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Defesa de mestrado
Mestranda: Lia Maraucci Meloni
Orientador: Prof. Dr. Emerson Fernando Rasera
Parte I
Apresentação
Por que este tema?
Índice de conteúdo
I II III IV
(Kehoe, 1986; Toledo, 2008; Barker, De Vries & Herdt, 2006; Porreca, 2019)
Como procuramos realizar a
presente investigação?
A razão da não restrição da busca a um estado civil específico se deve a uma
tentativa de inclusão de todas as formas de relacionamento amoroso
independente de sua “nomeação”, mas também ao fato de que nem sempre a
união estável ou casamento foi permitido legalmente para estes casais
Método
Fontes Revisão integrativa da literatura, de acordo com a normativa da APA
Preocupações e preparações
4 do casal frente ao
envelhecer
Panorama das publicações
Ano Fonte de publicação
( Averett, Yoon & Jenkins, 2012; Reckzec & Umberson, 2012; Umberson, Thomeer, Kroeger, Reckzek & Donelly, 2017; Fleishman,
Crane & Koch, 2020)
Relações e laços sociais: família, trabalho e rede de
apoio
• Mulheres mais velhas demoram mais a “se descobrir” e muitas vezes viveram
relacionamentos heterossexuais anteriormente em suas vidas
• Relacionamentos familiares representados por diferentes ângulos:
- o contato familiar acontecia regularmente, com os filhos e com os pais, e mantinham
uma relação positiva com os familiares,
- o fato de serem lésbicas representava uma tensão e motivo de afastamento da família
• A preferência pela discrição no ambiente de trabalho
• Bons níveis de relações sociais entre casais lésbicos mais velhos
(Averett, Yoon & Jenkins, 2011; Powell & Neustifter, 2012; Frederiksen-Goldsen, Bryan, Jen, Goldsen, Kim & Muraco, 2017;
Hsieh & Liu, 2020)
Preocupações e preparações do casal frente ao
envelhecer
• Temas como casamento, luto, planejamento financeiro, aposentadoria, e escolha de
residência passam a adquirir um outro olhar e importância
• Opiniões divergentes sobre o casamento
• Os casais que optam por casar-se o fazem por:
- almejar as proteções legais que se estendem aos cônjuges, além da validação social
que a sociedade lega para casais;
- pelo fato do casar ou coabitar ser uma forma de evitar a solidão na velhice
• O luto e suas inseguranças
• Organização financeira
(Averett, Yoon & Jenkins, 2011; Humble, 2013; Bosley-Smith & Reckzec, 2018; Hoy, 2018;)
Considerações finais
A necessidade de romper com
as limitações dos estudos
As próprias representações referentes à falta de
do relacionamento lésbico representatividade no perfil
na idade avançada das participantes
(Derbert, 2012; Alves, 2010; Almeida & Heilborn, 2008; Araújo & Carlos, 2018)
O objetivo do presente estudo foi
compreender os sentidos das relações
conjugais ao longo da vida e o envelhecer
para mulheres lésbicas idosas
—Objetivo
Método
Conta com oito participantes, entre 61 e 74 anos, que tiveram experiências
conjugais com outras mulheres. Elas eram brancas, com exceção de uma
que se considera parda. Quatro trabalham no campo da psicologia, três
são professoras entre ensino básico e superior, e uma é dentista. Três são
aposentadas, mas continuam trabalhando. Sua renda variava entre quatro e
dez salários mínimos. Três moravam sozinhas, cinco moravam com suas
Participantes
esposas. Três eram solteiras (uma delas está em um relacionamento) e as
outras participantes eram casadas. A maioria relata ter tido relações
heterossexuais durante a vida; enquanto somente uma afirmou ter tido
apenas relações homossexuais. Três participantes tinham filhos de
relacionamentos heterossexuais e uma tem um filho adotivo com sua
esposa.
Método
Encoraja a fala do participante, não tem
Entrevista narrativa
roteiro pré-estabelecido
1 2 3
Trajetórias conjugais e O primeiro relacionamento Outros tempos e cidades: a
reconhecimento das lésbico: características, inícios vivência lésbica na ditadura
sexualidades: fluidez ou e términos
binarismo?
4 5 6
Família, amigos(as) e O corpo e o exercício da Cuidados no
filhos(as): entre o segredo e o sexualidade no envelhecimento: saúde,
apoio envelhecimento amigos (as), finitude,
casamento, relações
atuais e família
1
Trajetórias conjugais e reconhecimento das sexualidades: fluidez ou
binarismo?
● Indicam ter iniciado suas vidas afetivas e sexuais se relacionando com homens
- engates e dissoluções dessas relações
● Fluidez e diversidade marcadas na trajetória dessas mulheres
“Eu posso achar uma pessoa muito bonita, eu posso achar uma pessoa um tesão, e aí tanto
faz se é homem ou se é mulher (...) Eu acredito que você se apaixona pelas pessoas, e eu
acho que a paixão é que é o gatilho.” (Heliana, 72 anos)
● Linhas de corte e comparação entre seus relacionamentos com homens e com mulheres
"Olha, eu vou contar, o sexo é de altíssima qualidade, eu acho. De altíssima qualidade. E
tem essa, essa parte da sensibilidade, do sentir como mulher. Estar nesse lugar, meu,
assim, sinceramente acho difícil um homem dar pra gente." (Heliana, 72 anos)
● Dicotomias nos relatos da construção de si e na definição do relacionamento conjugal
2
O primeiro relacionamento lésbico: características, inícios e términos
● Cuidados mútuos do casal, atenção com saúde e manutenção de hábitos saudáveis fica
evidente
● Convívio entre amigos continua sendo presentes no cotidiano
● Vivência do luto ou de doenças, que são determinantes em suas relações afetivas e no
cuidado que passam a adquirir na velhice
“Então aí, em todas essas coisas que muitos casais sofrem, eu diria que uma grande
maioria hetero por herança e por dinheiro, a gente sofreu por ser homo. (...) Aí foi
acordando muito claro, a gente tava morando, casadas né, extraoficialmente, fazia quase
26 anos, 27 anos e sem nenhum documento. Eles foram na minha casa, antes da missa de
sétimo dia e me disseram que eu tinha um mês pra sair de casa. Foi o maior choque, eu
entrei em desespero.” (Rita, 62 anos)
● O casamento como dispositivo de proteção do casal
6
Cuidados no envelhecimento: saúde, amigos(as), finitude, casamento,
relações atuais e família
Limitações do estudo
O perfil privilegiado das participantes
Ressalva
Não é pretenção deste trabalho oferecer um tipo de padrão
sobre a velhice lésbica, mas sim ampliar as discussões
acerca do tema
Referências
Almeida, G. & Heilborn, M. L. (2008). Não somos mulheres gays: identidade lésbica na visão de
ativistas brasileiras. Revista Gênero, 9(1), 225-249. doi: https://doi.org/10.22409/rg.v9i1.102
Alves, A. M. (2010). Envelhecimento, trajetórias e homossexualidade feminina. Horizontes
antropológicos, 16, 213-233. doi: https://doi.org/10.1590/S0104-71832010000200010
Araújo, L. F., & Carlos, K. P. T. (2018). Sexualidade na velhice: um estudo sobre o envelhecimento
LGBT. Psicología, Conocimiento y Sociedad, 8(1), 218-237. Recuperado de
http://www.scielo.edu.uy/pdf/pcs/v8n1/1688-7026-pcs-8-01-188.pdf
Debert, G. G. (2012). A reinvenção da velhice: socialização e processos de reprivatização do
envelhecimento. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Fapesp.
Parte IV
Considerações finais
Muito obrigada!