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SÍNTESE DOS CAPITULOS DO LIVRO: A SOCIEDADE CONTRA O ESTADO –

PIERRE CLASTRES.

Claramente observado no título do primeiro capitulo, Clastres se refere a Nicolau

Copérnico, frisando a necessidade de uma descentralização do mundo ocidental como a base

da análise antropológica. Seu principal ponto e discorrer sobre o pensamento antropológico do

seu período, observando as deficiências a respeito da análise das sociedades ditas primitivas.

“Existe uma consciência formal em cada indivíduo que remete a costumes do princípio da

humanidade, onde sempre há uma hierarquia humana formada por poucos, qye está designada

a comandar uma maioria.” Nesse trecho Clastres sobre a ideia de dever por meio da ordem,

onde os estudos antropológicos devem ser desenvolvidos em volta do caráter político, pois há

uma deficiência na antropologia de analisar como a política surge em outras sociedades não

ocidentais. Noutro ponto frisa que não seria possível verificar a profundidade de cada sociedade,

as limitando apenas em sociedades com Estado e sociedades sem poder, onde ao seu ponto de

vista, Poder se realiza dentro de uma relação social Típica: comando – obediência”, conceito

presente nas culturas indígenas da Américas, onde em suas lideranças, os chefes mesclam o

comando e obediência e uma cultura mais homogênea de liderança.

Seguindo a analogia do texto, Clastres discorre sobre o etnocentrismo e a afirmação do

evolucionismo, afirmando que todas as sociedades possuem em si um pouco de narcisismo,

diferenciando que as sociedades primitivas tendem a ver sua cultura como superior, não sentindo

a necessidade de um discurso de afirmação a respeito. O etnocentrismo é incapaz de entender

uma sociedade que não possui o mesmo conceito de poder, porque não compartilha nada de

similar com a nossa cultura.

O autor discorre que as sociedade Ocidentais sempre cria o objeto da razão de

necessidade de interferir nas sociedades arcaicas para impulsioná-las ao próximo passo da

evolução. Essa ideologia apresentou bruscamente nas colonizações ibéricas das Américas, que

afetaram severamente os povos indígenas.


Clastres, trabalhando os conhecimentos de Lapierre, ressalta que o Poder político deriva

da inovação social, aplicando-se as sociedades aonde o conceito de comando – obediência está

aplicado, Inovação social é talvez a base do poder político coercivo, mas não é a base do poder

não-coercivo, a menos que seja decido que só poder coercivo existe.

Para Clastres, existe dois tipos de formas de poder político:

Sociedades primitivas carecem de uma noção de poder real. Ele não é nem mesmo

considerada como um órgão que desfrute de algum tipo de poder caso não haja um órgão político

efetivo. São com isso isoladas em um cenário pré-político.

Algumas poucas sociedades primitivas passaram de um estágio primitivo para obter “a

única forma de grupo humano autenticamente existente: a instituição política”.

Ressalta que com essas considerações, o indivíduo primitivo acaba sendo condenado

pela etnologia se ocorrer o segundo caso, pois a sociedade existe apenas uma condição de

desordem total, ou um cenário aonde o despotismo e tirania se instauram.

Um ponto que Clastres intensifica e o conceito de lideranças indígenas, onde o poder

nessas sociedades é um elemento efêmero, onde pela dinâmica de um grupo arcaico afasta

qualquer esboço de uma condição política significante, sendo que o chefe tem um poder sem

poder operando sua função num certo quase vácuo, atribuindo-o os seguinte papel de

pacificador, moderador, poder civil e militar, generoso coma suas posses e orador da tribo.

Também aponta que o poder do chefe vária de acordo com o tempo de paz e guerra. Assim, na

sociedade primitiva, sociedade essencialmente igualitária, os homens são senhores de sua

atividade, senhores da circulação dos produtos dessa atividade: eles só agem para si próprios,

mesmo se a leia de troca dos bens só mediatiza a relação direta do homem com o seu produto.

O homem primitivo produza para os outros, sem troca e sem reciprocidade.


SÍNTESE OMNES ET SINGULATIM: POR UMA CRÍTICA DA “RAZÃO POLÍTICA” –

MICHEL FOUCAULT.

Em seu OMNES ET SINGULATIM, Foucault introduz um pensamento crítico sobre a razão

política e suas implicações, onde a racionalização e os excessos do poder político é evidente.

Em um paralelo, Foucault instiga que devemos não aborda a racionalização da sociedade ou da

cultura como um todo, mas analisar esses processos em diferentes campos.

O principal problema quando as pessoas tentam racionalizar alguma coisa não é

investigar se essas pessoas conformam-se ou não aos princípios da racionalidade, mas

descobrir que tipo de racionalidade estão adotando.

No texto, apresenta-se um aproximação da razão em relação a noção de divindades em

geral (rei, líder, pastor e etc.), intercalando o contraste com o pensamento político grego,

mostrando o quão importante tornam esses temas no pensamento e nas instituições do

cristianismo, apresentando um paralelo entre o papel do Deus-pastor com as atribuições das

divindades gregas. Nesse ponto, apresentando os textos bíblicos e poemas gregos como os

Homéricos, ressalta a necessidade da qualificação dos líderes e o destaque da grandeza do seu

poder.

Platão estabelece uma divisão ou distinção entre o homem que transmite ordens a coisas

inanimadas, e o homem que dá ordens a animais, nesse ponto temos o líder político: um pastor

e homens. Tal divisão proporciona os cidadãos o poder de diferenciação, tento o poder de

reivindicar legitimamente o título de pastor de homens. O político deve-se demonstrar em que

seus aspectos ele não é de um pastor. Portanto o Político parece ser mais sistemática reflexão

da antiguidade sobre o tema do pastorado.

Os homens que detêm poder político não desempenham o papel de pastores. Sua missão

não consiste em proteger a vida de um grupo de indivíduos, e sim em formar e garantir a unidade

da cidade. O problema político é o da relação entre a unidade e a multiplicidade no quadro da

cidade e de seus cidadãos, onde o problema pastoral diz respeito às vidas dos indivíduos.
O autor chama atenção para o chamado problema welfare state, onde há a necessidade

a novas técnicas de governo do mundo atual, onde e um dos ressurgimentos extremamente

numerosos do delicado ajustamento entre poder político exercido sobre sujeitos civis, e poder

pastoral exercido sobre indivíduos vivos.

O autor elucida sua tentativa de mostrar como o cristianismo primitivo deu forma à idéia

de uma influência pastoral continuamente exercida sobre os indivíduos e através da

demonstração da verdade particular desses indivíduos. Também demonstrar como essa ideías

de poder pastoral era estranha ao pensamento grego, a despeito de um certo número de

empréstimos, como o exame de consciência prático e a direção e consciência.

A racionalidade do poder do Estado era ponderada e perfeitamente consciente de usa

singularidade, sem a necessidade de encobertar-se por práticas espontâneas ou cegas. E

formulada em dois corpos de doutrina: a razão de Estado e a teoria da política. Essas duas

expressões não tardaram a adquirir sentidos estreitos e pejorativos.

“A doutrina da razão de Estado tentou definir em que aspectos o princípios e métodos do

governo estatal diferiam, por exemplo, da forma como Deus governava o mundo, o pai sua

família, ou um superior sua comunidade. A doutrina da polícia define a natureza dos objetos da

atividade racional do Estado; define a natureza dos objetivos que ele persegue e a forma geral

dos instrumentos envolvidos.”

Por fim para Foucault, a racionalidade política cresceu e se impôs ao longo de toda história

das sociedades ocidentais. De início ela se instalou na ideia do poder pastoral, depois na de

razão de Estado. Seus efeitos inevitáveis são a individualização e a totalização. A libertação só

pode ser alcançada através do ataque às próprias raízes da racionalidade política.

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