade corresponde às metrópoles e ilhas cos-
teiras, e tende a acentuar-se em função dos projetos de infraestrutura. Assim,
o elemento primordial para a gestão é a prevenção, sem prejuízo das ações de
recuperação já iniciadas. No caso das regiões metropolitanas, é recomendável
definir sua capacidade de suporte e estabelecer as exigências e normas para
novas implementações. No caso das áreas não comprometidas, o ecoturismo
regulamentado parece uma boa alternativa, quando associado a opções de ex-
ploração sustentável dos recursos naturais em escala artesanal.
• É fundamental integrar as ações, articulando o gerenciamento costeiro com a
gestão das bacias hidrográficas, no nível continental, e com o programa Recur-
sos Vivos na Zona Econômica Exclusiva - REVIZEE, no ruvel marítimo.
Pelo menos quatro portos no Brasil, Santos, Sepetiba, Suape e Rio Grande,
além dos portos de Montevidéu (Uruguai) e Buenos Aires (Argentina), apresen-
tam credenciais a concentradores de carga no Atlântico Sul, notadamente para
carga geral, solta e conteinerizada. OPorto de Santos detém o melhor resultado na
soma dos requisitos de porto concentrador de carga do Atlântico Sul, considerando
que esse processo esteja incorporado e consolidado até 2010, pois os portos con-
correntes poderão adequar-se, em especial nas defasagens de logística terrestre,
regularidades das linhas de navegação e credibilidades dos mercados importador
e exportador.
Fundamentos sobre Porto Concentrador de Carga e Cabotagem 25
Figura 16
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V,
(]) Santos de 1990 a 2002.
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Fundamentos sobre Porto Concentrador de Carga e Cabotagem 27
Figura 19
70 Movimentação da cabotagem de
carga conteinerizada no Porto de
Santos (1993-2002).
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Fotografia de trecho do Porto de
Santos (SP).
Panorama Hidroviário e do Gerenciamento Costeiro no Brasil
Flgura21
Rotas marítimas de cabotagem
e longo curso a partir do Porto de
3.1.1 Sustentabilidade da cabotagem
Santos.
A partir de pesquisas de transbordo e tonelagens movimentadas comparativamente
entre os portos (ver Fig. 22), é possível evidenciar as potencialidades de cada estru-
tura e logística portuárias. De fato, as pesquisas de janeiro a junho de 2003, em linhas
de navegação, confirmam o potencial do Porto de Santos como porto concentrador
de carga, com 5.659 transbordos -53% do total de 10.827 TEU - dessa operação rea-
lizados entre os portos de Fortaleza e Buenos Aires. Na mesma figura, apresentam-se
os dados de pesquisa sobre movimentação de contêineres pelas linhas de navegação
que operaram no Porto de Santos em janeiro de 2004, cuja operação consegue atingir
até 100 TEU/h. Os navios para efetuarem essa operação poderiam situar-se entre 500
e 2.500 TEU (em média, 15 t'TEU), enquanto os de longo curso situam-se acima de
3.500 TEU, até os maiores de mais de 8.000 TEU.
Em 2004 havia no mundo 3.300 navios porta-contêineres em operação, totalizan-
do capacidade global para 7,2 MTEU, com crescimento acentuado de encomendas
de navios acima de 8.000 TEU, o que agregará nos próximos anos mais 1 MTEU ao
total global. Assim, as exigências de profundidades de 14,5 a 16 rn em canais, bacias
e berços, bem como largura de retroárea mínima de 500 m, passam a ser mandatórias
para os portos concentradores. Na atualidade, as rotas de longo curso de mínimo frete
serpenteiam em torno do Trópico de Câncer.
Em cada situação, devem ser consideradas as políticas de sustentabilidade da
navegação de cabotagem, conforme elencado a seguir:
• vinculação das linhas de cabotagem às expressas de longo curso;
• consequente redução de até 50% do tempo de viagem dos navios do Atlântico
Norte com a redução de escalas;
• crescimento do faturamento e consequente absorção da pernada de cabota-
gem dentro do frete de longo curso;
• favorecimento para implantação e crescimento do Feeder Service;
Fundamentos sobre Porto Concentrador de Carga e Cabotagem
Total
Mês Atividade BUE MVD RIG ITJ SFS PNG SNS SSA SPB RIO SUP REC FOR PEC
global
Exportação 94 131 4 5 19 253
Janeiro
de Importação 18 2 33 77 3 31 17 183
2003
Total 18 2 127 208 7 6 31 17 19 436
Exportação 197 430 17 90 736
Fevereiro
de Importação 37 4 59 37 189 128 454
2003
Total 38 4 256 37 619 17 128 90 1.190
Exportação 282 7 448 54 793
Março
de Importação 90 3 116 8 242 527 986
2003
Total 90 3 398 8 7 690 54 527 1.779
Exportação 44 227 72 21 663 48 2 1.078
Abril
de Importação 145 5 90 5 171 260 676
2003
Total 145 49 317 72 26 834 48 262 1.754
Exportação 109 304 46 954 67 1.481
Maio
de Importação 83 87 103 13 285 259 831
2003
Total 83 196 407 59 1.239 67 259 2.312
Exportação 172 313 19 11 1.656 103 2 2.277
Jünho
de Importação 96 122 34 413 413 1.079
2003
Total 96 294 347 19 12 2.069 103 2 413 3.356
Total exportação (unid) 325 1.417 91 86 4.282 293 10 o 2 109 o 6.618
Total importação (unid) 469 223 435 o 46 19 1.377 3 o 31 1.604 o 4.209
Total global (unid) 470 548 1.852 137 105 5.659 296 11 31 1.606 109 10.827
Figura 22 Regiões SFS: São Francisco do Sul (SC) RIO: Rio de Janeiro (RJ)
Pesquisa de transbordo de contêineres BUE: Buenos Aires (Argentina) PNG: Paranaguá (PR) SUP: Suape (PE)
nos principais portos brasileiros, em Mon- MVD: Montevidéu (Uruguai) SNS: Santos (SP) REC: Recife (PE)
tevidéu (Uruguai) e em Buenos Aires (Ar- RIG: Rio Grande (RS) SSA: São Sebastião (SP) FOR: Fortaleza (CE)
gentina).
ITJ: ltajaf (SC) SPB: Sepetiba (RJ) PEC: Pecém (CE)
JO Panorama Hidroviárío e do Gerenciamento Costeiro no Brasil
Ano
Rodoviário Ferroviário Aquaviário Dutovlárlo Aéreo
1996 63,68 20,74 l \,47 3,78 0,33
Nos países com potencial aquaviário, a cabotagem, por ser reconhecida pelo
seu relevante valor socioeconômico e ambiental, se insere no conceito do desen-
volvimento sustentável. Além de regras e estímulos dedicados, esse transpor-
te é amplamente aplicado e amparado por normas e leis de proteção próprias.
Destaca-se a Lei de Jones - Jones Act -, dos Estados Unidos, que desde 1910
protege os segmentos da cabotagem, fomentando e privilegiando o mercado in-
terno norte-americano.
, A quantidade de linhas de navegação para a cabotagem está aumentando, o
que gera:
• maior oferta de navios: em 2004, operavam no Brasil somente 12 navios
de cabotagem de carga geral, enquanto nos Estados Unidos contavam-se
cerca de 1.000;
• maior quantidade de escalas;
• menor tempo de trânsito;
• maior competitividade;
• redução de custos, inclusive com a possibilidade de medidas da Agência
de Transportes Aquaviários do Ministério dos Transportes que sejam sus-
tentáveis, de modo a desonerar a cabotagem e estimular o transbordo/
baldeio, em especial de contêineres em portos nacionais;
• integralização entre os modais de transporte;
• serviço porta a porta e credibilidade para o consumidor.
J2 Panorama Hidroviário e do Gerenciamento Costeiro no Brasil
Figura 23
(A) Marino ltonhoém ISP).
IB) late Clube de llhabela (SP).
(C) Centro Náutico de Salvador (BA).
Marinas e Atracadouros Pesqueiros .JJ
4 MARINAS EATRACADOUROS PESQUEIROS
Aatividade twistica ligada às marinas, ou portos de recreio, que correspondem a um
cortjunto de instalações à beira-mar necessárias aos usuáriós de pequenas e médias
embarcações destinadas ao esporte náutico e ao lazer Cver Fig. 23), é responsável atu-
almente no Brasil por mais de 10.000 empregos diretos. Em 1995, havia 110 marinas.
marítimas e fluviais operando no Brasil, sendo que, das marítimas, mais da metade
se concentra nos litorais dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, com capacidade
para abrigar 5.000 barcos de uma demanda de mais de 50.000.
Nos últimos anos, houve um sensível incremento nos projetos de marinas no
Brasil, cont.ando-se com grandes empreendimentos completos para mais de 900 va-
gas molhadas. Nestas instalações, devem est.ar considerados os aspectos de apoio
náutico: auxílio rádio/navegação, ancoragern/poitas, docagern e desembarque; bem
corno o apoio e informação de terra: comunicação, abastecimento, assistência téc-
nico-mecânica, reparos, água, suprimentos, hospedagem, restaurantes, assistência
à saúde, bancos e seguradoras. Somente corno exemplo, nas marinas do Estuário do
Rio Itanhaérn (SP) contavam-se cerca de 200 barcos em estatística feita em 1998.
No Brasil, a Zona Econômica Exclusiva - ZEE, que corresponde à faixa de mar
entre o limite do mar territorial (12 milhas náuticas da costa) e 200 milhas náuticas
da costa, é de 3,5 milhões de krn2, com potencial, sem comprometimento de esto-
ques, de 1,5 milhão de t/ano. A pesca artesanal desenvolve-se no mar territorial,
enquanto a pesca industrial estende-se pela ZEE. Em 2001 o Brasil retirou cerca
de 470.000 t de pescado do seu mar com uma frota pesqueira de cerca de 40.000
barcos, desde as artesanais canoas a embarcações de grande porte, o que resultou
em exportações no valor de US$ 270 milhões, incluindo a aquicultura de água doce
e salgada e os recursos de origem fluvial (em 2003, chegou-se·a US$ 419 milhões).
Cerca de 1 milhão de pessoas trabalham no setor pesqueiro brasileiro. Aprodução
pesqueira nacional caracteriza-se pela proporção: 51 % artesanal, 28% industrial e
21 % aquicultura.
Corno exemplo da importância desta atividade, cite-se o município de Cana-
neià (SP), que tem a pesca corno sua base econômica. Em 2000, foram desem-
barcadas 2.000 t de pescado, movimentando-se US$ 2 milhões no comércio direto
de produtos costeiros, por mais de 300 barcos. A pesca artesanal e a comercial
mecanizada (com autonomia de mar de cerca de 15 dias) apresentam potencial de
desembarque de mais de 7.000 t/ano, como ocorreu em 1979. Na Fig. 24 apresen-
tam-se exemplos de algumas instalações pesqueiras.
J4 Panorama Hidroviário e do Gerenciamento Costeiro no Brasil
Figura 24
(A) Cais do Rio Preto em Peruíbe (SP).
(B) Cais Guaraú no Rio ltanhaém (SP).
(C) Cais pesqueiro de llhabela (SP).
•
Hi<iroélinârnica das
1
. ·, Ondas do Mar 37
2 Mares e Corrente·s Bi
1
3 · Processos
Litorâneos·· 131
185
J{ Hidráulica Marítima
LISTA DE SÍMBOLOS
a amplitude da onda, aceleração centrípeta orbital Q~ vazão de transporte de sedimentos litorâneo lo~tudinal
aB amplitude orbital (metade da excursão total) das partfcu- resultante
las fluidas no topo da camada limite oscilatória (aproxi- R distância entre dois corpos que se atraem, vazão de água
madamente no fundo) doce
a' compacidade dos sedimentos Re: número de Reynolds densimétrico
A semieixo horizontal do movimento orbital em onda de os- s salinidade
cilação, distância vertical entre o datum e o nível ~édio s área de seção transversal
do mar, parâmetro utilizado por Keulegan na análise de t ordenada temporal
cunha salina estacionária em estuários T período de onda curta ou de maré
B semieixo vertical do movimento orbital em onda de osci- período médio de onda de oscilação
lação comprimento em baixa-mar para a máxima salini-
Tz
u componente horizontal da velocidade orbital da onda de
dade 'oceânica atingir a extremidade oceânica do estuá- oscilação, velocidade longitudinal
rio
UB máximo valor da velocidade orbital das partículas fluidas
e celeridade, ou velocidade de propagação, ou velocidade no topo da camada limite oscilatória (aproximadamente
de fase das ondas
no fundo)
Cg celeridade de grupo de ondas, ou velocidade de propaga-
ção da energia total das ondas (no fluxo de energia) u velocidade de transporte de massa pelas ondas curtas
UA velocidade ajustada do vento a 10 metros acima do nível
e coeficiente de Chézy domar
Di diâmetro de sedimento comi% em peso de diâmetro me- V velocidade da corrente litorânea longitudinal gerada na
nor arrebentação das ondas
D'o coeficiente de difusão aparente
vr velocidade de água doce
E energia contida numa onda por unidade de área velocidade densimétrica
Er energia contida numa onda por unidade de largura (com- Vi.
w componente vertical da velocidade orbital da onda de os-
primento de crista)
cilação
Fu força gravitacional
parâmetro de queda de Dean
w largura de estuário
Fo X ordenada horizontal
g aceleração da gravidade z ordenada vertical
G constante universal de gravitação
O'. ângulo formado pelas cristas das ondas com a isóbata
h profundidade d'água esbeltez, ou encurvamento, ou declividade da onda
6
H altura da onda 6. fase de componente de maré
k número de onda índice de arrebentação, peso específico da água
'Y
Kr coeficiente de refração das ondas
'Ys, 'Y~ pesos específicos dos grãos pesados ao ar e submersos
Ks coeficiente de empolamento das ondas
"'l ordenada da partícula d'água com referência ao nível mé-
Kz fator de resposta de pressão das ondas dio da órbita da onda
L comprimento da onda À comprimento de onda de maré
Lo comprimento de cunha salina µ. viscosidade dinâmica
m declividade da praia V viscosidade cinemática do fluido
M massa, transporte de sedimentos litorâneo longitudinal 8 fase da onda de oscilação, defasagem angular entre o ní-
anual vel e a velocidade numa onda de maré
n relação entre a velocidade de grupo e a de fase das ondas, p massa específica do fluido
coeficiente de Manning massa específica dos grãos pesados ao ar
N parâmetro utilizado por Ippen na análise de estuários Ps
C1 frequência angular da maré
misturados
'Ts tensa.o de arrastamento de estabilização sobre o fwulo
p pressão das ondas
p exercida pelas correntes
potência contida numa onda por unidade de largura frequência angular das ondas
w
pd potência dissipada por atrito no leito na arrebentação das
ondas e utilizada na geração das correntes litorâneas de
n prisma de maré
arrebentação
Pi potência transmitida paralelamente à costa e por unidade SUBÍNOICES:
de comprimento de praia na arrebentação b relativo à arrebentação
Q vazão liquida e assinala valor crítico quanto ao início de arrastamento
Qd vazão de transporte de sedimentos litorâneo longitudinal dos sedimentos
rumando para a direita da praia o indicativo das características das ondas em águas profun-
Qe vazão de transporte de sedimentos litorâneo longitudinal das, relativo à grandeza na embocadura oceânica de um
rumando para a esquerda da praia estuário
Qg vazão de transporte de sedimentos litorâneo longitudinal RMS raiz do valor quadrático médio na arrebentação
global s indicativo de onda significativa
HIDRODINÂMICA DAS ONDAS
DOMAR
rumo de propagação a uma média dos rumos das vagas individuais. As vagas mais
rápidas· sobrepõem-se e passam sobre as mais lentas vindo de ·diferentes rumos.
Algumas vezes, essa interação é construtiva, e outras vezes, destrutiva. Quando as
ondas movem-se para fora da zona onde são diretamente afetadas pelo vento, assu-
mem um aspecto mais ordenado, e são denominadas ondulações, com a configura-
ção de cristas e cavados definidos e com uma subida e descida mais rítmicas. Essas
ondulações são aproximadamente paralelas e propagam-se de modo sensivelmente
uniforme e sem grandes deformações em direção à costa ou às margens, sendo,
portanto, ondas bidimensionais. Chegam à costa com intensidade variável em fun-
ção das características adquiridas quando de sua geração. Tais ondas podem viajar
centenas ou milhares de quilômetros após deixarem a área em que foram geradas,
sendo sua energia dissipada internamente ao fluido, pela interação com o ar, no
leito em águas rasas e na arrebentação.
Na zona de geração das vagas, não é possível o estabelecimento de um equa-
cionamento analítico do movimento, pois as rajadas da ação do vento são um fenô-
meno essencialmente aleatório, que deve ser tratado estatisticamente. Nesta zona,
as vagas comportam-se corno oscilações forçadas, em que a força perturbadora do
vento é continuamente aplicada. Já as ondulações podem ser mais aproximadas ao
conceito de ondas cilíndricas (bidimensionais) simples, sucessivas, equidistantes e
de formas idênticas que se propagam com celeridade constante e sem deformações
em águas profundas, constituindo um trem de ondas. Neste caso, as ondulações
comportam-se muito mais corno oscilações livres, isto é, sem a ação da força per-
turbadora do vento que as produziu e dependendo apenas da força da gravi~ade,
o que permite o estabelecimento de formulações analíticas para o equacionamento
do fenômeno. ·
As teorias formuladas para descrever analiticamente o mecanismo das ondas
de oscilação são baseadas em ondas simples descritas por funções matemáticas
elementares que podem ser usadas para descrever o movimento das ondas. Para
muitas situações práticas, essas formulações simplificadas fornecem previsões con-
fiáveis para as aplicações em Engenharia.
Em geral, o fenômeno das ondas de oscilação é complexo e difícil de ser des-
crito matematicamente devido às características de não-linearidade, tridimensio-
nalidade e aleatoriedade. Entretanto, há duas teorias clássicas, urna desenvolvida
por Airy e outra por Stokes, que descrevem as ondas simples e que preveem bem o
comportamento das ondas, principalmente em lâminas d'água maiores relativamen-
te ao comprimento de onda. Entre as teorias de ordem superior, ou de amplitude
finita, citam-se a de Stokes de ordem superior, a cnoidal e a solitária.
A teoria de onda mais elementar, referida corno de pequena amplitude ou li-
near, foi desenvolvida por Airy e é de fundamental importância, uma vez que não
somente é de fácil aplicação mas também confiável, abrangendo um grande campo
de todo o regime de ondas. Matematicamente, essa teoria pode ser considerada
corno urna primeira aproximação de uma completa descrição teórica do comporta-
mento da onda.
Aobservação de um flutuador na superfície das ondas revela que sua posição
oscila horizontal e verticalmente em torno de uma posição fixa. Isso pode parecer
paradoxal, já que o perfil das ondas move-se progressivamente junto ao flutuador
com velocidade definida. Obviamente, a velocidade do flutuador, que corresponde à
velocidade da partícula d'água, e a velocidade com que a crista da onda se propaga,
Introdução Sobre Ondas de Oscilação J.!)
que corresponde à velocidade de fase ou celeridade da onda, são muito düerentes.
Assim, o conceito de ondas de oscilação ou quase oscilatórias pode ser entendido:
corresponde àquelas ondas em que as trajetórias descritas pelas partículas são ór-
bitas fechadas ou quase fechadas em cada periodo de onda·.
Ondas sinusoidais ou harmônicas simples, corno as tratadas neste capítulo, são
ondas simples cujo perfil superficial pode ser descrito por urna única função seno
ou cosseno. Elas são periódicas porque o seu movimento e o seu perfil superficial
são recorrentes em iguais intervalos de tempo, definindo o período.
Por outro lado, urna forma de onda que se move relativamente a um ponto fixo,
definindo um rumo de propagação, é denominada onda progressiva, que, portanto,
reproduz-se no tempo e no espaço. E a onda é denominada de estacionária quando
sua forma não tem rumo de propagação, e sua celeridade é nula.
A teoria linear de Airy descreve ondas puramente oscilatórias. Muitas teorias
de ondas de amplitude finita descrevem ondas quase oscilatórias, já que, na reali-
dade, o fluido desloca-se um pequeno comprimento no rumo de propagação das
ondas em cada passagem sucessiva de onda. É importante distinguir os vários tipos
de ondas que podem ser gerados e propagados. Na classificação das ondas apre-
sentada na figura a seguir, o período, intervalo de tempo que uma onda dispende
para progredir urna distância de um comprimento de onda, ou o seu recíproco,
a frequência, relacionam-se à quantidade relativa de energia contida nas ondas.
São também indicadas as forças geradoras primálias e de restauração para as
várias regiões desse espectro de energia.
De primária importância são as ondas de gravidade geradas pelo vento, que
têm períodos de 1 a 30 s - os períodos mais frequentes são de 5 a 15 s -, pois são
normalmente as mais importantes nos estudos de Hidráulica Marítima e de grandes
lagos. São denominadas ondas de gravidade porque a principal força restauradora
é a da gravidade, isto é, a força que tenta restabelecer o estado de equilíbrio em re-
pouso da superfície da água. Esse tipo de ondas apresenta uma grande quantidade
de energia a elas associada.
O espectro de ondas genérico é essencialmente contínuo das ondas capilares,
passando pelas ondas gravitacionais, ondas de longo período (corno as oscilações
de superffcie em bacias portuárias, tsunamis gerados por terremotos ou erupções
vulcânicas submarinas, maremotos gerados por perturbações meteorológicas de
grande escala como furacões), até as marés astronômicas. Entretanto, nem todos
os períodos de ondas estão presentes num dado local e num determinado instante,
embora usualmente coexistam muitos düerentes períodos, mesmo que somente
com baixos níveis de energia. Por exemplo, a análise detalhada de urna série histó-
rica de níveis d'água num ponto de urna baía pode mostrar ondas de vento de 2 a
6 s, oscilações geradas pelo deslocamento de urna perturbação meteorológica com
período de 1 h e urna maré com componentes de período de 12 a 24 h.
Como vimos, as ondas de gravidade podem ser subdivididas em vagas e ondu-
lações. As primeiras são denominadas ondas de crista curta por conta das interse-
ções de ondas que se propagam em düerentes rumos, e são usualmente compostas
por ondas mais esbeltas (sua esbeltez ou encurvamento - relação entre a altura e
o comprimento de onda - é maior) com períodos e comprimentos de ondas mais
curtos e superfície d'água muito mais perturbada pela ação direta do vento. E as
ondulações são denominadas de ondas longas e são muito mais regulares, pois não
estão sujeitas à ação intensa do vento.
40 Hidrodinâmica das Ondas do Mar
Figura 1.1
(A) Vistos do canal de ondas do LHEPUSP. (São Paulo.
Estodo/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
42 Hidrodinâmica das Ondas do Mar
IB c
Movimento orbital real com órbita não fechada (deriva resultante)
ag cosh k(z+h) ll
u= - COSu
c cosh (kh)
ag senh k(z +h) ll
w= senu
c cosh (kh)
u, w. componentes horizontal e vertical da
velocidade orbital tangencial (Airy)
gnH cosh k(z+hJ ll
ax= senu
l cosh (kh)
-gn:H senh k(z+h)
az= cose
L cosh (kh)
ax, az: componentes horizontal e vertical da
aceleração centrípeta orbital (AiryJ
L= gT tanh (kh)
(1)
Figura 1.1
IBJ Definições e equacionamentos básicos de uma onda oscilatória progressiva sinusoidal
simples, segundo Airy.
Ondas Monocromáticas e Ondas Naturais
,
1.2 ONDAS MONOCROMATICAS EONDAS
NATURAIS
A onda de oscilação do tipo mais simples é a monocromática (ou regular, ou de
frequência única), que possui um único valor de altura, H, e período, T, sendo
cada onda idêntica às outras. Se a onda tem uma altura muito reduzida compa-
rada com o seu comprimento, aproxima-se bem de urna oscilação do nível d'água
senoidal, e seus parâmetros podem ser fornecidos pela teoria linear de ondas. As
ondulações aproximam-se razoavelmente bem das ondas monocromáticas.
As ondas naturais (irregulares, ou randôrrúcas) no mar compreendem um
espectro de perlodos, 1umos e alturas de ondas. O espectro de frequência, S (w),
fornece a distribuição da energia da onda como função da frequência angular w =
21r/T. Os espectros medidos no mar podem ser aproximados por duas formas
extremas: ondas plenamente desenvolvidas em águas profundas e pico mais de-
finido e afilado, que se aplica à agitação na plataforma continental. Essa última
condição é mais apropriada quando se analisam situações costeiras para estudos
de processos litorâneos, pois as ondas "sentem" o fundo e, portanto, o sedimento
"sente" a onda.
A Fig. 1.2 ilustra dados de mar, registrados por ondógrafo em 25, 26 e
27/01/1973 na Plataforma Marítima P-3 da Petrobras, no litoral do Estado do Es-
pírito Santo. No dia 26, nota-se um deslocamento do sistema de alta pressão polar
para NE. Como a alta do Atlântico Sul permanece na sua posição, gera-se uma
linha de instabilidade estendendo-se na altura do litoral do Rio de Janeiro. Essa
linha provoca um aumento na velocidade do vento na costa do Espírito Santo,
observando-se vento de N e NNE com intensidade de 15 nós. A frente fria passa
pela área de interesse no dia 27, produzindo mudança na direção dos ventos para
SW e SSW, influindo diretamente na mudança da pista de sopro livre dos ventos
sobre a superfície do mar. Acosta do Espírito Santo nestas latitudes praticamente
tem orientação N-S, resultando numa pista de sopro livre de aproximadamente
40 MN, para os ventos de SW e SSW, enquanto para ventos de NE e NNE a pista
44 Hidrodinâmica das Ondas do Mar
Figura 1.2
(AJ Posição da plataforma P-3 (19°22' S; 39°12' W).
(B) Carta sinótica do dia 26/01/1973 às 9h GMT.
(CJ Desenvolvimento do mar ilustrado pelos espectrosde
distribuição de energia.
Dispersão da Onda eVelocidade de Grupo
Figura 1.3
{A) e (8) A composição de dois tr~ns
1.3 DISPERSÃO DA ONDA EVELOCIDADE DE de onda {mostrados em preto e cin-
za) de comprimentos ligeiramente
GRUPO diferentes {mos de mesmo amplitu-
de). formando grupos de ondas.
Aquelas ondas em águas profundas que têm maiores períodos e, consequentemen- {C) Trecho de ondogroma registra-
te, maiores comprimentos deslocam-se mais rapidamente, sendo as primeiras a do com ondógrofo de ultrassom ao
largo da Ilho do Moela em Santos
atingir regiões afastadas da tempestade que as gerou. O registro numa localidade {SP). numa profundidade de 22 m
de ondas provenientes de uma tempestade a grande distância (mais de 500 milhas no dia 18/01/1980.
náuticas, digamos) mostra ao longo do tempo que o pico do espectro de energia
Tempo
Grupo de onda
Hidrodinâmica das Ondas do Mar
e
g
=~(l+
2 senh
2kh
2kh
J
Energia da Onda 47
sendo, em águas profundas,
Co
ego =2
n0 =0,5
e em águas rasas,
Cg = C
n=l
Assim, excetuando a área de águas rasas em que cada onda representa seu
próprio grupo, a celeridade das ondas é maior do que a celeridade de grupo. Dessa
forma, um observador que segue um grupo de ondas com a sua velocidade nota que
as ondas componentes smgem no ponto nodal da retaguarda do grupo e movem-se
para a frente, através do grupo, viajando com a celeridade, e desaparecem no ponto
nodal da vanguarda do grupo.
Aceleridade de grupo é importante porque é com essa velocidade que a ener-
gia das ondas se propaga.
p = yacosh[k(h+ z)]cos(kx-mt) - rz
cosh(kh)
Figura 1.4
Diagramas de cargas de pressões 11 = a e
pela passagem da crista e cavado
da onda.
I
I
I
I
I
I '
I
I
11 11 - kz)
1
I
I
1
I '
I
h I
I
I
I
1
1
COíQO CarQO
hidrostafica hidrostatica
para essas duas condições extremas é a seguinte: por ocasião da passagem de uma
crista, as partículas apresentam aceleração centrífuga dirigida para cima, aliviando
a gravidade, enquanto no cavado a aceleração centrífuga é dirigida para baixo no
sentido da gravidade.
A defuúção dos diagramas de pressão causados pela passagem de ondas pro-
gressivas é importante para a deternúnação de esforços em elementos de obras
vazadas, como estacas de platafonnas.
HRMS : ~H: )
Segundo essa distribuição, são estes os valores notáveis para as alturas de
ondas:
H00 = 1,86 Hs (P(HmáJ = 0,001);
0,706 H5 ;
HRJ,.fS =
H = 0,626 Hs (média)
Cada onda é caracterizada pela porção do registro ondográfico contido entre
dois cruzamentos sucessivos do rúvel médio do mar no período de registro (zero),
podendo-se considerar o cruzamento ascendente ou descendente.
fo Hidrodinâmica das Ondas do Mar
Figura 1.5
Distribuição de Rayleigh. 2 3
J
\
Vi' H 1para 1var1os
a ores eHs •. 1vaIores
1 de1 P(H)
Probabílidode H/H5
de excedência
\ 10-s .
2 X 10-5
2.40
2.33
~50
\ 5 X 10-5
10-4
2 X 10-4
2.22
2,15
2,06
\\
5 X 10-4 1.95
a..
10-3 1.86
2 X 10-3 1.77
5x 10-3 1.63
20 0,01 1.51
o
\ 0,02 1,40
·u \ 0.05 1.22
(~10 1
"O
Q)
~ 5
\ 0.10
0.125
1.07
1.02
0.135 1.00
Q)
Q)
"O
Q)
"O
2
\ 0.20
0,50
0,898
0.587
o
"O \ 1.00
º·ººº
::10°
.o \
_g 5
e
a..
2 \
10-1 \
5 \\
2 r-...
10-2 \
5
\
\
2
l ()-3 o 2 3
Relação entre as H
alturas de ondas Hs
0.1
0,2
- o~! ~
1 veZ/1 ano
0,5 /
~ 1 l.
t
o 2
Ti
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99,95
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0.2 o.J 0.4 o.s o.6 o,7o.a o.9 1.0 2 3 4 5
Hs(m)
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100
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Hmáx(m)
30
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o
~ 10 m:=Y=t-ttt±B:;8 2.0
8 i-----1t----t---'"".t---;t--tt-t-t--H----"<d-..-t--
T-7::"tt:t-+l-++-++l-.U 1.5
""'d--/-...-+-~-+~T""/,,o:d--l--f-J' f - -f -hF-'I'
o
1 2 5 10 20 50 100 200 500 1.000
Comprimento da pista de sopro (fetch) (km)
23º
Norte
Figura 1.9
(A) Média anual dos pa- ~ Período de registro
râmetros de ondas obti- 1,6 do.ondógrqfo
1
dos dos dados do BNDQ
IBrasil/Marinha/DHN) e da 1,4
Nuclebras/CDTN (1982 a
1985) para o subquadra-
do 46 do quadrado 376
de Marsden. Região ao
-E....o 1,21,0
largo da Praia Grande ....:::>
(SP). (Araújo e Alfredlni, < 0,8
1
2001) 0,6 Média= 1,1 m
0,4
1965 1970 1975 1980 1985 1990
Ano
160
Linha de tendência
> 150
t" 140
o
!
E 130
:::>
~ 120
110
1
Média = 135,5°
1965 1970 1975 1980 19~5 1990
Ano 1
1
•
8 :.
~ 1
coTN:
7 :1
1 1
1
1
1
1
\ ·--·-~
1
~ 6 1
1
1
o
'O
,Q
5
....Q)
a. 4
Média= 5,0s
3
1965 1970 1975 1980 1985 1990
Ano
figura 1.9
NV Rosa anual de Rosa anual de (BJ Rosa de ondas re-
altura significativa período médio presentativas de 1 ano
em água profunda a
partir dos dadosda
Nuclebras/CDTN (1982
a 1985) da Praia do Una
~ . em lguape (SPJ.
1.6.1.2 Empolamento
O empolamento consiste na alteração da altura da onda que decorre somente da
Figura 1.10 redução da profundidade, pouco antes da arrebentação a onda atinge sua altura
Linha de costa da Ponta de ltaipu à máxima.
Ilha Comprida (SP).
Praia de Suarão
Rio ltanhaém
o 5 10 km
Efeitos de Águas Rasas 57
A Tab. 1.3 ilustra a variação do comprimento e da celeridade de uma onda de
período T = 7 s para algumas profundidades segundo o cálculo da teoria linear de
ondas. Pode-se notar que entre profundidades grandes há uma variação despre-
zável desses parâmetros e que essa variação torna-se grande quando se atingem
profundidades pequenas.
h (m)
100 76,50 10.93 1.31
50 76,46 10.92 0,65
38,11 76,22 10,89 0,50
20 71,98 10.28 0,28
10 59,82 8,54 0,17
5 45,65 6.52 0,11
Figura 1.11
Empolamento de uma onda com
período T=7 s e H0 =1 m rumando
É. 1,4 para a costa.
o Agua-• •ia. Água
"O profunda intermediária Arrebenta
e: 1,3
o
o
"O 1,2
/
I
....o
-
õ
:::,
1.1
J
_., /
I
1
l.0 ~I'-
r--,....
r--
- - ~
~ -
200 100 50 40 30 20 15 13 10 8 6 5 4 3 2 1 0,5
h-profundidade (m)
Hidrodinâmica das Ondas do Mar
Figura 1.12
Vista planímétrica ilustrando a cor-
relação entre ângulo (a) de aproxi-
mação do onda, profundidade (h)
e comprimento da frente de onda
(b). As ortogonais (linhas traceja- \ \
\ \
das) são normais às frentes de onda b1 \
e são as trajetórias seguidas pelos \
pontos nos frentes de onda.
'
Frentes de onda
lsóbatas
Efeitos de Águas Rasas
,.J-1-0
'
__ . .r
~
--·
{O Hidrodinâmica das Ondas do Mar
Figura 1.14
Lei de Snell aplicada à frente de
onda em refração.
Profundidade su erior
Profundidade inferiór
Lei de Snell:
e sena
- =- -
sendo a o ângulo formado entre uma isóbata e a frente de onda, que também é igual
ao ângulo formado entre a ortogonal da frente de onda e a normal da isóbata. Osub-
índice é usado para distinguir valores de parâmetros de mesmo significado.
Na Fig. 1.13, as ortogonais da onda estão assinaladas também, uma vez que,
embora sejam linhas virtuais, são frequentemente mais úteis do que as frentes na
determinação das áreas que apresentam maior ou menor concentração de energia
das ondas, isto é, menor ou maior espaçamento entre ortogonais. A mudança da
celeridade e, consequentemente, do rumo das ondas (pela lei de Snell) produz ava-
riação da altura da onda. De fato, o efeito da refração na altura da onda é calc~ado
assumindo que a potência transmitida entre duas ortogonais adjacentes permanece
constante:
P 1b1 = P2b2
sendo b a distância entre ortogonais. Escolhendo um dos pontos de referência em
águas profundas, temos:
tgh kh(l +
2
kh
senh 2kh
l
cosa
0
K = --
r cosa
Essas equações tomam possível o cálculo da refração e do empolamento que a
onda sofre, a partir dos coeficientes respectivos (K,. e K5).
Na Fig. 1.15, observa-se graficamente a refração das ortogonais de uma onda
de período T = 7 s e ângulo de incidência de 40º em relação à normal da linha de
Efeitos de Águas Rasas
Figura 1.15
Linha de costa Exemplo numérico de refração de
1 1 onda.
22,6° / /
..............................1....................:........./.................. -5
/ / / /
/ ~0,2° I I
I I / lsóbata
·············· ···-······/ ........................... ............................/ -······ ··,$.~···········/···························· - 1O
~/ / 11~ / I _g
/ / / ~72°
, / ; ~ olJ. / / «>
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/ 39,9°
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140°
/
/
/
I I
/ ~
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............... ········---··· ...............L ..._ ......... _ ........../........ _ ................ / ........................... / ...... - 100
costa. Nota-se que os maiores desvios angulares ocorrem nas regiões de menores
profundidades e que, em um caso corno esse de isóbatas e linha de costa paralelas,
não há diferenças de concentração de energia ao longo da linha de costa.
ATab. 1.4 apresenta o exemplo de cálculo referente à Fig. 1.16 para urna onda
de periodo de 7 s e altura em água profunda de 2 rn.
i;)i1r'.: ··- .u;c~·.,~, ~(...''1,, ' TABELA 1 :4 iº''.''-~ -"··"'7"'",r·'.>~'. ·ci •.:=: '' ·,~;,,:•· ,i
-~ ~ CólcuLos re~erentes ~-r~fração daº"~.? ~p!es~ntada na,FI~. 1.1~
h(m) L(m) c/c0 Ks a(º) n Kr ,. H/H0 H. (m) H'(m)Pl b/b0
100 76,53 l,0000 l,0000 60,0 0,5000 l,0000 l,0000 2,00 2,00 l,00
19,13 76,53 1,0000 1,0000 60,0 0,5000 1,0000 1.0000 2.00 2.00 1,00
15 67,63 0,8839 0,9172 49,9 0,6724 0,8815 0,8085 1,62 1,83 1,29
10 59,74 0,7824 0,9166 42.7 0,7606 0,8245 0,7558 1,51 1,83 1,47
5 45,70 0,5966 0,9808 31,1 0,8713 0,7642 0,7495 1,50 1,96 1,71
3.82 42,86 0,5599 0,9450 29,0 1 0,7561 0,7145 1,43 1,89 1.75
3 37,98 0,4968 1,0040 25,5 1 0,7442 0,7472 1.49 2,01 1,81
2f'l 31.01 0,4053 1.11 10 20,5 1 0,7307 0,8118 1.62 2.22 1,87
lll Altura da onda somente considerando o empolamento T=7s.
!'l Arrebentação
Figura 1.16
Padrão de refração de onda com Frente de ondas: somente mostradas alternadamente a cada duas frentes
período de 7 s. 'SJ
fá
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o
o~á
-20 - - § - - -
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E
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o
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Q..
Figura 1.17
Irradiação de ortogonais de onda
Praia do Una
de período 7 s a partir de boia po-
sicionada na Praia do Una (Nucle-
bras/CDTN, 1982 a 1985) em lguape
(SP). (Araújo, 2000)
7.274.800
7.254.800
7.234.800
-35
Profundidades relativas
ao nível de redução
da Marinha IDHN)
Coordenadas UTM
Datum Córrego Alegre -45
Efeitos de Águas Rasas .bJ
CI)
....-. . . .. .1
o.n
2m
U 12:
G.14
OJI,
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o
o
o
o
o
1. 11
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Md!OOl&A°'I
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:m 5m
-
IQ)
E!poçcrnenlo de gode: 10 m
Figura 1.18
(A) Detalhe das alturas das ondas
e rumos próximo à foz do Rio
o 2 3km f$. ltanhaém (SPJ obtidas pelo software
MIKE 21 NSW. H0s =1 m, T2 =7,7 se
L_Compartimento 1
Figura 1.19
= =
Refração de onda com H0s 1 m , T2 7 s e
ao= 135º NY incidindo nas praias de ltonhoém (SP).
(Araújo, 2000) ..,
...
400
...
....
..
...
...
Figura 1.20 llO
Ilha .
Comprida
Figura 1.22
Refração de onda de rumo leste em água profunda e período
de 11 s, para a Baía de Santos (SP). (São Paulo, Estado/DAEE/
Figura 1.21 SPH/CTH/FCTH)
Cristas e ortogonais obtidas pelo programa IERAD na Barra
de Cananeia (SP). (São Paulo, Estado/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
T2 = 9 se rumo SE.
Figura 1.23
Ortogonais de onda com período
de 7.7 se rumo de 135º NV em
águas profundas incidindo na re-
gião costeira sob influência da foz
do Rio itanhaém (SP). Desenho so-
bre foto aérea de 1997 (Base). (Silva
e Alfredini, 1999)
Efeitos de Águas Rasas b)
Figura 1.24
Frentes de onda com período de
7.7 s e rumo de 135° NV em águas
Figura 1.25
Frentes e ortogonais de onda com
período de 7.7 se rumo de 135° NV
PERíooo: 7,7 s RuMO: 135° NVjÃGUA PR~OFUNOAJ em águas profundas incidindo na
O 250 500 750 I região costeiro sob influência do foz
' do Rio ltonhoém (SPJ. Desenho so-
EsCALA GRÁFICA bre foto aéreo de 1997 (Base). (Silva
e Alfredini. 1999)
bb Hidrodinâmica das Ondas do Mar
Norte
/
../ ...../
--------
·····•
.... /·
f
.•
~orte
Figura 1.26
Saída do programa REFRONDA de 1.6.2 Arrebentação
ortogonais de onda incidindo na
região costeira de Caraguatatuba Aarrebentação ocorre devido à instabilidade que a onda sofre ao encontrar profun-
(SP) . (São Paulo, Estado/DAEE/SPH/ didades rasas. À medida que a onda propaga-se sobre fundos de profundidade de-
CTH/FCTH).T1 = 10 s.
crescente, o seu comprimento dinúnui, ao mesmo tempo em que a altura aumenta,
acarretando a redução da celeridade e o aumento da velocidade orbital horizontal.
Aonda torna~se cada vez mais esbelta e arrebenta.
Ofenômeno da arrebentação das ondas é normalmente associado à desagrega-
ção da sua estrutura e ao aparecimento muito rápido de uma forte turbulência.
Quando ocorre a arrebentação, a energia que a onda recebeu do vento é dissi-
pada. Alguma energia é refletida de retorno para o mar, tanto maior quanto maior
a declividade (m) da praia (quanto mais suave, menor a reflexão). Amaior parcela
é dissipada no escoamento turbulento liquido e sólido. Alguma energia produz o
fraturamento de rochas e minerais, e ainda mais produz alteração do perfil praial.
Quanto ao último aspecto, as ondulações tendem a empinar o perfil, engordando as
praias, enquanto as vagas tendem a·abater o perfil, erodindo-o.
Esse fenômeno não pode ser traduzido pela teoria linear de ondas, e a teo-
ria de onda solitária é que permite obter resultados analíticos sobre o fenômeno,
pois considera amplitude finita da onda não-linear em profundidade reduzida, sendo
a onda longa de comprimento infinito (o nível de seu cavado é o da água em repouso)
e, portanto, não-periódica. Então, apresenta as características de onda de translação
por promover o transporte de massa (ver Fig. 1.27).
Antes de atingirem a arrebentação, as ondas podem ser representadas pela
teoria linear em um bom trecho de seu percurso de propagação, conforme se veri-
fica na Fig. 1.27.
Ao atingirem regiões de menor profundidade, as ondas passam a ter outro com-
portamento, fugindo do padrão de movimento harmônico simples, caracterizando-
se por cavado longo e achatado. Aaltura da onda aumenta progressivamente e as
cristas tornam-se curtas e agudas (ver Fig. 1.27).
Assim, são necessárias outras teorias para representar tal propagação, como
a teoria cnoidal e a de onda solitária - essa última explica a arrebentação das
ondas.
Efeitos de Águas Rasas
Figura 1.28
Arrebentação progressiva na Praia No segundo processo de arrebentação, designado por arrebentação mergu-
dos Pescadores em ltanhaém (SP). lhante ou em voluta, tem-se um processo muito mais rápido e violento de dissipação
de energia (macroturbulência) (ver Fig. 1.29). Com a diminuição de profundidade,
há uma forte deformação do perfil da onda: a frente da onda encurta e torna-se
cada vez mais inclinada (frente côncava), enquanto o tardoz se alonga tornando-se
cada vez mais suave (convexo). Em dado momento, a frente torna-se vertical e a
parte superior da crista galga o corpo inferior da onda, caindo em voluta ou mer-
gulho com considerável força, dissipando a energia em curta distância com grande
turbulência. As arrebentações mergulhantes em praias de declividade suave estão
usualmente associadas com as longas ondulações produzidas por tempestades dis-
tantes e caracterizam climas de ondas mais calmos. As vagas de tempestades locais
raramente produzem arrebent.ac;õe::; mergulhantes em praias de declividade suave,
mas podem produzi-las em declividades mais íngremes.
Existem mais dois tipos de arrebentações que ocorrem em costas de declivida-
des mais acentuadas: a arrebentação colapsante, que se assemelha à mergulhante
mas não apresenta voluta, ocorrendo o colapso da frente da onda. E nas costas mais
íngremes, incluindo os costões rochosos, outro tipo de arrebentação é produzido
por ondas de baixa esbeltez, em que a frente permanece relativamente íntegra à
medida que as ondas deslizam praia acima, sendo a zona de arrebentação muito es-
treita, e frequentemente mais da metade da energia da onda é refletida de retorno
para águas mais fundas.
figura 1.29
Arrebentação mergulhante na
Praia d~ Saquarema (RJJ.
Efeitos de Águas Rasas
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70 Hidrodinâmica das Ondas do Mar
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Arrebentação v ·, :>-..._
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º·5 0,0004 0,0006 0,001 0,002 0,004 0,006 0,01 0,02 0,03
~
gT2
Difra ão 71
Figura 1.32
Inverso do índice de arrebentação
em função da esbeltez da onda em
água profunda.
0,6.___~_......................~................~'--'--~~.....____.._-'-'-~_.......,'----'--~-'-'-~~~~
0,002 0,004 0,006 0,008 0,010 0,012 0,014 0.016 0,018 0,020
~
gl2
1.7 DIFRAÇÃO
Adifração é o fenômeno tridimensional oriundo do resultado de uma atenuação da
agitação por causa da presença de um obstáculo, sendo responsável pela propaga-
ção das ondas nas zonas de sombra geométrica referidas ao rumo das ondas. Na
difi:ação, analogamente ao que se conhece com a propagação das ondas eletromag-
néticas, a energia é transferida ao longo das frentes de ondas, transversalmente às
ortogonais, com celeridade igual à da onda.
Quando uma onda passa do extremo de um obstáculo, como mostrado na Fig.
1.33, esse extremo pode ser considerado como uma fonte de geração de ondas que
se propagam progressiva e radialmente na zona de sombra no tardoz do obstáculo,
com mesmos período e fase da onda incidente. A altura da onda decresce à me-
dida que se procede ao longo dos arcos das frentes de ondas na zona de sombra.
Seguindo essa simplificada explicação física, a Fig. l.33(A) apresenta o processo
simplificado de Iribarren para o cálculo da difração. Nesse processo, desprezam-se
os efeitos de refração na zona de sombra e as reflexões nas faces externa e interna
do obstáculo. Na Fig. 1.33(B), apresenta-se cálculo numérico com o modelo EDS
para o projetado molhe do Porto de Praia Mole (ES). Os gráficos nas Figs. 1.34 a
1.45 apresentam os gráficos de Wiegel da variação do coeficiente de difração (H/Hi)
em tomo da extremidade de obstáculo semi-infinito.
72 Hidrodinâmica das Ondas do Mar
Limite de alimentação (início da H/Hi = cos[1td/(4a + L)J Sendo (H/Hi): coeficiente de difração
redução de amplitude) Hi: altura da onda incidente
L/4
.- .. H
H1incidente
d: distância do ponto até a linha limite de
alimentação (medida ao longo da frente
de onda)
a: distância da frente de onda do Ponto B
, ,,
,,
,,
,,
Propagação
dasondas .. o
Limite de
Compnmento ao longo da
frente de onda
1Limite de
alimentação 1 agitação
Limite de expansão IB
·. .+.---+-1-:------ (início do 300
83 encurvamento)
)
E 250
Zona de o
sombra Canal de acesso Altura
geométrica Q) t
Reroporto
-o 200 !m)
~ 4,0
O)
QJ
.~ 3.5
-o 150
, L/4
B '\
-o
e
QJ
3.0
2.5
i-,,-. E
o 100 2.0
Zona totalmente abrigada o
o 1.5
(sombra real) o.
u'.l 50
'·º
0,5
o.o
50 100 150 200 250
Espaçamento de grade: 1Om
Figura 1.33
(A) Méto90 simplificado de
lribarren (1941) para cálculo de 90°
difração. 105° 75°
!B) Alturas das ondas relativas
obtidas pelo modelo EDS
(Hinicial = 1,58 m; T= 12 s) no
Porto de Praia Mole (ES). 135°
' ..............
Figura 1.34
Difração de onda com ataque
de 15º.
Difra ão 7J
Figura 1.35
Difração de onda com ataque
de 30º.
figura 1.36
9(1'
75° Difração de onda com aloque
de 45º.
l80º<L110~ .:..
9___:a~.:..7___:6u._..;.s~4.:__....:3~-'--_.:...:;:-J1falio1;,,,,--'"---'-~~L.:....l.---'-~'--.:l--'---'-Oº
Raio/comprimento da onda
Direção de ataque da onda y+
figura 1.37
Difração de onda com ataque
de 60º.
• 15°
figura 1.38
Difração de onda com ataque
de 75°.
":':-~--:~~-':-L-:'-'--±----:~-=~ ~v-'"--:-'-"--'-:-'--'----:--'-":--:-"-:-:-"- 0°
Obstáculo impermeável. rígido
e semi-infinito
4 L Frentes da onda
Figura 1.39
Difração de onda com ataque
de 900.
figura 1.40
Difração de onda com ataque
de 105°.
Difra ão .7f
Figura 1.41
90°
Difração de onda com ataque
de 120º.
Frentes da onda
Figura 1.42
900
Difração de onda com ataque
de 135°.
45°
Figura 1.43
90° Difração de onda com ataque
de 150º.
\. º·
\ - -15º
-y
~----:-----:::---::-----C.----L::---'---::<-___.;::,-=---?=~imiiii,,;,1.,µ..!..--'-.:L-.J..:_L....:.~-'----'--...i...;~~_.._oº
Obstáculo impermeável. rígido
e semi-infinito
Frentes da onda
Hidrodinâmica das Ondas do Mar
Figura 1.44
Difração de onda com ataque 900
75°
de 165º.
~ ==~J::=t::::±:::3=:::E:~~J,liLJillLJ_L_iJ.j___jLJ.. 00
Obstáculo impermeável. rí9ido
e semi-infinito
\Direção de ataque da onda
Figura 1.45
Difração de onda com ataque
de 180º.
1.8 REFLEXÃO
As ondas de oscilação, ao incidirem em obstáculos, estão sujeitas ao fenômeno da
reflexão, produzindo-se ondas estacionárias puras ou parciais, também conhecidas
como seiches ou clapotis.
A onda estacionária pode ser considerada a soma de duas ondas progressivas
propagando-se em rumos opostos. As Figs. 1.46 e 1.47 apresentam o perfil vertical
esquemático desse fenômeno. Nas posições em que o rúvel d'água é constante (nós),
ocorre o máximo deslocamento oscilatório horizontal de vaivém de água, enquanto
nas posições em que a flutuação do ruvel d'água é máxima (ventres ou antinós), o
deslocamento oscilatório horizontal é desprezável. Nas fotografias apresentadas na
Fig. 1.47 pode-se observar como uma margem íngreme de um paredão de praia induz
a reflexão da onda, com intensificação das velocidades orbitais, majorando o efeito
erosivo sobre os sedimentos de praia.
Refl exão 77
Figura 1.46
- - - - - - - - - - - - eomprimenfo1- - - - - - - - --+I Onda estacionária (c/apotis) forma-
1
1
1
1
1
!
Perfil quando t = O, T, 2T
' ...
t
Perfil quando t = 2, 3r 5r
... ... .,
4 4' 4'
... ... )
...
3 5
Perfil quando t = l r T
2' 2' 2'
-=:--------:~-
da pela reflexão perfeita de uma
barreira vertical, segundo a teoria
linear.
1
no ., " Antinó ', nó
1 A t' , ) ., " ou ' ,
~~no j___ ., " _ventre nível d'águ; ',
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~...... 2 '
. -: L ;
:Movi~d:s7~cul/óguaf ~H~:·~
~1/rl f 21tX 2:t...
1 Barreira em x O = 1
1 Sem escoamento 1 _ Sem escoamento 1
: através da barreira I através desta linha -
1• 1 1
Fundo
Comprimento da bacia 1
.e
T=- (para onda inteira na bacia)
lii
Assim, o período do seiche é determinado pelo comprimento da bacia e_pela
profundidade da lâmina d'água. Operíodo T também é conhecido como período de
ressonância. Para a onda estacionária se desenvolver, o período de ressonância da
bacia deve ser igual ao, ou um múltiplo inteiro (harmônicos) do, período da onda.
Desse modo, podem-se criar fenômenos ressonantes em bacias costeiras para de-
terminadas frequências de ondas incidentes, o que é particularmente importante
de ser verificado em áreas portuárias quanto às condições de atracação.
.........>-Enchente (5 e 6/12/2002)
---+Vazante (5 e 6/12/2002)
·· ...····>-Enchente (1e 2/04/2003)
---+vazante (1 e 2/04/2003)
Velocidades em m/s
Trajetória ç:le derivadOfes
MARÉS ECORRENTES
2,00
1,50
1,00
'
Compol')entes PeríQdo
0,50
M2 ~ Sérridiumo lunar 12h'.25min)
K2 ~ Lúnlssolor semwno llh58mi'll
N2 - Ll)nar elíplico 1211:39mn
S2 -semldlumo solar 12h)
KI -LunissokróMl10 23h56minl
OI -1.uooroomq 25tt49 min
SM4-C~posto 6hQSmln)
0,00
o 6 Baixa-mar 12 18 24 t(horas)
_rn
íl 111 1 1 1 1 1 1 1 1 1
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
Local: Santos
latitude: 23º 56' S
1 1111 1 1 1 1 1 1 1 1 1
O 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
Local: Santos
~atitude: 23° 56' S
horas ... 2,00 Longitude: 46° 19' W horas ~2,00
Longitvde: 46º 19' w
Data: 14/01/1993 Data; 13/02/1993
0,50 7 23 0,75
I\!.; ~I, ...0,50 7 41 0,75
r-11 10 o 0,87 10 41 0,87
13 4 0,57 13 41 0,51
17 19 0,98 17 56 0,59
~o,oo ~o.oo 22 o 0,75
Figura 2.1
(A) Maregrama previsto para o dia 20 de maio de 1947 no marégrafo de Torre Grande, Porto de Santos (SP). Está assinalada a
composição harmônica das 7 principais componentes harmônicas da maré.
(B) Previsão da maré para o Porto de Santos (SP) nos dias 14/01 e 13/02/1993 com o programo desenvolvido por Franco (1988).
Dinâmica da Maré Estuarina cJJ
• Forças geradoras da maré
Considerando inicialmente o sistema Terra-Lua, que apresenta uma revolução
de 27,3 dias em torno do centro de massa comum, cada ponto na Terra apresenta
a mesma velocidade angular (21r/27,3 dias-1) e a mesma dimensão de raio orbital.
Nessas condições, a aceleração centrífuga (produto do raio orbital pela velocidade
angular ao quadrado) e a correspondente força associada é igual em cada ponto
da Terra. Esse movimento não deve ser confundido com o de rotação da Terra em
torno de seu próprio eixo.
A força centrífuga do sistema Terra-Lua equilibra exatamente as forças de
atração gravitacional entre os dois corpos, de modo que o sistema corno um todo
mantém-se em equilíbrio. As forças centrífugas são de direção paralela à linha de
união dos dois centros de massa (da Terra e da Lua) (ver Fig. 2.2). Já a magnitude
da força gravitacional exercida pela Lua sobre a Terra não é a mesma em todos os
pontos da superfície da Terra porque nem todos os pontos estão à mesma distância
da Lua. Assim, pontos na Terra mais próximos da Lua experimentarão uma maior
atração gravitacional lunar do que pontos do lado oposto da Terra. Além disso, a
direção da atração gravitacional da Lua em todos os pontos estará voltada direta-
mente ao centro da Lua e, portanto, exceto na linha de união dos centros da Terra
3 Figura 2.2
Derivação das forças geradoras da
maré (sem escala). A força centrífu-
ga tem exatamente a mesma mag-
nitude e direção em todós os pon-
tos. enquanto a força gravitacional
exercida pela Lua(Sol) na Terra varia
tanto em magnitude (inversamente
com o quadrado da distância à
Lua. Sol) quanto em direção (dirigi-
da para o centro da Lua. Sol. com
os ângulos exagerados para maior
clareza). A força geradora da maré
em qualquer ponto é a resultante
das forças gravitacional e centrí-
fuga neste ponto. e varia inversa-
mente com o cubo da distância à
Lua(Sol).
e da Lua, não estará exatamente paralela à direção das forças centrífugas. Aresul-
tante da composição das duas forças é conhecida como força geradora da maré, e,
dependendo de sua posição na superfície da Terra com relação à Lua, pode estar
dirigida para o interior, paralelamente, ou para fora da superfície da Terra. As for-
ças relativas e os rumos são mostrados na Fig. 2.2.
Aforça gravitacional Fg entre dois corpos é dada por:
em que M1 e M2 são as massas dos dois corpos, R é a distância entre seus centros,
e Gé a constante universal de gravitação (6,672 * 10-11 Nm2Kg-2).
Aforça centrífuga CFc) é dada por:
m ·v2
F=-
c r
Figura 2.3
Polo Norte A magnitude relativa das forças tra-
tivas em vários pontos da superfície
da Terra. Assume-se que a Lua (Sol)
esteja diretamente sobre o Equador,
isto é, com declinação nula.
:---
À Lua (Sol)
Polo Sul
Figura 2.4
__. Lua A relação entre um dia solar de
~Lua
24 h e um dia lunar de 24 h e 50 min,
1 ~Lua visualizado estando-se no Polo Norte
\
da Terra. O ponto A na superfície
\ da Terra, a partir do instante em que
1
1 \ a Lua está passando diretamente
\
Lua passando sobre A 1
sobre ele, retorna à sua posição
1
inicial após 24 h. Neste tempo, a Lua
move-se em sua órbita, de modo
que o ponto A deve rodar adicio-
nalmente (outros 50 min) para estar
novamente diretamente sob a Lua.
Figura 2.5
Ilustração da produção de marés Eixo Maior .,
desiguais (marés tropicais) em lati- da Terra Preamar ., ., ., Para a
tudes médias por causa da decli-
., Lua (Sol)
nação da lua (Sol). Um observador
em Bexperimentará uma maior
maré do que um observador em A;
12 h e 25 min depois as suas posi-
ções estarão invertidas. isto é, cada
observador notará uma desigualda-
de diurna.
Bulbo de maré
(exagerado)
Figura 2.6
/A Sizígia de Terra
Maré solar
Representação esquemática da in-
Lua Nova teração das marés solàres e lunares.
Maré lunar corr'lo vistas a partir de um observa-
dor no Polo Norte da Terra.
Sol (A) Lua Novà. Lua em sizígia {Sol e
(C Sizígia de
Lua Cheia
Sol
[Q) Quadratura de
Quarto Minguante
Sol
()Lua
Marés e Correntes
figura 2.7
Esquema fundamentado em cálcu-
lo computacional dos sistemas de
pontos anfidrômicos no entorno da
América do Sul para a componente
de maré dominante (semidiurna
lunar). As linhas cotidaisestão em
tracejado, e as linhas de mesma
amplitude, em linha cheia. As linhas
cotidais indicam o tempo da prea-
mar em horas lunares, isto é, 1/24
de um dia lunar de 24,8 h (aproxi-
madamente l h e 2 min) , após a
passagem da Lua pelo Meridiano
de Greenwich.
1,
\ 11
i~tn ; ..... o-··
/.:~: ~~t: ~: 1/
////i \
120° / 9fY' w' 30° W
, ~rna observada
1,0 1-----+----+-----+~()
.,_- - t - - - ; - - - - - 1 - - - - t - -- l----+---+-~--+------t
Jan. Fev. Mar. A~r. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
Figura 2.8
Informação sobre o nível da Lagoa
dos Patos na Ponta da Feitoria entre
pelo avanço do Anticiclone Polar Atlântico sobre o Anticiclone Tropical Atlântico. 1953e 1961.
Na Baía e Estuário de Santos (SP), esses efeitos, popularmente conhecidos corno
ressacas, podem sobrelevar o nível médio do mar previsto astronomicamente de
mais de 0,5 rn, chegando a quase 1 rn nas áreas mais confinadas e rasas dos estuá-
rios, produzindo rebaixamentos de ordem de grandeza ligeiramente menores.
sendo:
A: distância vertical entre o datum vertical e o nível médio do mar;
ai, T,;,, /ii: amplitude, período e fase da componente harmônica i;
N: número de componentes harmônicas usadas.
·' ·-:--~,:1-•. ·~·'I< _"':; ••• , ·- .1:"'~ " • ·.'!:"• - ,-,.;:- ,, "~ ~ · '1'': •"i;: ,,.,,
,,i, '
j; li
:'ii:_,
TABELA 2.3
Ficha maregráfica da Estação Henrique Laje (~C) - ~'!i,~~~ ' . '.ff
Informações Ondas fundamentais Ondas superiores e compostas
Amplitude Fase Amplitude Fase
(cm) (º) (cm) (º)
Posição So
cp = 28°13,8' S
Sso 2SM2 0,2 56
X.= 48°39,0' W
Fuso:+ 3 h Mm 6,50 104
Localização do marégrafo: M, MK3 0,5 41
no cais MS, 1,70 5 M03=2MK3 0,1 236
K1 5,30 125 SK3
01 11,80 73 S03
Época e duração das
observações P1 1,80 125 S3
Ano de 1955 01 2,60 46
01/01 a 01/02/1955 J1 0,40 106 M4 3,3 350
Observação: 32 dias
M1 0,50 120 MS4 1,6 67
Método de observação:
Marégrafo 001 l, 10 353 MN 4 1,5 321
Autoridade: IAGS vK1= P1 MK4
Método de análise: vJ1 = <T1 0,40 19 $4
T. Liverpool lnstitute
TK1= ?T1 0,10 125 SK 4
NJ1 = 201 0,30 19 SN4 0,7 50
Referência de nível KP1 = '1'1 0,10 125
Marca de referência de nível LP1= X1 M6 0,2 190
situada no piso inferior do cais 0,2
.\01= 01 2MS6 186
Zero do marégrafo: 431,2 cm,
abaixo da referência de nível S01 2MN6 0,2 138
Nível médio: 226,9 cm acima MP 1 2SM6 0,5 117
do zero do marégrafo S1 MSN6 0,6 296
Cota do nível médio acima do 0,03
RP1= 1/11 125 S6
nível de redução da carta de
maior escala: 40,4 cm K01 2MK6
Carta nº 1.908 M2 13,70 61 MSK6
S2 10,40 59
N2 4,20 154 Ma
Notasparticulares de caráter
K2 2,80 59 3MSs
prático
Altura da maior preamar v2 0,80 154 2(MS)a
observada acima do zero do 2MS2= /.L2 0,90 204 2MSNa
marégrafo: 275 cm L2 1,00 24 Sa
Altura da menor baixa-mar
T2 0,60 59
observada acima do zero do
marégrafo: 156 cm 2N2 0,50 248
Outras ondas
Classificação da maré: MNS2 '
Mista À2 002
Estabelecimento do porto:
KJ2 OP2
1h46
R2 MKS 2
M3 1,00 118 MSN2
Dinâmica da Maré Estuarina 37
TABELA 2.4(A)- TÁBUAS DE MARis- FOZ DO RIO ITANHAtM- 1999 - Primeiro semestre
LATITUDE 24°11 .2 S LONGITUDE 46°47,3 W FUSO +3 H
EPUSP -10 USP NÍVEL MÉDIO O78 m CARTA DHN 1700
JANEIRO FEVEREIRO MARÇO
HORA ALT HORA ALT HORA ALT HORA AlT HORA ALT HORA ALT
DIA DIA DIA DIA DIA DIA
hh:mm m hh:mm m hh:mm m hh:mm m hh:mm m hh:mm m
1 0241 1.4 16 0202 1.4 l 0341 1.4 16 0302 1.5 1· 0247 1.4 16 0208 1.5
0824 0.4 0826 0.4 0913 0.4 0915 0.3 0821 0,3 0828 0.3
o
2
1353
2032
0321
1.2
0.2
1.4 17
1426
2028
0241
1.3
o.o
1.4 2
1443
2123
0409
1.3
0. 1
1,3
•
17
1521
2128
0336
1.4
--0.1
1.5 2
1358
2041
031 1
1.3
0,1
1.4 17
1430
2032
0239
1.4
--0, 1
1.5
0900 0,4 0858 0.4 0945 0.4 0941 0.3 0849 0.3 0853 0.3
3
1423
2102
0358
1.2
0,1
1.4
•18
1502
2106
0317
1.3
o.o
1.4 3
1513
2147
0438
1,3
0.2
1.3 18
1554
2206
0408
1.4
o.o
1.4
o
3
1426
2102
0338
1,4
0. 1
1.3
•
18
1502
2108
0309
1.5
--0.1
1.5
0936 0.4 0930 0.4 1011 0.4 1006 0.4 0913 0.3 0915 0.3
1454 1.2 1536 1.3 1547 1.3 1626 1.3 1456 1.4 1536 1.4 .
2132 0.2 2147 o.o 2209 0.2 2245 o.o 2123 0.2 2145 o.o
4 0436 1,3 19 0356 1.4 4 0502 1.2 19 0443 1.3 4 0358 1.3 19 0339 1.4
1008 0.5 1002 0.4 1045 0.4 1034 0.4 0943 0.3 0938 0.3
1526 1.3 1609 1.3 1619 1.3 1702 1.3 1526 1.4 1608 1.4
2200 0.2 2224 o.o 2234 0,3 2326 0.2 2143 0.2 2221 0.1
5 0509 1.2 20 0436 1.4 5 0526 1.1 20 0517 1.2 5 0419 1.2 20 0408 1.3
1043 0.5 1034 0.5 1117 0.4 1058 0.5 1011 0.3 1000 0.3
1600 1.2 1647 1.2 1656 1.3 1747 1.2 1558 1.4 1645 1.3
2228 0.2 2308 0.1 2258 0.4 2204 0.3 2300 0.2
6 0547 1. 1 21 0513 1.3 6 0553 1.1 21 0013 0,3 6 0439 1.2 21 0439 1.2
1117 0.5 1106 0,5 1200 0.5 0554 1.1 1045 0.3 1024 0.4
1639 1.2 1728 1.2 1738 1,2 1124 0.5 1632 1.3 1726 1.2
2300 0,3 2356 0.2 2326 0.5 1851 1.1 2226 0.4 2347 0.4
7 0624 1.1 22 0558 1.2 7 0626 1.0 22 0117 0,5 7 0458 1.1 22 0508 1.1
1200 0.6 1143 0,6 1254 0.5 0638 1.0 1119 0.4 1051 0.4
1719 1.2 1819 1,1 1828 1.1 «: 1200 0,6 1709 1,2 1832 1,1
2332 0.4 2102 1.0 2254 0,5
8 0713 1,0 23 0051 0,3 8 0002 0.6 23 0254 0.6 8 0517 1.0 23 0047 0.6
1253 0.6 0647 1.1 0741 0.9 0741 0,9 1206 0.4 0541 1,0
1808 1.1 1224 0,6 ) 1409 0.6 1323 0.7 1758 1.1 1117 0.5
1938 1,0 1943 1.0 2306 1.1 2324 0.6 2056 1.0
9 0011 0.5 24 0158 0.4 9 0102 0.7 24 0449 0.6 9 0536 0.9 24 0224 0.7
0821 1.0 0745 1.0 1009 0,9 0945 0.8 1319 0,5 0626 0.9
) 1358 0.6 «: 1339 0.7 1549 0.5 1804 0.5 1906 1.0 (( 1202 0.6
1911 1.0 2130 1.0 2139 0.9 2302 1.1
10 0108 0.6 25 0323 0.5 10 061 1 0.7 25 0017 1.2 10 009 0.7 25 0443 0.7
0945 0.9 0904 0.9 1134 1.0 0604 0.6 0447 0.8 0824 o.a
1515 0.6 1647 0.6 1709 0.4 1139 0.9 ) 0924 0.8 1749 0.5
2041 1.0 2308 1.1 2334 1.0 1849 0.4 1508 0.5
2113 0.9
11 0336 0.7 26 0454 0.5 11 0654 0.6 26 0106 L3 11 0628 0.7 26 006 1.2
1056 1.0 1038 0.9 1224 1.1 0653 0.5 1113 0,9 0554 0.6
1632 0.5 1806 0.5 1808 0,3 1224 1.0 1647 0,5 1119 0,9
2219 1,0 1923 0,3 2328 1.0 1832 0,4
12 0551 0.6 27 0019 1.2 12 0036 1.2 27 0147 1.4 12 0653 0,6 27 0051 1.3
1153 1.0 0604 0,5 0724 0,5 0724 0.5 1208 1.0 0630 0.5
1734 0.4 1149 1.0 1306 1,2 1258 1,1 1751 0.3 1206 1.0
2341 1.1 1853 0.4 1856 0.2 1953 0.2 1904 0.3
13 0641 0,6 28 0111 1.3 13 0115 1,3 28 0217 1.4 13 0023 1.2 28 0121 1.3
1236 1.1 0658 0.5 0754 0,4 0754 0,4 0715 0.5 0700 0.5
1824 0,3 1234 1.0 1343 1.2 1328 1.2 1251 1,2 1239 1.1
1928 0.3 1938 0, 1 2017 0.1 1838 0.2 1932 0.2
14 0036 1.2 29 0156 1,4 14 0154 1.4 14 0102 1.3 29 0151 1.4
0719 0,5 0739 0.4 0821 0.4 0739 0,4 0724 0.4
1315 1.2 1309 1.1 1415 1.3 1324 1.3 1308 1.2
1908 0.2 2000 0,2 2013 o.o 1917 0.1 1956 0.2
15 0121 1.3 · 30 0236 1,4 15 0228 1.5 15 0136 1,4 30 0215 1.4
0754 0.5 0813 0.4 0849 0.3 0804 0.3 0753 0,3
1353 1.2 1343 1,2 1449 1.4 1358 1.4 1338 1.3
1951 0.1 2030 0.1 2053 --0.1 1956 o.o 2017 0.2
31 0308 1.4 31 0239 1.3
0847 0.4 0817 0.2
o 1411 1.3 o 1404 1.4
2058 0.1 2038 0.2
Marés e Correntes
•
0.2 0956
1436 1.4 1519 1.5 1449 1.4 1553 1.4 1556 1.3 1717 1.2
2056 0.2 2123 0. 1 2054 0,3 2149 0,3 2151 0.5 2254 0,5
2 0321 1.3 17 0309 1.3 2 0313 1.3 17 0311 1.2 2 0406 1.2 17 0400 1.2
0913 0.2 0911 0.2 0923 0.1 0924 0.2 I032 0.2 1030 0.3
1504 1.4 1556 1,4 1521 1.4 1636 1,3 1641 1.3 1806 1.2
2115 0,3 2202 0.2 2119 0.4 2226 0.4 2230 0.6 2336 0,6
3 0343 1.3 18 0338 1.3 3 0339 1.2 18 0341 1.2 3 0447 1.1 18 0439 1,1
0945 0.2 0938 0.3 1000 0.2 0954 0.2 1119 0.2 1106 0.3
1538 1.4 1636 1.3 1600 1.3 1724 1.2 1730 1.2 1904 1.1
2138 0,3 2241 0.4 2151 0.5 2309 0,6 2317 0.6
4 0402 1.2 19 0404 1.2 4 0406 1.1 19 0411 1.1 4 0538 1.0 19 0023 0.7
1017 0.2 1002 0.3 1041 0.2 1026 0.3 1215 0.3 0521 1.1
1611 1.3 1723 1.2 1643 1.3 1832 1.1 1832 1.2 11 49 0.4
2202 0.4 2324 0.5 2223 0.5 2013 1.0
5 0423 1.1 20 0434 l, 1 5 0438 1.0 20 0002 0.7 5 0028 0,7 20 0123 0.7
I054 0.3 1028 0.4 11 28 0.3 0449 1.0 0702 0,9 0617 1.0
1653 1.2 1836 1.1 1736 1.2 1106 0.4 1326 0.3 (( - 1247 0,5
2230 0,5 2308 0.6 2002 1,0 1947 1.1 2128 1,0
6 0445 1,0 21 0023 0.7 6 0523 0.9 21 0109 0.7 6 0251 0.7 21 0236 0,7
1141 0.4 0504 1,0 1236 0.4 0536 1.0 0851 0.9 0734 1.0
1741 1, 1 1102 0.5 1847 1.1 1204 0.5 1447 0.4 1453 0.6
2306 0.6 2043 1.0 2139 1.0 2109 l, 1 2232 1.0
7 0502 0,9 22 0156 0.8 7 0028 0.8 22 0241 0.8 7 0443 0.7 22 0351 0.6
1251 0,5 0547 0,9 0747 0.9 0651 0.9 1015 1.0 0906 1.0
1854 1.0 (( 1156 0.6 1402 OA (( 1538 0.6 ) 1602 0.3 1708 0,6
2236 1.1 2026 1.1 2247 1.1 2226 1.1 2321 1.0
8 002 0,8 23 0400 0.8 8 0504 0,7 23 0400 0.7 8 0536 0,6 23 0453 0.5
0402 0,8 0723 0,8 0954 0,9 · 0845 0.9 1119 1.1 I038 1,0
) 0602 0.8 1708 0,5 ) 1532 0.4 1713 0,5 1706 0.3 1802 0,6
0839 0.8 2338 1.1 2209 1.1 2334 1.1 2324 1.2
1436 0,5
2056 1.0
9 0604 0,7 24 0511 0,7 9 0547 0.6 24 0458 0.6 9 0615 0,5 24 0002 1,1
I045 0.9 1013 0,9 1102 1.0 1024 1,0 1213 1.2 0543 0.4
1611 0.4 1800 0,4 1645 0,3 1800 0,5 1802 0.3 1143 1.1
2300 1.1 2317 1,2 1841 0.5
10 0626 0,6 25 0015 1.2 10 0617 0,5 25 008 1.1 10 0009 1.2 25 0041 1, 1
1143 1.0 0553 0.6 1154 1.1 0539 0.5 0649 0.4 0626 0,3
1719 0,3 1126 1.0 1741 0,2 1126 1.1 1300 1,3 1232 1,2
2356 1,2 1838 0,4 1834 0,4 1854 0,2 1911 0.5
11 0653 0,5 26 0051 1.3 11 0002 1.3 26 0039 1,2 11 0049 1.2 26 0113 1.2
1224 1,2 0623 0,5 0647 0.4 0615 0.4 0721 0.3 0706 0.2
1809 0,2 1208 1.1 1238 1.3 1209 1.2 1347 1,4 1313 1.2
1904 0.3 1826 0.1 1900 0,4 1938 0,2 1943 0,5
12 0036 1.3 27 01 15 1.3 12 0041 1.3 27 0106 1.2 12 0121 1.2 27 0149 1.2
07 13 0.4 0653 0.4 0711 0.3 0653 0.3 0753 0.2 0747 0,1
1302 1.3 1241 1.2 1315 1.4 1251 1.3 1426 1.4 1354 1.3
1854 0. 1 1928 0.3 1909 0.1 1924 0,4 2019 0,3 2013 0,4
13 0109 1,4 28 0141 1,3 13 0113 1.3 28 0136 1.2 13 0154 1.2 28 0221 1.2
0739 0.3 0719 0.3 0739 0.3 0724 0.2 0823 0,2 0823 0,1
14
1338
1934
0143
1.4
o.o
1.4 29
1311
1949
0204
1.3
0,3
1,3 14
1354
1953
0145
1,4
0.1
1.3 29
1324
1949
0202
1.3
0,4
1.3
•
14
1508
2058
0224
1.4
0,3
1.2
o
29
1432
2045
0254
1,4
0.4
1.3
0802 0.3 0751 0,2 0804 0.2 0800 0.1 0854 0.2 0902 o.o
1409 1,4 1345 1,4 1432 1.5 1400 1.4 1553 1.4 1509 1.4
2009 o.o 2008 0,3 2030 0,1 2013 0.4 2138 0.4. 2117 0.4
15 02 11 1.4 30 0228 1.3 15 0213 1.3 30 0230 1.3 15 0256 1,2 30 0328 1,2
0826 0.2 0819 0.1 0830 0.2 o.o
•
0836 0.1 0924 0.2 0941
1445
2049
1.5
o.o
o 141 3 1,4 1509 1,5 o 1438 1.4 1634 1.3 1551 1.4
2030 0.3 2l08 0,2 2043 0,4 2213 0,5 2153 0.5
31 0300 1.2
0909 0.1
1513 1.4
21 13 0.4
Dinâmica da Maré Estuarina
TABELA 2.S(A)- TÁBUAS OE MARh - FOZ DO RIO ITANHA~M - 1999 - Segundo semestre
LATITUDE 24°11.2 S LONGITUDE 46°47,3 W FUSO + 3 H
10
1843
0028
0.4
1.1 25
1226
1917
0102
1.1
0,6
1.1 10
1419
2000
0132
1.4
0.4
1.2 25
1338
2006
0200
1.3
0.4
1.3
•
10
1458
2034
0213
1.4
0,3
1.4 25
1417
2034
0245
1.5
0.3
1.5
0715 0.3 0654 0.2 0819 0,1 0758 o.o 0854 0.1 0849 --0, I
1343
1930
1,4 1309 1.2 1454 1.4 1409 1.4 1523 1.4 o 1451 1.5
0.4 1947 0,5 2034 0.4 2032 0.3 2100 0,3 2058 0.2
li 0106 1.1 26 0139 1.2 11 0202 1.3 26 0232 1.4 11 0245 1.4 26 0317 1.5
0751 0.2 0736 0.1 0849 0,1 0834 --0. l 0913 0.2 0924 o.o
12
1426
2009
0143
1.4
0.4
1.2 27
1349
2015
0211
1.3
0,4
1.3
•
12
1526
2102
0232
1.4
0.4
1.3
o
27
1443
2058
0304
1.5
0.3
1.4 12
1545
2126
0311
1.3
0.2
1.4 27
1519
2121
0353
1.4
0,3
1.4
0823 0.2 0811 o.o 0913 0,1
•
0.1 0908 --0.1 0932 0.2 1002
1506 1.4 1424 1.4 1556 1,4 1515 1.5 1604 1.2 1551 1.3
2049 0.4 2045 0,4 2130 0,3 2123 0.3 2156 0,2 2147 0.3
13 0213 1.2 28 0247 1.3 13 0302 1.4 28 0336 1,4 13 0345 1.4 28 0426 1.4
0854 0.1 0851 o.o 0938 0.1 0947 --0.1 0953 0.3 1041 0,2
1545 1,4 o 1500 1.4 1623 1.3 1549 1.4 1621 1.2 1619 1.2
2123 0.4 2113 0.4 2158 0.3 2149 0,3 2224 0,3 2209 0,3
14 0247 1.3 29 0319 1.3 14 0334 1.4 29 0408 1.4 14 0415 1.3 29 0508 1.3
0924 0,1 0926 o.o 1000 0.2 1023 o.o 1009 0.4 1124 0.4
1621 1,4 1538 1.4 1647 1,2 1619 1.4 1638 1.1 1651 1.1
2156 0.4 2145 0.4 2226 0.4 2213 0.4 2300 0,3 2238 0.4
15 0315 1.3 30 0354 1.3 15 0404 1.3 30 04-43 1.3 15 0453 1.2 30 0606 1,1
0954 0.2 1006 o.o 1021 0.3 1102 0,1 1034 0.5 1219 0,5
1656 1.3 1611 1.4 1708 1.1 1654 1.3 1653 1,0 1723 1.0
2228 0,5 2213 0.4 2258 0.4 2241 0.4 2341 0.4 2306 0,5
31 0428 1.3 31 0523 1.2
1047 o.o 1149 0,3
1653 1.4 1728 1,1
2245 0.5 2308 0.5
100 Marés e Correntes
8
1400
1938
0123
1.4
0.3
1.3 23
1319
1945
0153
1.4
0.3
1.4 8
1415
2004
0202
1.3
O.l
IA 23
1358
2017
0256
1.3
0.2
1,5
•
8
1419
2021
0224
1.2
0.1
1.3
o
23
1411
2045
0338
· 1.2
0.2
1,4
0806 0.2 0751 o.o 0821 0,3 0853 0.2 0834 0.4 0923 0.4
9
1424
2004
0154
1.3
0.2
1.4 24
1353
2008
0226
1.4
0.2
1.5
•9
1439
2038
0236
1.3
0.1
1.4
o
24
1428
2047
0338
1.3
0.2
1.4 9
1449
2058
0302
1.2
O.l
1.4 24
1447
2117
0419
1.2
O.l
1.4
0826 0.2 0828 o.o 0843 0.4 0932 0.3 0902 0,5 1000 0.4
•10
1449
2032
0221
1.3
0.2
1.4
o
25
1421
2034
0302
1,4
0.2
1,5 10
1502
2108
0309
1.2
O.l
1.4 25
1500
2115
0421
1.2
0.2
1.4 10
1519
2136
0341
1.2
O.l
1.3 25
1517
2151
0502
1.2
0.2
1.3
. 0847 0.2 0906 0.1 0906 0.4 1011 0.4 0936 0.5 1039 0,5
1508 1.3 1453 1.4 1526 1.2 1530 1.2 1553 1.2 1553 1.2
2100 0.2 2058 0,2 2145 0,1 2149 0.2 2213 0.1 2223 0.2
li 0253 l.4 26 0341 1.4 li 0347 1.3 26 0509 1.3 li 0421 1.3 26 0549 1.2
0904 0.3 0945 0.2 0936 0.5 1056 0.5 1011 0.5 1117 0,6
1526 1.2 1521 1.3 1553 1,1 1602 1.1 1628 l. l 1626 1.2
2128 0.2 2124 0.2 2223 0.2 2221 0.3 2300 0.2 2258 0.3
12 0323 1.4 27 0419 1.4 12 0426 1.3 27 0608 1.2 12 0508 1.3 27 0638 l,l
0924 OA 1023 0,3 1006 0.5 1145 0.6 1056 0.6 1200 0.6
1547 1.2 1551 1.2 1621 l. l 1639 l. l 1713 l.l 1706 l.l
2200 0.2 2153 0.3 2308 0.3 2302 0.3 2351 0.2 2338 0.4
13 0358 1.3 28 0506 1,3 13 0513 1.2 28 0723 l,l 13 0600 1.2 28 0738 1.0
0949 0.4 1108 0.5 1049 0,6 1245 0.7 1151 0.6 1254 0.6
1606 1.1 1619 l. l 1700 1,0 1721 1.0 1817 1.0 1756 l. l
2236 0.3 2221 0.3 2354 0,4
14 0436 1,3 29 0609 l.l 14 006 0.3 29 0854 l. l 14 0053 0,3 29 0023 0,5
1011 0.5 1202 0,6 0615 1.1 1400 0.7 0704 1. l 0849 1.0
1623 l. l 1654 1.0 1149 0.7 ) 1823 1.0 1309 0.7 ) 1356 0.7
2319 0,3 2258 OA 1826 0.9 1951 1,0 1858 1,0
15 0519 1.2 30 0754 l. l 15 0121 OA 30 0143 0.5 15 0204 0.4 30 0134 0.6
1045 0.6 1319 0.7 0739 l. l 1009 l.l 0817 1.1 1000 1.0
1639 1.0 ) 1738 0.9 1539 0.8 1521 0.7 (( 1528 0.7 1509 0.6
2351 0.5 2100 0.9 1958 0,9 2130 1.0 2021 1.0
31 0951 1,1 31 0439 0.6
1509 o.a 1100 1.0
1853 0.9 1621 0.6
2204 1.0
Dinâmica da Maré Estuarina 101
TABELA 2.6
Relação entre vários niyeis de referência (data verticais) e o zero hidrográfico
da Codesp - Companhia Docas do Estado de Sãa Paulo
Cais existentes
....o(1)
·o
....
-E
a..
E:::-,_·; _ -... - . - - .
Maré máxima
adotada em projetos
oCX)
N
-..f
E Zero IGG IBGE
o ----- ~~==--- - - - .:·. Gegran e RFFSA
o ~~
"
C"i E
'°N
L'1
~
~lf
E_ Zero DHN
·~~~~ -=-- ~' (Variável)
Zero Codeso
i:--='='"--"'='--.,_ _ EE t ': (Maré mínima em
12/03/1940)
TAB~LA 2: 7 .
Cálculo do nível méd,io mensal com os valores do nível médio diário, parà as alturas ãe maré no mcirégrafo de
Torre Grdnde (referid(Js ao.zero hidrogfófjco' da
"'
Cod_
~
esp); Porto de Santos.(SP)
.
·
Mês Nível médio (cm) Mês Nível médio (cm)
Janeiro 142,58 Julho 145,83
Fevereiro 147,26 Agosto 142,57
Março 147,42 Setembro 125,36
Abril 169,99 Outubro 138,65
Maio 157,50 Novembro 141,66
Junho 160,23 Dezembro 145,38
servada de 09 a 11/05/1955
-a 09/05/1955 10/05/1955 11/05/1955
:J
nos marégrafos instalados no ~ :,
o. ," \
1 1
.
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Complexo Estuarino-Lagunar de E \ ,, 1
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\ \
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E Ilhado
Bom Abrigo
Lua Nova
o 12 o 12 o 12 O Tempo (h)
Propagação da Maré em Estuários 10J
05/12/1955 06/12/ 1955 07/12/1955
m '
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o 12 12 o 12
Figura 2.9
(B) Propagação da maré observa-
da de 05 a 07/12/1955 nos marégra-
De um modo geral, a velocidade máxima numa maré, enchente ou vazante, é fos instalados no Complexo Estuari-
proporcional à amplitude elevada a urna potência entre 0,5 e 1. Na área do Terminal no-Lagunar de lguape-Canoneia.
de Ponta da Madeira, em São Luís, por exemplo, este valor é de 0,67. Condição de quadratura. (São
Paulo, Estado/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
Na plataforma continental interior, em baías e lagunas, nas quais o influxo de
água doce é reduzido, predominam condições de águas bem misturadas. Na Fig.
2.12 estão apresentados mapas de correntes de maré para a área de Penn'be (SP).
Na Fig. 2.13 estão apresentadas trajetórias de derivadores delineando as correntes
de maré a 2 m de profundidade em condições de vazante e enchente para o Canal
de São Sebastião (SP). Nas Figs. 2.14 e 2.15 estão apresentadas trajetórias de de-
rivadores lastrados a 3 m de profundidade delineando as correntes de maré em
sizígia na Baía de São Marcos, em São Luís (MA). Nas Figs. 2.16, 2.17 e 2.18 estão
apresentadas trajetórias de derivadores lastrados a 3 m de profundidade, deli-
neando as conentes de maré em sizígia na Ponta da Madeira, Baía de São Marcos,
em São Luís (MA). Na Fig. 2.19 está apresentada a visualização das trajetórias de
correntes de maré enchente em condições de sizígia no modelo físico das áreas da
Ponta da Madeira, Baía de São Marcos, em São Luís (MA).
104 Marés e Correntes
Barra do
Rio Ribeira
Barra de !capara
Barra de Cananeia
/ 5 - Ilha do Bom Abrigo
Figura 2.10
Localização de marégrafos instalados no Complexo Estuarino-Lagunar Cananeia-lguape ISP) entre 1955 e 1957.
Superfície
6 5 4 3 2 1
8,,---
,
1
Figura 2.1 1
(AJO padrão elíptico seguido pelas partículas de água numa corrente de maré du-
rante um ciclo de maré completo. Os sucessivos rumos da corrente são mostrados
pelas setas. O comprimento das setas é proporcional à velocidade da corrente no
tempo assinalado (representação polar). Os números referem-se a horas lunares (62
min) medidas após um tempo inicial arbitrário do ciclo. Velocidade da corrente (ms·1)
(B)Uma série de perfis verticais de correntes de maré, mostrando o retardamento
das correntes próximo ao leito do mar. Somente meio-ciclo está mostrado.
Propagação da Maré em Estuários 105
150 14/12/1982
22h30
140
Sizígio
130 enchente
120
Guaw
120
;110
o
EIIO
8
(")100 (')100
(1) Q)
°8 90 °8 90
O) O)
(1) 80 <D 80
1) 1)
O 70
+-
o 70
+-
e: e:
a> 60 a> 60
E ~ E ~
8, 50 0,2m/s 8, 50 0.2 m/s
o ~ acima de 0,04 g_ 40 ~ acima de 0,04
O. 40
U')
w @;'.J 0,03 o 0.04 u'.l D o.o3o0.04
30 D 0.02 a o.o3 30 D o.0200.00
20 ~ 0,01 o 0,02 20 EJ] O.ül o 0,02
• Oo0,01 • Oo0,01
10
. abaixo de O
o 11 1
o 20 40 60 80 100 20 40 60 80 100
Espaçamento de grade 300 m Espaçamento de grade 300 m
Figura 2.12
Mapas de correntes de maré - Pe-
ruíbe. (Baptistelli. Araújo e Alfredini.
2003)
1/)
N
o
1/)
'SI"
fOb Marés e Correntes
Figura 2.14
Trajetórias de derivodores lastrados Velocidade em m/s
o 3 m de profundidade em maré
vazante de sizígia no Baía de São
Marcos (MA). (São Paulo. Estado/
DAEE/SPH/CTH/FCTH)
1,8 1,6
r
'"' "" ,,
','-
'"'-,
Água
Dia 11/12/1977
5 10 16 20
Tempo (h}
Posto maregráfico do
Porto de ltaqui
s 180° 35 7,0
SE 135° ' -Direção
E 9Cf'
NE 45°
N Cf' 3,0 - 6,0
NW 315° V- 'n -"' --..,Jí\ A.,. 1! \ >-<Xl /
W
sw
S
270°
225°
180° 2,5
~
~ ~ ll'
~
~ J A
""' \ - -- Nível de água
5,0
Gráfico
\ \,' / \ /
' '1da1 me,a-mare
7 ' 1 '
/
de
direção 2,0
'\ T
\
- N1ve
/ .. ---
4,0
Figura 2.16
1,5
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· , --- --- .. --- ---· - --
-7 -- - ---- ·-· ........ --- ---- .. ........ --- -- -- --- ----
\
---
·r 3.0
(A} Campanha de
trajetórias de deri- \ / \
'
vadores em maré
vazante de sizl'gia 1,0 1 J \ 7
7
2,0
na Baía de São ,..,. J ;\ Í"I \
Marcos (MA).
. /\
Q
\ '~ Velocidade \
/
(B} Correlação
entre maré e co-
0.5
-, li' '~
)(_"
j
' ~ \ ·V
~
1,0
nexões no Porto ~ ~
'
-<(' ')
de ltaqui (MA). o.o o.o
(São Paulo, Estado/ 8 10 12 14 16 18 20 22 24 2 4 6 8
Horas
DAEE/SPH/CTH/
FCTH}
Propagação da Maré em Estuários 103
568 600
>-++N
568800
56900!
81
CX) §
U')
"o:
Vazante - Meia-maré Amplitudes: 4,5/6,0 m
568 600
>-++N Água
569 400
~ ~ ~ ~
'°í-::' " !:::
o: "o: "
o:
"
~ ~
569 "":
Figura 2.17
Trajetórias de derivadores e fluxos hidrossedimentológicos (a, b, e, d, e, f) no Terminal Maritimo de Ponta da
Madeira da Vale, na Baía de São Marcos, em São Luís (MA). (São Paulo, Estado/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
110 Marés e Correntes
300
IA 300
rn
280 280
260 260
240 240
220 220
; 200 ; 200
Q)
"lJ 180
o
....
O)
Q)
160
"lJ
....oe 140
Q)
m/s
E 120
oo, ~ acima de 2,8
o 100
C] 2.4 a 2,8
~
..-
Q.
V)
2.0 a 2.4
w
80 80 JjiJ 1.6 a 2,0
60
Ili 1,2 a 1.6
60 0,8 a 1,2
0.4 a 0,8
40
20
40
20 • 0,0 a 0.4
Figura 2.18
(A) Resultado gráfico do software
MIKE 21, mostrando o escoamen-
to das correntes, 2 h após a prea-
mar de 6 m de amplitude na área
do Terminal Marítimo de Ponta da
Madeira da Vale, na Baía de São
Marcos,' em São Luís (MA).
(A) Résultado gráfico do software
MIKE 21, mostrando velocidades
e direção das correntes em maré
vazante de 6 m de amplitude
na área do Terminal Marítimo de
Ponta da Madeira da Vale, na
Baía de'São Marcos, em São Luís
(MA). (São Paulo, Estado/DAEE/
SPH/CTH/FCTH)
Figuro 2. 19
Visualização das trajetórias de correntes de maré de sizígia em enchente no modelo físico das
áreas do Terminal da Ponta da Madeira e adjacências (Escala 1: 170), na Baía de São Marcos,
em São Luís (MA). (São Paulo, Estado/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
Propagação da Maré em Estuários 111
Na Fig. 2.20 está apresentado um gráfico polar de correntes de maré a 5 m de
profundidade em condição de maré de sizígia na Ponta da Madeira, na Baia de São
Marcos, em São Luís (MA), evidenciando um caráter alternativo e axial nas corren.
tes de enchente e vazante.
Em áreas onde a corrente de maré é suficientemente forte, o arrasto produzido
por atrito com o fundo causa turbulência que gera misturação vertical nas camadas
mais profundas da lâmina d'água, produzindo condição de água bem misturada. Em
outras áreas, em que as correntes de maré são mais fracas, ocorre pouca mistura-
ção e, portanto, a estratificação (camadas d'água com diferentes densidades) pode
se desenvolver. As fronteiras entre tais áreas contrastantes de águas misturadas
ou estratificadas são, com frequência, fortemente inclinadas e bem definidas, de
modo que há marcantes diferenças na massa específica da água de cada lado da
fronteira.
Figura 2.20
\..
o Gráfico polar de correntes de maré
25
E no Ponto P1, proximidades de Ponta
1
15
da Madeira na Baía de São Marcos
~
'õ (MA). a 5 m de profundidade em
.D maré de sizígia do dia 12/12/1977.
Q)
"O (São Paulo, Estado/DAEE/SPH/CTH/
FCTH)
1,,,,
o
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o
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Q)
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180 180
170 170
160 160
150 150
E 140 E 140
g130
CD
g130
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-o 120
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-g 120
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o 110 ~110
1J 1J
E 100 o 100
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~ 90 ~ 90
o o
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,n 70
60
-
1 m/s
macima de 0,8
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o
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-
1 m/s
flilacima de 0.8
50 rn o.6ao.8 50 D 0.600.a
40 D o.4ao.6 40 D 0.400.6
- 0.2a0,4 - 0,2a0.4
1:'!. '' 1 O.O a 0,2 [E]] o.o a 0.2
180 180
170 170
160 160
150 150
E 140 E 140
g130
CD
g130
C!)
"'8120 ~ 120
O)
o 110 ~110
1J 1J
E 100 ,9 100
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~ 90 ~ 90
- -
o o
g- 80 g- 80
a.
iXl 70 1 m/s .0- 70 l m/s
60 -acima de o.a 60 •acima de o.a
50 ~ 0,600,8 50 ~ 0.600,8
40 D o.4ao.6 40 D 0.400.6
- 0,200,4 - 0.2a0.4
0i] 0.000,2 !&1] O.O a 0,2
10
o ~~....;.,.,.,.;r..,:::,;~~
"
20 40 60 80 100 120 O 20 40 60 80 100 120
Espaçamento da grade 300 rn Espaçamento do grade 300 rn
Figura 2.22
Resultados do modelação numérica com o software MIKE 2l HD da circulação de correntes de maré e induzidas pelo vento na
área entre a Baía de Santos e Peruíbe (SP). (Baptistelli, Araújo e Alfredlni. 2003)
Propagação da Mar~ em Estu~rios 11f
Para a terra lso-halinas Para o mar Figura 2.23
10%0 20%0 30100 Rep(esentaçào esquemática da
35%0 salinidade e circulação de água
em estuárío bem misturado.
(A)Perfil longitudinal mostrando
iso-halinas verticais e ausência de
gradiente vertical de salinidade.
(B)Perspectiva mostrando a de-
flexão das águas causada pela
aceleração de Coriolis no caso do
Hemisfério Sul. A misturação lateral
induz uma circulação residual hori-
zontal.
Figura 2.24
Impacto sobre as terras úmidas. A - 5.000 anos atrás
B- Hoje
Sedimentação e
formação de turfa
e-Futuro
D-Futuro
1. Estabilização
Praia estreita
Duna
enrijecida
2. Recuo programado
2. Curso natural
Parque Dunas 1
Linha da costa recua
/ gradualm/e ~
....
Dunas -----,º~
Parque
Parque
11cf Marés e Correntes
1'ABELA 2.8
Eventos ex1temos ocorridos no mar
Data Local Causa · Nº de mortes Pessoas afetadas
01/02/1953 SW Holanda Maré meteorológica 1.835 250.000
01/02/1953 EReino Unido Maré meteorológica 315 32.000
26/09/1959 Baía lse Tufão lsewan 5.101 430.000
16/02/1962 Hamburgo Maré meteorológica 315
12/11/1970 Bangladesh Ciclone tropical 300.000 Desconhecido
30/04/1991 Bangladesh Ciclone tropical 139.000 4,5 milhões
29/08/2005 Estados Unidos Furacão Katrina >1.100 > 500.000
ÁREA DE ESTUDO
A Baía e Estuário de Santos e São Vicente (Fig. 2.26) está localizada ao sul do
Trópico de Capricórnio, compreendendo a área da escarpa da Serra do Mar, pla-
nície sedimentar, até o mar entre os rios Mongaguá e Itapanhaú (Bertioga), to-
talizando 2.402 km2 de área. Os municípios que delimitam a área de estudo são
Santos, São Vicente, Praia Grande, Cubatão, Guarujá e Bertioga.
Nas áreas planas do Estuário de Santos e São Vicente, sujeitas à ação das
marés, ocorrem cerca de 40% de manguezais do litoral paulista (Herz, 1991), e
um levantamento com base em fotos aéreas de 1958 a 1989 mostrou que 58 km2
dos mangues originais encontravam-se degradados e 20 km2 foram aterrados para
ocupação urbana ou industrial. Cerca de 50 km2 mantinham-se em boas condi-
ções, grande parte situada em Bertioga (Silva et al., 1991). Ver bibliografia.
Conforme a publicação Cetesb (2004), os mangues da Baixada Santista po-
dem ser divididos nas seguintes áreas, de acordo com as características estrutu-
rais como altura1 idade etc.: São Vicente, Estuário de Santos e Bertioga (mangue
do rio Itapanhaú, região não incluída neste estudo). A área de mangue da Baixada
Santista é muito importante (aproximadamente 100 k:m2) 1 excluindo-se as zonas
devastadas. Aescassez de Avicenia nesse mangue talvez seja consequência do seu
intenso abate para extração de tanino (Luederwaldt1 1919). Outro estudo realizado
na região da Baixada foi o de Paiva Filho (1982), que relacionou a intrusão mari-
nha no Canal dos Barreiros com a distribuição das espécies de ictiofauna.
1:20 Marés e Correntes
Figura 2.26
Mapa mostrando a área de estudo.
Canal de-.
Barreiros
+ +
46°22' W
+
46°18' W
t 24"02' S
46º14' W
MATERIAL EMÉTODOS
O estudo foi desenvolvido na área que abriga o maior porto da Amélica Latina e a
maior região metropolitana do litoral do Estado de São Paulo. Os principais objetivos
do diagnóstico foram: levantamento bibliográfico da variação do rúvel do mar na re-
gião; análise dos impactos da elevação do nivel do mar a partir dos resulta.dos obtidos
em modelo físico; composição e precisão de impactos sobre a fauna e flora.
A publicação U.S., NRC (1987) considerou três cenários de elevação média de
nível do mar para o ano de 2100, que correspondem a 0,5, 1 e 1,5 m. No presente
estudo, os resulta.dos apresentados correspondem ao cenário mais pessimista. de
elevação.
O modelo físico da Baía e Estuário de Santos e São Vicente (ver Fig. 2.27)
utilizado neste estudo foi construído no Laboratório de Hidráulica da Escola Poli-
técnica da Universidade de São Paulo - LHEPUSP, com escalas horizontal e vertical
de 1:1.200 e 1:200 respectivamente. Possui área útil de 750 m2 representando apro-
ximadamente 1.000 km2 da região estudada. O modelo é froudiano, de fundo fixo,
com escala de descarga de 1: 1:3394113 e tempo de escala de correntes de maré de
1:84,85 (Alfredini et al., 2008).
A bacia onde está representado o modelo físico conta com geradores de ondas
e de marés. O registro da agitação de ondas é realizado com pontas capacitivas, e
a circulação de correntes, com micromolinetes de fibra ótica (Fig. 2.28). Tanto as
pontas capacitivas como os micromolinetes estão situados em pontos estratégicos
no modelo. Para a reprodução das correntes de maré, criou-se um software no pró-
prio LHEPUSP. Também se dispõe de uma instalação zenital para a documentação
fotográfica e de vídeo, cobrindo a área principal do modelo.
Um mapa de cobertura de vegetação também foi gerado, mostrando cenários
próváveis de inundação nos mangues e a intrusão salina.
Este mapa foi criado a partir da digitalização de 29 cartas contendo pontos
topográficos, curvas de nível e linhas de contorno da costa e dos estuários. Nesse
modelo digital de terreno, foram traçados os contornos de baixa-mar e preamar
correspondentes à condição de elevação média de 1,5 m. Finalmente, uma com-
posição de fotos aéreas (escala 1:20.000) e imagens de satélite foi sobreposta. ao
modelo digital de terreno.
Figura 2.27
Modelo físico da Baia e Estuário de
Santos e São Vicente.
122 Marés e Correntes
Figura 2.28
Ponta capacitiva (esquerda) e mi-
cromolinete (direita). No detalhe, o
sensor.
RESULTADOS EDISCUSSÃO
Elevação do iúvel médio do mar na área de estudo
A subida do nível médio do mar pode ser estimada em 1,13 mm/ano (Hara-
ri e Camargo, 1995), com base nos registros do marégrafo do Porto de San-
tos (23°56,95' Se 46°18,50' W) (ver Fig. 2.29 ajustada pelo método dos núnimos
quadrados com regressão linear - datum vertical da Codesp (y) - Autmidade
Portuária) de 1944 a 1992 (eixo x). Entretanto, no último ciclo astronômico sinó-
dico Terra-Lua-Sol desse período (1973 a 1992), as baixa-mares mínimas anuais
elevaram-se a um gradiente de 13,2 mm/ano, o que, secularizado, daria 1,32 m, pro-
jetando uma verossímil elevação assintótica de 1,5 maté o ano 2100. Nesse sentido,
as simulações feitas no estudo contemplaram a elevação de 1,5 m, correspondendo
ao limite superior sugerido pelo U.S., NRC (1987). Estudos semelhantes foram efe-
tuados para o marégrafo situado na área lagunar de Cananeia (200 km a sudoeste
de Santos), com dados de 1955 a 1990, e na Ilha Fiscal (Bafa de Guanab.ara, Rio de
Janeiro), com dados de 1965 a 1986, e acusaram valores de 4 mm/ano e 13 mm/ano,
respectivamente. Verificou-se que efeitos meteorológicos de longo período, como
o El Ni.ti.o-Southern Oscillation (Enso), podem ser responsáveis por variabilidades
Figura 2.29
Elevação do nível médio do mar no
periódicas nos parâmetros de maré.
Porto de Santos (l 944-1992).
1 6 0 , 0 0 ~ - - - - - - - - - - -- -- - - - - - - - - - - - - ~
155,00---- - - - - -- - - - - - - - - - -- - - - - ----t
.Ê 150,00
u
Õ: 145,00
VI
Ano
~
---
~ ~ ~ ~
-
~ ~ ~
----
~ ~ ~ ~ ~
Propagação da Maré em Estuários 12J
Testes em modelo físico
Primeiro, nos ensaios de calibração, foi sendo modificada a rugosidade do modelo
físico na zona do Estuário de Santos e São Vicente, conforme sequenciado na Fig.
2.30, até à configuração definitiva na qual os tempos de maré medidos no modelo
físico coincidiram aproximadamente com os dados reais. O procedimento de vali-
dação consistiu na comparação das velocidades de corrente nas áreas da bafa e do
estuário. Uma vez calibrado e validado, vários testes foram realizados para com-
parar os tempos de propagação de maré (atraso em relação ao tempo de origem)
entre o nível atual e uma elevação média de 1,5 m do nível do mar (Tab. 2.9). O
tempo de origem corresponde à preamar na maré de sizígia na Ilha das Palmas. A
Tab. 2.10 apresenta a mudança correspondente à velocidade de corrente na Seção
Sl, localizada na embocadura do Estuário de Santos, e na Seção 10, localizada na
embocadura do Estuário de São Vicente. A Fig. 2.31 mostra parte dos estuários
modelados.
Com as tabelas citadas, é possível observar que o aumento da prisma de maré
com a elevação média do nível do mar em 1,5 m reduzirá o tempo de propagação de
maré em Santos e São Vicente a partir das duas embocaduras até a zona de encon-
tro das águas. Entretanto, a taxa de redução não é igual nos dois canais estuarinos,
sendo maior no Estuário de São Vicente. Em razão dessa mudança na propagação
de maré dentro da área estuarina, associada ao padrão de reflexão das ondas de
maré, é possível verificar o aumento da velocidade na embocadura de Santos e a
redução na de São Vicente. Com essa conclusão, pode-se estimar o aumento de
profundidade na embocadura de Santos e a diminuição na embocadura de São Vi-
cente.
Figura 2.30
Calibração da rugosidade no
modelo por meio do ajuste da
granulometria de pedregulhos
argamassados no fundo dos
canais estuarinos.
124 Marés e Correntes
Figura 2.31
Seções Sl (boca do Estuário de
Santos, à esquerda) e 10 (boca do
Estuário de São Vicente.-à direita).
Modelo (nível médio do mar atual) Modelo (nível médio do mar+ 1,5 m)
Seção
Calibração
10 min {boca) 9,45 min 0,20 min
Modelo (nível médio do mar atual) Modelo (nível médio do mar+ 1,5 m)
Seção
Calibração
1Omin (boca) 9,62 min 4,35 min
30min 32,17 min 20,62 min
50min 60,80 min 30,23 min
70 min (*) 72,86 min 38,89 min
Figura 2.33
Áreasdo Canal de Bertioga (CB-3 a CB-8).
Figura 2.32
Áreas do Canal de Bertiogo (CB-1 e CB-2) .
1.2( Marés e Correntes
Figura 2.35
Área de Santos (S-1. S-2. S-4 e S-5).
Figura 2.37
Cubotõo (C-2) e áreas de São
Vicente (SV-1 a SV-3). -.::,s:.a.,------''---,..
Propagação da Maré em Estuários 127
Região de São Vicente (SV)
Em São Vicente, as áreas adjacentes ao Rio Branco (SV-1 1 Fig. 2.37) serão mantidas
com perda de pequenas áreas inundadas. Já no Rio Mariana~ no Rio Bragal as áreas
submersas serão de grande extensão (SV-2 e SV-3, Fig. 2.37).
Figura 2.38
Área de Praia Grande.
120 Marés e Correntes
Figura 2.39
Intrusão salino do Estuário de São 40,00-.------ -- - - - - - - - - - - - - - - - ,
Vicente até o Rio Santana. ......a ...... PM (atual)
35,00 -0..--.:::-.....-....-....-....-....-....-.....-....-----------!
:::·-
··············
=:= ~~ \~i~i~)
- . - BM (+1,5 m)
::; 30.00 -t---..:.O-.:-:,,.::-- ....-....-....-<.-
....-....-....-....-....~.:::::- ... ---,-- - --L-_ _____:_ _.:..J--1
0,00--1----~-----~---------~-------1
o 2 4 6 8 10 12 14
Distância (km)
DISCUSSÃO FI NAL
Em relação à área da Baixada Santista estudada, nota-se que haverá inundação de
extensas áreas de manguezal sem possibilidade de migração desses bosques para
áreas mais interiores, seja em função do relevo pela prmtjmidade da Serra do Mar,
seja pela ocupação antrópica e pelas rodovias que limitam esse deslocamento do
ecossistema para o interior.
Nos municípios de Santos e Cubatão, as áreas inundadas serão bastante ex-
tensas. No caso do Canal de Bertioga, onde os manguezais encontram-se mais pre-
servados, também haverá uma perda de aproximadamente 50% dessas áreas. Ao
que parece, a área interna do Estuário de Santos será praticamente toda submersa,
ocorrendo a anastomose dos canais e rios. A maioria dessas áreas de manguezal
será perdida. Em poucas regiões do estuário, como os manguezais do Rio Branco,
Rio Tia Maria e Rio Cabuçu, as áreas de mangue serão mantidas.
Assim, se esse cenário se confirmar, provavelmente haverá uma perda supe-
rior a 50% da área total de manguezal hoje existente. Outra questão importante
é o que ocorrerá com o aporte de sedimento. Ele poderá compensar essa eleva-
ção? Isso poderia trazer, em algumas regiões, a possibilidade de manutenção dos
manguezais.
Também é preciso verificar se as áreas não inundadas permanentemente não
sofrerão interrupções dos fluxos de água por barreiras, como estradas, o que, mes-
Propagação da Maré em Estuários 12.!J
mo não ocorrendo inundação permanente, não pemútiria o desenvolvimento desse
ecossistema.
Como efeito da redução das áreas de manguezal no Es~ário de Santos e São
Vicente, algumas das funções ecológicas desse ecossistema costeiro poderão ser
comprometidas, entre elas a retenção de sedimentos e poluentes, exportação de
matéria orgânica e nutrientes para as águas costeiras adjacentes e manutenção de
habitat crítico para algumas espécies que se utilizam do manguezal em alguma fase
do seu ciclo de vida. Alguns trabalhos mostram que a área de manguezal está dire-
tamente relacionada com a produção pesqueira da zona costeira adjacente e que
sua redução implicaria a diminuição dessa produção (Pauly e lngles, 1999).
PROCESSOS LITORÂNEOS
3.1 INTRODUÇÃO
A dinâmica do movimento dos sedimentos costeiros começou a ser mais intensa-
mente estudada em 1950. Do ponto de vista da Engenharia Costeira, a importância
do tema é muito grande para a solução de problemas práticos relevantes, como o
assoreamento de bacias portuárias e as erosões de praias em áreas de elevado valor
social e/ou econômico. Não muito tempo atrás, a maio1ia das obras costeiras era
feita por tentativas, em razão da insuficiência do conhecimento relativo à mecânica
dos processos litorâneos.
Os processos litorâneos ligados à morfologia costeira e do fundo do mar resul-
tam da combinação de forças n9-turais (ligadas a ondas, correntes, ventos e tectôni-
cas) e antrópicas (ligadas à ação humana, principalmente em obras de Engenharia
Costeira) nas formações geológicas expostas. Muito frequentemente, a costa é for-
mada por material arenoso, que responde de modo bem rápido a estas ações por
meio do fenômeno de transporte de sedimentos. As costas rochosas respondem
geralmente muito mais lentamente a tais influências e, por isso, interessam mais
aos geólogos do que aos engenheiros civis.
A contínua ação dos movimentos do mar sobre a costa, que determina o cli-
ma de ondas e a intensidade e direção das correntes, varia em muitas escalas de
tempo, de segundos até milênios. Também o suprimento de sedimentos é irregular
no tempo e no espaço. Portanto, a qualquer instante, a formação e a composição
granulométrica da costa e do fundo do mar apresentam um padrão complexo que
tende para um equilfürio dinâmico, o qual se insere num período mais amplo cor-
respondente à era geológica.
Assim, o equilíbrio das praias é, em geral, um equilfürio dinâmico, isto é, gran-
des quantidades de areia encontram-se normalmente em movimento, mas de tal
forma que a quantidade de material que entra numa área em um intervalo de tempo
dado é igual, em média, à quantidade que dela sai no mesmo intervalo de tempo. A
posição da linha média da costa é relativamente estável por um período de meses
ou anos, enquanto a posição instantânea sofre oscilações de curto período.
1J2 Processos Litorâneos
Figura 3.2
Transferência anual de
materiais sedimentares
para os oceanos em ci-
fras .de 109 toneladas por
ano. Os números entre..
parêntesis referem-se ao.\
material dissolvido. ·,· · ··. •
..
·, ·
~
ttt
Aerossóis
. (0,26)
Erupções xulcônicas
0,)5
'
Água subterrâneo · ,
l<0,48)
1J{ Processos litorâneos
Localização
Elementos Limitesao longo
Ao largo da zona Para a terra da zona Dentro da zona
da pralá da zona
litorânea litorânea litorânea
litorânea
Fonte pontual Qj Qj Q4
(volume/unidade de Depósito ao largo ou G2 Alimentação artificial Transporte longitudi-
Rios, drenagens nal contribuindo!'!
tempo) ilha de praia
Sumidouro pontual Q3 Q4
(volume/unidade de
Q'j G2 Mineração, draga- Transporte longitudi-
Vale submarino Embocadurasl'l nal removendo!')
tempo) gem
qj
Fonte linear (volume/
qj Q2 Erosão de praial'l,
unidade de tempo/ Erosão costeira. in-
Transporte de areia produção de CaC03
unidade de compri- cluindo erosão de
provinda do largo (carbonatos)
menta de praia) dunas e rochedos!'!
Sumidouro linear
Q2 q'j
(volume/unidade q'j
Galgamente. arma- Armazenamentol'l
de tempo/unidade Transporte de areia
zenamento em terra da praia. perdas de
de comprimento de para o largo
praia) e nas dunas CaC03
1·1Fontes e sumidouros naturais que usualmente são os principais elementos no balanço sedimentar.
Origens e Características dos Sedimentos de Praia 1J7
Figura 3.3
Gonho de
-.>
"WII-l.l--;
Perda de
Cursos
d'ógua
Erosão de
O balanço sedimentar na zona litorânea.
Dragagem
ortifidol
Transporte
longitudinal
Tempo
100 anos
10 anos
1 ano
1h
Grão
de 10-1 102 104 105 Espaço lm)
areia
i
""' ""' ""' ... ..
--
""' ""' ""'
""'
.. Água costeira
\\ -
-
Transporte de massa
Transporte longitudinal
• Aporte fluvial
Figura 3.4
(A) Relações espaço-tempo dos proces- 3.2.2.2 Limites do balanço sedimentar
sos litorâneos.
(B)Balanço sedimentar esquemático pro- No estudo de uma linha de costa determinada, é conveniente abordar cada unida-
posto para o litoral centro-sul do Estado de morfológica separadamente. Aunidade, nesse caso, é definida idealizadamente
de São Paulo. (Araújo e Alfredini, 2001) corno a área costeira cujos linútes são tais que os processos litorâneos na área não
sejam afetados pelas condições físicas nas áreas adjacentes; isto é, a energia e o
material disponíveis dentro da área não dependem das áreas adjacentes. Em alguns
casos, as fronteiras de uma unidade são bem definidas, enquanto noutros casos
pode variar. Geralmente, as fronteiras das unidades rnorfológicas consistem de ca-
racterísticas costeiras corno pontais rochosos, barreiras litorâneas construídas pelo
homem, vales submarinos, ou outras características costeiras que evitam o movi-
mento sedimentar para dentro e para fora da área costeira sob consideração. ABaía
de Santos (SP), situada entre a Ponta de Itaipu, a oeste, e a Ponta da Munduba, a
leste, é exemplo de urna unidade morfológica.
Origens e Características dos Sedimentos de Praia 1J!J
Aestabilidade relativa de uma linha costeira dentro de urna dada unidade morfo-
lógica é dependente do material e da energia disporúveis para a costa. Aação da onda
é a principal fonte de energia, mas, como as características da onda mudam con-
tinuamente, uma linha de costa particular aparentemente nunca alcança completa
estabilidade quando curtos períodos de tempo, como dias ou semanas, são conside-
rados. Ao longo de um maior perfodo, como um ano ou década, em que o suprtmento
e perda de material da unidade morfológica e o suprimento de energia da onda não
forem alterados por estruturas de Engenharia, a linha costeira é comparativamente
estável. Ataxa anual de suprimento de material iguala, portanto, a taxa de perda para
a taxa anual média de energia da onda. Qualquer mudança provocada pelo homem na
configuração costeira produz uma alteração nestas taxas, que modificam a configu-
ração até que uma nova condição seja alcançada, estando em equfübrio com o altera-
do balanço material-energia. O tempo necessário para atingir esta nova condição de
equih'brio depende bastante da magnitude relativa das vá.lias condições pelas quais o
material é suprido ou retirado na zona litorânea em estudo.
Os limites para o balanço sedimentar são definidos pela área em estudo, pela
escala de tempo de interesse e pelos propósitos do estudo. Numa dada área de es-
tudo, compartimentos adjacentes para o balanço (volumes de controle) podem ser
necessários com limites perpendiculares à costa nas mudanças mais significativas
do sistema litorâneo. Como exemplo, têm-se as embocaduras entre segmentos de
praia em erosão e estáveis, e entre segmentos de praia estáveis e em processo de
assoreamento. Os limites paralelos à costa são necessários tanto no limite marítimo
como no limite para a terra do volume de controle. O limite marftimo é usualmen-
te estabelecido no limite (ou além) do limite de movimento sedimentar ativo, e o
limite para a terra, além do limite de erosão antecipado pelo estudo da vida útil da
obra. Asuperfície de fundo do volume de controle deve passar sob a camada sedi-
mentar que se move ativamente, e o topo do limite deve incluir a mais alta elevação
no volume de controle.
: Zona de :
Zona de arrebentação :espraiamento:
+-------------""'----:--- -'--"'---•: 1
1
1
1
1
1
O perfil transversal de um litoral pode ser subdividido num certo número de Figura 3.5
zonas características, cuja importância est.á ligada aos efeitos que sobre elas são Perfil transversal da zona litorânea com
as zonas de influência da maré e ação
determinados pela ação das correntes marítimas e do movimento das ondas. da onda.
Na Fig. 3.5 est.á esquematizado um perfil transversal de um litoral.
Os dois extremos da maré num dado local definem o estirâncio, zona sujeita
à excursão de maré. Indica-se como fundo submarino a zona ilinútada que se es-
tende ao largo do mais baixo nível da maré, correspondendo à zona que nunca fica
emersa.
Define-se como praia a zona que se estende entre o limite mais baixo da maré
e o limite superior no qual são sentidos os efeitos dinâmicos do movimento das on-
das, que se situa, em geral, mais para a costa do que o rúvel da maré alta.
Apresença, a quantidade e o tipo dos materiais que formam o fundo marinho,
que caracterizam o efeito da ação desagregadora do mar sobre as rochas litorâneas,
podem indicar o estágio de desenvolvimento (idade) de um dado local.
Os sedimentos que são carreados para o mar da terra variam de dimensão, dos
mais finos, corno as argilas, até as areias grosseiras e os fragmentos de rocha. No
caso dos sedimentos trazidos por correntes fluviais, a carga sedimentar é classifica-
da em duas porções: carga de lavagem, que corresponde aos finos sedimentos tra-
zidos por lavagem superficial da bacia hidrográfica, e carga de material do leito, que
corresponde basicamente aos sedimentos oriundos do próprio leito fluvial, e que
podem ser transportados tanto por arrastamento de fundo corno em suspensão.
As observações das dimensões dos materiais de praia sujeitas ao ataque de
ondas indicam que muito pouco material mais fino do que 0,2 mm está presente. O
material mais fino, que é usualmente a carga de lavagem transportada em suspen-
são, é carreado para o largo em maiores profundidades, como resultado da ação de
correntes.
Os grandes blocos e seixos geralmente permanecem próximos do ponto de
origem, enquanto areias, siltes e argilas movimentam-se, em geral, a grandes dis-
tâncias. Como resultado da ação de ondas e correntes, os siltes e argilas tendem
a permanecer em suspensão próximo à costa, depositando-se eventualmente ao
142 Processos Litorâneos
largo. Podem depositar-se também em baías bem abrigadas, com fraca ação de cor-
rentes e ondas, enquanto as praias expostas são compostas invariavelmente de
areia, pedregulhos, seixos e blocos.
Amaior parte das arêias de praia é predominantemente composta de quart-
zo, mineral mecanicamente durável e quimicamente inerte, cuja densidade é de
2,65. Pequenas quantidades de feldspato (2,54 a 2,64 de densidade), carbonatos
(conchas, corais) e minerais pesados (com densidades superiores a 2,87) com-
pletam a composição. Assim, a densidade dos grãos situa-se em torno de 2,6. A
densidade aparente das areias varia de 1,45 a 1,85 quando secas e de 1,9 a 2,15
quando saturadas.
Figura 3.7
Padrão de circulação junto da costa
-- -- --- --- -- ------ - --- ---- - --- - --- - ---
Corrente costeira
--- - - - - -
- caso tridimensional.
--.
- Cabeça
do rip '-
............
·1 1
//
\ \
I \ -,1/-
1 / ...... \
\ \
1 \ Transporte
\ de massa
1 \ pelas ondas \
Linha de
arrebentação
M,1,1 \ \ \
'1,1,1"!\ ,..~,..~~~
!\!\t\t\A.A/\AA.M(\"~"~
Grande
Descrição do Transporte de Sedimentos Litorâneo 14f
A velocidade da colTente longitudinal no caso de existirem correntes de com-
pensação não concentradas varia em direção e intensidade de acordo com o valor
instantâneo de três componentes: corrente longitudinal, jato de arrebentação e cor-
rente de retorno. Supondo o caráter solitário da onda incidente na arrebentação, a
sua energia concentra-se num intervalo de tempo muito curto, enquanto a corrente
de retorno faz-se sentir num intervalo de tempo muito maior (praticamente até ache-
gada da onda seguinte), tendo como consequência que a sua intensidade é relativa-
mente pequena. Assim, a trajetória de um derivador lançado na zona de arrebentação
tem um andamento geral paralelo à praia, embora a direção do movimento seja para
a terra durante a chegada da onda (combinação durante um curto intervalo de tempo
da corrente incidente, variável no tempo, com a corrente longitudinal geral, sensivel-
mente constante no tempo\ ao passo que, depois da passagem da onda incidente, a
direção do movimento é ligeiramente para o mar (combinação da corrente de retorno
sensivelmente segundo a linha de maior declive com a corrente longitudinal geral
paralela à praia). Na Fig. 3.8 foi apresentado aspecto das trajetórias desta corrente,
bem como a corrente no estirâncio Gato de arrebentação).
Amáxima velocidade da corrente longitudinal situa-se logo após a ru.rebentação.
Já foram medidos valores máximos desta corrente até 1,3 mls, correspondendo a
valores médios de 0,3 m/s.
As correntes de compensação concentradas (rips) têm altas velocidades
(maior que 1 m/s), capazes de atravessar a arrebentação. Tais correntes formam
parte de uma célula de circulação de água que conduz os sedimentos trazidos pelas
correntes longitudinais para o largo, sendo também um importante processo de
renovação da água da zona de arrebentação.
suspensão pelas correntes após os grãos terem sido levantados do leito pela turbu-
lência. Ambos os modos estão usualmente presentes ao mesmo tempo, sendo mais
fácil identificar duas zonas de transporte com base no tipo de movimento fluido que
inicia o movimento sedimentar: ao largo o transporte é iniciado pela ação das ondas
sobre rugas, e na zona de arrebentação o transporte é iniciado principalmente pelo
fenômeno da arrebentação. Em cada urna dessas zonas o transporte de sedimentos
resultante se deve a dois processos: o movimento fluido periódico induzido pelas
ondas, que inicia o movimento sedimentar, e as correntes superpostas que trans-
portam os sedimentos.
Os movimentos sedimentares que se processam antes de a onda arrebentar
são de vaivém, embora sempre com urna resultante de pequena intensidade num
dos dois sentidos. Trata-se, em geral, de movimentos relativamente bem defuúdos.
Pelo contrário, os movimentos sedimentares ocorridos durante e após a arrebentação
são extraordinariamente complexos e suas características são estudadas globalmen-
te, isto é, macroscopicamente. As quantidades de areia postas em movimento nessa
zona são normalmente muito grandes e daí a sua importância para o engenheiro cos-
teiro, ainda mais que é nessa zona que em geral são construídas as suas obras.
Os diferentes mecanismos de transporte sólido são aqui descritos qualitativa-
mente.
Figura 3.10
Espraiamento: a subida do nível médio Nível d'água em
para terra da arrebentação. repouso sem ondas
Descrição do Transporte de Sedimentos Litorâneo 143
O transporte de sedimentos no estirâncio pode ser por arrastamento de fundo
ou em suspensão. Quando a arrebentação é progressiva, predomina o transporte
por arrastamento de fundo, enquanto na mergulhante o espraiamento pode es-
tar mais carregado de material em suspensão. O transporl:e por arrastamento de
fundo, quando do ataque obliquo das ondas, produz um espraiamento e retorno
com padrão em dente de serra ocasionando o caminhamento sedimentar do jato
de praia. É um fenômeno semelhante ao que produz a corrente longitudinal. Essas
correntes alimentam as correntes de retorno ou compensação concentradas (rips)
ou distribuídas.
Pode-se assim resumir as caracterfsticas principais do transporte de sedimen-
tos em praias:
• Transporte por arrastamento de fundo devido à intensa ação das velocidades
fluidas junto ao fundo.
• Movimentação de grandes quantidades de sedimentos pela ação turbulenta da
arrebentação das ondas.
• Transporte de material fino em suspensão de modo semelhante ao transporte
de massa fluida.
O transporte em suspensão rumo ao largo pode ser devido a correntes de con-
centração (rips) ou outras correntes de compensação menos intensas; ou rumo à
costa como transporte de massa; ou ser paralelo à costa promovido pela corrente
longitudinal.
Omovimento oscilatório de arrastamento de fundo pode acontecer também nos
três sentidos citados.
Para as considerações de Engenharia Costeira, importa conhecer o movimento
sedimentar resultante dos mecanismos supradescritos.
De um modo geral., o transporte de sedimentos litorâneo longitudinal à praia é o
mais importante. Os estudos indicam que a maior percentagem de areia transportada
ao largo da costa ocorre da linha de arrebentação para a praia. Até hoje, nenhuma
relação genética entre a onda e as características sedimentares existe para estimar
esse transporte. Conhecem-se as variáveis mais importantes, porém as taxas mais
prováveis de transporte litorâneo numa costa natural são obtidas pela quantidade de
material depositado junto a estruturas costeiras, ou pelo conhecimento de erosões
costeiras, bem como levantamentos de dragagens de manutenção em bacias portuá-
1ias. Na Fig. 3.11 estão apresentadas estimativas desse tipo feitas no Brasil (Al.fredini,
1999), sendo que, evidentemente, quanto maior o penado de análise, mais confiável
a taxa indicada.
Ao se apresentarem os dados de transporte litorâneo, é importante diferenciar
o transporte resultante do global. A distribuição anual das direções de proveniência
da energia das ondas pode produzir um transporte dominante numa direção de modo
que o transporte global seja ligeiramente superior ao transporte resultante. Por outro
lado, a distribuição de energia das ondas pode ser tal que aproximadamente o mes-
mo volume de sedimentos é transportado em cada sentido (ponto nodal). Então, o
transporte litorâneo resultante é praticamente nulo, mas o transporte global pode ser
bastante grande.
As vazões sólidas do transporte de sedimentos litorâneo longitudinal são usual-
mente expressas em volumes anuais aparentes transportados, mas deve-se lembrar
150 Processos Litorâneos
Figura 3.11
Localidades com a respectiva taxa anual
de transporte de sedimentos litorâneo
longitudinal resultante. (Alfredini, 1999)
Equador
Legenda das
localidades
1 - Cassino (RS) A
2 - Tramandaí (RSJ A
3 - Acaraí (SC) A
4 - Brejatuba (PR) A
5 - Praia do Leste (PR) C Trópico de
6 - Ararapira (SP) B
7 - Jureia (SP) e Caprtcórnio
8 - ltanhaem (SP) C
9 - Taquanduva, Ilha de São Sebastião (SPJ )/. <:. )/ Transporte
1O- MaçambabadRJ! B
11 - Barra do Fura o RJ) B
l y global
(milhões m3/ano)
12 - Barra do Riacho ESJ e
13- Foz do Rio Doce (ESJ B A >2
14 - Aracaju (SE) C B entre 1 e 2
15 - Barra das Jangadas (PE) e e entre 0,5 e 1
16- Ponta Negra (RN) e D menor que 1
17 - Macau (RNJ D
18- Praia do Futuro (CE) e -+ > 400.000 m3/ano
19-lcaraí (CE) e
20-Atalaia (PI) D - 200 a 400.000 m3/ano
- 100 a 200.000 m3/ano
Figura 3.12
/A. _. --~Praia (A) Comportamento do perfil do equi-
líbrio da zona litorânea em função da
\\ Nível médio do mar após elevação elevação do nível relativo do mar.
__._ _ _ _ _ _ _ _ _ ' __ \- ______ Nível médio do mar inicial ____ __ a f (B) Comportamento do perfil do equi-
líbrio da zona litorânea em função da
:>-~~ a=b
Perfil após elevação do nível do mar
descida do nível relativo do mar, em
analogia com a situação anterior.
Perfil inicial
Nível médio do mar inicial
- - - - - - - Nível médiÕ aõ mãrÕpósã5ãixamentõ ia
a=b
c::J Erosão Perfil inicial
·-v---·-· •·----- • ----,--··-·- bi
111 Deposição
Perfil após abaixamento do nível do mar
152 Processos Litorâneos
do largo e de baixa esbeltez durante estação de bom tempo. Nem sempre, porém, as
barras aparecem, porque tanto a variaçãó de rúvel d'água quanto a inegularidade do
clima de ondas fazem com que as ondas sucessivas não arrebentem no mesmo ponto
do perfil, mas trabalhem um trecho de praia que pode assumir largura considerável.
Em consequência, os perfis das praias naturais costumam apresentar andamento con-
tínuo, ligeiramente côncavo.
MPM
,;
,;
,,;
(
Perfil C - Ataque das ondas .. .. MBM
. t de tempestade na face da duna _}.. .. .. -- -- --
Ab at,men o
da crista
·
Acúmulo
Perfil A
.. .
~ J . ":. '. ~_.._. _.,.
Recuo
da
crista~ ',
''
''
''
Erosão' .. - - - - - - .. ,
, MPM
--..-----------------
dela que ocorrem o nível máximo de turbulência e os grãos mais grosseiros. A área
seguinte de material mais grosseiro corresponde às bermas, provavelmente por causa
do efeito de carreamento seletivo da areia fina proporcionado pelo vento. Por outro
lado, de um e outro lado da linha de arrebentação os sedimentos são mais finos, e o
grau de finura aumenta para o largo.
Assim, para falar de granulometria de uma praia, é preciso definir local, ponto do
perfil, instante, maré e clima de ondas, pois a dimensão da areia pode variar na rela-
ção de 1 para 3 de um dia para o outro no mesmo ponto. Esse aspecto deve ser muito
bem avaliado ao se lançar mão de esquemas de análise do fenômeno do transporte de
sedimentos litorâneo.
Processos Litorâneos
Figura 3.14
A relação entre a declividade da praia 30 ,---------.....--- ---,------r-------- ~
(medida em graus), a esbeltez da onda
(H/L) e a dimensão média do grão. As "'
:,
escalas são logarítmicas em ambos os e
eixos. ~ 20 r - - -==~-==*:::::::===::::j"J":~- - -t--i
(1)
o 15 t------~--nrr"""""=~n--+--°"""'~~t - ---"'<:~--+----1
'ê
a.
o
~ lO i - - - - - - - · f)...,..~, - - -~ ~ ~-:----->...
~ 9 t--------'-ffl,.,,...C:::......O:--~ ~
~o 871-
u
i- =============-r=-=-=~- ~~~:::~§;~:::s:;;::~~=~
61---------+------1------1-------1----1
(1)
º5 --------------------+----1
4,___ _ __ _ __.__ _ ___,__ _ _ _......__ _ _ ___,__ ___,
0,005 0,01 0,02 0,05
H/l
3.5.2.2 Flechas
AB flechas são formações costeiras que morfologicamente podem situar-se na inter-
face entre os mecanismos fluvial e marítimo como agentes formadores.
Formam-se nas desembocaduras fluviais, as quais trazem o aporte sólido con-
tinental a praias com significativo transporte de sedimentos litorâneo longitudinal.
São comuns migrações cíclicas da flecha em função da sua ruptura pela ação das
cheias dos rios ou pelas ondas. Como exemplos, pode-se citar a foz do Rio Ribeira
de Iguape (SP), cuja migração cfclica está documentada nas Figs. 3.15 e 3.16; a foz Figura 3.16
do Rio Una em São Sebastião (SP), na Fig. 3.17; a foz do Rio Perequê em Ilhabela (A) Evolução das barras do Ribeira do
(SP) no Canal de São Sebastião, na Fig. 3.18, em que se observa o intensivo retra- lguape e !capara (SP) (1981-1991). A
fotografia de referência é de 1991.
balhamento das areias em barras arenosas pelas ondas; e a foz obstruída do Rio (B) Fotografia aérea, novembro de 2000.
Massaguaçu na praia homônima em Caraguatatuba (SP), nas Figs. 3.19 e 3.20. (Base)
Processos Litorâneos
Figura 3.17
Fotografia aérea de 2000 da Barra do
Rio Una em São Sebastião (SP). (Base}
Figura 3.18
Fotografia aérea de 23 de julho de 1982
da Barra do Rio Perequê em llhabela
(SP). Observa-se o trecho entre o atraca-
douro do ferry-boat e a costa rasa da foz
com nítidas barras arenosas. (Base)
Figura 3.19
Fotografia aérea de 2000 da Lagoa Azul na foz obstruída do Rio Massaguaçu na
Praia de Massaguaçu (SP) em Caraguatatuba (SP). (Base)
Perfis de Praia e Formações Costeiras Típicas
Figura 3.20
Vista elevada da Praia de Massaguaçu
em Caraguatatuba (SP), em 2001,
visualizando-se em primeiro plano a
Lagoa Azul. (São Paulo, Esfado/DAEE/
SPH/CTH/FCTH)
3.5.2.3 Barras
Trata-se de formações costeiras semelhantes às flechas, porém formadas em embo-
caduras costeiras com transporte de sedimentos litorâneo longitudinal mais fraco
relativamente ao efeito das correntes de maré da embocadura, o que faz a barra
manter-se praticamente sempre coberta pela maré. Formam-se na desembocadura
de um rio ou em embocaduras lagunares.
São produzidas pela diminuição da capacidade de transporte das correntes de
vazante ao atingirem as profundidades mais ao largo, sendo insuficientes para manter
o transporte sólido, que, geralmente, é muito maior do que olitorâneo. Abarra forma-
se marcadamente quando há um adequado suprimento de areia, uma área bastante
plana ao largo e uma área de descarga confinada no mar. Essa última caractertstica
tende a criar no sentido do mar um jato de corrente de vazante, que gradualmente
se expande e se difunde. Por outro lado, a maré enchente tem a tendência de não se
concentrar sobre a linha da barra, a qual, portanto, pode manter-se como caracterts-
tica permanente. Através da barra, o transporte de sedimentos litorâneo longitudinal
tem continuidade.
Por essas caractertsticas, os canais das barras são instáveis e sofrem variações
dependendo da ocorrência de fortes tempest.ades ou vazões fluviais, causando pro-
blemas à navegação (se existir).
Citam-se como exemplos as barras lagunares de Ararapira (ver Fig. 3.21) na
divisa administrativa com o Estado do Paraná em Cananeia (SP), de Cananeia (ver
Fig. 3.22) entre a Ilha do Cardoso e a Ilha Comprida (SP), e de 1capara (ver Fig. 3.23).
tfo Processos Litorâneos
Figura3.22
Fotografia aérea de novembro de 2000 da Barra da Cananeia, entre a Ilha Comprida (à
direita na foto) e a Ilha do ~ardoso (à esquerda na foto). (Base)
Figura 3.21
Fotografia aérea de outubro de 2000 da
Barra do Ararapira em Cananeia (SP). A
divisa administrativa entre São Paulo e
Paraná está em contínua mudança pela
migração da embocadura rumo SW.
(Base)
Figura 3.23
Progressão da erosão na margem da Ilha
li
de lguape (Barra de !capara). (São Paulo, Ilha Comprida
Estado/OAEE/SPH/CTH/FCTH)
Perfis de Praia e Formações Costeiras Típicas
3.5.2.5 Barreiras
Em contraste com as restingas, que são formadas por matelial que se movimenta
ao longo da costa, as barreiras (ou ilhas-baneiras) formam-se com material movi-
mentado perpendicularmente à costa.
Podem formar-se quando for suficiente o suprimento de material de praia pro-
veniente do largo e a batimetria for tal que as ondas arrebentam a alguma distância
da costa, por causa de uma larga zona de estirâncio raso. A barreira forma-se na
extremidade externa desta zona rasa onde as ondas arrebentam; o aporte de areia
eventualmente formará urna berma - isolada da costa - que se transformará na bar-
reira. As ondas de tempestade podem arrebentar sobre esta baITeira e transportar
areia para os baixios atrás dela. Tempestades muito severas podem mesmo romper
e abrir "bocas" na barreira. Se as variações do rúvel da maré permitirem a berma
manter-se emersa, então o vento também pode transportar areia e formar dunas ao
longo das barreiras. Exemplos de formações deste tipo são as ilhas de Pellestrina e
Lido na Laguna de Veneza (ver Fig. 4.13).
3.5.2.6 Tômbolos
A presença de urn obstáculo destacado em frente a urna costa, como um aflora-
mento rochoso, urn quebra-mar destacado, ou mesmo um navio encalhado, reduz a
atividade da onda na zona de sombra entre o obstáculo e a costa. Como a redução
da agitação das ondas na zona de sombra resulta numa redução da capacidade de
transporte dos sedimentos, o material transportado ao longo da costa se deposita
na zona de sombra formando um tômbolo, que é urn istmo (que, em geral, somen-
te se descobre na baixa-mar) de material móvel que pode desenvolver-se entre o
obstáculo e a costa. Adupla difração originada pelo ataque das ondas ao obstáculo
produz a tendência de formação de uma deposição em forma de cúspide na costa
adjacente, que pode evoluir até ligar a ilha ao continente.
1(0 Processos Litorâneos
Figura 3.24 Aformação do tômbolo, como no caso da restinga, depende do transporte sedi-
Vista do tômbolo do Poço de Anchieta
em 1999, com a Praia de Cibratel em
mentar paralelamente à praia.
ltanhaém (SP) ao fundo. A origem da denominação provém de localidade na costa da Toscana Otália) no
Mar Tirreno, em que a ausência de significativas correntes de maré permite condições
propicias a este tipo de formação. Como exemplos, citam-se os tômbolos do Poço de
Anchieta na Praia de Cibratel em itanhaém (SP) (ver Fig. 3.24), da Ilha Givura entre
as praias dos Pescadores e do Sonho em Itanhaém (SP) (ver Fig. 3.25), da Ilha Por-
chat e de Urubuqueçaba na Bafa de Santos (SP) (ver Figs. 3.26 e 3.27).
Figura 3.27
Fotografia aérea de 15 de dezembro de 1972
mostrando o tômbolo da Ilha Urubuqueçaba
e a Praia de Itararé em São Vicente (SP). Ob-
servar a dupla difração no tardoz da ilha. (Base)
• A erosão de uma linha costeira de uma baía é limitada pela perda de energia
das ondas junto aos seus limites.
• Quando ocorre um acréscimo de material de praia suprido por rios que descar-
regam na baía, esta tende a formar uma restinga entre seus limites.
• A distância para a costa na qual uma baía erode é relacionada com a distância
entre os promontórios.
Processos Litorâneos
Figura 3.28
(A) Fotografia aérea de 9 de janeiro
de.1973 da Enseada de Ubatuba (SP),
notando-se as frentes de onda do qua-
drante leste. (Base)
(B} Baía de Sepetiba e restinga da Ma-
rambaia (RJ}.
Suarão e Cibratel são praias próximas, separadas pela foz do Rio Itanhaém e por
afloramentos rochosos que intercalam as pequenas praias dos Pescadores e do So-
nho, que são separadas pelo tômbola da Ilha Givura (ver Fig. 3.25), e se encontram
a SW da desembocadura. Suarão e Cibratel encontram-se em um trecho da costa
aberto, desabrigado e sem obstáculos à incidência das ondas.
AFig. 3.29 mostra as praias de Suarão e Cibratel. Considera-se como comparti-
mento Cibratel a região de linha de costa delimitada entre o Poço de Anchieta (ver
Perfis de Praia e Formações Costeiras Típicas 1{J
Figura 3.29
Compartimentos Cibratel e Suarão e seus
respectivos extensões e alinhamentos.
o 2 3km
Foz
Rio ltanhaém
Suarão
4,8km 7,4 km
56,5° NV 58,5° NV
Fig. 3.24) até cerca de 4,8 lan para SW rumo à foz do Rio Piaçaguera. Ocompartimen-
to Suarão compreende a região delimitada pela Praia do Centro, logo ao lado da foz
do Rio Itanhaém, até 7,4 lan rumo NE, em direção à foz do Rio Mongaguá.
A direção média da linha de praia do compartimento Suarão é de 58,5º NV, e
de Cibratel, 56,5º NV (ver Fig. 3.29).
Ambas as praias de Suarão e Cibratel possuem declividades suaves, com lar-
gura média da faixa praial em torno de 90 m. Enquadram-se na classificação de
praias dissipativas. As praias dissipativas apresentam zona de arrebentação larga e
bem desenvolvida, sedimentos de granulometria fina, baixo gradiente topográfico,
ausência de correntes de retornos persistentes e, principahnente, ondas com arre-
bentação do tipo progressiva.
Agranulometria dos sedimentos presentes na zona de arrebentação das duas
praias é constituída de areia fina e média. Ao largo de ambas as praias, as isóbatas
acompanham a linha de costa, sem grandes desvios e com granulometria caracteri-
zada por areias finas. A Fig. 3.30 apresenta os pontos de coleta de sedimentos e os
resultados da análise granulométrica efetuada. Tais análises permitem estimar uma
Figura 3.31
Vista aérea das praias adjacentes à foz do Rio ltanhaém (SP) na década
de 1960. (São Paulo, Estado/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
Figura 3.32
As dunas da Praia da Jureia em lguape
(SP) em 1959. (São Paulo, Estado/DAEE/
SPH/CTH/FC íH)
Perfis de Praia e Formações Costeiras Típicas
~ Erosão
lffllll Areia do borro
f;:;IB Depósito de areia
D Areia muito fino em suspensão ,
l - Transporte intenso
2 - Transporte de médio intensidade
3 - Trons orte de fraca intensidade
Praia do Centro
P. do Sonho
Figura 3.35
Foto aérea da Barra do Rio ltanhaém (SP)
em 15 de maio de 2002. (Base)
Figura 3.36
Vista do primeiro quiosque da Praia do
Centro próximo à Boca da Barra do Rio
ltanhaém (SP) em 1998.
Figura 3.39
Sondagem batimétrica
Levantamento realizado em Batimetria da Barra do Rio ltanhaém (SP)
24, 25. 26/09/1991 e 10. 11. 12/12/1991 em setembro/dezembro de 1991. (São
Cotos referidos ao zero do IBGE
Paulo, Estado/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
1Co Processos Litorâneos
Figura 3.40
Sondagem batimétrica
Batimetria da Barra do Rio ltanhaém (SP) Levantamento realizado em
em julho de 1998. (São Paulo, Estado/ '29/07/1998 (pré-dragagem)
Cotos referidos ao zero do IBGE
DAEE/SPH/CTH/FCTH)
Figura.3.41
Estudo em modelo físico (escala vertical
1:50 e escala horizontal 1:300) da obra
de melhoramento da Barra do Rio lta-
nhaém (SP) por guias-correntes. Visua-
lização zenital da bacia de ondas, ob-
servando-se o deslocamento da mancha
de corante por ação da agitação. (São
Paulo, Estado/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
Perfis de Praia e Formações Costeiras Típicas
Figura 3.42
Estudo em modelo físico (escala vertical
1:50 e escala horizontal 1:300) da obra
de melhoramento da Barra do Rio lta-
nhaém (SP) por guias-correntes.
Visualização da Praia do Centro no
modelo. (São Paulo, Estado/DAEE/SPH/
CTH/FCTH)
Figura 3.43
Estudo em modelo físico (escala vertical
1:50 e escala horizontal 1:300) da obra
de melhoramento da Barra do Rio lta-
nhaém (SP) por guias-correntes. Visuali-
zação da bacia de ondas do Laboratório
de Hidráulica da EPUSP. (São Paulo,
Estado/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
Figura 3.44
Estudo em modelo físico (escala verti-
cal 1:50 e escala horizontal 1:300) da
obra de melhoramento da Barra do Rio
ltanhaém (SP) por guias-correntes. (São
Paulo, Estado/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
Figura 3.45
Foto aérea da foz do Rio Mongaguá (SP)
em 1959. (Base)
Figura 3.4.6
Foto aérea da foz do Rio Mongaguá (SP)
em 1972. (Base)
Perfis de Praia e Formações Costeiras Típicas 171
Figura 3.47
Foto aérea da foz do Rio Mongaguá (SP)
em 1997 com a foz fixada pelos enroca-
mentos. (Base)
j w - 1 1
O 10- 20 30
- 40 50m
O 10 20 30 40 50 m j
Abr/1994
Figura 3.54
Migração da foz do Rio Piaçaguera em ltanhaém (SP) de abril de 1994 a outubro de
1994. (Araújo, 2000)
Análise Quantitativa do Processo de Transporte Litorâneo 17J
Foz do Rio Piaçaguera Foz do Rio Piaçaguera
(24°14'87" s; 46°56' 57" WI (24°14'87" S; 46°56'57" W)
1 MM 1
o 10- 20 30- 40 50j m
1 O 10 20 30 40 50 m
DeZ/1994
Figura 3.55
Migração da foz do Rio Piaçaguera em
ltanhaém (SP) de novembro de 1994 a
3.6 ANÁLISE QUANTITATIVA DO PROCESSO DE maio de 1995. (Araújo, 2000)
TRANSPORTE LITORÂNEO
3.6.1 Início do movimento de sedimentos não-coesivos e
conformações de fundo
3.6.1.1 Consideraçõs gerais
Na Fig. 3.56, encontram-se esquematizados os processos de transporte dos secli-
mentos marinhos não-coesivos, correspondendo a forçantes associadas às corren-
tes e à agitação, produzindo tensões de arrastamento que na prática atuam em
conjunto na movimentação dos sedimentos, seja por arrastamento de fundo, seja
em suspensão.
O conhecido perfil logaiitmico de velocidades das correntes numa vertical em
áreas marítimas nunca é rigorosamente permanente, o que produziria gráfico linear
nas escalas logarítmicas de clistâ.ncia do fundo (Jj) em função da velocidade neste
ponto (ver Fig. 3.57). Assim, as tensões de arrastamento também são afetadas por
essa variabilidade temporal das forçantes, o que afeta o transporte de sedimentos.
Primeiro, as correntes de maré e outras correntes marítimas têm variabilidade
de rumo, como visto no Capítulo 2. Também, sofrem acelerações a partir das concli-
ções de velocidades muito reduzidas ou nulas (estofas), atingem um máximo e então
novamente se desaceleram (ver Capítulo 2). Oresultado é um perfil logarítmico en-
curvado, conforme mostrado na Fig. 3.57. Esse fato acarreta uma subestimativa das
174 Processos Litorâneos
Figura 3.56
(A) Esquema dos processos de transporte /A
dos sedimentos marinhos (na prática,
todos ocorrem juntos).
(B) Plano normal ao escoamento para
definição da vazão do transporte de
sedimentos.
.. +
1 1v~idade de
/ u largura
i
Velocidade da corrente
Figura 3.58
2,0
A relação entre a velocidade orbital
máxima junto ao leito e o movimento
sedimentar sob ondas de diferentes pe- 1,8
ríodos (grãos de quartzo-sílica de massa
específica 2.650 kg/m3). Ti 1,6 —
▪ 1,4 —
o Período 15 s
de onda
E 1,2 -
'R
,C3 10 S
E 1,0 -
a) 5s
-8 0,8 —
P
• 0,6 —
T.)
• 0,4 —
0,2
1 I 1 1 1 1 1 11 1 1 1 1 1 1 11 1 1 1 I I I I III
0 0-2 1Cr 1 10 100
Diâmetro do grão D (mm)
IB
Figura 3.60
Tipos de conformações de fundo:
(A) rugas produzidas por correntes;
(B) rugas produzidas por ondas; (C) on-
das de areia; (D) barras de arrebentação;
(E) barras de arrebentação na Praia da
Ponta da Areia em São Luís (MA).
11J Processos Litorâneos
bancos de areia, com dimensões de vários metros com relação ao fundo circun-
~o, nas áreas de plataforma continental interna, como no entorno do Canal
de Acesso à Baía de São Marcos (MA). Intermediariamente a essas conformações,
podem ser formadas as dunas (megarrugas), com dimensões de altura de vários
decímetros e comprimentos de dezenas de metros, produzidas por correntes mais
velozes do que as que produzem as rugas e em sedimentos arenosos mais grossei-
ros, e as barras de arrebentação das ondas, associadas a sedimentos de areia média
a grossa e à forte turbulência da arrebentação das ondas.
Figura 3.61
Variação típica da concentração de 15
sedimentos, correntes longitudinais,
transporte de sedimentos litorâneo longi- Concentração dos 4
tudinal e perfil de praia com a distância sedimentos em
a partir da costa. suspensão (kg/m3)
2
o 100 150
Distância
da costa (m)
Velocidade média
da corrente
~
0.4f
longitudinal 0,2
(m/s) O'--<~-----'- ---·_·- ~ _
.._
_____._
O 50 100 150
Transporte de
sedimentos
litorâneo
longitudinal
(m3/h/m)
Profundidade
abaixo do
nível médio
(m)
Análise Quantitativa do Processo de Transporte Litorâneo 1751
Figura 3.62
Analogia do transporte de sedimentos
Linho de costa litorâneo longitudinal com um ''rio de
areia".
11
Rio de areia"
Figura 3.63
Convenção do sinal do transporte de Praia estável Praia não-estável
sedimentos litorâneo longitudinal.
- - Transporte
positivo
Transporte
........... negativo
!°º
ll\Alll iJQQ Direção de praia
de transporte nulo
• Convergência de
rumos de transporte
• Redução da magnitude
tendendo ao transporte
! • Divergência de
rumos de transporte
• Aumento da magnitude
!
nulo
f"!tll~~oestabilização
~ , O sistema fica
....
do sistema, tendendo ao desequilibrado,
alinhamento inicial aumentando a
perturbação inicial
Rumo do transporte de sedimentos litorâneo
Linha de costa
Praia
4.1 DESCRIÇÃO
, GERAL DAS EMBOCADURAS
MARITIMAS
4.1 .1 Definição generalizada de estuário e a importância do
seu estudo
4.1.1.1 Definição clássica de estuário
A defirúção clássica d~ estuário pode ser considerada a proposta por Cameron e
Pritchard (1963, apud Kjerfve, 1985), os quais conceituaram estuário como um
corpo d'água costeiro:
• semifechado;
• que possui livre conexão com o mar aberto;
• com salinidade (%o ou g/L) mensuravelmente diluída pela água doce
oriunda da drenagem hidrográfica;
• com dimensões menores do que mares fechados.
Figura 4.1
Definição funcional de estuário.
Zona ao largo
(offshore)
Turbidez mínima
Pluma
Camada
limite costeira
Ventos /
Proximidade da costa
turbidez ~ l 00 ppm Correntes de maré
1-20 km:/ (maré, vazão rotatórias (rosa elíptica-
de água doce, ventos) circular p/ largo)
Descrição Geral das Embocaduras Marítimas 1J7
• Zona fluvial: é caracterizada por escoamento unidirecional, sem influência de
maré, com salinidades desprezáveis (abaixo de O,lo/oo).
• Zona flúvio-marítima: é caracterizada por estar sob influência da maré, apre-
sentando escoamento de rumo reversível nos trechos mais rumo ao mar, com
salinidades inferiores a 1%o e extensões dependentes da forma do estuário e da
magnitude da maré, podendo atingir de dezenas a centenas de km.
• Zona de mistura estuarina: constitui-se no estuário propriamente dito, apre-
sentando influência da maré e escoamento reversível, com as seguintes carac-
terísticas:
o extensão: trata-se de uma fronteira dinâmica rumo à terra, com salinidade
de 1%o, estendendo-se até a embocadura ou foz fluvial;
o delta de maré vazante: trata-se de um alto fundo de barras arenosas, for-
madas pelo mecanismo de captura do transporte litorâneo pelo efeito de
"molhe hidráulico" e difusão de correntes exercido pela descarga da em-
bocadura;
o delta de maré enchente: é um alto fundo arenoso produzido pela captura
do transporte litorâneo pelas correntes de enchente;
o zona de turbidez máxima: região com máxima concentração de sedimentos
em suspensão por causa da floculação dos sedimentos finos (argila e silte),
situando-se aproximadamente no entorno de salinidades de 4 a 8%o, isto é,
dependendo da maré e da vazão de água doce;
o camada limite costeira: é constituída por águas estuarinas sujeitas a cor-
rentes de arrebentação e correntes de maré alternativas com pouca mis-
tura de águas oceânicas, apresentando turbidez de ordem igual ou supe-
rior a 100 ppm, sendo a sua porção mais avançada no mar denominada de
pluma, e separada da zona ao largo, onde a turbidez é núnima, por uma
frente costeira, cujo afastamento da costa (de 1 a 20 km) é função da
maré, vazão de água doce e do regime de ventos.
Na Fig. 4.2, apresenta-se o esquema de um estuário típico segundo a definição
de Fairb1idge, em que as fronteiras estão sujeitas a oscilações de acordo com as
estações, o clima e as marés.
Figura 4.2
limite extremo de As fronteiras estão Esquema de um estuário típico segundo
erra de penetração _sujeitas a oscjlações _ a definição de Fairbridge. As fronteiras
da maré , sazonais são zonas de transição que oscilam de
acordo com as estações, o clima e as
marés.
- -
Estuário superior Estuário médio Baixo estuário
1JJ Hidráulica Estuarina
Figura 4.4
Oc. Atlântico O Estuário do Rio ltajaí-Açu (SC), e suas subdivi-
sões em baixo, médio e alto estuário.
Baixo
estuário
Figura 4.3
Localização do Estuário do Rio ltajaí-
Médio Açu (SC).
estuário
Navegantes
Alto
estuário
Figura 4.6
Embocadura do Estuário do Rio ltajaí-Açu (SC) calibrada pelos guias-correntes do porto.
Rio ltajaí-Mirim
Figura 4.7
Localização do Estuário de Santos e São
Vicente e da área ílúvio-marítima do
Oceano Baixo Rio Cubatão (SP). Localização do
Figura 4.5
Atlântico Complexo Estuarino-Lagunar de lguape-
Baixo Estuário do Rio
Cananeia (SP).
ltajaí-Açu (SC).
130 Hidráulica Estuarina
Figura 4.8
Baía de Santos e Estuário Santista (SP).
Rio Santana
Baía de Santos
Mar Pequeno
Figura4.9
Estuário do Canal do Porto de Santos
(SP).
Baía de Santos
a
Santos
Figura 4.10
Estuário de São Vicente (SP).
Figura 4.11
Complexo Estuarino-Lagunar de lguape-
Cananeia e Estuário do Rio Ribeira do
lguape (SP).
Barra de Barra do
.o o Oceano Atlântico !capara Rio Ribeira
IlhadoBom Abrigo dolguape
Descrição Geral das Embocaduras Marítimas t91
(entre Ilha Comprida e Iguape) e os setores lagunares do Mar Pequeno, Baía de Mar Mediterrâneo
Trapandé e Mar de Cubatão.
Os deltas são característicos de regiões onde a ação. da maré e das ondas é
moderada ou pequena comparativamente ao aporte de sedimentos fluvial, tor-
nando urna formação estuarina pré-existente completamente colmatada pela in-
capacidade de dispersão dos aportes sedimentares. Trata-se de urna acumulação·
costeira de sedimentos fluviais, que se estende tanto acima corno abaixo do nfvel
do mar próximo à desembocadura fluvial. Por sua forma lembrando a letra grega
delta maiúscula, a formação da desembocadura do Rio Nilo no Mar Mediterrâneo Figura 4.12
Delta do Rio Nilo (Egito).
(Egito) deu origem à denominação (ver as Figs. 4.12 e 4.13). Usualmente, os rios
formadores possuem urna vasta bacia hidrográfica, que supre grandes vazões lí-
quidas e sólidas. Constituem-se frequentemente em extensas áreas alagadiças de
alta produtividade biológica e fertilidade, tomando-as, entre outros motivos, im-
portantes áreas de conservação. São também regiões em que espessas camadas de
sedimentos e vegetação acumulam-se rapidamente, sendo, portanto, páleo-deltas
importantes fontes de petróleo, gás e carvão.
As lagunas constituem-se num corpo d'água junto a costa muito plana, sepa-
rado do largo por um cordão de areia, muitas vezes urna ilha-barreira, com variável
número de aberturas. O desenvolvimento desse último resulta da interação entre
correntes de maré e correntes litorâneas, associada a características geológicas,
localização dos canais lagunares e geometria da laguna. Na Fig. 4.13 se apresenta o
trecho costeiro do Delta do Rio São Francisco (SE/AL).
Aclassificação de circulação e estratificação é concernente à estrutura de mis-
turação das águas em função da dinâmica s~lina. Denominando-se de velocidade
residual aquela mediada ao'longo de vários ciclos de maré (idealmente, 30 ciclos),
verifica-se que, em função do diferente grau de misturação das águas, por causa
da maré e descarga de água doce, um mesmo estuário pode ser considerado estra-
tificado (apresentando a chamada cunha salina, corno na Fig. 4.14), parcialmente
misturado (ver Fig. 2.21), ou bem misturado (ver Fig. 2.23), com diferentes perfis
de velocidade residual.
Figura 4.13
Delta do Rio São Francisco (SE/AL).
Hidráulica Estuarina
: ~~
( ..
ÁguQdoce
-~ Agua salgada
Cunha
salina
Figura 4.14
Representação esquemática da circulação de água, distribuição de salinidade e gradientes de velocidade em estuário com cunha salina.
(A) Perfil longitudinal da circulação de água. As setas horizontais indicam a circulação residual. Esta é para o mar na superfície, em virtude da mis-
turação e do escoamento do rio, e para a terra no fundo, por causa da misturação vertical através da interface água do rio/água salgada.
(B) Seção longitudinal dos gradientes salinos mostrando acentuada halóclina.
(C) Perfil vertical de salinidade na posição indicada pela linha vertical tracejada em (8).
(D) Perfil vertical de velocidade ao longo da linha tracejada vertical em (B) (perfil longitudinal) mostrando os escoamentos residuais. ·
(E) Ilustração esquemática dos volumes trocados em segmentos de um estuário e da conservação de volume e sal durante um ciclo completo de
maré. Salinidade em %o, e Re Q são volumes iguais.
Descrição Geral das Embocaduras Marítimas 1JJ
4.1.3 Características gerais dos processos estuarinos
4.1 .3.1 Propagação da maré
A propagação da maré em estuários através das correntes de maré é muito impor-
tante pelo transporte de sedimentos que promove, modelando os fundos aluviona-
res e atuando em toda a profundidade líquida corno forçante do transporte de sedi-
mentos em suspensão. É interessante notar que numa área estuarina com diversas
embocaduras, como a do Estuário Santista, a onda de maré apresenta zonas de
encontro das águas (tombo), em que existe a tendência de redução das correntes
de maré e amplificação das alturas de maré, que penetram pelas várias bocas - no
exemplo, a zona de interferência das ondas que penetram pela Ponta da Praia e
pela Baía de São Vicente situa-se em média no Rio Casqueiro. Assim, o mecanismo
de propagação das correntes deve ser adequadamente conhecido para se projetar
obras de Engenharia em estuários.
As correntes de maré são essencialmente periódicas e de rumo variável, e o
vetor velocidade ao longo do período de maré descreve urna rosa de correntes. São
ditas alternativas ou reversíveis aquelas que apresentam uma rosa muito achatada,
com con entes de enchente e vazante de direções sensivelmente opostas e estofas
de conente com anulação quase que completa da velocidade. São elitas giratórias
ou rotativas aquelas que assumem todos os rumos ao longo do ciclo de maré. Na
Fig. 2.20 est.á apresentada urna rosa de correntes de maré, do tipo alternativo axial,
para um ponto nas proximidades da Ponta da Madeira na Baía de São Marcos (MA)
no dia 12 de dezembro de 1977.
As máximas correntes .de enchente costumam ocorrer em rúveis d'água re-
lativamente altos, situados entre a meia-maré e a preamar, enquanto as máximas
correntes de vazante encontram-se em rúveis d'água relativamente baixos, entre a
meia-maré e a baixa-mar. Assim, as correntes de enchente atuam com considerável
uniformidade no estuário, agindo sobre os sedimentos de margens, bancos e canais,
depositando-os nas estofas de preamar. Já as correntes de vazante concentram
inicialmente a sua atuação rapidamente nos canais, resultando numa grande ação
modeladora, pois apresentam maior velocidade pela menor seção transversal de es-
coamento, e há uma predominância dos canais de vazante sobre os de enchente.
As correntes de maré em embocaduras estuarinas são induzidas tanto por ma-
rés astronômicas (previsíveis) quanto pela superposição de efeitos climáticos (me-
teorológicos) à extremidade marítima, por causa da circulação atmosférica. ADHN
da Marinha do Brasil tem publicadas cartas de conentes de maré para previsão das
velocidades de alguns dos principais portos brasileiros. A progressão dos sistemas
frontais pelas regiões Sul e Sudeste do Brasil influencia sobremaneira o regime de
marés costeiras pelos efeitos climáticos de pressões e ventos, pois as amplitudes
de maré astronômica são inferiores a cerca de 2 m nesta área costeira. Oefeito dos
ventos nas regiões durúferas perto de embocaduras costeiras nas regiões Sul e Su-
deste pode ser tão intenso que o transporte de sedimentos litorâneo e eólico venha
a obstruir a embocadura e represar as águas interiores, corno ocorreu na Emboca-
dura Lagunar de Tramandaí em duas ressacas, de 31 de dezembro de 1979 a 2 de
janeiro de 1980, e de 14 a 19 de junho de 1980, em decorrência das quais correntes
de vazante concentradas represadas no sistema lagunar interior solaparam e pro-
duziram dano considerável ao cais da Petrobras ali localizado.
Hidráulica Estuarina
-4
~ 27
-12 32.93
-16
33.23
-20
-2•
-12
-16 J.l,IXl
-20
km o 8 10 11 12 13 15 18
-OA
Tem o Tem o
1----.----r-+--.----t (h
L...----'C..6--'-'12'-'-"15-'l-=-8__, 1 t-----.-~-r---t--1---t 'h
. _____
6 __
12_15_18_ ~ 1 1 t----.-~-.-1--r- -1Temf
6 12 15 18 (h
Torre Grande Explosivos Casqueiro
13{ Hidráulica Estuarina
IB (IJ 1,2 ~
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CI) 1.1 .g.1.1
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'ü
g 10 .Q0,2 ~ 0,2
o o
u ~ õ
0,1 uo.1
o
9h 10h llh 13h 1411 15h 17h 18h Horário
0,1 0.1
0.2 0.2
0,3 0,3
Maré vazante
0.4 0,4
0,5 0,5
0,6 0,6
0.7 0.7
0,8 0,8
0.9 0.9
1,0 1,0
1.1 1.1
1.2 1.2
Desenvolve-se em condições nas quais um rio deságua num mar com maré
muito fraca. A água fluvial menos densa flui sobre a superfície da água
mais densa, água salgada marinha, a qual, por não haver viliualmente ne-
nhum movimento de c01Tente de maré, pode ser considerada corno uma
cunha salina estacionária no tempo que se afunila subindo o rio.
• Estuário parcialmente misturado (ou parcialmente estratificado), conforme
ilustrado na Fig. 2.21, com as seguintes características:
o moderada energia da maré, com correntes de maré significativas;
o grande circulação de massa na enchente e vazante que, além do atrito na
interface interna, produz grande atrito no leito estuarino, gerando tur-
bulência que torna a mistura vertical por difusão turbulenta ainda mais
efetiva;
o a mistura em dois sentidos, isto é, água salgada misturada na camada su-
perior e água doce na inferior, toma a halóclina menos definida.
Como o escoamento fluvial para o mar é, nesse caso, misturado com uma rela-
tivamente alta proporção de água salgada, o escoamento compensatório para a ter-
ra é muito maior do que no estuário em cunha salina. Assim, as correntes residuais
são tipicamente da ordem de 10% das correntes de maré superpostas.
Rumo ao inte1ior do estuário, o movimento residual para a terra do escoamen-
to de água junto ao fundo diminui, enquanto o movimento residual para o mar do
escoamento superior aumenta. A profundidade de movimentação nula das águas
cresce até coincidir com o Jeito estuarino, não havendo mais movimento para a
terra, definindo-se então o ponto nulo do estuário. Esse ponto desloca-se mais para
a terra com marés de sizígia e/ou estiagem fluvial e mais para o mar em quadraturas
e/ou cheias fluviais.
• Estuário bem misturado, conforme ilustrado na Fig. 2.23, que se apresenta
com as seguintes características:
o é um típico comportamento de lagunas costeiras e de estuários largos,
rasos, de forma afunilada e com marés de grande altura;
o linhas iso-halinas verticais.
Com a mesma vazão de água doce, um estuário pode ser estratificado nas ma-
rés de quadratura e bem misturado nas marés de sizígia.
Hidráulica Estuarina
Re= Vt.h
V
sendo:
h: profundidade do escoamento
v: viscosidade cinemática
r+0.14r~t
0,88
onde A = 1 ·Y.
wi(V~h
sendo Vr a velocidade do rio (RIS).
r
Se o número do Reynolds densirnétrico for da ordem de 104:
A=0,23(\""
Se o número do Reynolds densirnétrico for da ordem de 107 ou maior, corno em
um curso d'água, tem-se:
Intrusão Salina em Estuários
s(x,t)
so
=exp{-~[N
o2D' B
-(N- x)exp(a (1-cos <Tt))+
o h,
Bl2}
em que:
s0: salinidade oceânica
Dó: coeficiente de difusão aparente
B: comprimento em baixa-mar para a máxima salinidade oceânica atingir a extre-
midade oceânica do estuário
a0: amplitude da maré na extremidade oceânica
a: frequência angular da maré
h: profundidade média do estuário
u
B =-º-(l-cos <rt)
(í
Ponto nulo
Escalo gráfica
O 1 2 km
Processos Sedimentológicos 20J
Legenda
• Áreas preferenciais
m de assorepmento
....Sistemas de
1::/..circulação
o 2km
Canal de São.Sebastião Escala gr<?fica
Circulação geral
Figura 4.18
Esquema geral da circulação no Estuário
o 5 1Okrri Santista (SP). (São Paulo, Estado/DAEE/
SPH/CTH/FCTH)
Escala
Áreas preferenciais
• de assoreamento
Sistemas de circulação
Figura 4.19
~Sul . Esquema geral da circulação no Canal
:.. ,.....<> Norte de São Sebastião (SP). (São Paulo, Esta-
do/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
204 Hidráulica Estuarina
4.3.2.2 Estuários
Considerações gerais
Ocomportamento a longo prazo de um estuário é bastante dependente da taxa re-
sultante de acumulação de material em seu leito. Aação da maré e os gradientes de
densidade produzem movimento residual para a terra próximo ao leito nas porções
intermediárias dos estuários. Esse movimento para a terra é contrabalançado por
fortes vazões fluviais e pela concentração do escoamento nos principais canais de
águas baixas, quando os rúveis de maré caem rumo à baixa-mar.
Os sedimentos em movimentação num estuário deslocam-se pendularmente
sob a ação da maré, mas a areia movendo-se junto ao leito desloca-se relativamente
pouco durante cada maré de sizígia e não se desloca absolutamente até que não seja
atingida e excedida localmente a tensão de arrastamento crítica no leito. Durante
as marés de quadratura, pode haver movimento muito reduzido ou praticamente
nulo, mas o transporte sólido aumenta muito rapidamente com a tensão de arras-
tamento, que depende da velocidade das correntes. Sabe-se que os escoamentos
turbulentos são quadráticos, isto é, as tensões de arrastamento no leito são propor-
cionais ao quadrado da velocidade, fazendo com que o transporte por af!astarnento
de fundo seja proporcional ao saldo entre a velocidade atuante e a crítica elevado a
um expoente da ordem de 5 (McDowell e O'Cormor, 1977).
Processos Sed imentológicos 207
Já para os sedimentos mais finos transportados em suspensão, ocorre um des-
locamento de considerável distância no movimento de vaivém a cada maré. As ca-
racterísticas do material e o teor de salinidade têm importância no comportamento
sedimentar. Assim, as partículas de silte comportam-se como as areias quanto ao
início e à cessação do movimento no leito, mas uma vez colocadas em suspensão
movem-se com a água e somente decantam lentamente da suspensão quando o
nível de turbulência é reduzido. As partículas argilosas, por seu turno, floculam
em água salgada, decantando rapidamente em águas calmas ou com fracas cor-
rentes para formar uma camada móvel, inconsolidada, quando atingem inicialmen-
te o leito. Essa camada tem a propriedade de um líquido com alta concentração
sólida, requerendo uma tensão de arrastamento reduzida para ser movimentada,
mas comportando-se como um líquido viscoso quando em movimento. As lamas
flocuJadas decantam de uma corrente turbulenta somente em velocidades muito
reduzidas do escoamento sobre o leito. Por outro lado, requerem uma maior tensão
de arrastamento e velocidade de escoamento para serem ressuspendidas. Aquanti-
dade de lama que se movimenta em suspensão em qualquer instante depende mais
da disponibilidade de material a ser erodido do que da intensidade da tensão de
arrastamento, uma vez que tenha sido excedido o valor crítico.
4.3.2.3 Deltas
A estrutura de um delta
Na Fig. 4.22 está apresentada a descrição da estrutura deltaica e sua inserção nas
áreas costeiras. Em planta, um delta afigura-se como uma extensa área baixa sobre
.210 Hidráulica Estuarina
Figura 4.22
Estrutura de um delta. Planície Delta
deltaica ativo
o rúvel do mar, em geral sulcada por uma rede de canais ativos, que são separados
por vegetação e/ou área de águas rasas. A descrição corresponde à planície del-
taica. Os numerosos canais são denominados distributários, e quando um canal se
entulha de sedimentos, o escoamento extravasa para a9har novos caminhos para
transpor a obstrução, formando, assim, novos canais.
Ao largo da planície deltaica situa-se a frente deltaica, que compreende a linha
de costa e parte do delta submarino, onde os sedimentos deltaicos mergulham no
mar. Essa é a porção do delta em que o transporte fluvial por arrastamento de fundo
se deposita e, portanto, consiste fundamentalmente de areias.
Azona mais profunda ao largo é o prodelta, que recebe a maior parte do silte e
da argila que são transportados para o mar em suspensão. Trata-se de uma porção
normalmente imperceptível de ser distinguida do meio ambiente sedimentar da
plataforma continental.
Considerações gerais
Uma embocadura de maré propriamente dita em geral tem margens aproximada-
mente paralelas, é usualmente pequena em relação à bacia interior, as correntes
na embocadura são originadas hidraulicamente em razão da diferença de carga
hidráulica entre o mar e a bafa, mais do que da propagação da onda de maré, sendo,
portanto, basicamente refletora da ação das ondas longas.
Em sentido mais abrangente, confunde-se com as embocaduras estuarinas,
embora nestas a embocadura seja larga e não resulte refletiva com relação à onda
de maré, a qual se propaga estuário acima. Considera-se que o efeito de ambas é
semelhante quanto aos processos litorâneos em suas vizinhanças.
212 Hidráulica Estuarina
Baía
Elevação , YolumeV Vazão de
oceânica Area superficial água doce
Elevação
sendo:
n: coeficiente de Manning
C: coeficiente de Chézy
h: profundidade média da seção transversal
J: declividade da superfície livre
W: largura superficial do canal no rúvel médio
I•
,
- ~-
'
~
~
/
'' '• ''
I
/ !
0,051 .
10 100 1.000 10.000 100.000
Largura da garganta no nível médio do mor (pés)
214 Hidráulica Estuarina
Bruun e Gerritsen (1960, apud Bruun, 1978) propuseram urna expressão em-
pírica para C, como:
C = 30 + 5 logS (S.I.)
Um valor típico de n nessas embocaduras está em tomo de 0,028, para dimen-
sões granulométricas entre 0,2 e 0,4 mm e correntes máximas iguais ou irúeriores
a 1 m/s.
Outro parâmetro de grande importância no estudo do comportamento dessas
embocaduras é o prisma de maré (íl.) na embocadura, que é o volume de água que
adentra a baía, a partir do mar, entre a estofa de baixa-mar e a de preamar, isto é,
durante a fase da enchente. Na ausência de vazão de água doce na baía, ou outros
escoamentos, um volume igual de água escoará na vazante:
r_ou
T.....,
0= f Q(t)dt
o
Mar Baía
Mar
Cargas sedimentares
Carregada
Enchente
Leve
<1111 ========= Carregada
Vazante Leve
~- -------
Processos Sedimentológicos 215
Com guias-correntes
Mar
Mar Baía
Baía
Cargas sedimentares
===• Carregada
Enchente
--+Leve
.,.. · · · --····Carregada
Vazante
~---·-··· Leve
Figura 4.26
Para uma ação intensa de agitação, a carga de sedimentos em suspensão é pro- Movimento sedimentar em embocadura
duzida nos depósitos rasos marítimos, bem como nas praias de ambos os lados da de maré com fraca agitação.
embocadura, e can eada para o canal da embocadura e baía. Há menos, reduzida, ou
inexistente agitação na baía, motivo pelo qual o transporte em suspensão das areias
é pequeno ou inexistente. Oque foi depositado no canal da embocadura deverá ser,
portanto, carreado de retorno ao mar principalmente por anastamento de fundo,
mas, como as correntes sobre os depósitos na baía são relativamente fracas, somen-
te uma pequena porção, se for, é anastada para o mar. Se a embocadura estiver
protegida por guias-correntes a situação é similar, mas como a função dessas es-
truturas é barrar o transporte litorâneo, a embocadura absorve menor quantidade
de .material no escoamento de enchente, bem como deixa fluir mais eficientemente
para o largo no escoamento da vazante.
Para uma ação mais fraca da agitação a situação é similar, mas todos os modos
de transporte são mais fracos. Nesses casos, uma grande parte do material trazido
para a área da garganta pelas correntes de enchente pode ser retornada para o mar
pelas correntes de vazante. Com o melhoramento por guias-conentes, pouco ma-
terial poderá transpassar a extremidade destas obras, e a seção transversal poderá
finalmente desenvolver-se como não-erodfveL Contudo, há menor probabilidade
de que tais embocaduras com moderado transporte litorâneo sejam melhoradas
por guias-correntes. Um canal dragado é provavelmente, neste caso, suficiente em
muitas situações, já que a manutenção resultante é relativamente pequena.
Adiferença entre ambos os casos reside fundamentalmente no desenvolvimento
e na configuração da bana externa. Assim, em costas muito expostas à agitação, a
barra externa está sujeita a fortes forças para o interior da embocadura pelas ondas,
aumentando o aporte para o interior da baía, onde o material pode assentar perma-
nentemente nos depósitos da baía. Onde a agitação é mais moderada, o material pode
assentar na garganta e a assimetria entre as velocidades de enchente e vazante pode
resultar numa ação de escoamento mais forte por ação das correntes de vazante, re-
tomando o material para o mar e produzindo depósitos marítimos acentuados.
Hidráulica Estuarina
sendo:
Qm: máxima vazão de maré em sizígia média
Sm: área transversal no rúvel médio
C: coeficiente de Chézy, que pode ser aproximado em muitos estuários pelos es-
tudos realizados em embocaduras de maré
'Ts: tensão de arrastamento de estabilização sobre o fundo exercida pelas corren-
tes, que pode variar nos casos usuais de 0,35 a 0,5 kgf/m2, com valor mais
comum de 0,45 kgf/m2
-y: peso específico da água
Figura 4.27
A classificação de vários sistemas deitai- Processos fluviais
cos com fundamentação na intensidade
seletiva dos processos fluviais, de agita-
ção e de maré.
Sedimentos
mais grosseiros
depositados - -- - - - '- --"="'-.r:~-
na crista da
barra
Seçã;;"iõ~giludinal
para o mar da
embocadura do
dislributário
Divergência
Convergência do Convergência
escoamento
1
Convergência
f?;§ Areia mais grossa
fm Areia mais fina
0Sille e argila
is
Direção da
Frente deltaico Prodelta água doce
Perfil de Perfil de
velocidade no velocidade na
embocadura do extremidade poro
Para o terra distributório o mar do pluma
(Ô ~ .
-=
_ U(OOJ\(D Umó,
~ Õ)Água tolalmente Paro o
g __ (Õ tu~lent9)9)~· mor
Margem
2-------'
-o
o 6
o Ernboçàdura
2 1ó- -distributório
o
umóx ªo
- - - - ' - - - -......_-
o. Margem 3
o.,
Grande ônQ_ulo
de dispersoo
E
Qi
~ Areia mais grossa 1J
~ e
o.
Areia mais fino
D Siltes e argilas
(D) Seção transversal esquemática correspondente a (A), mostrando a misturação turbulenta que ocor-
re até o leito. Os dois perfis de velocidade mostram a rápida desaceleração do escoamento de água
doce.
(E) À medida que a água doce se desacelera, a deposição ocorre rapidamente, bloqueando a embo-
cadura do distributário. A vazão turbulenta, portanto, bifurca-se, isolando uma barra sedimentar entre
dois novos canais e seus bancos subaquáticos associados.
Processos Morfológicos :221
gada é forçada para o largo da barra deltaica. Se a descarga se produz em profun-
didades moderadas, então a misturação turbulenta se processa em três dimensões
e a pluma pode expandir-se tanto verticalmente corno lateralmente. Entretanto,
devido à expansão em profundidade, a magnitude da expansão lateral é reduzi-
da e o ângulo de dispersão é relativamente pequeno. Corno a água é profunda, a
misturação não ocorre justo em cima do leito, o qual é coberto por uma camada
de água marinha não misturada. Existe um escoamento residual nessa última ca-
mada resultante da misturação ve1tical, movendo-se a água marinha para a terra
para repor aquela perdida pela rnisturaçâo no movimento para o mar da água doce.
Entretantoj a tensão de arrastamento com o leito resultante desse escoamento re-
sidual não é muito grande. A desaceleração do escoamento de água doce decorre
principalmente da rnisturaçào turbulenta e é, apesar disso, em geral suficiente para
os sedimentos se depositarem. Corno a dispersão lateral do escoamento está restri-
ta próximo à desembocadura, o sedimento se distribui, ainda uma vez, sobre uma
zona bastante estreita.
Muitos rios transportam uma maior proporção de sedimentos de granulorne-
tria grosseira, que é depositada geralmente próximo à desembocadura do clistribu-
tário, alteando o nível do leito rnaiinho. Consequentemente, é mais usual a água
doce ser descanegada em água rasa. Nesse caso, existe uma limitação espacial de a
pluma expandir-se vertical.mente, havendo, portanto, uma maior expansão lateral.
A rnisturação turbulenta ocorrerá até o leito, em razão da alta velocidade e das pro-
fundidades rasas. A tensão de arrastamento com o leito imediatamente ao largo da
desembocadura do distributário será sigrú.ficativa, pelo fato de o escoamento resi-
dual de água ser para o largo, e vigorosamente atingindo o leito, como num estuário
bem misturado, sigrú.ficando que urna grande quantidade de sedimentos de granu-
lornetria grosseira transportados por arrastamento de fundo é transportada para o
largo. A grande expansão lateral e a misturação até o leito conduzem a uma rápida
desaceleração do escoamento e consequente deposição da carga transportada por
arrastamento de fundo, produzindo-se então um ciclo de interação que reduz ainda
mais a profundidade, o que conduz a um aumento da expansão lateral, misturação
e desaceleração do escoamento. Asequência desse processo na prática atinge um
ajustamento divergente, em que canais bifurcantes estabelecem-se em torno dos
depósitos sediment:ares, sendo então o escoamento compartilhado entre canais e,
por isso, tanto a misturação vertical corno a expansão lateral são reduzidas, bem
como a tensão de arrastamento sobre o leito.
Esse tipo de delta é caracterizado também corno construtivo, pela dominância
de fácies fluviais em razão do domínio do rio.
Figura 4.30 Quando um rio deságua num mar onde a energia da agitação é alta, tem-se a confor-
Delta ativo do Ganges-Brahmaputra mação deltaica dominada pelas ondas, corno o Delta do Rio São Francisco ilustrado
(Bangladesh), mostrando o delineamento
planimétrico em franjas e a forma afuni-
na Fig. 4.13. O resultado da conformação é muito semelhante àquele que ocorre
lada dos distributários em suas emboca- num estuário quando as ondas se propagam para a terra contra a maré vazante,
duras numa condição de delta dominado produzindo redução da celeridade e comprimento e aumento da altura das ondas.
pela maré. Corno resultado dessas alterações, as ondas que se aproximam da embocadura es-
tão sujeitas à arrebentação anterior em águas mais profundas do que o normal, o
que promove uma extensiva misturação de água marinha e água doce, ocasionando
a ruptura da estratificação. Quando uma parte da frente de onda atinge a região
mais avançada da pluma, sofre retardamento em relação às partes laterais, e as
ondas são refratadas em torno da pluma, o que reforça ainda mais o processo de
misturação.
Esta vigorosa misturação das águas marinhas e fluviais conduz a uma rápida
desaceleração do escoamento de água doce, e igualmente rápida deposição de se-
dimentos. Somente a areia muito fina escapa da deposição e é carreada para o mar
para ser depositada mais ao largo. Os sedimentos mais grosseiros são depositados
na zona de misturação como uma barra em crescente. Entretanto, a barra é retra-
balhada rapidamente pelas ondas e a carga de material por arrastamento de fundo
é deslocada mais para a terra pela ação das ondas, e frequentemente forma uma
série de barras de arrebentação.
Alinha de costa de um delta dominado por ondas é caracterizada por praias
arenosas e retilíneas, tendo usualmente somente uma suave protuberância onde
a desembocadura do distributário encontra o mar. Há menos distributários do que
nos casos dos deltas dominados por rios e dominados por marés. À medida que o
delta cresce para o mar, a planície deltaica passa a ser constituída por um conjun-
to de praias abandonadas, que se estendem agora acima do nível do mar.
sendo essa equação válida em unidades do sistema inglês, isto é, em pés, e o prisma
de maré está baseado na altura da maré de sizígia média.
Segundo O'Brien, os coeficientes assumem os seguintes valores médios: a 1 =
4,69 X 10--4 e m1 = 0,85. Jarret (1976, apud Bruun, 1978) reanalisou com mais de-
talhamento os resultados de O'Brien, conforme apresentado na Fig. 4.31.
A estabilidade dinâmica da embocadura, analisada em período representativo
de no núnimo um ciclo hidrológico-climático, é caracterizada pelo fato de os ele-
mentos envolvidos conseguirem manter situação com mudanças relativamente pe-
quenas na geometria da embocadura, incluindo posição, forma em planta e áreas de
seção transversal. Condições extremas de baixa frequência de ocorrência tendem a
afastar a embocadura, por um tempo, desse estado.
Nessas embocaduras, as forças envolvidas no balanço morfológico são princi-
palmente o transporte litorâneo, que é carreado para a embocadura pelas correntes
de enchente para depositar-se nas barras interna ou externa, áreas de deposição
e baixios que tendem a entulhar a embocadura; e as correntes de vazante e outras
correntes, que tentam varrer esses depósitos para o largo e manter a seção trans-
versal da embocadura.
224 Hidráulica Estuarina
Figura 4.31
1011
Prisma de maré em função da área da
seção transversal para embocaduras nas
costas dos Estados Unidos. (') I
/
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/ I
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1 l i 11111
1111
1 1 l i li
11
102 1ü3 104 ,os 106
f'lÁrea mínima da seção transversal da embocadura
(pés2J sob o nível médio do mar (S)
incursão das águas de origem marítima, bem como dos aquíferos subterrâneos. Par-
ticularmente sensíveis ao teor de cloretos da água de origem marítima são os pro-
cessamentos industriais atualmente utilizados no Polo Industrial de Cubatão e para
abastecimento de água potável.
Atualmente, encontra-se em andamento um generalizado esforço de racionaliza-
ção, tratamento e reúso da água, que deverão nortear a política de recmsos lúdricos
na região.
Neste estudo, apresentam-se os principais resultados relativos ao comportamen-
to hidráulico-salino do Baixo Rio Cubatão (Alfreclini, 1994, e Alfreclini e Gragnani,
1996) em função dos estudos realizados nas décadas de 1980 e 1990, com particular
detalhamento das observações feitas no ano hidrológico 1992/1993.
O Rio Cubatão deságua através de dois braços no sistema estuarino de Santos, es-
tando sob influência da maré que penetra pela Barra de Santos, que se situa na Baía
de Santos (ver Figs. 4.8 e 4.32).
A Bacia Hidrográfica do Baixo Rio Cubatão é a principal contribuinte de água
doce ao sistema fiúvio-marítimo sob influência da Barra de Santos. Quanto à dispo-
nibilidade de água subterrânea, as vazões são muito mais reduzidas e as captações
são sujeitas à salinização do aquífero com o tempo. Não sendo as vazões natmais
regularizadas, deve-se considerar para fins de abastecimento as vazões mínimas
fluviais, que são bastante insuficientes, mesmo com captações em outras bacias
próximas.
O balanço lúdrico apresentado em 1993 evidenciava que, além do problema
de contenção da intrusão salina proveniente do Estuário do Canal do Porto, existia
um enorme déficit lúdrico no abastecimento, sendo que 12,35 m3ts de água eram
retirados dos rios e não retornavam a eles. Para suprir esse déficit havia necessi-
dade, por um lado, da importação de água e, por outro lado, de um esforço efetivo
Figura 4.32
Bacia Hidrográfica do Baixo Rio Cuba-
tão (SP).
Estudos de Casos 227
de racionalização do consumo de água. O déficit foi historicamente suprido pelas
vazões turbinadas na Usina Henry Borden, da Light, sucedida pela Eletropaulo e
pela atual Emae, provenientes do Reservatório Billings.
As descargas provenientes do canal de fuga da Usina Heruy Borden deságuam no
Rio Cubatão a cerca de 1 km a montante da barragem móvel da Refinaria Presidente
Bernardes da Petrobras, representando esta soleira o limite da influência marítima no
Rio Cubatão, e situando-se a cerca de 2 km a montante da confluência do Rio Pere-
quê, último afluente antes de o rio atingir o braço ocidental da foz (ver Fig. 4.32). O
braço oriental recebe as águas do Rio Piaçaguera e do Mogi, sendo que, em virtude de
a vazão natural do Rio Mogi ser insuficiente para satisfazer à demanda da Companhia
Siderúrgica Paulista-Cosipa, o bombeamento d'água da Cosipa inverte o sentido de
escoamento do Rio Piaçaguera, e nesse processo as águas do braço oriental penetram
para montante (ver Fig. 4.32).
• oscilação do nível de água no estuário por causa das marés astronômicas, que
são periódicas e bem definidas, e das chamadas "marés meteorológicas", gera-
das pelas mudanças de pressões barométricas e ventos associados atuando na
massa oceânica. As primeiras são deterministicamente previsíveis, enquanto
as últimas são abordadas probabilisticamente pelo caráter aleatório;
• vazões fluviais com valores influenciados pelas vazões descarregadas na Usina
Henry Borden;
• correntes induzidas pela maré e pela diferença de densidade da água;
• propagação da onda de maré desde a Baía de Santos pelos canais estuarinos;
• propagação das vazões .fluviais;
• geometria dos canais;
• precipitações pluviométricas sobre a bacia hidrográfica contribuindo para um
maior poder de diluição das águas pelo aumento das vazões dos rios e contribui-
ção direta no estuário.
A capacidade de renovação das águas pelo braço ocidental do Rio Cubatão é
maior do que pelo braço oriental1 isto é: tanto a penetração como a expulsão da
cunha salina são mais rápidas no primeiro, que apresenta menor resistência ao
escoamento.
Devido à posição geográfica, as principais e mais frequentes perturbações me-
teorológicas que alteram as condições oceanográficas locais são as frentes frias, que
produzem em sua passagem sensível alteração dos níveis do mar, influenciando o
comportamento hidráulico-salino estuarino com condições para um maior ou me-
nor armazenamento dos volumes líquidos, isto é, aumento ou redução dos teores de
cloretos durante vários ciclos de maré em razão das trocas entre a camada d'água
inferior, de maior salinidade, e a superior.
Existe uma tendência de circulação atmosférica com predominância de ven-
tos do quadrante sul (SW, S, SE) no período de abril a outubro, e dos ventos do
quadrante sudeste (S, SE, E) no período de novembro a março, caractezizando
condições típicas de inverno e verão, respectivamente.
A maré em Santos pode ser classificada como semidiurna mist:a, com desi-
gualdades diurnas. Esta irregularidade é reforçada pelo efeito meteorológico. A
previsão da maré, filtrada das influências climático-hidrológicas, é fornecida pelas
Tábuas das Marés da Marinha do Brasil. Assim, a maré na Baía de Santos, sendo a
superposição de uma maré astronômica complexa e de um fenômeno meteorológi-
co de grande período (em média, no período de inverno a incidência de passagem
de frentes frias fortes é de uma a duas por semana), não pode ser inteiramente
previsível, em razão do caráter aleatório das perturbações meteorológicas.
Amaré astronômica na Baía de Santos tem amplitude normal de 1,5 m nas sizí-
gias médias, podendo atingir 2 m em marés excepcionais. Os efeitos meteorológicos
chegam ter duração de alguns dias, podendo produzir significativos deslocamentos
do nível do mar. Assim, já foram observadas sobrelevações de até 1 m ou rebaixa-
mento de 0,5 m na maré prevista.
Os rios da vertente marítima da Serra do Mar caracterizam-se morfologicamen-
te por apresentarem declividades extremas, que, associadas à sua pequena área de
drenagem e à alta pluviosidade regional, resultam, como decorrência dos curtos
tempos de concentração, em regimes de escoamento de caractezisticas torrenciais,
com ondas de cheia de curt:a duração e grande amplitude. Assim, na estiagem, a
Estudos de Casos 22.9
vazão natural do Rio Cubatão é da ordem de 5 m3ts, podendo baixar a 1,4 m3!s em
condições excepcionais, ou subir a 500-600 m3ts em cheias esporádicas. Na época
de chuvas (de novembro a maio), as vazões normais são de 7 m3!s, podendo atingir
picos de 1.000 m3!s. Da mesma forma, no Rio Mogi a vazão básica de estiagem é de
1 a 1,5 m3ts e cheias bruscas podem atingir máximos de 600 m3!s.
Do ponto de vista hidráulico-salino, o Estuário do Canal do Porto pode ser con-
siderado homogêneo lateralmente, e de parcialmente misturado a moderadamente
estratificado verticalmente para qualquer tipo de maré e para qualquer valor de
descarga fluvial, tendendo à estratificação das bocas para as cabeceiras. Durante
as marés enchentes ou por ocasião da passagem das frentes frias, a água salgada
oceânica, mais densa, penetra no estuário pela Barra de Santos, em direção às
cabeceiras, por baixo da camada de água doce que escoa permanentemente para
jusante em direção ao oceano, constituindo a intrusão salina.
Aprincipal captação de água situada no trecho sob influência do braço oriental
do Rio Cubatào é a captação de água industrial da Cosipa, situada num trecho de
antigo meandro do Rio Mogi, a cerca de 7 km do canal de fuga da Usina Henry Bor-
den (ver Fig. 4.32). Aqui, constata-se um caráter oscilatório nos teores de cloretos,
devido à ação das marés em suas fases enchente e vazante, produzindo incremento
e redução, respectivamente. Verifica-se que a permanência do nível médio da água
em cotas elevadas propicia ao sistema condições favoráveis para o avanço da cunha
salina, principalmente em marés de quadratura. A ocorrência de chuvas na bacia
contribuinte ao Rio Mogi tem efeito favorável na redução dos teores de cloretos nesta
região. Nas marés de sizfgia há uma maior renovação das águas, reduzindo-se os efei-
tos da intrusão salina, por conta das ações mais intensas de enchente e vazante da
maré; enquanto nas marés de quadratura as águas salobras têm maior possibilidade
de penetração devido praticamente à estabilidade do nível d'água. Em condjções
propícias, como marés de quadratura com nível médio elevado do mar, persistente
ausência de chuvas na bacia e baixas vazões naturais ou provindas da Usina Henry
Borden, a camada superficial da coluna d'água é gradualmente salinizada, produ-
zindo a contaminação completa e persistente do sistema.
· Os teores de cloretos no trecho sob influência do braço ocidental do Rio Cuba-
tão podem ser caracterizados pelos dados obtidos na tomada d'água industrial da
Carbocloro, localizada na margem esquerda do Rio Cubatào, junto à confluência
com o Rio Perequê (ver Fig. 4.32). Aonda de maré apresenta períodos de enchente
mais rápidos do que os de vazante. As velocidades das correntes são em geral muito
reduzidas, mesmo para elevadas vazões turbinadas na Usina Henry Borden, em ra-
zão da baixa declividade do álveo, e as operações da barragem móvel da Petrobras
podem influenciar na propagação das vazões em função dos transientes hidráulicos
que podem produzir num curto periodo. Com grandes descargas na Usina Heruy
Borden, pode-se ter todo o trecho com escoamento apenas de vazante mesmo com
a ocorrência de fortes marés, o que produz um recuo progressivo da intrusão salina
do trecho fluvial. Neste trecho as estofas de corrente ocorrem cerca de 2 h defasa-
das com relação às preamares e baixa-mares locais. Também aqui se observa que
as marés mais favoráveis à intrusão salina são as de quadratura, particularmente as
com fortes irregularidades (estofa prolongada), sobretudo quando da elevação do
nível médio do mar por motivos meteorológicos, pois não há a expulsão da cunha
salina na vazante, a menos que aconteça uma forte vazão afluente de água doce,
penetrando-a ciclicamente rio acima. Os eventos de intrusões salinas mais agudos
ocorrem entre a preamar e a estofa de corrente locais.
2JO Hidráulica Estuarina
Uma vez que a cunha salina apresenta intrusões profundas no Rio Cubatão,
há uma maior dificuldade na sua expulsão, verificando-se que a cunha permanece
mesmo após um considerável aumento de vazão e da inversão do sentido da corren-
te fluvial, mantendo-se o teor de cloretos elevado por vários ciclos de maré.
Figura 4.33
Relação entre as vazões médias do mo- 0,80
delo de Keulegan e vazão natural dispo-
nível na bacia do Rio Cubatão x Classe o
10 0,75
de cloretos na tomada d'água da Cosipa (.),
o · ~~
para o período de junho de 1992 a maio
~ 0,70
de 1993. (Santos eAlfredini, 2002)
(1) ~~
~ 0,65 ••
...
(1)
..............
~
E 0,60 ...............
...
<O
'--....
~ 0,55 ~
0,50
A B e D E
Classe de cloretos
Estudos de Casos 2.JJ
• de 500 a 1.000 ppm: operação com auxilio de unidade desmineralizadora com
perda crescente de eficiêncía (C);
• de 1.000 a 2.000 ppm: operação com prejuízo crescente da qualidade do pro-
duto siderúrgico, devido à cristalização de saís nas chápas produzidas no alto
forno, exigindo a decapagem do produto acabado (D);
• acima de 2.000 ppm: proliferação de mariscos nos dutos de captação e condi-
ções proíbitivas de trabalho pelas altas taxas de sais (E).
4.5.2.4 Conclusões
Oprincipal resultado deste estudo foi estimar os volumes de água doce necessários
para barrar a cunha salina na entrada dos dois braços em que se bifurca a foz do Rio
Cubatão (Seções A e B), evitando a sua progressão nos trechos fluviais do Baixo
Rio Cubatão e afluentes.
Foi verificado que, para manter a condição de cunha salina estacioná.ria esta-
belecida, é necessário dispor de vazões médias mensais de água doce entre 66 e 76
m3/s, atingindo valores máximos na faixa de 154 a 235 m3ts. Aordem de grandeza
das vazões obtidas é coerente com o conhecimento da dinâmica hidráulico-salina
do Baixo Rio Cubatão.
Em 1992/1993, o balanço dos recursos hídricos da região apresentava o se-
guinte quadro:
• Disponibilidade hídrica média em vazão plw'ianual: 19 m3/s.
• Demandas ele água para uso público e industrial:
o captação: 20 m3!s;
o restituição aos corpos d'água: 13,8 m3!s;
o vazão que não retornava aos rios: 12,3 m3!s.
Pode-se concluir desses dados que a vazão média de água doce oriunda da
bacia e remanescente para barrar o avanço da cunha salina era de cerca de 7 m3/s,
devendo o remanescente ser sup1ido pela reversão das águas da Bacia do Alto Tietê
através do turbinamento nas Usinas Henry Borden. No período analisado, as vazões
médias mensais turbinadas acrescidas dos aportes naturais estimados de água doce
variaram entre 50 e 79 m3/s, dos quais, uma vez subtraída a vazão que não retoma
aos rios, resultaram valores efetivamente disponiveis para barrar a cunha salina
de 38 a 67 m3ts. Estes valores revelaram-se insuficientes na prática, uma vez que
em 296 dos 365 dias do período anual analisado foi registrada incidência de cunha
salina na captação da Cosipa.
Pela análise idealizada em que estão baseados esses cálculos, verifica-se que
as vazões de água doce necessárias para barrar a cunha salina não são operacio-
nalmente viáveis para a lei de manobra de uma usina lúdroelétrica. Mesmo com a
capacidade máxima de adução das Usinas Henry Borden, de 150 m3ts, não é possf-
vel deter os eventos intrusivos máximos. Assim, urna condição razoável de convi-
vência com os eventos de avanço da cunha salina seria o aporte de vazões médias
(naturais sornadas às turbinadas) de cerca de 100 m3/s. Esse número corresponde
ao turbinamento médio lústoricamente praticado em Henry Borden antes das res-
trições de turbinamento impostas desde 1992, época em que os eventos intrusivos
não eram tão frequentes no trecho fluvial do Baixo Rio Cubatão.
Finalmente, deve ser ressaltado o resultado obtido da comparação dos cál-
culos da vazão de água doce considerando os dados maregráficos observados e a
2J4 Hidráulica Estuarína
Oceano Atlântico
o
p BomIlhado
Abrigo
Figura 4.36
(A) Fotografia aérea de 1977 mostrando
o Porto de ltaqui e a Ponta da Madeira
em condições de maré vazante. (Alfredi-
ni, 1983)
(B) Vista do modelo físico do Complexo
Portuário de Ponta da Madeira. (São
Paulo, Estado/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
tomo de 4,5 m. Avelocidade máxima das correntes constatada no campo foi de 5,1
nós. Foi verificada urna correlação clássica entre as velocidades máximas, que ocor-
rem próximo às meias-marés, e as amplitudes de maré elevadas a 2/3. Sabe-se que
em áreas estuarinas o expoente da altura varia entre 0,5 e 1,0, sendo o coeficiente
dependente do ponto de observação e do estado da maré (enchente ou vazante).
Oclima de ondas local é bastante moderado, com vagas máximas observadas de
1,1 m de altura. A salinidade varia de 20 a 25 g/L e a bafa pode ser considerada sem
estratificação de densidade.
O transporte de sedimentos é fortemente condicionado pelas correntes de maré
e também pelas cheias fluviais, principalmente da Bacia Hidrográfica do Rio Mearim.
O transporte de sedimentos litorâneo é desprezável. Aconcentração de sedimentos
em suspensão está em tomo de 100 ppm e é principalmente composta de silte e
argila. Há grandes conformações de ftmdo devido às correntes nos canais e bancos
da bafa. O fundo é constituído principalmente por camadas de areia com diferentes
espessuras sobre rochas sedimentares que afloram no fundo dos canais com fortes
correntes. Predomina areia fina com granulometria inferior a 0,5 nun, sendo mais
graúda nos canais e mais fina nas áreas abrigadas.
Asolução final adotada para as obras de abrigo é constituída por dois espigões reti-
líneos. O Espigão Norte tem um desenvolvimento de 1.050 me o Sul, de 315 m. Os
espigões são constituídos por enrocamentos com um perfil do tipo trapezoidal.
Os espigões foram construídos entre maio de 1980 e setembro de 1982, e o
porto somente começou a operar em janeiro de 1986. Assim, em 1983 o monito-
ramento batirnétrico indicou um processo de sedimentação na área abrigada, com
maior intensidade entre os futuros berços de atracação. A Fig. 4.38 mostra a con-
figuração do processo de sedimentação observado e reproduzido no modelo físico
com traçador sedirnentológico constituído de poliestireno (depósitos esbranqui-
çados na foto). Um programa intensivo de estudos de campo e em modelo físico
foi então desenvolvido para reduzir o custo das futuras dragagens de manutenção,
tendo culminado com urna modificação no Espigão Norte, como mostra a Fig. 4.37,
com a finalidade de melhorar as condições de limpeza das correntes de enchente.
Figura 4.38
Visualização da sedimentação no mo-
delo físico da área portuária do Terminal
Marítimo de Ponta da Madeira (escala
1:170), na Baía de São Marcos, em São
Luís (MA). (São Paulo, Estado/DAEE/SPH/
CTH/FCTH)
Estudos de Casos 241
Consistiu em arrasar os 100 m finais do espigão, aproveitando-se esse material na
construção de um direcionador concentrador de correntes com 150 m de compri-
mento. Nesse programa, as condições de abrigo nas áreas dos berços foram cuida-
dosamente avaliadas, visando evitar uma degradação de táis áreas.
Com a modificação introduzida, que foi implantada entre 1985 e 1986, o volu-
me anual a ser dragado foi reduzido em cerca de 50% com periodicidade média em
torno de 18 meses, sendo a cota de dragagem para o Píer 1 de 25 m com relação ao
nível de redução da Diretoria de Hidrografia e Navegação da Marinha do Brasil.
Com base nos ensaios em modelo físico, e nas recomendações internacionais para
amarrações seguras de grandes navios, o Manual do Porto para o início das ope-
rações no PDM continha algumas recomendações. Depois do início das operações
portuárias, observou-se que na fase final de carregamento, principalmente em
marés vazantes de sizígia, alguns navios de médio a grande porte apresentavam
movimentos com casos de ruptura de cabos de amarração. Essas ocorrências con-
firmavam as ressalvas já feitas com base no estudo em modelo físico. Observou-se
também que navios com planos de amarração adequados, e que mantinham os ca-
bos ajustados, sem lazeira, durante o carregamento, poderiam evitar a ampliação
do movimento por efeito de inércia, desde que as marés não fossem de altura su-
perior a 6 m.
Devido às grandes variações de maré, à grande diversidade dos tipos e estado
de conservação dos cabos e à melhor ou pior atenção dedicada à amarração por
parte das tripulações, tomava-se clifícil controlar a amarração dos navios dmante
o carregamento. Asolução imediata e provisória foi o emprego de rebocadores tes-
tando o navio contra as defensas quando o movimento tendia a se iniciar, para evi-
tar a sua amplificação, principalmente nos períodos em tomo à meia-maré vazante
ao final do carregamento.
Figura 4.39
Visualização do campo de correntes de
maré, em meia-maré vazante de 7 m de
amplitude, no modelo físico do Terminal
Marítimo de Ponta da Madeira {escala
l :170), na Baía de São Marcos, em São
Luís (MA). (São Paulo, Estado/OAEE/SPH/
CTH/FCTH)
242 Hidráulica Estuarina
PONT4' DA
MADEIR.VITA
• Patagominas
BA 8A, t;
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, PECI liR ■ A
TUCURUI
.§4(
,'
g
, 2
â
AIV
3D
Área
intermediária
Área
intermediária
244 Hidráulica Estuarina
Figura 4.41
Superfície criada a partir da batimetria
da Área IV, no período de outubro de
1998, do Canal de Acesso do Complexo N
Portuário do Maranhão.
Ondas de areia:
Altura média: 3,97 m
Altura máxima: 7.75 m
O 500m
1 1 1
Figura 4.42
Localização de incidência de ondas de
areia.
Figura 4.43
Evolução das curvas de isóbatas
, de 24 m.
Area IV
isóbata 24 m
&
-".!'. 1
Figura 4.44 400 410 420 430 440 450 460 470 480 490 500 510 520 530 540 550 560 570 580 590 t,
Migração da terceira onda da Área IV.
-22 • nov/96
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" jun/98
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••
-34
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Distância {m)
i
Figura 4.45
Rosa das velocidades de maré (rn/s) no Velocidade (m/s)
Ponto A4 (a 20 m do fundo) nos dias 5 a
26 de abril de 1991. N
NNW 1
ENE
Wr---1----,~ --+----i E
ESE
s
D Velocidade máxima
[E] Velocidade média
Estudos de Casos 247
4.5.5 Estudo da dispersão de efluentes de emissários
submarinos na Baixada Santista (SP)
INTRODUÇÃO
No presente estudo, são apresentados alguns resultados dos vários ensaios realiza-
dos em modelo físico. Este trabalho regional abrange a área costeira entre a Praia
do Forte (município de Praia Grande) e a Praia da Enseada (Guarujá), interes-
sando a disposição oceânica e o impacto sobre as costas dos municípios de Praia
Grande, São Vicente, Santos e Guarujá.
O modelo físico da Baía e Estuário de Santos e São Vicente foi construído,
calibrado e validado para os estudos do projeto PROBIO (MMA/Banco Mundial/
GEF/CNPq), com o intuito de produzir diagnóstico sobre os efeitos da elevação
do nível do mar, decorrente do aquecimento global da atmosfera sobre a região
(ver Fig. 2.27).
A bacia onde está instalado o modelo físico conta com geradores de ondas e de
marés. O registro da agitação de ondas é feito por pontas capacitivas e circulação
de correntes com micromolinetes de fibra ótica (ver Fig. 2.28). Para a reprodução
das correntes de maré, criou-se um software no próprio Laboratório de Hidráulica
da Escola Politécnica da USP. O esquema de funcionamento da maré no modelo é
mostrado na Fig. 4.46. A aquisição de dados a analisar é feita digitalmente na cabine
de operações situada num canto do modelo. Também se dispõe de uma instalação
zenital para a documentação fotográfica e de vídeo, cobrindo a área principal do
modelo.
O objetivo geral foi o desenvolvimento de uma metodologia de avaliação de
dispersão de despejo de esgoto em modelo físico. Para tanto, as técnicas de repre-
sentação de descarga do efluente com a utilização do traçador colorimétrico azul de
metileno foram aprimoradas, e foram avaliados conceitualmente dispositivos que
melhor representaram a condição de vento na região de estudo.
Figura 4.46
Esquema de funcionamento da maré no
modelo.
Modelo: 8,75 min
Real: 12.38 h
Hidráulica Estuarina
RESU LTADOS
Simulação da descarga de efluente oriundo de emissário submarino
Para a elaboração do sistema simulador de descarga de efluente, utilizou-se b prin-
cípio do frasco de Mariotte. Este frasco apoia-se no fato de que as pressões interna
do recipiente e externa a ele tendem a se equilibrar. Isso é feito por meio de um
tubo que insere ar externo para dentro do recipiente (Fig. 4.47). Sendo assim,
garante-se o preenchimento do tubo com ar quando há escoamento do fluido, tor-
nando a pressão na extremidade do tubo igual à pressão atmosférica.
Quanto às diferentes vazões necessárias para o estudo, foram conseguidas va-
riando a altura do frasco para se adicionar uma maior (ou menor) carga hidráulica
ao sistema.
Notou-se que o frasco acoplado diretamente ao emissário conferia ainda va-
zões muito altas (aproximadamente 5 Uh), mesmo quando posicionado próximo ao
piso do modelo. Para isso, foi desenvolvida uma peça que tem a finalidade de dissi-
par a energia excedente, permitindo o posicionamento do frasco a altillas maiores.
Essa peça é composta por um tubo fino de plástico (com aproximadamente 50 m
de comprimento) que é enrolado em um cilindro semelhante a uma serpentina,
permitindo a dissipação illtiforme da energia ao longo de seu comprimento. Ela
é posicionada entre a saída do frasco de Mariotte e o emissário do modelo, como
esquematizado a seguir (ver Fig. 4.48).
Figura 4.47
Esquema de funcionamento do frasco de
Mariolle.
Diagrama
de pressões
1 - - -H - - - - - - + ................... .
Figura 4.48
À esquerda, esquema do sistema com-
posto por um pedestal (A), frasco de Ma-
riotte (B), cilindro dissipador de energia
(C) e tubo de aço inox (D), representan-
do o emissário. À direita, foto do sistema
no modelo físico.
e
/
D
/
Estudos de Casos
Figura 4.49
Foto do túnel de vento simulando a ação
de vento sobre a pluma.
Figura 4.50
Resultado da modelação numérica com
a inserção do túnel de vento.
80 9
24°01' S
120 140
Estudos de Casos 2f1
Emissário de Santos
Sobre a possibilidade de extensão do Emissário de Santos, testes com diferentes
comprimentos (4 e 5 km) e vazão máxima de descarga (Q111áx = 5,6 m3/s) e descar-
ga volumétrica média de operação CQmédia = 3,5 m3!s) foram simulados (ver Figs.
4.51(A) e 4.51(B), respectivamente). Em ambos os casos, a condição de vento de
SW foi simulada com o rumo à praia.
Esses testes ilustram que a pluma do efluente tende a se dispersar em direção
ao mar, especialmente para o cenário de vazão média 3,5 m3!s. Para a vazão máxi-
ma, parte da pluma retoma ao Canal de Acesso ao Porto. Esse resultado confirma
a presença de uma pluma com maior dimensão para uma descarga maior de efluen-
te.
A comparação com a condição de 5 km de extensão mostra que a dispersão
tende a seguir para o mar aberto (menor ação de correntes de maré enchente e
transporte de ondas) em razão do prolongamento do emissário, mostrando uma
tendência similar ao apresentado na situação atual de 4 km, mas com menor inten-
sidade de dispersão rumo à praia. Os resultados da modelação física com o túnel de
vento mostraram que a dispersão no campo afastado neste cenário adverso poderia
ser melhorada com o aumento no comprimento do emissário.
Outros ensaios estão relacionados com o cenário de elevação do nível do mar
de 1,5 m, situação apontada pelo comitê norte-americano de especialistas em En-
genharia Costeira [U.S., NRC (1987)] como mais crítica para o ano de 2100. Dessa
forma, os ensaios 30 e 31 simularam este cenário sem o prolongamento do emissá-
rio (comprimento atual de 4 km) e vazão máxima de projeto de 5 m3!s (Fig. 4.52).
Figura 4.51
(A) Ensaios no Emissário de Santos com
4 km de extensão. À esquerda, vazão
máxima (5,6 m3/s - ensaio 13) e à di-
reita com vazão média de operação (3,5
m3/s - ensaio 25).
Figura 4.51
(B) Ensaios em Santos com 5 km de
extensão. À esquerda, vazão máxima
(5,6 m3/s - ensaio 23) e à direita com
vazão média de operação (3,5 m3/s -
ensaio 27).
Hidráulica Estuarina
Figura 4.52
Ensaios de elevação média do nível do
mar em Santos com emissário de 4 km.
À esquerda, ensaio 30 com simulação
de vento rumo à praia; à direita, ensaio
31 sem vento.
CONCLUSÕES
Os ensaios em modelo físico para a avaliação da dispersão da pluma de efluente
oriundo de descarga de emissários submarinos mostraram-se uma ferramenta im-
portante para a tomada de decisão quanto ao sistema de saneamento adotado no
litoral paulista.
As simulações na área do Emissário de Santos mostraram que a pluma do efluen-
te apresenta a tendência de uma dispersão rumo ao mar para os cenários de vazão
média atual. Para um cenário de elevação relativa do nfvel do mar e prevendo-se um
aumento de vazão, parte da pluma retorna ao Canal de Acesso ao Porto de Santos.
Avaliando-se a extensão do Emissário em mais 1 km e com a atuação do vento
de SW, a dispersão da pluma é melhorada para o cenário de vazão média, assim
como para o de elevação relativa do mar.
Figura 4.53
Ensaios no Emissário de Santos com
vazão média atual de operação
(3,5 m3/s). À esquerda, comprimento
atual do Emissário de 4 km; à direita,
emissário com extensão total de 5 km.
HIDRÁULICA FLU·VJAL
5 Transporte de
Sedimentos -
Curva-chave e
Distribuição das
Tensões na
Fronteira 255
6 Transporte de
Sedimentos - Início
do Movimento/
Confarmações de
Fundo/Rugosidade
273
7 Transporte de
' Sedimentos -
Arrastamento áe
Fundo e em
Suspensão 283
8 Morfologia Fluvi~I -
Princípios 289
9 Morfologia Fluvial
- Características
Planialtimétricas
dos Cursos d'Água
de Planície Aluvionar
301
Hidráulica Fluvial
LISTA DESÍMBOLOS
5.1 1NTRODUÇÃO
5.1.1 Considerações gerais
Enquanto os fenômenos hidráulicos dos escoamentos com fronteiras fixas são sus-
cetíveis de uma representação analítica bem definida, de acordo com as leis da
hidrodinâmica, o mesmo não ocorre nos escoamentos com fronteiras móveis, pois
nestes casos existe influência recíproca entre o escoamento e sua fronteira. Sendo
autores de sua própria geometria, os escoamentos bifásicos (sólido-líquido) com
fronteiras móveis constituem um fenômeno que obedece a um mecanismo mui-
to complexo, cuja formulação analitica ainda não é su.ficienLemente abrangenLe1
tendo-se que recorrer, em muitos casos, a métodos empíricos para o seu estudo.
Considerando um escoamento à superfície livre constituído por fronteiras mó-
veis compostas por material incoerente, à medida que o escoamento adquire ener-
gia suficiente para iniciar o transporte sólido (condição crítica), o material de fundo
começa a se mover e é transportado no sentido do escoamento. O movimento do
material corresponde a uma quantidade de material sólido transportado na unidade
de tempo - vazão sólida - e será tanto maior quanto maior for a energia do escoa-
mento, que é proporcional à velocidade do escoamento. Para estágios de transporte
sólido estabelecido, surgem ondulações na superfície do fundo que se distribuem
irregularmente, acarretando alterações da rugosidade e, consequentemente, na re-
sistência ao escoamento, o que, por seu turno, vai afetar a vazão líquida. Para valo-
res suficientemente elevados da velocidade de escoamento, as partículas mais finas
do fundo podem entrar em suspensão no meio do líquido, afetando as pulsações
turbulentas do escoamento, o que também influi na vazão liquida. Assim, percebe-
se uma intensiva ação recíproca entre as duas fases, condicionada basicamente por
parâmetros relativos ao escoamento, aos sólidos e ao fluido.
Neste curso, é dada ênfase ao estudo do transporte sólido à superfície livre
por correntes unidirecionais uniformes com sedimentos soltos, isto é, sem coesão
(incoerentes), considerando basicamente situações bidimensionais.
Transporte de Sedimentos - Curva-chave e Distribuição das Tensões na Fronteira
Figura 5.'1
Escoamento da água na superfície
do solo. Efeito erosivo nas barrancas
do Rio Mogi em Cubalão (SP} na
década de 1980. (São Paulo, Esta-
do/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
Introdução
TABELA 5.1
' . , Dados sobre erosão
Figura 5.2
Erosão do solo na Serra do Mar
(março de 1985). (São Paulo. Esta-
do/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
Figura 5.3
Erosão em sulcos, ravinas ou dedos.
Terrenos desnudos na periferia da
cidade de São Paulo (década de
1980). (São Paulo. Estado/DAEE/
SPH/CTH/FCTH)
Figura 5.4
Erosão laminar. Foto de terraplano
desnudo na Bacia do Rio Taman-
duateí (década de 1980). (São
Paulo. Estado/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
lntrodu ão
Na Fig. 5.9 está representada a Bacia do Rio Aguapeí, no Estado de São Paulo,
e a perda de solo estimada em coletas efetuadas de 1972 a 1991 (Figueiredo, 1993).
Nas Figs. 5.10 e 5.11 estão apresentadas fotografias de efeitos erosivos em solos.
A erosão fluvial consiste no transporte de sedimentos promovido no material
do leito pela ação das correntes fluviais como agente morfológico, e o seu estudo
é enfatizado neste curso. Considerando a Fig. 5.12, verifica-se que as cabeceiras
dos rios são compostas por sedimentos de dimensões maiores, como pedras, sei-
xos e pedregulhos. À medida que são transportados, os materiais mais grosseiros
sofrem desgaste e se fracionam em sedimentos de granulometria menor, areia
2{0 Transporte de Sedimentos - Curva-chave e Distribuição das Tensões na Fronteira
Figuro 5.7
Erosão por remoção em massa
quando há escorregamento super-
ficial ou ruptura de taludes. Foto de
1996 de escorregamento superficial
de talude da Rodovia dos Tamoios.
nas vertentes da Bacia Hidrográfica
do Rio Santo Antônio em Caragua-
tatubo (SP). (São Paulo, Estado/
DAEE/SPH/CTH/FCTH)
Figuro 5.8
Erosão por remoção em massa quando há escorregamento profundo. Fotos de
1971 (A) da Bacia Hidrográfica do Rio Santo Antônio em Caroguatatubo (SP),
mostrando ainda os grandes eleitos dos aludes das grandes chuvadas do verão
de 1967 [situação das encostas em 1996 (BJ) . (São Paulo, Estado/DAEE/SPH/CTH/
FCTHJ
lntrodu ão 2{1
Figura 5.9
Dinâmica da produção de sedi-
mentos no Rio Aguapeí (SP) .
...... .,(_
Limid entre a
baixa e a média
bacia
Figura 5.11
Processo de erosão ativo no ativi-
dade de mineração em portos de
areia (Rio Paraíba, 1979). (São Pau-
lo, Estado/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
Transporte de Sedimentos - Curva-chave e Distribuição das Tensões na Fronteira
Figura 5.12
Boda hidrográfica e relacionamen-
to com o produção de sedimentos.
(A) Foto de 1996 da Alto Bacia do
Rio Santo Antônio em Caraguato-
tuba (SPJ .
(BJ Foto de 1979 da Médio Bacia
do Rio Paraíba do Sul em Pindamo-
nhangaba (SP). (São Paulo, Estado/
DAEE/SPH/CTH/FCTH)
(C) Foto de 2000 da foz do Rio Ju-
queriquerê entre Caraguatatuba e
São Sebastião (SP). (Base)
Figura 5.13
(A) Erosão em margem do Rio Ribeira de lguape entre
Sete Barras e Registro (SP). 1987.
(B) Erosão de margem no Córrego dos Meninos. Grande
São Paulo. décadd de 1980. (São Paulo. Estado/DAEE/
SPH/CTH/FCTH)
f
Figura 5.14
Fotos de 1971do assoreamento produzido na Baixa Bacia
do Rio Santo Antônio em Caraguatatuba (SP) . em conse-
quência dos grandes efeitos dos aludes das grandes
chuvadas do verão de 1967. (São Paulo. Estado/DAEE/SPH/
CTH/FCTH}
:---:-:-::==:;:;;
Figura 5.15
Assoreamento ao longo do baixo
curso do Rio Santo Antônio em Co-
roguatotubo (SP), no década de
1970. (São Paulo, Estado/DAEE/SPH/
CTH/FCTH)
Figura 5.16
Esquema de formação de depó- Remansamento Frente Talvegue
sitos de sedimentos nos reservató- das águas deltaica original
rios com indicação dos principais
Sedimentação F0rmação Tendência Tendência
impactos decorrentes. No limite por remansamento deltaica deposicional erosiva
da vida útil. o reservatório fica
reduzido a fio d'águo, sem capa-
cidade de laminação das cheias.
Em estágios intermediários de
assoreamento, o volume de es-
pera das cheias reduz a potência
geradora de usinas hidroelétricas.
Volume morto
Figura 5.17
Ensacadeira no Rio Grande na
construção da Barragem de Água
Vermelha (SP/MGJ. (São Paulo, Esto-
do/OAEE/SPH/CTH/FCTHJ
Figura 5.18
Erosão junto a pilar da ponte no Rio
Perequê em llhabela (SP).
2{{ Transporte de Sedimentos- Curva-chave e Distribuição das Tensões na Fronteira
FUNDO MOVEL
Nos cursos d'água, as vazões líqtúdas e sólidas não permanecem constantes,
sendo as condições de fronteiras variáveis. Costuma-se denominar de equillbrio di-
nâmico ou de regime a situação em que o leito, embora sujeito a variações sazonais,
acaba por retornar periodicamente a urna topobatirnetria semelhante.
Esse equilfürio pode ser rompido por alterações nas condições de alimenta-
ção das vazões liquidas e sólidas, alterações das características do escoamento, ou
por mudança na geometria dos canais. Porém, a tendência fluvial será sempre de
buscar um novo equilfürio em função das novas condições. A viabilidade das obras
hidráulicas está estritamente relacionada com as previsões dessas modificações.
A modificação do equilfürio .fluvial com a construção de uma barragem é um
exemplo bem característico (ver Fig. 5.16). Devido ao barramento, boa parte da car-
ga sedimentar transportada deposita-se, ocasionando a elevação do leito (assorea-
mento) a montante. Ajusante, a capacidade de transporte fluvial passa a ser maior
do que o aporte sedimentar, por causa da maior energia cinética do escoamento em
relação à situação original sem barramento e da retenção no reservatório, ocasionan-
do uma tendência de aprofundamento do leito (erosão). Ambos os aspectos, se mal
avaliados, podem ter graves consequências, reduzindo a vida útil e a eficiência do
aproveitamento, ocasionando o solapamento de estruturas a jusante, corno pilares de
pontes, tomadas d'água e obras de proteção de margem, bem como da própria funda-
ção do barramento. Por outro lado, a influência do barramento na regularização das
vazões reduz a capacidade de transporte do rio como um todo, sendo possível que,
mais a jusante da zona de erosões, o rio venha a apresentar deposições.
Outro exemplo comum é a modificação do regime .fluvial corno resultado do
reflorestamento ou obras de controle de erosões na bacia hidrográfica contribuinte,
o que tem sempre uma influência rntúto mais considerável na redução da vazão
sólida do que na redução da vazão líqtúda, podendo produzir erosões ao longo do
curso médio e baixo dos rios.
Em rios que se subdividem em vários braços, a ruptura do equilibrio num de-
les, como o aprofundamento do leito com consequente maior vazão liquida escoa-
da, produzirá consequências nos demais, que, no caso, seriam a redução das vazôes
líquidas escoadas com prováveis deposições associadas.
100
90
$)
10
10 'lOO 300 .fOO 500 600 100 aJO 1.000 1000 3.000 <,000 S.000
Ü 51(t/dia)
Figura 5.20
Curva-chave sólida entre a vazão As paramétricas correspondem à concentração em mg/L
V,
CTH/FCTH)
Figura 5.21
Pontão flutuante utilizado no Posto
Sedimentoméhico do Rio Comprido
no Rio Paraíba do Sul, em Guara-
tinguetá {SP). {São Paulo, Estado/
DAEE/SPH/CTH/FCTH)
Figura 5.22
Descida de turbidissonda para co-
leta de sedimentos em suspensão
no Posto Sedimentométrico do Rio
Comprido no Rio Paraíba do Sul.
em Guaratinguetá {SP). (São Paulo,
Estado/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
2 70 Transporte de Sedimentos - Curva-chave e Distribuição das Tensões na Fronteira
Figura 5.23
Extração da garrafa amestradora
de sedimentos em suspensão da
turbidissonda no Posto Sedimen-
tométrico do Rio Comprido no Rio
Paraíba do Sul (SP) . (São Paulo,
Estado/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
Figura 5.24
Operação de descida de aparelho
amestrador de vazão sólida de
fundo no Posto Sedimentométrico
do Rio Comprido no Rio Paraíba do
Sul (SP) . (São Paulo. Estado/DAEE/
SPH/CTH/FCTH)
Distribuição de Tensões de Arrastamento na Fronteira 271
5.5 DISTRIBUIÇÃO DE TENSÕES DE
ARRASTAMENTO NA FRONTEIRA
A distribuição de tensões de arrastamento, que o escoamento exerce sobre a
fronteira, o leito e taludes, caracteriza-se pelos parâmetros:
T tensão de arrastamento
'Y peso específico da água
h profundidade da água
à área molhada
P perímetro molhado
R8 raio hidráulico
i declividade do canal
·-
a partir do esquema de forças apresentado na Fig. 5.25. O equilfürio de forças do h
volume de controle isolado corresponde a: '
X
a
-r:0P = y Ax sen a :. -r0 = yRH sen a
força de atrito peso de água do
Escoamento
\
na fronteira volume de controle
Figura 5.25
Esquema de forças atuante num
Para as condições de canal largo (R8 - h) e reduzida declividade (sena - tga perfil longitudinal de um escoamen-
= i), resulta to uniforme em canal.
'TO= -yhi
- - •. - .~ r- ~. _.,.·-e: - - ·- - •.
TABELA 5 .2
Distribuição das tensões de arrastamento do escoamento na fronteira
em canais trapezoidais
2/i O(retangular)
-hI KM KM Kd KM
3/ 2
KM Kd KM KM Kd
o o 0,650 0,3 o 0.565 0,3 o o -
1 0,780 0,730 - 0,780 0,695 - 0,372 0.468 l,O
2 0,890 0,760 0.2 0,890 0,735 0.2 0,686 0,686 1,0
3 0.940 0.760 - 0,940 0,743 - 0,870 0,740 l,O
4 0,970 0.770 0,2 0,970 0,750 0,2 0,936 0,744 1.0
6 0,980 0,770 - 0,980 0,755 - - - -
8 0,990 0,770 0,2 0,990 0,760 0,2 - - -
TRANSPORTE DE SED/MENTOS
- INÍCIO DO M,OVIMENTO,
CONFORMAÇOES DE FUNDO,
RUGOSIDADE
,1
FUNDO MOVEL
6.1.1 Lei de distribuição de velocidades
A forma do perfil de velocidades (v) em profundidade (y crescente a partir do
leito) em escoamento turbulento rugoso obedece a urna tendência, que pode ser
aproximada pela lei logarítmica de velocidades:
V 2,3 y B
- = - 1og - + 5
~ k ks '
sendo:
v: velocidade local do escoamento à distância y do fundo
6.1.3 Turbulência
A turbulência é o fator preponderante no transporte de sedimentos em suspen-
são. Como se sabe, num escoamento turbulento permanente, a velocidade em cada
ponto está sujeita a flutuações temporais, tanto de intensidade como de direção. A
variação pode expressar-se por:
U=Ü + u'
v=v +v'
w=w +w'
sendo os termos ü, v, wos valores médios dos componentes de velocidade nos três
eixos ortogonais, eu', v', w' são as flutuações, cujo valor médio no tempo é nulo.
6.2.2 Origem
Há duas classes principais quanto à origem dos sedimentos:
• Sedimentos originados na área da bacia hidrográfica e trazidos por lavagem su-
perficial. Trata-se de sedimentos mais finos do que os erodidos e transportados
no curso d'água, apresentando maiores concentrações nos períodos de cheias.
São constituídos preponderantemente por argila e silte e transportados em
suspensão coloidal, não tendo sido objeto de análise neste capítulo.
• Sedimentos erodidos no próprio leito e nas margens pelas correntes.
figura 6.1
Argila Sllte Areia tina Areia grossa Pedregulho Curvas gronulométricas típicas de
100 o material em suspensão e do leito
90 10 numa seção fuvial.
(1)
80 20
eo o
70 30 :g
V, (1)
V, ....
O 60 40
a. E
(1)
E so 50 O)
-
e
(1)
Ol
O 40 60 e
(1)
-
o
u
(1)
u
....
30 70 o
a..
o 20 80
a..
10 90
o 100
0.001 0,01 0.1 1 10
Diâmetro das partículas em mm
J.7{ Transporte de Sedimentos - Início do Movimento, Conformações de Fundo, Rugosidade
0,1
0,08 1\.
X --
2-
To
0,06
1~D 0,04
" ~~
--
Movimento
- - L,.- i.-
Repouso
L--- -
0,02
0,01
1 10 100 1.000
Figura 6.3
- ~ r-o;;.;::--;::;--:-;;--:;-----;;-;;----:c::3::=:=, Ângulos de repouso e K de mate-
~ riais não-coesivos grosseiros.
o
+-
40 r-:-~~ :
e
.~35 ~~~
o
.e 30 !'--~....;..~
o
o() 25 ~~--e:-
E
ã)20 r ,~ -~~
'O
.2 15
.2
Õ 10 ..
u ~!H:..i.2íl~~~l;;l='i:~~~i:~:
L5
o
:5
4 6 8 10 15 20 25 ):) 50 70 100 g> 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0,8 0,9 1.0
Diâmetro (mm) «{ K-
270 Transporte de Sedimentos - Início do Movimento, Conformações de Fundo, Rugosidade
.
TABELA 6 . 1
Tensõescríticasde arrastamento dos sedimentos não-coesivos finos
2
To em kgf/ m
,;
TABELA 6 .2
Tensões críticas de arrastamento dos sedimentos coesivos
2
.. To em kgf/m .. -
.
Natureza do leito
Material Bem pouco Pouco com- Compactado Muito compac-
coesivo do compactado pactado com com uma rela- fado com uma
leito com uma rela- uma relação ção de vazios relação de
ção de vazios de vazios de de vazios de 0,2
de 1,2 a 2,0 0,6 a 1,2 0,3 a 0,6 a 0,3
Argilas areno-
sas (porcen-
tagem de 0,20 0,77 1,60 3,08
areia inferior
a50%J
Solos com
grandes
quantida- 0,15 0.69 1,49 2,75
desde ar-
gilas
Argilas 0,12 0,6 1 1.37 2,59
Argilas muito
0,10 0,47 l ,04 l,73
finas
E
o Movin ento
o 1.000
a)
O 7,-;
O 0,100
t" c
,a)
E
Trar sporte
o 0,010
o Sedime ltação
0,001
0,001 0,01 0,1 1,0 10
Dimensão dos grãos
D (mm)
TABELA 6.3
Velocidades críticas de arrastamento dos sedimentos não-coesivos
Profundidades de água h =1 m canais retilíneos
—
Velocidade Velocidade
Diâmetro , Diâmetro , .
·"
"
TABELA 6 .4
Velocidades críticas de arrastamento dos sedimentos coesivos (em m/ s)
Natureza do leito
Material Bem pouco Pouco com- Compactado Muito compac-
coesivo do compactado pactadocom com uma rela- fado com uma
leito com uma rela· uma relação ção de vazios relação de
ção de vazios de vazios de de vazios de 0,2
de 1,2 a 2,0 0,6 a 1,2 0,3 a 0,6 a0,3
Argilas areno-
sas (porcen-
tagem de 0.45 0,90 1,30 1,80
areia inferior
a 50%)
Solos com
grandes
0,40 0,85 1.25 1.70
quantidades
de argilas
Argilas 0,35 0,80 1,20 1.65
Argilas muito
0,32 0,70 1,05 1.35
finas
.. .. -· .. ' "f
TABELA 6 .5
Velocidades críticas de arrastamento dos sedimentos .,
Fator corretivo para alturasde água h t- 1 m
Altura média (m) 0,30 0,50 0,75 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00
Fator corretivo 0,80 0,90 0,95 1,00 1.10 -1.10 1,20 -1 ,20
TABELA 6 .6
Velocidades críticas de arrastamento dos sedimentos
Fator corretivo para canais com curvas
Grau de Pouco Moderada- Muito
Retilíneo
sinuosidade sinuoso mente sinuoso sinuoso
Fator corretivo 1,00 0,95 0,87 0,78
TABELA 6.7
\;
-
-
- ----
v, Leito plano com
ausência de
movimento
Figura 6.5
Conformações de fundo dos leitos
móveis.
2
-
--
- ----
-
V2 >V 1 Rugas
3 Dunas
-
4 Leito plano de
- transição
5 Antidunas
Evidentemente, nas situações em que não esteja presente o leito plano, a ru-
gosidade de forma é muito mais importante na resistência hldráulica oposta ao
escoamento do que a rugosidade superficial. Assim, é muito importante estimar as
características das conformações de fundo, pois, para definir corretamente a curva
que correlaciona a profundidade do escoamento e a vazão líquida (curva-chave),
é fundamental conhecer os coeficientes de resistência ao escoamento. Em conse-
quência da variação da rugosidade de forma, a curva-chave nos escoamentos com
leito móvel não é de simples definição, corno nos escoamentos com fronteiras fixas,
não bastando conhecer urna equação do escoamento, mas requerendo-se também
urna equação que relacione a rugosidade com as vazões líquidas.
Entre as inúmeras formulações feitas neste terna, deve-se ressaltar a proposta
por Van Rijn, quanto às características das dunas:
! D
=0,11 ( :
lo,3
(1-e-0,5r )(25-T)
2
{gvm 2 2
[l
T= -u*c I u*c
12
18log h
3D90
A=7,3h
sendo:
11: altura da duna
D5o, D90: diâmetros dos sedimentos correspondentes a dimensões em que 50% e
90% dos grãos têm dimensões inferiores
Vm: velocidade média do escoamento
A: comprimento da duna
Cuorno, Ramos e Alfredini (1986), utilizando dados fluviornétricos de 27 pos-
tos hldrossedimentológicos de rios do Estado de São Paulo, obtiveram a seguinte
relação para expressar a resistência ao escoamento em canais com fundo móvel no
regime inferior do leito:
v
e
em que: lt
q: vazão específica
ag: desvio-padrão da distribuição granulornétrica
X= 0,6414
y = 0,1448 c;
z = 0,0077 d
w = 0,7118 n
TRANSPORTE DE SEDIMENTOS
-ARRASTAMENTO DE FUNDO
-
EEM SUSPENSAO
sendo:
qef: vazão sólida em peso submerso por unidade de largura
K = 1/n: coeficiente de Strickler (n: coeficiente de Manrú.ng)
K' = 26 Dgô16 (S.I.)
A quantidade (KIK') 312J corresponde à parcela da declividade da linha de
energia (J) responsável pela movimentação do material sólido, e o remanescente
da energia corresponde à resistência encontrada na formação das conformações
de fundo. Esta fórmula pode ser aplicada a escoamentos uniformes, com material de
fundo não-uniforme e com conformações de fundo, porém sem concentrações de
sedimentos em suspensão muito elevadas.
e -(h-y
-- - - )z
- - -Yo
Co y h-y0
sendo:
e: concentração do material em suspensão à distância y·do leito
co: concentração de referência à distância y0 = 0,05 h do leito
w
z =- : expoente da lei de Rouse
w*
w: velocidade de queda, sedimentação ou decantação das partículas de sedimen-
to (ver Fig. 7.1)
Aequação tem validade restrita nas proximidades do leito e na superfície livre,
pois as concentrações resultariam, respectivamente, infinita e nula. Vanoni determi-
nou as curvas de variação da concentração adimensional de sedimentos em suspen-
são em função da profundidade relativa para diferentes valores de z (ver Fig. 7.2).
Nas Figs. 7.2 e 7.3, vê-se que os sedimentos mais finos tendem a uma distribuição
mais uniforme em profundidade numa mesma condição de escoamento (u.), pois
Transporte Sólido em Suspensão
Figura 7.1
Velocidade de quedo de sedimen-
tos de sílica. com diferentes formas.
em água destilada em repouso.
(*)Considerando um sedimento de
formo elipsoidal com semieixos o, b
E 1 e c na ordem decrescente. o fator
I de forma é igual o J~b .
10 100
1 FJ. 0.7 10
0.1 1 Fl . 0.9
Velocidade de quedo (cm/st
1
Figura 7.2
Distribuição em profundidade da
concentração de material sólido
em suspensão.
' y .e
li') 0.2
o
ó
1
li
~
º·'
Fundo - ,.._
o., 0.2 o.3 0.4 o.s o.6 0.7 o.a o. 9 1.0
e
Co
Figura 7.3
Distribuições verticais de concentra-
ção de sedimentos em suspensão
que podem ocorrer numa corrente
Superfície líquido.
QJ
"O
o
"O
'5
e
e
:i
a...
Fundo
Transporte de Sedimentos -Arrastamento de Fundo e em Suspensão
f
qss = cvdy
Yo
Esta integração pode ser efetuada por via teórica, aplicando-se as expressões
da lei de concentrações de Rouse e da lei logarítmica de velocidades.
Figura 7.4
a) Velocidade do escoamento
Distribuição da velocidade do es-
coamento, concentração de se-
dimentos e vazão sólido nos cursos
d'água.
e) Vazão sólida
Transporte Sólido Total 207
;
Figura 7.5
ílTTTTT Transporte Esquema ilustrativo do transporte só-
sólido efetivo lido efetivo numa dado seção. em
função do dimensão característica
- - Tendência deposicionol - Capacidade dos sedimentos.
o de transporte
:Q do escoamento
~
"'
o - - Aporte sólido
'ºo
N
Tendência
> erosiva
iJ
r
c
z
n
•
•
MORFOLOGIA FLUVIAL -
PRINCÍPIOS
8.1 1NTRODUÇÃO
AMorfologia Fluvial é o ramo da Hidráulica Fluvial que estuda a formação, evolu-
ção e estabilização dos cursos d'água naturais produzidas pelo escoamento líquido,
sendo um ramo da Geomorfologia, parte da Geologia que estuda a evolução da
superfície terrestre ao longo das eras geológicas.
À medida que o desenvolvimento da ocupação das bacias hidrográficas avança,
induzindo crescentes alterações no transporte de sedimentos e, por consequência,
no comportamento dos rios, o conhecimento da Morfologia Fluvial torna-se essen-
cial para as obras de Engenharia Fluvial ligadas.à navegação interior, por sistemati-
zar conceitos fluviais fundamentais.
Fundamentalmente, a bacia hidrográfica pode ser subdividida morfologica-
mente (ver Fig. 8.1) em:
• Alta bacia ou curso superior
No trecho inicial ou de cabeceiras, o rio tem alta declividade do perfil lon-
gitudinal e o escoamento fluvial é de alta velocidade, transportando cargas
sedimentares mal selecionadas (bem graduadas, de argilas a grandes blocos)
num leito normalmente acidentado e em aprofundamento. A tendência erosiva
conduz à redução das declividades a partir do nível de base a jusante, produ-
zindo leito retilíneo e vale encaixado, mesmo porque a menor área da bacia
hidrográfica contribuinte corresponde a um menor aporte sedimentar.
• Média bacia ou curso médio
Neste trecho de média declividade do perfil longitudinal, a velocidade é relati-
vamente menor do que no curso superior e o rio tende a um perfil de equilibrio
com moderada sinuosidade. O rio tende a continuar aprofundando-se no vale,
desenvolvendo trabalho de modelação das margens não consolidadas, as quais
deslizam pela ação da corrente e desgastam-se pela abrasão com os materiais
carreados. Sendo maior a contribuição da bacia hidrográfica, as vazões são
maiores e, nos lugares onde o leito se alarga, decresce a velocidade das cor-
rentes e formam-se bancos ou ilhas, por causa da perda de competência na
capacidade de transporte das correntes e/ou pela presença de rúveis de base.
290 Morfologia Fluvial - Princípios
: Tendência de
Perfil longitudinal Tendência erosiva Perfil de equilíbrio : sedimentação
do processo - - - - -- - - - - - - - - - ~ - - - - - - - - - - - - ~
hidrossedimentológico
Cone de
dejeção
··....
Representação em Erosão nas encostas Migração dos meandros
planta do processo
hidrossedimentológico Sedimentação no
cone de dejeção
Figura 8.1
Esquema representativo do processo hidrossedimentológico da bacia hidrográfica.
(A) e (B) Fotos de 1971 do aspecto da granulometria grosseira na Bacia Hidrográfica do Rio
Santo Antônio em Caraguatatuba (SP).
(C) Foto da Bacia Hidrográfica do Rio Santo Antônio, em Caraguatatuba (SP).
(D) Foto de 1979 do Rio Piracuama, da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul no Estado de (
São Paulo.
(
(E) Foto de 1971 da planície costeira de Caraguatatuba.
(São Paulo, Estado/DAEE/SPH/CTH/FCTH) €
e
lntrodu ão 291
• Baixa bacia ou curso inferior
Neste trecho de baixa declividade longitudinal, o decréscimo de velocidade é acen-
tuado, com leito aluvionar e reduzida ação erosiva, limitada pela proximidade al-
timétrica do nível de base final. A tendência à sedimentação é ulteriormente re-
forçada pelo grande aporte de contribuição de toda a área da bacia hidrográfica a
montante.
A Morfologia Fluvial conceitua o nível de base final, segundo o qual o nível
do mar corresponde àquele rumo em que os rios tendem a erodir os seus leitos,
planificando-se. Existem, ainda, os níveis de base temporários, como lagos naturais
e/ou artificiais (reservatórios de barragens), ou soleiras de material do álveo muito
resistente (quedas ou corredeiras), que podem desempenhar por muito tempo a
função de níveis de base.
Outro conceito fundamental diz respeito à evolução fluvial, com a classificação
de jovem, madura e senil. Rios jovens possuem grandes declividades e acentuada
tendência a erodir os terrenos, com vales de encostas abruptas em forma de "V"
e grande número de quedas d'água e corredeiras, sendo denominados de rios de
montanha ou torrentes. Nos rios maduros as declividades são menores, as seções
de escoamento alargam-se, a topografia torna-se mais plana e os perfis longitudinais
passam a variar de maneira gradual, sem quedas e corredeirns, correspondendo a
situações próximas ao equiUbrio dinâmico entre a carga de sedimentos aportada de
montante e a capacidade de transporte do escoamento. Os rios senis apresentam
declividades reduzidas, banagens naturais ao longo das margens e zonas pantano-
sas no seu entorno, sendo a topografia dos vales extremamente plana por repre-
sentar o assoreamento tendendo ao aplainamento da topografia e a "estuarização"
do rio. Está claro que essa classificação aplica-se a trechos de rios, isto é, trames de
um mesmo rio podem ser classificados de forma diferenciada. Além disso, os limites
entre as categorias não são bem definidos, correspondendo, muitas vezes, a tran-
sições mais ou menos longas, e não há necessariamente a sequência cronológica
unívoca, pois alterações naturais ou artificiais nas condições do escoamento podem
mudar o estágio .fluvial.
Outra classificação de grande utilidade para as obras de Engenharia é a ligada
à forma, pela qual os cursos d'água podem ser classificados em retilíneos, mean-
drados e instáveis. Os canais retilíneos são raros na natureza, pois, mesmo quando
as margens são aproximadamente retas, os talvegues são sinuosos, até no caso de
o leito atravessar zonas de solo com composição homogênea. É diffcil estabelecer
um critério único para fronteira entre canais retilíneos e meandrados. Segundo
Leopold, Wolman e Miller (1964, apud Bittencowt, 1980), a sinuosidade - razão
entre o comprimento L do rio no talvegue (lugar geomét1ico da linha dos pontos de
maior profundidade) e o comprimento do vale C - entre as duas situações seria de
1,5. Os rios meandrados, que se caracterizam em planta pela sucessão de curvas,
alternam seções com grandes fossas nas margens côncavas das curvas com bancos
nas margens convexas e seções rasas nas inflexões, sendo que os rios em equilfürio
dinâmico normalmente são deste tipo, embora o processo de formação de mean-
dros usualmente esteja em evolução. Os rios instáveis caracterizam-se por grandes
declividades, grandes larguras das seções, que são rasas, com talvegues múltiplos
e com largmas variáveis, sendo rios que transportam grandes quantidades de se-
dimentos.
Morfologia Fluvial - Princípios
F = 55M-1 ·º8
Q0,10
F = 56 ~ 74
M•
Q0,38
B=2,3 ~ 39
M·
h = O6Mº·34Qo,29
' m
sendo: F: Blh
M: porcentagem de argila e silte presente no perlmetro da seção
Q111: vazão média anual
XX XX X XX x XX XXX XXXX XX XX XX XX XX
· · · · · · •· · · · · · -· · · · Água subterrânea
--------... .. .. .. .. -....
x x x x x x x x x Camada rochosa
XXXXXXXXXXXXXXXXXXxXxXXXXXx
Figura 8.2
Níveis d'água notáveis de uma seção transversal. como combinação de escoamento
superficial e infiltração subterrânea.
Figura 8.3
Composição esquemática da se-
ção transversal de um canal com-
posto.
Leito maior
Leito médio----
Figura 8.4
Modificações do leito de um curso
d'água segundo o perfil longitudinal
nas cheias e estiagens.
-....___ Estiagem
Perfil em cheias
Perfil em estiagens
Evolução dos Cursos d' Água 2!}7
e corresponde às condições de estiagem. Já o leito maior corresponde ao vale
recoberto pelas águas das grandes enchentes, nas águas de transbordamento.
Em muitos rios, o comportamento fluvial do perfil de ~quihôrio é traduzido por
uma curva de concavidade voltada para cima e tangente à horizontal no limite
de jusante junto ao rúvel de base, conforme apresentado na Fig. 8.1.
• Princípio da seleção
A sedimentação inicia-se com os sedimentos mais grosseiros, enquanto a
erosão principia com os sedimentos mais finos. Assim, a granulometria e a
declividade do leito fluvial decrescem de montante para jusante. Sternberg
admitiu, a partir de verificações em vários rios, a diminuição gradual do peso,
causada pela redução de tamanho pela abrasão (desgaste) mútua dos grãos
em movimento:
P = PefJ-a
sendo:
p0: peso inicial
x: distância percorrida
e: coeficiente que depende da natureza petrográfica do sedimento
p: peso final
Aabrasão ou desgaste dos grãos no processo de transporte de montante para
jusante contribui para a seleção granulométrica, mas não explica totalmente o afi-
namento da granulometria.
Figura 8.5
Escoamento idealizado num mean-
dro típico. As ilustrações do parte
esquerda do figura indicam os ve-
tores velocidade para jusante em
cinco seções transversais no curva.
A componente lateral da velocida-
de é indicada pela área triangular
hachurada. A ilustração da direita
da figura mostra as linhas de corren-
te na superfície do meandro.
Evolução dos Cursos d'Água
sendo:
Vm: velocidade média do escoamento na curva
Rcõnc: raio de curvatura da margem côncava
Rconv: raio de curvatura da margem convexa
Quando a largura do leito é muito grande, forma-se wn banco no meio do ca-
nal, dando origem a um duplo talvegue na seção transversal da curva (Fig. 8.6).
A erosão das margens côncavas e a deposição nas margens convexas tendem a
fazer as curvas dos meandros moverem-se lateralmente, atravessando todo o vale.
A evolução do processo hidrossedimentológico nas curvas do meandro faz as alças
ficarem cada vez mais fechadas, até o momento em que duas alças se cortam e uma
das alças fica abandonada, aumentando a declividade do leito e, portanto, sua ca-
pacidade erosiva, remodelando-se todo o sistema a jusante deste ponto em busca
de nova situação próxima ao equilíbrio.
Segundo Leopold e Langbein (1960), foram sugeridas as seguintes relações
empíricas:
e= 10,9B1·º1
A= 2 7B 1•1
'
C = 4 7Rº·98
'
Figura 8.6
Talvegue (A) Talvegue único em curvo es-
'
treito.
Superfície da água (B) Formação de duplo tolvegue
em curva largo.
Sedimentação
Erosão
JOO Morfologia Fluvial - Princípios
sendo:
C: comprimento do vale
A: amplitude do meandro - distância, medida transversalmente ao vale, entre os
ápices sucessivos no eixo
R: raio de curvatura medido a partir do eixo do canal
MORFOLOGIA FLUVIAL -
CARACTERÍSTICAS PLANI-
ALTIMÉTRICAS DOS CURSOS
D'ÁGUA DE PLANÍCIE
ALUVIONAR
figura 9.1
Desenvolvimento em planta do leito
fluvial. Sobrelevoção
figura 9.2
Circulação transversal das correntes numa seção
transversal típica de uma curva fluvial.
figura 9.3
Esquemalização em planta da
migração dos meandros fluviais.
'
I
I ''
I
, I
,'
'
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''
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\
''
- - Atual
''
·.. . -....
...
Figura 9.5
5,34
y=l,445h +--
Rcõnc
sendo:
y: profundidade crescente da superfície para o fundo
x : abscissa medida a partir da margem convexa
h: profundidade média
J04 Morfologia Fluvial - Características Planialtimétricas dos Cursos d'Água de Planície Aluvionar
Figura 9.6
Representação esquemática do
escoamento e da morfologia, em
planta e perfis. numa curva de um
rio.
1
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K.:/i 1 1 ~ l .L_ J__ iJ
82 Linho de centro
1
Margem convexo
Figura 9.7
Correspondência entre o desen- Linho d'água
volvimento plonimélrico e o perfil
longitudinal botimétrico e da linho ( __ linho d'águo médio
d'águo num rio.
___ (
Banco
Perfil longitudinal
~
Fossa
Margem côncava
Talvegue
Inflexão
Meandros Divagantes JOf
Figura 9.8
Evolução plonimétrica do Rio Piro-
cuoma. na Bacia Hidrográfico do
Rio Paraíba do Sul no Estado de São
Paulo. (São Paulo, Estado/DAEE/
SPH/CTH/FCTH)
.. '
.. - \'
TABELA 9 . 1 \
.,
Erosão e portos de areia no Rio Paraíba do Sul
Extensão Volume Abatimento
Município Quantidade
(km} (m 3/ dia} (cm/ ano}
Guararema 7 42,5 1.570 15
Jacareí 15 60,0 3.150 19
Figura 9.9 S. José dos Campos 13 30,0 3.950 48
Perfil longitudinal do Rio Paraíba do Caçapava 2 5,0 100 6
Sul. Fotos de 1979 com portos de
areia no Rio Paraíba do Sul entre Ja- Tremembé 2 3,0 100 10
careí e Caçapava (SP}. (São Paulo, 3,0 100 10
Pindamonhangaba 2
Estado/OAEE/SPH/CTH/FCTHJ
1.400
E . I Médio inferior
- - -- - - - - - - - - - -
°' 1
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O 150 300 450 600 750 900 1.050 m
_C_u_rso_su~p_e_
L..I rio_r_ _ _ .___C"""u;;...r~so_m.;...e"""'d ; ; . . . i o - ' - - - - - - - - - - - - - - - - -- - ' Curso inferior
Distância
1
7OAranío Geral
Portuário 309
71Dimensões de Canais e .
Bacias Portuários 331
'
12 Obras de Abrigá,
Portuárias - Quebra-
mares, Guias-correntes
e Espigões 349
73 Obras de Abrigo
Portuárias -Dimensio-
, namento!Perfis
Transversais/Cotas 367
74 Obras Portuárias ,
Internas - Tipos de
Estruturas Acostáveis
e Acessórios
. · ,, 381
75 Obras Portuárias
Internas - Instalações
de Movimentação e·
Armazenamento de
Cargas 433
16 Organização,·
Gerenciamento e
Operação Portuária 477
77 Obras de Defesa dos
Litorais - Tipos de
Obras 495
18 Obras de Defesa dos
Litorais - Estimativa do
· Impacto s·obre a linha
de Cost;I · 519
79 Obras Estuarinas 535
20 Emissários Submarinos,
Dispersão de Efluentes
e Processo de Licen-
ciamento ambiental 553
ARRANJO
GERAL PORTUÁRIO
• Profundidade e acessibilidade
A lâmina d'água aeve ser compatível com as dimensões da embarcação-tipo (com-
primento, boca e calado) no canal de acesso, bacias portuárias (de espera ou evo-
lução) e nos berços de acost:agem.
• Área de retroporto
São necessárias áreas terrestres próprias para movimentação de cargas (armazena-
gem/estocagem/administração portuária) e passageiros.
• Impacto ambiental
A implantação de um porto traz implicações ao meio físico e biológico adjacente,
devendo ser cuidadosamente avaliadas suas implicações socioeconômicas. Atual-
mente, somente um estudo de impacto ambiental multidisciplinar aprovado pelas
agências de controle do meio ambiente governamentais permite a obtenção de li-
cença (prévia, de construção e operação) para novos empreendimentos.
• Artificiais
São aqueles em que as obras de acostagem devem ser providas de obras de melho-
ramento de abrigo e acessos para a embarcação-tipo.
10.1.3 Localização
A classificação quanto à localização dos portos marítimos considera:
• Portos exteriores
Os portos exteriores situam-se diretamente na costa. Podem ser do tipo sa-
lientes à costa (ganhos à água), quando são implantados aterros que avançam
sobre o mar, ou encravados em terra (ganhos à terra), quando são compostos
por escavações formando dársenas, pieres, canais e bacias.
• Portos interiores
Os portos interiores podem ser estuarinos, lagunares ou no interior de deltas.
• Portos ao largo
Os portos ao largo da zona de arrebentação, distantes da costa, podem até
mesmo não ser providos de abrigo.
10.1.4 Utilização
Quanto à carga movimentada e ao tipo de equipamento para tanto, os portos clas-
sificam-se em:
Arranjo Geral das Obras Portuárias J11
• Portos de carga geral
Portos comerciais que movimentam carga geral, isto é, acondicionada em qual-
quer tipo de invólucro (sacaria, fardos, barris, caixas, bobinas etc.) em peque-
nas quantidades. Nos portos de carga geral, em princípio, qualquer carga pode
ser movimentada, havendo uma tendência geral de unitização dessas cargas em
contêineres.
• Portos especializados
Os portos ou terminais especializados movimentam predominantemente deter-
minados tipos de cargas, podendo ser de exportação ou internação de carga,
como: granéis sólidos ou líquidos (carga sem embalagem, como os minérios),
contêineres, pesqueiros, de lazer (marinas), militares (bases navais) etc.
,,
10.3 ARRANJO GERAL DAS OBRAS PORTUARIAS
10.3.1 Obras portuárias encravadas na costa ou estuarinas
Na Fig. 10.1 está apresentada uma obra encravada na costa (ganho à terra) ou
estuarina. Esta solução, muitas vezes, é adotada em embocaduras marítimas (es-
tuarinas, lagunares ou deltaicas), sendo frequentemente complementada por
dragagens, além da implantação de guias-correntes em alguns casos. Nas Figs.
10.2 a 10.14 estão apresentados exemplos de alguns portos brasileiros que podem
ser enquadrados nesta categoria. Na Fig. 10.15 esquematiza-se a solução de obra
portuária encravada (ganho à terra).
J1:2 Arranjo Geral Portuário
figura 10.1 ,.
Arranjo geral de obra portuana
estuarina.
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Navegantes ''
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Pta. das
Cabeçudas
'
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Quilômetros
o 2 _/ "· 1
Figura 10.2
Porto de ltajaí (SC) .
Arranjo Geral das Obras Portuárias J1J
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Quilômetros
o 2 3
Figura 10.3
Porto de São Francisco do Sul (SC).
Figura 10.4
Porto de Paronoguó (PR).
J14 Arranjo Geral Portuário
Figura 10.5
(AI Porto de Santos. (Base)
(B) Terminal da Usiminas e Ultrafértil
em Cubatão (SP).
. 1
1. de Porcos Pequenos
i
~ I . de Porcos Grand,es/· 1
~ .-2Ü''
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'.__;' '- . -
,' . , / ' '.._/
,- J
(', _}
' Quilômetros
Figura 10.6
Porto de Angra dos Reis (RJ).
--- _,----)._ ____ ,·)
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o 2
J rf
Figura 10.7
Porto de Sepetiba (RJ).
: \
Figura 10.8
Porto do Rio de Janeiro (RJ).
Figura 10.9
o ..•,-5'-·,:·
Porto de Niterói (RJJ.
J1{ Arranjo Geral Portuário
Figura 10.10
Porto de Ara tu (BA).
Figura 10.11
Porto de· Natal (RN).
C>-tH>
c:::::.·-·;}<Z ........... .......,....
/J
F
~
~ ·
Recife de Notai
Quilômetros
o 0,5
Arran jo Geral das Obras Portuárias J17
Figura 10.13
Porto de ltaqui (Emap) em São Luís (MA).
Figura 10.12
Terminal de Ponta da Madeira (CVRD). em São Luís (MA) .
Figura 10.14
(A) Porto de Belém (PA) da COP. (BJ Porto da Alunorte da CVRD em Vila do Conde (PAJ.
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IA o
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o
Quilômetros
() o 2
§
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e ·,
onaldo llh
o dos Onças
Jtõ Arranjo Geral Portuário
Figura 10.15
Solução encravada na costa.
Porto do Forno
Figura 10.16
(A) Arranjo geral de obra portuária
saliente à costa protegida por mo-
lhe. Porto do Forno (RJJ.
Arranjo Geral das Obras Portuárias J1!}
Figura 10.16 (Continuação)
(B) Solução saliente à costa com
molhes. Portocel em Aracruz (ES).
Portocel
Figura 10.17
Porto de lmbituba (SC).
Figura 10.18
Porto do Forno em Arraial do Cabo
(RJJ.
J20 Arranjo Geral Portuário
Figura 10.19.
Arranjo geral do Terminal de Ponta
Ubu (ES) da CVRD e BHP. Subestação 138 kV
Oficinas e
almoxarifado
Tanques de
polpa
Bacia
de --111--
polpa
'
Minerodutq:'
L./
, . 1
oe acesso
Molhe
Figura 10.20
Complexo Portuário de Tubarão da
CVRD em Vitória (ES) . (São Paulo,
Estado/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
Figura 10.21
Porto de Barra do Riacho (Portocel)
em Aracruz (ES). (São Paulo. Estado/
DAEE/SPH/CTH/FCTH)
Arran jo Geral das Obras Portuárias J21
Figura 10.22
( Quilômetros - 1O Terminal Marítimo Alte
Porto do Malhado em Ilhéus (BA).
·•· <;';
:· O
.-,'._/fl; \ ~Gmnde
\ . . .j ..J e.~ \07uzinho
\. \ /\ /, \\,
...............,/ \ ....\\··. Cais (·._,(/ / \)
(,) \/\. t.. ,·
f Praia do ..... \......
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Pédra~s da Trincheira \
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Figura 10.23
Quilômetros -20
.....\0 \ Porto de Salvador (BA).
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•
Quilômetros
o 2
Figura 10.24
Porto de Suape (PE).
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'- ( Praia
.\ \ do
\ '\uturo
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...·······
.....··1.......
........··
·····-·
o 2
Figura 10.27
(A) Terminal Marítimo de Belmonte
(BA).
(B) Terminal Portuário Inácio Barbosa
do CVRD em Barro dos Coqueiros
(SE).
J24 Arranjo Geral Portuário
•'
'
''
'
''
'
Figura 10.28
(A) Foto aérea do Porto de São Sebastião (SP). (Base)
(B) Tebar.
(C) Porto do Dersa. Figura 10.29
(D) Porto Pesqueiro de llhabela (SP). Porto de Areia Branca (RN) da Salinor.
Localização de Quebra-mares J:2f
10.4 LOCALIZAÇÃO DE QUEBRA-MARES
Na localização de quebra-mares para abrigo portuário, devem ser considerados fun-
damentalmente:
• dimensão da área abrigada;
• grau de abrigo de berços e bacias portuários para operações de movimentação
de cargas e manobras dos navios;
• influência no transporte de sedimentos litorâneo, avaliando a sedimentação na
área abrigada e o impacto ambiental de erosão/sedimentação na área costeira
adjacente.
Nas Figs. 10.30 a 10.32 estão apresentadas esquematicamente três localiza-
ções de quebra-mares, com exemplos de portos brasileiros.
Nas Figs. 10.33 e 10.34 estão apresentados dois arranjos portuários com as
respectivas alturas de ondas refe1idas à onda incidente.
Zona
abrigada
peloQ-M
Cais Vantagens
• Duplo acesso
Transporte " - !e~º.! - '.1
• Comprimenlo (c) reduzido, principalmente
de I•,. ,,.- - ' ·\
:1 com os berços no tardoz do quebra-mar
sedimentos /: ' Bacio '
1 ,,
• Interfere pouco no transporte de sedimentos
litorâneo /' 1 1evatção, l '\ litorâneo
dominante
, ,::
1
, ,
, _.,
: ',
: ·, Desvantagens
----.,,.• 1 -- - - --- 1 \
/ , aet'ços 1 '· • Abrigo incompleto
-1 cl+- Q-M - 1cl+- • A construção exige a utilização de meios
Cais
" - - . / Variante
\...
fv Restrilo
setor de
ondas
dominantes
flutuantes
• Com o transporte de sedimentos litorâneo nos
dois sentidos e quebra-mar próximo à costa,
pode forrnar-se banco de areia atrás do
Q-M quebra-mar
Figura 10.30
Quebra-mar destacado da costa.
Exemplo do Terminal Portuário de
Sergipe da CVRD em Barro dos
Coqueiros (SE).
J2{ Arranjo Geral Portuário
Figura 10.31
Quebro-mar enraizado (molhe). Anteporto e
canal de acesso
Exemplo do Porto do Molhado em
Ilhéus (BA). Vantagens
, • Maior obrigo
Tdransporte 1, • Para transporte de sedimentos litorâneo do-
e , minante indicado, não apresento tendência
sedimentos Zona abrigada de assoreamento na zona obrigada e no
litorãneo pelo Q-M :, anteporto
dominante :\ • Com c _grande, pode-se constituir um ante-
~ : \ porto (areo de fundeio interna)
---,• : \ • A construção pode ser realizado em ponto
Molhe
/ -+I e I+- de aterro
~
Cais
\._Q:M_) Variante
Y Setor de
ondas
dominante
aberto
Desvantagens
• Acesso único
• Se o transporte de sedimentos litorâneo for
de direção variável, a zona abrigada pode
assorear
[3~
Localização de Quebra-mares J.27
Figura 10.33
Alturas de ondas lm) estimadas no
estudo em modelo físico de agita-
ção para o Porto de Praia Mole em
Vitória jES).
13.000
1 1
Onda de Nordeste
~-
11.000
J:25 Arranjo Geral Portuário
,'' 1.39-1.79
, NE-E ,,,., Píer ll
I
I
I
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/~~·!V Píer 1
1,11-2,35 ' ,' ',
0,30-0.22 o
s. .,t. .,.. . . ª.
,'Ó,91-0.55 0.37-0,62 p p p p
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4
~ ~ ~ i si ~ i ~ i ãi ~ i ~ i ~ se ~ ~ "'....
"' 8 ~ .:;;
o \
6° Berço 1 5 º Berço / 4° Berço / JO Berço/ '!'Berço/ lºBerço
Figura 10.34
Estudo da difra-
ção de onda para
o Terminal Maríti-
mo de Belmonte
(BA) da Veracel.
OBRAS PORTUARIAS
O projeto de obras portuárias envolve o conhecimento d'e várias ciências apli-
cadas.
A Hidráulica Marítima e a Fluvial fornecem os fundamentos requetidos para
estimar a ação hidrodinâmica de ondas e correntes sobre estruturas de abrigo,
acostagem, canais e bacias1 bem corno referentes ao transporte de sedimentos.
A Geotecnia e a Mecânica dos Solos são básicas para o projeto das fundações
das obras portuárias e estabilidades de taludes de maciços e aterros.
E mais: dimensionamento das estruturas para suportar os esforços estáticos e
-dinâmicos dos equipamentos e cargas, forças de impacto e amarração dos navios;
conhecimentos gerais de estabilidade dos flutuantes e princípios de segurança da
navegação; características dos equipamentos de movimentação de cargas.
• Ondas
Devem ser obtidas em medições efetuadas nas proxirrúdades da área de implanta-
ção da estrutura portuária. .
Operíodo de recorrência da onda de projeto não pode ser menor do que o da
expectativa da vida útil da obra, sendo no mínimo de 50 anos para as obras perma-
nentemente expostas.
A altura da onda de projeto a ser adotada no cálculo de estruturas portuárias,
de abrigo ou acostagem, situadas fora da zona de arrebentação, não afetadas quan-
to à sua segurança por eventual galgamente, deve ser:
• H1, que é a média aritmética das alturas do centésimo superior das maio-
res ondas, para estruturas rígidas (muros e paredes).
• Entre H1 e H10 , em que H10 é a média aritmética das alturas do décimo su-
perior das maiores ondas, para estruturas semirrígidas (sobre estacas).
• Hs, que é a média aritmética das alturas do terço superior das ondas, cha-
mada de altura significativa, para estruturas flexíveis de blocos naturais
ou artificiais.
Estruturas portuárias que sejam prejudicadas pelo citado galgamento e re-
queiram riscos mínimos devem ser projetadas, por segurança, considerando alturas
de onda superiores a H1.
Devem ser analisadas as ações decorrentes dos fenômenos de empolamento,
refração, difração, reflexão e arrebentação da onda de projeto.
• Ventos
Avelocidade do vento a ser considerada é a velocidade média em 10 min, medida
no local de implantação da estrutura portuária a uma altura de 10 m. Em nenhum
caso são admitidas velocidades para o vento menores do que 20 m/s.
Considerando a expectativa de vida útil das estruturas marítimas, a Fig. 10.35
ilustra a ação da ressaca de agosto de 2006 sobre a Plataforma de Pesca Amadora
de Mongaguá (SP). Tal estrutura, com cerca de 30 anos sem manutenção, encon-
trava-se visivelmente deteriorada, principalmente em suas extremidades.
Figura 10.35
Aspecto da deterioração da es-
trutura marítima da Plataforma de
Pesca Amadora de Mongaguó (SP).
(São Paulo, Estado/DAEE/CTH/FCTH)
-
D/MENSOES DE CANAIS E
BACIAS PORTUÁRIOS .
uilha
I
• Ondas
É sabido que os efeitos que uma onda causa numa dada embarcação no que
tange ao seu movimento vertical dependem de muitos fatores, corno o compri-
mento e a velocidade da embarcação, e os parâmetros característicos da onda
(altura, período e direção). Conforme mostrado na Fig. 11.2, o maior efeito das
ondas sobre a embarcação ocorre quando o seu comprimento é muito menor
do que o comprimento da onda, situação em que se pode considerar um acrés-
cimo de profundidade de metade da altura da onda, quando a embarcação
encontra-se no cavado da onda.
• Folga líquida sob a quilha
Figuro 11 .2
Na prática marítima, adota-se o valor de 2 pés == 0,6 rn como margem de segu- (A) Efeito das ondas nas embarca-
rança de folga líquida sob a quilha, variável de acordo com a natureza do solo ções.
do fundo do canal. A NBR nº 13.246/95 recomenda: até 0,3 rn para lodoso, 0,3 (B) Navio carregado no Canal de
Acesso em demanda à área
a 0,5 rn para arenoso, e no mínimo 1 rn para rochoso. portuária do Maranhão.
(C) Navio em lastro no Canal de
• Tolerâncias para incertezas do leito (sedimentação e dragagem), alterações do
Acesso em demanda à área
leito entre dragagens e na execução da dragagem. portuária do Maranhão.
Para canais e bacias abrigados das ondas, é prática comum estabelecer um nú-
nirno de 1,10 para a relação profundidade-calado, o que é adotado em muitas
áreas portuárias.
Figuro 11 .3
Faixa balizada Elementos do canal de acesso.
Boia
Canal
JJ4 Dimensões de Canais e Bacias Portuários
Faixasde manobra
( Wp )
Faixa de
manobra 1· T T ·1
básica
q
Vento
1
ílj
o
Wp: Distância de passagem larga o
Figura 11 .5 suficiente para reduzir a interação
Manobra com forte vento cruzado. navio-navio a um mínimo controlável
Figura 11.6
Distância de passagem em canais de mão
dupla.
Figura 11.4
acesso, e na Fig. 11.5 pode-se observar, como exemplo, o efeito de forte vento cru-
Parcelo da largura referente à mo- zado na manobra.
nobrabilidade da embarcação.
Em canais de mão dupla, deve-se considerar urna largura adicional entre as
faixas de manobra, que leva em conta a redução da interação hidrodinâmica navio-
navio (ver Fig. 11.6).
Outra margem de segurança adicional a considerar na largura de um canal de
acesso são as folgas com as margens (ver Fig. 11.7).
Figura 11.7
Margem de segurança em razão
da proximidade das margens.
'
1
~ Eixo do canal
Na Fig. 11.8 estão apresentados, de um modo geral, os elementos da largura de Figura 11.9
um canal de acesso de mão dupla retillneo; podem ser discretizados 13 fatores que Discretização das parcelas consti-
tuintes do cálculo da largura reque-
compõem a largura requerida (ver Fig. 11.9). rida de navegação para canal de
acesso.
-o
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Largura requerida - faixa de manobra
: Castelo de popa
1
-- - -- -- ·-· -·.;.;
- -~;----i----- t----;----t----r----t~-.
t :V.----'-.
(bica) DD D D D D
___ _l _--~- ---=----- - - - -- - -- - - --~
Figura 11.1O
Dimensões características dos navios.
TABELA 11.2
Notação utlllzáda
B Boca da embarcação
L Comprimento da embarcação
T Calado da embarcação
- -,. jl 1 ~
TABELA 11.3 l
TABELA 11.5
~· ' ~·
Classificação dos ventos transversais prevalecentes quanto
à intensidade (nós) "'
Severo >·33 s 48
Moderado > 15 s 33
Fraco s 15
,, -·
TABELA 11.6
Classificação das correntestransversais prevalecentes
quanto à Intensidade (nós) ..
Forte > 1,5 s 2,0
Moderada > 0,5 s 1,5
Fraca > 0,2 s 0.5
Negligenciável s0.2
,,,,.,: '
TABELA 11.7
Classificação das correntes longitudinais prevalecentes
quanto à lntehsldade (nós)
Forte > 3,0
Moderada > 1,5 s 3.0
Fraca s 1.5
J40 Dimensões de Canais e Bacias Portuários
- .. -· -- ~- .
TABELA 11.8
Classificação quanto à perlculosidade da carga transportada
Categoria Carga
Baixa Passageiros; cargas em geral; contêineres; granéis sólidos
Média Petróleo
Combustíveis; gás liquefeito de petróleo; metaneiros; butaneiros;
Alta
produtos químicos de todas as classes
.
TABELA 11 .9
1:, Densidade de encontro de tráfego
Densidade de tráfego
Categoria
(embarcações/hJ
Leve 0-1
Moderada > 1-3
Pesada >3
,_ -
TABELA 11.10
,. . .. -
Largura adicional devida à folga com a margem
Velocidade da Canal externo Canal interno
Largura adicional
embarcação (não abrigado) (abrigado) ·
Veloz 0.7 B Não-recomendável
Canal com laterais taludadas e
Moderada 0,5 B 0.5 B
com bancos de areia
Lenta 0,3 B 0.3 B
Veloz 1,3 B -
Margens íngremes e rígidas.
Moderada 1.08 1.0 B
estruturas
Lenta 0.5 B 0.5 B
-: Não se aplica (não-recomendável).
- - -
TABELA 11 . 11
Largura de passagem para canais de mão-dupla
Canal externo Canal interno
Largura adicional
(não abrigado) (abrigado)
Velocidade da embarcação
Veloz 2.0 B -
Moderada 1,6 B 1.4 B
Lenta 1.2 B 1.0 B
Densidade de tráfego
Leve o.o 0,0
Moderada 0,2 B 0,2 B
Pesada 0.5 B 0,4 B
-: Não se aplica (não-recomendável).
Canais de Acesso J41
-
TA BELA 11 .12
Larguras adicionais para canais com seção transversal reta em função de B
Velocidade do Canal Canal
Largura
embarcação externo interno
(a) Veloz 0, 1 B 0.1 B
Velocidade da Moderado o.o o.o
emborcação Lento o.o o.o
Fraco Todos o.o 0,0
Veloz 0,3 B -
(b)
Moderado Moderado 0.4 B 0.4 B
Ventos
Lento 0,5 B 0.5 B
transversais
prevalecentes Veloz 0,6 B -
Severo Moderado 0.8 B 0.8 B
Lento 1.08 1.0 B
Negligenciável Todos o.o o.o
Veloz 0,1 B -
Fraco Moderada 0,28 0,1 B
(c) Lenta 0.3 B 0.28
Correntes Veloz 0,5 B -
transversais Moderada Moderada 0.7 B 0,5 B
prevalecentes Lenta 1.08 0,8 B
Veloz 0.7 B -
Forte Moderada 1,0 B -
Lenta 1,3 B -
Fraca Todas o.o o.o
Veloz 0,0 -
(d)
Moderada Moderada 0.1 B 0, 1 B
Correntes
Lento 0,28 0,2 B
longitudinais
prevalecentes Veloz 0,1B -
Forte Moderada 0,28 0.28
lenta 0.4 B 0.4 B
Hss 1 e L s L00 Todas o.o o.o
(e) 3 > H5 > 1 Veloz 2.08 -
Altura e Moderada 1,08 -
significativa H1 L = Lnn Lento 0,5 B -
e comprimento Hs> 3 Veloz 3,0 B -
de àndo L e Moderado 2.2 B -
L > Loo lento 1.5 B -
Excelente com controle de
tráfego o.o o.o
(f) Bom 0,1 B 0,1 B
Auxílios à Moderado {rara ocorrência de
navegação pobre visibilidade) 0.2 B 0.2 B
Moderado (frequente ocorrência
de pobre visibilidade) ~ 0.5 B ~ 0.5 B
Se profundidade ;:: 1.5 T o.o o.o
(g) Se profundidade < 1,5 Te liso e 0,1 B 0,1 B
Superfície do macia
fundo do canal Lisa ou taludada e rígida 0.1 B 0.1 B
Rugosa e duro 0.2 B 0.2 B
(h)
;:: 1,5 T(interno e externo) o.o o.o
~ 1,25 Te < 1,5 T (externo)
Profundidade
2: l, 15 Te < 1.5 T (interno) 0,1 B 0.2 B
do canal
< 1.25 T (externo) < 1.15 T(interno) 0.2 B 0.4 B
(i)
Nível de
Baixo o.o o.o
Média 0.5 B 0.4 B
periculosidade
Alto 1.0 B 0.8 B
do cargo
- : Não se aplica (não-recomendável}.
J42 Dimensões de Canais e Bacias Portuários
20
18
16
1Relação lâmina
d'óguo-colado
14
12
2 R: roio de giro
Lpp: comprimento entre perpendiculares do navio-tipo
o 10 20
Ângulo do leme (º)
Figura 11.11
(A) Raio requerido pelo emborca-
ção em função do ângulo de leme
e profundidade de água.
(8) e (C) A manobro auxiliado porre-
bocadores em bacios de evolução
reduz o raio requerido (atracação
do navio Federal Slceeno. de 130.CXX)
tpb, no Píer I do Complexo Portuário
de Ponto do Madeiro do Vale em
São Luís (MA) em maio de 1986).
(D) Manobro de atracação no ber-
ço do Terminal de Alomoo no Porto
de Santos (SP) em agosto de 2002.
(E) Berço de rebocadores do Com-
plexo Portuário de Ponto do Madei-
ro do Vale em São Luís (MA).
(F) Manobro de desatracação de
navio dotado de fhrusfers. dispen-
sando rebocadores (hélices transver-
sais). Porto de Santos (SP).
Canais de Acesso J4J
Figura 11 .12
2,0 Faixa de varredura requerida na
Relação lâmina ------
d'água/00 curva em função do ângulo de
1,8 leme e profundidade d'água.
1.6 / ~1,5~
////
~ ~
1.~
1,4
/
// ·/ ~ 1 . ~
"'-~1.15---
1.2 //:~~:=:."'~~1.10
? 1,0
CX)
llo
/ .., ..... _ : : : : -
~;.e,:; -
0.2
Figura 11 .13
Batimetria referida à baixa-mar - 1.50
o o
média de sizígia do Golfão Mora- 6
nhense (MA). - 1.60
~
-1.70
o
o
-1.80
~ -1,90
o
E
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Q)
~ -2.00
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i-8 - 2.10
.2
'B
..J
- 2.20
- 2.30
-2.40
-2.50
-1,80
Área IV
·avi' -L90
E
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Q)
-o -2 00
V, '
::,
eO>
;-2,10
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::,
:.::
-2,20
-2,30
~Áreas de espera
-2,40
-2,50
....._____\_.\.,-......
'...,...... ' .. ,-...... .. _. '----·-
lho!
J4{ Dimensões de Canais e Bacias Portuários
ltanhaém
Planta de·
localização
do canal
····~·~·~-,.,.,·~· . o
..... ....J,,~,IJ .._.,,.,, .... ., ...... , - ••
,,····· Zona da barra marítima
,
,,
''
''
''
Cotas batimétricas
(Nível de redução da Marinha)
- 2.5 m _______ _
-som ·
-L-~-----J-----~-----L-----L-----L-----1 ----~-----~-----J
100 200 300 400 soo 600 700 800 900 1.000
figura 11.16
Perfil longitudinal do Canal de Aces- ~
so ao Estuário do Rio ltanhaém (SP) 11.2 BACIAS PQRTUARIAS
(1991).
no mínimo 1 m, valor adotado também para os berços de atracação, para evitar que
a embarcação assente no fundo.
Adimensão ótima de uma bacia de evolução consiste numa área circular cujo
diâmetro é 4 vezes o comprimento da embarcação-tipo. Uma dimensão intermediá-
ria, que oferece maior dificuldade de giro, corresponde a 2 vezes o comprimento da
embarcação-tipo, tomando mais tempo de manobra e utilizando, além dos recursos
de máquina e leme da embarcação, a assistência de rebocadores.
12.1 .2 Finalidades
As finalidades de implantação de obras de abrigo podem ser:
• Criação de uma bacia portuária. Os quebra-mares (isolados da costa) e molhes
(enraizados na costa) abrigam a bacia portuária da agitação ondulatória, en-
quanto os espigões são obras corta-correntes.
• Proteção do canal de acesso de portos situados em embocaduras costeiras,
quando se denominam de molhes guias-correntes, por se desenvolverem a
partir da costa até atingirem profundidades compatíveis com as exigências de
navegação. Nesses casos, proveem:
o manutenção dos fundos por preservarem correntes de maré com compe-
tência para assegurar as profundidades, garantindo mínimas necessidades
de dragagens;
o estabilidade da embocadura por interceptarem o transporte de sedimen-
tos litorâneo da zona de arrebentação;
o abrigo do canal de acesso.
• Defesa do litoral contra a erosão provocada pelas ondas (quebra-mares isola-
dos e espigões de praia).
JfO Obras de Abrígo Portuárias - Quebra-mares, Guias-correntes e Espigões
--
Quebra-mor de parede vertical.
Onda incidente
Onda refletida
+
Manto de regularização
• Características gerais:
o formado por parede vertical, impermeável, constituída por caixões de
concreto armado lastreados de areia, blocos maciços de concreto ou esta-
cas-prancha;
o a fundação é constituída por um manto de regularização de enroca-
mento;
o reduz ao mínimo o volume da obra;
o tem a desvantagem de sofrer ruína abrupta se os esforços solicitantes ex-
cederem os níveis de projeto;
o exige equipamentos de construção mais sofisticados;.
o as maiores profundidades de implantação estão em torno de 15 m.
• Funcionamento hidráulico:
o produz a reflexão da onda incidente, cuja energia é enviada para o largo,
produzindo uma onda estacionária (clapotis) à frente da obra pela sobre-
posição das ondas incidentes e refletidas;
o o clapotis arrebenta a partir de profundidades de 2 a 2,5 vezes a altura da
onda incidente;
o recomenda-se a adoção desse tipo de obra somente em profundidades
superiores às citadas para evitar as pressões dinâmicas da arrebentação
sobre a parede (produzindo a compressão de bolsas de ar que formam
jatos d'água de grande altura - gifie) e a erosão do manto de regularização
no pé da estrutura e o seu descalçamente.
• Quebra-mar misto (Fig. 12.3)
Figura12.3
Quebra-mor misto.
Obras de Abrigo Portuárias - Quebra-mares, Guias-correntes e Espigões
Figura 12.4
Quebra-mar de estrutura mista. Superestrutura
Arrebentação i
Mar Porto
• Características gerais:
o é um tipo intermediário aos anteriores, composto por uma maciço de en-
rocamento submerso sobre o qual é assentada uma parede vertical;
o permite estender o quebra-mar de tipo vertical a maiores profundidades
ou em terrenos de menor resistência (argilas marinhas moles, por exem-
plo);
o em geral, é de manutenção dispendiosa.
• Funcionamento hidráulico:
o dependendo da altura da onda e da maré, podem ocorrer os fenômenos de
reflexão, arrebentação ou ambos;
o as ondas são refletidas pela parede vertical nas preamares mas arreben-
tam contra a parede ou no talude de enrocamento na baixa-mar.
• Quebra-mar de estrutura mista (Fig. 12.4): consiste num quebra-mar de ta-
lude com uma superestrutura destinada a complementar a proteção contra o
galgamento das ondas.
--
Estrutura
Zona semiabrigada Zona semiabrigada
!
Transferência
Transferência de energia
de energia tAncorqgem
Figura 12.5
• Tem funcionamento semelhante ao quebra-mar de parede vertical, refletindo Quebra-mares descontínuos.
as ondas. (A) Esfaqueado.
(8) Flutuante.
• A transferência de energia das ondas sob a estrutura proporciona somente
um abrigo parcial. No caso do flutuante, a oscilação da peça que o constitui
transforma-o num gerador de ondas secundárias.
• O flutuante pode ser usado em fazendas de peixes, abrigos provisórios de
obras, marinas etc.
• Quebra-mar de parede vertical com caixões de parede frontal perfurada (Fig.
12.6)
• Baseia-se na dissipação da energia das ondas por jatos de alta velocidade gera-
dos pelas ondas incidentes nas perfurações do paramento.
• Aeficiência na dissipação de energia depende das dimensões e do espaçamen-
to dos orifícios, da distância das paredes e separação das células.
• Quebra-mar pneumático (Fig. 12. 7)
Figura 12.6
.
;
,,
1 1
:, Caixão perfurado.
:: ~Jatos
• 1
Mar 1 1
1 1
1 1
1 1
Figura 12.8
Seção transversal de quebra-mar
de talude. • Proporciona proteção contra ondas relativamente curtas.
• Consiste na emissão de jatos de ar comprimido (ou líquidos) a partir de um
duto assentado no fundo do mar.
• Quebra-mar de berma
• Oprojeto de quebra-mares de enrocamento pode ser desenvolvido de maneira
convencional (ver Fig. 12.8), com uma armadura ou carapaça constituída no
mínimo por duas camadas de blocos que não se desloquem por ação das ondas
(quebra-mar de talude), ou de uma maneira não-convencional, com um enro-
camento formado por uma berma com blocos de variadas dimensões, consti-
tuindo-se no quebra-mar de berma (ver Fig. 12.9).
• O quebra-mar de berma consiste numa massa porosa de blocos de enrocamen-
to, com largura suficiente para permitir a dissipação da energia das ondas. A
porosidade média da berma é grande por utilizar uma faixa granulométrica
bem estendida, permitindo que a onda incidente percole na berma e perca sua
energia.
• Os blocos de enrocamento do maciço da berma podem se movimentar sob a
ação das ondas, produzindo a acomodação do perfil do lado do mar, conduzin-
do a seção transversal a um perfil mais estável e consolidado.
• A Fig. 12.9 apresenta o esquema de uma seção transversal típica de quebra-
mar de berma, com o perfil construído com uma largura inicial de berma, e o
perfil acomodado, após a ação das ondas de projeto, com uma largura resultan-
te menor.
• O quebra-mar de berma possui estabilidade maior do que o quebra-mar de
talude, pois a grande massa porosa da berma de enrocamento permite a pro-
e
pagação das ondas dentro dela, dissipando mais energia do que no quebra-
e
mar de talude, em que o fluxo é restrito devido à reduzida permeabilidade da t
armadura. Além disso, a ação das ondas faz com que a estabilidade da seção J
transversal do quebra-mar de berma aumente, com um perfil estabilizado de-
senvolvido sob a ação das ondas mais consolidado, e com um intertravamento i
t,
entre os blocos maximizado. ~
• Nos quebra-mares de berma, podem ser utilizados blocos mais leves e com a
uma maximização da utilização da pedreira local, sendo a produção da pedrei- a
ra separada em menor número de categorias. F
Escolha do lipo de Obra Jff
IB Porto Berma
.... . . . .!,.\
Figura 12.9
\ .~.. . Nível de bata-~a~ (A) Enrocamento do quebra-mar de
\ Perfil do talude original berma do Terminal Portuário Inácio
Barbosa da Vale em Barra dos Co-
.....\.. 1 queiros (SE).
Núcleo (B) Seção transversal típica de que-
Perfil bra-mar de berma.
acomodado
__J
···... '•,
',,
51'+--~'·l - - - - - - - - - - - - - - . , . . . . , , - - - - - - - l - - - -- - - - -..u::,;;i'r-- - - - - - - - + 5
\
1
30" 1
1
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I
30" .... 1 30"
\.
··...
\
'
\\ '-
··....... })···...
·:>)
30"
Figura 12.10
Planto do arranjo geral dos molhes do Porto de Luís Correio (PI).
Escolha do Tipo de Obra Jf7
Planta
~
,
180" 132,92
BI[> Cota da maré máxima
(TR = 50 anos)
1 +7,00
Núcleo
+7,00
-2.75
---- L 3rj;
Núcleo
------
Seção transversal típica - BB do Espigão Sul
Unidades em metros
Cotas DHN-MB
Figura 12.11
Arranjo geral do Terminal Marítimo da Ponta da Madeira da Vale em São Luís (MA). (Souza
e Alfredini. 1993)
Obras de Abrigo Portuárias - Quebra-mares, Guias-correntes e Espigões
Elevação Q
ua d npo
, d Elevação Tetrapo
, do
+
Elevação
FIGURA 12.12
Dolos
00
Elevação
Figura 12.13
Elevação típico Construção de maciço em talude.
Preamar Construção por terra
(ponta de aterro)
Construção por
via flutuante
-
Q}
e
o
-::>
::>
:;::
o
'>
o
a.
o
'ºu,
e
Q}
a.
o
1 Planta
J(O Obras de Abrigo Portuárias - Quebra-mares, Guias-correntes e Espigões
Figuro 12.14
{A) Enrocamento de Ponta da Ma-
deira, em São Luís {MA). Exploração
da pedreira de Rosário (1980), des-
monte da bancada rochosa graníti-
ca por perfuração e colocação de
explosivos. remoção dos blocos por
pá carregadeira e transporte por
caminhões basculantes. (São Paulo,
Eslado/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
Escolha do Tipo de Obra JC1
Figura 12.14 (Continuação)
(B) Enrocomento de Ponto do Ma-
deiro. em São Luís (MA). Avanço
em ponto de aterro dos maciços
dos espigões Sul e Norte, com arru-
mação por pá carregadeira (1980).
(São Paulo, Estodo/DAEE/SPH/CTH/
FCTH)
Figura 12.15
(A. B) Molhe com blocos artificiais
de concreto tipo Antiter em seu
trecho exposto ao mar.
J{{ Obras de Abrigo Portuárias - Quebra-mares, Guias-correntes e Espigões
Figura 12.16
Molhes guias-correntes de Rio Gran-
de (RS), nos quais foi efetuado refor-
ço nos cabeços com tetrápodos.
Figura 12.17
Blocos especiais de concreto para
compor recifes artificiais com a
finalidade de criar um banco lagos-
teiro. Porto de Cobedelo (PB).
Figura 12.18
Blocos porolelepipédicos de con-
creto como obro longitudinal ade-
rente em muro de choque, em Bori
(Itália) .
OBRAS DE ABRIGO PORTUÁRIAS C
- DIMENSIONAMENTO,
PERFIS TRANSVERSAIS,
COTAS
Figura 13.1
(A) Seção de um maciço de enro- +7,5
camenlo com exposição do lado e=
marítimo com condições de galga-
mento zero ou moderado.
(B) Exemplo do trecho GHJ do
molhe de abrigo do Porto de Luís
Correio (PI). Mar
Porto
Medidas em metros
Cotas DHN-MB
Bermas
H: Altura da onda
P: Peso da unidade individual da armadura
n: Número de blocos
Mar
Porto
7,0
+7,5
e::=
Mar
Porto
10 a l.000 Kg
Medidas em metros
Cotas DHN-MB
Figura 13.2
misto com infraestrutura de enrocamento e armadura com blocos de concreto, ou Seção de um maciço de enroca-
de blocos de concreto (oneroso para grandes volumes). mento para exposição às ondas em
ambos os lados com condições de
Apresenta-se a seguir um exemplo de classificação de blocos de enrocamento: galgamente moderado. Exemplo
do cabeço do molhe de obrigo do
Porto de Luís Correia (PI).
% em volume do maciço
material fino (resto de pedreira): P < 50 kg
1ª categoria 50 kg< P < 1 t 90 a 66
2ª categoria lt<P<3t
3ª categoria 3t<P<7t 10 a34
4ª categoria P> 7 t
A composição do maciço depende da exploração econômica da pedreira (pla-
no de fogo em função do grau de fraturamento da rocha) e dos pesos de blocos para
o quebra-mar. Em geral, o peso máximo situa-se em torno de 10 a 15 t. No Porto de
Gênova chegou-se a utilizar blocos de enrocamento de até 60 t.
J70 Obras de Abrigo Portuárias - Dimensionamento, Perfis Transversais, Cotas
sendo:
H: altura da onda de projeto
-y5 : peso específico dos blocos
[2,3/3,2] tf/m3 para enrocamento
[2,0/2,9] tf/m3 para concreto
(2,4 mais comum)
Anteprojeto de Quebra-mar de Talude J71
'Ya: peso específico da água
cotga: [1,3/3,0], com a correspondendo ao ângulo do talude da faixa mais comum
K: coeficiente de estabilidade (ver Tab. 13.1), que depende de:
onda arrebentando no talude ou não: sem arreb. H ma:ior KH menor p
porcentagem admitida de dano: o critério "sem dano" considera o galgamento
do maciço desprezável e de Oa 5% dos blocos deslocados na tempestade
de projeto
forma de bloco: maior embricamento H maior KH menor P
número de blocos por camada: maior número de blocos 1-,) maior K~ menor P
colocação dos blocos (lançados ou arrumados): arrumados H maior KH me-
nor P
corpo ou cabeço do maciço: no extremo do maciço (cabeço) há maior concen-
tração da energia das ondas H menor KH maior P
-
TABELA 13.1
Valores sugeridos para Kpara uso na determinação do peso das unidades da armadura
.. -
segundo U.S. ARMY (1984)
..
Critério de dano nulo e mínimo galgamento
' ~
...~~~:~.~.~~'.~. ~?..'.::'.~:..................Y.9rtQç9.Q.19.rn9r~.............
Nível da baixa-mar mínima
Figura 13.4
(A) Seções típicas do molhe de
Ponta Ubu (ES).
1.50 Hproj.
Máximo refluxo l
Mar Porto
Mureta
Correia transportadora
Tipo B
TipoC
0,00
~ -·-
Tipo A - Blocos de 8 a 12 t, Tipo D
sendo 75% acima
de 10 t.
Tipo B - Blocos de 3 a 8 t,
sendo 75% acima Seção do corpo
de 6 t.
Mar Porto
Tipo B1- Blocos de 5 a 8 t, +7,0
sendo 75% acima
de 7 t.
Tipo C - Blocos até 3 t. 0,0
com maioria entre ______2 -
0.5 e 0.75 t.
Tipo D - Até 3 t
ocasionalmente,
sendo 60% entre
25 e 75 kg.
Medidas em metros
Cotas DHN-MB Seção do cabeço
J
Ante-projeto de Quebra-mar de Talude J7J
Mar Porto
29,51 21.39
> 70 kg (núcleo)
-11 ,0
Medidas em metros
Cotas DHN-MB
Figura 13.4
(b) Seções típicas do Terminal da Solgemo em Maceió (AL).
Tabelo de Trechos
l1tcbo Molht norit Molhe Sul
0+06000•3~ 0+04000+340
Dique
7.323.llX>
7.323.700
~
o Morro Sopucaitovo
z
$ 7.323.500
E
()
)>i•
s:§)«'
~ ij 7.323.400
§ .,8..., ~ éP
~ ~ §
!!!M ~si
"';;; ~ "';;; /
Figura 13.5
Planta do arranjo geral dos molhes guias-correntes do Estudo para Melhoramento do Bor-
ra do Rio ltanhoém. (São Paulo. Estado. 1955 o 2004)
J74 Obras de Abrigo Portuárias - Dimensionamento, Perfis Transversais, Cotas
Cabeço Canal
6 6
E 4
4 q
2 o 2
"'ó
o
o
,
Q)
>
-o
-2 ·e
o 5,0 -2
> ~
-4 -4
Trecho 1 6,6
Canal
6 E 6 figura 13.6
q Seções trans-
4 o 4 versais dos mo-
"'ó 2 lhes da obra de
2 ãi
-o> Variável guias-correntes
o 'â 5.0
-2,5o-3,5m 0 do Estudo para
> I• •I
-2 -2 Melhoramento
-30 -20 - 10 o 10 20 30 da Barra do Rio
ltonhaém. (São
Trecho 2 6.3 Paulo, Estado.
6 E Canal 6 1991 A 2001)
q Mar
2 4
4 o
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>
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·e o
o
> ~I
-2 -2
-4 -4
-30 -20 - 10 o 10 20 30
Trecho 3 E
q
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·e: 2
o
>
o o
-2 -2
-30 -20 -10 o 10 20 30
Metodologia de Projeto de um Quebra-mar de Berma J 7f
13.2 METODOLOGIA DE PROJETO DE UM
QUEB.RA-MAR DE BERMA
A acomodação do perfil do lado do mar em quebra-mares de berma é função das
seguintes variáveis:
• tipo de projeto (dinâmico ou estático);
• tempestade de projeto (altura, período e rumo da onda) e sua duração;
• granulomet1ia da armadura: dimensão e forma dos blocos e geometria da berma
ecota e largura);
• permeabilidade do núcleo;
• profundidade no pé da obra.
Os projetos de quebra-mares de berma ainda são desenvolvidos com base em
ensaios em modelos físicos.
Nas Figs. 13. 7 a 13.10 estão apresentadas características dos dois maiores que-
bra-mares de berma do Brasil.
Figura 13.7
Porto de Pecém, Ceará, localiza-
ção. (Sayão, 1999)
Porto
'
N1
10 Figura 13.8
15 ml Seção transversal do quebra-mar
Porto Mar de berma do Porto de Pecém,
5 Ceará.
E
a:)
~ o Berma
z'
J:
Q. -5
V,
o 1:1,25 1:1,25
õ
U-10
-20~~~~~~~~--.-~~--.-~~-,--~~-r--~~,--~---,
O IO 20 30 40 50 60 70 80
Distância (m)
J7{ Obras de Abrigo Portuárias - Dimensionamento, Perfis Transversais, Cotas
Figura 13.9
Estuário do Rio Sergipe em Aracaju
(SE). t -4
-6
-7
-7
Ponte
de
Acesso
-9
O 50 100 200m
1 1 1 1
Figura 13.1 O
Seção transversal do quebra-mar
de berma do Terminal Portuário de Quebra-mar de berma
Inácio Barbosa da Vale em Barra
dos Coqueiros (SE).
Mar Porto
+3,25
+2,25 N.A. máximo • • •
-- ~
,. • • -
_ _ _ _ _ _ _1_2_5--,~ (0,3 t-4 t) 14N .A. minim o 2,5 3 7.5 10
1,25 , rt , .
1' __ Armadura "1l Area po uana
5 10
nH 2 2nh
Afl=-cotgh-
L L
coshL
estão demarcados no fundo à direita (D) e à esquerda (F) do ponto B. Aunião dos
pontos D a C e F a E fornece as linhas de cargas máximas e mínimas a favor da
segurança (linhas tracejadas).
Figura 13.11
Crista do clapotis Diagramas de pressões de um cio-
-..J e polis em paramento vertical.
/ '
I
I
- - - - - -N.A. - -
'-IJ..l.1'-<)..+----o>....__~-.---__,..;-.i.------L.-,- A G
I
/
E H
Pressão
Pressão máxima
máxima
Pressão Pressão
mínima hidrostática mínima
F ' B D
6p 6p
h
J 7ô Obras de Abrigo Portuárias - Dimensionamento, Perfis Transversais, Cotas
:.=- 100 /
'/«)
~t l>/
' ~/ (J'
v..º (:-'-j
/
-9' I /
o
(.) / /
~
o
13 // /.
o
"O Amplitude /1/ «: l
o 50 da maré '<i
V
V)
Q.l
de7m /
a.. / I
,1 1(
I
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/
~ /1 //
! 1,1'/ Amplitude
da maré_
I de5m
V
10
/
V
I ,
li/
/
/
I
/ /
/ J
/
/ /
// V
/
/ Pesos obtidos nos ensaios
/
/ - - - Aplicação da fórmula de lzbash
Condições de meia-maré enchente
750 800 850 900 950 1.000 1.050 1.100
Comprimento do espigão (m)
Figura 13.12
Comparação entre os cálculos pela fórmula de lzbash e ensaios em modelo físico - construção do
Espigão Norte do Terminal Marítimo de Ponta da Madeira da Vale em São Luís (MA). (Carvalho et ai.,
1989)
JJO Obras de Abrigo Portuárias - Dimensionamento, Perfis Transversais, Cotas
5,0
+--+ Ji+7,0)
Armadura
P > 1.000 kgf
Pmáx 2.000 kgf
24 _1+7,0) Núcleo
Amplitude f< 5,0 75% P > 300 kgf
de maré t' 5,0 75% P > 700 kgf
Peso mínimo: 2,5 kgf
Peso máximo: 700 kgf
Armadura
P > 1.500 kgf
Pmáx 3.000 kgf
Medidas em metros
Cotas DHN-MB
Figura 13.13
Seções transversais P4, RN e RS dos espigões do Terminal Marítimo de Ponta da Madeira da
Vale em São Luís (MA). (Carvalho et ai., 1989)
OBRAS PORTUÁRIAS INTERNAS
-TIPOS DE ESTRUTURAS
ACOSTÁVEIS EACESSÓRIOS
~
14.1 CARACTERISTICAS GERAIS, CLASSIFICAÇAO E
-
TIPOS PRINCIPAIS DAS OBRAS ACOSTÁVEIS
As obras portuárias de acostagem constituem-se em obras maciças para resistir
aos elevados esforços estruturais, não sendo, portanto, recomendáveis estruturas
esbeltas. De fato, estão sujeitas aos seguintes esforços basicamente:
• Cargas horizontais elevadas em razão do impacto das embarcações e dos esfor-
ços nos cabos de amanação das embarcações atracadas.
• Cargas verticais concentradas por causa dos equipamentos de movimentação
de cargas.
• Efeitos de empuxos de terras, que podem ser comparáveis aos demais carre-
. gamentos.
Aadoção da solução de obra acostável mais apropriada vincula-se às condições
locais:
• características topobatimétricas;
• condições de solo;
• são de fundamental importância o cálculo dos empuxos de terra e a capacida-
de de carga do leito de fundação;
• análise de possíveis recalques de estruturas;
• metodologias e custos de dragagem;
• escavações e estaqueamento;
• níveis do mar e agitação ondulatória;
• condições climáticas;
• corrosividade pelo solo e/ou água do mar e/ou ataque ácido de micro-orga-
nismos sobre os materiais de construção, como ocorrido no Porto de Vila do
Conde (PA).
JJ2 Obras Portuárias Internas - Tipos de Estruturas Acostáveis e Acessórios
Obras contínuas
Nas concepções estruturais de obras contínuas, as funções de acesso, suporte de
equipamentos, atracação (absorção de choques das embarcações) e amarração das
embarcações estão integradas na plataforma principal (Figs. 14.l a 14.5), podendo
ser (ver item 14.3.2):
• Cais de paramento fechado ou de face vertical: possuem uma cortina frontal
que contém o terrapleno no tardoz, podendo ter solução estrutural de cais
com plataforma de alívio, já que a plataforma alivia a cortina dos empuxos,
ou não.
• Cais de paramento aberto: a área sob a plataforma de operações apresenta um
talude a partir do fundo do berço de atracação, podendo dispor de plataforma
de alívio, ou não.
As soluções anteriormente exemplificadas correspondem a cais conidos com
uma frente acostável. Nas Figs. 14.3 e 14.4 está apresentada solução com platafor-
ma contínua, formando píer tipofinger com duas frentes acostáveis. Esta alterna-
tiva de concepção estrutural conduz a maior rendimento operacional com relação
à anterior, no entanto, sua adoção depende de características topobatimétricas dos
berços e bacias e das características do equipamento de movimentação de carga.
As concepções estruturais em cais contínuo descritas normalmente utilizam-se de
equipamentos de movimentação de carga deslizantes, que se deslocam ao longo da
frente acostável. Na Fig. 14.5 tem-se o esquema de uma alternativa de estrutura em
cais contínuo com fundações independentes para o equipamento de movimentação
de carga e com cortina ancorada.
Assim, nas Figs. 14.6 e 14.7 apresentam-se exemplos de arranjos gerais de es-
truturas de acostagem de terminais de granéis líquidos. Nas Figs. 14.8 e 14.9 estão
e•) Para navios ULCC, Ultra large apresentados exemplos de arranjos gerais de estruturas de acostagem de terminais
crude oil carrier, ULOC, Ultra lar-
ge ore carrier, VLOC, Very large
de granéis sólidos de minérios, observando-se que as lanças dos carregadores pivo-
tam em tomo de pontos de articulação. As plataformas de amarração e atracação
l'
ore carrier, ou VLCC, Very large
crude oil carrier. são denominadas de dolfins ou duques d'Alba.
Características Gerais, Classificação e Tipos Principais das Obras Acostáveis JJJ
Planto do arranjo geral 'A
1 Orogodono
$ - 13.00
Defensas
Trilhos do
cooegod0< de navios
t
LWJLW.1.uu.uw,.__ _,
Fundoçãodo Fundação do torre
mesa girolôrio 1 de transferência Medidos em metros
Cotos DHN-MS
1
1B
Figura 14.1
Subestação n° 2 e
Torre de Transferência
dta, OU
--p-iw.,;z6.......
E ••
-------P3fflffiereene~~ ,
1.1 ç TC TR-32.402
Caminho de rolamento com . 19
co • cd
■ _lu aur..,,
011piiifflffile il
-lel - e i eirnew ,..4
li w, .- ...- . lá---
Ç Carregada de navios CN-32.401
amin o . e ro amen o com.. ".
%Ic,t,
o PF
lieriPN MN
Nb bebe.
ui Navio Santos Dumont 107.500 (7.500 tpb
Área de carregamento
195.000
Medidas em milímetros
Navio Daiko Miau 280.000 1150.000 tPtil Cotas DHN-MB
Figura 14.2
Píer II do Complexo Portuário de
Ponta da Madeira da Vale em São
Luís (MA).
1111111111111111111111111111111!!
■j:
//fr 11,00
11211 (curso de
telescopagem)
!h, mei%
Cabeço de
amarração
+8,00
N.A. máx.
16 858 4,667
7 525 14,000
1--
■
\,,
N.A. min.
150.000 tpb (lastro)
■
■ 7,40
50.000tpb
1
d
e
50.000 tpb
(") o
" 'O
51,94 114,73 31.94 ~ ai 68,08
8
r,..:t+---------- 31l 18 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __.I
-- - - - --..::....;..;:..:..;,.;:,._
Medidos em metros
Figura 14.3
Arranjo geral de obras com dois lodos acostáveis. Arranjo geral do píer de Ponto Ubu do
i
Vale (ES).
i(" ,:·:.··-..··l1'··..··:.' ·• ..,c ·e:··· ··· ··i.··l(......... ._. .. ll.. ,. ·:......... .. ~ ..., ..,....,..... ... .. i.··l(··,,··.:..11···11·· "'·:,..:,··· ··~·-· :...:.- ·• .. l(··e:· ·· ·... ..........,...., ..., ...... w
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···~:r\:;------·--·*:
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8•5 m
Figura 14.4
Superestrutura e estaqueamento
do píer de minério de Ponta Ubu da
Vale (ES). Estaqueamento vertical
Trilhos dos guindastes
espaçado de 5,0 m nas vigas longi·
i i tudinais externas. Estaqueamento
inclinado 3,54 : 1H com espaça-
mento variável na viga central. As
vigas longitudinaisestão espaçadas
N.A. de 8,5 m e a espessura do tabuleiro
varia de 0,35 a 0.50 m.
Placa de
ancoragem
Tirantes Cortina de
estacas
prancha Figura 14.5
Caisde cortina atirantada com fun-
dações independentes para supor·
te do equipamento deslizante.
JJ{ Obras Portuárias Internas - Tipos de Estruturas Acostáveis e Acessórios
/
\
I / --7 /
/ ,
/ /i~tofomo /
l de operações'
/ ~ / /
/ /
!///'/ ,I 1
/ ,
\
) / / ___ /
//,/
Ir\/// ,/
y,I / ('
PÍataforma ,/
de bombas
j ,,/
_ ,.,
~ J
<-;
Ponte de
transição
" \
, Figura 14.6
' Arranjo geral das obras de acostagem e
)
E E
8
N 200m 8
N Cotos DHN-MB
Características Gerais, Classificação eTipos Principais das Obras Acostáveis Jo7
685 5,30 9.67 90
Elevação da ponte
N
@ Planta
Máx. 500.000 fpb
Medidas em metros
Cotas DHN-MB O 20 40 60 80 100 150 200m
figura 14.7
Terminal para óleo, Tebig, Angra
Figura 14.8 dos Reis (RJ}.
(A} Arranjo geral das obras de acostagem e carregamento de um terminal mineraleiro
1 om carregador de quadrante duplo.
(D Oolfins de omorroçõ~
@ Oolfins de otrocoçõo
@ Vigas de apoio dos
lanços dos corregodOíes
© Cosas de lronsferêncio\..__
@ lanços dos corregodOíes \
~ Transportadores de esteiros
280.000 tpb 0 Píer dos rebocodOíes ~
® Pontes de acesso
.,..--....SenNdo do movimento do lo o
- Sentido do !luxo de min~
-2:>.'-!"
....-----
-20.00
, ..
-.... .......
.......
) do ,no(é ~,;.
' " '- - - - _ ..::5,00
200m
7mo
/ /
/
/
J OO Obras Portuárias Internas - Tipos de Estruturas Acostáveis e Acessórios
Figura 14.9
IA) Vista do Píer Ido Complexo Por- /A
tuário de Ponta da Madeira da Vale
em São Luís (MA) com o Berge Stahl
(365.000 tbp), navio classe ULOC.
(São Paulo, Estado/DAEE/SPH/CTH/
FCTH)
Ação das Embarcações nas Obras Acostáveis JJ!)
244,0
-t-N
Deslocamento transversal
do carregador
80.0
Legendo
1 Delfins de atracação 8
2 Dolfins de amarração õ
uo
3 Via de rolamento do carregador Ol
4 Plataforma de serviço -~a.. o~
5 Ponte de serviço u
6 Suporte do pivot do carregador
7 Ponte de acesso
8 Berço dos rebocadores
D Gatos de escape rápido - 4 x 1001
O Golos de escape rápido - 3 x 80 t
1 Cobrestontes
Medidos em metros
1 ;·--: 1
1
·-?8.130 ' /
+52,30 -' - [ ..-,,.-.'(,.
....J!t'''''''f' ' ' ' '' ' '.01 i
~ - ,q1·/· ·;, ;~;?~:~: : ~~-···,,- . .
. \i /
• •:, 1 : : :: .,
li i
'l .. .. 1
,:\:.} !!
+17.50
21.74°
+7.00
Nível d'água máximo
0,00
Nível de redução
1 4>.0 '
4>
.oi u.8-1
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,G>,o
•U
u.8-, :' >o • 'oO
·~§
001
~---~º!-------!~
1
N ,:::;
z~I :
' -------------------~-------------------
1-23,00 Profundidade mínimo
Figura 14.10
(A) Oscilação vertical extrema do navio em função do nível
d'água e carregamento no Píer Ido Complexo Portuário de
Ponta da Madeira da Vale em São Luís (MA) .
(BJ Haste flutuante associada a escala decimétrica junto a
dolfim de atracação do Terminal de Granéis Líquidos - TGL do
Complexo Portuário de Tubarão da Vale em Vitória (ES) , visan-
do estimar a altura da onda residual no berço.
Figura 14.11
Obras mortas dos navios com áreas vélicas expostas à ação transversal e longitudinal do
vento.
figura 14.1 2
Obras vivas dos navios expostas às correntes transversais e longitudinais.
14.2.2 Defensas
14.2.2.1 Caracterização
Figura 14.13
(A) Píer de granéis líquidos do Alamoa no Porto de Santos (SP) .
Painel no cais indicativo da distância e velocidade de apro-
ximação do navio da linha de atracação por sensoriamento
remoto.
(8) Terminal de Petróleo - Cais l 06 - do Porto de ltaqui (Emop)
em São luís (MA).
Ação das Embarcações nas Obras Acostáveis J3J
~- .H\.""
.... , ·- )
TABELA 14.1
Velocidades recomendadas de atracação para grandes navios em função
das condições de vento e proteção dq bacia
Carga Energia
(tf) (tfm)
250 500
);
200 ,,,..
------ 400
,/ ----
,,,..
::::
.,....---
- e::, ~
- (1)
-121:
V
- v .
/ I
150 -(3)_ 300
100
t
~
----
~~ - ---- -
..
. ......
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___...
..
..
... .. V
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.. - .. -
-(4)-
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V
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200
J .. ..
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(l ),
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-.. .... ... -:. ............ ...~(~· .. - .. - -
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.... ,;.
..
"' :
............
....
..
.... .. ..-- - .... .. (4)
-
100
o
o 5
-·· 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
o
Figura 14.15
(A) Aproximação de navio conduzido por rebocadores no Píer
li do Complexo Portuário de Ponta da Madeiro da Vale em São
Luís (MA).
(B) Aproximação final das defensas de navio no Píer Ili do Com-
plexo de Ponta de Madeira da Vale em São Luís (MA) .
Figura 14.16
{A) Caixões flutuantes com defensas de pneus usados como espaçadores provisórios para
conseguir maior profundidade junto à linha de atracação. Cais de fertilizantes do Porto de
Paranaguá {PR).
IB) Segundo cais do Portocel em Barra do Riacho, Aracruz (ES). Vista das defensas provisó-
rias com pneus de tratores e cabeço de amarração.
(C) As defensas originais foram rompidas por esforço de torção-cisalhamento.
Figura 14.17
IA) Defensa celular.
J!J{ Obras Portuárias Internas - lipos de Estruturas Acostáveis e Acessórios
160
V ~
/ "
J "
120
/
" 120
."
/ "
80 " 80
J
I
, "
"
40 I J " 40
. "
I
I .... "'
Deflexão
o 10 20 30 40 50 55 %
(200) (400) (600) (800) (1.000) (1.100) (mm)
Figura 14.18
(A) Defensas do Píer I do Complexo
Portuário de Ponta da Madeira da
Vale em São Luís (MA).
(BJ Defensas do Cais 301 da Alunor-
te no Porto de Vila do Conde (PA).
'
Ação das Embarcações nas Obras Acostáveis J-97
As defensas arco do tipo Vou 'TT podem ser dispostas ao longo do cais vertical
ou horizontalmente (Figs. 14.19 a 14.21), tendo características análogas às defen-
sas cilíndricas.
~inha de atracação
-1.000 de atracação
1 1
1 1
1
1
'
'
.
1 bfflJ
\
\
• •
• • •• • •
• H• • •
bfflJ
I
250 1.275
-
1.200 1.275 250
--,
1 1 \ • • •• • • I
•• •• .,
• • •• •
1 '
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•
• • •• • •
• • •• • •
•• . • 1•
.'.
• • •• • •
• • •• • •
.••. •••
• • •• •
• • ' • Ancoragem
• • •
• • •• ,, • •
• .. •• • • 1 - - + - - Corrente
. I
• • •• • •
Medidas em mm
• • •• t •
• • •• • •
COIQO
Figura 14.19
I" refendo o
38. 1 ti)
(A) Defensa tipo 1r em dolfim de
170 atracação.
(B) Exemplo de curvas caractarís-
160
ticas. Sequência (a. b, c, d. e) de
150
solicitação de defensas no Terminal
uo de Granéis Líquidos - TGL do Com-
130 plexo Portuário de Tubarão da Vale
120 em Vitória (ES). contando-se com
110
sislema de arrefecimento por água.
100
90
ao
70
60
50
~
30
20
10
Figura 14.20
(A) Ganchos de desengate rápido e defensas '1T instaladas com escudo frontal no cais do
Píer Ili do Complexo Portuário de Ponto da Madeira da Vale em São Luís (MA).
(B) O mesmo no terminal de contêineres do Porto de Suape (PE) .
•
i
1
Figura 14.21
(A) Segundo cais do Portocel em Borra do Riacho, Aracruz (ES). Visto dos defensas tipo n.
(B) Cais de fer1ilizontes do Porto de Poronoguá (PR) com defensas tipo n.
400 Obras Portuárias Internas - lipos de Estruturas Acostáveis e Acessórios
Figura 14.22
Defenso pneumático utilizado ori-
ginalmente no Píer Ido Complexo
Portuário de Ponto do Madeira do
Vale em São Luís (MA).
Figura 14.23
Defensas nos dolfins de acostagem
do Tebor.do Petrobros em São Se-
bastião (SP).
Ação das Embarcações nas Obras Acostáveis 401
Figura 14.24
Flexão Delfim elástico. Exemplo dos dolflns
F
-+ 1 I ~
' 1
1 '
1 I
elásticos do Terminal Portuário de
Sergipe da Vale em Barra dos Co-
queiros (SE).
I /
I 1
I 1
I '
' 1
1 1
' 1
1'
1 1
1 1
1'
''1
1
1 /
1'
~• ., j
t
Arfagem /
r.\O / '
t -~~7'
. ~
~abeceio //r
,0 Caturro
,/
Figura 14.25
Movimentos do navio. Na Tab. 14.2 estão apresentados critérios internacionais recomendados para
a segurança operacional das embarcações atracadas. Caso alguns desses limites
sejam suplantados, é recomendável suspender a movimentação de carga.
Obs.:
fll Os movimentos são considerados de pico a pico. com exceção do deslocamento.
121Rampa equipada com roletes.
131Nos localidades expostas: 5,0 m (os braços de movimentação de óleo permitem nor-
malmente grandes movimentos).
Ação das Embarcações nas Obras Acostáveis 40J
14.2.3.2 Função e arranjo de amarração
150.000 tpb
{ Trilho
Pontos de amarração no cais (cabeços e gatos)
Cabos:
Q) (í)@ Lançantes
@@@ Semilançanles. ou semitraveses
©@@@@® Traveses
(l)@®©@@ Springs
280.000 tpb
Legendo: D2 D3 D8 D9
Cabos:
Dolfins de atracação: D4, D5, D6 e D7
Q) (í) ® © : Lançantes
Dolfins de amarração: D1, D2. D3, 08, 09 e D1O @©@@: Semitroveses
@@(l)@@@@@:Traveses
O Golos de escape rápido: 4 x 100 lf
® @@@: Springs
O Gatos de escape rápido: 3 x 80 tf t :
Esforços transversais máximos
• Cabreslante - : Esforços longitudinais máximos
404 Obras Portuárias Internas - Tipos de Estruturas Acostáveis e Acessórios
A fixação das linhas de amarração no cais pode-se dar por cabeços ou ganchos de
desengate rápido.
Nas Figs. 14.27(A) e (B) estão apresentadas duas soluções de cabeços de
amarração. A primeira é uma peça especial fundida fixada no cais e a segunda é
um tubo embutido no concreto do cais. Como exemplo de passagem dos cabos,
pode-se ver cabeços do primeiro tipo na Fig. 14.2l(B) e do segundo tipo na Fig.
14.19. O espaçamento entre cabeços recomendado está entre 1 e 1,4 boca dos
navios.
Figura 14.27
Tipos de cabeços de amarração
de ferro fundido chumbados (A) no
Cais 102 do Porto de ltaqui (Emap)
em São Luís (MA) e (B) no Cais da
Alumar em São Luís (MA).
4 0{ Obras Portuárias Internas - lipos de Estruturas Acostáveis e Acessórios
Figura 14.28
Conjuntos de ganchos de desen-
gate rápido e cabrestante no Píer Ili
do Complexo Portuário de Ponta da
Madeiro da Vale em São Luís. (MA).
Figura 14.29
Terminal de Petróleo - Cais 106 e
107-do Porto de ltaqui (Emap)
em São Luís (MA). Conjuntos de
ganchos de desengate rápido em
dolfim de amarração.
Ação das Embarcações nas Obras Acostáveis 407
figuro 14.30
Ganchos de desengate rápido em
delfins do:
(A) Píer I do Complexo Portuário de
Ponto do Madeiro do Vale em São
Luís (MA).
(B) Terminal de Pelróleo - Cais 106
- do Porto de lloqui (Emop) em São
Luís (MA).
(C) Delfim de olrocoção do Porto
de Suope (PE).
(D) Delfim de amarração no Tebar
da Petrobros em São Sebaslião (SP).
400 Obras Portuárias Internas - lipos de Estruturas Acostáveis e Acessórios
~
~~-~-
• comprimento do berço;
• largura da plataforma de operações .
.,.
Os esforços solicitantes sobre as obras de acostagem se devem fundamental-
mente a:
• movimentação de cargas e passageiros;
• equipamentos de movimentação de cargas;
• edificações portuárias;
• impacto de atracações das embarcações;
• amarração dos navios;
õ
• empuxos de terra e hidrostáticos;
u • ação de ventos, ondas e correntes.
'E
'O
o
s::.
u
2
o
êQ)
-1~1r
!1---------------i
o
Cortino de eslocos-p,oncho
14.3.2 Classificação do tipo estrutural
14.3.2.1 Classificação
E
o
e Na Fig. 14.31 pode ser observada uma classificação do tipo estrutural de obra de
Cl.
acostagem, estando subdividida em paramento fechado (vertical) ou aberto. Aso-
lução estrutural de paramento fechado pode ser subdividida em cais de gravidade
e cais em cortinas de estacas-prancha.
:
F7'\
......
:/<:º 14.3.2.2 Cais de gravidade
Cortino de estocos-p,oncho
com plotofonno de alívio
Os cais de gravidade têm como princípio estático o uso de estruturas pesadas.
.:·~:-:•
Podem ser indicadas três variantes:
o
t:
(l)
.o
o
"' • Muralha de blocos (Figs. 14.32 a 14.34), com as seguintes características:
o
o
o
atualmente a solução é considerada antieconômica;
suas vantagens são a alta durabilidade e a simplicidade de execução;
o uso de blocos maiores é vantajoso por reduzir o número de operações de
E assentamento, mas depende de equipamentos de transporte com grande
e
Q) capacidade de carga e assentamento com guindastes flutuantes (pontões e
E
e cábreas);
o
Cl.
o exige boas condições de fundação, podendo ser necessária a remoção de
solos fracos e a sua substituição por material mais adequado;
o por causa da possível acomodação do terreno, recomenda-se uma pré-
Figura 14.31 carga do terreno com os próprios blocos antes de se moldar ou colocar a
Tipos de estruturas de acostagem. peça de coroamento;
Elementos Básicos no Projeto Estrutural das Obras de Acostagem 403
Coroamento
Bloco de
coroamento
Blocos de concreto
maciço (40-125 tf)
r
Leito de
E enrocamento
Visto frontal: blocos em linha horizontal
Enchimento de0 } \t.:.
enrocamento ~A~z ":=
:J,.r~
P: peso da estrutura
E: empuxo de terra
Rv. Rh: componentes das reações do solo
Figura 14.32
Muralho de blocos.
o a peça de coroamento somente deve ser moldada ou disposta quando o
terrapleno estiver cheio;
o o uso de enrocamento no tardoz da muralha reduz os empuxos hidrostáti-
cos diferenciais por facilitar a drenagem.
Figura 14.33
Porto de Salvador (BA). Seções
transversais da muralha de cais.
rGuindaste
2.10 1.50 12.70
Caisde-2m
20.30
Caisde-8 m
~.00
20.30
t
Cais de-10 m
Medidas em melros
Colas DHN-MB
Elementos Básicos no Projeto Estrutural das Obras de Acostagem 411
Figura 14.34
11 ,60 19.20 Porto de Recife (PE). Corte transver-
sal típico da muralha de cais.
Armozém
+4,00
N. móx. maré +2,60
v
N. mín. maré o.ao Aterro (areia fina)
-10,00
. :sr:=
-12,00 3/2 Medidos em melros
~v-----~~~~~Ss!'S~v Colos DHN-MB
figura 14.35
Muralha de caixões.
1
1 Coroamento de
Caixão: concreto armado w.:-:-:---- -- - - " " " 1
1
1 Enchimento
.. Enchimento
de areia
...-~--..
1 1
A: de areia ,: A Caixão de _
1
:
1
' concreto armado
'
1
'
'''
1 Proteção do pé
contra erosão :::: .
·....
,· ·, :·.··. ·
1
.''
1 '
-1.. --- --- ...1-
Planta Corte AA
Planta-chave
Armazém
Tirante
A·
+9,0
V--
N. máx. +8,2
:sz:::=:::
.
1
1 1 1
1 1 1
1
1 1
1
1 1 1
1 1 1
•1 1 1
1
1 1 1
1 1
0,0 1 1 1 1 11111111111111111
1 ,1111111111111111
= 1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1 11111111111111111
1 11111111111111111
l llllllllllllllllt
- 1 1
1
1
1
1
1 1
1 1
1
1
11 111111 1111111111
1 1111011111111111
l ltllUIIIIIIIIIII
1 1 1 1 1 1 lfllUIII IIIIIIII
1 1 1 1
.
1 1 1 1 1 llltMIIIIIIIIIIII
1 1 1 1
li 1 1 1 1 1 1111• 111111111111
1 1
li 1 1 1 1 1 1 1 1111111111111111
1
li 1 1 1 1 1 1 1 111111111111111111
1 1
li 1 1 1 1 1 1 1 1 1 IIIIIJIII IIIIIIIII
, ,1 1 1
1 1 1 1 1 111111111111111111
1111
1111
1 111
1 111
11 1 1
1 1
1 1
1 1
1 1
1
1
1
1
1 1
1 1
1 1
1 1
1 1
1
1
1 1
1
1 1
1 1
. 1110!111111111111
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IIUtlllllllllllll
II IUIIIIIIIIIIIII
1 1 11m1111111111111
1111 1 1 1 1 1 111111111111111111
Ili t 1
1 1 1 1 I I IHl llllflllllll
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li 1 1 1 1 1
1 1 11 111111111111m
111 1 1 llllflllllll llllll
111 1 1 1 1 1
1 1 1 1 1111111111111111
1 11 1 1 1 1
1 1 11111111111111111'
'
J 1 1
J 1 1
1 1
J 1 11111111111111111
1 1 1
1 1 1 1
'
Medidas em metros
15,6m Cotas DHN-MB
figura 14.36
Elementos celulares utilizados no Cais 102 do Porto de ltaqui (Emap) em São Luís (MA).
Elementos Básicos no Projeto Estrutural das Obras de Acostagem 41J
• G é o peso atuante.
• E é defirúdo por considerações geotécnicas, estando vinculado aos empuxos
de terra ativo (a) e passivo (p).
• Wé o empuxo hidrostático resultante.
• Aé a força de ancoragem em tirante.
• Pi é a reação do solo na estaca.
Figura 14.37
Muralha de estacas-prancha normal.
p
..................................
.......·.......... ................
~
- ~
- ~
- ~ - - - -=-=--
=-=-- ---+ -~~~;~
A ~ (;'.: 2~:;~~Ea
- Y "..
•::·./:~:·.
:,..........
.;:-:;.:'.::,..
;'
z ·:t{ /
Mmáx.
414 Obras Portuárias Internas - Tipos de Estruturas Acostáveis e Acessórios
Figura 14.38
Muralha de estacas- B
-prancha fixa.
Mmáx. Mmáx.
Figura 14.39
Muralha de estacas-prancha com
plataforma de alívio.
L Plataforma
em concreto
armado
+-- W
Elementos Básicos no Projeto Estrutural das Obras de Acostagem 41)
Figura 14.40
Porto de Paranaguá. cais comer-
11.00
cial. Cortes transversais da estrutura
de acostagem.
• 1
Estocas- 1 1'
- rancho ,
1 •
1
1
8 1 '
ó
' 1
1 1
1
1
1 1
1
1
1 1
-10.00 Dragagem 1
Medidos em metros
8.00
+4.00
-..._,.
Eslocos-
·pronchq
Medidos em metros
41{ Obras Portuárias Internas - Tipos de Estruturas Acostáveis e Acessórios
Figura 14.41
Porto do Malhado -
Ponta do Malhado
(Ilhéus, BA). Estrutu-
ra do cais. Seção 20.00
transversal.
12,50 7.50
Armazém
1 480 520 l 00
10 t/roda 19 !/roda
+4,00
1 1
'<J · ·· """ ~-'!'• • • . ......~ ' ~
-10.00
-16,00
Medidas em metros
_t--_ Plataforma de
concreto armado
(pré-moldada ou
Cois de paramento aberto.
moldada in situ)
Armadura de Dique de
proteção - - H - -- - --14---++ enrocomentq;
Leito
- - - - - - _,.., .
originq! -:-J _- -
---
Figura 14.43
+3,60 Porto de Forno. Arra.ial do Cabo
t7a7émáxima: +2.40 rmt77;;;'77)'77)7T,7T,'77,777,777,777777777777777777777'77?'77?'77J'77J'77,'771 (RJ). Cais de 6,0 m. Estrutura de cais.
=
0,00 v-+
v--6,00
j j 2 estocas 0,40 x 0,40
1e~st_ .1 !
oc_a_o_.40_x_o_.4_0
~
:: :
:
.' ''
j i
_____ !......:
-11 ,00
...._
\.) Medidas em metros
Obras Portuárias Internas - Tipos de Estruturas Acostáveis e Acessórios
+3,2
r--
-6.0
r-
1' ,,
'' 1
,,,,'
'
' '
1'
'1 ''
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1
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'' ' '' ' 1
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'' '' 1
ti
'..
"" '' Medidas em metros
"
-9,0a-16,5
,' •'
'' li
~ •' '
~-- 1 ' -r
1-
li
Figura 14.44
Porto de ltajaí (SC). Seção transver-
sal da estrutura do cais.
..
•
··.
Figura 14.45
Porto de Aracaju (SE) no Estuário do
Rio Sergipe. Seção transversal da - 11,50 Medidas em metros
estrutura do cais.
Elementos Básicos no Projeto Estrutural das Obras de Acostagem
Figura 14.46
Porto de Natal (RN). Corte
transversal (esquemático) da
estrutura do cais.
Armazém
14.76 3,85
13.26 l,50
o..
-o
-
"?.
o
"N
Coto 0.00
o(") V,
Q)
r,j
o 'º
:5
o
M
.o
::i
.,.j 1-
Medidas em metros
Figura 14.47
Porto de Paranaguá (PR). Cais
de inflamáveis. Seções trans-
versais da estrutura.
4,00
+4,00
V---
Anéis de
concreto
armado
-10,00 a
,.~- dragar
! Medidas
em melros
Medidas
em metros
420 Obras Portuárias Internas - Ttpos de Estruturas Acostáveis e Acessórios
Figura 14.48
Porto de São Sebastião. Seção
transversal da estrutura do cais.
3,50 7,00 7.00 3.50
Medidas em metros
ººº
Figura 14.49
(A) Seção transversal na área do píer de reboca-
dores do Complexo Portuário de Ponta do Ubu
Medidas em metros
(ES).
(BJ Vistas da plataforma de pesca amadora de
Mongaguá (SP) .
Elementos Básicos no Projeto Estrutural das Obras de Acostagem 421
Figura 14.50
22,00 Seção transversal na área do píer
de petroleiros do Complexo Portuá-
rio de Ponta do Ubu (ESJ.
-19,00
~
Medidas em metros
Os navios ro/ro e osfemes são equipados de rampas de proa e/ou popa para mo-
vimentação de carga e/ou passageiros diretamente por veículos que adentram a
estiva ou o convés. Para tanto, as estruturas de acostagem devem ser dotadas de
rampas fixas, para variações do nível d'água inferiores a 1,5 m, ou ajustáveis, para
grandes variações do rúvel d'água, adequadamente projetadas para receber aram-
pa do navio. Nas Figs. 14.51 a 14.54 apresentam-se exemplos destas estruturas.
422 Obras Portuárias Internas - Tipos de Estruturas Acostáveis e Acessórios
Rampa do navio
1:10
LI')
"à 1:8
Lfl Amplitude
~ máxima
Medidas em metros
Figura 14.51
Rampa de terra fixo.
Figura 14.52
Rampa de terra fixa.
Elementos Básicos no Projeto Estrutural das Obras de Acostagem 42J
. - . , ,, Alinhamento limite da interface
Art1culaçao acima do nivel d agua de preamar normal
·10 ________ __ J_ o
/_ 1
_:..--- -- - - ·- . E
--- -- l.f) ·-
~·
- -· -
- -- . 1·10 ~. ,_
e
- ·---:...__ ~ Nível d'água de
-==·~~ .,..='V~ar-ia_,ç=õ=o=d-o--==ní=v==el,--"""===--=-===!~.....-,.= -c:_==
w= ..__
=--.--
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. -~-==--==--+..==----='""preamar normal
d' água normal
------·--1- o
LI) E
" ·x
Nível d' água de
'º~
~ =----,==---=== ,---==--==----=;;==----==--=_=_=---===~-+-===----=..,baixa-mar normal
~- 7
-------------~-
·------- --·-·::::::,...,
~-~
Linha de defensasPI
í
Alinhamento limite da interface
(1) A distância entre a linha de defensas e a rampa de terra ajustável deve ser escolhida de acordo com os navios
esperados para o terminal.
(2) Para i1 =1: l O, i2 = 1:8 e i3 =1:6.
Figura 14.53
Rampa de terra ajustável.
424 Obras Portuárias Internas - npos de Estruturas Acostáveis e Acessórios
Figura 14.54
(A) Rampa de Ferry-boot em Santa
Cruz de Cabrália (BA).
(8) e (C) Rampa do Terminal de
Ferry-boots do Departamento Hidro-
viário do Estado de Sergipe em Bor-
ro dos Coqueiros (SE) na travessia
do Rio Sergipe.
(D) Ferry-boot em Denio (Espanha)
no travesssia poro os Ilhas Baleares.
(E) Travessia Santos-Guarujá (SP).
Portos Fluviais 42f
14.4 PORTOS FLUVIAIS
14.4.1 Considerações gerais
A conexão entre a carga e a hidrovia consiste no porto ou terminal hidroviário
fluvial. Na implantação das hidrovias é necessário prever um tipo de porto que per-
mita não somente a ampliação na tonelagem inicialmente considerada, bem como
a introdução de novos tipos de cargas. O porto fluvial tem como elemento básico o
cais, que deve ser intermodal com ligação direta com outros meios de transporte
de massa terrestres (rodovia e ferrovia), urna vez que a tendência é de se transfor-
marem em polos comerciais para onde se concentram as cargas regionais. Assim, a
tendência atual é situar o porto junto às fontes produtoras, consumidoras ou a1ma-
zenadoras, reduzindo ao mínimo o transporte pelos modais terrestres.
Aseleção do local para a implantação do porto deve garantir sua longevidade,
sem problemas de operação e expansão, considerando-se:
• Posição quanto às correntes fluviais
É necessário examinar as correntes, em razão dos problemas de assoreamen-
tos e erosões.
• Posição quanto aos ventos
Em reservatórios de largmas expressivas, em que ocorram pistas de sopro su-
periores a 2.000 m ou ventos superiores a 40 km/h, deve-se verificar as alturas
de ondas produzidas na determinação da cota do cais e da segmança para as
instalações de armazenagem (armazéns e silos), visando constituir urna borda
livre segura para as oscilações do rúvel d'água fluvial.
• Adequação para os acessos rodoviários e ferro viários
Deve haver uma harmonização entre a possível expansão dos pátios de mano-
bras e a permanência de carretas e vagões com os silos e armazéns.
• Áreas para manobras e acostagem de comboios
\'\\':-..,·,...
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São Geraldo
Saco do Ferraz \ ..) , ff
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'"7"""""""··· . .
1
Est. Mar &Torres da lg. N. S. dasDores (not.)
t..J /; to. da Cadeia * Catedral Cotas DHN-MB em metros
Figura 14.55
Porto de Porto Alegre (RS) no Hi-
drovio Toquari-Jaguari-Lagoo dos
Patos.
Obras Portuárias Internas - Tipos de Estruturas Acostáveis e Acessórios
o
Pelotas
•••
Tanques •
31° -- -- ---
47·--~ ----\..~'-iffl::·:'F----__..__l___-_-__...,...... ----~-.:.+-:-.:.:-.~.-~:.-:.:-.~.-~~--~-~-.~...-:.--~-.-:.-:.:-.:__-__,-po--~.:-.:.'"7:.•-',;-:-:",-,,.,-..,,i'-...'-...~...=.~=-~.=:.-:-=:.;:,-:.~-.:_~--~-----1
• ___-_.-:~-
....J· l Õ 0.5
szJ20·
Figura 14.56
Porto de Pelolas (RS) na Hidrovia Lagoa Mirim. São Gonçalo. Rio Grande.
54°44' W 54°42' W
' ....... ..
'.,..,__..., ,eo A
li •• ' -</'IJ. "
,.4'~ . . -.. ~ »
,. li ,. oi)
" Os
..
"
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p A R Á •
MOrobó
------ I( \./
Figura 14.57
Porto de Santarém na Hidrovia Tapajós-Teles Pires.
Portos Fluviais
Figura 14.58
Esquema de porto em escada.
A --1-- --+--8
Planta baixa
Corrente
----------------N.A. máximo
-- ----·
N.A. mínimo
Corte AB
Figura 14.59
Esquema de porto em rampa.
+5
+10
Planta
+10
m /Rampa
+15,0-
60º2' 0,5
Manaus
Porto de Manaus
)
\_
''\
',
\'
0,5'-- - -- - - - - + - - - - - - -- - - - - -- - - - -- --"'..--+-----4"--- 0,5'
.:.20. ,. . . . . _ \
',, ""..\ '
.. \
Figura 14.60
(A) Porto de Manaus (AMJ na Hidro-
via do Rio Negro.
Portos Fluviais 4J1
Figura 14.60
(B) Porto de Manaus (AM) na Hi-
drovia do Rio Negro. Terminal da
Refinaria - Plano de amarração de
petroleiros.
'
.' .'
''
.
\
1
1
1
1
1
'
1
1
' Cabeço de
'' 0
• fixação
'
1
,,
, ,'
0
Cabeço de
fixação
4J2 Obras Portuárias Internas - lipos de Estruturas Acostáveis e Acessórios
Roadway
Flutuante "A"
r-;~_ _ _ _ _ , , . . ·-··crzr
~ ~
U/JrY.f'/U~:uu.·:u ·.·.·u u r n, ur:Tnr u : . • u : ~ -t
Medidas em metros
Figuro 14.61
Porto de Manaus (AM) na Hidrovia
do Rio Negro. Seções longitudinais
dos cais flutuantes Roadway e Flutu-
antes A. ·com 500 m de extensão e
ligados à terra por pontes flutuantes
com 100 m de comprimento.
OBRAS PORTUÁRIAS
INTERNAS - INSTAJAÇÕES
DE MOVIMENTAÇAO E
ARMAZENAMENTO DE CARGAS
15.1 INTRODUÇÃO
Os requisitos funcionais das embarcações, da movimentação de carga e do a1ma-
zenamento devem estar de acordo com o peso, a distribuição de carga, a dimensão
e a capacidade de manobra do equipamento de movimentação de carga, o qual,
por seu turno, influencia no arranjo e projeto de estruturas, fundações e pavimen-
tos. De forma semelhante, instalações fixas influem na escolha do equipamento de
movimentação de carga, e a unitização da carga influi na escolha do equipamento
cte movimentação e nas instalações de armazenamento. No arranjo e projeto de
instalações fixas, bem como na escolha do equipamento, deve-se privilegiar, tanto
quanto possível, a utilização com múltiplas finalidades, com exceção de instalações
nitidamente especializadas. Os sistemas de movimentação de carga e as instalações
de.armazenamento devem ser projetados com a maior flexibilidade possível, ressal-
vadas as situações de terminais nitidamente especializados.
Os berços de carga geral requerem uma área imediatamente adjacente às em-
barcações ao longo de seu comprimento, urna vez que a movimentação horizontal
de carga deve ocorrer ao longo do comprimento e perpendicularmente à embarca-
ção, pois as instalações de armazenamento devem estar o mais próximo possível
porque os custos de movimentação horizontal de carga são elevados. A carga é mo-
vimentada pelos guindastes das embarcações (paus de carga), pelos guindastes do
porto, ou cábreas (guindastes flutuantes operando a contrabordo da embarcação)
em vários pontos do cais ao longo do comprimento da embarcação (em coITespon-
dência aos porões), estando associada a um percurso de transporte horizontal no
porto. Portanto, um berço de carga geral é normalmente uma estrutura continua-
mente conectada à terra para atracação, amarração e movimentação de carga.
No extremo oposto de arranjo das instalações de movimentação e aimazena-
mento de cargas estão os terminais de granéis líquidos. Nos terminais para embar-
cações-tanque, a movimentação de carga ocorre somente pela meia-nau, através
do mangote da embarcação, que se conecta aos braços de movimentação de óleo
do porto instalados numa reduzida plataforma de operações. O arranjo geral estru-
tmal das obras de acostagem é normalmente em elementos discretos conectados
4J4 Obras Portuárias Internas - Instalações de Movimentação e Armazenamento de Cargas
Diversas cargas gerais, como sacarias, caixas e pequenos volumes, exigem co-
bertura para sua estocagem em galpões tipo industriais. De um modo geral, tem-se
1 m2/t armazenada.
A escolha entre armazéns com área livre, sem colunas (ver Fig. 15.1), ou es-
truturas com colunas interiores é feita com fundamento na comparação de custos,
considerando que essas últimas permitem áreas maiores de armazenagem. Sempre
qu~ possível, no entanto, devem ser evitados colunas e degraus internos.
Os armazéns devem dispor de amplas portas (5 a 6 m de largura por 5 m de
altura no mínimo) em correspondência aos porões do navio-tipo para permitir a
passagem simultânea de duas empilhadeiras, conveniente ventilação e ilumina-
ção.
Os acessos do lado do cais atualmente devem permitir o acesso livre a em-
pilhadeiras e outros veículos de movimentação de carga, e do lado externo, uma
plataforma elevada no nível dos vagões e/ou carretas usualmente utilizados, sendo
que, no primeiro caso, basta uma estreita plataforma ao longo do comprimento do
armazém, enquanto no segundo podem ser dispostas obliquamente várias baias
para carga e descarga pela ré (ver Figs. 15.2 e 15.3).
Figura 15.1
Armazém típico para cargas gerais
(planta e corte). -
A
Planto
~- --------· ..........1-
.
.~........... ....... .. ..~.
300 300
-
.. 240.. 5.005
Medidos em cm
Corte AB
Ponte rolante
Figura 15.2
Arranjo de plataforma para cami-
nhão_
Porta deslizante
o
lJ)
Medidas em metros
Figura 15.3
Ajustamento da altura da platafor-
ma.
Berços para Carga Geral 4J7
15.2.6 Equipamento para movimentação de carga
15.2.6.1 Considerações gerais
1.3m
EE
N'<t
C') ~
l.6m
6,6 t 0,9 t
1-m11•1•
Bitrem com capacidade para até 36 t.
Figura 15.5
Evolução do equipamento rodoviário
no último década no Brasil.
Figura 15.6
(A). (B). (C) e (D) Elevações dos /::1.
Píeres I e Ili do Complexo Portuário tlv.
de Ponta da Madeira da Vale em
Sõo Luís (MA).
(E) e (F) Imagens de carregamento
de navio no Píer Ili do Complexo
Portuário de Ponta da Madeira da
Vale em São Luís (MA}: logo após a
atracação e ao final do carrega- +30,0
mento.
/
'
0,0
/
1
o
/
'
lJ)
~
80.0
-25.0
Medidas em metros Cotas DHN-MB
"<I'
~ 0,0
/
,
/
o
(")
N
-25,0
80,0
Berços para Carga Geral 441
PDM- Píer Ili
Preamar - Calado em lastro
5º +31,J
1.
'\
1 1
1 \ 0,0
1 '
'
1
\ 1
'
t
Medidas em metros 80,0 Cotas DHN-MB r-2s,o
...., uu u ... u --
PDM - Píer 111
Baixa-mar - Calado máximo
+31, 1
5º
\
'
\.
1 . ,q'
' \ o.o o:
1
1
\' o
1
1
\ C')
N
1
f -25,0 t
"-'
Medidas
u.t
em metros
u u
t
80,0
I
Cotas DHN-MB
1
442 Obras Portuárias Internas - Instalações de Movimentação e Armazenamento de Cargas
Figura 15.7
(A) Porto de ltaqui (EmapJ em São Nos grandes portos comerciais, a operação de movimentação de cargas é
Luís (MA). Desembarque de grãos
com pau de carga provido de
realizada durante as 24 horas do dia, exigindo adequada iluminação das áreas,
caçamba de mandíbulas, descar- que são dotadas de torres de iluminação. Na Fig. 15.8, observam-se operações
regando em moega em vagões de portuárias noturnas.
composição ferroviário.
(BJ Terminal Portuário da Vale em Devido ao grande consumo de energia nas instalações portuárias, linhas elétri-
Barra dos Coqueiros (SE). Guindaste cas de alta tensão devem garantir o adequado suprimento, se possível permitindo
de 15 t com moega acoplada. autonomia de continuidade de abastecimento durante 24 horas (ver Fig. 15.9).
(C) Terminal Portuário da Vale em
Barra dos Coqueiros (SE). Moegas Nas Figs. 15.10 e 15.11 estão mostradas instalações portuárias dotadas de
móveis para desembarque com os guindastes de pórtico sobre trilhos e sobre pneus, bem como uma cábrea.
paus de carga do navio.
figura 15.8
(A) Píer Ili do Complexo Portuário de Ponta da Madeira da Vale
em São Luís (MA). Operação portuária noturna no Píer Ili.
(8) Porto de ltaqui (Emap) em São Luís (MA). Operação
portuário noturna.
Berços para Carga Geral 44J
Figura 15.9
Torre Grande no Porto de Santos
(SP). Suprimento autônomo de ener-
gia elétrica para o porto.
Figura 15.1 O
(A) Porto de !!aqui
(Emap) em São Luís
(MA). Guindastes de
pórtico e vagões ferro-
viários no Cais 102.
(B) Cábrea Pará
(250 t) no Porto de
Santos (SP).
444 Obras Portuárias Internas - Instalações de Movimentação e Armazenamento de Car as
Figura 15.11
(A) Guindaste sobre pneus para Na Fig. 15.12 observa-se o carregamento de embarcação a partir da plataforma
movimentação de contêineres no com o pórtico do navio e transporte da carga do armazém para a plataforma por
Porto de Santos (SP). empilhadeira.
(B) Guindaste sobre pneus operan-
do no Porto de Paranaguá (PR).
Figura 15.12
Cais do Portocel em Barra do Ria-
cho. Aracruz (ES). Movimentação
por empilhadeira do porto e embar-
que com auxílio do guindaste em
pórtico do navio.
Berços para Carga Geral
Figura 15.13
(A) Descarga de sacas de fertilizantes com o pau de carga do navio.
Porto de Paranaguó (PR).
(B) Carregamento de açúcar em navio no Porto de Santos (SP).
(C) Carregamento de açúcar a granel.
(D) Carregamento automatizado de sacas de açúcar.
Figura 15.14
Porto de ltaqui (Emap) em São Luís
(MA). Pátio com lingotes de alumí-
nio para embarque e ao fundo silos
vertical de grãos.
Obras Portuárias Internas - Instalações de Movimentação e Armazenamento de Cargas
Figura 15.15
Carreta sob transtêiner em opera-
ção de empilhamento no Terminal
de Contêineres do Porto de Suape
(PE).
Figura 15.16
Reachstacker do Terminal de Con-
têineres do Porto de Suape (PEJ em
proximidade de transtêiner opera-
dor de pilha.
Obras Portuárias Internas - Instalações de Movimentação e Armazenamento de (ar as
Figura 15.17
Transtêiner operador de pilhas no
Terminal de Contêineres do Porto
de Paranaguá (PR).
Figura 15.18
Arranjo da linha de empilhamento
junto ao cais e portêiner do Terminal
de Contêineres do Porto de Suape
(PE).
Figura 15.19
Portêineres do Terminal de Contêi-
neres do Porto de Paranaguá (PR).
Terminais de Contêineres 44-9
Figura 15.20
Portêiner do Terminal de Contêine-
res do Porto de Suape (PE).
Figura 15.21
(A) Berço de contêineres do Porto
de Santos (SP).
(8) Detalhe da movimentação de
um contêiner pelo portêiner.
Obras Portuárias Internas - Instalações de Movimentação e Armazenamento de Cargas
Figura 15.22
Terminal para Contêineres (Tecon)
de Conceiçãozinha. Porto de San-
tos (SPJ.
Figura 15.24
Berço Ro/1-on/Roll-off (ro/ro) no
Porto de Santos (SP).
Plataforma de
movimentação
de óleo 35 x 20 m
:.Q.1 A rª- de
movimentação
1
,
1
e
1
,
1
F 1---1 ~
A
Convés : o B:
do navio:
Defensas
Seção
A - Variação na posição do mangote para vários navios
B - Compressão da defensa + balanço
C - Máxima preamar + mudança das condições de carregamento +
arfagem + balanço
D - Cabeceio + balanço
E - Menor baixa-mar+ arfagem + balanço
F - Deslocamento
Terminais para Granéis Líquidos
figura 15.27
(A) Instalações do Tebor do Petrobros em São Sebastião (SPJ .
(8) Braço de movimentação de óleo do Tebar.
(C) Instalação do Porto de Suape (PEJ.
(São Paulo, Estad.o/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
figura 15.28
(A) Terminal de Granéis Líquidos do Complexo Portuário
de Tubarão da Vale em Vitória (ES).
(8) Terminal de Petróleo - Cais 106 - do Porto de
ltaqui (Emop) em São Luís (MA).
(C) Plataforma paro granéis líquidos (soda cáustico) do
Porto da Alumor em São Luís (MA). Observar o barreiro
flutuan te paro contenção de vazamentos.
(O) Barreiros flutuantes poro contenção de vazamentos
no Terminal do Alomoo no Porto de Santos (SP).
Obras Portuárias Internas - Instalações de Movimentação e Armazenamento de Cargas
Figura 15.29
(A) Estocagem de granéislíquidos
em tanques cilíndricos do Terminal
da Ilha Barnabé no Porto de Santos
(SP).
(B) Granéis líquidos estocados em
tanques cilíndricos com cobertura
móvel.
(C) Esferas de GLP no Terminal da
Alamoo no Porto de Santos (SP).
Nesta concepção de terminal, a embarcação é amarrada somente com um cabo lan- .....
çante de proa e, consequentemente, fica livre para girar em função das condições
climáticas, tendendo a se alinhar na direção de menor resistência. A embarcação
pode ficar atracada mesmo em condições muito severas. A carga é transferida por
meio de mangotes de borracha flutuantes na superfcie, conectados ao duto à meia-
nau da embarcação e a um anel giratório na monoboia.
figura 15.30
Na Fig. 15.31 está ilustrado o arranjo de monoboia CALM - Catenary anchor Terminal convencional com multi-
legmooring, que é o sistema mais comum, embora com alto custo de manutenção, e boias.
Obras Portuárias Internas - Instalações de Movimentação e Armazenamento de Cargas
~ - - Mangotes do
navio-tanque
. - - - - - - Cabos de amarração
. - - - - - -- - Girador
''
,__ _ _ _ _,..___ Boia de amarração
·,.
----,:-,-
\
Braço rotatórf do mangote
- ' .\ ',•,
1
~ ...... r2~ · ·. .. - , /
..... I
' !'-: \\ '.
/ I '\
. \
, 11 • ll ,,
-._,..-;·-· ,, >"".:...... . . ._____ . ,' · \./ /-~ '--\ ___.....,____
___
-_Mangote submerso
~~~------····--··········
,·
..r-- /'~1;i=;-. ·_:.- - =-=-~:-~ -:.· = -- Oleoduto
-- .
' - ... _;
Ancoragens --· ___ •. ---··· _.• ••• •• _/ -. ._···,.,~- : ·--. -
Figura 15.32
Monoboia SALM - Sing/e anchor leg
--- ~
mooring.
r' { __.:--:=.-- ·~
I /
___
'-
~--
(,_ _____- --~-
--.::::.-
-
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... ,. ,. _---~
~ """~
-:::- ~ =--
Mangotes
Amarra de
ancoragem :_ / -
_._,.
- flutuantes
- ,ti":'-
~ Mangoles
~submarinos
Girador / Braçados
mangotes
TABELA 15.3
Propriedades dos granéis
Figura 15.33
Composição ferroviária de até
160 vagões, transportando 98 t de
minério de ferro cada um, no Com-
plexo Portuário de Tubarão da Vale
em Vitória {ES). {São Paulo. Estado/
DAEE/SPH/CTH/FCTH)
Figura 15.34
Virador duplo de vagões com
capacidade para 6.000 t/h no
Complexo Portuário de Tubarão da
Yale em Vitória {ES} .
{São Paulo. Estado/DAEE/SPH/CTH/
FCTH)
Figura 15.35
{A) e {B} Operação de descarga simultânea de dois vagões em vira-
dor de vagões do Complexo Portuário de Tubarão da Vale em Vitória
(ES}. (São Paulo, Estado/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
Termínais para Granéis Sólidos 4C1
Figura 15.36
Tombador de caminhão para grãos
de soja do Porto de Paranaguá (PR).
Figura 15.37
Vista do pálio de estocagem de minério de ferro. com máquinas empilhadeiras e recuperadoras, do Complexo
Portuário de Tubarão da Vale em Vitória (ESJ. (São Paulo. Eslado/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
Figura 15.38
(A) Máquina empilhadeira de minério de ferro (capacidade de 16.000 t/h) do Complexo Portuário de Ponta da Madeira da Vale
em São Luís (MA).
(B) Empilhamento de ferro gusa no Complexo Portuário de Ponta da Madeira da Vale em São Luís (MA).
Obras Portuárias Internas - Instalações de Movimentação e Armazenamento de Cargas
Figura 15.39
Máquina recuperadora de minério
de ferro (capacidade de 8.000 t/h)
no Complexo Portuârio de Ponto do
Madeiro da Vale em São Luís (MA).
-20.0
-----.. _
---- _..
- - - _ ..::.5&.
200m
Figura 15.40
Carregador de navios radial.
Terminais para Granéis Sólidos 4{J
Figura 15.41 Carregadores de navios de 8.000 (A) e 6.000 (B) t/h do Píer I do Complexo Portuário de Tubarão da Vale em Vitória
(ESJ. (São Paulo, Estado/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
Figura 15.42
(A) e (8) Carregador de navios. de
16.000 t/h do Píer Ido Complexo
Portuário de Ponta da Madeira da
Vale em São Luís (MA).
(C) Aspecto do empilhamento de
minério de ferro no porão de navio
no Complexo Portuário de Ponta da
Madeira da Vale em São Luís (MA).
4(4 Obras Portuárias Internas - Instalações de Movimentação e Armazenamento de Cargas
Figura 15.43
(A) Carregador de navios de 8.000
t/h do Píer li e (B) do Píer Ili do
Complexo Portuário de Ponta da
Madeira da Vale em São Luís (MA).
(C) Carregador de 800 1/h de
concentrado de cobre do Píer li do
Complexo Portuário de Ponta da
Madeira da Vale em São Luís (MA).
figura 15.44
Carregador de navios de l .500 t/h
para embarque de alumina da
Alunorte no Porto de Vila do Conde
(PA).
Terminais para Granéis Sólidos
Figura 15.45
(A} Instalação típica para a ex-
portação de grãos no Porto de
Paranaguó (PR}.
(B) Píer Ili (de grãos) do Complexo
Portuário de Tubarão da Vale em
Vitória (ES) - Torres Pescantes.
Figura 15.46
Silos e correios transportadoras de
grãos de soja do Complexo Por-
tuário de Ponta da Madeira da Vale
em São luís (MA).
Obras Portuárias Internas - Instalações de Movimentação e Armazenamento de Cargas
Figura 15.47
Detalhe do trombo de carregador
de grãos do Píer li do Complexo
Portuário de Ponto da Madeiro do
Vale em São Luís (MA).
90,750
29,500
38,250 Faixo de corregomenlo
Comprimento do lanço
/,(' 35 +
/~-·""·_r:,,>---i1- - -- - - + - -
(.},:f,,'// Posição máxima
"<t-' do lanço
1 •
. _____________ )
!47.(XX) fpb -13,000
Figura 15.48
Seção transversal do cais e car-
regador de navios do Porto de 15.6.3 Terminais convencionais de importação
Alumor em São Luís (MA).
Os berços de terminais de importação são tipicamente associados a projetos de
usinas termoelétricas, para recebimento de carvão, usinas siderúrgicas, para rece-
bimento de minério de ferro e carvão, polos petroquímicos e para importação de
grãos.
Terminais para Granéis Sólidos
Figura 15.49
(A) Seção transversal típica do cais e descarregador de navios do
Porto de Alumar em São Luís (MA}.
(BJ Operação de descarga de grãos no Porto de Rio Grande (RSJ.
35.50 (móximol
1
1
1
L Navio groneleiro 5.000 lpb (30% losIrado}
1
1----- -,
Ponte de acesso 1 1 1 +7.10 (MPMSI
1 J 1
1 1
- - -- --~1
1~
1
Medidos em metros
Colos DHN-MB
-===-===d,~
- - - - - - - Bacio de olrocoçõo Navio Ponomox 47.000 lpb (carregado}
Obras Portuárias Internas - Instalações de Movimentação e Armazenamento de Cargas
Figura 15.50
(A) Descarregador mecânico de caçambas com
movimentação contínuo.
(B) Descarregador mecânico de grãosno Porto de
Poronaguá (PR).
Figura 15.51
(A) e (B) Sugadores de grãos no
Porto de Santos (SP).
(C) Sugador de grãos do Porto de
lloquí (Emop) em São Luís (MA).
Terminais para Granéis Sólidos
figura 15.52
Descarregador de coque e pixe da
Alunorte no Porto de Vila do Conde
(PA).
Figura 15.53
(A) Silos e correias transportadoras
de grãos no Porto de ltaqui (Emap).
(B) Silos do Porto de Santos (SP).
470 Obras Portuárias Internas - Instalações de Movimentação e Armazenamento de Cargas
Figura 15.54
Equipamentos do Porto de Santos
(SP).
EQUIPAMENTOS
Q CAPACIDADE
Guindastes
elérricos de pórtico 179 1.5 o 30.0 t
sobre pneus 32 4,5 o 250,0 t
sobre esteiros 3 6,5 o 11.0 t
Portêlneres sobre trilhos 5 20 unid.'h
l ronstêineres sobre trilhos 3 20 unid.lh
Tronstêineres sobre pneus 2 30,51
Empilhodeiros
comuns 269 2,0 o 23,6 1
poro bobinos de papel 16 1,2o2,01
especiois poro contéineres 16 37,0 t EQUIPAMENTOS
3 30.0t Q CAPACIDADE
poro interior de contêineres 24 1,81 Esteiros poro sol 2 500t h
lrolores
Esteiros poro adubo 8 300th
sobre pneus. com testeiros 52
sobre esteiros 1 Esteiros poro carvão 1.00l Ih
Cominhões
comuns 45 3.5o9,01
tanques 5 6.00l e 10.00l 1
bosculontes 15 6,0 ml
poro coçombos de lixo de 3,0 ml 6
com corrocerio co!eloro·
compoc1odoro de lixo 10,0 m3
Cominhões,lrotores (12 com 5?
rodo hidróulico) 146 10,0 o 40.0 t
Semirreboques 166 4,5 o 40.0 1
Reboques poro contêineres
de 20 pés 6
Pós-corregodeiros
comuns 1 1.15 o 2,0 ml
orliculodos 52 2.0 o 3,0 m1
Cóbreos llutuonles 2 150e 2501 EQUIPAMENTOS EACESSÓRIOS
Drogo SOO ml AUXILIARES
8otelões lameiros
com propulsão 250 o SOO ml 45 Camionetas com capacidade de O,5 1
sem propulsão 34 ml 6 Utilitários
lanchas 2 ·Conjuntos de equrpomentos de vomcõo
com propulsão 11 llo314HP mecânico
sem propulsão 2 Cominhôo com lanço elevotór,o orriculodo
Ferry,boats 4 504 1 operação hidráulico poro olé 24.0 m de ohuro
Chatos sem propulsão 9 250 1 2 Caminhões equipados com escodos
1 46 1 Semi rreboque socorro
8orcos d'óguo 2 30e4501 1 Semirreboque oficina
locomotivas
bitolo de 1,60 m- esforço 2 Cominhões-guincho
de lroção 32 12.600o21 .600kg 2 Reboques -tanques
2 Caminhões poro rr,lhos
Vagões 137 Coçombos outomóticos poro gronêis sólidos
fechados 53 26 o 30 1 72 Coçombos poro lixo. com copocidode poro 3 ml
gôndola 102 26 o 55 1 15 Moegos móveis paro carregamentos de granel
plololormos 49 260551 sólido em veículos
Retroescovodeiros 2 0.76 m3 2 Com1nhões -tonques . com eqvipomenlo
Rolo compoctodor, de 2 rodos . de "Multitorefos", com copocidode poro 7 000 L
4 t de impoclo dinâmico 6 Reboques poro transporte de bombos
Especiois poro granéis e mongoles
Descarregadores pneumóticos 417 Redes (de cabo de polietileno)
poro trigo 601,h 1.099 Encerados de vinilono
120 t 'h 60.000 Estrodos de modeiro
150 t. h 8 mesas pi contêineres de 20'l 40'
Emborcodores poro cereais e pellels 1501, h PARTICULAR:
4 6001 h 9 Barcas de óleo. com copocidode total de
2 1.500 tth 1.471 1de registro líquido - lRl
Terminais e Portos Fluviais 471
15.8 TERMINAIS E PORTOS FLUVIAIS
Nas Figs. 15.55 a 15.65 estão apresentadas ilustrações de projetos de terminais e
portos fluviais brasileiros. Trata-se, como já referido na introdução, de instalações
de menor dimensão implantadas em áreas somente sujeitas a correntes. Fazem
exceção a essa característica os grandes portos da região amazônica. Figura 15.55
Porto Flúvio-Lagunar de Pelotas (RSJ
na Hidrovia Lagoa Mirim, Canal de
São Gonçalo. Rio Grande (RS).
+3,30
11 25
Medidas em metros
-6,00
Cais Mauá
Cais Navegantes
+3.00
~ =~!b..~~~~~~~rl--....!rll=:::=====:I:'.'....-
Cais Navegantes
Figura 15.56
Porto Fluvial de Porto
Alegre (RS) no Rio
Guaiba na Hidrovia
Faixa portuária 100.00 - - -- - ! - - - - -- - - - - Taquari-Jacuí-Lagoa
Medidas em metros
dos Patos.
4 7,J. Obras Portuárias Internas - Instalações de Movimentação e Armazenamento de Cargas
/A -Face do silo
5t90m
Medidas em metros
Cotas IBGE
Corte A B
27.90
27.33~
v-22,00
Corte CD
Figura 15.57
v:::::: 15,50 (A). B) e (C) Porto para cereais em
Cachoeira do Sul (RS) no Rio Jacuí
na Hidrovia do Taquari-Jacuí-Lagoa
dos Patos.
Medidas em metros 12,50 Estiagem
Cotas IBGE máxima
1
- - - ...1
Planta
Eixo do transportador
Eixodosio !
---- ----- ----
----- --r---t- o
&
Medidas em metros
Cotas IBGE
Terminais e Portos Fluviais 47J
Planta
Oficinas j ]J 12 Administração
Vigilância
H
Garagem Almoxori- C:i
e fado e
vestióõo refeitório Cisterna e castelo d'água
Rua
(f..........
o·o) D/ I
Subestação ......
Área de reserva Vigilância[?,
(combustíveis e materiais pesados) Balança
1
Armazém futuro ~
Rua
Ferrovia
: [..___E_s_to_q_u_e_f_ut_u_ro____,
1
1
Armazém
Rua
o (Carga geral)
N
Figura 15.58
Rio São Francisco 30 (A) e (B) Porto de Pirapora
(MG) no Hidrovio do Rio São
250 Francisco.
Medidos em metros
CotaslBGE
Vagão ou caminhão
L~
9,000
Elevação típica do cais de granel
Do ~
474,978
Medidas em metros
Cotos IBGE
474 Obras Portuárias Internas - Instalações de Movimentação e Armazenamento de Cargas
Planta de situação
r·········..·:
: :
1Lovonderio 1
•.·············: Oficina
1: mecõnico
::............:
t
'! :
Medidos em metros
Cotas!BGE
29,00 9,00
~ -:...-:... -------------
Elevação
10,00 30,00
1 1
l1l1l1 l1
Medidas em metros l1 l1l1l1
Cotas IBGE Planta l1l1l1l1...____;...____;
Figura 15.59
Porto de Juazeiro {BA) na Hidrovia
do Rio São Francisco.
Terminais e Portos Fluviais 41f
Figura 15.60
(A) e (B) Porto Fluvial de Santarém no Rio Tapajós na Hidrovia Tapajós-Teles Pires. Armazenagem de madeira.
Figura 15.61
(A) e (8) Porto Fluvial de Santarém no Rio Tapajós na Hidrovia Tapajós-Teles Pires. Pátio externo de armazenagem de madeira.
Figura 15.64
Porto Fluvial de Santarém no Rio
Tapajós na Hidrovia Tapajós-Teles
Pires. Carregamento de madeira
com empilhadeira em caminhão.
Figura 15.65
Porto Fluvial de Santarém no Rio
Tapajós na Hidrovia Tapajós-Teles
Pires. Movimentação de madeira a
partir de caminhões na plataforma
do píer com paus de carga do
navio.
-
ORGANIZAÇAO,
GERENCIAMENTO
E OPERAÇÃO PORTUÁRIA
~ ~
Nas Figs. 16.1 e 16.2 estão os principais portos marítimos, fluviais e terminais
hidroviálios do Brasil.
Até 1990, o sistema portuário brasileiro era altamente centralizado, concen-
trando numa empresa da União (Portobrás) todas as atividades de planejamento,
investimento e regulamentação, com caráter de serviço público. Em 1990, com a
extinção da Portobrás e o acirramento da discussão sobre a política portuária na-
cional, iniciou-se um processo de transição, a partir da Lei nº 8.630/93.
Figura 16.1
Principais portos marítimos do Brasil.
POf1os de Poola da Madeira. ltaqli e Aklmar
Porto de Luls Comlia .
'\
Figura 16.2
Principais terminais hidroviários do
Brasil.
Modelos de Política Portuária 473
16.1.2.2 Controle dos estados ou municípios
Como mencionado, o controle centralizado da União possui algumas vantagens, po-
rém também está sujeito aos mecanismos de influência poijtica. Aeventual concor-
rência entre portos estaduais ou municipais pode induzir ao aumento da eficiência,
mas também conduzir à alocação ineficiente de investimentos públicos.
Recepção
Caminhões Túneis
Vagões Moegas
transportadores L..J-----,
Expedição
EDP
1 Armazéns r Elevador
Moega
elevada
Caminhões
Vagões
r::::::l _ Torre de
~ transferência
Carregador
de navios 1 Navio 1
li
...............................................:
: .: .:
Í 7 Í i: 7 i:
l............................................: ; ..........................................:
.i :. :
:.'
.
7
.
i,
l 7 :
9 :t.....................•...........•...... ....:
. . . . __ _ _ _ _ _ _ _ __ _ J
j••.•••..•••...•......•................•..••~
l - Cais de barcaças
2 - Cais de navios
6 3 - Silo vertical para
armazenagem de
trigo e soja
4 - Edifício de distribui-
ção e pesagem - EDP
5 - Torre de transferência
6 - Dois armazéns hori-
zontais para estocagem
de farelo e torta de soja
7- Armazéns futuros
8 - Moegas rodoviárias
9 - Correia transportadora
10- Estacionamento para
caminhões
11 - Pátio ferroviário
Figura 16.4
2 Esquema operacional do Superpor-
to de Rio Grande (RS). Terminal de
tigro e soja.
4J2 Organização, Gerenciamento e Operação Portuária
Figura 16.5 ,
Arranjo geral do Complexo Portua-
rio de Ponta Ubu (ESJ d? Vale. Subestação 138 kV .g
·o
Oficinas e i
almoxarifado
Tanques de
polpa
J...--.~-"-'"f-f-relotização
Bacia Hidratação
de - - # f . - - ~ k::::::::::::~r--r'j- de cal
polpa
Minerodutq:'
~,'
'
oe acesso
Molhe
N
figura 16.6
(A) Complexo Portuário de Tubarão
da Vale em Vitória (ES). Esquema Oceano Atlântico
das instalações.
Companhia Pátio de
Siderúrgica estocogem de
de Tubarão produtos
siderúrgicos
Virador de
vagões
Figura 16.7
Esquema dos instalações portuárias
do Porto de ltoqui (Emop) em São
Luís IMA).
~
Terrnlnois de
granéis íquidos ~
n. Armozém
"º
,1;,el
\<:l cargo ge<al
Pátio
·ngol~s.de
olum1nio
Figura 16.8
Visto do pátio de estocogem de
minério, junto do pera ferroviário
e área portuária do Complexo
Portuário de Ponto da Madeira do
Vale em São Luís (MA).
Organização, Gerenciamento e Operação Portuária
W 54° 44'
.. "
... "
li li
.. " ..
D -.,.._
Rio Tapajós
Figura 16.9
Porto de Santarém (PA) no Rio Ta-
pajós no Hidrovio Tapajós-Teles Pires
poro navios-tipo de até 18.000 tpb.
Figura 16.10
Esquema operacional do entron-
camento rodoferro-hidroviório de
Estrelo (RS).
04
5 fililIDrn ~
' _6 _
~O D Dl
1- Vigio de entrado 4-Moegas 7 - Almozém de cargo geral
2- Centro odministrolivo 5- sao regulador 8- Garagem e oficina
3 - Estoçõo de pesagem 6 - Nmozém granelero
Mão-de-Obra
Figura 16.11
Caminhão Fluxograma genérico do transporte
de granéis em um terminal
hidroviário multimodal.
Descarregador hidráutico
Gravidade
Silos
Caminhão
16.2 MÃO-DE-OBRA
Na caracterização dos modelos de organização de portos, um aspecto particular-
mente relevante é o da regulamentação e organização do trabalho de estiva a bordo
do navio.
' Em linhas gerais, as alternativas são as mesmas dos modelos de políticas por-
tuárias: ou o serviço é executado pela própria autoridade portuária, ou é transferi-
do para empresas ou corporações, como é o caso de quase todos os portos impor-
tantes.
No caso de empresas estivadoras, os trabalhadores são contratados e os servi-
ços são oferecidos no mercado, havendo ou não competição. No caso de sindicatos
ou corporações, os trabalhadores sindicalizados são recrutados pela organização,
que define as condições do serviço e negocia com os usuários.
O trabalho de movimentação de carga no cais é denominado de capatazia, di-
ferenciando-se do trabalho de estiva.
Pela atual legislação portuária brasileira, nos portos organizados constitui-se o
Órgão Gestor de Mão-de-Obra - OGMO, que administra toda a mão-de-obra ligada
à operação portuária: estiva, capatazia, operadores de equipamentos, conferentes
de carga, vigias etc.
Organização, Gerenciamento e Operação Portuária
Omaior porto do Hemisfério Sul é o Porto de Santos, cujos números podem ser
sintetizados como segue (em 2004):
• área total do porto: 7.700.000 m2;
• número de berços de atracação: 64;
• extensão de cais acostável: 13.000 m;
• armazéns e silos: 480.000 m2;
• pátios: 1.120.000 m2;
• tanques: 545.000 m3;
• dutos: 55.000 m;
• malha ferroviária: 100 km;
• usina hldroelétrica de Itatinga com 15 MW e 30 km de linha de trans-
missão.
Aseguir, como exemplo, são apresentados alguns indicadores de sustentabili-
dade do Porto de Santos em 2004:
• Mais de 40% da movimentação de contêineres superam a performance de 45
TEU/h, e já alcançam até 100 TEU/h por berço.
• As operações de papel e celulose apresentam taxas superiores a 200 t/h, alcan-
çando índices de 20.000 Udia, por sistema de vácuo e métodos operacionais
modernos.
• A operação de açúcar em saco supera a casa de 100.000 sacos por dia, com
rúvel de automação de ponta, colocando o Porto de Santos como o maior ex-
portador mundial.
• Importação de trigo descan·egado por equipamentos pneumáticos modernos,
com rendimento até 10 vezes superior aos antigos grabs.
• Operação ininterrupta, 24 h/dia, 365 dias/ano.
• Tarifa mais justa para aqueles que investem em tecnologia, na segurança, qua-
lidade e eficiência.
• Estão sendo assurrúdos vários compromissos com o Ministério Público para
soluções de questões de qualidade, meio ambiente e segurança.
• Capacitação na aplicação das normas nacionais e internacionais de segurança,
qualidade e respeito ao meio ambiente, com a integração e incorporação de
normas nacionais e internacionais:
o Código Internacional de Gerenciamento para a Operação Segura de Na-
vios e para a Prevenção de Poluição, o Código JSM - International Safety
Management, Resolução A. 741 (18) - IMO -lnternational Maritime
Organization, inclusive com os seus usuários de navegação interna e sua
extensão para o Código ISPS - lnternational Safety Ports and Ships,
que abrange medidas antiterrorismo;
A Política de Gestão Integrada 4JJ
o Resolução A. 868 (20) - IMO sobre a transferência de organismos aquáti-
cos nocivos e agentes patogênicos da água de lastro;
o Convenção Internacional para Salvaguarda da Vida Humana no Mar - So-
las 74, promulgada pelo Decreto nº 87.186/82;
o Resolução Conama nº 237/97, que regulamenta os aspectos de licencia-
mento ambiental estabelecidos na Política Nacional do Meio Ambiente -
Lei nº 6.938/81;
o Resolução Conama nº 293/2001, que dispõe sobre o conteúdo mínimo do
Plano de Emergência Individual para incidentes de poluição por óleo origi-
nados em portos organizados, instalações portuárias ou terminais, dutos,
plataformas, bem corno suas respectivas instalações de apoio, e orienta a
sua elaboração;
o Convenção Internacional para Proteção da Poluição por Navios - Marpol
73/78, realizada em Londres e promulgada no Brasil por meio do Decreto
nº 2.508, de 4 de março de 1998;
o NBR nº 7.500/82 - transporte terrestre de rnercado1ias perigosas;
o Legislação Ambiental, destacando a Lei Federal nº 9.966/2000;
o NBR nº 14.253/98 - cargas perigosas, manipulação em áreas portuárias,
procedimentos e a NR nº 29/97;
o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, instituído pela NR
nº 9/94 - SSST/MTE;
o auditoria ambiental;
o programa de gerenciamento de resíduos;
o destinação final de resfduos perigosos;
o coleta seletiva de lixo e baterias;
o reciclagem de materiais inservíveis.
• Atende às diretrizes e políticas governamentais, promovidas pelas refonnas
que estão sendo implementadas, como:
o incentivos à exportação;
o incentivos aos modelos de gerações de bens;
o incentivos às micro e pequenas empresas;
o reflexos voltados para o crescimento do comércio de exportação e impor-
tação.
• A melhoria da cadeia logística de transporte aquaviário e fenoviário, com a
modernização dos portos, da infraestrutura hidroviária e ferroviária, concep-
ção de intermodalidade, o documento único de transporte, a disponibilidade
de navios modernos e o aumento de escalas de cabotagem.
Sendo:
y: número médio de berços
n: número de navios chegando num dia
H: horas trabalhadas num ano= 8.760 h
Resulta que:
(:Rl
y= - -
H
Figura 16.12
Vista da Sala de Controle do Centro
Integrado de Operação das Ferro-
vias Carajós-Ponta da Madeira e
Norte-Sul, do Terminal Marítimo de
Ponta da Madeira da Vale em São
Luís (MA).
(A} Vista do painel mostrando a
operação da Ferrovia Carajós-Pon-
ta da Madeira.
(B) Vista do painel mostrando a
Área Portuária do Terminal Marítmo
de Ponta da Madeira.
434 Organização, Gerenciamento e Operação Portuária
Figura 16.14
Barcaças de abastecimento de água potável no Porto de Santos (SP).
OBRAS DE DEFESA
DOS LITORA'/S -
TIPOS DE OBRAS
17.1 INTRODUÇÃO
17.1.1 Erosão costeira
A erosão costeira é o conjunto de processos em que é removido mais material da
praia do que suprido, em consequência à quebra do equilfürio dinâmico original, e
um dos principais problemas mundiais do ponto de vista da preservação do solo.
De fato, nas zonas densamente povoadas, com infraestruturas urbanas, industiiais
e turísticas de alto valor econômico, a erosão costeira representa custos sociais,
ambientais e econômicos muito elevados.
17.4.2 Funções
As três funções específicas que as obras longitudinais aderentes podem desempe-
nhar são:
• Resistir à ação das ondas como simples revestimentos do estirâncio frente cli-
mas de ondas fracos ou moderados em baías ou enseadas. Resistir a climas de
ondas severos em muros de choque maciços para retardar a erosão de praia ou
escarpas. Nessas funções, podem reter parcialmente o transporte litorâneo se
forem avançadas da costa.
• Arrimo de contenções de aterros ou praias artificiais.
• Evitar inundações em eventos meteorológicos mais intensos.
17 .4.3 Limitações
As limitações das obras longitudinais aderentes são basicamente:
• Não-retenção de sedimentos em trânsito, contribuindo, pela turbulência fron-
tal que criam, para a erosão da própria base, podendo tais repercussões ser
minoradas em obras flexíveis de enrocamento.
• Em obras de paramento vertical, o inconveniente citado é agravado pela ação
das ondas refletidas, podendo levar à ruína da obra.
• Grande tendência a serem galgadas pelo escoamento, pois não existe pratica-
mente praia a seu pé, contribuindo para a erosão no tardoz da estrutura.
• Protegem somente a área no seu tardoz; portanto, os extremos de barlamar e
sotamar devem corresponder a trechos não-erodíveis, ou devem ser protegi-
dos por muros de cabeceira (para não serem flanqueados pela erosão).
• Na melhor das hipóteses de funcionamento, o processo erosivo não será in-
terrompido e desaparecerá a praia frontal, com riscos de estabilidade para a
estrutura.
Figuro 17.1
Preamar média Preamar média Exemplos de estruturas de muros de
de sizígia de sizígia choque.
Preamar média
de sizígia
Figura 17.2
Exemplos de revestimentos de
praia.
Preamar média
de sizígia
Preamar média
de sizígia
Colchão de gabião revestindo
Planície o pé do dique
de maré
a b c d e
a = Costas íngremes e baixas d = Tipo côncavo completo
b = Costas baixas e = Tipo combinado
c = Tipo côncavo no fundo e arco na superfície
Figura 17·.3
Perfis transversais de proteção de
costas e margens.
• Modelo A
Corresponde a um paramento vertical, apoiado em fundação rígida, e pode
ser construído em concreto, blocos de rocha e até madeira. Pela sua alta re-
fletividade, não devem ser empregadas com materiais de praia finos, pois o
solapamento induzido no pé da estrutura pode fazê-la tombar. No caso de se
optar por esta solução em solos de fraca resistência, a fundação deve ser con-
venientemente reforçada.
• Modelo B
Consiste num plano inclinado, que somente é indicado em zonas de ataque
pouco intenso das ondas. O trecho mais exposto à energia das ondas arreben-
tando é a sua porção superior, devendo-se prover estrutura suficientemente
ancorada e embasada.
• Modelo C
Corresponde a uma seção côncava no fundo e convexa no ápice, que conduz
maior quantidade de água sobre a costa, podendo solicitar excessivamente o
trecho de topo do paramento.
Obras Longitudinais Aderentes for
Figura 17.4
Figura 17.5 Obras longitudinais aderentes na
(A) Vista da ação das vagas e seu espraiamento na preamar de 5,0 m (DHN) (15/07/2003) Praia de Milionários em São Vicente
sobre o muro semiarruinado de concreto ciclópico de proteção de falésia de Salinópolis (SP).
(PA). Aspecto do fraturamento do muro por tensões de tração associadas ao solapamen-
to da base por ausência de topete protetivo.
(B) Efeito do ressoco de 6 de junho de 2006 sobre a pista do Rodovia Rio-Santos no Praia
de Mossoguocu, em Caroguototubo (SPJ. (São Paulo, Estodo/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
f02 Obras de Defesa dos Litorais - Tipos de Obras
Figura 17.6
Obras longitudinais aderentes no
Praia de Gonzoguinha em São
Vicente (SP). (São Paul6, Estado/
OAEE/SPH/CTH/FCTH)
Figura 17.7 .
Mureta de oito da praia em Mon-
goguá (SP) em 1991, próximo do
Plataforma de Pesca Amadora.
(São Paulo, Estodo/DAEE/SPH/CTH/
FCTH)
Figura 17.8
Drenagem junto à mureta de oito
do praia em Mongoguá (SP) em
1991. (São Paulo, Estodo/DAEE/SPH/
CTH/FCTH)
Obras Longitudinais Aderentes fOJ
Figura 17.9
• Modelo D (A) Praia de São Vicente na dé-
cada de 19l0.
Trata-se de perfil côncavo, modelo mais eficiente na moderação da energia das (B) Praias de São Vicente na dé-
ondas que B e C, sendo sempre recomendada a proteção da parte elevada do cada de 1920.
paramento protetor com densa cobertura até atingir o topo. (C) Duplicação da avenida beiro-
mar ao fim do década de 1940
Na Fig. 17. 7 vê-se a implantação de uma mureta de alto da prnia tfpica, obser- avançando sobre o estirão praiano.
vando-se a drenagemjunto à obra (ver Fig. 17.8). Na Fig. 17.9 estão ilustrados os (D) Avanço do urbanização sobre o
estirão praiano no início da década
aspectos da evolução histórica da ocupação das praias da Baía de São Vicente (SP), de 1950.
com o avanço das obras sobre o pós-praia e estirâncio. Na Fig. 17.10 observa-se um (D} Urbanização da Praia de Milio-
mW"o de praia com finalidade de arrimo. nários sobre o estirâncio no início
da década de 1950. (São Paulo.
Estodo/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
Figura 17.10
Vista do muro de praia do Clube
Satélite na Praia do Centro em
lfonhoém (SP) em 1998.
f04 Obras de Defesa dos Litorais - Tipos de Obras
17.5 ESPIGÕES
17 .5.1 Descrição
17.5.2 Funções
As funções específicas que os espigões desempenham são:
• Interceptação de parte, ou da totalidadade, do transporte de sedimentos lito-
râneo, por meio de deposições (assoreamento) a barlamar.
• Estabilização de praia sujeita a variações periódicas.
• Alargamento de praia para fins balneários, ou de reurbanização.
• Evitar assoreamento a sotamar (contenção de restingas ou flechas, por exem-
plo).
• Complemento de fixação para a alimentação artificial de praias.
17.5.3 Limitações
As limitações das obras de espigões são basicamente:
• Não são indicados quando é fraco o transporte de sedimentos litorâneo, pois
as erosões a sotamar podem ser graves, ou quando o rumo deste transporte for
variável, pois isso reduz a eficácia da obra.
• Não evitam erosões associadas a correntes de retorno transversais, como as
rip currerits.
• Criam turbulências nas suas extremidades ao largo, capazes de produzir ero-
sões que os arruinem se não for mantido um adequado esquema operacional
de manutenção.
Mar
Figura 17.12
J;:.. Enraizamento para proteção (A) Mecanismo de funcionamento
/f0,, contra a erosão
de um campo de espigões no pro-
t Linha de costa original cesso de estabilização de linhas de
costas.
Contorno
Deposição . estabilizado
Rumo do transporte de sedimentos da costa
litorâneo longitudinal
IB Mar
Gabião
s.som Variável tipo
colchão
'
1.400
1.200
17.6.2 Função
1,CX)()
posição dos sedimentos no tardoz da obra, sendo transportados das zonas mais 1.400
17 .6.4 Limitações
As limitações das obras de quebra-mares destacados são basicamente:
• Aformação do tômbola não é fenômeno sanitaliamente favorável, pois reduz a
capacidade de renovação das águas, o que aumenta os índices de poluição.
• Não é obra aconselhável em locais com grandes excw·sões de maré, pois a efi-
ciência do sistema depende sensivelmente da cota de coroamento da obra.
• Em locais com grande declividade do terreno, não são indicadas, por exigirem
obras em grandes profundidades (antieconômicas).
• Não se constituem em obras flexíveis no tempo em se adaptar ao crescimento
da praia.
• Erosões associadas, principalmente nas obras emersas.
• Riscos à navegação.
• Esteticamente desagradáveis, principalmente os emersos.
fto Obras de Defesa dos Litorais - lipos de Obras
17.7.2 Funções
As funções das obras de alimentação artificial de praia são:
• Agir sobre o balanço de sedimentos litorâneo, tomando-o positivo ou nulo, de
acordo com o objetivo de ampliação ou estabilização de praia.
• Pode ter o caráter de praia protetora ou de lazer (ou ambas).
• Restabelecer o transporte de sedimentos litorâneo (transposição) interrompi-
do por obstáculo.
17.7 .3 Limitações
As principais limitações de obras de alimentação artificial de praias são:
• Disponibilidade e custos econômicos dos materiais de empréstimo.
• No caso de transposição de areias, a interrupção do sistema de transposição,
principalmente se coincidente com grandes tempestades, pode produzir gran-
des erosões a sotarnar.
• No caso de instalações fixas de transposição de areias a flexibilidade é pouca,
podendo haver inconvenientes na travessia da embocadura.
Figura 17.14
Esquema da praia suspensa.
Profundidade
de fechamento
514 Obras de Defesa dos Litorais - Tipos de Obras
Figura 17.15
Condições de equilíbrio necessárias
para praias engordadas artifi-
Distância à linha de costa
-
6.w
Profundidade
de fechamento
r
Perfil original Profundidade
Dempréstimo > Dorigino!
Apraia suspensa é retida acima do perfil normal por uma estrutura costeira
submersa paralela à praia. Esta solução permite obter uma praia larga em locais
onde a praia natural tornou-se muito estreita e baixa devido à erosão do perfil
transversal. Efetivamente, se somente estiver disponível para empréstimo areia
da mesma granulometria natural, ou mais fina, a alimentação artificial de areia
irá requerer uma grande quantidade de material, uma vez que se deve atingir,
em princípio, a profundidade de fechamento para ser estável. Para se evitar isso,
a soleira submersa sustenta a porção mais baixa do perfil. Sob a ação de ondas
extremas, a areia do topo da praia se moverá para sobre a soleira, sendo perdida
permanentemente, além do que, em condições de baixa-mar, as ondas arreben-
tando sobre a soleira produzirão transporte de massa indesejável. Por outro lado,
soleiras muito altas são indesejáveis, pois em condições de mar calmo resultam
em água estagnada com pobre qualidade da água. Assim, trata-se de uma obra
que deve ser construída em áreas com transporte litorâneo resultante pratica-
mente nulo, com soleira baixa, exigindo muita manutenção.
O sucesso do engordamento artificial de praias depende muito da granulo-
metria da areia alimentada, material de empréstimo, em comparação à granulo-
metria da areia nativa. Sabe-se que as características das areias são determinan-
tes no estabelecimento da forma geral do perfil transversal da costa, através do
conceito de perfil de equiHbrio, e que existe uma graduação granulométrica que
varia ao longo do perfil praial em função do processo hidrodinâmico. No caso de
o material de empréstimo ser mais grosseiro do que o nativo, haverá a tendência
de o perfil praia! tornar-se mais íngreme do que o natural (ver Fig. 17.15), sendo
mais estável quanto às perdas para o transporte de sedimentos litorâneo. No caso
contrário, haverá a tendência de formar-se um perfil mais suavizado do que o na-
tural, requerendo um grande volume de areia (ver Fig. 17.15).
A alimentação do pós-praia ou no pé de campos de dunas (ver Fig. 17.16)
tem a finalidade de evitar erosões e solapamentos durante eventos extremos.
Assim, o material é depositado agindo como pulmão sedimentar de sacrifício por
Obras de Proteção contra a Ação do Mar
ocasião dos eventos extremos. Esse tipo de alimentação funciona mais por vo-
lume do que na restauração de urna larga praia natural. É caracterizada como
medida emergencial.
O engordamento da praia (ver Fig. 17.16) consiste no suprimento de areia
para aumentar o valor balneário e/ou assegurar a praia contra a erosão costeira,
adicionando areia ao balanço sedimentar. Aareia de empréstimo deve ser seme-
lhante à nativa para se ajustar de forma similar ao perfil natural, e é vantajoso
utilizar areia um pouco mais grosseira do que a nativa, pois ajudará a aumentar
a estabilidade com perfis ligeiramente mais íngremes. As areias mais finas são
rapidamente transferidas para profundidades maiores, não contribuindo para a
formação de praia mais larga, mas contribuirão para compor a porção mais exter-
na do perfil.
A alimentação da face da costa (ver Fig. 17.16) consiste no suprimento de
areia da porção mais externa do perfil da costa, tipicamente na face ao largo
da barra de arrebentaç~o. Sua função é a de reforçar a base do perfil costeiro e
adicionar sedimento ao balanço sedimentar em geral. Esse tipo de alimentação
é utilizado em áreas nas quais as medidas de proteção costeira tornaram o perfil
da costa mais íngreme, ou em áreas com déficits sedimentares de longo prazo. É
utilizado algumas vezes em conjunto com o engordamento da praia, de modo a
propiciar o fortalecimento de todo o perfil costeiro.
Figura 17.17
(A) Dique de areia tradicional junto
à planície de maré. Dique construí- Dique
do com areia e revestido com solo
e grama.
(B) Dique exposto protegido com
revestimento em costas duníferas.
Dunas
Face da costa
.;:, ..
Cabos de
conexão ... ·.'• : ,: ... : . :
resistentes
à corrosão Fundo natural
Amarração Revestimento
resistente acima do batente - Barcaça
da preamar "<>- -- - -- -4-..&.---.L--
à corr~são
máxima
Detalhe de colchão
Colchão
Assentamento do colchão
Estrada
Fundo
N.A. natural
i t..___---r-----'
1 ' ,t • . .
Terreno natural Guias para evitar Revestimento ·.• · · . :'i . ..· ·.
galgamente do flexível
espraiamento
Figura 17.18 Proteção do pé do revestimento
(A) Colchão de concreto articulado para proteção de costas. em enrocamento
(BJProteção de costas com revestimento flexível. - - - - - - - - - - - - - - -- - - - - - - '
Obras de Proteção contra a Ação do Mar f17
Aaltura do clique é o parâmetro de projeto mais importante, entretanto a obra
deve resistir ao ataque das ondas durante rúveis d'água extremamente altos. Nor-
malmente, a extensão frontal ao clique atenua a ação das ondas (a presença de
vegetação de restinga ou manguezais é favorável), que também são de curta atua-
ção. Os cliques são construídos com taludes frontais muito suaves e com vegetação
densa e bem enraizada, o que favorece a estabilidade da obra. Nas condições em
que a costa frontal está sujeita a erosão, reveste-se o trecho frontal do clique para
evitar o seu solapamento.
Figura 17.19
Dunas móveis em Arraial do Cabo
IRJ).
Figura 17.20
Embocadura do Rio Tramandaí IRS)
em 1980.
f1J Obras de Defesa dos Litorais - Tipos de Obras
Figura 17.21
Descalçamento das estacas-
-prancha do cais do Petrobros em
Tromandoí (RS) em 1980.
Figura 17.22
(A) Duas fileiras de cercos.
(B) Cercas e cercos novos após a
primeira cobertura.
(C) Primeiro plantação.
(D) Formação de anteduna.
~ «:T>
---=--
Cercas e acumulações Cercas novas após acumulação
de areia anterior
Praia l:20
Medidas em metros
OBRAS DE DEFESA
DOS LITORAIS -
ESTIMATIVA DO IMPACTO
SOBRE A LINHA DE COSTA
18.1 ESPIGÕES
18.1.1 Descrição conceituai do impacto sobre a linha de
costa
Um espigão isolado, longo ou curto, numa costa exposta a clima de ondas ligeira-
mente oblíquo à linha de costa, produz erosão a sotamar. Visando estender o com-
primento da área protegida, e compensar a erosão na região de sombra a sotamar,
é prática normal a implantação de urna sé1ie de espigões ao longo da linha ele costa,
formando o campo de espigões.
Na Fig. 18.1 está simulada a evolução da linha de costa numa condição de lar-
gura de 400 m da zona de anebentação e espraiamento para os seguintes casos:
• Três espigões longos, abrangendo toda a largura da zona de atTebentação, com
espaçamento de 600 m, isto é, 1,5 vez o comprimento dos espigões.
• Três espigões longos, abrangendo toda a largura da zona de arrebentação, com
espaçamento de 1.200 m, isto é, 3 vezes o comprimento dos espigões.
• Três espigões curtos, abrangendo metade da largura da zona de arrebentação
e espraiamento, com espaçamento de 600 m.
• Três espigões curtos, abrangendo metade da largura da zona de anebentação
e espraiamento, com espaçamento de 1.200 m.
1.600
l.400
1.200
i.oooJ---- --~~~:::::::
800
600+--.------r---r--~--i---r--.------Yl-----+'--...,,..._-...-----,---.--~--,----.----r-----l
o 500 1~1~10001500l000l5004.0004.500i000i500l000l500~000~500!000!500~000
(m)
Posição final da praia - (F)
1.800-.--------------------------~------------,
1.600
1.400
1.200 F F
1.000+-- - - ~~~;:::::::::
800
600-+--....----r----.--..-----,.---.-_..-.--....-.....Y.--,--.,....___,._-,-_-,---,,---.----r------i
o 500 1.000 1.500 2.000 2.500 3.000 3.500 4.000 4.500 5.000 5.500 6.000 6.500 7.000 7.500 8.000 8.500 9.000
(m)
t.800...-------------------------~-----------.
Posição final da praia - IF)
1.600
1.400
l.200L--,----==~~~F~,1
1.000
800
600-+--....----r-- - , - - ~- - - , . - - - . - - - , - - - - Y - - - - + ' - - . . . . - - - - r- - . - - - , - - - ,---.--....----1
o 500 1.000 1.500 2.000 2.500 3.000 3.500 4.000 4.500 5.000 5.500 6.000 6.500 7.(»J 7.500 8.000 8.500 9.000
lm)
Posição final da praia- lF)
J.80()-.--- -- - - - - -- - - -------------~ -- - - - - - -- ---,
1.600
1.400
1.200 F F F
1.000 1 - -- ~~~
800
600,----,---,----r-- r --.---.-__...,..___,_ _..,..._....-_,........---r-_--r-_..-----,._-.---,-----1
O 500 1.000 1.500 2.000 2.500 3.000 3.500 4.000 4.500 5.000 5.500 6.000 6.500 7.000 7.500 8.000 8.500 9.000
lm)
Figura 18.1
Desenvolvimento da linha de costa Como leva um tempo relativamente longo para o enchimento com areia do
para campos de espigões com es- campo de espigões, até que isso ocorra haverá erosão temporária entre os espigões,
pigões longos e curtos e aproxima- maior quanto maior o espaçamento.
ção ligeiramente oblíqua do clima
de ondas. Nos dois casos de espigões longos, o transpasse das areias pelo primeiro es-
pigão a barlamar ainda não havia sido iniciado no período simulado, significando
que a única evolução de linha de costa nas células entre espigões foi urna rotação
Es i ôes f:21
inicial da linha de costa para a direção de transporte de sedimentos litorâneo
nulo. Aerosão a sotamar do campo de espigões é idêntica à erosão produzida por
um espigão único longo enquanto não ocorre o transpasse do primeiro espigão a
barlamar. A diferença começa a ser marcante após o iníció do transpasse, pois no
caso do espigão único haverá uma maior desaceleração na taxa de erosão com-
parativamente ao campo de espigões, urna vez que, nesse último caso, a taxa de
erosão continuará alta até que as duas células estejam cheias e comece o trans-
passe pelo último espigão a sotamar. Assim, o campo de espigões a longo prazo
produzirá maiores erosões a sotamar, maior quanto maior o espaçamento entre os
espigões, do que um espigão único.
Nos dois casos de espigões curtos, o desenvolvimento inicial nas células é mui-
to similar ao descrito para os espigões longos, mas a influência do transpasse pelo
primeiro espigão a barlamar pode ser vista na primeira célula, que gradualmente se
enche com as areias de transpasse. Da mesma forma que no caso anterior, a erosão
na região de sombra a sotarnar é maior do que para o espigão único curto, porque
demora mais para se iniciar o transpasse pelo último espigão de sotamar.
Assim, o projeto de um campo de espigões deve ser conduzido com muito
cuidado para evitar os prejuízos de erosões temporárias nas células do campo de
espigões. Deve-se também recordar que a proteção obtida pelo campo de espigões
é sempre às expensas de erosão na região de sombra a sotarnar no caso de praias
arenosas contínuas. Assim, esta solução vem sendo menos utilizada na sua con-
cepção clássica do que no passado. Novas concepções do campo de espigões em
associação com alimentação artificial de areia das células estão sendo adotadas com
sucesso, visando mitigar as erosões associadas com a obra, tanto a temporária como
Figura 18.2
a da região de sombra a sotamar. (A) Recuperação do Praia Manso
de Coiobá (PR) com espigões. Nos
anos 1970. o erosão já havia sola-
18.1.2 Exemplificação de obras de campos de espigões pado porte do passeio à beira-mor.
(8) Espigões de praia em Solinópolis
Urna solução de campo de espigões que teve sucesso e que seguiu em parte a con- (PA).
cepção de enchimento com areia pode ser vista na Fig. 18.2(A), utilizando espigões
cu1tos de gabiões e um grande espigão de fechamento. Por outro lado, na Fig.
18.2(B) observa-se solução de espigões constru1dos com sistema de sacos preen-
chidos por argamassa para proteção de muro de proteção de falésia em Salinópolis
(PA). Já nas Figs. 18.3 e 18.4 visualiza-se um exemplo de ineficácia da implantação
Obras de Defesa dos Litorais - Estimativa do Impacto sobre a Linha de Costa
Figura 18.3 · 1
(A) Fotografia aérea de 2002, observando-se os espigões de praia.
(BJ Fotografia aérea de 12 de dezembro de 2000 da Baía de São Vicente (SP)
e do Praia de Itararé. Observo-se o acúmulo sedimentar junto aos espigões de
praia e o acúmulo diferencial dos dois lodos do istmo do Ilha Porchat. (Base)
Figura 18.5
Espigão de praia em Coraguatatubo (SP) em 1996. observando-se o acúmulo diferencial
de areia.
Figura 18.4
Fotografia aérea de dezembro de
1994 das praias de Gonzaguinha e
Milionários na Baía de São Vicente
(SP). Observa-se o acúmulo sedi-
mentar junto aos espigões de praia.
(Base)
Figura 18.6
Espigões da Praia de Camburi, em
Vitória (ES).
Es i ões f2J
Na Fig. 18.3 pode-se observar como o banco de areia na entrada da Baía de São
Vicente, funcionando como um quebra-mar destacado frontal submerso aos setores
de onda que atingem a Praia de Gonzaguinha, abrigou o estirão praiano.
A intervenção costeira retratada nas Figs. 18. 7 a 18.13 é bastante comple-
ta na exemplificação de quão complexas são as respostas à implantação de obras
costeiras nos processos litorâneos e do cuidado que se deve ter em projetá-las,
pois suas consequências podem influenciar dezenas de quilômetros da costa e por
longo tempo, com elevados custos de remediação. Trata-se da erosão costeira de-
sencadeada ao final da década de 1940 com a implantação do molhe do Titã, na
Ponta de Mucuripe, visando a implantação do novo Porto de Fortaleza. Na Fig. 18.7
apresenta-se o mapa de situação da área, na Fig. 18.8 está a localização do Porto de
Mucuripe, e na Fig. 18.9, o mapa geomorfológico costeiro da Região Metropolitana
de Fortaleza. Como se observa na Fig. 18.10, o transporte de sedimentos litorâneo
de areias na zona de arrebentação é dominado pelos ventos aliseos de sudeste e
nordeste, produzindo transporte resultante negativo (da direita para a esquerda do
observador que olha o mar a partir da costa) da ordem de 600.000 m3/ano, ao qual
se soma um significativo transporte eólico de areias da ordem de 150.000 m3/ano.
Com a implantação do molhe do Titã, produziu-se um desvio das areias provindas
de barlamar da unidade morfológica (Praia do Futuro, ver Fig. 18.9), que, em vez
de contornarem a Ponta de Mucuripe e alimentarem as praias de lracema e as se-
guintes para sotamar, foram deslocadas para a formação de urna restinga submersa,
cujo contorno da isóbata de 10 m se observa na Fig. 18.7, numa área onde as cotas
batimétricas originais eram de 15 m. Além disso, as correntes de difração em tomo
do molhe assorearam violentamente o tardoz do molhe e a bacia portuária. Assim,
o porto está sujeito a dragagens periódicas, cujos despejos são efetuados ao largo
das praias (ver Fig. 18.10). Ocrescimento da cidade de Fortaleza, verticalizando-se
e impermeabilizando faixas de dunas, reduziu ulteriormente o suprimento de areias
para as praias a sotamar do porto. Como obras de defesa contra as erosões desen-
cadeadas na Praia de Iracema, foi inicialmente constnúdo um longo espigão nesta
praia, e para desviar o transporte das areias que entulharam o porto, foi implantado
o longo espigão da Praia do Futuro, que hoje tem cerca de 1 km de comprimento
FORTALEZA
Figura 18.8
Porto de Mucuripe em Fortaleza Quilômetros
(CE). 2
Enseada do Mucuripe
~
N
~' '1
o . 1
\ \
'
)._ ')\ Praia
• '. , do
\ \Futuro
:_? ~1 O
Figura 18.9 ')
Mapa geomorfológico da Região
Metropolitano de Fortaleza (CE).
1
F30"W
OCEANO
ATLÂNTICO
MolhedoTifõ
N
~
Legenda
3°45' S
38°37' W F30'W
1
Es i ões
OCEANO ATLÂNTICO N
Despejo de ~
' / dragagem Correntes de Agitação
t t I transporte 85%-de E -
Transporte t de massa
de sedimentos
eólico
'
fransporte
sedimentos
de Despeío de
dragagem
litorâneo
longitudinal t \ \
Correntes de
transporte de massa
FORTALEZA
Figura 18.1O
Modelo conceituai dos processos litorâneos na Região Metropolitana de Fortaleza.
Praia Barra
do Ceará
N
11 ! t OCEANO ATLÂNTICO
Ponta do
Mucuripe
Espigão da
Praia do
Futuro
Espigão da Praia de
Cagece lracema
Espigão de
lracema
Píer Píer
Figura 18.1 1
Trecho do litoral da Região Metro-
politana de Fortaleza e a disposição
(ver Fig. 18.12). Na década de 1970 veio a se tornar necessária a implantação de das estruturas costeiras (sem
obra de defesa nas praias entre Iracema e a foz do Rio Ceará, uma vez que a erosão escala).
progressivamente estendia-se para sotamar do rumo dominante das ondas. Assim,
foram construídos mais 11 espigões (ver Fig. 18.11), constituindo-se o último num
guia-corrente. Na Fig. 18.13 está apresentada a evolução do enchimento do campo
de espigões a partir da situação original em 1960. Pode-se observar que já em 1978,
alguns anos após a implantação das obras, as células entre os espigões estavam
saturadas e o processo erosivo já passara a ocorrer na margem oeste do Rio Ceará,
sendo que atualmente estende-se por alguns quilômetros para oeste. Este com-
portamento já poderia ser esperado a partir do conhecimento do funcionamento
de um campo de espigões não alimentado previamente de areia. No ano de 2001
foi realizado um aterro com material dragado da área da Praia de lracema, visando
recuperar a área degradada pela erosão.
Obras de Defesa dos Litorais - Estimativa do Impacto sobre a Linha de Costa
Figura 18.12
Vista do Porto de Mucuripe e
ao fundo a Praia do Futuro, em
Fortaleza (CE). (São Paulo, Estado/
DAEE/SPH/CTH/FCTH)
Figura 18.13
OCEANO ATL~TICO
O
w !/Jlm . '
Evolução da Embocadura do Rio Ç) ~ tN
Ceará.
1978
OCEANO ATLÂNTICO ~ Salinas
~ · Espigões
D Areias de praia
[5;] Dunas
~ Manguezais
SJ Rochas de praia
D Formação Barreiras
/ru
r....
Ondas i
prevalecentes :
li
Ct:
400
200
Onda deS
Profundidade
de fechamento L ~ 200 400 600 800 1.000
1~ 1 x* = 1,5 x* = 1,5 m
________ .r:::::=1 La*= 0,5------------------·--,.---.-~ La*= 1. 1
Figura 18.14
Distribuição de alturas de ondas
no entorno de quebro-mor desta-
cado com aproximação paralelo e
inclinado dos ondas. Ondas com T
=1Ose H =2,0 m ao largo aproxi-
mando-se do Terminal Marítimo de
Belmonte (BA) do Verocel.
\ Figura 18.15
't (A) Definição dos parâmetros que
caracterizam os quebro-mores des-
tacados e formos de acumulação
1 o partir da profundidade de fecha-
mento (distância não perturbada).
(B) Efeito da barreira de recifes em
Porto Seguro (BA).
Obras de Defesa dos Litorais - Estimativa do Impacto sobre a Linha de Costa
Zona de arrebentação
Xoo
Distribuição do transporte
de sedimentos írraôneo
longitudinal
Tipos de quebra-maes
X
Distância adimen~onal do quebra-mar: r- Xoo
1 ·.
Figura 18.17
(A) Acumulação de areia formando
saliente na costa no tardoz do
quebra-mar externo do Terminal
--------- Ls= 543 m
1 -1
=
1
Portuário de Sergipe em Barra dos
Coqueiros (SE). X= 2.500 m
(B) Detalhe da difração no tardoz
do quebra-mar da Veracel em
Belmonte (BA).
(C) Detalhe da difração em torno
do atracadouro com enrocamento
que induziu o saliente.
Quebra-mares Destacados fJ1
18.2.2.2 Quebra-mar costeiro
Os quebra-mares de praia estão situados na faixa x* < 0,5, captando areia do esti-
râncio, sem interferir significativamente com o padrão geral do transporte de sedi-
mentos litorâneo.
Olinda (PE)
Quebra-mares costeiros curtos e segmentados
. Figura 18.19
Baía de Guánabara Praia de Copacabana (RJ) e o engordo-
menta artificial.
1 1 N
t
o
Pico do Corcovado
Morro da Urc
o
.
·- · -. PontJ do
-lb·,. A~o~or
'
·-·, '\
'
.........~
1
1
'-'
o 2km
ÁREAS DE EMPRÉSTIMO DE AREIAS
Bombeada
B Despejada
Figura 18.20
Visto do Praia de Copacabana (RJ) após o
engordamento artificial.
l
Instalação de Comportas e Solução Integrada fJJ
18.4 INSTALAÇÃO DE COMPORTAS ESOLUÇÃO
INTEGRADA
Em situações como mostrado nas Figs. 18.21 e 18.22, a defesa da costa abrange a
inst.alação de comportas nos canais estuarinos em associação a defesas rígidas e
flexíveis.
Figura 18.21
Comportas vincianas no Canal de
Acesso ao Porto de Cesenatico
(Itália) .
,
19.1 PRINCIPIOS DAS OBRAS DE CONTROLE E
APROVEITAMENTO DOS ESTUÁRIOS
19.1 .1 Princípios gerais
19.1.1.1 Comportamento de circulação estratificação
Consideração importante para o gerenciamento estuarino está no comportamento
de circulação estratificação. Assim, de acordo com a classificação já vista em Hi-
dráulica Estuarina, tem-se:
• Classe 4
Trata-se de estuário altamente estratificado (em cunha salina), onde é mínima
a troca de água vertical.
• Classes 3 e 2
Trata-se de estuário com circulação gravitacional clássica, com melhor quali-
dade de água do que a anterior, parcialmente estratificado (classe 3) e parcial-
mente misturado (classe 2).
• Classe 1
Trata-se do estuário verticalmente homogêneo, bem misturado.
Remoção da barra
19.1.1.2 Princípios gerais de comportamento
Figura 19.1
Esquematização mostrando:
Elencam-se a seguir dez princfpios gerais de comportamento estuarino que devem
(A) efeitos de aprofundamento do ser levados em conta no gerenciamento desses corpos d'água como diretrizes para
canal; a implantação de obras de aproveitamento e controle.
(8) efeitos de remoção de barra de
embocadura, na penetração da • Obras de melhoramento do estuário, como diques direcionadores ou espigões,
intrusão salina. produzem aumento da carga potencial do escoamento. O efeito das obras não-
-permeáveis, em seção plena, é maior do que o de obras permeáveis.
• Os sedimentos erodidos por uma obra de melhoramento depositam-se quando
a zona de influência da obra cessam seu efeito sobre a competência das corren-
tes. Este princípio é também conhecido como a regra da unidade do canal.
• Para sedimentos mais finos, como a argila e o silte, a erosão produzida por obra
de melhoramento dispersa o material por uma área mais ampla do que para as
areias.
• Os canais de enchente e vazante, produzindo os respectivos deltas de maré,
carreiam considerável volume de sedimentos, mantendo o equilJbrio dinâmi-
co. Qualquer realinhamento afetando essa circulação natural pode produzir
erosão e deposição, redistribuindo material no estuário. Nesta linha de conse-
quências, estabelece-se a regra da continuidade:
o Evitar eliminar totalmente o mecanismo de ressuspensão de material fino
propiciado pelos meandros.
o Variação continua das sinuosidades entre inflexões e vértices das curvas.
o Canais mais largos nas curvas, quanto menor o raio de curvatura, do que
nas inflexões.
o Regra da solidariedade:
o a continuidade deve ser respeiteda em planta, perfil transversal e lon-
gitudinal;
o a repercussão da obra se dá também em outros pontos do estuário.
Figura 19.4
Dique baixo único.
~ .... --- ... Vazante
Enchente
540 Obras Estuarinas
Figuro 19.5
Dique único.
figura 19.6
Organização de circuito estável de
sedimentos.
Banco de equilíbrio:
origem e depósito do
circuito de sedimentos
Controle Hidráulico 541
É muito importante a existência de um banco de equiHbrio, que atue como
origem e depósito do circuito de materiais. Uma obra de melhoria estuarina que
não apresente um circuito estável de materiais tem poucas probabilidades de ser
viável.
A importância do melhoramento de estuários para fins de navegação pode ser
ilustrada pelos exemplos que se seguem. Na Fig. 19.7 estão esquematizadas as fa-
ses evolutivas da embocadura do Rio Ribeira do Iguape (SP) entre 1953 e 1965.
Figura 19.7
1953 Fases evolutivos do embocadura
do Rio Ribeiro do lguape (SP).
o 1.000m
OCEANO ATLÂNTICO
1.000m
O l.OOOm
OCEANO ATLÂNTICO
Obras Estuarinas
Figura 19.8
Molhes guias-correntes do canal de
acesso à Lagoa dos Patos (RS).
Rio Grande
/
N
(
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I
1 ,~
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I_,,,
/
'
-10
/
OCEANO
ATLÂNTICO
19.3.3 Espigões
Aseguir são descritas as caracterfsticas de atuação dos espigões:
• Produzem conversão de energia cinética em potencial defletindo o escoa-
mento.
• Para a prevenção de grande vorticidade, e consequente perda de energia, com
drásticos efeitos de erosão e sedimentação, pode ser conveniente a implanta-
ção de um campo de espigões, conforme esquematizado na Fig. 19.9.
• Podem fazer as vezes de margens direcionadoras.
• As cotas de coroamento são usualmente fixadas ao nível da baixa-mar na extre-
midade, gradualmente subindo até o nível de preamar na raiz, visando atender
ao objetivo de concentrar o escoamento de vazante.
Figura 19.9
Regularização da embocadura do Navegantes
Rio ltajaí-Açu (SC). ltajaí
Controle Hidráulico
Uma camada de lama tem sua densidade e tensão crítica de arrastamento aumen-
tadas gradualmente na profundidade do depósito, e, à medida que o escoamento
Obras Estuarinas
sobre a lama gradual.mente se toma mais veloz, a tensão de arrastamento crítica vai
sendo excedida para as sucessivas camadas. Assim, a disponibilidade de material a
ser movimentado depende do aumento gradual da tensão de arrastamento crítica
à medida que as camadas superficiais vão sendo removidas. O controle dos sedi-
mentos em suspensão, portanto, pode ser conseguido reduzindo-se o transporte
de sedimentos, seja pela sua remoção do sistema, seja evitando perturbar o leito, a
menos que absolutamente necessário.
A remoção dos sedimentos finos do sistema pode ser feita pelo despejo dos
sedimentos ao largo, em área que ofereça suficiente garantia de não-retorno à área
de remoção, isto é, numa outra unidade morfológica. De fato, em muitas situações
estuarinas existe um movimento residual no leito induzido por efeitos de densidade
rumo às embocaduras estuarinas que descarregam suficiente vazão de água doce.
Durante várias décadas os dragados do Porto de Santos (SP) foram despejados
num setor da Baía de Santos no qual parcela considerável retornava para o canal
externo e estuarino, situação que foi modificada a partir dos estudos realizados na
década de 1970.
As perturbações sobre o leito podem ser causadas pela passagem de navios
- no caso da Lagoa dos Patos (RS) a navegação lagunar é fator importante na ma-
nutenção dos canais de material muito fino -, porém a mais importante causa é
oriunda da ação de dragagens. Basta lembrar que os volumes das dragagens de
implantação são sempre muito maiores do que as correspondentes dragagens de
manutenção, embora técnicas inadequadas de extração de portos de areia também
podem incrementar o transporte em suspensão, vindo a degradar profundidades a
jusante na área estuarina em função do depósito de material mais fino. As modilica-
ções das técnicas de dragagem, e a sua minimização são alternativas para um maior
controle sobre esses sedimentos mais finos.
Figura 19.12
Vista aérea da ocupação da foz do Rio Guaraú em 1977, em Peruíbe (SP). (São Paulo, Estado/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
Figura 19.15
(A). (B) e (C) Vista da destruição junto aos muros construídos sobre o pós-praia na Praia do Guaraú em Peruíbe (SP). (São Paulo.
Estado/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
l
foz do Rio Guaraú em Peruíbe (SP)
entre 1980 e 1987. Em 1987 observa-
se ao sul o início de obro de fixação
do foz. (São Paulo. Estado/DAEE/
SPH/CTH/FCTH)
1959-1973
.....
...
.........
................
.,....··
OCEANO
l
ATLÂNTICO
1973-1980
800m
l
N
OCEANO
ATLÂNTICO
1980-1987
ffo Obras Estuarinas
l
ção da linha de costa. (São Paulo,
Estado/DAEE/SPH/CTH/FCTH) ...······..
··:://'"\:::::<:::· .. ,········::··>
OCEANO
;1 ATLÂNTICO
\ \....·····
...........···· 1987-1994
1
OCEANO
ATLÂNTICO
1994-1997
Figura 19.22
Estudo em modelo físico (escala
vertical 1:50 e escala horizontal
1:300) da obra de melhoramento
da Barra do Rio ltanhaém (SP) por
guias-correntes. Visualização da
Bacia de Ondas do Laboratório de
Hidráullica da EPUSP. (São Paulo,
Estado/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
Figura 19.23
Estudo em modelo físico (escala
vertical 1:200 e escala horizontal
1: 1.200) da Baía e Estuário de Santos
(SP). (São Paulo, Estado/DAEE/SPH/
CTH/FCTH)
Exemplos de Obras em Embocaduras Estuarinas ff t
Figura 19.26
Foto aérea do foz do Rio Monga-
guó (SPJ em 1997 com a foz fixada
pelos enrocomentos. (Base)
Figura 19.27
(A) e (Bl Enrocamentos de fixação da foz do Rio Mongaguá (SP). (São Paulo. Estodo/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
ff2 Obras Estuarinas
Figura 19.28
Guia-corrente de fixação do foz do Rio Grande em Ubotuba (SP) em 1988.
figura 19.29
A implantação da Barragem de
Baconga no Embocobura de São
Luís (MA). (São Paulo, Estodo/DAEE/
SPH/CTH/FCTH)
EMISSÁRIOS SUBMARINOS,
-
DISPERSAO DE EFLUENTES E
PROCESSO DE LICENCIAMENTO
AMBIENTAL
,
20.1 EMISSARIOS SUBMARINOS
A dispersão oceânica de efluentes, seja esgoto doméstico ou água de processamen-
to industrial, constitui-se, em muitos casos, na solução adotada para o destino final
de efluentes através da descarga submersa. Na Tab. 20.1 está apresentada a com-
posição típica de esgoto doméstico não tratado. Na Tab. 20.2 estão os limites esta-
belecidos pela resolução Conama nº 357/2005 para a classificação da balneabilidade
das praias, segundo a qualidade da água para fins de recreação de contato primário,
como natação, mergulho, esqui aquático etc. As análises devem ser efetuadas em 5
semanas consecutivas, sendo as três categorias iniciais consideradas próprias. As
correntes de maré e induzidas pelo vento são responsáveis pela dispersão.
A Fig. 20.1 apresenta a comparação entre o processo de tratamento conven-
cional de esgoto e a disposição oceânica, conforme esquematizado na Fig. 20.2. A
dispersão oceânica compõe-se da advecção e da difusão, fenômenos que no cor-
po receptor marítimo encontram grande capacidade diluidora no chamado campo
afastado, cuja densidade é inferior à da água salgada por ser constituído de efluen-
tes de água doce com carga bacteriana associada. Este efluente, ao ser lançado no
fundo do mar, é submetido a uma dispersão forçada inicial, no chamado campo
próximo, promovido pelo empuxo positivo que produz uma pluma ascendente do
efluente. É desejável que a diluição no campo próximo, comandada pela lúdráulica
do difusor do emissário, reduza em pelo menos 100 vezes a concentração bacteria-
na da saída do difusor.
A exfatência de uma Zona de Mistura Legal constitui-se numa região onde os
parâmetros dos contaminantes ainda se encontram em concentrações mais eleva-
das do que o permitido para a finalidade de uso do corpo receptor, mas que é reco-
nhecidamente uma zona de sacrifício. Quanto mais apropriadamente dimensionado
o emissário, menor esta região e o risco de ela afetar negativamente as regiões
próximas que exigem melhor qualidade da água. Para esse dimensionamento, é de
fundamental importância o conhecimento da dinâmica dos processos litorâneos ao
longo do ano.
Emissários Submarinos, Dispersão de Efluentes e Processo de Licenciamento Ambiental
TABELA 20.1
Composição típica de esgoto doméstico não tratado
Concentração
Contaminante Unidade
Fraca Média Forte
) . " ',
TABELA 20.2
Limites estabelecidos para a classificação das praias
bruto
11/t
Esgoto
Gradeado
~o
Lodo primário ································Lodo..ati;~~;
(controlado pelos difusores) .
Nas fotografias estão ilustradas ins-
e areia ~
.... V{{
;o.:t,
) t~~~~ 2i\::~, talações típicas de pré-condiciona-
<) •.
mento em emissários do Estado de
Reação com a atmosfera São Paulo.
(B) e (C) Gradeamento- Praia
tit4ti Grande 1 (SP).
(D) Material retido - Praia
Grande 1 (SP).
Decaimento bacteriano (E) Peneiras rotativas - Santos (SP).
(T90: Tempo para redução de (FJ Resíduos do peneira rotativa -
Sedimentação 90% da carga bacteriana Guarujá (SP).
Pré-condicionamento
••••
•••• 11Digestão
do efluente) (G) Caixa de decantação- Santos
(SP).
1
1
Tratamento natural
(HJ Local de cloração do efluente -
Cigarras, São Sebastião (SP).
(1) Cilindro de cloro - Praio Grande
1 (SP).
))b Emissári os Submarinos, Dispersão de Eíluentes e Processo de Licenciamento Ambiental
l2)
i) 10:
10
3) 10
4
Difusores 12)
Figura 20.2
(A) Esquema do sistema de disposi-
ção oceânico.
(B) Visto aérea do molhe canteiro
de construção de Emissário de San-
tos e São Vicente na Praia de José
Menino em Santos (SPJ.
(São Paulo. Estodo/DAEE/SPH/CTH/
FCTH)
Figura 20.3
Delimitação de plumas mapeados
na Baía de Santos por imagens de
satélite.
o o o Santos
~
.a +
0,5 0.5 0.5 :.p
'·º 1.0
ÍSú
27 obr. 1990
1,5km
26 ogo. 1999
1.5km 1,5km
+ +
2oul. 2000
o o o + + +
~ \
0,5
1,0
o.s
1.0
~ 0.5
1.0
- N + + + +
~
1,5 km 1,51:m 1,51:m
figura 20.5
Trajetória da pluma em perfil.
N.M.M. z
--1..10.00 {mJr t - r - - - - -- - - -- - - - - - - - ----.---- - -
7,50
5.00
V= 0.40 m/s
~ 2.50
--+-- -- - - _ _ J X
o.(\(Y+...___ _ - r - - - - , - - - - - - , , - - - - r- - - - , - - ' - -- - . . - - - - - - ,~
""T"'_ _ _
-900.00 -450.00 0.00 450,00 900,00 1.350.00 1.800.00 2.250,00 2.700,00 3.1 50.00 3.600.00 (m)
V =0.40 m/s
~ X
figura 20.6
Trajetória da pluma em planta.
-··-··
'
: :N.M.M.
: j9
V= 0,40 m/s
figura 20.7
Trajetória da pluma em 3-0. 1 ~
ffJ Emissári os Submarinos, Dispersão de Efluentes e Processo de Licenciamento Ambiental
Figura 20.8
Processo construtivo da tubulação
de aço revestida de concreto do
Emissário de Esgotos de Santos e
São Vicente (SP).
r
Conceituação sobre o Comportamento de Vazamentos de Óleo
J
Emissários Submarinos, Dispersão de Efluentes e Processo de Licenciamento Ambiental
o
Trópico de Capricórnio
OCEANO ATLÂNTICO
Legenda
5 o 5 10 15km
==--==--
Processo de Licenciamento Ambiental f{J
/
o
Trópico de Capricórnio
,' ;f
OCEANO,"Y ATLÂNTICO
Legenda
Figuro 20.1O
Deslocamento das manchas de
óleo do vazamento ocorrido pela
colisão com rocha submersa do na-
vio Brazilian Marina em 09/01/1978.
O volume vazado foi de 6.000 m3 e
o período representado é de 09 a
20/01/1978.
Emissários Submarinos, Dispersão de Efluentes e Processo de Licenciamento Ambiental
o
Trópico de Capricórnio
OCEANO ATLÂNTICO
Legenda
5i===-º--=5==10...._1s km
Figura 20.11
Deslocamento das manchas de
óleo do vazamento ocorrido pela
colisão com dolfim de atracação
do navio Marina em 18/03/1985. O
volume vazado foi de 2.500 m3 e
o período representado é de 18 a
28/03/1985.
J
Processo de Licenciamento Ambiental
o
Trópico de Capricórnio
OCEANO ATLÂNTICO
Legenda
5 o 5 10 15km
==--==--
Figura 20.12
Deslocamento das manchas de
óleo do vazamento ocorrido pelo
rompimento do oleoduto em
02/05/1988. O volume vazado foi de
l .000 m3 e o período representado
é de 02 a 10/05/1988.
Emissári os Submarinos, Dispersão de Efluentes e Processo de Licenciamento Ambiental
(/
o 8
Trópico de Capricórnio
OCEANO ATLÂNTICO
Legenda
5 o 5 10 15km
llhabela
===---====---
/ (;;;J
Figura 20.1 3
Deslocamento das manchas de
óleo do vazamento ocorrido pela
colisão com outro navio do navio
Penélope em 26/05/1991. O volume
vazado foi de 280 m3 e o período
representado é de 26 a 31/05/1991.
Processo de Licenciamento Ambiental f {7
o
Trópico de Capricórnio
OCEANO ATLÂNTICO
Legenda
5 o 5 lO 15km
==- -==- -
/
\
I - --- ~
Figura 20.14
Deslocamento das manchas de
óleo do vazamento ocorrido pelo
rompimento do oleoduto em
15/05/1994. O volume vazado foi
de 2.700 m3 e a figura representa a
situação em 15/05/1994.
Emissários Submarinos, Dispersão de Efluentes e Processo de Licenciamento Ambiental
o
Trópico de Capricórnio
OCEANO ATLÂNTICO
/ Legenda
- Mancha com deslocamento
~ ·····•Mancha em localização duvidosa
- - Mancha sem dados de deslocamento
~/ Ã
• Local do vazamento
Praia atingida
I \ 5=::::::ilo
5é::::==º=--ã: ...._ 15 km
/ (';:J \
Figura 20.15
Deslocamento das manchas de
óleo do vazamento ocorrido pelo
rompimento do oleoduto em
15/05/1994. O volume vazado foi
de 2.700 m3 e a figura representa a
situação em 17/05/1994.
Processo de Licenciamento Ambiental
(J
o
(J
Trópico de Capricórnio
OCEANO ATLÂNTICO
Legenda
- • Local do vazamento
à Praia atingida
I 5 o
==- -==- -
5 IO 15 km
Figura 20.16
Deslocamento das manchas de
óleo do vazamento ocorrido pelo
rompimento do oleoduto em
15/05/1994. O volume vazado foi
de 2.700 m3 e a figura representa a
situação em 18/05/1994.
f70 Emissários Submarinos, Dispersão de Efluentes e Processo de Licenciamento Ambiental
o
Trópico de Capricórnio
OCEANO ATLÂNTICO
legenda
- Mancha com deslocamento
----- ~ Mancha em localização duvidosa
- - Mancha sem dados de deslocamento
• Local do vazamento
_.. Praia atingida
5
==--==----
O 5 10 15 km
i
'
Figura 20.17
Deslocamento das manchas de
óleo do vazamento ocorrido pelo
rompimento do oleoduto em
15/05/1994. O volume vazado foi de
2.700 m3 e o período representado
é de 19/05 a 02/06/1994.
Impacto Ambiental e Gerenciamento Ambiental Integrado f11
20.4 IMPACTO AMBIENTAL EGERENCIAMENTO
AMBIENTAL INTEGRADO
20.4.1 Impacto ambiental causado por emissário submarino
No Brasil, a Lei federal nº 6.938/81 estabelece critérios para o licenciamento am-
biental de todo empreendimento potencialmente impactante através da Política
Nacional de Meio Ambiente, sendo complementada pela Resolução Conama nº
237 de 19 de dezembro de 1997. Entre as atividades sujeitas ao licenciamento
ambiental estão os chamados serviços de utilidade, como estações de tratamen-
to de água, interceptores, emissários, estação elevatória e tratamento de esgoto
sanitário.
A citada Resolução Conama, além de definir os procedimentos de gestão am-
biental, caracteriza o licenciamento ambiental em três fases, a saber: Licença Pré-
via - LP, Licença de Instalação - LI e Licença de Operação -LO. ALP é concedida
na fase de planejamento do empreendimento, contendo requisitos básicos a serem
atendidos nas fases de localização, instalação e operação, observados os planos
municipais, estaduais ou federais de uso do solo. Alicença não poderá ser superior
a 5 anos.
Já a LI autoriza o início da implantação de acordo com as especificações cons-
tantes nos programas aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental. O
prazo dessa licença não poderá ser superior a 6 anos.
A LO autoriza a operação da atividade após a verificação do cumprimento das
licenças anteriores, além do funcionamento adequado de seus equipamentos de
controle de poluição. Avalidade dessa licença será de, no núnimo, 2 anos e, no má-
ximo, 10 anos, de acordo com o Decreto Estadual nº 47.000/2002. O Decreto prevê
no art. 1º que a Secretaria do Meio Ambiente expedirá as licenças anterionnente
citadas.
Impactos causados durante a fase de construção de emissários submarinos
são relatados por Grace (1978) e Gonçalves e Souza (1997). Oprimeiro autor lista
possíveis problemas causados durante a construção, podendo seus efeitos durar de
1 a 2 anos ou até mais, se for construído um emissário longo. Autilização de explo-
sivos em fundos rochosos é um dos primeiros problemas citados pelo autor, mas no
Brasil tal técnica não é utilizada para a implantação de um emissário. Adragagem,
necessária para o assentamento da tubulação sobre o leito marinho, promove a res-
suspensão do sedimento, principalmente em áreas de antigos emissários, havendo
entrada de metais pesados, hidrocarbonetos, matéria orgânica, pesticida e material
inerte na coluna d'água. Metais pesados e hidrocarbonetos têm nonnalmente efeito
tóxico sobre plâncton e nécton.
Além disso, a remobilização e/ou despejo do sedimento alteram as condições
para a fixação da fauna e flora bênticas, podendo promover a mortalidade. Aressus-
pensão de material mais fino pode causar a aderência das partículas em brânquias
de peixes e outros organismos filtradores, ocasionando infecções secundárias ou a
morte desses organismos. Uma das alternativas para minimizar os problemas de-
correntes da dragagem é a utilização de contêineres ou diques para a retenção do
sedimento dragado e o descarte em locais apropriados.
De acordo com Gonçalves e Souza (1997), outras possíveis alterações am-
bientais que ocorrem durante as construções da elevatória final e do emissário
f7:2 Emissários Submarinos, Dispersão de Efluentes e Processo de Licenciamento Ambiental
teITestre são eventos registrados para toda obra civil, como: interrupção de vías
locais para o tráfego, emissão de núdos, emissão de material particulado, interfe-
rência com redes de utilidade pública, bota-fora do material escavado. Já durante
a implantação do emissário e da tubulação difusora, os problemas causados são:
geração de odores, abertura de vala na praia e zona de arrebentação, dragagem
do canal no eixo do emissário, interferência com frequência de praia, interferên-
cia no tráfego marítimo, bota-fora do material dragado.
Além desses problemas reportados, o tratamento do esgoto em si também
gera impacto. Segundo o Guidelines for submarine outjall structures for
Mediterranean small and medium-sized coastal communities (Unep/WHO,
1996a), sólidos em suspensão são extremamente prejudiciais ao ambiente ma-
rinho, reduzindo a penetração da luz solar na coluna d'água. Especialmente
para áreas onde existam bancos de algas, a turbidez causada pelos sólidos em
suspensão diminui o tamanho desses bancos. Além disso, pode ocasionar a obs-
trução de locais de desova, comprometendo a reprodução de muitas espécies
de organismos. A sedimentação dessas partículas pode promover a asfixia do
ambiente bêntico, principalmente em área com pouca renovação de água. Por
outro lado, a suspensão através de fortes correntes afeta a qualidade da água
em áreas sensíveis.
Os sólidos em suspensão também podem servir como suporte para muitos
poluentes adsorvidos (e em especial bactérias e vírus), o que impede a ação de-
puradora do ambiente marinho.
Por essas razões, alguns países proíbem qualquer tipo de descarga sem
urna eliminação parcial de sólidos em suspensão. Por exemplo, na França, após
o tratamento preliminar (gradeamento e remoção de areia e graxa) , obriga-se
eliminar, antes da descarga, cerca de 90% dos sólidos sedimentáveis (ou 50 a
60% dos totais de sólidos em suspensão). Essa regulação está no fato de que tais
resultados podem ser alcançados dentro de um processo físico simples como a
decantação por gravídade. Se os resultados tiverem de ser melhores (acima de
90% dos sólidos em suspensão totais), utilizam-se processos físico-químicos de
coagulação, .floculação e sedimentação. Processos biológicos como lodos ativados
e filtros biológicos também dão bons resultados para a remoção desses sólidos
e são recomendados para áreas denominadas sensíveis quando grande parte da
matéria orgânica deve ser eliminada antes da descarga dos efluentes no mar.
A princípio, toda a matéria orgânica gerada pelo esgoto urbano pode servir
de alimento aos organismos, havendo somente duas situações de risco ambiental
pela deposição desse material orgânico:
• quando o conteúdo ou a renovação de oxigênio dissolvído são inadequados
para garantir a biodegradação;
• e quando a água está estagnada ou sua renovação é insuficiente.
Outras desvantagens apontadas pela Usepa (1999) mostram que o cloro livre
é letal e seu efeito é mais rápido quando ocorre em baixas concentrações, meno-
res que as cloraminas. Durante a cloração, formam-se os chamados tri-halometa-
nos, ácidos acéticos halogenados e halofenóis, que são identificados corno tóxicos
ou considerados potencialmente carcinogênicos (Blatchley et a1, 1997; Brungs,
1973; Bull et a1, 1990; Kool et al, 1982; Meier et a1, 1987, todos apud Yang et
al, 2000).
Estando em forma livre, a toxicidade do cloro no meio ambiente aumen-
ta com a diminuição do pH e a elevação da temperatura. O cloro também pode
contribuir para o crescimento dos micro-organismos patogênicos, pois "quebra"
cadeias de proteínas em moléculas menores, peptídeos e outros aminoácidos que
podem ser utilizados pelos coliformes (Usepa, 1999).
OGuideline (Unep!WHO, 1996a) considera que essas desvantagens aponta-
das, principalmente no que se refere à eficácia na redução de patógenos, não são
controláveis na prática e sobrepõem-se às vantagens, que somente se apresenta-
riam no caso de uma continuidade na operação dos equipamentos de desinfecção.
Quanto à desvantagem econômica, Burrows et al. (1998) citam uma estimativa
realizada no Reino Unido: com 30% da população despejando seu esgoto em águas
costeiras, em que o custo da introdução de um tratamento secundário completo
deve ser 3 vezes maior do que a implementação de um emissário submarino.
f74 Emissários Submarinos, Dispersão de Efluentes e Processo de Licenciamento Ambiental
'
TABELA 20.3
Problemas comuns associados ao estabelecimento e à implementação de padrões,
principalmente em países em desenvolvimento
Guidelines são ado- Guidelines possuem valores de ai- Guidelines são diretamente colocados como padrões
todos como padrão cance mundial. Cada país deve nacionais, sem reconhecer as singularidades do país.
nacional. sendo adaptar-se, baseado em condições Os padrões são diretamente copiados, pela falta de
frequentemente locais (de ordem econômica, insti- confiança na capacidade em desenvolver conhe-
copiados de países tucional, tecnológica e climática), cimento, conveniência, falta de conhecimento ou
desenvolvidos resultando em padrões nacionais pelo pouco conhecimento transferido de consultorias
internacionais. Implicações de custo não são consi-
deradas. Os padrões tornam-se puramente teóricos e
não são implementados nem cumpridos
Valores de Guide- Valores de Guidelines devem ser Valores de Guidelines são tratados como valores
fines são tratados tratados como valores-alvo, depen- rígidos absolutos, sem reconhecer dificuldades em
como valores ab- dendo das condições tecnológicas. muitos países no cumprimento dos padrões
solutos e não como financeiras ou institucionais da na-
valores-alvo ção
Medidas de pro- Agências ambientais devem emi- Agências ambientais ou instituições financeiras não
teção que não tir as licenças e os bancos devem dão suporte a medidas de controle; sem licencia-
atingem os padrões prover fundos para medidas de mento ou financiamento. medidas intermediárias
recomendados controle (por ex., ETEJ com o intuito não são implementadas. A solução ideal. quando
não podem obter de melhorar a qualidade da água, aprovada. também não é implementada por falta
licença ou financia- mesmo que os padrões não sejam de fundos
mento imediatamente atingidos
Alguns padrões são Padrões devem refletir os objetivos Em muitos casos. os padrões são excessivamente
excessivamente res- e critérios de qualidade da água, restritivos. mais do que seria necessário para garantir
tritives ou tolerantes baseados na destinação do uso da o uso da água. Neste caso, frequentemente não são
água cumpridos. Projetistas também precisam utilizar fato-
res adicionais de proteção no projeto, aumentando
os custos. Em outros casos. os padrões são excessiva-
mente tolerantes, não garantindo a proteção pre-
tendida nos usos da água
Não há recursos Tecnologias de controle devem Tecnologias existentes são, em muitos casos, excessi-
tecnológicos para ter condições de financiamento vamente caras para os países em desenvolvimento,
o cumprimento dos nos países. O uso de tecnologia por não serem apropriadas ou por não haver priori-
padrões apropriada deve ser a meta a ser dade em sua utilização
alcançada
Impacto Ambiental e Gerenciamento Ambiental Integrado
Números de parâ- A lista de parâmetros deve refletir a Em alguns países. os padrões incluem uma lista com
metros são frequen- proteção desejada ao uso da água. excessivos parâmetros, muitos dos quais não apresen-
temente inade- sem excessos ou limitações tom importância regional atual; são muito caros para
quados (muitos ou monitorar ou não há capacidade laboratorial para
poucos) análises. Em outras situações, os padrões são cober-
tos por uma lista limitada de parâmetros. os quais não
são suficientes para proteger o uso da água
Requisitos para o Requisitos para o monitoramento e a Em muitos casos. os requisitos não são especifica-
monitoramento são frequência de amostragens devem dos, dificultando a interpretação dos resultados. Em
indefinidos ou inade- ser definidos para promover uma outros. requisitos de monitoramento são excessivos,
quados apropriada interpretação estatística elevando o custo de forma desnecessária. Em outros
dos resultados. A implicação de cus- casos. os requisitos são tolerantes. não permitindo
to para o monitoramento necessário uma confiança na interpretação dos resultados
deve considerar toda a estrutura de
regulamentações
Porcentagem de Deve estar claro como interpretar os A não-especificação de como tratar os resultados
cumprimento não é resultados do monitoramento e rela- do monitoramento pode conduzir a diferentes in-
definida cionar o comprimento dos padrões terpretações. resultando em posições divergentes
(por ex., valores médios, valores má- quanto ao efetivo alcance no cumprimento dos
ximos. valores absolutos. percentil ou padrões
outros critérios)
20.4.3 Brasil
O Brasil, com cerca de 8.000 lan de linha de costa, possui 12 emissários com mais
de 500 m de comprimento para a descarga de esgotos domésticos em oceano (Ce-
pis, 2003), sendo 8 localizados no Estado de São Paulo.
AResolução nº 357/2005 do Conama apresenta alterações significativas em rela-
ção ao estabelecimento de classes para as águas salinas e às diretrizes para o enqua-
dramento e controle da qualidade dos recursos hídricos. Há três classes, a saber:
Classe Especial-águas destinadas à preservação do equilfbrio natural das comuni-
dades aquáticas e dos ecossistemas em unidades de conservação de proteção
integral, conforme definido na Lei nº 9.985, de 17 de julho de 2000;
Classe 1 - águas que podem ser destinadas à recreação de contato primário, con-
forme Resolução nº 274 (de 29 de novembro de 2000), aquicultura e atividade
de pesca;
Emissários Submarinos, Dispersão de Eíluentes e Processo de licenciamento Ambiental
Classe 2 - águas que podem ser destinadas à pesca amadora e à recreação de con-
tato secundário;
Classe 3 -águas que podem ser destinadas à navegação.
Sobre o controle da qualidade de água, o art. 10, § 2°, estabelece que "os valo-
res máximos admissíveis dos parâmetros relativos às formas químicas de rútrogêrúo
e fósforo nas condições de vazão de referência, poderão ser alterados em decorrên-
cia de condições naturais ou quando estudos ambientais específicos, que conside-
rem também a poluição difusa, comprovem que esses novos limites não acarretarão
prejuízos para os usos previstos em seu enquadramento do corpo de água".
Já o art. 32 determina que nas águas de Classe Especial não serão permitidos
lançamentos de efluentes ou disposição de resíduos domésticos, agropecuários, de
aquicultura, industriais e de quaisquer outras fontes poluentes, mesmo que trata-
dos. Para as demais classes, o lançamento de efluentes deverá atender às condições
e aos padrões de lançamento, não ocasionando a ultrapassagem das condições e
dos padrões de qualidade de água estabelecidos para as respectivas classes, aten-
dendo a outras exigências aplicáveis.
O art. 33 ressalta que, "na zona de mistura de efluentes, o órgão ambiental
competente poderá autorizar, levando em conta o tipo de substância, valores em
desacordo com os estabelecidos para a respectiva classe de enquadramento, desde
que não comprometam os usos previstos para o corpo de água". O parágrafo único
complementa que "a extensão e as concentrações de substâncias na zona de mis-
tura deverão ser objeto de estudo nos termos determinados pelo órgão ambiental
competente, às expensas do empreendedor responsável pelo lançamento".
Oartigo anterior demonstra um avanço na questão da zona de mistura e rnorú-
toramento, permitindo a emissão de efluentes desde que o projeto, a operação e a
manutenção do sistema de lançamento estejam devidamente dimensionados para
as características locais da área escolhida para o despejo.
O art. 34 dispõe sobre as condições de lançamento de efluentes de qualquer
fonte poluidora, tanto de forma indireta corno direta, obedecendo às condições e
aos padrões previstos, corno não causar ou possuir potencial que resulte em efeitos
tóxicos aos organismos aquáticos existentes nos corpos de água. Neste caso, os
critérios de toxicidade serão os estabelecidos pelo órgão ambiental, de acordo com
os resultados de ensaios ecotoxicológicos padrorúzados (utilização de organismos
aquáticos e realizados no efluente).
A Resolução nº 397/2008 alterou o inciso Il do§ 4º e a Tabela X do§ 5º, ambos
do art. 34 citado, relacionados com a temperatura do corpo receptor e a alteração nos
padrões de lançamento de efluentes (parâmetros inorgârúcos e orgârúcos). Impor-
tante ressaltar que o § 7º preconiza que "o parâmetro rútrogênio amorúacal total não
será aplicável em sistemas de tratamento de esgotos sanitários".
20.4.4 China
A China tem cerca de 18.000 km de linha de costa, e as áreas costeiras tornaram-
se as mais desenvolvidas regiões do país nos últimos 20 anos, com a produção de
cerca de 3,56 bilhões de toneladas de esgoto doméstico e industrial (Guo, 2000).
A solução apontada por alguns especialistas corno apropriada para o problema do
esgoto foi a disposição marinha através de longos emissários submarinos. A questão
econômica foi preponderante na escolha, pois, segundo Guo (2000), a China não
teria condições de arcar com um tratamento avançado (utilizado em áreas costei-
ras de países desenvolvidos) para todo o esgoto produzido. O país possui cinco
Impacto Ambiental e Gerenciamento Ambiental Integrado f73
longos emissários submarinos em operação - não incluindo Hong Kong e Taiwan, e
excluindo também os que desembocam em rios como os de Xangai e Hangzhou. Há
ainda seis emissários que estão sendo construídos ou projetados e outros 15 estão
sendo planejados.
Com o intuito de compreender a técnica da disposição oceânica de efluente e
sua utilização no país, estudos foram realizados desde 1985, primeiro comparando
os custos de construção e operação entre longos emissários submarinos e trata-
mento convencional, assim como seus impactos ambientais. Nos últimos 10 anos,
maior atenção tem sido dada para os aspectos técnicos como projeto, construção
e intrusão salina.
De acordo com Guo (2000), duas situações opostas ocon-eram antes da im-
plementação de padrões de controle para a disposição de efluentes na China: em
algumas áreas, autoridades locais, com o intuito de resolver w·gentemente seus
problemas de poluição, promoveram a construção de emissários sem os devidos
cuidados, como levantamento das condições de descarga, parâmetros para a cons-
trução do sistema e estudo de impactos ambientais. Em outros locais, a questão
sobre emissários era tratada como uma "máquina poluidora", criando uma forte
oposição para a implantação.
Há na China as diretrizes Environmental Quality Standard for Sur:face Wa-
ter, Seawater Qualily Standard e Integrated Wastewater Discharge Standard,
que limitam as concentrações de efluentes industriais e domésticos descarregados
no mar. Estudos especillcos para a descarga oceânica foram realizados em projeto
conjunto com o órgão ambiental (State Environmental Protection Administra-
tion - Sepa) e South China Institute ofEnvironmental Sci,ences - SCIES para a
elaboração de padrões. Aidéia que norteia a emissão dessas diretrizes é que o esgoto
seja primeiro tratado em terra (estação de tratamento) para diminuir as concentra-
ções de poluentes (abaixo dos limites dados pelos padrões); em seguida, o efluente
é descarregado através do emissário com uma diluição inicial maior do que o valor
recomendado, sendo que, em média, a zona de mistura causada pela descarga seja
controlada como a menor área do que a definida pelas díretrizes. Como resultado
final, as concentrações de poluentes fora da zona de mistura deverão ser menores
que os valores correspondentes à qualidade da água do corpo receptor.
Azona de mistura pode ser definida como um invólucro que contém o campo de
esgoto com concentrações de poluentes acima do limite desejável para a qualidade
de água. De acordo com Guo (2000), o Standard for Pollution Control qf Sewage
Marine Disposal estipula os seguintes limites para a zona de mistura (Aa):
• se o esgoto é lançado em mar aberto ou em uma baía cuja área seja maior que
600 km2 ou um grande estuário, o máximo permitido será de 3 km2;
• se o esgoto é lançado em uma baía cuja área seja menor que 600 krn2, o má-
ximo permitido para a zona de mistura (em m2) deverá ser calculado pelas
equações
Aª = 2.400( L +200) e A
ª
=(~)x10
200
6
• o menor valor encontrado para os dois cálculos anteriores deverá ser conside-
rado como o máximo permitido para a zona de mistma.
fJO Emissários Submarinos, Dispersão de Efluentes e Processo de Licenciamento Ambiental
20.4.5 Escócia
A Scottish Environment Protection Agency - Sepa possui regulamentações em
relação a·diluição inicial e zonas de mistura para as descargas oceânicas pro-
cedentes de emissários. A primeira, emitida em 1998 (Sepa, 1998), estabelece
critérios para a quantificação dos processos de diluição inicfal, reconhecendo que
há diferentes graus de complexidade e especificidades locais envolvidas, depen-
dendo da natureza e composição da descarga, e da dinâmica e da sensibilidade
do corpo receptor. O objetivo em definir zonas de mistura é permitir que critérios
científicos norteiem as descargas e que possam ser relacionados prontamente
com as concentrações de efluentes no trecho final dos difusores e os critérios de
projeto.
Em termos de diluição inicial, a agência escocesa determina que, para descar-
gas de esgoto projetado para wna população equivalente maior que 100, deve-se
observar:
• diluição inicial múlima de 100 vezes (95 percentil) para efluentes com trata-
mento primário;
• diluição inicial mínima de 50 vezes (95 percentil) para efluente com tratamen-
to secundário, incluindo tanque séptico.
Não havendo a proteção ecológica das águas marinhas, uma licença (ou per-
missão) do NPDES não será emitida.
Para implementar a Seção 403, a EPA desenvolveu os princípios para a descar-
ga oceânica (OceanDischarge Guidelines, 40 CFR Parte 125, SubparteM, de 3 de
outubro de 1980), os quais especificam os fatores ecológicos, sociais e econômicos
a ser utilizados para a emissão da licença quando da avaliação do impacto de uma
descarga. Entre as definições está o da zona de mistura, que significa "a zona que
se estende a partir da superfície até o leito marinho, expandindo-se laterahnente
até uma distância de 100 m em todas as direções a partir do ponto de descarga ou
até o limite da zona de diluição inicial, calculado através de um modelo de pluma
aprovado pelo responsável (da licença), a menos que este determine uma zona de
mistura mais restritiva ou outra definição de zona de mistura mais apropriada para
uma descarga especifica".
Os dez princípios (Guidelines) a serem considerados na determinação de
uma degradação excessiva do ambiente marinho são:
• Quantidades, composição e potencial bioacumulação ou persistência dos po-
luentes a serem lançados.
• 'Iransporte potencial dos poluentes mediante processos biológicos, físicos ou
químicos.
Emissários Submarinos, Dispersão de Efluentes e Processo de Licenciamento Ambiental
TABELA 20.4
Comparação dos padrões de qualidade da água e o processo de licencia·
mento da Seção 403 Princípios da descarga oceânica(§ 125.122)
,.
Guidelines para a
Ferramentas com base no comparação da
descarga oceânica
qualidade da água
(§ 125.122)
1. Quantidades, com- • Análise química específica do efluente
posição e potencial - caracterização do efluente
bioacumulação - avaliação da bioacumulação
ou persistência dos • Avaliação da persistência da toxicidade do efluente
poluentes a serem
lançados
2. Transporte potencial • Análise química específica do efluente
dos poluentes por - avaliação da bioacumulação
processos biológicos, • Modelagem do destino e transporte
ffsicos ou químicos -coluna d'água
-sedimento
• Critérios para sedimento (em desenvolvimento)
Impacto Ambiental e Gerenciamento Ambiental Integrado fJ1
TABELA 20.4 (Continuação)
Guidelines para a
Ferramentascom base na comparação da
descarga oceânica
qualidade da ·água
(§125.122)
3. Composição e vul- • Estado-padrão da qualidade de água
nerabilidade das - designação na determinação de uso, incluindo as
comunidades poten- comunidades biológicas
cialmente expostas - critérios químicos específicos da qualidade de água
- teste de toxicidade do efluente
- critérios/bioensaios: avaliação da condição biológica
de um corpo d'água
• Considerações sobre a zona de mistura
- não deve afetar um único ou crítico habitat
- não deve restringir a passagem de organismos nada-
dores
- não deve invadir áreas usadas para captura de
peixes
4. Importância da área • Estado-padrão da qualidade de água
do corpo receptor - determinação de uso, incluindo considerações sobre
para a comunidade a existência de comunidades biológicas e recursos
ao redor naturais
- critérios/levantamentos biológicos
5. Existência de locais • Estado-padrão da qualidade de água
aquáticos especiais - determinação de uso, incluindo considerações sobre
a existência de comunidades biológicas e recursos
naturais
- critérios/levantamentos biológicos
• Considerações sobre a zona de mistura
- não deve afetar um único ou crítico habitat
6. Impactos potenciais • Estado-padrão da qualidade de água
diretos ou indiretos - critérios de qualidade da água para a proteção da
sobre a saúde hu- saúde humana
mana • Considerações sobre a zona de mistura
- não deverá invadir a tomada de água para consu-
mo humano
- não deverá ser projetada para resultar em riscos
significativos para a saúde no consumo de peixes e
frutos do mar
7. Existência de jou • Estado-padrão da qualidade de água
potencial) área re- - considerações de uso, incluindo a existência de co-
creacional e pesca munidades biológicas e pesca
comercial • Considerações sobre a zona de mistura
- não deve invadir áreas usadas para captura de pei-
xes
8. Qualquer exigência • Processo de certificação do gerenciamento costeiro
estabelecida dentro
de um plano de ge-
renciamento costeiro
9. Outros fatores rela- • Estado-padrão da qualidade de água
cionados com os - critérios para sedimento
efeitos da descarga • Exposição e distribuição da carga de esgoto
que possam ser im- • Outro
portantes
1O. Critérios de qualida- • Critérios químicos específicos para a qualidade da
de da água marinha água domar
Fonte: Usepa.
Emissários Submarinos, Dispersão de Efluentes e Processo de Licenciamento Ambiental
São classificados como zonas sensíveis os lagos naturais, outros corpos de água
doce, estuários e áreas costeiras que estão eutrofizados ou que sofrerão eutrofiza-
ção num futuro próximo caso nenhuma medida de proteção seja adotada. Locais
utilizados para a captação de água potável também são classificados como zonas
sensíveis. E qualquer extensão de água que pertencer a uma dessas categorias po-
derá também ser identificada como zona sensível.
ATab. 20.5 apresenta os requisitos exigidos pela Diretiva nº 91/271/CEE, rela-
tiva ao tratamento de águas residuais urbanas, alterada pela Diretiva nº 98/15/CEE,
de 27 de fevereiro de 1998. Aemenda refere-se aos valores dos parâmetros fósforo
orgânico e nitrogênio total.
Impacto Ambiental e Gerencíamento Ambiental Integrado fJ!)
TABELA 20.5
Requisitos exigidos pela Diretiva nº 91 / 271 / CEE,
com emenda da Diretiva nº 98/ 15/ CEE
Porcentagem mínima
Parâmetros Concentração
de redução
sensíveis (Comissão Europeia, 2002). Com exceção de Portugal, que entrou com
um processo de derrogação para a Costa do Estoril (720.000 p.e.) o qual está em
andamento, os demais países citados estão em processo por infração decretada
pela Comissão. ·
Figura 20.18
Sistema de coleta Esquema de um sistema de coleta.
EPC e emissário submarino no Mar
Mediterrâneo. [Unep/WHO, 1996(0)]
Uma das menções comuns aos documentos eilitados pela Unep/WHO (1996a,
b) refere-se à descarga oceânica por meio de emissários, particularmente para:
• O comprimento, a profundidade e a posição dos difusores, avaliando-se os mé-
todos utilizados para o pré-tratamento dos efluentes.
• A exigência de tratamento específico para determinados efluentes.
• A qualidade da água do mar, em relação à proteção da saúde humana e dos
ecossistemas.
• O controle e a progressiva substituição de produtos, instalações e outros pro-
cessos que causem significativa poluição ao meio ambiente.
• Critérios específicos no que se refere a descarga de substâncias, suas concen-
trações e critérios para a sua disposição final.
Nesse último aspecto, podemos considerar que tais critérios são aqueles que
estabeleçam rúveis máximos de concentração permitidos para os efluentes serem
descarregados em áreas menos sensíveis, descritos ante1iormente, e os Estados-
membros deverão revisar essa classificação pelo menos a cada 4 anos (Burrows et
al., 1998).
Com o propósito de proceder à licença das descargas de efluentes, o (}uideli-
ne (Unep/WHO, 1996b) cita que devem ser observadas as seguintes caracteristicas
e composição das descargas:
o o tipo e o tamanho do ponto ou da fonte difusora (por exemplo, se é pro-
cesso industrial);
o o tipo de descarga (por exemplo, a origem e a composição média);
o estado do esgoto (semissólido, líquido);
o quantidade total (por exemplo, volume descarregado por ano);
o padrão da descarga (contínuo, intermitente, variação sazonal etc.);
o concentrações dos constituintes mais relevantes;
o propriedades físicas, químicas e bioquímicas do efluente.
fJ2 Emissários Submarinos, Dispersão de Efluentes e Processo de Licenciamento Ambiental
- ,,
TABELA 20.6
Critérios para monitoramento de efluentes domésticos
-
Valores para os limites
Percentil Percentil
TABELA 2 0 .7
Critérios de balneabllidade recomendados para a modelagem
Percentil
Parâmetros Unidade Obs.
80% 95%
A. Bacteriológicos
1. Coliformes fecais n/100 ml 100 2.000 Áreas de
2. Estreptococos fecais n/100 ml 100 400 balneabilidade
Parâmetros Unidade 50% 90% Obs.
B. Físicos
3. Cor mg Pt-col/L 10 30 +
4. Sólidos em suspensão mg/L 1.3VN l ,SVN ++
e. Químicos
5. Oxigênio dissolvido mg/l 6 s Superfície
6. Nitrogênio amoniacal mgN/l o.os 0.12
7. Ortofosfato dissolvido mgP/L 0.02 o.os
Fonte: Unep/WHO (1996a).
+ a ser observado no ponto de superfície da pluma
++ VN = valor normal na área antes da descarga
..
TABELA 20.8
Parâmetros para o esgoto doméstico (estimados para a época de estiagem)
Parâmetros Valores
Vazão de projeto 7 L/s 1.000 pessoas
Coliformes fecais 107/100 ml
Estreptococos fecais 2.106/ l 00 ml
Nitrogênio amoniacal 7,5 kg/dia 1.000 pessoas
Ortofosfato dissolvido 3 kg/dia 1.000 pessoas
Sólidos em suspensão 80 kg/dia 1.000 pessoas
Fonte: Unep/WHO (1996a).
aparenta ser suficiente para a eficiência na disposição oceânica, mas, por estar em
local mais abrigado, efetivamente o comprimento acaba não sendo suficiente para
dispor os efluentes em mar aberto. No caso do Mar Mediterrâneo, o Guideline
recomenda que o emissário· não deva estar afastado mais de 5 milhas da costa (ou
aproximadamente 9 km). Quanto ao comprimento total do emissário, o mesmo do-
cumento sugere a extensão de 1.500 m (além dos 300 mde área de proteção) e pro-
fundidade mfnima de 15 m. Outras regiões sob dorrúnio de legislação local adotam
comprimento de 1.000 me 30 m de profundidade (Ligúria, Itália) e 1.300 me 20 m
(Turquia), mostrando que não há uma uniformização nas condições ditas rrúnimas
para a implantação de um emissário (Avanzini et al., 1997).
Toda a área ao redor do emissário a ser proposto (cerca de 20 km) e que
contenha atividades que necessitem manter a qualidade de água e todas as áreas
sensíveis que poderão ser afetadas pela descarga deverão ser estudadas e plotadas
em mapas apropriados. A distância entre o ponto de descarga e a linha que cerca
essas zonas (com uma faixa de proteção adicional de 300 m) deverá ser usada para
a modelagem, considerando a diluição obtida pelo emissário.
Para avaliar o grau de saturação na área afetada, todas as descargas deverão
ser identificadas em um raio de 20 km ao redor do emissário proposto. A combi-
nação de cargas de esgoto do emissário projetado mais as descargas existentes na
área de diluição não deverá exceder a 10.000 pessoas-equivalentes por hectômetro
cúbico de água do mar. Uma observação feita nesse sentido é que, para checar essa
condição, o volume que corresponde à faixa de 20 km, com uma largura igual a 2
vezes o comprimento médio dos emissários contidos nessa área, pode ser conside-
rado. Tal descrição é uma aproximação que terá de ser confirmada (sempre que
possível) por outros métodos mais precisos.
O estudo de correntes superficiais predominantes deve ser sempre incluído
nos projetos de emissários, embora somente para os menores emissários tais cor-
rentes influam na vazão entre o ponto de descarga e as áreas afetadas, com uma ve-
locidade de 30 cm/s, sendo aconselhável um estudo utilizando traçadores lançados
no ponto de descarga projetado.
Estudos de corrente de superfície para o projeto de emissário submarino de-
vem preferencialmente cobrir diferentes condições climáticas, incluindo pelo me-
nos o verão. Tais levantamentos, com duração de 3 a 4 dias, são suficientes para a
obtenção de dados. O estudo dos padrões de vento na área de descarga comple-
menta o resultado dos estudos em campo das correntes. Se não houver uma estação
meteorológica próxima ao local onde será proposto o emissário, tais medidas serão
usadas para prever a rosa de ventos na área de descarga. Correntes de superfície
podem ser estimadas assumindo que possuam velocidade igual a 1% da velocidade
do vento, quando no mesmo rumo.
Outras características citadas na maioria dos manuais e guidelines para o pro-
jeto e modelagem de emissários submarinos recomendam medidas e estudos de
outros parâmetros e caracteristicas do corpo receptor. Entre os comumente reco-
mendados estão as medições contínuas de correntes, os coeficientes de dispersão
horizontal e vertical, o decaimento bacteriano ou T90, a temperatura da água, o per-
fil de densidade e as comunidades bênticas. Embora essas informações aumentem o
conhecimento da área de descarga, em grande parte das situações no Meditenâneo
e para médios e pequenos emissários tais estudos não são indispensáveis para a
projeção e o cálculo do emissário, e o esforço necessário para a requerida acurácia
normalmente excede os recursos disponíveis (Unep/WHO, 1996a).
Impacto Ambiental e Gerenciamento Ambiental Integrado
TABELA 20.9
Valores propostos para a modelagem computacional de emissários
Parâmetros Valores
Correntes de superfície 20-30 cm/s
Coeficiente de dispersão horizontal 300 cm 2/s
Coeficiente de dispersão vertical 100 cm2/s
Coliformes fecais T90 1,5-2,5 h
Estreptococos fecais T90 2,5-3,5 h
Fonte: Unep/WHO (1996a).
(Jiang et al., 2001), mas esses potenciais indicadores não são utilizados para a de- ..
terminação da qualidade de água.
Os perfis de temperatura em uma área de descarga são usados para esµmar a
possibilidade de a pluma sér contida, reduzindo o impacto na superfície e o trans-
porte de poluentes através da costa, mas isso pode deixar um acúmulo de conta-
minantes no fundo marinho e encobrir a ressurgência perto da costa. A precisa
determinação do perfil de densidade é um exercício que demanda tempo e requer
o uso contínuo dos dados de temperatura e salinidade. Além disso, a estratificação
das massas de água é um fenômeno não previsível com grande acurácia. Portanto,
para a maioria dos pequenos e médios emissários, não é justificável realizar tais
estudos.
Omapeamento e a caracterização das comunidades bênticas é também outro es-
tudo ambiental recomendado para o projeto de emissários submarinos. Para a maio-
ria das situações, uma coleta da epifauna é suficiente e, assim como os parâmetros
citados anteriormente, estudos detalhados poderão ser feitos se houver recursos dis-
poníveis, mas terão repercussão marginal sobre o projeto (Unep/WHO, 1996a).
Caixas de gordura são dispositivos de fácil construção, e seu uso é restrito aos
menores emissários, em vista do problema de operação associado à necessidade de
remoção do material que se acumula na superfície do tanque. A produção de odor
é outro fator que restringe sua utilização.
A remoção de areia transportada pelo esgoto é necessária para impedir seu
acúmulo no interior da tubulação. Adequar a velocidade de transporte também pa-
rece ser suficiente para contornar essa questão, sem incorrer em custo e problemas
operacionais desse tratamento. Quando há a necessidade de remoção, são utiliza-
das peneiras rotativas que permitem o assentamento da areia enquanto a maioria
das partículas orgânicas permanece em suspensão. Para médios e pequenos emis-
sários, a melhor solução é a construção de um canal com velocidade horizontal
constante, sendo sua seção parabólica projetada para manter uma velocidade pró-
xima a 0,3 m/s.
A remoção de sólidos em suspensão é recomendada para ser incluída em pro-
jetos de emissários submarinos que sirvam cidades com mais de 50.000 habitantes,
e o Guideline a recomenda para emissários que atendam mais de 10.000 pessoas.
Aremoção pode ser feita com milipeneiras, sedimentação e flotação. Para a maioria
das situações, milipeneiras e especialmente a sedimentação são as melhores esco-
lhas por causa do seu baixo custo e simplicidade, embora o controle do odor deva
ser sempre considerado quando a estação de tratamento está situada perto da cos-
ta. Aflotação proporciona o melhor tratamento, mas é um processo mais complexo,
que requer o uso significativo de energia elétrica para o seu funcionamento e maior
manutenção do que os outros anteriormente citados.
A recomendação do Guideline (Unep/WHO, 1996a) para a desinfecção atra-
vés de processos naturais prevê a utilização de lagoas ou tanques (com irradiação
solar) corno a melhor solução para áreas sensíveis. É especialmente indicada para
localidades com grandes espaços livres. O sistema deve consistir de duas a três
lagoas ou tanques em série, com profundidades respectivas de 1 m, 1 m e 0,5 me
entre 6 semanas e 3 meses de retenção para o sistema. Aárea total recomendada é
de 1 a 2 hectares para cada grupo de 1.000 pessoas. Esse tipo de sistema permite
a sedimentação dos sólidos em suspensão, a biodegradação da matéria orgânica e
a desinfecção microbiana.
O processo sofre influência de vários fatores, como diluição, dispersão, radia-
ção solar, salinidade, temperatura, valores de pH, presença de substâncias tóxicas,
competição por nutrientes e predação, observados em vários estudos (Anderson et
al., 1979; ]wres, 1977; El-Sharkawi et al., 1989; McCambridge e McMeekin, 1981;
McFeters e Stuart, 1972; Scheuerrnan et al., 1988; Solice Krstulovic, 1992, apud
Yang et al., 2000). Em estudos laboratoriais, Yang et al. (2000) observaram que um
efluente com tratamento primário pode ser lançado no mar em locais com inten-
sa radiação solar e, em conjunto com a salinidade, a desinfecção será realizada,
tornando-se desnecessária a cloração.
Embora o bombeamento seja indispensável para colocar o efluente em terra,
a maioria das pequenas cidades do Mediterrâneo possui terrenos baratos e dispo-
rúveis para esse tipo de tratamento, tendo a vantagem adicional de reúso de parte
ou total do efluente na agricultura. Esse tipo de tratamento é considerado ideal
para pequenos emissários que atendam mais de 10.000 pessoas. Uma precaução
necessária na sua construção é impedir a contaminação do lençol freático existente
na região.
Impacto Ambiental e Gerenciamento Ambiental Integrado b01
O processo permite a redução de 102 a 103 de coliformes totais por 100 mL,
mas quando não é possfvela utilização desse tipo de sistema, o abatimento da carga
microbiana aceitável é entre 104 e 105, para o efluente entre a saída da est.ação de
tratamento e a qualidade da água do mar na área de recreação (contato primário).
Nesse caso, a solução é o lançamento da descarga a certa distância das áreas sen-
síveis, garantindo uma adequada diluição hidráulica e tempo para o decaimento
bacteriano, promovido pela capacidade depuradora do meio marinho.
nos elevados valores do período noturno de T90 para a maioria dos organismos
indicadores e na longa persistência dos vírus patogênicos na água do mar.
Oprojeto de um emiss~rio deve ser concebido para uma pior situação p9ssível,
sem a vantagem de algum aparato, dada a instabilidade do fenômeno.
Para prevenir o entupimento dos difusores, a velocidade de descarga poderá
ser de 1 m/s, mas não ultrapassar 2 m/s para reduzir a perda de carga.
Em locais onde existe variação drástica de vazão entre os períodos do verão e
inverno, o bombeamento é considerado. O uso de lagoas de estabilização é também
muito efetivo e deve ser levado em conta sempre que possível.
-- ·- - - ..
TABELA 20.1 O
Intervalos de velocidade de fluxo para emissários submarinos de PEAD
Tamanho do tubo (cm) Intervalos de velocidade (m/ s)
10-30 0,7-2
25-50 1,2-3
40-75 2-4
Fonte: Reiff (2002).
Quanto às desvantagens:
a) Os custos de construção e operação podem aumentar significativamente
por causa da extensão da rede coletora e da instalação de mais estações
elevatórias.
b) Interrupções em urna instalação centralizada podem prejudicar a qualidade
e os fluxos do efluente em urna grande área geográfica, quando comparada
com urna área menor e localizada de urna estação de tratamento de peque-
no porte.
c) Uma grande estação de tratamento concentra efluente em um só ponto de
descarga, podendo prejudicar a capacidade assimilativa do corpo receptor, en-
quanto a capacidade depuradora de toda a extensão de um rio, muitas vezes,
não é utilizada com numerosas e pequenas descargas de estações de tratamen-
to dispersas.
d) Há uma dificuldade crescente em alocar os respectivos custos aos usuários.
e) Há um aumento significativo na vulnerabilidade do sistema em caso de falhas,
quebras e acidentes no processo de tratamento.
f) Ofinanciamento da obra é mais complexo.
g) Deverá haver aumento em medidas de segurança, capacidade disporúvel e pro-
gramas de controle para prevenir ou reduzir danos às águas receptoras.
Embora cada caso deva ser estudado, há um procedimento geral a seguir, se-
gundo o Guideline da Unep/WHO (1996b). Com o objetivo de estimar corretamen-
te os efluentes líquidos provenientes de fontes domésticas, a figura seguinte (ver
Fig. 20.19) ilustra os passos a serem considerados.
Impacto Ambiental e Gerenciamento Ambiental Integrado bO3
Figura 20.19
Estimativa dos efluentes provenien-
Autoridades tes de fontes domésticas.
responsáveis
Dados Disposição
populacionais do efluente
doméstico
Situação
Suposições para a
avaliação mencionada
Verificação das
suposições·
Efluente doméstico e
cargas de poluentes
Consumo de água
Distribuição
da população
Legislação
Fiscalização
Padrões
Aplicação
dos padrões
ambientais
Permissões
Informação,
validação
e avaliação
Emissão
e revisão
da licença
....
Ll,I
oci::
...z
o
u
g
zIU
~
<
Ili::
...oz
o
~
Emissários Submarinos, Dispersão de Efluentes e Processo de Licenciamento Ambiental
Figura 20.22
Procedimentos poro os controles de
descargos por meio da qualidade Definição
ambiental do uso do água. (Unep/ da área e
WHO. 1996b} classificação de uso
Decisão de níveis
de qualidade
requerida
Seleção de
possíveis pontos
de descarga
Acesso ao tratamento
para verificar
determinadas cargas
Selecionar
' a melhor
solução
Monitoramento
Instalação Efluente
de tratamento e águas
por emissário costeiras
Operação
da
instalação
Impacto Ambiental e Gerenciamento Ambiental Integrado
21 Dragagem e
Derrocamento 625
22 Dimensões Básicas
das Hidrovias e Obras
de Melhoramento
'I
para a Navegação 65 7
23 Obras de
Normalização e
Regularização do
Leito 673
24 Eclusas de
Navegação
e Capacidade
do Tráfego em
. Hidrovias 707
25 O Papel da Aquavia
na Economia
Contemporânea 745
DRAGAGEM E
DERROCAMENTO
21 .1 DRAGAGEM
21 .1.1 Introdução
O serviço de dragagem consiste na escavação e remoção (retirada, transporte e
deposição) de solo, rochas decompostas ou desmontadas (por derrocamento) sub-
mersos em qualquer profundidade e por meio de variados tipos de equipamentos
(mecânicos ou hidráulicos) em mares, estuários e rios. Neste item estão considera-
das somente as dragagens em lâminas d'água de até cerca de 30 m de profundidade
para fins de navegação.
As dragagens fluviais envolvem normalmente menores volumes do que as ma-
rítimas, pois as profundidades são reduzidas (abaixo de 5 m), e são realizadas so-
mente sob a ação de correntes, o que reduz o porte dos equipamentos. Dependen-
do da largura do canal fluvial, pode ser realizada a escavação a partir da margem
por escavadeiras, embora preponderem os equipamentos flutuantes.
As dragagens de implantação, efetuadas para a implantação de um deter-
minado gabarito geométrico (profundidade, largura e taludes), diferem das dra-
gagens de manutenção, efetuadas sistematicamente para manter o gabarito. De
fato, as primeiras acarretam um maior volume de serviço, uma vez que na implan-
tação existe a necessidade da acomodação do terreno virgem ao gabarito impos-
to, estando sujeita a deslizamentos de taludes até se conseguir a estabilidade das
rampas.
O objetivo de gestão de curto prazo de uma dragagem consiste na escavação
de material de acordo com um determinado gabarito de navegação especificado. As-
sim, na Fig. 21.1 apresentam-se curvas características de assoreamento no Canal de
Acesso ao Porto de Santos (SP), levantadas após as dragagens de manutenção feitas
em 1973, 1974 e 1975, sendo esquematizadas as curvas de evolução temporal do
alteamento dos fundos em função das cotas finais de dragagem. Oobjetivo de gestão
de longo prazo de uma dragagem diz respeito à localização do despejo dos dragados
(bota-fora) de modo a compatibilizar os aspectos técrúco-econômicos, economica-
mente evitar o retorno dos materiais dragados, e ambientais (ver Fig. 21.2). Agestão
626 Dragagem e Derrocamento
-11,00
MNIMMINEMMUMNIUMME IMUNIMMENN
NIMMENNUMEMENNOM IMMENUMMEMM
111111111111 IMMUMMIN NIEMMINUMM
DEMEMERMIN MMEMINWAINAMINUMEMEN
- 11,50 WINMUMNIMOMMEMNIMMIEMENNIMM
emenneememememememenememenemee
meneemenreemememememememeemem
IMMMUMMINUMMINUMMEMMUMUMMIUMIN
MENNUMNIMMEMNIMMUMMUMMEMMEMEM
N -12,00 EINMENVOMMUUMNIUMMERNIMMOMEMEM
o MIIMMERNMEMMUNNUMMINMENN ►AMMUMM
IMMINVOMINMEMMUMORENNUMOMMENN
MMNINUMMENUMMERIMMEN
MEMINU
1111 INAMMEMNIMEMUMNIMMENNUMMEM
E-12,50 menesammenemeememememememememem
MININUMMENUNNOMMUMMINNIMMEMMIN
o NIMMANUMMIMMIUMMEMMUMMINUMMIM
O MUNIUMENOMMAMMENUMMENNEMEMMUN
U -13,00
Ir
MANUMMINUMINNIMMUMEMUMM
WAIMMUNINMENNEMMEMMENNUMMINIE
MENNEMMEMMEMEMMENUMMENUMMEN
NIONMENNEMMAIMMENUMMININUMMININ
IIMMINUMMUMMENNUMMEMMUMMENNMENE
UNIMMEMMUMMEMEMMENNEMINNIMMUM
- 13,50 IMMINIMMEMIERMUMINUMMUMMUMMEN
MEMMUMMENNIMMENNEMMENNEIMMINE
NIENMENIMMINNUNNUMMINNUMMEMEM
MEMEMMENNIAMMENNUMMENNEMENNEM
MIMUMMUMMENMENUMMUMMUMMENNIMM
- 14,00
1973 1974 1975 1976
Tempo
Figura 21.1
(A) Curvas características de assoreamento na curva do Canal de Acesso ao Porto de Santos e esquematização da evolução
temporal do assoreamento no canal externo na curva do Canal de Acesso ao Porto de Santos. Tendências (1, 2 e 3), dragagem
(D). (Brasil, 1977) (B) Áreas de despejo dos dragados do Porto de Santos utilizadas no século XX.
APIap"all
pj
Valores
Parâmetros Unid. Mín. Max. Médio Mín. Máx. Médio Mín. Max. Médio Mín. Max. Médio
C°rren 'k
ik- METAIS 4.
Cádmio (Cd) mg/kg 6,16 93,33 30,69 3,83 31,44 10,85 3,50 38,03 12,00 < 1,00 7,69 4,92
Chumbo (Pb) mg/kg 19,13 593,65 261,41 16,02 82,38 32,62 11,62 69,78 31,67 17,38 59,06 31,19
Cobre (Cu) mg/kg 4,81 190,51 80,74 6,44 42,28 17,65 5,03 43,61 17,92 1,99 79,15 24,26
Cromo (Cr) mg/kg 54,96 206,10 118,97 22,16 71,27 46,04 33,16 80,71 46,58 29,81 90,00 63,55
Ferro (Fel mg/kg 5,11 41,59 19,76 2,73 14,61 5,96 2,05 6,29 4,25 1,99 4,72 3,33
Mercúrio (Hg) mg/kg < 0 50 <0,50 <0,50 <0,50 <0,50 <0,50 <0,50 <0,50 <0,50 <0,50 <0,50 <0,50
Bacia de evolução Níquel (Ni) mg/kg 14,21 193,97 71,73 15,45 44,87 28,47 12,37 50,82 26,97 15,53 39,57 24,92
Vanádio (V) mg/kg 28,74 136,19 57,90 17,64 65,00 50,39 23,49 74,95 47,57 30,39 49,23 41,98
T8 B
Zinco (Zn)
GLOBAIS
Sólidos finos
Sólidos voláteis
Cianetos
mg/kg
% p/p
% p/p
mg/kg
27,63
23,80
4,54
1,73
2.491 53 963,97
mrr-
58,90
7,09
6,60
40,42
5,84
3,43
48,85 255,56 104,86
4,07
1,86
Amônia mg/kg 6,12 297,92 237,58 20,50 395,18 183,25 21,08 364,57 171,61
RESULTADOS ANALÍTICOS ORGÂNICOS
Procedência/seção
AA BB CC GG
Valores
G G
Parâmetros Unld. Mín. Max. Médio Mín. Max. Médio Mín. Max. Médio Mín. Máx. Médio
Figura 21 .3
(A) e (B) Pá de arrasto (dragline)
em operação na manutenção da
profundidade do Rio Tietê em São
Paulo (SPJ.
(C) Nas obras junto ao Espigão Nor-
te do Complexo Portuário de Ponta
da Madeira da Vale em São Luís
(MA). (São Paulo, Estado/DAEE/SPH/
CTH/FCTH)
Figura 21.4
Operação na manutenção da pro-
fundidade do Rio Tietê em São Pau-
lo (SP). (São Paulo, Estado/DAEE/
SPH/CTH/FCTH) .
Figura 21.5
(A), (8) e (C) Draga de caçamba
de mandíbulas operando no Com-
plexo Portuário de Ponta da Madei-
ra da Vale em São Luís (MA). (São
Paulo, Estado/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
{JO Dragagem e Derrocamento
Figura 21.6
Visto lateral de drogo de caçamba Nas Figs. 21.5(A) e (B) está apresentado este equipamento com um sistema
autolronsporlodoro. estacionário de pontão ancorado, e na Fig. 21.6, uma draga autotransportadora,
com cisternas dotadas de portas de fundo acionadas por sistema hidráulico para
despejo dos dragados.
Adraga autotransportadora mecânica, como a mostrada na Fig. 21.6, é vantajosa
em canais muito movimentados ou portos onde o tráfego e as condições de operação
vedam o uso de dragas estacionárias, com suas linhas de recalque .flutuantes, cabos
de amarração, embarcações auxiliares etc. Também capaz de operar em estados do
mar mais severos, em que não é viável a operação de dragas estacionárias. Outra
vantagem é a sua rápida mobilização pela sua autopropulsão. Aobra de dragagem é
rapidamente efetuada percorrendo a extensão do canal sem bloqueá-lo, enquanto
as dragas estacionárias têm avanços muito laboriosos. Podem efetuar cortes pro-
fundos em todo o comprimento de um banco, de modo a concentrar o escoamento
das correntes e induzir erosão, sendo, portanto, de melhor desempenho em leitos
arenosos. Também é favorável a acessibilidade permitida por esse equipamento a
áreas de despejo profundas e distantes.
Como aspectos desfavoráveis a considerar, pode-se elencar o seu custo, uma
vez que deve atender às condições de navegação rnaritirna, com a tripulação afeita
às lides do mar. A operação de despejo é também muito cara. É um equipamento
que não pode operar num padrão irregular, nem operar próximo a píeres ou obstru-
ções, em águas muito rasas, com materiais muito duros.
De um modo geral, são equipamentos escavadores de baixo custo, exigem re-
cursos humanos de modesta capacitação, permitem operação com condições de
agitação (caçambas operadas por cabos) e em maiores profundidades, bastando
estender o comprimento de cabo no tambor. Suas desvantagens são a baixa capa-
cidade, sendo indicada para serviços localizados; não é eficiente na dragagem de
material muito fluido.
Figura 21.7
(A) Draga de pá escovadeira e batelão no Rio Pinheiros.
(B) e (C) Draga de pá escavadeira e batelão no Rio Tietê em São Paulo (SP). (São Paulo. Estado/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
Figura 21 .8
Draga de pá escavadeira estacionária.
{J2 Dragagem e Derrocamento
A draga de alcatruzes (ver Figs. 21.9 a 21.12) utiliza uma cadeia sem fim móvel de
caçambas (rosário), montada numa lança, que escava o fundo próximo ao tombo
Figura 21.9 inferior, roldana-guia da lança movida pelo rosário, e eleva o material para o tombo
Representação esquemático de superior, do qual parte a geração do movimento do rosário, onde cada caçamba
uma drogo de olcotrvzes.
Rotor de Tombo
transmissão superior
Vista lateral
Rosário
(cadeia de
alcatruzes)
\. . . . . . ...-···"
i6~~1 t Guincho
\ da lança
rm--m"'---__.,..--+------1'-f----------+-~----,;,,-..
Dolo fixa
b. . . . . .. . ... .._.
a_;-t--+-,
/
; Guincho de Guincho de Guincho
popa de manobras dos Guincho de proa
boreste batelões de proa de boreste Planta
Dra a em {JJ
Figura 21.10
(A) Draga mecânica de alcatruzes
com detalhe do rosário.
(8) Draga operando em Santos (SP).
Figura 21.11
Draga de alcatruzes - perfil de es-
cavação.
{J4 Dragagem e Derrocamento
Figuro 21.12
Esquema operacional de uma dra- Âncoras do través de bombordo
ga mecânica de alcatruzes. Cabos de través de bombordo
Rebocador
o'f :
Cabo :
Drag~\
·~
T··-o
· Cabo-guia (proa)
de popa : _
:-·- ---.-·,..., c abos de través
ó ô de boreste
Ora a em {Jf
descarrega sua carga e retoma para outra. Abaixo do tombo superior situa-se a
caixa de lama que recebe a descarga das caçambas, estando dotada de dispositivo
distribuidor que descarrega os dragados para um bordo ou outro, conforme o posi-
cionamento dos batelões que transportam o material para o despejo.
A draga de alcatruzes estacionária opera posicionando-se com cabos presos
em âncoras (ver Fig. 21.12) ou em pontos nas margens. Na Fig. 21.13 apresenta-se
um esquema operacional de uma draga de alcatruzes.
De um modo geral, suas vantagens são operação contínua, alta força de corte,
rrúnima diluição, aplicação em grandes projetos de implantação de canais e boa
capacidade de escavação (inclusive das partículas maiores) com maior rendimento
para dragas de grande capacidade dragando material homogêneo, sendo então in-
dicadas para trechos fluviais de rios de grande porte, flúvio-marítimos e estuarinos.
São convenientes para dragar localizadamente junto ao cais, onde há muita sujeira,
como restos de madeira e outros detritos, o que produz frequentes entupimentos
nas tubulações e bombas das dragas hidráulicas. Suas desvantagens consistem no
alto custo de mobilização e manutenção, na sua grande sensibilidade à ação de
ondulação e na necessidade do uso de batelões para o transporte, pois a operação
destes é restrita para aterro em áreas rasas marginais.
Figura21 .14
(A) Perfil de draga de suc-
ção e recalque estacioná-
rio. (B) Planto de drogo de
sucção e recalque estacio-
nário.
Bomba
t
j Crivo Tubulação
de sucção
Lança do
desagregador
Desagregador
Figura 21.15
(A) e (B) Drogo de sucção e re-
calque estacionário operando em
obra de retificação do Rio Tietê em
Ososco (SP). (São Paulo, Estado/
DAEE/SPH/CTH/FCTH)
Ora a em {J7
J
Âncora de Âncora
bombordo de boreste
.
Margem do corte Margem do corte
de bombordo de boreste
Charuto de Charuto do
trabalho caminhante
Figura 21.1 6
(A) e (B) Esquemas operacionais de draga de sucção e recalque estacionária.
/Ni IB
1
mCC!lf
,-
Perfil da escavação
Figura 21.17
(A) Efeito do desagregador.
(B) e (C) Dragas de sucção e recal-
que com seu desagregador.
Dragagem e Derrocamento
Ancoragem
Ancoragem de boreste
de bombordo
Margem do
corte de --+-: 1
:Avanço para
:corte sucessivo
1
1
1
Posição do charuto :
,' de operação :
para o corte :
Posição do charuto sucessivo (abaixado):
de avanço para o
corte sucessivo (içado)
Dra a em {J!)
o o o o .
Tubulação
flutuante
Vista lateral
Guincho Guincho de t
deré vante bombordo !
1
-· Guincho da
tubulação
de sucção
/ Guincho Guincho de
/ de ré vante boreste
Planta
Figura 21 .19
Draga estacionária de sucção e recalque com cabos de estaiamento.
Locação dos
guinchos das
barcaças
Guincho de ré
Figura 21 .20
Draga estacionária de sucção com
sistema de carregamento de bar-
caças.
Guincho de ré Planta
/
{40 Dragagem e Derrocamento
\\
~-
Vista lateral
Figura 21.21
(A) Vistas esquematizadas de draga de sucção e arrasto auto-
transportadora (hopper).
(B) Vista frontal em navegação e condição de despejo. Os vá-
Planta rios módulos podem ter portas autônomas, acionadas hidrauli-
camente e abrindo/fechando individualmente.
--- ---
1
1
E
Figuro 21 .24
(A). (8) e (C) Droga autotronsportodora de sucção e arrosto (hopper) de grande porte
(5.000 m3 na cisterna).
Dragagem e Derrocamento
onde as portas de fundo são abertas e os dragados são descarregados (ver Fig.
21.21). Adraga então retoma para a área de dragagem para outro carregamento.
A draga autotransportadora de sucção opera posicionada por guinchos com
cabos em amarrações apoitadas e com o tubo voltado para vante (ver Fig. 21.26),
podendo-se constituir em alternativa de operação em áreas portuárias confinadas.
AFig. 21.27 apresenta uma pequena draga autotransportadora de sucção e arrasto,
que se caracteriza pela sua capacidade de manobra e versatilidade de uso: auto-
transportadora de sucção e arrasto, pequeno porte e alcance até 29 m de profundi-
dade, dotada de pilão derrocador e guindaste, acoplável com linha de recalque para
engordamento de praia.
Figura 21.25
Draga autotransportadora (hopper)
de sucção e arrasto de porte médio
( 1.800 m3 na cisterna). (São Paulo, ·-
1
•
••
: .• !
Estado/DAEE/SPH/CTH/FCTH) . ;
Figura 21.26
Draga autotransportadoro (hopper)
de sucção com operação estacio-
nária.
Vista lateral
Planta
Vista frontal o
Ora a em {4J
Figura 21.27
(A) e (B) Draga hopper operando
21.1.3.4 Processos alternativos de dragagem no Píer I do Complexo Portuário de
Ponto da Madeiro do Vale em São
Luís {MA).
Existem inúmeros processos de dragagem por agitação (mexida) ou arrasto, além
de outros não-convencionais.
Entre os equipamentos não-convencionais usados em dragagem, destaca-se a
draga de injeção de água (ver Fig. 21.28), que tem realizado serviços nos portos de
Itajaí (SC), Ponta da Madeira (MA) e Alumar (MA). Seu princípio consiste em criar
em sedimentos moles (granulometria inferior à areia fina) uma mistura bifásica
que, por correntes de densidade, tende a se deslocar rampa abaixo da escavação,
devendo então correntes favoráveis afastar esse material inconsolidado da área de
dragagem.
Figura 21.28
Drogo de injeção de água.
Planta
Vista lateral
{44 Dragagem e Derrocamento
Areia fino cimentado Razoável Razoável . Razoável o Difícil Difícil Boa Boa o mó 1.7-2.3
fácil
Sille Razoável o
. Fácil Difícil o Fácil fácil com oito Razoável Mó Muito boa 1.6-2.0
razoável perda pelo
overlfow
Argila arenoso duro Somente
ou compacto com Difícil o Difícil o . Difícil o possível após 1.8-2.4
cascalho (orgílo com Razoável razoável
.
razoável razoável Boa deso1;1rego-
seixos) çoo
Argila siltoso mole 1.2-1.8
(OTgilo de aluvião) Razoável o . Razoável Assoreomen-
fácil Fácil Razoável Fácil Mó lorecenle
(1,5-1,6)
Argila siltoso duro ou Somente
compacto Razoável o . Razoável o Diffcilo Máa possível após 1.5-2.1
fácil Fácil fácil razoável Razoável razoável deso1;1rego-
çoo
Turfa . . Fácil se não
Fácil Razoável Fácil Inaceitável Muito boa 0,9-1.7
conlémgós
Obs.: Esta tabelo dó uma esNmotivo inicial do grou de capacidade de dragagem e deve ser usada como orientativa.
Dra a em
IA
€.+---1:-EY Planta
Figura 21 .29
(A) Operação de batelões ou bar-
caças de dragagem.
(B) e (C) Batelões lameiros em ope-
ração no Porto de Santos (SP).
Figura 21 .30
(A), (B). (C). (D) e (E) Vistas de serviços de dragagem no Rio Tietê (A e B) e Pinheiros (C. D. E) em São Paulo (SP). (São Paulo. Esta-
do/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
Tubo
Descarga de areia
• Medição no corte
Essa medição está sujeita a imprecisões oriundas de: assoreamentos, pelo re-
tomo dos dragados ou pelo próprio transporte sólido natural, e empolamento
de fundo, pelo alívio das pressões com a retirada da camada dragada. As son-
dagens batimétricas pré e pós-dragagem são mandatórias para avaliação da efi-
cácia do serviço. As sondagens durante o serviço de dragagem são importantes
para avaliar a eficácia da obra, e na fiscalização, para verificar a produtividade
da obra.
• Medição no despejo
Amedição no despejo conduz normalmente a valores menores do que no corte
por perdas de material em suspensão nas correntes, compactação do material
diferente da natural e recalque do leito.
• Medição na cisterna
Amedição na cisterna é a forma mais direta de medição. Quando o transporte
é feito em batelões lameiros ou dragas autotransportadoras, pode-se medir a
espessura do material decantado e a concentração de sedimentos em suspen-
são por amostragem na cisterna, medindo-se o depósito em 72 h em provetas
de amostragem. Nas dragas de sucção, a medição contfuua da concentração
de sedimentos em suspensão transportados pela tubulação, associada à vazão
líquida medida, permite cubagem bem precisa do dragado.
• Medição por hora trabalhada
Indicada em dragagens de baixo rendimento, pela descontinuidade dos tre-
chos a dragar com a mesma passada. Por exemplo: ondas de areia do Canal de
Acesso à Baía de São Marcos (MA).
Dragagem e Derrocamento
21.2 DERROCAMENTO
21.2.1 Consideraçõe~ gerais
Oderrocamento é wna obra de melhoramento que atua na desagregação e remoção
de materiais submersos que afetam a navegação e cuja dureza inviabiliza a remoção
por dragagem. Tais materiais podem ser reconhecidos por sondagem com embar-
cação varredora, sendo o sistema mais simples de régua composta por trilho sus-
penso por conentes até os mais modernos sensores sônicos multifeixes. Podem ser
consideradas as seguintes fases no den-ocamento: desmonte, retirada, transporte
e deposição.
Odesmonte por ondas de choque pode ser obtido por percussão direta (a frio)
ou com o uso de explosivos (a fogo).
Na retirada do material desagregado, são usadas dragas mecânicas apropria-
das para a retirada de mate1ial duro e compatíveis com o método de desmonte
utilizado, sendo o material transportado por batelões para a área de despejo.
Diferentemente do processo de dragagem, são obras definitivas que aumentam
as velocidades e a declividade da linha d'água.
.1
Vista lateral
Planta
• Perfuratriz
O desmonte por perfuração utiliza tubulões onde é expulsa a água por instalação
pneumática de ar comprimido, permitindo operações a seco com perfuratrizes,
marteletes, por ação manual, somente em serviços de menor porte, ou mecânica.
Os compressores de ar para os grandes martelos pneumáticos são instalados em
embarcações e permitem perfurações até mais de 20 m de profundidade, com for-
ças de choque de 3 a 10 toneladas em camadas de até cerca de 1,5 m de espessura.
Para camadas acima de 1,5 m de espessura, é conveniente proceder à remoção do
material desagregado, por jato d'água ou ar injetados por orifícios existentes na
própria broca, antes de continuar a perfuração, evitando-se a redução da produtivi-
dade e o risco de ruptura da haste da broca.
Figuro 21.34
Desmonte com explosivos com barco perfurador no Rio Tietê em Osasco (SP) nos serviços
realizados nas décadas de 1980-1990. (A) Barco perfurador. (B) Detonação. (São Paulo.
Estado/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
CDM CDM
Água
subterrânea
figura 21.36
(A) Esquematização de um CDF em
adequado a essa permanência, de forma a não prejudicar a segurança da nave- terra firme. (B) Esquemotização de
gação, não causar danos ao meio ambiente ou à saúde humana. um CDF em ilha ou junto à margem.
(C) Esquematização de um CDF
IV) Águas jurisdicionais brasileiras. subaquático.
a) Águas interiores:
1. águas compreendidas entre a costa e a linha de base reta, a partir de
onde se mede o mar territorial;
2. águas dos portos;
3. águas das baías;
4. águas dos rios e de suas desembocaduras;
5. águas dos lagos, das lagoas e dos canais;
6. águas entre os baixios a descoberto e a costa.
b) Águas marftimas:
1. águas abrangidas por uma faixa de 12 milhas marítimas de largura,
medidas a partir da linha de base reta e da linha de baixa-mar, tal
como indicado nas cartas náuticas de grande escala, que constituem
o mar territorial;
2. águas abrangidas por uma faixa que se estende das 12 às 200 milhas
marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para me-
dir o mar territorial, que constituem a zona econômica exclusiva; e
3. águas sobrejacentes à plataforma continental, quando esta ultrapas-
sar os limites da zona econômica exclusiva.
V) Eutrofização: processo natural de enriquecimento por nitrogênio e fósforo em
lagos, represas, rios ou estuários e, consequentemente, da produção orgânica;
nos casos em que houver impactos ambientais decorrentes de processos an-
trópicos, há uma aceleração significativa do processo natural, com prejuízos à
beleza cênica, à qualidade ambiental e à biota aquática.
inferior a 10.000 m3, desde que todas as amostras coletadas apresentem porcenta-
gem de areia igual ou superior a 90%.
Para subsidiar o acompanhamento da eutrofização em áreas de disposição
sujeitas a esse processo, a caracterização do material a ser dragado deve incluir
as determinações de carbono orgânico e nutrientes previstas na Resolução.
O matelial a ser dragado poderá ser disposto em águas jurisdicionais brasi-
leiras, de acordo com os seguintes critérios a serem observados no processo de
licenciamento ambiental:
I) Não necessitará de estudos complementares para sua caracterização:
a) material composto por areia grossa, cascalho ou seixo em fração igual ou
superior a 50%, ou
b) material cuja concentração de poluentes for inferior ou igual ao nível 1,
ou
c) material cuja concentração de metais, exceto mercúrio, cádmio, chumbo
ou arsêrúo, estiver entre os níveis 1 e 2, ou
d) matelial cuja concentração de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos -
PAH do Grupo B estiver entre os níveis 1 e 2 e a somatória das concentra-
ções de todos os PAH estiver abaixo do valor correspondente à soma de
PAH.
II) Omate1ial cuja concentração de qualquer dos poluentes exceda o nível 2 so-
mente poderá ser disposto mediante prévia comprovação técrúco-científica e
morútoramento do processo e da área de disposição, de modo que a biota des-
sa área não sofra efeitos adversos superiores àqueles esperados para o nível
1, não sendo aceitas técnicas que considerem, como princípio de disposição, a
diluição ou a difusão dos sedimentos do material dragado.
IIl) O material cuja concentração de mercúrio, cádmio, chumbo ou arsêrúo, ou
de PAH do Grupo A, estiver entre os níveis 1 e 2, ou se a somatória das con-
centrações de todos os PAH estiver acima do valor correspondente à soma de
PAH, deverá ser submetido a ensaios ecotox.icológicos, entre outros testes que
venham a ser exigidos pelo órgão ambiental competente ou propostos pelo
empreendedor, de modo a enquadrá-lo nos critérios previstos nos incisos I e lI
do a1t. 7° desta Resolução.
Existindo dados sobre valores basais (valores naturais reconhecidos pelo ór-
gão ambiental competente) de uma determinada região, deverão prevalecer
sobre os valores da Tab. 21.4 sempre que se apresentarem mais elevados.
Quando da caracterização química, são realizadas, ainda, determinações de
carbono orgânico total - COT, nitrogênio Kjeldahl total e fósforo total do
material a ser dragado para subsidiar o gerenciamento na área de disposição.
A Tab. 21.5 apresenta valores orientadores para carbono orgânico total e
nutrientes. O valor de alerta é aquele acima do qual há possibilidade de pre-
juízos ao ambiente na área de disposição. A critério do órgão ambiental com-
Dragagem e Derrocamento
petente, o COT poderá ser substituído pelo teor de matéria orgânica. Ficam
excluídos de comparação com a presente caracterização os valores oriundos
de ambientes naturalmente enriquecidos por matéria orgânica e nutrientes,
como manguezais.
.. - " -
TABELA 21 .4
Resolução Conama nº 344/2004 para critérios de avaliação da qualidade
- do material dragado
Níveis de classificação do
material a ser dragado em
unidade de material seco
Poluentes
Água salina e
Água doce
salobra
Nível 1 Nível 2 Nível 1 Nível 2
Arsênio (As) 5,9(11 17111 8,2121 70121
Q) _
V> O> Cádmio (Cd) 0,6(11 3,5(1) 1,2121 9,6121
o :,t,
"O ........ Chumbo (Pb) 351 11 91,3(11 46,7121 218121
o O>
"'Q) -E Cobre (Cu) 35.711) 197(1) 34121 270121
o. o Cromo (Cr) 37,3(ll 90PI 81 121 370121
.!!! ·e
o <Q) Mercúrio (Hg)
.... V>
O, 17111 0.48611) 0,15121 0,71 (21
5J,6121
Q) ,_
~o Níquel (Ni) 18(31 35,9(3) 20,912)
Zinco (Zn) 123(11 315111 150121 410131
V>
BHC (Alfa-BHC) - - 0,32131 0,99(31
o BHC (Beta-BHC) - - 0,32(31 0,99(31
"O
o
,_ BHC (Delta-BHC) - - 0,32131 0,99(31
o
u BHC (Gama-BHC/Lindano) 0,941 11 1,33(ll 0.32111 0,99111
º-
e: O> Clordano (Alfa)
o :,t,
- - 2,26131 4,79(11
O>'
,_ O> Clordano (Gama) - - 2,26131 4,79(11
o :i DDD 3,54111 8,51 111 1,22111 7,81 111
V>
o ODE 1,42111 6,751 1) 2,071 11 374( IJ
"O
'ü DDT 1.19(11 4,77111 1,19(1) 4,77(11
:;::
6,67111
V>
Q) Dieldrin 2,85(11 0.71 (li 4,3(1)
a..
Endrin 2,67111 62,4111 2,67(11 62,4(11
PCB (µg/kg) Bifenilas policloradas - totais 34,1(1) 277111 22,7121 180121
Benzo(a)antraceno 31,7111 335l l} 74,8111 693(11
Grupo Benzo(a)pireno 31,9(11 7321 11 88,81 11 763(11
V>
o A Criseno 57, 1(11 862(11 108(11 846(11
.~
u-
,_ O> Dibenzo (a) antraceno 6,22(11 135(11 6,22(11 135(11
--.....
.~ê>t. Acenafteno 6,71 (11 88,9(11 16121 500121
o O> 5,87(11 128(11 44121 640(21
o. : i Acenaftileno
85,3(21
V>-
o V>
.... o Antraceno 46,9(1) 245(11 1.100121
Q) ü
e: :;:: Feantreno 41,9(11 515111 240121 1.500121
Grupo
-eº'º
o
E
o
8
Fluoranteno
Fluoreno
111 (11
21 ,2' 11
2.355(1)
144(!}
600(2)
19121
5.100121
540121
ü ,_
o o
,_ 2-Metilnaftaleno 20,2(11 201 (li 70(1) 670(1)
"O
I Naftaleno 34,6(1) 391 (1) 160121 2.100121
Pireno 53(1) 375(1) 665(21 2.600(2)
Soma de PAH 1.000 3.000
11 lEnvironmental Canada (2002). 12lLong, MacDonald, Smith e Calder (1995). 131fOEP
(1994).
Gestão Ambiental de Dragados Não-inertes .b ))
3ª etapa - Caracterização ecotoxicológica
Acaracterização ecotoxicológica é realizada em complementação à caracteri-
zação física e química com a finalidade de avaliar os impactos potenciais à vida
aquática, no local proposto para a disposição do material dragado. Os ensaios
e os tipos de amostras (sedimentos totais, ou suas frações - elutriato, água
intersticial, interface água-sedimento) a serem analisados serão determina-
dos pelo órgão ambiental competente. Para a interpretação dos resultados, os
ensaios ecotoxicológicos serão acompanhados da determinação de nitrogênio
amoniacal, na fração aquosa, e correspondente concentração de amônia não
ionizada, bem como dos dados referentes a pH, temperatura, salinidade e oxi-
gênio dissolvido.
'
TABELA 21.5
Resolução Conama nº 344/ 2004 para critérios para orientação de carbo·
no orgânico total e nutrientes
Parâmetros Valor de alerta
22.1.2 Automotores
Os automotores, graças à sua versatilidade, são embarcações apropriadas ao em-
prego nas hidrovias pionei.I'as, e onde também a carga movimentada não atinja va-
lores que compensem a adoção de grandes comboios de empurra, bem como nas
hidrovias consolidadas para cargas de rápida movimentação, como os granéis líqui-
dos, pois é possível com eles obter maiores velocidades médias de percurso.
As embarcações fluviais automotoras assemelham-se às ma1itirnas pela total
independência de tráfego por disporem de propulsão própria. A diferenciação está
ligada ao menor calado comparativamente ao comprimento e boca, à pequena borda
livre entre a linha d'água e o convés por navegarem em águas abrigadas, e às baixas
estruturas para facilitar a navegação sob estrutmas com pequenas altmas livres.
Podem-se citar como exemplos de tecnologia atual os automotores projetados
para a Hidrovia Araguaia-Tocantins: flúvio-marítimo (a jusante de Marabá) e fluvial
(ver Fig. 22.1). Oprimeiro tem dimensões L, B, T de 99,5 m, 15 m, 5 m (4.700 tpb)
e o segundo, 47 m, 8 m, 1,7 m (340 tpb). Esse últimq automotor poderá operar
como empmrador ao se acoplar com uma chata de 286 tpb, desenvolvendo até 7,5
nós quando escoteiro e 6,6 nós quando acoplado (ver Fig. 22.2). Nas Figs. 22.3 e
22.4 estão apresentadas embarcações automotoras.
Praça de máquinas
Convés principal =
:J
o
ºª o
o o
Figura 22.1
Automotor fluvial.
Convés principal - Planta
-- - ...
O 2 4 6 8 10 m Convés superior - Planta
Embarcações Fluviais
Figura 22.2
Configuração do automotor
Automotor empurrador Barcaça Araguaia operando como empur-
l l rador.
Vista lateral
Figura 22.3
Embarcação automotora em nave-
gação.
Figura 22.4
Embarcação automotora de trans-
porte de óleo bunker (óleo maríti-
mo).
22.1.3 Empurradores
Os empurradores são embarcações dotadas de meios próprios de propulsão e ma-
nobra e destinadas a deslocar chatas de empurra num comboio de empurra.
Os empurradores dispõem de uma ampla plataforma, onde se encontram as
estruturas suportes de sustentação compostas por perfis verticais, articulados com
as embarcações, que deverão ser movimentadas pela pressão do barco automotor
(ver Figs. 22.5 e 22.6).
{{O Dimensões Básicas das Hidrovias e Obras de Melhoramento para a Navegação
Figura 22.5
Empurrador fluvial provido de ca-
bine retrátil para a passqgem sob
pontes com insuficiente tirante
dear.
Comprimento total: 18,28 m.
Comprimento entre perpendicula-
res: 17,00 m.
Boca:8 m.
Pontal: l.90 m.
Calado: 0,80 m.
Potência: 700 CV (2 motores).
Figura 22.6
Empurrador fluvial para o sistema Vista frontal de proa Vista lateral
Tocantins-Araguaia. Convés do lijupó
~
@e)
Convés do passadiço - Planta
O 2 4 6 8 10 m
Nlllii ... """'
22.1.4 Chatas
Constituem-se em embarcações com formas predominantemente retilíneas, pro-
piciando facilidade de construção a baixo custo e favorecendo o acoplamento em
conjrn1to para o transporte de cargas. As chatas acopladas a empurradores dispen-
sam propulsão, leme e tripulação.
Três tipos básicos são empregados na navegação de empurra, dando origem
aos comboios não integrados, aos semi-integrados e aos integrados.
As chatas para comboios não integrados têm proa e popa carenadas (ver Fig.
22.2) e na fila apresentam em cada jW1ta de linha uma descontinuidade que reduz
significativamente o rendimento propulsivo do conjrn1to, fazendo com que as di-
mensões das chatas tenham importância por definirem o maior ou menor número
de descontinuidades do casco conjrn1to. Considerando corno exemplo as chatas
apresentadas na Fig. 22.2 e o tipo de carga a que se destinam, podem apresentar as
seguintes características:
Embarcações Fluviais {{1
Figura 22.7
Calado à Chata de uso múltiplo ilustrando
a possibilidade de distribuição de
cargo.
1
1 1 1 1 1
1.00 5,80 9,50 I 6.00 3.00 I
r-r-- 1
Calado leve Vista lateral Medidas em metros
(em lastro)
~1
o o O I O
,º
1
1
1
1
..--m~~H-H-++tlrtt---·
1
-1-·
1 1 1
1 1 1
1 1 1
OI o 'º
• º ti!il
'
Planta
Figura 22.8
Calado à
-Lµ-Corte M
Chato de casco duplo projetada
poro transporte de granéis sólidos.
30,00 m- - - -------1
Vista lateral
Planta
• Chata de uso múltiplo pela diversificação das cargas (ver Fig. 22.7): apresenta
convés corrido e fechado, permitindo o transporte de granéis em seus porões
e carga geral (sacaria, fardos amarrados etc.) e também veículos no convés.
Dimensões características: L =36 m, B =8 m, T de 0,7 a 1,6 m, P =2 me ca-
. pacidades de carga máxima nos porões de 433 m2 (volumétrica) e 286 tpb.
• Chata de casco duplo para transporte de granéis sólidos (ver Fig. 22.8): para
o transporte exclusivo de granéis sólidos (grãos, minérios, materiais de
construção, fertilizantes etc.), as paredes do casco têm sua estrutura refor-
çada. Dimensões características: L =36 m, B =8 m, T de 0,7 a 1,6 m, P =2 m,
capacidades de carga nos porões de 52 a 286 tpb e deslocamento total de 137
ta 371 t.
Para as vias fluviais canalizadas, ou canais artificiais, a tendência para estas
embarcações é L = 50 m, B = 8 m e T de 1,8 m a 3 m.
As chatas para comboios semi-integrados têm uma face carenada e outra verti-
cal, visando a redução do número de juntas com descontinuidade. As faces verticais
são acopladas umas às outras.
Dimensões Básicas das Hidrovias e Obras de Melhoramento para a Navegação
*~
-f--·-·j_L L:
~A~~~
J .. . , ~ 1 . :. . . 1 1
k
li
1 ~
:
,:'I !!:2 1 1
'
1
--·· ~ ""
30,8
....-, ..
53 5
1 :1
53 5
I· 1 .,
53 5
1
1
~
1 1 1 1
Medidos em metros
Figuro 22.9
Configurações dos comboios-tipo
para o Rio Tietê e Rio Paraná e
MS
localização do Canal de Pereira
Barreto (SP) que conecta as duas
bacias.
•
Andradina
Figuro 22.l O
Configuração do comboio-tipo 2.1:C:::::: Chato proa I Chato caixa ! Chato proa ___:_:;<3.3
para o Rio Paraguai. 180
Vista lateral
60 60 60
li Planta
Medidasem metros
li
Embarcações Fluviais b.bJ
Planta
16,0
Figura 22.1 1
·- - Comboio Araguaia com 2 ou 4 cha-
TABELA 22.1 tas. Calado máximo 4,50 m; calado
Características básicas do comboio-tipo para a Hldrovla do Rio Paraguai entre garantido em 100% do tempo de
Ladário e Assunção 3,00m.
Chatas Chatas tipo
Características básicas Empurrador
tipo caixa semi-integrada
Comprimento total 30,00 m 40,00 m 60,00 m
Boca moldada 12,0üm 12,0üm 12,00m
Pontal 2,20m 3,30m 3,30m
Calado máximo 1,20 m 2.70 m 2.70 m
Deslocamento máximo 302 t 2.080 t 1.880t
Deslocamento leve 100 t 300t 240 t
Potência nominal 2.200 HP - -
Capacidade de carga - 1.780 tpb 1.640 tpb
Figura 22.13
Comboio fluvial de minério da Hi-
drovio do Rio Paraguai com 240 m
de comprimento e capacidade de
22.500 tpb de minério.
Figura 22.14
Comboio fluvial da Hidrovia do Rio
Madeira com 275 m de comprimen-
to, 44 m de boca e capacidade de
34.000 tpb poro transporte de soja.
Dimensões Básicas das Hidrovias
Figura 22.16
Elementos geométricos de seção
trapezoidal de tráfego duplo para
embarcações de 1,60 m de calado.
Medidas em metros
Figura 22.17
Seção transversal tipo de canal
,A---,. · - - - - - - - - - - - - - - ~ - - -
navegável. ' li)
C'i
1 I 1
: : : : : t 1 1 1
1 4,00 1 3.00 1 4.00 1 3.00 1 4.00 : 8.00 8.00 : 4.00 · ~: 5.50
~ .---+r+------+i~ ~~ 1
1
1
1 24,0Q...------
Medidas em metros
Largura normal
Largura normal
Sobrelargura em curva assimétrica
TABELA 22.2
Gabaritos propostos no Planocional das Vias Navegáveis Interiores - PNVNl/ 1989
1. L
(Brasil, Ministério dos Transportes)
Profundidade (m)Calado
Tirante Vão livre
Gabarito Características
de ar<1l horizontal Em75% Em 25% do definitivo
do tempo tempo (m) (2)
"Especial" para rios onde a navega- (3) (4)
1 - - -
ção marítima tenha acesso
Para rios de grande potencial de na- l vão de 128 m,
vegação ou 4B
li 15 m > 2,50 2,00-1,50 4,50
Comboio-tipo 32 m de boca 2 vãos de 70 m,
ou 2,28
Para rios de potencial médio de trans- l vão de 64m,
porte ou 4B
Ili l Om > 2,00 1,50-1,20 3,50
Comboio-tipo 16 m de boca 2 vãos de 36 m,
ou 2,2B
Rios de menor potencial l vão de 44 m,
Embarcações de l l m de boca ou 4B
IV 7m > l,50 l,20-0,80 2.50
2 vãos de 25 m,
ou 2,2B
"Reduzido" para rios interrompidos, ou
V onde a navegação tenha possibilida- - - - - -
de remota
(ll Referência - Rio em estado natural - Corresponde à enchente com período de recorrência de 10 anos (TR = 10).
Reservatório Barragem - Nível máximo normal de operação do reservatório.
<2> Calado definitivo quando a hidrovia estiver canalizada.
C3>Em função da maior altura do mastro da embarcação marítima.
<4>Em função das embarcações marítimas.
Figuro 22.20
l'l'l'l'l'IL
(A) Bacias de evolução para canais
hidroviórios.
(BJ Bacio de evolução no canal de
1/::: : : .,
11'1'l'l'l'I'~
-----------~--~-------
'
1 ' '
Casenotico (Itália).
'' ,
' ,,
------------------ ~, ____ .,~ --------------
il il IIil il IlIlIIri, Ii11 lIIri, lII ri ,Iil dIlIlIlIlIII
11 1
Porto
Alegre
/ /
Fandango Dom Marco
Planta
Fandango
t Anel Dom Marco
13 5
Amorópolis
5,5 Porto
Alegre
t
280 0km
Cotas (m) IBGE Perfil longitudinal
Figura 22.21
Perfil da canalização do Rio Jacuí (RSJ. Figura 22.22
Perfil da canalização do Rio Tietê (SP).
1.200 Planta
1.100
1.000 o
, Araçatuba /-/"·......._,_
'o---.- -...r-r·
Andradina
"'"',) OBa
uru
900
• .....---.f'..·'--./·...Q.!l,?lucatu Sorocaba
""-,s o ,.._,
'-·--._r.J
@
Perfil longitudinal
200
O 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 360 390 420 450 480 510 540 570
Dique
Figura 23.1
o 0,5 1,5 2 km (A) Fechamento de braço secun-
dário e variação do nível d' água e
do leito com o tempo. (B) Esquema
de guia-corrente (AB) em bifurca-
ção fluvial.
(m) 1 1 1 -' - -' Condição inicial
12 + - + - - - 1 - -- 1----1- - - + - - - 1 - - - - - 1 - - .. .. .......... Após 8 meses
Nível d'águo no - - - - - Após 24 meses
..... ........... .. ...... ........... canal principal - - - Após 72 meses
............ .......... ~
10+-t----+~-+-~-l-~+-----l'. :.: "·.:. . .·....+
. ..-...-....~
.. 1----+~--+-~-I--~+--
......................
··········· ..............
8 ...__.
6 +-+---1--~---+--+-
Leito
J
•
----- - • i-..--~-~""""--
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·'"'I"""·-,--- ..........
LJ_J__ L _J__f~~. ~fi-. ""--JL_J:=1::=ic::;f~-,~
"? "f • / ... - - ;'---'.
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 (km)
.. Curso principal
G>G>
Figura 23.2
de obras que evitem o seu deslizamento por ação dinâmica das correntes fluviais Regularização de confluências.
(São Paulo, Estado/DAEE/SPH/CTH/
(distribuição das tensões na margem e fundo), ou pelo solapamento produzido pela FCTHJ
ação de vagas transversais geradas pelo vento (efeito mais importante em trechos
mais largos ou lagos) ou trânsito de embarcações (esteira produzida e turbulência
do hélice). Além dessas causas hidrodinâmicas, existem as originadas na redução
Obras de Normalização e Regularização do Leito
1
da resistência do solo, ligadas à oscilação do lençol freático: a saturação reduz o ân-
gulo de equfübrio dos solos, a percolação por variação brusca do nível d'água pode
produzir escorregamento de cunhas de solo, e o arrastamento de finos (piping)
pode favorecer a desestábilização.
A margem pode ser considerada composta pela superflcie de terreno em con-
tato direto com a água ou imediatamente acima; assim, tem-se de cima para baixo:
a berma, que somente é atingida por cheias excepcionais e pode corresponder aos
diques de proteção contra inundações, o talude, entre o nível de estiagem mínima
e o das enchentes normais, e o pé da margem, abaixo do rúvel de estiagem e per-
manentemente submerso. Essas duas últimas porções são as mais solicitadas pelos
efeitos erosivos, sobretudo as mais inferiores de sustentação do talude. Assim, a
defesa deve ser projetada com maior resistência até o nível das máximas enchentes
anuais, podendo ser convenientemente aliviada para as cotas mais altas até a cota
de máxima enchente e borda livre. É fato conhecido dos estudos de morfologia
fluvial que as cheias de águas altas mais frequentes, com períodos de retorno entre
1 e 2 anos, são as vazões modeladoras do canal, por terem maior atuação no leito
menor, comparativamente com as cheias excepcionais que extravasam em níveis
mais altos.
De um modo geral, as margens mais solicitadas pelas correntes são aquelas
de desenvolvimento côncavo, nas quais se torna necessário mitigar a ação erosiva
oriunda da força centrífuga induzida pelo escoamento.
A fixação das margens pelas obras de proteção preserva a integridade dos di-
ques e diminui o transporte de sedimentos, reduzindo a formação de bancos de
areia e propiciando melhor fixação do leito navegável.
Figura 23.3
Elementos básicos de revestimento
de margem.
Nível d'água
Estrutura de
revestimento
Obras de Normalização {77
23.1.5.3 Classificação dos métodos de proteção de margem
Os métodos de proteção de margem podem ser inicialmente subdivididos em:
• Métodos diretos, ou contínuos, executados sobre a margem os mais usuais.
Obras desse tipo são as de adequação de um talude de sustentação mais redu-
zido (taludamento), vários tipos de revestimentos e redes de drenagem para
redução das infiltrações.
• Métodos indiretos, ou descontínuos, consistindo em obras executadas distan-
ciadas da margem, com o intuito de afastar a ação hidrodinâmica, sendo a
solução em casos nos quais o solo não suporta intervenções.
Figura 23.4
Obra de proteção de margem por
revestimento simples. (São Paulo,
Estado/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
Obras de Normalização e Regularização do Leito
Figuro 23.5 • Enrocamentos lançados (rip-rap variando com a maior dimensão dos blocos
Obro de proteção de margem em de 16 a 21 kgf/m2), gabiões: em igualdade de dimensões de pedra, os gabiões
pedro lançada e gabião tipo col-
chão. Exemplo de projeto poro hi- suportam o dobro da tensão tangencial das pedras soltas e os grandes gabiões
drovio com os seguintes condições: atingem até 150 kgf!m2, entretanto deve-se garantir a integridade da tela para
- Profundidade mínimo: 3,5 m. que não percam sua funcionalidade; e blocos artificiais de concreto (ver Figs.
- Profundidade máxima: 6 m. 23.5 a 23.8).
- Declividade média do leito:
4 •10-4. • Alvenaria ciclópica em pedra seca (60 kgf!m2) ou rejuntada (60 kgf!m2) ou uso
- Canal largo com talude 1V:2H
em solo areno/argiloso com
de lajotas pré-fabricadas (ver Figs. 23.9 e 23.10).
Dmédio = O. 1 mm. • Lajes em concreto armado (de 80 a 100 k:gf/rn2) ou não (60 kgf/rn2), moldadas
- n=0,030s/m 1' 3.
- Altura da onda de vento máxi- in loco ou pré-moldadas (ver Fig. 23.11).
ma: 0.4 m. • Cortinas constituídas por muros de sustentação compostos por muros de gra-
- Altura do onda pelo passagem
de emborcação: 0,8 m. vidade (ver Fig. 23.11), estacas-prancha ou paredes-diafragma atirantadas ou
não.
Pedra lançada
_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _'f __ 7.2 m (máximo espraiamento do onda)
0 7.2 m
--------- - --- -- ---------- ~-----------
6,0m
3,5m
G) Dispostos transversalmente ao leito
com 6,0 m de comprimento
@ Idem a 1 com 4.0 m de comprimento
@ Idem a 1 disposto longitudinalmente ao escoamento
1
Geolêxtil justaposto ao colchão reno
Camada de 15,0 cm de areia média
Solo areno-argiloso, coesivo médio
(D15 = 0,02 mm, 050 = 0.1 mm, 085 = 0,5 mm)
0 Talude gramado
Obras de Normalização
2,00m
Gabião sem diafragma Colchão reno
Figura 23.6
(A) Tipos de gabiões para revestimento de margem.
(B) Perda de funcionalidade de gabião saco por corte do arame.
IB
Máximo nível d'água
4----10,00
- -m - - ' - - -1
1
Figura 23.7
(A) Revestimento de talude com gabiào tipo manta. (São
Paulo, Estado/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
(B) Defesa de margem com gobião tipo caixa.
{JO Obras de Normalização e Regularização do Leito
Figura 23.8
Sequência de operações poro o revestimento de margem com aplicação de concreto projetado estruturado com gobiões.
(A) Escavação e preparação do talude paro o revestimento. (BJ Serviços de ancoragem na parte superior do talude com utiliza-
ção de gabião caixa. (C) Ligação da ancoragem com o revestimento em gabião tipo colchão.
(D) Armação das telas do gabião tipo colchão. (E) Aplicação do geotêxtil e enchimento do gabião tipo colchão. (F) Colocação
das juntas antes da aplicação do concreto projetado. (São Paulo, Estado/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
Obras de Normalização .cor
Figura 23.9
(A) e (B) Alvenaria ciclópica nas
margens do Rio Mongaguá (SPJ.
(São Paulo, Estado/DAEE/SPH/CTH/
FCTH)
Obras de Normalização e Regularização do Leito
Fundo intermediário
'
1
.-·
' ''
' ''
\ 1
Fundo original /'
I
·,;---r-====t=====-----::
Laje
inclinada
Fundo projetado
Figura 23.10
Revestimento do canal de drena-
gem no Rio Mongaguá (SP). (São
Paulo, Eslado/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
Figura 23.11
(A). (8) e (C) Revestimento de margens no Rio Taman-
duateí em São Paulo (SP) com lajes e cortinas de concreto
armado. (D) Revestimento de margens no Rio Cabuçu de
Cima em São Paulo (SP). (E) Paredes-diafragma junto à
margem do Rio Tietê na Ponte das Bandeiras em São Pau-
lo (SP). (São Paulo, Estado/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
Obras de Normalização CoJ
Ao se projetar os revestimentos, devem ser considerados os seguintes fatores:
• Estabilidade do solo com o peso suplementar da obra de proteção, segundo
métodos geotécnicos.
• Prover drenagem das subpressões nos revestimentos menos drenantes e im-
permeáveis.
• O talude natural de eruocamentos submersos é mais suave do que nas condi-
ções emersas.
• No caso do efeito das embarcações, a estimativa da dimensão (D) dos blocos
de eruocamento lançado para resistir à ação hidrodinâmica pode ser feita com
as fórmulas holandesas (Laboratório de Hidráulica de Delft) pela condição
mais severa entre:
• Esteira produzida:
D'?. {J v2 1
t 2g (cosa-sena)
• Efeito do hélice:
D'?.{J' H
t (cosa-sena)
onde:
v: velocidade do escoamento mais a velocidade das correntes transversais
na esteira, sendo esse efeito mais significativo em canais de baixa declivi-
dade e com a embarcação deslocando-se contra a corrente
~: coeficiente variável de 0,7 a 1,4
~': coeficiente variável entre 0,25 e 0,45, de acordo com a rugosidade do talude
Corte
------------- -- -----,-~--
Figura 23.12
apresenta-se uma sequência típica de fases para retificação de um meandro, im- Fases de retificação de um mean-
plantando-se os barramentos na sequência de alças por trechos de montante para dro.
jusante e empregando explosivos detonados de jusante para montante nos cortes
sucessivos. Uma vez a água passando pelo corte aberto, implanta-se o barramento
sucessivo e detona-se a carga de explosivos do corte sucessivo.
Outra possibilidade de obras de derivação consiste em escavá-la a partir de
um canal-piloto de pequena seção e utilizar a capacidade de transporte da cor-
rente, a qual depende das características de resistência geotécnicas do leito, que
será ampliado pela ação das águas. Quando o braço de derivação é mais curto que
o leito natural original, corno ocorre nos meandros, a declividade e, consequente-
mente, a velocidade do escoamento são significativamente maiores no leito artifi-
cial, produzindo-se nele erosão de tal ordem a transformá-lo em braço dominante
(ver Fig. 23.13).
Recomenda-se que os extremos do corte sejam alargados em cerca de 30%
numa extensão de 15% do comprimento total do corte para concordar da melhor
forma possível com as margens originais.
Considerando as Figs. 23.14 e 23.15, observa-se a alteração do perfil esquemáti-
co do curso d'água com a retificação. Aresposta morfológica a essa alteração do perfil
consistirá num rebaixamento do leito por erosão a montante e num assoreamento a
jusante do corte. Assim, em terrenos em que as sinuosidades desenvolvem-se sobre
terrenos aluvionares (pouco resistentes), um corte como o mostrado na Fig. 23.15
sem revestimento induzirá com o tempo o retomo à situação pré-existente. Para me-
lhor fixar a retificação, toma-se necessário revestir o trecho do corte e a montante,
bem como aterrar a alça abandonada. Este procedimento de fixação no caso de reti-
ficação por canal-piloto é fundamental que se inicie previamente, de forma a garantir
a posição e largura do canal projetado, a delimitação das margens por meio de en-
rocamento depositado em valas escavadas até o lençol freático, ou estacas-prancha
cravadas, que constituirão o embrião do revestimento final.
Obras de Normalização e Regularização do leito
Figura 23.13
Modificações sucessivas do perfil
das seções transversais dos deriva-
ções.
Corte AB
• Fase 1
• Fase2
D Fase3
D Fase4
2
3
~ \. ./ " " " " ~
~
1
Dique
o:Jm Revestimento de margem
Figura 23.14
Perfil longitudinal esquemático de Perfil longitudinal do leito anterior ao corte
uma derivação.
! Perfil longitudinal do
leito posterior ao corte
',
-·Q....___.
',
-~-H- ---.
Figura 23.15
Planta ~ perfil longitudinal esque-
A B C D A .
B C' D'
. C. D
.
······················· ~········· ...................... :
máticos de retificação de meandro.
y
(A)
Declividade original i0 = OA/OB
Distãncia suprimida: EF
Erosão
'-..
'-..
K , 1
H ------ -- ------~-- -
: J•......
1 • ',
••::;~~~j;i>~
' 1 '
1
1
1
: ··'=\~Sedimentação
o e:
1
!E
',
--~-F: ',,Ç
1 ,:,.~
·····:;:,,,..,
B (Nível de base) X
d d d
Obras de Normalização {J7
Na Fig. 23.16 apresenta-se a retificação efetuada no Rio Paraíba do Sul em
Pindamonhangaba (SP).
r---- /
1 -----~
01 1
1
I
I
I
I
I
/
/ 1
/
/
/
/
/
/
/
/
I
I
---- - -- - - - ,' 1
/
)
1
\
j
l .. Rio Paraíba do Sul em
I
/ Pindamonhangaba (SP).
Obras de Normalização e Regularização do Leito
Aaresta inferior do tabuleiro de uma ponte deverá ficar num plano de cota mínima
acima do nível d'água, definindo o vão livre navegável vertical (ver Fig. 23.17),
conforme citado no item 22.2.8. Sobre as obras laterais e complementares da seção
transversal, a altura útil poderá ser da ordem de 3,5 m. Os vãos livres navegáveis
horizontais entre as fundações dos pilares das pontes não devem produzir estrei-
tamento significativo da seção hidráulica, devendo ser obedecidas as recomenda-
ções citadas no item 22.2.8, considerando a passagem de uma embarcação por vez,
devido ao alto grau de complexidade da manobra. Nas Figs. 23.18 a 23.20 estão
apresentados exemplos de travessias sobre hidrovias.
Figuro 23.17
(A) Grandezas verticais da seção
transversal em seções de pontes
rodo ferroviárias. Vão livre vertical
(B) e (C) Vista da proteção rígida mínimo navegável
da estrutura do transportador de
minério contra colisões de reboca- Nível máximo
dores, no Complexo Portuário de -=- =- Nível médio
Ponta da Madeira da Vale em São
Luís (MA).
Obras de Normalização .{o!J
Figura 23.18
Ponte ferroviária sobre o Rio Paraguai. (São Paulo, Eslado/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
Figura 23.19
Ponte ferroviária João Bosco Bar-
bosa sobre o Canal de Bertioga
(SP). Observar o vão móvel levadi-
ço central de 45 m, com 14 m de
possibilidade de elevação. A com-
posição ferroviária passa a 5 km/h
pelo vão móvel, visando segurança
contra descarrilhamentos.
Figura 23.20
(A) Ponte rodoviária Getúlio Vargas
com o vão central levadiço sobre o
Rio Gauiba em Porto Alegre (RS).
{90 Obras de Normalização e Regularização do Leito
Figura 23.21
Sistema flutuante de proteção de
pilares de ponte com as bolinas na
posição de operação.
Figura 23.22
Delfim de gravidade. Planta Dolfim
o o
----------~--~---- ------ ···--
Eixo da rota
Elevação
Nível d'água
t
h
Pilar
Os canais de fundo móvel são muito largos e pouco profundos. Assim, na regulari-
zação em fundo móvel a maioria das obras no curso d'água consiste em confinar o
escoamento para aprofundar o leito ou direcionar o fluxo, tendo-se o cuidado de
que a sobrelevação a montante não produza assoreamento, nem que a capacidade
de transporte a jusante com déficit sedimentar com relação à situação original
ocasione erosões.
Deve-se lembrar que, para as vazões contidas no leito menor, o perfil da linha
d'água acompanha as irregularidades dos fundos, situação mais importante para a
navegação, pois, para as vazões mais altas, a declividade é mais próxima da média
no trecho, tendendo a uniformizar-se.
As obras de definição do traçado com auxílio das obras de diques, espigões e
soleiras de fundo direcionam o escoamento para se conseguir a estabilização do
álveo com a própria energia hidráulica, atingindo condições atuantes ligeiramen-
te inferiores às críticas para início de movimento. Classicamente, a implantação
dessas obras é governada pelo princípio de Girardon, que recomenda o direciona-
mento suave do escoamento, atendendo às leis qualitativas de Fargue em planta
e agindo sobre os perfis transversal e longitudinal, orientando o escoamento com
obras sucessivas e atendendo aos seguintes critérios:
• Eliminação dos braços secundários, para concentrar o escoamento num leito
unificado. Com o aumento da declividade da linha de energia num primeiro
momento após o fechamento, associado à elevação do nível d'água, aumenta
a tensão atuante sobre o álveo, que se alarga.
• O método de Girardon recomenda então a eliminação das más passagens
nas inflexões do talvegue do canal, atuando sobre as soleiras formadas pelos
bancos ali localizados por meio da suavização da transição do alinhamento do
talvegue entre uma margem côncava e a sucessiva.
• Melhoramento do traçado em planta para se obter traçado estável
Considerando a Fig. 22.19, a partir da largura normal B do canal no trecho
de inflexão (em princípio, retilíneo), deve ser considerada uma transição de
curvatura variável para a margem externa e a interna até atingir-se os pontos
de tangência com a curva côncava e convexa, respectivamente. A variação
contínua da curvatura das margens na transição é importante para garantir a
continuidade necessária ao escoamento. As dimensões planirnétricas citadas
são médias na superfície e devem estar compatíveis com o gabarito de nave-
gação.
• Continuidade do talvegue
Consiste na eliminação das más passagens por meio da implantação de obras
de diques e espigões. Visando obter a fixação das fossas e dos bancos de
inflexão dentro dos parâmetros planirnétricos apresentados, utilizam-se pre-
ferencialmente diques longitudinais nas margens côncavas (eventualmente
complementados por serviços de dragagens) e espigões nas margens conve-
xas (ver Fig. 23.23).
Obras de Regularização do Leito
Figura 23.23
Sistema de regularização com es-
Linha da margem acima do truturas combinadas.
Estrutura nível de máxima enchente
complementar ·
de conexão
Dique
longitudinal
Espigões - -- 11
Figura 23.24
Limite do Estrutura
leito menor complementar (A) Projeto integrado de regulariza:
de conexão çõo de curva côncava.
.)1 (B) Comboio de empurra em cruza-
1
1 Eixo do mento em curva.
leito
Batente de
estiagem
Estrutura Soleira de fundo
B
complementar
de conexão Planta Seção AS
....... - .. .. --------·--
Medidos em metros
-----.-
20a 25 m
,
.....................
Cota - 713,5
....
Escavadeira Escovadeira
de pó de arrasto hidráulica
Perfuração sobre barcaça
de rocha
subaquática
sobre barcaça
Figura 23.26
Obra de regularização do leito do
Rio Cobuçu de Cima em São Paulo
(SP) . (São Paulo, Estado/DAEE/SPH/
CTH/FCTH)
Figura 23.27
Dique construído com gabiões. (São
Paulo, Estado/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
• Espigões
Os espigões, como obras de proteção descontínua, podem ser classificados
em:
• Espigões isolados para afastamento do escoamento da margem: indica-
dos somente em condições específicas, como a proteção de encontros de
I
pontes, pois podem ser provocadas erosões na margem oposta (ver Fig.
23.28) e escavações a jusante de sua extremidade. Na Fig. 23.29 está re-
presentado esquematicamente o efeito de um espigão posicionado orto-
gonalmente a uma forte correnteza. São induzidos vórtices pela corrente
ptincipal, criando-se zonas de baixas velocidades e propícias à sedimen-
tação. Entretanto, a ação dos vórtices produz fossas associadas à cabeça
dos espigões por concentração das correntes do escoamento.
• Espigões de repulsão impermeáveis (ou plenos): constituídos por um
campo de espigões que se protegem mutuamente, induzindo a presença
de uma massa de água estagnada entre a margem e a corrente fluvial,
desviando-a. O espaçamento dos espigões é maior nos rios mais largos
do que nos mais estreitos, adotando-se espaçamentos referenciados ao
comprimento do espigão: nas margens côncavas, um comprimento; nas
figura 23.28
Representação gráfica da corrente
refletida por um espigão.
Obras de Regularização do Leito
Figuro 23.29
Representação esquemático do
comportamento de uma corrente
fluido em decorrência d.e suo inter-
ceptação por um espigão.
_,t
------ ------------ ..........
Escavação '
'•
Figuro 23.30
Esquema do mecânico hidrossedi-
mentológico de uma célula de um
campo de espigões.
···-········l>- B
················-),,.
700 Obras de Normalização e Regularização do Leito
Figura 23.31
Comportamento hidrossedimen- Nível de estiagem
tológico de uma célula de um Campo de correntes
campo de espigões em período de gerado pelos espigões
enchente.
Corte longitudinal
de um espigão
Ponto
~--f-----_ _..------.::=f::::::::::;--:- de
estagnação Corte transversal de um
1--1.....--i----------:--
espigão no trecho galgado
pelo escoamento
Os espigões podem ser classificados, de acordo com a direção que formam com
o escoamento principal do curso d'água (ver Fig. 23.32), em: normais (utilizados
nas cw-vas ou em trechos fl.úvio-marítirnos sujeitos a correntes alternativas), incli-
nantes ou divergentes e declinantes ou convergentes. A última disposição somente
deve ser adotada em circunstâncias específicas, urna vez que tem a tendência a
convergir o escoamento com potencial erosivo para as margens, podendo erodi-las,
a menos que o espigão sucessivo esteja próximo. Os espigões inclinantes formam
ângulos de 10º a 30º com a normal da margem, guiando o escoamento para se con-
centrar no centro do canal (ver Fig. 23.33).
Figura 23.32
Classificação de espigões segundo
suo direção com o escoamento.
-Corrent e - - Corrente-
Figura 23.33 (A) e (8) Esquema de um conjunto de espigões em defesa de margem côncava. (São Paulo, Estado/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
Obras de Regularização do Leito 701
Considerando a terminologia apresentada na Fig. 23.34, as dimensões geomé-
tricas do talude ou aba, cota e declividade do coroamento dependem dos materiais
que compõem a obra. Os espigões são normalmente mergulhantes da raiz para o
canal, visando reduzir seu impacto de interferência no escoamento principal. Oca-
beço deve estar submerso em cheias ordinárias, sendo a sua cota correspondente
ao nível médio, enquanto a sua raiz de ligação à margem deve estar em cota igual
à máxima enchente conhecida, correspondendo à declividades de 1:20 a 1:200. A
declividade do talude do cabeço deve variar entre 1:4 e 1:2, e a dos taludes laterais
do corpo do espigão, entre 1:1,5 e 1:3,0 (mais suave a jusante).
A distância entre os cabeços de espigões opostos deve ser ajustada de modo
que ambos influam na mesma intensidade sobre o escoamento, caso contrário po-
derá ocorrer deflexão da posição central, o que poderá vir a concentrar corrente
erosiva sobre outros espigões ou a margem oposta (ver Fig. 23.35).
Figura 23.34
Nível de máxima enchente
Terminologia relativa aos espigões.
Cabeço
l
Sentido da
corrente
Figura 23.35
Distribuição da corrente num cam-
po de espigões com deflexão da
posição central.
702 Obras de Normalização e Regularização do Leito
Figura 23.36
Comportamento do corrente fluido
entre espigões inclinantes.
IEixodo
9 jtalvegu:__
~ 1 --~· .,.:r.,
Figura 23.37
\C:7"
Distribuição dos elementos de um
campo de espigões em curva. Corte AB
Obras de Regularização do Leito 7.0J
Enrocamento
ou cascalho
Figura 23.38
10.00 m 10.00 m Tipos de composição de seções
' . ) • •
'
) 1
transversais de espigões com blocos
naturais.
Espigão
submersível
1:3
1:1
8,00m:
Planta
Corte longitudinal
Enrocamento
Figura 23.39
Espigão submerso poro regulariza-
ção do leito menor.
704 Obras de Normalização e Regularização do Leito
~--···· - T
E E
o o
o o
[ ~--+ Ij~:~ _.-_. __ ··- ___ ______ s:f~
" vi '..}............ j_lO:
_ , _______ ---
l
1 4,00m 5,00m 9.00m Plonto
Figura 23.41
D- Projeto integrado de estruturas
'
1
complementares da regularização.
Estruturas
~ !'---~ complementares
de conexão
Soleira de fundo
Seção AB (inflexão)
1
Q) '
5>1
Q) 1
Estrutura
~ ! Nível de
estiagem
complementar
de conexão
Seção CD
Soleira de fundo (vértice da curva)
Figura 23.42
Espigão Dique Depósito de Talvegue antes da Representação da regularização
sedimentos regularização com a correção de margem con-
vexa.
70{ Obras de Normalização e Regularização do Leito
Figura 23.43
Exemplo de correção do desenvol-
vimento de margens num alarga-
mento fluvial.
Figura 23.44
Regularização do perfil longitudinal.
(São Paulo, Estado/DAEE/SPH/CTH/
FCTH)
Figura 23.46
Proteção de talude com bolsocreto
e gobiào no Barragem de Porto
Primavero.
-
ECLUSAS DE NAVEGAÇAO
E CAPACIDADE DE TRA.FEGO
EM HIDROV/AS
Guia de montante
Guia de jusante
Seção transversal
70J Eclusas de Navegação e Capacidade de Tráfego em Hidrovias
CM
CJ
I_
Alimentação da câmara até seu nivelamento Fechamento de CA - abertura de CM
CJ CJ
I_
Comboio adentra a câmara Fechamento de CM e abertura de CD
até nivelamento com N.A. de jusante
CM
CJ
• -=ê~===~:,,-1 1-C_J_ __ _______.--, i1-ii#b.~====~,1
I __ t I_
Fechamento de CD - abertura de CJ Comboio sai da câmara
Figura 24.2
Eclusa: corte longitudinal esquemático dos principais elementos.
Princípio de Funcionamento das Eclusas de Navegação 703
A elevação ou o abaixamento do nível d'água juntamente com as embarcações
são efetuados por meio de um conjunto de aquedutos interligados, com o controle
do escoamento executado por comportas ou válvulas instaladas nos aquedutos ou
nas portas. AFig. 24.2 mostra esquematicamente a descida·do nível d'água na ope-
ração de esvaziamento.
Nas eclusas de queda intermediária e alta, as questões hidráulicas usualmente
mais relevantes a determinar a modelar na otimização das operações de eclusagem
(enchimento/esvaziamento) são: vórtices junto à tomada d'água, perdas de carga e
cavitação nos aquedutos, agitação no interior da câmara induzindo esforços de amar-
ração. As pressões ao longo dos aquedutos dos sistemas hidráulicos de enchimento e
esvaziamento da câmara, definindo a lei de enchimento/esvaziamento da eclusagem,
são um dos principais parâmetros de análise, objetivando a defuúção de condições
operacionais de comportamento hidráulico tecnicamente satisfatório e economica-
mente viável, visando principalmente o controle da cavitação.
Lateralmente, a câmara da eclusa é delimitada pelos muros de ala ou guias (ver
Figs. 24.l e 24.3 a 24.5). Os trechos onde se movimentam as portas são denomina-
dos de cabeças de montante e jusante. Em eclusas de queda intermediária e alta,
a porta de montante pode ter sua altura reduzida com a colocação, em sua porção
inferior, de um muro de queda (ver Fig. 24.7), enquanto a porta de jusante pode ter
a sua porção superior substituída por uma máscara fixa (ver Fig. 24.7), desde que,
para o nível máximo de jusante sob ela, houver luz livre suficiente para a passagem
Figura 24.3
das embarcações. Nas extremidades da câmara estendem-se os muros-guias e as Dimensões detalhadas da eclusa
garagens de barcos ou anteportos (ver Figs. 24.4 a 24.6) que direcionam as embar- da Barragem Móvel no Rio Tietê em
cações no acesso à câmara. Os canais de acesso interligam a hidrovia à eclusa. São Paulo (SP). (São Paulo. Estado/
DAEE/SPH/CTH/FCTH)
Guarda-corpo
A
t_
709 30 Comporta Fluxo.._
~ ensecadeira
de jusante
Planta
Quadro de distribuição
ZJ!)/ 127 Vco
O 2 • 6 8 10 m
Cotas lBGE CorteM MNNM M i
710 Eclusas de Navegação e Capacidade de Tráfego em Hidrovias
Figura 24.4
Vista aérea da eclusa da Barragem
Móvel no Rio Tietê em São Paulo
(SP). (São Paulo, Estado/DAEE/SPH/
CTH/FCTH)
.... ·.•·.·.·:~
•
.............:·:::· ,···.
: : ·: \
Eclusa de montante _.......... / .......1 ···.. ) \ ,...<....> . . ·:. Eclusa de
_ ~-= - ~ · :· ·
·-................................--~~nal inte~;;~dt~rio (S.~úõ"~L
. . . _-:_--:._-=----_-_-_-_-_-_-_-_-_-_---_ -- - - - - - -- - - -
: :,
~..~-·~ ~-~..
/ : jusante
--Anteporto
jusante
...····"'''······
··.... ...•
····•··························
Figura 24.8
Planta da situação dos elementos
da instalação de transposição de
substituída pela subdivisão do desnível em degraus, corno no caso da escada de Tucuruí na Hidrovia do Rio Tocantins
eclusas, em que entre duas eclusas simples implanta-se um canal de conexão que (PA).
permite o cruzamento das embarcações, corno emTucuruí (ver Fig. 24.8) na Hidro-
via do Rio Tocantins (PA).
Nas Figs. de 24.9 a 24.19 estão ilustradas e caracterizadas algumas das obras
de eclusas brasileiras.
712 Eclusas de Navegação e Capacidade de Tráfego em Hidrovias
Aterro
\
\
1
\
\
I
\
/
/
/
/
1
/
I
/
/
/
/
/
/
/
I
/
/
/
Figura 24.9 /
Projeto da Eclusa de Amarópolis na
Hidrovia do Rio Taquari-Jacuí e La-
/
goa dos Patos. Dimensão da câma-
/
/
ra: comprimento de 120,0 m. largura
de 17.0 me profundidade de 3,5 m. /
/
Princípio de Funcionamento das Eclusas de Navegação 71J
Figura 24.1O
Eclusa da Barragem Anel de Dom
Marco no Rio Jacuí (RS).
(São Paulo, Estado/DAEE/SPH/CTH/
FCTH)
figura 24.11
Planta de conjunto de localização
da Eclusa da Barragem Móvel no
Rio Tietê em São Paulo (SP) . (São
Paulo, Estado/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
Garagem de barcos
de montante
o
Barragem móvel ~
. -r,,e\ê
t:?t'ª
'
Muro de fechamento~'---..,
~Garagem de barcos de íusanle deíusonle
Cabeço de jusante do eclusa ~
Muro de barramento
Cabeço de montante
da eclusa
Cotas IBGE
o 50 100 150m
114 Eclusas de Navegação e Capacidade de Tráfego em Hidrovias
Central oleodinômico
;JJ..00
_ .~lu_
r o_ . _
Comporto
ensecodeiro
dejusonte
~00
Planto
o
Gvordo-c0<po
719,50 ~I
w
)-...:(1~:01=1:::ct:ilr:!I
C0<teM
709,50 - fundo
das adufes
Figura 24.12
Detalhes da Eclusa do Barragem
Móvel no Rio Tietê em São Paulo
(SP). (São Paulo, Estodo/DAEE/SPH/
CTH/FCTH)
Figura 24.13
Eclusa da Barragem Móvel no Rio
Tietê em São Paulo (SP). Compri-
mento de 122 m (90 m de câmara,
16 m de cabeça de montante e 16
m de cabeço de jusante), largura
de 12 m, altura da câmara de l O
m. desnível máximo a ser vencido
de 3.2 m.
(A) e (B) Vistas aéreas.
Princípio de Funcionamento das Eclusas de Navegação 715
724,950
721 950
°'
(")
o 10 20 3040 50m
1 - - 1
Planta de situação
Caso de comando
Central oleodinômico
comando dos comportas
Comporta
ensecodeira
Comporto Porto de
Câmara de ~ ...);º ._: m intermediário jusante
montante
Seção longitudinal
Caso de comando
Figuro 24.14
Eclusa de lbitinga no Hidrovio do Rio Tietê (SP).
Princípio de Funcionamento das Eclusas de Navegação 717
Figura 24.1S
Vista do Comboio Tietê adentrando a Eclusa de lbitinga na Hidrovia do Rio Tietê
(SP). (São Paulo. Estado/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
Reservatório
..~.
....·-:~;.
·. .··--·
~
•
. :·:·:··
••'-'
..• ,,.,......
·····::...
· 1·
Muro-guio de montonlL.
Perfil longitudinal
385
Q
0
- .
D
Cidade de Tucuruí -
D
Seção transversal
.............
.
~
Muro-guio de montante
Muro-guio de jusante
Bacio de dissipação
figura 24.19
Eclusa de jusante de Tucuruí (PAI no Hidrovio do Rio Tocantins.
142.00 (câmoro)
.
D ',í
,,
D .)1,( D ',1 1 D i1 1f 1 1
1
1 11 1 1~ '
l1 1 • ..1,.336.50 1: -tl1:~ -
I l1 1 1• y 1 ,, 1 l 1j' I
,r, 1, ,'-, 11 ,•, li ~ 11
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Medidas em metros
Figura 24.21
Aqueduto longitudinal da Eclusa de
Nova Avanhandava na Hidrovia do
Rio Tietê (SP).
Princípio de Funcionamento das Eclusas de Navegação 721
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Medidas em metros
Cotas IBGE
figura 24.22
Sistema de enchimento da Eclusa
de Três Irmãos na Hidrovia do Rio
Tietê (SP) .
122 Eclusas de Navegação e Capacidade de Tráfego em Hidrovias
Figura 24.23
Escoamento nos poços das com- Acionamento
hidráulico
portas e instalação típica da com-
porta segmento invertida. ......
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Escoamento
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Condições em que ocorre o
empuxo ascendente
Dimensões Típicas das Eclusas Brasileiras 72J
• Ausência de turbulências na câmara da eclusa que possam trazer riscos às
embarcações. Quanto à natureza, podem ocorrer ondas estacionárias na dire-
ção longitudinal e transversal ao eixo da câmara, e correntes recirculatórias
transversais. O objetivo almejado é o de que o enchimento se processe de
modo simétrico e homogêneo em toda a câmara, principalmente nos instantes
de vazão máxima.
• Osistema de adução deve ser capaz de efetuar a eclusagem somente com uma
tubulação, apenas com o inconveniente do tempo de operação.
• O escoamento na aproximação da tomada d'água não deve acarretar proble-
mas às menores embarcações.
• As estruturas de restituição devem produzir reduzida turbulência, localizando-
se preferencialmente fora do percurso de navegação.
• As pressões nos aquedutos e válvulas devem manter-se fora das condições de
risco de cavitação, sendo que a jusante das válvulas a linha de energia tem de
se manter acima da geratriz superior do duto.
• Os tempos de eclusagem devem ser reduzidos na proporção em que o aumento
dos custos gerados por essa condição seja compatível com as vantagens oriun-
das de uma rápida operação das válvulas.
As soluções otimizadas para satisfazerem os critérios de projeto são pesquisa-
das e otimizadas por meio da modelação dos escoamentos.
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Medidas em metros
Cotas IBGE
Figura 24.26
Esquema de freio de segurança
para embarcações.
Cilindro Cabrestonte
m
2,50m
Figura 24.27
Ranhura para fixação de guias de
cabeços.
0.40 2,60
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Guias LI)
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Escada
2,00
Medidas em metros
Equipamentos das Eclusas de Navegação 7:27
24.4.2 Portas
A escolha do tipo de porta mais conveniente merece um cuidado especial, sobretu-
do nas grandes obras.
Como regra geral, as portas somente são movimentadas com níveis d'água
igualados nas duas faces ou com carga mínima de alguns decúnetros, o que garante
grande simplificação no sistema de movimentação e na sua estrutura.
As características que distinguem os tipos de portas residem nos movimentos
de rotação em torno de um eixo, sendo as mais utilizadas as de busco (também
conhecidas como vincianas ou mitra) (ver Figs. 24.17, 24.19, 24.24, 24.25 e 24.30),
por vantagens estruturais e de vedação em portas para grandes e pequenas dimen-
sões, e as planas de movimentação vertical (ver Figs. 24.7, 24.31 e 24.32).
As portas de busco são constituídas por um par de painéis que, ao girarem em
torno de cada um de seus eixos verticais junto aos muros de ala, encontram-se no
eixo central da câmara formando um ângulo com vértice voltado sempre para mon-
tante, apoiando-se no fundo num batente (busco). Quando abertas, as portas ficam
encaixadas nos muros de ala. A vedação é conseguida pela pressão hidrostática
ela água, lateralmente contra os muros, no fundo contra o busco e na junção uma
contra a outra. A movimentação nas obras maiores é mecanizada por guinchos, ou
mais usualmente por pistão hidráulico articulado na face interna da porta, ou por
sistema mecânico de cremalheira-roda dentada mot01izado por motor elétrico (ver
Fig. 24.25). O principal inconveniente desse tipo de porta é exigir maior compri-
mento de muro de ala.
Equipamentos das Eclusas de Navegação
Figura 24.30
(A) Portos de busco do Eclusa da
Barragem Anel de Dom Marco no
Rio Jacuí (RS).
(B) Portos de busco da Barragem
Móvel no Rio Tietê em São Paulo
(SP). (São Paulo. Estado/ DAEE/SPH/
CTH/FCTH)
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451 ,50
T
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428,50
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contrapeso 0i =
423,50
T
Figura 24.31
As portas planas de movímentação vertical podem ser levadiças ou baixadiças. Porta de jusante do Eclusa de Barra
No primeiro caso são movímentadas, em geral, por pórticos que devem ter grande Bonita no Hidrovia do Rio Tietê (SP).
altura para permitir a passagem da embarcação. No caso de portas de jusante de
eclusas de alta queda, a movímentação pode ser feita contra a máscara, pois so-
mente esse tipo de porta é bem adaptado ao uso da máscara fixa. No segundo caso,
1JO Eclusas de Navegação e Capacidade de Tráfego em Hidrovias
21 00 5,00 ·13,00
4-434,00
45 00
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@ Porta levadiça
(D Painel de vedação
Medidas em metros
4-434,00 Cotas IBGE
Figuro 24.32
Planta de situação da porta leva-
diça de jusante da Eclusa de Barra a porta desce contra o muro de queda, quando a eclusa é de queda relativamen-
Bonito na Hidrovio do Rio Tietê (SP). te grande. As comportas planas são geralmente movimentadas por cabos, sendo
quase sempre possível mspor de sistemas de contrapeso, que reduzem a energia
necessária para a movimentação. Os maiores inconvenientes desse tipo de porta
estão ligados à manutenção dos cabos, que são solicitados por grandes esforços e
devem ter grandes comprimentos, além do alto peso comparativamente às portas
de busco equivalentes.
i
Funcionamento Hidráulico das Eclusas 7J1
24.4.3 Válvulas
Atualmente, são comportas segmento-invertidas ou planas verticais (tipo gaveta),
havendo maior preferência pelas primeiras por sua facilidade de acionamento (me-
nor atrito e vibrações), simplicidade, durabilidade e menor manutenção (ver Fig.
24.23). As comportas segmento-invertidas, isto é, com a articulação a montante
da face vedante, fecham a extremidade de jusante do poço de comportas e, conse-
quentemente, impedem a entrada de ar descontroladamente.
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130 -
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Curvade 404 Ê
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Figura 24.33
Lef de enchimento, levantado em
modelo físico, do Eclusa de lbitinga
no Hidrovio do Rio Tietê (SP). (São
Paulo, Estodo/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
funcionamento Hidráulico das Eclusas 7JJ
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- 277 O 11.
o 100 200 300 400 500 540
Tempo de abertura da válvula: 5 min Tempols)
Figura 24.34
Lei de enchimento. levantada em
24.5.3 Condições de aproximação ao emboque da tomada modelo físico, da Eclusa de Três
Irmãos na Hidrovia do Rio Tietê (SP}.
d'água (São Paulo, Estado/DAEE/SPH/CTH/
FCTH}
Deve-se avaliar a distribuição de velocidades defronte à tornada produzida pelos
contornos adjacentes e a possível formação de vórtices.
Os cuidados a serem tornados nas condições de aproximação ao emboque da
tornada d'água são:
• Impedir a formação de vórtices, urna vez que a admissão de ar associada pode
acumular-se na forma de bolsões nalguns pontos dos aquedutos, os quais, ao
estrangularem o escoamento nos aquedutos por atingirem grandes dimensões,
são expulsos pelos orifícios de alimentação da câmara, devido ao aumento de
pressão. Os bolsões de ar liberados expandem-se na câmara e entram em co-
lapso violentamente na superfície da água, perturbando o enchimento e pondo
em risco a segurança das embarcações pela geração de ondas.
• A distribuição não-uniforme de velocidades junto ao emboque, além de propi-
ciar a formação de vórtices, produz, principalmente em aquedutos curtos, a
desigual distribuição de vazões pelos orifícios, produzindo ondas ao longo do
eixo longitudinal.
Nas Figs. 24.35 a 24.37 estão apresentados alguns exemplos de projetos de
tornadas d'água da Hidrovia do Rio Tietê (SP).
7J4 Eclusas de Navegação e Capacidade de Tráfego em Hidrovias
Cômorade
controle de
entrada e
Nível saido d'óguo
mínimo Comporta
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jusante
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Medidos em metros
ColoslBGE
Figuro 24.36
Planta e elevação da tomada
d'água da Eclusa de Nova Ava-
nhandava na Hidrovia do Rio Tietê
(SP).
F
Planto
OJ
Corte 88
OJ
CorteCC
DID Corte FF
267.00
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C'i
Figura 24.37
Planta e elevação da toma-
da d'ógua da Eclusa de Três
Irmãos na Hidrovia do Rio Tietê
o 270,00
figura 24.38
Ocorrência de uma onda estacio-
nário uninodol e suo influência so-
bre o comboio.
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figura 24.39
Onda estacionária polinodol; note-
se que, neste coso, o comboio fico
sujeito a esforços menores do que
no anterior. ~
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Funcionamento Hidráulico das Eclusas 1J1
na segunda ocorre um seiche polinodal (ver Fig. 24.39). No primeiro caso, logo
que as válvulas são abertas, as pressões são maiores nos primeiros orifícios,
que descarregam desbalanceadamente antes que os de jusante, ocasionando,
com as grandes acelerações da massa líquida e o desÍúvel na linha d'água na
câmara, esforços elevados nos cabos das embarcações nos estágios irúciais,
mas a operação de abertura das válvulas faz com que o escoamento ocorra em
todos os orifícios e a pressão disponível em cada saída é crescente para jusante
e, portanto, também as vazões. Projetos desenvolvidos para maiores quedas
inviabilizaram esses sistemas convencionais de enchimento, conduzindo ao
projeto de urna série de aquedutos secundários, com comprimentos iguais
e dispostos de modo a aduzir em pontos apropriadamente distribuídos
escoamentos simultâneos, como nas eclusas de Três Irmãos na Hidrovia do Rio
Tietê, Porto Primavera na Hidrovia do Rio Paraná, Sobradinho na Hidrovia do
Rio São Francisco, Lajeado e Tucuruí na Hidrovia do Rio Tocantins. Amedição
de esforços nos cabos de amarração nos modelos físicos das eclusas de Nova
Avanhandava e Três Irmãos (ver Figs. 24.40 a 24.42) ilustra o que ocorre no
interior da câmara: no segundo caso (seiche polinodal), como os aquedutos
têm comprimentos significativamente menores, também o desbalanceamento
é menos pronunciado, com os ângulos das linhas d'água compensados por
aqueles formados pelos outros aquedutos da câmara, traduzindo-se em
esforços baixos na direção longitudinal das embarcações. Na Fig. 24.43 ilustra-
se o resultado de um registro em modelo físico da sobrelevação do nível d'água
na câmara ao final do enchimento da Eclusa de Po1to Primavera.
• Ondas e correntes transversais
As ondas transversais ao eixo da câmara decorrem também do desbalancea-
mento das vazões em função de uma distribuição não-uniforme de velocida-
des, tendo características de onda estacionária. Por sua vez, a difusão dos jatos
através dos orifícios produz correntes recirculatórias, de maior ou menor ener-
gia, cujos efeitos são mais intensos durante os instantes iniciais do enchimento
Figura 24.40
(ver Fig. 24.44), sendo as sobrelevações maiores nos aquedutos de concepção Registro de um ensaio de medição
. mais simples ou com reduzido número de orifícios, devido às menores perdas de esforços no modelo físico da
de energia do escoamento. Eclusa de Nova Avanhandava na
Hidrovia do Rio Tietê (SP).
(São Paulo, Estado/DAEE/SPH/CTH/
FCTH}
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7JJ Eclusas de Navegação e Capacidade de Tráfego em Hidrovias
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Enchimento da câmara
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Figura 24.41
Registro de um ensaio de medição de esforços em comboio no modelo físico da Eclusa
de Nova Avanhandava na Hidrovia do Rio Tietê (SPJ. (São Paulo, Estado/DAEE/SPH/CTH/
FCTH)
Enchimento
Tempo de manobra da comporta: 5 minutos
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Bombordo Vante Montante
Figura 24.42
Registro de um ensaio de medição de esforços em comboio no modelo físico da Eclusa
de Três Irmãos na Hidrovia do Rio Tietê (SP). (São Paulo, Eslado/DAEE/SPH/CTH/FCTH)
Funcionamento Hidráulico das Eclusas 7J!J
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40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280
TemPo (s)
Final do enchimento (530 s de duração)
Figura 24.43
Registro em modelo físico de sobrelevação do nível d'água na câmara ao final do en-
chimento. Eclusa Porto Primavera na Hidrovia do Rio Paraná (SP/MS). (São Paulo. Estado/
DAEE/SPH/CTH/FCTH)
Figura 24.44
Eclusa de Três Irmãos Eclusa de Nova Avanhandava Sobrelevações provocadas pela
ação do jato.
Figura 24.45
Posição assimétrica da embarca-
ção em relação ao eixo da câma-
ra.
Capacidade de Tráfego das Eclusas 141
,,
24.6 CAPACIDADE DE TRAFEGO DAS ECLUSAS
24.6.1 Considerações gerais
A capacidade de tráfego das hldrovias é definida pela tonelagem máxima anual
que pode transitar por ela em condições operacionais normais. Nos canais de na-
vegação não eclusados, qualquer obra que limite a velocidade ou restrinja a pas-
sagem das embarcações reduz a capacidade de tráfego: restrições de cruzamento,
navegação somente diurna, pontes com vãos restritivos, fortes correntezas etc. Nos
rios canalizados, a capacidade de tráfego está normalmente limitada pelas obras
de transposição de desnível. Assim, nas vias eclusadas a capacidade de tráfego é
imposta pela obra mais lenta, isto é, a que obriga a um maior tempo de transposi-
ção (intervalo em que a obra deve atender a um comboio ou embarcação), o que
evidencia o interesse de projetar todas as obras de transposição da mesma via oti-
mizadas com igual capacidade de tráfego.
Acapacidade de tráfego é um importante parâmetro econômico utilizado para
exame da viabilidade das novas vias navegáveis e para a justificativa de reformas e
ampliações das vias existentes.
F =1 75 ~ dQ
' g(Fe-Fb) dt
Capacidade de Tráfego das Eclusas 74J
sendo:
Wt : deslocamento total do comboio
F e : área transversal molhada da eclusa
Fb : área transversal da seção-mestra da embarcação
: : taxa de variação da vazão no tempo
Necessidades agrícolas
• as que criam fluxos importantes de transporte, como os grãos;
• as que são sensíveis a uma inigação satisfatória, ou que temem particularmen-
te as inundações.
SUSTENTAVEL
Ochamado desenvolvimento territorial sustentável se propõe a assegurar uma divi-
são harmônica do desenvolvimento econômico com o meio ambiente e, consequen-
temente, com as atividades da população.
Interesse na criação de eixos econômicos
A criação de eixos privilegiados apresenta vantagens reconhecidas que consistem
numa certa unificação dos meios e das atividades, em relação a um desenvolvimen-
to mais disperso e menos eficaz, e em um desenvolvimento linear, em oposição
a um desenvolvimento concêntrico, que pode apresentar grandes inconvenientes
O Exemplo das Hidrovias Européias Consolidadas 74!J
para o futuro em razão de polarização excessiva, desequilfürio entre regiões e con-
gestionamentos. Criam-se, assim, grandes eixos atraentes de desenvolvimento.
Aaquavia de grande capacidade aparece como um instrumento decisivo para a
definição da orientação escolhida e a promoção de uma divisão geográfica espontâ-
nea do crescimento, principalmente nos grandes eixos previstos no esquema geral
do desenvolvimento do território brasileiro. Essa infraestrutura deve fazer parte
de um conjunto completo de infraestruturas de transporte, energia, mão-de-obra,
urbanismo e estímulos financeiros que lhe deem sustentabilidade.
A realização de ligações contínuas, constituindo uma rede reduzida aos eixos
essenciais, favorece a concentração linear ao longo do eixo. Assegura-se também,
aos empreendimentos implantados ao longo da aquavia, vantagens estratégicas,
pois poderão estar em comunicação, através de uma rede integrada, com vários
outros portos maritimos, zonas de provisionamento e mercados, reforçando sua
competitividade. Essas características são muito importantes num país com as di-
mensões continentais do Brasil.
Figura 25.1
Travessia sob uma ponte antiga em
arco em hidrovia do Reino Unido.
Observa-se a calçada por onde no
passado era usada a sirga animal
para mover as embarcações.
(Santiago, 2003)
7fO O Papel da Aquavia na Economia Contemporânea
Figuro 25.2
(A) . (B), (C) Eclusagens no Rio Mo-
selle (França). Saída de automotor
com L = 110 m, B = 10 m. T= 2.217
tpb. Estas embarcações navegam
de 10 a 12 nós.
l .7f1
O Exemplo das Hidrovias Européias Consolidadas
Figura 25.3
Eclusa com comporta plana levadi-
ça em ljzer (Bélgica) para compati-
bilização de níveis d'água. (Santia-
go, 2003)
Figura 25.4
Eclusa de câmaras múltiplas de
Fonserannes (França).
(Santiago, 2003)
O Papel da Aquavia na Economia Contemporânea
Figura 25.5
(A) Eclusa de hidrovia do Reino Unido com acionamento manual das portas de busco (por duas alavancas a jusante). (8) As vál-
vulas de enchimento também são acionadas manualmente por catracas, constituindo-se de guilhotinas nas próprias portas. (C)
Visualização das portas de busco de montante, observando-se vazamento na lateral. As portas são de estrutura mista de aço e
madeira. (Santiago, 2003)
figura 25.6
(A) Portas de busco de montante com 1 folha em eclusa de
hidrovia no Reino Unido.
(B) Portas de busco de 2 folhas em eclusa da Hidrovia Shrop-
shire Union no Reino Unido. Observar as alavancas para mo-
vimentação das portas e as catracas para acionamento dos
válvulas.
(C) Portas de busco de 2 folhas a jusante de eclusa da Hidro-
via do Rio Trent ao Rio Mersey (Reino Unido).
(D) Portas de busco de jusante em eclusa de hidrovia no Reino
Unido.
(E) Eclusas em paralelo no Canal do Rio Trent ao Rio Mersey
(Reino Unido). (Santiago, 2003)
O Exemplo das Hidrovias Européias Consolidadas 7fJ
Figura 25.7
(A) Porta plana baixadiça a montante da eclusa de Carrapatelo, no Rio Douro (Portugal):
dimensões de 90 m de comprimento, 12, 1 m de largura, 13 min de enchimento e 35 m de
desnível máximo.
(B) Portas de busco a jusante da eclusa de Grestuma, no Rio Douro (Portugal), com 13,9 m
de desnível máximo e tempo de enchimento de 8,5 min.
Figura 25.8
Sistema de acionamento das portas de eclusa comandado remotamente. Canal do Rio Marne ao Reno (França). (Santiago, 2003)
O Papel da Aquavia na Economia Contemporânea
Figura 25.9
(A) , IB). (C) e (D) Plano inclinado
de Arzviller (França) no Canal entre
o Rio Marne e o Reno. Ascensor do
tipo runicular transversal, vencendo
com uma rampa de 1:4 um desnível
de 45 m. A cuba pesa cerca de
900 toneladas e é equilibrada por
contrapesos que se movem sobre
trilhos. (Santiago, 2003)
Figura 25.1O
Aqueduto de Pontcysylte no Canal
Llangollen (Reino Unido) com 300 m
de comprimento. (Santiago, 2003)
O Exemplo das Hidrovias Européias Consolidadas
Figura 25.11
(A) e (B) Aqueduto Edstone no Ca-
nal Stratford (Reino Unido) com
226 m de extensão e 9 m de altura
sobre curso d'ógua. rodovia e linho
férreo dupla. (Santiago, 2003)
Figura 25.12
Túnel Bornton no Canal entre o Rio
Trent e o Rio Mersey (Reino Unido)
com 515 m de extensão. (Santiago.
2003)
O Papel da Aquavia na Economia Contemporânea
Figura 25.13
(A), (BJ. (C) e (D) Túneis no Canal
do Rio Marne ao Reno (França):
comprimento de 475 me 2.306 m
de largura. Observe-se a sinalização
náutica luminosa e o limitador de
colado aéreo. (Santiago, 2003)
Figura 25.14
Ponte basculante de acionamen-
to manual em travessia no Canal
Shropshire Union em Llangollen (Rei-
no Unido). (Santiago, 2003)
O Exemplo das Hidrovias Européias Consolidadas
Figura 25.15
(A). (8), (C) e (D) Pontes basculan-
tes de acionamento hidráulico em
travessias no Canal Nieuwpoort a
Gent (Bélgica). Observa-se a sinali-
zação luminosa. (Santiago, 2003)
Figura 25.16
Ponte giratória em travessia no Ca-
nal Nieuwpoort a Gent (Bélgica).
(Santiago, 2003)
O Papel da Aquavia na Economia Contemporânea
Figura 25.17 (A), (8). (C) . (D). e (E) Etapas sucessivos de içamento de ponte levadiça em Brugge (Bélgica). (Santiago, 2003)
O Exemplo das Hidrovias Européias Consolidadas
Figura 25.18
(A). (BJ e (C) Sinalizações em hi-
drovios do Reino Unido. (Santiago.
2003)
Figura 25.19
Plantações laterais de árvores no
Canal Nieuwpoort a Gent (Bélgica).
com o intuito de amortecer o ação
do vento sobre o hidrovio. (Santia-
go, 2003)
Figura 25.20
Pontos de abastecimento ao longo
de hidrovia do Reino Unido. (Santia-
go, 2003)
7{0 O Papel da Aquavia na Economia Contemporânea
Figura 25.21
Áreas de atracação e abastecimento em hidrovias inglesas (A) e belgas (B) e (C). (C) Sinalização de infraestrutura disponível em
Oudenburg na Hidrovia Nieuwpoort a Genl (Bélgica). (Santiago, 2003)
Figura 25.22 (A). (B) . (C) e (D) Marina de Schwebsange {Luxemburgo). observando-se a infraestrutura de abastecimento de com-
bustível. água e energia elétrica. (Santiago. 2003)
A Consistência da Aquavia no Brasil 7{1
Figura 25.23
Eutrofização em canal da Bacia do
Rio Avon (Reino Unido) como ilus-
25.8 A CONSISTÊNCIA DAAQUAVIA NO BRASIL tração de problemas ambientais a
serem administrados nas operações
O Brasil possui mais de 8.500 km de linha costeira considerando os recortes lito- hidroviárias. (Santiago, 2003)
râneos. Dezessete estados da Federação compõem esta linha de costa, contando
com portos marítimos, estuarinos e lagunares, pelos quais se movimenta a quase
totalidade do comércio exterior do país (navegação de longo curso), além da na-
vegação de cabotagem entre os portos nacionais. Aos mais de 40 principais portos
comerciais marítimos brasileiros agregam-se mais de 60 portos fluviais (terminais
hidroviários), possuindo o país uma das maiores redes fluviais do mundo com cerca
de 20.000 km em condições de navegação, sendo a malha navegável total estimada
em 50.000 km. Assim, o Brasil está dotado atualmente de um conjunto de mais de
uma centena de pólos aquaviários multimodais de transporte públicos e privados.
Apesar de todas as vantagens do transporte aquaviário, em 1999 somente
6,30% do volume de cargas era transportado pela navegação de cabotagem e hi-
droviária no Brasil, enquanto o modal rodoviário era responsável por 63,72% e o
ferroviário por 20,70%. Nos Estados Unidos e na União Europeia, o percentual do
modal aquaviário era superior a 25% .
Os portos marítimos dominam o comércio brasileiro: 95% das exportações bra-
sileiras são por via marítima. Entretanto, existe um gargalo logístico, além do risco
regulatório, no custo final dos produtos nacionais, que o tornam muito alto.
Uma das razões para isso é que esses gargalos obrigam à manutenção de um
alto nível de estoques. A falta de infraestrutura logística e o risco regulatório re-
tiram a competitividade do produto brasileiro exatamente quando as exportações
nacionais estão dando um salto. Esse gargalo está contendo o nosso potencial de
vendas no exterior. Na cadeia do sistema logístico está envolvida a questão relativa
ao aprimoramento da eficiência e segurança das operações aquaviárias de nave-
gação. Por outro lado, no que tange ao risco regulatório, afloram as questões de
avaliações de impacto ambiental. Na verdade, a questão deve ser tratada de forma
integrada para que o processo de decisão na solução dos problemas seja eficaz.
BIBLIOGRAFIA
Bibliografia