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Homossexualidade na Escola

Nos tempos atuais há uma grande necessidade de repensar sobre as relações humanas,
focando principalmente na homossexualidade. Mesmo não obtendo respostas dadas pela ciência
ou pela psicanálise ajudam na mudança rápida e na opinião das pessoas. Antigamente a
homossexualidade era encarada como algo errôneo, mal visto pela sociedade. (MIRELLA, 2009).
Segundo MIRELLA (2009), estamos em uma face de transição de opinião que vem sendo notório
a todos. É comum vermos casais homossexuais em bares, restaurantes, festas, cinemas, e cada
dia mais essa liberdade de escolha sexual começa a ser aceita, mostrando a mudança da
sociedade.
Um dos primeiros contatos sociais que a criança e o adolescente encontram em suas vidas são
as escolas, onde aprendem lógica, línguas e principalmente sobre outras culturas e sociedades.
Porém, nem todos os assuntos são abordados com afinco, como por exemplo,
a homossexualidade ainda tratado com preconceito e desinformação. É comum nas escolas
brincadeiras de mau gosto, maus tratos físico e/ou verbal ao indivíduo homossexual, podendo
causar-lhe grandes danos psicológicos e morais, sem que os demais percebam e assim dando
continuidade as suas “brincadeiras”. As escolas tanto particulares quando publicas deveriam
abranger mais sobre esse assunto, dando oportunidade dos alunos se aproximarem mais e de
obter mais conhecimento. Normalmente as escolas particulares não dão ouvido ao aluno
homossexual que está passando por problemas na escola, causando um grande impacto na vida
social desse aluno. (SANTOS, 2010).
Aprendemos a viver em sociedade e para a sociedade é na escola que o aluno conhece seus
direitos e deveres, se manifesta, constrói sua própria opinião e aceita as diferenças dos outros,
o professor entra como um gancho mediador de todo o conhecimento que está sendo construído
e se necessário trabalha para modificá-lo. Para se trabalhar com o assunto da homossexualidade
em sala de aula, observamos várias dificuldades, como o constrangimento por parte de alguns
alunos, por tratar-se de um assunto “reprimido” na sociedade, causando conflitos entre a escola
e os pais, que muitas vezes desinformados, julgam a disciplina e assim criam obstáculos.
(MIRELLA, 2009).
A capacitação dos professores e as ações educativas da escola, são fundamentais para
favorecer o fortalecimento da educação sexual, focando principalmente nos assuntos sobre
homossexualidade e lesbianismo, potencializando a possibilidade de relação humanas mais
igualitárias. (MIRELLA, 2009).

Homofobia e a Constituição
A homossexualidade não é mais vista como doença, como desvio, como crime pela medicina e
psicologia, porém a escola continua a esquivar-se de tratar esse assunto, ou quando tenta
mencionar o tema, este vem carregado de preconceitos e piadas contribuindo assim para a
exclusão e violência desse grupo social.
Discutir sobre a homossexualidade é um tabu nas escolas, causando diversas reações, desde
surpresa, vergonha e risos a horror, desdém e desconfiança. A homofobia incomoda tanto o
homossexual quanto que a reproduz.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) publicou em 2004 o estudo
Juventude e Sexualidade, fruto de uma pesquisa em 14 capitais brasileiras. O levantamento indicou, entre outros tópicos,
que cerca de 27% dos(as) alunos(as) não gostariam, por exemplo, de ter um(a) colega de classe homossexual, 60% dos
professores(as) não sabem como abordar a questão em sala de aula e 35% dos pais e mães não apoiam que seus
filhos(as) estudem no mesmo local que gays e lésbicas. (GUIA PARA EDUCADORES(AS), 2006, p.8).

A pesquisa realizada pela UNESCO já revela como a maioria das escolas lida com a
homossexualidade, esta evita falar ou discutir o tema.
A homossexualidade nas escolas é muitas vezes vista como uma prática desviante, amoral, fora
dos padrões aceitáveis para um processo educativo, ou simplesmente ela é silenciada,
percebida, mas ignorada (ABRAMOVAY, 2004).
Dentro dessa educação que vem acompanhada de uma falta de sensibilidade para o diferente,
acaba-se tendo como resultado o silencio e a dissimulação. A incapacidade de muitas escolas
em estudar esse tema, diluir os preconceitos e cessar as piadas, comentários maldosos,
transferências de alunos por não adequação à escola e aos padrões por ela imposta, acaba
resultando em quando não é possível esconder ou silenciar a manifestação de alunos
homossexuais, a homofobia atua da forma cruel e intolerante entre os alunos e com a anuência
ou omissão de professores.
A homofobia é uma produção histórica cultural que já foi justificada nas ciências e leis, e a escola
inserida nessas condições históricas as reproduz e reafirma o que a sociedade exige dela,
portanto ela não é criação exclusiva da escola, é produto de toda uma produção histórica ao
longo de décadas. Ela acabou adquirindo explicação para ser praticada e foi banalizada pela
sociedade e escola, na qual as atitudes preconceituosas chegam a ponto de tornarem-se
normais.

Conclusão
De forma geral, o assunto “Homossexualidade” é abordado na escola, porém sem dar muita
ênfase, tendo em vista que as principais questões são DST, gravidez, uso de preservativo e
prevenção.
Segundo (LUCION, 2009), a educação sexual não está voltada para a diversidade colocada,
mas sim em padrões heterossexuais fixos que acabam produzindo pessoas infelizes, cercadas
de culpa por serem diferentes. A sociedade de padrões acaba refletida na escola que segue
esses mesmos padrões transformando aqueles que não se encaixam nesse esquema em
pessoas indesejáveis, passiveis de serem ridicularizadas, desprezadas, segregadas, vítimas das
piores violências e ódio que assim é chamado de homofobia.
Neste momento encontra-se uma grande contradição, pois o papel da escola e dos educadores
é de inclusão. Há programas de inclusão dos portadores de necessidades especiais, inclusão do
ensino indígena nas aldeias, da cultura afro, dos adultos para alfabetização e, no entanto, sobre
as manifestações de sexualidade a escola mantêm-se silenciosa, contribuindo muito para a
pratica da homofobia.
FERNANDES (2007) analisa a relação da família com adolescentes homossexuais, mas tem seu
foco no contexto escolar, uma vez que a escola é o ambiente que deve favorecer o respeito pela
diversidade. Embora, na pratica as coisas não sejam bem assim, pois na escola o adolescente
homossexual sofre discriminação e preconceito, e dificuldade de aceitação por parte de alunos
e professores. Os amigos tendem a se afastar, pois acabam também sendo rotulados como
homossexuais e sofrendo o mesmo tipo de discriminação e preconceito. Desta forma, o
adolescente homossexual acaba sendo vítima de muito sofrimento, provocado pela rejeição no
espaço que deveria servir como mediador e acolhedor destes jovens. Os homossexuais não são
vistos como normais e produtivos, gerando um isolamento por parte do próprio sujeito, o que
compromete a constituição de sua identidade, fazendo com que o mesmo ou repense sua opção
sexual ou se marginalize buscando preservar sua opção. Segundo LOURO (apud Fernandes
2007), os alunos não são estimulados a serem solidários com seus colegas “diferentes”, étnicos,
sexuais ou com necessidades especiais. Vê-se aí, que a escola ao não abordar estas questões,
acaba por legitimar as marcas da diferença. Segundo a autora, a sociedade não discute
abertamente a homossexualidade, com medo de que isso possa interferir na orientação sexual
dos adolescentes, mas que a escola tem a obrigação de discutir o tema, uma vez que é uma
instituição social, cuja função é formar cidadãos.

A escola deve ser fonte de conhecimento e desmistificação de tabus e preconceitos infundados. A escola se apresenta
ignorante quando não aprofunda tais questões, não adianta falar sobre o assunto se a forma de apresentá-lo estiver
carregada de preconceitos, sem um preparo do profissional que se dispõe a falar (FERNANDES, 2007).

Fonte: https://psicologado.com/psicologia-geral/sexualidade/a-sexualidade-na-escola-homossexualidade

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