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01- Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: PC-MA Prova: Delegado de Polícia Civil
O MP de determinado estado ofereceu denúncia contra um indivíduo,
imputando-lhe a prática de roubo qualificado, mas a defesa do
acusado negou a autoria. Ao proferir a sentença, o juízo do feito
constatou a insuficiência de provas capazes de justificar a condenação
do acusado.
a) estado de inocência.
b) contraditório.
c) promotor natural.
d) ne eat judex ultra petita partium.
e) favor rei. (Correta)
ANÁLISE DA QUESTÃO 01
Letra A
A1= Princípio da Inocência (presunção de inocência ou princípio da não
culpabilidade)
Art. 5º, LVIII da CF: "Ninguém será considerado culpado até o trânsito em
julgado de sentença penal condenatória". Esse princípio não é absoluto, porque a
inocência é uma presunção e cabe seu afastamento que se dá pela sentença
condenatória.
Recentemente, o Supremo Tribunal Federal adotou o polêmico entendimento de
que, após a decisão em segunda instância, o réu já pode ser considerado culpado e
ser preso, mesmo que consiga depois provar sua inocência via recurso
nos Tribunais Superiores.
Letra C
C1= Princípio do Promotor Natural
O princípio do promotor natural ou legal, também chamado de promotor
imparcial, é um princípio constitucional implícito que decorre do princípio do juiz
natural previsto no artigo 5º, inciso LIII, da Constituição Federal, in verbis:
“ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente”.
Assim como o imputado tem o direito de ser processado por um juiz competente e
previamente constituído, sendo vedada a criação de juízo ou tribunal de exceção
(art. 5º, inciso XXXVII, da Constituição Federal), também terá o direito de ser
acusado por Órgão previamente indicado por lei.
Assim sendo, o réu tem o direito público subjetivo, além do de conhecer quem o
acusa, o de somente ser acusado por um órgão estatal escolhido de acordo com
critérios legais previamente fixados. O Plenário do STF, por maioria de votos, já
por inúmeras vezes afirmou a existência do princípio do Promotor Natural,
condenando a figura do promotor de exceção, por ser incompatível com a Lei
Maior de 1988. O Pretório Excelso afirmou que somente o promotor natural é
que deve atuar no processo, atuando ele em zelo ao interesse público, garantindo
a imparcialidade do órgão ministerial, e sua atuação técnica e jurídica, de acordo
com suas atribuições e prerrogativas legais, preservando, assim, sua
inamovibilidade.
Letra D
D1= Princípio do ne eat judex ultra petita partium (o juiz não pode ir além dos
pedidos das partes)
Iniciada a ação fixam-se os contornos da res in judicio deducta. Entretanto o juiz
pode reformar o artigo capitulado para o fato narrado. O juiz não pode mudar o
pedido mas pode mudar o tipo penal arguido. O que importa no processo penal é a
narrativa dos fatos. O direito é dito pelo juiz, que pode tipificar em outros artigos.
O juiz requer, quando verifica erro na tipificação, solicita o aditamento da
denúncia.O titular da ação penal é o Ministério Público. Ne procedato judex ex
offício significa que o juiz não pode dar início ao processo. As partes devem fazê-
lo.