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João amava Teresa que amava Raimundo

que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili


que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.

Carlos Drummond de Andrade


Relações interpessoais
As relações interpessoais desenvolvem-se em decorrência do processo de interação.
À medida que as interações acontecem, os sentimentos despertados podem ser diferentes dos
indicados inicialmente e então – inevitavelmente – os sentimentos influenciarão as interações e as
atividades a serem realizadas. Assim, sentimentos positivos de simpatia e atração provocarão aumento de
interação e cooperação, repercutindo favoravelmente nas atividades e ensejando maior produtividade.
Esse ciclo “atividades- interações – sentimentos” não se relaciona diretamente com a competência
técnica de cada pessoa. Profissionais competentes individualmente podem render muito abaixo de sua
capacidade por influência do grupo e da situação de trabalho.
Cada pessoa ao entrar no grupo tem uma base interna de diferenças que englobam conhecimentos,
informações, preconceitos, opiniões. Isso traz inevitavelmente diferenças de percepções, sentimentos e
opiniões a cada situação compartilhada. A maneira de lidar com as diferenças individuais cria um certo
clima entre as pessoas e tem forte influência sobre toda a vida em grupo, principalmente nos processos de
comunicação, no relacionamento interpessoal e na produtividade.
Se as diferenças são aceitas e tratadas em aberto, a comunicação flui fácil, em dupla direção,as
pessoas ouvem umas as outras, falam o que pensam e sentem e têm possibilidades de dar e receber
feedback.
Relações interpessoais e clima de grupo influenciam-se recíproca e circularmente, caracterizando um
ambiente agradável e estimulante, ou desagradável e averso, ou neutro e monólogo.
O que mais perturba a convivência são os mitos da harmonia universal, cooperação e ajuda ao
próximo. Os contos de fadas e as histórias de amor enfatizam o desfecho do “e foram felizes para
sempre”.
As pessoas vem desvinculando sua essência humana na medida que valores materiais têm prevalecido
sobre os éticos. A busca de posses, de conquistas de maior poder entre as pessoas contrapondo-se à
procura da paz, da harmonia e da felicidade interior. Há uma incongruência entre discurso e ação em
virtude da natureza complexa e frequentemente contraditória. Mesmo pregando a harmonia universal, o
homem cada vez mais recorre à força para conseguir o que almeja.
O grupo idealizado, todo amor e harmonia, livre de conflitos é uma ficção literária , a famosa utopia
de Thomas More. Todo grupo humano real expressa as contradições e os paradoxos da natureza humana.
Contém amor e ódio, confiança e suspeição, entusiasmo e desânimo, dominação e subordinação, razão e
tolice.
As relações entre as pessoas percorrem essas dimensões alternativas, sem entretanto lograr uma
posição fixa definitiva em termos de normalidade.
O relacionamento interpessoal é essencialmente um processo, não uma categoria estática; por
isso mesmo, fica sujeito a variações conjunturais de espaço, tempo e contexto.
Em nossa cultura ocidental, os valores materiais de posse e poder têm primazia sobre os
valores humanistas do ser. Martin Buber descreve duas orientações sobre a relação eu-outro: o
outro como objeto e o outro como pessoa, caracterizando dois tipos de relação: eu-isto, de
sujeito como objeto, e eu-tu, de pessoa com pessoa.
A relação eu-isto é a mais frequente. Cada pessoa usa outras como objetos que servem à
satisfação de suas necessidades, carências e desejos.
A relação eu-tu, de pessoa a pessoa, pode emergir da conscientização da relação utilitária, da
descoberta da exploração. Quando a pessoa se dá conta desta atitude de exploração, de
rebaixamento, abre-se um caminho para resgatar o humanismo de ambos, para alcançar respeito,
valorização e amor pelo outro.
A relação eu-tu significa diálogo, comunicação autêntica, reciprocidade afetiva – o verdadeiro
encontro entre seres humanos.
Aquisição de competência interpessoal
A competência técnica para cada profissional não é posta em dúvida, claramente todos
reconhecem que o profissional precisa ser competente em sua área específica de atividade. A
competência interpessoal, porém, só é reconhecida para algumas categorias profissionais como
assistência social, psicologia, vendas, magistério, etc.
Em cada profissão na verdade, os dois tipos são necessários, embora em proporções
diferentes. Cada tipo ou dimensão de competência é interdependente da outra.
Competência interpessoal segundo Moscovici (2001), é a habilidade de lidar eficazmente
com relações interpessoais, de lidar com outras pessoas de forma adequada às necessidades de
cada uma e às exigências da situação.
Segundo C. Agyris (1968), é a habilidade de lidar eficazmente com relações interpessoais de
acordo com três critérios:
a) Percepção acurada da situação interpessoal, de suas variáveis e inter-relação;
b) Habilidade de resolver os problemas interpessoais de forma que não haja regressões;
c) Solução alcançada de forma que as pessoas continuem trabalhando juntas de forma eficaz.
O trabalho em equipe só terá expressão real e verdadeira se e quando os membros do
grupo do grupo desenvolverem sua competência interpessoal, o que lhes permitirá alcançar a
tão desejada e propalada sinergia, em seus esforços colaborativos, para obter muito mais que
a simples soma da competências técnicas individuais como resultado do conjunto do grupo.

Competência interpessoal não é, pois um


dom ou talento inato da personalidade, e sim
uma capacidade que se pode desenvolver por
meio de treinamento próprio.
Aquisição de competência interpessoal
A competência técnica para cada profissional não é posta em dúvida, claramente todos
reconhecem que o profissional precisa ser competente em sua área específica de atividade. A
competência interpessoal, porém, só é reconhecida para algumas categorias profissionais como
assistência social, psicologia, vendas, magistério, etc.
Em cada profissão na verdade, os dois tipos são necessários, embora em proporções
diferentes. Cada tipo ou dimensão de competência é interdependente da outra.
Competência interpessoal segundo Moscovici (2001), é a habilidade de lidar eficazmente
com relações interpessoais, de lidar com outras pessoas de forma adequada às necessidades de
cada uma e às exigências da situação.
Segundo C. Agyris (1968), é a habilidade de lidar eficazmente com relações interpessoais de
acordo com três critérios:
a) Percepção acurada da situação interpessoal, de suas variáveis e inter-relação;
b) Habilidade de resolver os problemas interpessoais de forma que não haja regressões;
c) Solução alcançada de forma que as pessoas continuem trabalhando juntas de forma eficaz.
Comunicação

Communis é uma palavra latina que significa “pertencente a todos. Um de seus muitos derivados
é comunicação, que se traduz como “tornar de uso geral”.
Longe de ser um processo unilateral, a comunicação é sobretudo um exercício de mútua
influência, a partir de transmissão de informações ideias ou emoções de uma parte para outra
utilizando códigos compartilhados pelo emissor e o receptor.

Uma boa comunicação transmite mensagens


claras, que concorrem para que as pessoas
trabalhem produtivamente e de forma
harmoniosa, sem incompreensões e
interpretações equivocadas.
O processo comunicativo
pode ser utilizado para
informar, coordenar e
motivar pessoas.
Infelizmente, não é fácil
ser um bom
comunicador. Tampouco
é fácil reconhecer
nossas próprias
dificuldades de
comunicação.
Obstáculos à comunicação
Alguns empecilhos à comunicação interpessoal efetiva:
• Falta de articulação: Dificuldade do emissor para expressar o conceito. Se o receptor,
não tiver conhecimento do problema pode acarretar mal entendidos subsequentes.
• Segundas intenções: Procurar garantir vantagem competitiva ocultando os verdadeiros
objetivos.
• Status: A comunicação é distorcida por percepções de posição. Ao comunicar-se com
alguém em posição de autoridade, usa expressões que causem boa impressão.
• Hostilidade: Quando o receptor está irritado com quem lhe envia a mensagem, a
comunicação tende a ser percebida de maneira negativa, fosse ou não essa a intenção.
• Diferentes estilos de comunicação: Pessoas comunicam-se de formas diversas. Há quem
fale alto, outros são mais comedidos. Podem surgir mal entendidos se escutarmos com
menos atenção por estarmos distraídos ou sentirmo-nos pouco à vontade com o estilo de
comunicação do outro.
Comunicação Interpessoal
Não se pode haver colaboração ou apoio sem comunicação entre as pessoas de um grupo.
A comunicação interpessoal eficiente compreende dois elementos:
1. Os indivíduos devem ser capazes de se expressar
2. Tem de ser bons ouvintes.
A comunicação interpessoal face a face é considerada a mais completa de todas, visto que
propicia uma troca instantânea, feedback em caso de eventuais dúvidas e várias pistas que
vão muito além das palavras: gestos, expressões faciais, tom de voz, etc.
Comunicação Assertiva
Uma das formas mais úteis de capacitação em comunicação desenvolvida em anos
recentes é o que se denomina de treinamento em assertividade.
A comunicação assertiva geralmente esclarece o significado das afirmações da pessoa e
evita as ciladas comuns de comunicação que geram ressentimento, mágoa e atitude de
defesa.
Quando combinada à comunicação receptiva, a assertividade torna-se um instrumento de
negociação, de solução de problemas e de resolução de conflitos. A abordagem assertividade-
receptividade (A-R) é o método ideal de comunicação. Ela reconhece os direitos e
sentimentos de todas as pessoas em uma negociação e cria um diálogo no quak cada uma se
sente a vontade expressando sentimentos.
Em uma situação de conflito os assertivos lidam com as questões e não com a
personalidade dos contendores.
O espectro da comunicação

Agressividade Assertividade Receptividade Não -assertividade


Totalmente você, Em primeiro lugar Em primeiro lugar os Totalmente os
excluindo os outros. você, em segundo os outros, em segundo você. outros, excluindo você. A
Desconsidera os direitos e outros. Expressão de suas Reconhece que os outros não-assertividade é a
a dignidade dos outros. necessidades e desejos trazem forças, recursos e abdicação de
Afirmações agressivas de uma maneira aceitável diferentes percepções de responsabilidade e uma
desconsideram, pelos outros. Pode uma situação. Procura renúncia de direitos.
embaraçam e humilham. transmitir informação incluir essas qualidades Praticamente convida
agradável de uma para atender a outras pessoas a
maneira não ameaçadora, preocupação conjuntas desconsiderarem ou
não ofensiva. ou solução de problemas. tirarem proveito de
pessoa não-assertiva.
Práticas eficazes de comunicação

Para estruturar e manter uma equipe, seus membros devem querer e ser capazes
de se comunicar uns com os outros de maneiras que reflitam abertura, confiança e
respeito.
É considerada uma forma nociva reter ou racionar informação que poderia ser
útil aos membros da equipe. A informação é percebida como poder outorgado ao
grupo e não a alguns de seus membros individualmente.
A prática de feedback deve ser encorajada em seus membros de forma saudável.
Não deve ser transmitido como brincadeira pois pode conter mensagens ocultas que
ridicularizem alguém.
Ouvir atentamente

Ouvir atentamente é uma capacidade pouco desenvolvida e o seu


uso ou mal determina a eficácia da recepção da mensagem: o
ouvinte passa a antecipar-se, tentando prever o que será dito a
seguir e até tirar conclusões de modo a reforçar suas próprias
opiniões. As emoções nesse caso funcionam como filtro da audição,
ou seja, a tendência da pessoa para aceitar aquilo que deseja ouvir,
independente de ser verdade, meia verdade ou ficção.

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