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Nolasco, F. R; Tavares, G. A; Bendassolli, J. A.

NOTA TÉCNICA
IMPLANTAÇÃO DE PROGRAMAS DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS
QUÍMICOS LABORATORIAIS EM UNIVERSIDADES:
ANÁLISE CRÍTICA E RECOMENDAÇÕES

ESTABLISHMENT OF LABORATORY WASTE MANAGEMENT PROGRAMS IN


UNIVERSITIES: CRITICAL REVIEW AND RECOMMENDATIONS

FELIPE RUFINE NOLASCO


Graduando em Engenharia Ambiental, EEP

GLAUCO ARNOLD TAVARES


Químico Industrial. Doutor em Ciências. Gestor do Programa de Gerenciamento de Resíduos do CENA/USP

JOSÉ ALBERTINO BENDASSOLLI


Engenheiro Químico. Doutor em Ciências. Pesquisador do LIE - CENA/USP

Recebido: 13/04/05 Aceito: 04/05/06

RESUMO ABSTRACT
Programas de Gerenciamento de Resíduos Químicos Labora- Laboratory Waste Management Programs have been established
toriais vêm sendo implantados em várias universidades do país in several universities all over the world. These programs
e do mundo, em reconhecimento à necessidade premente de are important because they provide the understanding and
alterar a realidade de descaso para com o ambiente, associado à protection of the environment, encouraging the waste generator’s
responsabilidade objetiva do gerador e, principalmente, à con- responsibility and, mainly, accomplishing sustainable practice
sciência de sustentabilidade, em consonância com a Agenda in the laboratory, in accordance with the Agenda 21. In this
21. Neste contexto, o presente trabalho relata essa prob- context, based on a literature review, the present work discusses
lemática de forma a reunir uma série de informações por meio the subject, introducing some recommendations to be applied in
de revisão da literatura recente, desenvolvendo uma análise universities. A questionnaire applied to researchers of this area
crítica e desmistificando alguns (pré) conceitos através de um shows important information about the start of the programs,
questionário aplicado aos pesquisadores atuantes nesta área de mainly difficulties, among other cares. This study allowed the
conhecimento. Esse estudo permitiu, por fim, a proposição proposition of basic rules about the establishment of laboratory
de regras básicas a serem adotadas na implementação de um waste management.
programa de gerenciamento de resíduos laboratoriais.

PALAVRAS-CHAVE: Gerenciamento de resíduos, resíduos KEYWORDS: Waste management, laboratorial wastes,


laboratoriais, segurança em química, educação ambiental. chemistry security, environmental education.

INTRODUÇÃO se que os profissionais que atuam nesse do Meio Ambiente), isto é, o gerador
segmento não receberam formação ade- torna-se responsável pelo resíduo e pelos
Problemas de ordem ambiental quada para lidar com esses problemas possíveis danos causados quando esses
geram efeitos globais das mais variadas nos bancos escolares, também porque forem descartados no ambiente.
espécies e ordens de grandeza, razão as próprias instituições de ensino e Assim como em vários segmentos,
pela qual cada situação deve ser tratada pesquisa não tratavam seus resíduos nos quais a Gestão Ambiental vem sen-
respeitando-se suas particularidades. A químicos de atividades laboratoriais do praticada, nas universidades foram
partir da AGENDA 21, foi adotado até pouco tempo atrás. Felizmente, na criados modelos de gerenciamento de
como lema, à cada individuo, entidade atualidade, algumas das melhores e mais resíduos, respeitando desde os tipos e
ou instituição, “Pensar Globalmente e conceituadas instituições do país de- volumes desses materiais, até as restri-
Agir Localmente”. monstram-se preocupadas com a ques- ções impostas pelos órgãos de fiscaliza-
Assim sendo, a geração pontual tão, tendo iniciado o gerenciamento dos ção ambiental estaduais. Desse modo,
de resíduos químicos configurou-se em seus resíduos, colocando em prática a o presente trabalho pretende, partindo
um dos problemas a serem contornados, denominada “Responsabilidade Obje- de uma revisão de literatura sobre os
sobretudo nas indústrias. Todavia, sabe- tiva” (Lei 6.938/81 da Política Nacional modelos de gerenciamento de resíduos

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Programas de gerenciamento de resíduos químicos laboratoriais

NOTA TÉCNICA
químicos laboratoriais adotados em Ins- ceton. Algumas experiências também das atividades rotineiras da unidade
tituições de Ensino e Pesquisa no Brasil resultaram na publicação de livros sobre geradora e principal alvo de um progra-
na última década, e de um questionário a questão, apresentando inclusive mé- ma de gerenciamento, e o passivo, que
aplicado aos responsáveis pela imple- todos de tratamento para alguns tipos compreende o resíduo estocado, geral-
mentação desses programas, caracterizar de resíduos (Kaufman, 1990; Lunn & mente não caracterizado, aguardando
os principais avanços e dificuldades Sanzone, 1994; Amour, 1996). a destinação final (Jardim, 1998). Res-
encontradas, de modo a elaborar uma No Brasil, experiências nesse salta-se, no entanto, que a maioria das
Estrutura Modelo passível de aplicação sentido vêm sendo realizadas na última universidades não dispõe do passivo, o
direta na grande maioria das instituições década, principalmente em algumas das que facilita o estabelecimento de um
que intentem enveredar pelo mesmo maiores e mais antigas universidades es- programa de gerenciamento, mas, por
caminho. Outro aspecto importante taduais e federais. Merecem destaque e outro lado, mostra o descaso com que
que virá a reboque desse instrumento é serão abordados no decorrer deste texto o assunto vem sendo tratado até os dias
que, além dele ser uma ferramenta de os trabalhos desenvolvidos nos seguin- atuais. São poucas as instituições que
Gestão Ambiental, serve também para tes institutos/universidades: IQ/USP mencionam a existência do passivo, que
Educação Ambiental. Esta, por sua vez, - Instituto de Química da Universidade gerenciam resíduos descaracterizados,
tende a resgatar a consciência perdida de São Paulo (Di Vitta et al, 2002); e que possuem um depósito adequado
do sustentável, proporcionando a união IQSC/USP - Instituto de Química da para o seu armazenamento. Exemplos
do indivíduo que hoje se encontra em Universidade de São Paulo do Campus são o IQSC/USP e o CENA/USP
um modelo de sociedade que prioriza São Carlos (Alberguini et al, 2003); (Alberguini et al, 2003; Tavares,
o desenvolvimento a qualquer custo, CENA/USP - Centro de Energia 2004).
com o meio em que vive, partindo Nuclear na Agricultura da Universi- Com relação ao ativo, a grande
do princípio de que somente existe dade de São Paulo (Tavares, 2004); diversidade observada na geração entre
o sustentável, quando precedido por UNICAMP - Universidade de Cam- as universidades é devida às linhas de
princípios incondicionais de altruísmo pinas (Coelho et al, 2002); IQ/UERJ pesquisa desenvolvidas em cada ins-
e respeito à vida. - Instituto de Química da Universidade tituição, o que resulta na geração de
do Estado do Rio de Janeiro (Barbosa et resíduos também diferentes, em espécie
PRÁTICAS CORRENTES al, 2003); DQ/UFPR - Departamento e volume. Enquanto em algumas insti-
NO BRASIL de Química da Universidade Federal tuições, em termos de volume, solven-
do Paraná (Cunha, 2001); IQ/UFRGS tes orgânicos são gerados em grandes
Panorama referente - Instituto de Química da Universidade quantidades (UNICAMP, IQSC/USP,
à implementação Federal do Rio Grande do Sul (Amaral IQ/USP e UFSCar), nas demais, solu-
de programas de et al, 2001); UCB - Universidade Ca- ções inorgânicas é que são geradas em
gerenciamento de resíduos tólica de Brasília (Dalston et al, 2004); maiores quantidades.
no ambiente universitário UFSCar - Universidade Federal de São A principal regra a ser adotada
Carlos (Sassiotto et al, 2004); FURB para o gerenciamento dos resíduos é
A questão dos Resíduos Labo- – Universidade Regional de Blumenau a da responsabilidade objetiva, isto é,
ratoriais é um tema mundialmente (Zanella, 2004); URI – Universidade quem gera o resíduo torna-se responsá-
discutido, principalmente nas univer- Regional Integrada do Alto Uruguai e vel pelo mesmo. A Lei 6938, de 31 de
sidades e centros de pesquisas de países das Missões (Demaman et al, 2004); agosto de 1981, mais conhecida como
desenvolvidos. Os principais centros UFRJ – Universidade Federal do Rio de Política Nacional do Meio Ambiente,
de pesquisas na área de química vêm Janeiro (Afonso et al, 2004); UNIVA- estabelece que a responsabilidade obje-
estudando alternativas para garantir a TES – Centro Universitário Univates tiva dispensa a prova de culpa no caso
continuidade dos trabalhos, sem que (Bersch et al, 2004). Convém esclarecer, de um possível dano ao ambiente, ou
para isso haja a necessidade de degradar ainda, que o critério de seleção destes seja, para que um potencial poluidor
o ambiente, ou seja, existe já há algum programas foi baseado em detalhada re- seja penalizado, basta que se prove um
tempo a preocupação com o desenvol- visão da literatura recente, e não reflete a nexo de causa e efeito entre a atividade
vimento sustentável. Ashbrooh & Rei- totalidade das instituições preocupadas desenvolvida por uma organização e um
nhardt (1985) citam várias instituições com a questão. dano ambiental. Em resumo, significa
que implantaram seus PGR a partir da Como poderá ser observado ao que um resíduo poluidor, ainda que
década de 70, como a Universidade da longo do texto, ainda que a intenção esteja sendo emitido em concentrações
Califórnia, a Universidade de Winsco- dessas instituições seja semelhante, que respeitem os limites estabelecidos
sin, a Universidade do Estado do Novo há inúmeras particularidades, que se pela legislação vigente, poderá causar
México, a Universidade de Illinois e iniciam na geração do resíduo a ser um dano ambiental, e sujeitar o cau-
a Universidade de Minnesota. Nessas gerenciado e persistem até a disposição sador do dano ao pagamento de uma
duas últimas, foram enumerados apro- final, justificando a adoção de procedi- indenização, ou também, um dano
ximadamente 2000 produtos químicos mentos distintos. indireto, desde que seja provada sua
utilizados em rotina, resultando em relação com uma dada instituição, a
ampla variedade de materiais residuais. Praticas de gerenciamento mesma será responsabilizada (Machado,
Izzo (2000) também relata interessante 2002).
programa de prevenção à poluição e Há basicamente dois tipos de A segregação dos resíduos em
minimização da geração de resíduos nos resíduos gerados em laboratórios de diferentes classes de compatibilidade é
laboratórios da Universidade de Prin- ensino e pesquisa: o ativo, que é fruto outra prática importante na hierarquia

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do gerenciamento, e a decisão dos McNabb, 1947), que gera considerá- das soluções aquosas residuais contendo
procedimentos a serem seguidos está vel volume de solução residual ácida amônia e hidróxido de sódio no enri-
atrelada ao destino final dos resíduos contendo elevada concentração em quecimento de isótopos e tratamento
(Reel, 1993). No caso do CENA/USP estanho, por outra baseada na pirólise de resíduos, são recuperados prata e
(Tavares, 2004) foram estabelecidas 11 direta da amostra sólida (Magalhães bromo contidos em soluções residuais
classes - A) Mercúrio e resíduos de seus et al,1997). Há ainda outros vários e reciclados cobre metálico e solventes
sais inorgânicos; B) Solventes orgânicos exemplos de métodos analíticos mais (Bendassolli et al, 2002; Bendassolli
e soluções de substâncias orgânicas “limpos” que contribuem nesse sentido et al, 2003; Tavares, 2004). Nas demais
que não contenham halogênios ; C) (Reis et al, 1997; Sartini et al, 1997, instituições, os exemplos de reaprovei-
Resíduos de sais metálicos regeneráveis; Lourenção et al, 2004). tamento estão relacionados principal-
D) Solventes orgânicos e soluções or- Quando não é possível prevenir mente com a reciclagem de solventes
gânicas que contenham halogênios; E) a geração de resíduos, muitas vezes é orgânicos. Para se ter uma noção do
Resíduos inorgânicos tóxicos contendo possível minimizá-la. Exemplo disso volume gerado, apenas no IQ/USP o
metais pesados; F) Resíduos sólidos é a substituição do uso de buretas de montante atinge mais de 15.000 litros
de produtos químicos orgânicos; G) 20 e 50 mL de capacidade nas prá- anualmente, sendo grande parte reciclado
Soluções salinas (pH 6 – 8); H) Solu- ticas de laboratório (principalmente (Di Vitta et al, 2002). Nas demais institui-
ções que contenham cianetos/nitrilas em atividades de ensino) por técnicas ções, onde solventes orgânicos são gerados
ou geradoras de CN; I) Compostos em microescala, que proporcionam em grandes quantidades, a reciclagem
explosivos ou combustíveis tóxicos; resultados com semelhantes exatidão e também vêm sendo praticada, embora,
J) Resíduos inorgânicos tóxicos não precisão, apresentando ainda vantagens muitas vezes, seja inviabilizada pela não
contendo metais pesados ; K) Outros de consumir menos reagente e gerar me- segregação dos resíduos no ato da geração
compostos (tintas, resinas diversas, óleo nos resíduos (Singh et al, 2000). Outros (Afonso et al, 2004).
de bomba de vácuo; herbicidas, pesti- exemplos são os métodos de análise por O tratamento é a penúltima prá-
cidas). Por outro lado, na UNICAMP, injeção em fluxo (Zagatto et al, 1981) e tica a ser realizada, definida na escala
UNIVATES e UFPR os resíduos gera- a elaboração de cadeias de experimentos de prioridades, podendo ser químico,
dos puderam ser separados em apenas 6 em aulas de graduação, de modo que físico, biológico ou térmico. Enquanto
classes e, ainda assim, divergindo entre os produtos de uma prática sirvam o tratamento biológico é mais recomen-
si (Cunha, 2001; Coelho et al, 2002; de reagente noutra, sucessivamente dado para grandes volumes de resíduos,
Bersch, 2004). (Schneider & Wiskamp, 1994). Dentre principalmente orgânicos, o que não é
os PGR implementados, é devidamente o caso dos resíduos de laboratórios, e o
Hierarquia da gestão reconhecida a importância desta etapa. tratamento térmico (freqüentemente
Todavia, não há muitos relatos de sua a incineração) é considerado dispen-
A implantação de um PGR deve aplicação prática, sendo uma das exce- dioso, os métodos físicos e químicos
obedecer a uma escala de prioridades ções o exemplar trabalho desenvolvido são os mais promissores. Todos os
que estimule, a princípio, a prevenção na UFRGS, onde as disciplinas de gra- PGR citados praticam alguma forma
da geração de resíduos, isto é, deve-se duação estão sendo estruturadas de for- de tratamento, e as mais usuais são a
evitar sempre que possível a geração. ma que sejam produzidos em atividades neutralização ácido/base e a precipita-
Isso pode ser obtido pela modificação práticas produtos ou subprodutos que ção química de metais. Nas unidades
de um processo qualquer (ou método possam ser utilizados noutras, sucessi- onde os trabalhos estão em fase inicial,
analítico), substituição de matérias- vamente (Amaral et al, 2001). como na UFPR, UCB, FURB, URI
primas ou insumos. Embora seja Na seqüência, deve-se estimular o e UNIVATES, essas acabam sendo as
esta a primeira e principal prática a reaproveitamento do resíduo inevitavel- principais atividades relatadas, o que se
ser implementada, é também a mais mente gerado, podendo ser realizado justifica pela praticidade metodológica
difícil de ser atingida, uma vez que a através da reciclagem, recuperação ou e por eximir a necessidade de equipa-
busca incessante por resultados é uma reutilização. As definições sobre essa mentos sofisticados.
realidade atual, e o desenvolvimento, terminologia são variadas, mas Tavares Por fim, deve-se dispor adequa-
nesse caso, é pontual. Em pesquisas (2004) explica que reciclar é refazer o damente os resíduos, o que pode ser
que vêm sendo desenvolvidas desde seu ciclo por completo, voltar à origem, ou realizado em aterros ou outros locais
início empregando determinado proce- seja, é quando determinado material apropriados. É comum a confusão de
dimento é inadequada uma mudança retorna como matéria-prima ao seu pro- que incineração e co-processamento são
metodológica em algumas situações, cesso produtivo. Recuperar é retirar do formas de disposição final. Entretanto,
sob o risco de trazer prejuízo aos resul- resíduo um componente energético de em ambos os processos, há a queima
tados obtidos. Entretanto, embora não interesse, seja por questões ambientais, do material residual e as conseqüentes
devidamente relatados, nos trabalhos financeiras ou ambas concomitante- gerações de gases (que deverão sofrer
de divulgação dos PGR analisados, mente. Já a reutilização ou reuso é tratamento) e a formação de cinzas,
pesquisas desenvolvidas nessas mesmas quando um resíduo é utilizado, tal qual que serão posteriormente direcionadas
instituições acabam, indiretamente, foi gerado, em um processo qualquer, a um aterro, no caso da incineração,
evitando a geração de resíduos. dentro ou fora da unidade geradora. ou podem ser incorporadas à massa do
Para se determinar mercúrio em O trabalho desenvolvido no cimento ou durante a formação do clín-
solos ou sedimentos, por exemplo, CENA/USP é talvez aquele onde o quer no forno, além da agregação em
foi substituída a metodologia clássica reaproveitamento é mais enfaticamente outras atividades da construção civil,
da geração de vapor frio (Bartllet & praticado. Nesta unidade, são reutiliza- como tijolos ou pavimentação.

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Programas de gerenciamento de resíduos químicos laboratoriais

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É interessante notar, entretanto, ser transportados para outros locais a disseminação do PGR. Essas atividades,
que essa escala de prioridades (evitar → fim de serem tratados ou destinados em algumas situações, acabam sendo
minimizar → reaproveitar → tratar → corretamente. Assim sendo, a disponi- realizadas por pessoal externo, de modo
dispor) é, na maioria das vezes, observa- bilização de equipamentos de proteção que o conhecimento adquirido possa
da no sentido inverso, o que geralmente individual e coletiva é primordial. A trazer melhorias locais.
inviabiliza a atividade gerenciadora. Em questão da segurança em química é tão Uma vez instalado, um programa de
outras palavras, a primeira preocupação importante que há 6 anos vem sendo gerenciamento de resíduos laboratoriais
consiste, freqüentemente, em encontrar realizado no Brasil um congresso bia- em uma instituição envolve, freqüente-
alternativa para a disposição do resíduo. nual, o ENSEQUI (Encontro Nacional mente, um elevado número de pessoas.
É nesse instante que a dimensão do pro- de Segurança em Química), que é um Desse modo, a formatação de vias de
blema remonta à anterior necessidade fórum específico para a discussão dessa intercomunicação na unidade facilita a
de que, se o resíduo tivesse sido tratado, temática. manutenção e continuidade do progra-
reaproveitado, e/ou minimizado, não Para o armazenamento temporá- ma. A rede mundial de computadores
haveria quantidade tão acentuada para rio dos resíduos, tanto no laboratório (internet) vem sendo bastante utilizada
dispor. Ou ainda, talvez, o mesmo nem quanto em um depósito, atenção para esse fim, facilitando a comunicação
precisasse ser gerado (evitar a geração), também deve ser dada à segurança. e o acesso às informações pertinentes ao
sendo substituída a matéria-prima por Os recipientes empregados para esse PGR. Programas de controle de estoque
outra de menor toxicidade. armazenamento e transporte vão desde de reagentes e resíduos também estão
garrafas PET (Mortari et al, 2003) até sendo desenvolvidos, possibilitando uma
Identificação dos resíduos mesmo recipientes especiais, como é o maior rastreabilidade das substâncias
gerados caso do PGR do CENA/USP (Tavares, utilizadas (Tavares, 2004).
2004). Coerentemente, caso a entidade A divulgação para público alvo
No ato da geração dos resíduos não disponha de recursos financeiros externo, através de trabalhos publica-
nos laboratórios, se não houver a para a aquisição de recipientes apropria- dos em anais de eventos científicos,
correta identificação dos materiais, dos, alternativas como o uso de frascos periódicos, etc, também massifica a
inviabilizam-se as demais etapas da de reagentes, bombonas, entre outros, importância da temática. Deve-se fazer,
gestão, principalmente porque obriga a devem ser estimuladas. no entanto, uma ressalva quanto a isso.
realização de um moroso procedimento É importante frisar, por fim, que Lamentavelmente, grande parte dessas
para a caracterização qualitativa do para a realização de procedimentos publicações não se refere ao desenvolvi-
resíduo (Jardim, 1998). Logicamente, fora dos limites físicos da unidade ge- mento de métodos de tratamento, o que
quanto aos resíduos passivos, não há radora, há que se requerer licença para deveria ser estimulado, afim de facilitar
outra alternativa. Porém, esforços estão o transporte dos resíduos junto aos suas aplicações em outras unidades de
sendo envidados para a padronização órgãos fiscalizadores do meio ambiente, ensino e pesquisa.
da identificação dos resíduos gerados como por exemplo, no caso do Estado
em rotina, embora, novamente, cada de São Paulo, a CETESB, através da Particularidades verificadas
instituição esteja propondo rótulos emissão do CADRI – Certificado de nos PGR
com diferentes discriminações para os Aprovação da Destinação de Resíduos
mesmos tipos de resíduos. Industriais. A revisão dos documentos mos-
Enquanto no CENA/USP o Outro fator importante é o trans- trou uma homogeneidade significativa
preenchimento dos rótulos requer porte interno, sendo que este pode com relação aos princípios adotados
poucas informações, restringindo-se variar de acordo com a estrutura das nas distintas universidades. De uma
a identificar basicamente o consti- instituições. Para instalações prediais maneira geral, visualiza-se uma estru-
tuinte principal e sua concentração verticais podem ser utilizados eleva- tura gerencial padrão, que acaba sendo
aproximada (Tavares, 2004), outras dores internos ou externos, já no caso moldada de acordo com as condições
universidades estabeleceram fichas de de instalações horizontais podem ser técnico/operacionais e permissibilida-
acompanhamento do resíduo contendo utilizados carrinhos de carregamento de dos órgãos ambientais estaduais.
descrições detalhadas (Cunha, 2001; individual e de pequenos volumes, não Enquanto no Estado de São Paulo é
Demanan, 2004). Já no IQSC/USP, motorizados, ou até mesmo, de acordo permitida a incineração de uma va-
definiu-se a rotulagem através de uma com a necessidade e disponibilidade riedade de compostos, a legislação do
modificação no diagrama de Hommel, financeira e logística de transporte de Estado do Rio Grande do Sul proíbe
que estabelece o grau de risco à saúde, cada instituição, carrinhos automotores esse procedimento, o que faz com que
inflamabilidade e reatividade do resíduo para carregamento de vários e maiores a UFRGS, ao optar por essa técnica,
(Alberguini et al, 2003). volumes. tenha de enviar seu material para outro
Estado (Amaral et al, 2001). Por outro
Segurança no Instrumentos auxiliares lado, diferentemente do Estado de São
manuseio, tansporte e (Internet, treinamento e Paulo, no Paraná, o co-processamento
armazenamento divulgação) de ácidos, bases, solventes halogenados
ou não, cianetos e sais de vários metais
A segurança é a principal preo- As experiências relatadas na lite- é permitido. Valendo-se dessa permis-
cupação com relação ao transporte, ratura descrevem bem a necessidade sibilidade, a técnica tem possibilitado a
manuseio e armazenamento tempo- do treinamento de pessoal, de modo a implantação de um PGR factível e de
rário, uma vez que os resíduos devem qualificá-los, fazendo destes agentes de baixo custo na UFPR (Cunha, 2001).

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NOTA TÉCNICA
Com relação aos resíduos tratados, mações essas indisponíveis na literatu- necessidade de investimento em infra-
estes são freqüentemente materiais ra. Com isso, optou-se por submeter estrutura, apoio institucional e incultu-
líquidos ou sólidos. Um único PGR, de- um questionário composto por três rar em toda a comunidade a necessidade
senvolvido no CENA/USP, contempla o questões, aos idealizadores dos PGR de mudar a postura frente à questão dos
controle da emissão de resíduos gasosos, que foram citados ao longo do texto. resíduos. Infelizmente, há o problema
que deveriam merecer semelhante aten- Estas foram enviadas através de correio da entropia, uma vez que é mais fácil
ção. Nesta instituição foram instalados eletrônico sendo que quase a totalidade jogar tudo fora, bem longe, do que “per-
lavadores de gases para vapores ácidos (15 em um total de 18) das pessoas der tempo” com organização. E ainda, o
e orgânicos, acoplados ao sistema de consultadas respondeu prontamente ao sistema de gerenciamento encontra eco
exaustão de capelas (Tavares, 2004). questionamento. em vários setores, mas, segundo alguns
O controle no desperdício de água De posse das respostas, entendeu-se testemunhos, falha entre os docentes. A
e energia também é deixado de lado na por bem que não se justificaria a trans- esse respeito, a Profa. Dra. Regina Re-
maioria dos programas. Considerando crição, na íntegra, do conteúdo. Assim bouças Dalston, idealizadora do PGR
que o uso de água com diminuta con- sendo, optou-se por interpretar as argu- da UCB foi bastante incisiva:
centração iônica (baixa condutividade) mentações dos entrevistados, traçando “... Encontrei“unzinhos” que agre-
é necessário para a realização dos pro- um cenário que melhor reflita as opiniões diam o meio ambiente (jogando resíduos
cedimentos de rotina laboratorial, o gerais. Ainda, algumas das ponderações na pia, dizendo que eu era “cheia de boba-
processo convencional de destilação é a foram transcritas, e refletem literalmente gens”, que sempre fazia isso e continuará
técnica de purificação mais empregada, a opinião desses professores. fazendo, e por aí vai...). Esses foram e
processo esse que desperdiça acentuado A seguir estão as indagações for- sempre serão também descartados pelos
volume de água (refrigeração) e con- muladas e algumas respectivas respostas próprios alunos e pelo próprio sistema, pois
some grande quantidade de energia obtidas: os alunos são os maiores fiscais...”
(0,7 kw L-1 de água produzida). Em- Questão 1 - O que motivou Questão 3 - Em seu entendi-
bora algumas instituições promovam iniciar a implementação do Gerencia- mento, para o tratamento de resíduos
o reuso da água de refrigeração que mento de Resíduos na instituição em gerados em uma instituição, seria
seria desperdiçada, é novamente no que você trabalha? interessante a existência de um la-
PGR do CENA/USP que o problema é As respostas a essa indagação fo- boratório nesta unidade, responsável
enfrentado mais acuradamente, através ram, invariavelmente, relacionadas com pelo tratamento da maioria dos com-
da proposta de substituição do uso de a preocupação com o papel que a Uni- postos gerados, ou o tratamento deve
destiladores pela técnica de troca iôni- versidade exerce enquanto formadora ser realizado pelo próprio laboratório
ca, que vem propiciando significativa dos futuros profissionais, para que estes gerador?
economia para a instituição (Tavares atuem de maneira responsável para com Essa foi a derradeira pergunta
et al, 2004). o meio ambiente. A adoção desta prá- formulada aos idealizadores de PGR de
Na proposta em desenvolvimen- tica deve contribuir para a formação de diversas instituições, na resposta à qual
to de gerenciamento ambiental da profissionais com consciência ecológica as opiniões foram mais dessemelhantes.
UNICAMP (Coelho et al, 2002), diferenciada, e permitir a resolução de Há que se concordar que, algumas das
os resíduos químicos são apenas um problemas existentes em algumas unida- vantagens de contar com um laborató-
apêndice de um amplo programa, que des, como enormes volumes de passivo rio responsável pelo gerenciamento dos
contempla, além dos demais resíduos la- acumulado. Nas palavras do Prof. Dr. resíduos químicos situam-se no fato de
boratoriais (biológicos e radioativos), o Fernando Antonio dos Santos Coelho, se poder padronizar os métodos opera-
gerenciamento de resíduos domésticos, coordenador do PGR da UNICAMP: cionais de rotulagem, armazenagem, re-
a cobertura vegetal, a logística de circu- “...Como a atividade de formação cuperação, tratamento, monitoramento
lação e até mesmo a zoonose e controle é um dos pontos centrais da função da e disposição adequada, o que justifica a
de vetores. Para dar conta de tudo isso, Universidade, era necessário estabelecer opinião da Profa. Maria Olímpia:
criou-se uma célula operacional, ligada parâmetros condizentes com a nossa fun- “...Deve haver um único laboratório
à reitoria da instituição, que contem- ção de educadores...” de tratamento, desde que nunca se perca
pla 4 profissionais dedicados única e Ou ainda, como bem frisou a o foco de que o laboratório gerador é o
exclusivamente a operacionalizarem a Profa. Dra. Maria Olímpia de Oliveira responsável pelos resíduos gerados...”
implantação do programa. É preciso Rezende: Por outro lado, há quem entenda
pontuar, entretanto, que a UNICAMP, “...A obrigação de, como química, que sistema deve vender as facilidades
pela sua dimensão e volume de pessoas isto é, tendo o conhecimento, e como cida- e o gerador deve tratar do que é gerado
que circulam diariamente, pode ser dã, isto é, sendo um pouquinho responsável com o apoio técnico do pessoal atre-
considerada uma cidade, e que, logica- por este pequeno planeta, querer contribuir lado ao gerenciamento. Ocorre que
mente, instituições menores podem e para uma vida melhor, deixando para as podem existir três níveis de gestão de
devem ser menos ambiciosas. gerações futuras um mundo, de preferên- resíduos: na bancada do laboratório,
cia, melhor do que o que eu recebi...” no laboratório de tratamento e no local
ENTREVISTAS Questão 2 - Quais as principais di- de estocagem, e o problema deve ser
ficuldades encontradas freqüentemente enfrentado da melhor maneira possível
Uma preocupação que derivou do e por ocasião do início da gestão? nesses ambientes. Talvez quem melhor
estudo da questão foi procurar elucidar Em simetria ao observado, nas exprima essa situação seja o Prof. Dr.
em que condições os PGR estudados respostas à questão anterior, as princi- José Albertino Bendassolli, coordenador
vinham sendo implementados, infor- pais dificuldades relatadas pautam na do PGR do CENA/USP:

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Programas de gerenciamento de resíduos químicos laboratoriais

NOTA TÉCNICA
“...Em instituições onde o número de 7) O treinamento de pessoal, a di- assunto, atividades essas que deveriam
unidades geradoras é grande e os resíduos vulgação e a realização de qualquer tipo ser estimuladas, pois difundem os
são diversificados, pode parecer atrativa de ação educacional são decisivos para o conceitos de sustentabilidade e respon-
a instalação de uma central única de sucesso de um PGR. Desse modo, todo sabilidade objetiva.
tratamento. Esta opção deve ser analisada e qualquer instrumento (Internet, intra- Embora a abordagem principal
com muito cuidado, pois centrais de tra- net, vídeos, cartilhas, etc.) que auxilie a seja referente ao gerenciamento de
tamento quase sempre inibem as inicia- disseminação desses conceitos e práticas resíduos químicos, algumas iniciativas
tivas de abate, ou seja: evitar a geração; é extremamente válido. adotadas pontualmente poderiam ser
minimizar resíduos na fonte geradora; reproduzidas na maioria das institui-
reaproveitar, tratar e realizar a disposi- CONSIDERAÇÕES FINAIS ções. Exemplos como a gestão de águas
ção final. Além do mais, desestimulam a servidas e energia elétrica, conjugada ao
responsabilidade objetiva....” A realização deste trabalho per- programa de gerenciamento de resídu-
mitiu concatenar as práticas de geren- os, denotam maior abrangência, favo-
REGRAS BÁSICAS A ciamento que vêm sendo utilizadas recendo não apenas ganhos ambientais,
SEREM CONSIDERADAS em diversas instituições, favorecendo como também financeiros, servindo
NA IMPLEMENTAÇÃO DE assim a elaboração de um modelo, inclusive de suporte ao re-investimento
PGR EM UNIVERSIDADES proposto com o intuito de viabilizar a no programa.
implantação de programas dessa mesma As atividades que somam esforços
Uma análise dos procedimentos ordem em outras universidades, além de ao princípio de desenvolvimento sus-
que estão sendo implementados nas proporcionar informações que podem tentável vêm sendo aplicadas nos mais
universidades contempladas no pre- servir de auxílio ao aprimoramento dos variados setores. Sendo este o quadro
sente estudo permitiu elencar algumas programas já existentes. Grande parcela atual, as universidades começam a as-
regras básicas que devem ser conside- dessas recomendações já é observada na sumir sua responsabilidade com relação
radas durante a implementação de um maioria das instituições investigadas, o ao desenvolvimento de tecnologia e pes-
PGR. Sumariamente, essas regras foram que corrobora suas aplicações efetivas. quisa, mas principalmente à formação
condensadas nas sete subseqüentes É importante reforçar, quanto às de profissionais conscientes.
recomendações: sugestões propostas, que a segregação Por fim, é meritório frisar que a
1) É imprescindível que o res- ou separação e rotulagem (identifica- proposta, ao se implantar um PGR, é
ponsável pelo resíduo seja o gerador, e ção) dos resíduos ativos são as medidas a minimização dos impactos gerados
deve-se realizar um detalhado inventá- mais relevantes, e que sem elas toda a pelas atividades da instituição. Uma vez
rio que ilustre os resíduos gerados na implementação se inviabiliza, transfor- iniciado, este tende a ganhar corpo, pois
instituição. mando um ativo conhecido e de fácil apresenta aspectos positivos tanto finan-
2) Deve-se respeitar a uma hie- destinação, em um passivo incógnito, ceira quanto ambientalmente. Dentre
rarquia de gestão que priorize: evitar envolvendo um moroso e custoso pro- estes, destacam-se a redução de gastos
a geração; minimizá-la; reaproveitar cesso de identificação, além de acarretar com compra de reagentes e consumo
os resíduos inevitavelmente gerados; em misturas muitas vezes ainda mais em geral, armazenamento, tratamento
tratar; e dispor. perigosas e cujos tratamentos se tornam e disposição de resíduos perigosos, o
3) A correta segregação dos re- inviáveis. Esta condição intensifica ain- desenvolvimento de pesquisas e novas
síduos em classes de compatibilidade da mais a necessidade de que essas prá- tecnologias, a minimização de riscos de-
é fundamental para tornar viável o ticas devem ser conduzidas respeitando vido ao incremento à segurança, a valo-
gerenciamento. rígidos padrões de segurança. rização e especialização dos profissionais
4) O armazenamento dos resíduos Há que ser motivo de reflexão a envolvidos, afetando positivamente a
nos laboratórios deve ser realizado em opinião, pertinente, de alguns professo- qualidade das pesquisas. Este processo
recipiente apropriado, hermeticamente res que participaram da enquête de que caminha sempre ao aprimoramento,
fechado, de capacidade volumétrica algumas pessoas, avessas à correta gestão podendo ser entendido como um ciclo
reduzida, corretamente identificado e de resíduos, aparentam não possuir a de melhoramento contínuo, possibili-
em condições seguras. mesma sorte no quesito consciência, tando a constante minimização dos im-
5) A etapa de tratamento dos ou até mesmo inteligência, afinal não pactos ambientais, garantindo sempre
resíduos pode ser realizada dentro ou conseguem perceber que qualquer ação, melhorias na qualidade de vida para a
fora da unidade geradora, através de com intuito benéfico ou não, se propaga presente e futuras gerações.
procedimentos, ao menos em conso- e pode ser ampliada. Desta forma, com
nância com a legislação vigente. o descaso ao ambiente, acabam por REFERÊNCIAS
6) As operações devem ser pro- prejudicar direta ou indiretamente suas
cedidas dentro de condições ideais próprias vidas e deixam de construir em AFONSO, J. C. et al. Gestão de resíduos: o tes-
temunho do instituto de química da UFRJ. In:
de segurança, uma vez que um único si pessoas melhores. 3º ENCONTRO NACIONAL DE SEGURAN-
procedimento indevido pode resultar Nota-se também que, em poucos ÇA EM QUÍMICA, 2004, Niterói. Resumos…
em acidente de pequena ou larga escala, programas, são mencionados esforços 1 CD ROM. 2004.
sérios danos ao manipulador e demais à disseminação da conscientização ALBERGUINI, L. B. A. et al. Laboratório de
pessoas nas proximidades do local e, ambiental, como o desenvolvimento de Resíduos Químicos do Campus USP-São Carlos
ainda por cima, proporcionar o derra- cartilhas auto-explicativas, estruturação – Resultados da experiência pioneira em gestão e
mamento de substâncias a serem geridas de programas de visitação para escolas, gerenciamento de resíduos em um campo univer-
sitário. Química Nova, São Paulo, v. 26, n. 2,
como resíduos. indústrias e demais interessados no p. 291-295, fev. 2003.

Eng. sanit. ambient. 123 Vol.11 - Nº 2 - abr/jun 2006, 118-124


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NOTA TÉCNICA
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Eng. sanit. ambient. 124 Vol.11 - Nº 2 - abr/jun 2006, 118-124

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