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Apontamentos de Economia Poli Tica II
Apontamentos de Economia Poli Tica II
Faculdade de Direito
APONTAMENTOS DE ECONOMIA POLÍTICA II
(AULAS PRÁTICAS)
EXTERNALIDADES
Uma Externalidade surge quando uma pessoa se dedica a uma acção que provoca impacto
no bemestar de um terceiro que não participa nessa acção, sem pagar nem receber nenhuma
compensação por esse impacto. Se o impacto sobre o terceiro é adverso, chamase
Externalidade Negativa, se é benéfica, chamase Externalidade Positiva.
Quando há externalidades, o interesse da sociedade num resultado de mercado vai além de
bemestar dos compradores e dos vendedores que participam do mercado, passa a incluir
também o bemestar de terceiros que são indirectamente afectados.
SÍNTESE:
Externalidade – Custo ou benefício imposto pela atividade de um agente económico a
terceiros, sem que estes recebam qualquer indemnização ou efetuem o devido pagamento.
Externalidade Negativa – Externalidade que se traduz num custo para terceiros.
Externalidade Positiva – Externalidade que se traduz num benefício para terceiros.
Nota:
A libertação de dioxina no meio ambiente é uma Externalidade Negativa.
As empresas que libertam produtos tóxicos para o meio ambiente não se preocupam com isso
porque apenas se preocupam com o seu próprio interesse, só o governo as pode impedir.
Exemplos:
Externalidade Negativa
Os carros produzem poluição e isso gera uma Externalidade Negativa porque as
pessoas são obrigadas a respirar esse ar. Como ainda, resolvem aumentar os preços
da gasolina e estabelecer um limite de poluição.
Externalidade Positiva
A restauração de imóveis antigos produz uma Externalidade Positiva, porque as
pessoas que passam por eles podem desfrutar da beleza e do senso histórico delas.
A tecnologia provoca uma Externalidade Positiva, porque cria conhecimentos que as
pessoas podem ter acesso. Mas como os inventores não conseguem receber os
benefícios totais das invenções, tendem a dedicar menos recursos à pesquisa.
Economia Política – 2º Semestre – Abril 2013 1
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EXTERNALIDADES NEGATIVAS
As fábricas de alumínio emitem poluição, para cada unidade de alumínio produzida, uma
quantidade de poluição entra na atmosfera. Essa poluição cria riscos para a saúde pública e,
considerase uma externalidade negativa.
Devido à externalidade, o custo de produção de alumínio para a sociedade é maior do que o
custo para os produtores de alumínio. Para cada unidade de alumínio produzida, o custo
social inclui os custos privados para os produtores, mais os custos das pessoas afectadas pela
poluição.
A curva de custo social que se localiza acima da curva da oferta, leva em consideração os
custos externos de impostos à sociedade pelos produtores de alumínios. A diferença entre as
duas curvas reflete o custo da poluição emitida.
Custo social
Preço de Alumínio
Oferta
(Custo Privado) Legenda:
1 1 – Óptima
2 – Equilíbrio
2 (Valor privado)
Quantidade de Alumínio
O uso de um imposto como esse é chamado de internalização de uma externalidade, porque
dá aos compradores e vendedores de um mercado um incentivo para que levem em conta os
efeitos exteriores das suas acções.
A política baseiase num dos Dez Princípios da Economia, as pessoas reagem a incentivos.
EXTERNALIDADES POSITIVAS
A educação por exemplo, rende externalidades positivas porque uma população mais
instruída leva a um governo melhor, o que beneficia a todos.
O beneficio da educação, ou seja, da sua produtividade, não é necessariamente uma
externalidade. O consumidor da educação absorve a maior parte do benefício sob a forma de
salários mais elevados.
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As externalidades negativas fazem com que os mercados produzam uma quantidade maior de
que a socialmente desejável. As externalidades positivas fazem com que os mercados
produzam uma quantidade uma quantidade menor do que a socialmente desejável. Para
solucionar esse problema, o governo pode internalizar a externalidade tributando bens que
trazem externalidades negativas e substituindo os bens que trazem as externalidades
positivas.
TIPOS DE SOLUÇÕES PRIVADAS
Por vezes, o problema das externalidades é resolvido com códigos morais e sanções sociais.
Por exemplo, a maioria das pessoas não manda o lixo para o chão, porque é essa é a decisão
mais acertada, e temos de ter em conta que existem leis e regras contra tal facto. A verdade, é
que muitas das vezes não são exatamente aplicadas. É uma regra de procedimento moral. Em
termos económicos mandanos adoptar as externalidades.
Outra solução privada para as externalidades está nas instituições filantrópicas – instituições
que prestam serviços à sociedade que contribuem com o auxilio a pessoas mais necessitadas e
que muitas das vezes não possuem meios financeiros –, muitas das quais foram estabelecidas
para tratar de externalidades. Por exemplo, organizações que têm como objectivo proteger o
meio ambiente, são organizações sem fins lucrativos financiada por doações privadas. Outro
exemplo são as faculdades que recebem doações de empresas, porque a educação gera
externalidades positivas para a sociedade.
Adoptar externalidades é um dos motivos pelos quais algumas empresas se envolvem em
diferentes tipos de actividades.
TEOREMA DE COASE
De acordo com o Teorema de Coase, se os agentes económicos privados puderam negociar
sem custo, a alocação de recursos, então o mercado privado sempre solucionará o problema
das externalidades e alocará recursos com eficiência.
Vejamos:
Suponhamos que Rick tem um cão que ladra todas as noites e incomoda a sua vizinha, Rick
tem uma externalidade positiva por ter o cão, mas a vizinha tem uma externalidade negativa
por não conseguir dormir.
Um planificador social, considera as duas alternativas, compararia o beneficio de Rick ao
possuir o cão com o custo de incomodar a vizinha. Se o benefício exceder o custo, para Rick
será eficiente ficar com o animal e a vizinha terá de conviver com o animal. Mas, se o custo
for maior que o benefício, Rick terá de se livrar do cão.
De acordo com o Teorema de Coase, o mercado privado chegará ao resultado eficiente por si
só. Como? A vizinha pode oferecer a Rick um pagamento para se livrar do cão, Rick aceitará
se a quantia de dinheiro que a vizinha oferecer seja maior do que o benefício de ficar com o
cão.
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POLÍTICAS PÚBLICAS PARA AS EXTERNALIDADES
IMPOSTOS E SUBSÍDIOS DE PIGOU
Em vez de regulamentar o comportamento em resposta a uma externalidade, o governo pode
usar políticas baseadas no mercado para alinhar incentivos privados com eficiência social.
Os impostos criados para corrigir os efeitos de externalidades negativas são denominadas
impostos de Pigou.
Os economistas costumam proferir os impostos de Pigou à regulamentação como maneira de
liderar com a poluição porque esses impostos podem reduzir a poluição a um custo menor
para a sociedade.
Suponhamos que duas fábricas – uma produtora de papel e uma produtora de aço – estejam,
cada uma dela, despejando 500 TN de lixo no rio por ano.
A EPA (Environmental Protection Agency) decide que quer reduzir a quantidade de poluição
e considera duas solução:
1ª Regulamentação: A EPA pode determinar que cada fábrica reduza a sua poluição
para 300 TN por ano.
2ª Imposto de Pigou: A EPA pode tributar cada fábrica em 50 mil euros por TN de
poluição emitida.
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A Regulamentação determina um nível de poluição, ao passo que o imposto conferiria aos
proprietários das fábricas um incentivo económico para reduzir a poluição.
A EPA poderia alcançar qualquer nível de poluição que desejasse, fixando o imposto no nível
adequado.
Quanto maior o imposto, maior a redução da poluição, com efeito, se o imposto fosse elevado
o suficiente, as duas fábricas fechariam, reduzindo a poluição a zero.
Os impostos de Pigou cobram um preço pelo direito de poluir. São os incentivos correctos
para a presença de externalidades, portanto, deslocam a alocação de recursos para mais perto
do óptimo social. Assim, os impostos de Pigou, ao mesmo tempo, que arrecadam receita
para o Governo, aumentam a eficiência económica.
Notas:
Serve para receita do Estado, mas o principal é diminuir as externalidades públicas.
O Estado pode fornecer alguns subsídios.
A mão invisível é poderosa, mas não omnipotente. O equilíbrio de um mercado maximiza a
soma do excedente do produto e o do consumidor. Quando os compradores e os vendedores
do mercado em questão são as únicas partes interessadas, esse resultado é eficiente do ponto
de vista da sociedade como um todo. Mas quando há efeitos externos, como a poluição, para
se avaliar o resultado de um mercado é necessário levar em consideração o bemestar de
terceiros. Neste caso, a mão invisível do mercado pode falhar no trabalho de utilizar os
recursos com eficiência.
Em alguns casos, as pessoas podem resolver sozinhas os problemas das externalidades. O
Teorema de Coase sugere que as partes interessadas podem negociar entre si e chegar a uma
solução eficiente. Algumas vezes, não há forma de chegar a um resultado eficiente, talvez
porque o grande número de interessados dificulte a negociação.
Quando as pessoas não são capazes de resolver o problema das externalidades privadamente,
pois o governo frequentemente entra em acção. Mas, mesmo assim, a sociedade não pode
deixar completamente de lado as forças do mercado. Mais exactamente, o governo pode
abordar o problema exigindo que os tomadores de decisão utilizem totalmente os custos das
suas acções.
Os impostos de Pigou e as licenças de poluição, por exemplo, foram criados para internalizar
a externalidade da poluição. Cada vez mais, tornam as politicas preferidas dos interessado na
proteção do meio ambiente.
TIPOLOGIA DOS BENS
Os bens privados são tão exclusiveis como rivais. Considere um gelado, ele é exclusível
porque se pode impedir que uma pessoa o como (se não der o gelado). É rival porque eu
posso comer o gelado e o meu amigo não pode. A maioria dos bens da economia é composta
por bens privados.
o Exclusível
o Rival
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Bens semipúblicos Preço Público
Exclusivel
Rival
Taxa
Os Bens Públicos
não são exclusiveis nem rivais. As pessoas não podem ser impedidas de
usar um bem público e, quando uma pessoa usa um bem público, isso não reduz a
disponibilidade dele, podendo ser utilizado por outras pessoas sem prejuízo de nenhuma
delas.
Os Recursos Comuns
são rivais, mas não são exclusíveis. Como por exemplo, os peixes.
Pois quando pescamos um peixe, estamos a reduzir a sua quantidade existente, logo são
rivais. Mas não são exclusíveis devido à vastidão do mar.
NOÇÕES:
Excluibilidade (Propriedade Subjectiva) – Propriedade pela qual, alguém pode impedir
outro de usufruir do bem.
Rivalidade (Propriedade Objectiva) – Propriedade pela qual, o bem naturalmente só pode
ser usufruído por algumas pessoas. A sua satisfação por alguém, prejudica o usufruto por
parte do outro.
Preço Público – Valor igual ou superior ao custo de produção e inferior ao valor do
mercado. Exemplo: Electricidade, gás, água.
Taxa – Valor inferior ao custo de produção.
Factores Diferenciados de Retribuição
Os salários são rígidos pela oferta e demanda de mãodeobra. A demanda de mãodeobra,
por sua vez, reflecte a produtividade marginal do trabalho. No equilíbrio, cada trabalhador
recebe o valor da contribuição marginal à produção de bens e serviços da economia.
Diferencial compensatório
Os economistas visam a expressão diferencial compensatório para se referirem às diferenças
salariais decorrentes das características nãomonetárias de diferentes empregos. Os
diferenciais compensatórios existem em toda a economia.
Exemplos:
Os mineiros de carvão ganham mais do que outros trabalhadores com nível similar
de educação. O seu salário compensa a natureza sórdida e perigosa da mineração de
carvão e os problemas de saúde que, a longo prazo, eles começam a sofrer.
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Os trabalhadores do turno da noite das fábricas ganham mais do que trabalhadores
que exercem actividades semelhantes durante o dia. O maior salário compensa a
necessidade de trabalhar à noite e dormir de dia, um estilo de vida que a maioria das
pessoas considera indesejável.
OU SEJA: Quando se tem de aplicar diferentes condições retributivas para atrair
trabalhadores para certas profissões.
Talento (Produtividade – Mais qualidade, menos trabalho; Produção – Quantidade)
Esforço – (Quanto mais o meu trabalhador trabalhar, mais eu o quero beneficiar).
CAPITAL HUMANO
Instrução (Formação, educação e experiência), (Mais
Produtividade).
Capital Humano
(aquisição de talento)
Sinalização
Talento
O talento natural é importante para os trabalhadores de todas as ocupações. Devido à
hereditariedade e à criação, as pessoas diferem nos seus atributos físicos e mentais. Algumas
são fortes, outras fracas. Algumas são inteligentes, outras nem tanto.
Essas e muitas outras características pessoais determina a produtividade dos trabalhadores, e
isso ajuda a estabelecer os salários que ganham.
Esforço
Algumas pessoas trabalham duramente, outras são preguiçosas. As pessoas que trabalham
mais produzem mais e por isso o seu salário é mais elevado.
Sorte
A sorte também influência na determinação de salários.
Tanto o talento, o esforço e a sorte são difíceis de medir.
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