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Lauri Natalicio Fries

Professor
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PLANO DE CONTAS
EMPRESA INCORPORADORA

ATIVO
CIRCULANTE
Disponível
Caixa
Banco do Brasil S/A
Banrisul S/A
Aplicaçoõ es financeiras

Créditos
Devedores
ICMS a recuperar
IRF a recuperar
PIS a recuperar
COFINS a recuperar

Adiantamentos
Adiantamento de salaá rios
Adiantamento a fornecedores

Estoques

Apto 101
Apto 102
Apto 103
Apto 201
Apto 202
Apto 303
Box 01
Box 02
Box 03
Box 04
Box 05
Box 06

Despesas antecipadas
Seguros a apropriar
Comissoõ es s/vendas a apropriar

NÃO CIRCULANTE

Realizável de Longo Prazo


Devedores

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Investimento
Açoõ es Banco do Brasil S/A
Participaçoõ es societaá rias
Finor

Imobilizado
Maá quinas e equipamentos
Moá veis e Utensíálios
Veíáculos
Computadores
Preá dios
Terrenos

(-) Depreciação acumulada


(-) Dep. acumulada de maá quinas e equipamentos
(-) Dep. acumulada de moá veis e Utensíálios
(-) Dep. acumulada de veíáculos
(-) Dep. acumulada de computadores
(-) Dep. acumulada de preá dios

Intangível
Marcas e patentes
Software
(-) Realizaçaõ o intangíável

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PASSIVO
CIRCULANTE

Obrigações sociais
Fornecedores
Alugueis a pagar
AÁ gua e luz a pagar
Salaá rios a pagar
Provisaõ o de feá rias
Provisaõ o de 13 Salaá rios
Multa FGTS a pagar
Prolabore a pagar Soá cio “a”
Prolabore a pagar Soá cio “b”

Lucros e dividendos a pagar


Soá cio “a” a pagar
Soá cio “b” a pagar

Obrigações fiscais
Prevideê ncia social a recolher
FGTS a recolher
IRF a recolher
Contribuiçaõ o sindical a recolher
PIS a recolher
Cofins a recolher
ICMS a recolher
Provisaõ o Contribuiçaõ o social
Provisaõ o Imposto de renda

Empréstimos e financiamentos
Banco do Brasil S/A c/empreá stimo
Banrisul c/empreá stimos

Custo Orçado
Custo orçado Empreendimento “x”

NÃO CIRCULANTE

Empréstimos e financiamentos
Banco do Brasil S/A c/empreá stimo
Banrisul c/empreá stimo

Resultado de exercícios futuros

Receitas a realizar
Receitas a realizar Empreendimento “X”

Custos a apropriar
(-) Custos a apropriar Empreendimento ”X”

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PATRIMONIO LÍQUIDO

Capital Social
Capital social
(-) Capital social a integralizar

Reservas de Capital
Reserva especial de Capital
Reserva legal
Reserva de Incentivos Fiscais

Ajustes da avaliação patrimonial


Ajustes valores ativos
Ajustes valores passivos

Reserva de lucros
Lucros acumulados
Lucros a disposiçaõ o da assembleia

Ações em Tesouraria/Quotas liberadas


(-) Açoõ es em tesouraria
(-) Quotas liberadas

(-) Prejuízos acumulados


(-) prejuíázos acumulados

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RESULTADO DO EXERCÍCIO

RECEITAS OPERACIONAIS

Receitas de venda
Receita de venda do empreendimento “X”
Receita de venda do empreendimento “Y”

Dedução da receita bruta


Vendas canceladas
Descontos incondicionais
ICMS s/vendas
Pis s/vendas
Cofins s/vendas
ISSQN s/vendas

Custo das mercadorias vendidas


Custo de venda empreendimento “x”
Custo de venda empreendimento “y”

Despesas c/pessoal
Prolabore
Salaá rios
Feá rias
13 Salaá rio
Aviso preá vio
Indenizaçoõ es
Vale transporte
Prevideê ncia social
FGTS
Segurança e medicina do trabalho

Despesas administrativas
Honoraá rios profissionais PJ
Serviços de terceiros PF
Depreciaçaõ o
Material de expediente
Material de consumo
Conservaçaõ o e manutençaõ o
Despesas c/veíáculos
Energia eleá trica
AÁ gua e esgoto
Telefone
Portes e telegramas
Seguros
Jornais e revistas
Mensalidades de classe
Alugueis
Despesas c/ viagem

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Bens de natureza permanente
Doaçoõ es
Despesas indedutíáveis

Despesas c/vendas
Propaganda e publicidade
Brindes
Comissoõ es
Fretes e carretos

Despesas fiscais e tributárias


Multas dedutíáveis
Multas naõ o dedutíáveis
Impostos e taxas
IOF
PIS receita operacional
COFINS receita operacional

Despesas financeiras
Juros pagos
Descontos concedidos
Despesas bancaá rias
Juros s/empreá stimos e financiamentos
Variaçaõ o monetaá ria passiva

Receitas financeiras
Renda c/aplicaçaõ o financeira
Juros recebidos
Descontos obtidos
Variaçaõ o monetaá ria ativa
Variaçaõ o cambial ativa

Outras receitas operacionais


Reversaõ o provisaõ o devedores duvidosos
Recuperaçaõ o de despesas
Receita venda do investimento
Receita venda do imobilizado

Outras despesas operacionais


Custo venda Investimento
Custo venda imobilizado

Despesas c/provisões
Contribuiçaõ o social
Imposto de renda

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Custos de produção empreendimento “A”
Prolabore
Salaá rios
Feá rias
13 Salaá rio
Prevideê ncia social
FGTS
Material
Projetos
Maõ o de obra PJ
Terrenos
(-) Custo em formaçaõ o empreendimento “A”

MATERIAL DE ESTUDO CONTABILIDADE DE ATIVIDADE


IMOBILIÁRIA

O contribuinte que comprar imoá vel para venda ou promover empreendimento de


desmembramento ou loteamento de terrenos, incorporaçaõ o imobiliaá ria ou a construçaõ o de
preá dio destinado aà venda, deve apurar seus resultados operacionais para fins de tributaçaõ o,
segundo as normas estabelecidas atraveá s da IN SRF nº 84/79, com as alteraçoõ es trazidas pelas
INs.SRF. nº 23/83 e 67/88.

CARACTERÍSTICAS

Para que possamos identificar o desempenho da atividade imobiliaá ria faz-se necessaá rio
conceituarmos as expressoõ es a seguir:

Contribuinte

A expressaõ o “contribuinte” abrange, aleá m da pessoa juríádica que se dedicar a qualquer


das atividades descritas acima, a pessoa fíásica considerada empresa individual por promover a
incorporaçaõ o de preá dios em condomíánio, ou o loteamento de terrenos nos termos dos
Decretos-leis nº 1.381/74 e 1.510/76.

Unidade Imobiliária

A expressaõ o “Unidade Imobiliaá ria” compreende:


a) o terreno adquirido para venda, com ou sem construçaõ o;
b) cada lote oriundo de desmembramento de terreno;
c) cada terreno decorrente de loteamento;
d) cada unidade distinta resultante de incorporaçaõ o imobiliaá ria;
e) o preá dio construíádo para venda como unidade isolada ou autoê noma.

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Desmembramento

Desmembramento de imoá veis eá a subdivisaõ o de aá rea em lotes, para edificaçaõ o, na qual


seja aproveitado o sistema viaá rio oficial da cidade ou vila, sem que se abram novas vias ou
logradouros puá blicos, e sem que se modifiquem os existentes (Decreto-Lei nº 271, art. 1º, §
2º).

Loteamento

O loteamento de imoá veis eá a subdivisaõ o de aá rea em lotes, destinados a edificaçaõ o de


qualquer natureza, que naõ o se inclua na definiçaõ o legal de desmembramento (Decreto-lei nº
271, de 28.02.1967, art. 1º, § 2º.

Incorporação Imobiliária

A incorporaçaõ o imobiliaá ria eá a atividade exercida com intuito de promover e realizar a


construçaõ o, para alienaçaõ o total ou parcial de edificaçoõ es, ou conjunto de edificaçoõ es,
compostas de unidades autoê nomas (Lei nº 4.591/64, art.29, § uá nico).

Tal atividade se caracteriza pelo comprometimento ou pela efetivaçaõ o da venda de


fraçoõ es ideais de terreno objetivando a vinculaçaõ o de tais fraçoõ es a unidades autoê nomas em
edifíácios a serem construíádos, ou em construçaõ o, sob o regime condominial (Lei nº 4.591/74,
art.29).

Loteamento em Imóveis de Terceiros

No mercado imobiliaá rio eá normal empresa que exerce atividade imobiliaá ria associar-se
com proprietaá rio de aá rea (pessoa fíásica ou juríádica), a fim de empreender loteamento, sendo o
produto das vendas das unidades imobiliaá rias rateado entre as partes na proporçaõ o
estipulada.

Registro dos Custos

Quando o proprietaá rio da aá rea for pessoa fíásica, seraá considerado, para efeito do
Imposto de Renda, como empresa individual, estando sujeito ao tratamento tributaá rio
dispensado pela legislaçaõ o em vigor aà s atividades imobiliaá rias.

Ressalta-se que ambas as partes deveraõ o considerar apenas, o que competir a cada
uma. Portanto, o proprietaá rio da aá rea registraraá , somente, o valor da terra nua, enquanto que
a empresa executora do empreendimento consignaraá , em sua escrituraçaõ o, os demais custos
do loteamento.

TRATAMENTO TRIBUTÁRIO

As pessoas juríádicas que se dedicam aà s atividades imobiliaá rias, inclusive as pessoas


fíásicas equiparadas aà juríádica, pela praá tica de atividades imobiliaá rias, ateá 31.12.98, estavam
obrigadas aà tributaçaõ o do imposto de renda e da contribuiçaõ o social sobre o lucro líáquido, pelo
lucro real ou poderiam, inclusive, arbitrar o seu lucro, mas naõ o podiam optar pelo lucro
presumido.

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A partir de 1º de janeiro de 2014, pelo artigo 14 da Lei nº 9.718/98, com as alteraçoõ es


da Lei nº 10.637/02, as pessoas juríádicas que exercem essas atividades passaram a poder
optar pelo lucro presumido, desde que:

a) a receita bruta auferida no ano-calendaá rio naõ o ultrapasse o limite de R$


76.000.000,00 ou proporcional ao nuá mero de meses do períáodo, quando inferior a 12 meses;

b) naõ o haja operaçoõ es imobiliaá rias por concluir, para as quais tenha sido computado
custo orçado (IN SRF nº 25/99).

Condomínios

Os condomíánios na propriedade de imoá veis naõ o saõ o considerados sociedades de fato,


ainda que deles façam parte, tambeá m, pessoas juríádicas.

A cada condoê mino, pessoas fíásicas, seraõ o aplicados os criteá rios de caracterizaçaõ o da
empresa individual e demais dispositivos legais, como se fosse ele o uá nico titular da operaçaõ o
imobiliaá ria, nos limites de sua participaçaõ o.

REGISTRO PERMANENTE DE ESTOQUE

A exigeê ncia do registro permanente de estoque naõ o dispensa o contribuinte da


obrigaçaõ o de possuir e escriturar o livro de inventaá rio previsto na legislaçaõ o do imposto de
renda, sendo funçaõ o daquele subsidiar este, principalmente no que se refere aà determinaçaõ o
do custo e discriminaçaõ o dos imoá veis em estoque por ocasiaõ o do balanço.

Escrituração do Livro de Registro de Inventário

No final de cada períáodo de apuraçaõ o, deveraõ o constar do livro de registro de


inventaá rio todos os imoá veis destinados aà venda. As unidades existentes em estoque na data
do balanço seraõ o discriminadas no livro de registro de inventaá rio do seguinte modo:

1) os imoá veis adquiridos para venda, um por um;

2) os terrenos oriundos de desmembramento ou loteamento, por conjunto de lotes


com ideê ntica dimensaõ o ou por quadros, quando referentes a um mesmo empreendimento; ou,
entaõ o, terreno por terreno, se assim preferir o contribuinte;

3) as edificaçoõ es resultantes de incorporaçaõ o imobiliaá ria, inclusive respectivos


terrenos, por conjunto de unidades autoê nomas com ideê ntica aá rea de construçaõ o e o mesmo
padraõ o de acabamento, conquanto se refiram a um mesmo empreendimento; ou , entaõ o,
unidade por unidade, se assim preferir o contribuinte;

4) os preá dios construíádos para venda e respectivos terrenos preá dio por preá dio.

O contribuinte deveraá manter registro permanente de estoque, para determinar o custo


dos imoá veis vendidos.

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O registro permanente de estoque de imoá veis seraá feito em livros, fichas, mapas ou
formulaá rios contíánuos emitidos por sistema de processamento de dados, a criteá rio do
contribuinte.

O registro das existeê ncias de imoá veis tomaraá por modelo as fichas usuais de controle de
estoque, podendo ter outros elementos informativos, peculiares aà s atividades imobiliaá rias,
que o contribuinte entender necessaá rios.

Registro e Autenticação

O livro ou conjunto de fichas, mapas ou formulaá rios citados anteriormente naõ o


precisam ser registrados nem autenticados por nenhum oá rgaõ o ou repartiçaõ o, mas deveraõ o
conter termos de abertura e de encerramento assinados pelo contribuinte e por contabilista
legalmente habilitado. A dispensa de registro e autenticaçaõ o naõ o desobriga o contribuinte de
manter o registro de estoque em boa ordem e guarda, aà disposiçaõ o da autoridade
fiscalizadora, ateá que ocorra a inexigibilidade dos criteá rios tributaá rios originados de
operaçoõ es nele escrituradas.

Escrituração

O registro de estoque seraá escriturado com base nos lançamentos dos custos pagos ou
incorridos e das baixas de estoque constantes da escrita comercial (IN SRF nº 23/83, item
1/I).

A escrituraçaõ o do registro de estoque poderaá ser feita de forma sucinta, mediante


simples refereê ncia aà folha e ao nuá mero do livro Diaá rio em que forem efetuados os
lançamentos, ou, entaõ o, mediante indicaçaõ o do nuá mero de ordem de cada lançamento
contaá bil, no caso de contabilidade feita por sistema de processamento de dados.

O contribuinte que mantiver a escrituraçaõ o dos empreendimentos ou unidades,


individualmente, em conta analíática de Razaõ o poderaá valer-se de coá pia da ficha sinteá tica ou da
ficha analíática dos lançamentos respectivos para suprimento da existeê ncia do registro
permanente de estoque, desde que este controle seja ampliado por mapas complementares
para neles se indicar a quantidade de unidades construíádas, de unidades vendidas e de
unidades em estoque, bem como das aá reas correspondentes em metros quadrados ou em
fraçoõ es ideais (IN SRF nº 23/83, item 1/I ).

O registro de estoque abrangeraá todos os imoá veis destinados aà venda, inclusive


terrenos oriundos de desmembramento ou constantes de loteamento em implantaçaõ o,
edificaçoõ es em andamento e respectivos terrenos ou fraçoõ es ideais de terrenos resultantes de
incorporaçaõ o imobiliaá ria e quaisquer outros preá dios em construçaõ o para venda.

Empreendimentos com Duas ou Mais Unidades - No caso de empreendimento que


compreenda duas ou mais unidade a ser vendido separadamente o registro de estoque deveraá
discriminar, ao menos por ocasiaõ o do balanço, o custo de cada unidade distinta, considerando-
se atendida esta exigeê ncia se a discriminaçaõ o constar no livro de registro de inventaá rio. A
forma de proceder aà discriminaçaõ o do custo ficaraá a criteá rio do contribuinte.

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TRIBUTAÇÃO

A tributaçaõ o das empresas incorporadoras pode ser, por opçaõ o, desde que atendidos as
exigeê ncias previstas na legislaçaõ o vigentes sendo as principais formas de tributaçaõ o do lucro
no Brasil o Lucro Real e o Lucro Presumido.

A legislaçaõ o tributaá ria, atraveá s do Regulamento do Imposto de Renda – RIR, define


como base legal para apuraçaõ o do Imposto de Renda (IRPJ) e da Contribuiçaõ o Social (CSLL) o
Lucro Real, ou seja, o lucro líáquido do períáodo de apuraçaõ o ajustado pelas adiçoõ es, exclusoõ es
ou compensaçoõ es prescritas, ou autorizadas.

A outra forma de tributaçaõ o prevista na legislaçaõ o do imposto de renda eá o Lucro


Presumido, forma de tributaçaõ o simplificada, cuja base para obtençaõ o do Imposto de Renda e
da CSLL eá o faturamento das pessoas juríádicas.

Podem optar pela tributaçaõ o com base no lucro presumido as pessoas juríádicas que,
naõ o estando obrigadas ao regime de tributaçaõ o pelo lucro real, tenham auferido, no ano-
calendaá rio anterior, receita total igual ou inferior a R$ 78.000.000,00 (Setenta e oito milhoõ es
de reais).

Considera-se receita total o somatoá rio da receita bruta de vendas, dos ganhos de
capital, das demais receitas e dos resultados positivos decorrentes de receitas naõ o
compreendidas na atividade, no caso de iníácio de atividade, o limite seraá proporcional, aà razaõ o
de R$ 6.500.000,00 (Seis milhoõ es e quinhentos mil reais) multiplicado pelo nuá mero de meses
do períáodo.

Podem, tambeá m, optar pela tributaçaõ o com base no lucro presumido as pessoas
juríádicas que iniciarem atividades ou que resultarem de incorporaçaõ o, fusaõ o ou cisaõ o, desde
que naõ o estejam obrigadas aà tributaçaõ o pelo lucro real.

As pessoas juríádicas, tributadas pelo lucro presumido, e que, em qualquer trimestre do


ano-calendaá rio, tiverem seu lucro arbitrado, podem permanecer no regime de tributaçaõ o com
base no lucro presumido relativamente aos demais trimestres do ano-calendaá rio, desde que
atendidas as disposiçoõ es legais pertinentes (Lei nº 8.981, de 1995, art. 47, § 2º; Lei nº 9.430,
de 1996, art.1º; IN SRF nº 93, de 1997, art. 47).

A opçaõ o de tributaçaõ o pelo RET – Sistema Especial de Tributação obriga a empresa a


optar pela utilizaçaõ o do Patrimoê nio de Afetaçaõ o para as obras que forem tributadas por esta
sistemaá tica podendo as demais atividades permanecer na sistemaá tica anteriormente utilizada.

Nota do autor

Em meu entendimento, na visaõ o da empresa incorporadora, a adoçaõ o de tributaçaõ o


pelo RET (Patrimoê nio de Afetaçaõ o), seraá vantajoso em funçaõ o da reduçaõ o da carta tributaá ria
embora os controles tenham que ser mais ríágidos como contabilizaçaõ o individual por
empreendimento afetado, adoçaõ o do Conselho de contribuintes e cuidados na distribuiçaõ o dos
lucros apurados.

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PATRIMONIO DE AFETAÇÃO – RET

Atraveá s da Lei 10.931/04 ficou instituíáda a sistemaá tica do patrimoê nio de afetaçaõ o e
tambeá m alterou e aprimorou a Lei de Incorporaçoõ es Imobiliaá rias nº 4.591, de 16/12/64,
visando aumentar a segurança entre as partes envolvidas na incorporaçaõ o imobiliaá ria.

O artigo 53 da nova Lei institui o regime de Patrimoê nio de Afetaçaõ o, determinando que
a criteá rio do incorporador, a incorporaçaõ o poderaá ser submetida ao regime de afetaçaõ o, pelo
qual o terreno e as acessoõ es objeto da incorporaçaõ o imobiliaá ria, bem como os demais bens e
direitos a ela vinculados, manter-se-aõ o apartados do patrimoê nio do incorporador, podendo
utilizar esta sistemaá tica para os empreendimentos que julgar conveniente.

O patrimoê nio de afetaçaõ o afasta a incorporaçaõ o imobiliaá ria dos demais ativos do
incorporador, com o objetivo de proteger as partes envolvidas uma vez que o patrimoê nio
afetado naõ o se comunica com os outros bens, direitos e obrigaçoõ es do patrimoê nio geral da
empresa incorporadora e responde somente pelas díávidas e obrigaçoõ es daquela incorporaçaõ o
imobiliaá ria.

Vantagens e desvantagens da adoção

Dentre as vantagens anunciadas, destacam-se aquelas que sinalizam os creá ditos mais
acessíáveis e a reduçaõ o da carga tributaá ria, e ao adquirente das unidades, que passaraá a contar
com maiores garantias de recebimento de seu imoá vel.

Com a adoçaõ o da nova regra, todas as díávidas, de natureza tributaá ria, trabalhista e junto
a instituiçoõ es financeiras, ficam restritas ao empreendimento em construçaõ o, naõ o tendo
qualquer relaçaõ o com outros compromissos e díávidas assumidas pela empresa.

O patrimoê nio de afetaçaõ o eá opcional e traz maiores garantias aos mutuaá rios, pois preveê
a existeê ncia de uma comissaõ o de representantes desde o iníácio da obra, o que dificultaraá a
ocorreê ncia de desvios, embora o patrimoê nio do incorporador responda pelo empreendimento
objeto da afetaçaõ o.

A Lei 10.931/94 regulamentou o Patrimoê nio de Afetaçaõ o que foi instituíádo na verdade
pela Medida Provisoá ria 2.221, de setembro de 2004.

Adotando o patrimoê nio de afetaçaõ o o incorporador fica impedido de utilizar recursos


de um empreendimento em outros, visando preservar os recursos oriundos de cada
empreendimento para o bom andamento do empreendimento em questaõ o logo, os valores
pagos pelos adquirentes do imoá vel na planta ou fase de construçaõ o de determinado
empreendimento ficam obrigatoriamente vinculado apenas aà proá pria edificaçaõ o, naõ o havendo
possibilidade de desvio destes recursos para outras obras ou despesas do incorporador.

Ressalva-se que os recursos financeiros arrecadados que excederem a importaê ncia


necessaá ria aà conclusaõ o da obra e o valor referente ao preço de alienaçaõ o da fraçaõ o ideal de
terreno de cada unidade vendida, no caso de incorporaçaõ o em que a construçaõ o seja

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contratada sob o regime por empreitada ou por administraçaõ o, naõ o integram o patrimoê nio de
afetaçaõ o.

Os bens e direitos integrantes do patrimoê nio de afetaçaõ o somente poderaõ o ser objeto
de garantia real se o benefíácio se reverter integralmente em prol do respectivo
empreendimento.

Os recursos arrecadados pelo empreendimento deveraõ o ser mantidos em conta de


depoá sito, a ser aberta especificamente para este empreendimento.

Entre as obrigaçoõ es do incorporador podemos destacar:

a) A obrigatoriedade de promover os atos necessaá rios aà boa administraçaõ o e


preservaçaõ o do patrimoê nio de afetaçaõ o;
b) Manter apartados os bens e direitos objetos de cada incorporaçaõ o;
c) Providenciar a captaçaõ o dos recursos necessaá rios aà incorporaçaõ o;
d) Entregar aà comissaõ o de representantes, no míánimo a cada treê s meses,
demonstrativo da obra referente ao prazo de conclusaõ o e os recursos financeiros
disponíáveis que integrem o patrimoê nio de afetaçaõ o;
e) Eventuais modificaçoõ es que o incorporador desejar fazer deveraõ o ser aprovadas
pela comissaõ o de representantes;
f) Depositar, em conta especial para tal finalidade, os recursos financeiros
g) Entregar aà comissaõ o de representantes balancetes do trimestre civil, relativos a
cada patrimoê nio de afetaçaõ o;
h) Assegurar aà comissaõ o de representaçaõ o livre acesso aà obra, livros, contratos, extrato
da conta especial e quaisquer documentos relativos ao patrimoê nio de afetaçaõ o;
i) Manter escrituraçaõ o contaá bil regular.

A Comissaõ o de Representantes constituíáda pelos promitentes-compradores,


juntamente com a instituiçaõ o financiadora da construçaõ o poderaõ o nomear, aà s suas expensas,
pessoa fíásica ou juríádica para fiscalizar e acompanhar a administraçaõ o e andamento do
empreendimento naõ o sendo estes responsaá veis pela qualidade da obra, pelo prazo de entrega
do imoá vel ou por qualquer outra obrigaçaõ o pertinente aà responsabilidade do incorporador ou
do construtor.
Quanto ao lucro sobre a incorporaçaõ o, somente poderaõ o ser distribuíádos os recursos
financeiros que excederem a importaê ncia necessaá ria aà conclusaõ o da obra, considerando-se os
valores a receber ateá sua conclusaõ o e, tambeá m os recursos necessaá rios aà quitaçaõ o de
financiamento para a construçaõ o, se houver.

Para o atendimento de qualquer das situaçoõ es acima seraá necessaá rio que seja atestado
por um profissional habilitado, contratado pela Comissaõ o de Representantes, atraveá s da
emissaõ o de documento haá bil que ateste o estado da obra e de seu atendimento com o prazo
pactuado e os recursos financeiros que integrem o patrimoê nio de afetaçaõ o recebidos no
períáodo.

REGIME ESPECIAL DE TRIBUTAÇÃO – RET

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O RET, Regime Especial de Tributaçaõ o foi criado para incentivar as empresas
incorporadoras a optar pelo Patrimoê nio de Afetaçaõ o e adotar uma tributaçaõ o simplificada
permitindo que cada empreendimento possa fazer o recolhimento de seus impostos de forma
simples e individualizada..

No artigo 4º fica determinado, para cada incorporaçaõ o submetida ao Regime Especial


de Tributaçaõ o, que a incorporadora ficaraá sujeita ao pagamento equivalente a 4% (Quatro por
cento) da receita mensal recebida, correspondendo ao Imposto de Renda das Pessoas
Juríádicas, aà Contribuiçaõ o Social Sobre o Lucro Líáquido, ao PIS/PASEP e aà COFINS.

A base de caá lculo para pagamento dos tributos seraá a totalidade de receitas auferidas
pela incorporadora na venda das unidades imobiliaá rias que compoõ em a incorporaçaõ o e
tambeá m as receitas financeiras e variaçoõ es monetaá rias decorrentes da operaçaõ o.

Consideram-se receitas auferidas as parcelas efetivamente recebidas acrescidas das


variaçoõ es monetaá rias imputadas no contrato de compra e venda das unidades vendidas.

A individualizaçaõ o dos tributos, no total de 4% (quatro) por cento, que devem ser
recolhidos pela incorporadora fica distribuíáda da seguinte forma, conforme determina o artigo
8º da Lei 10.931/04, alterado pela Lei 12.024/09.

COFINS – 1,71%

PIS - 0,37%

IRPJ - 1,26%

CSLL - 0,66%

No caso dos imoá veis residenciais de interesse social, construíádos a partir de março de
2009 ateá 31 de Dezembro de 2013, conforme previsaõ o no § 6º do artigo 4º da Lei 10.931/04,
seraá o equivalente a 1% (um por cento) da receita mensal recebida e fica distribuíádo
individualmente como segue:

COFINS – 0,44%

PIS - 0,09%

IRPJ - 0,31%

CSLL - 0,16%

CUSTO DOS IMÓVEIS VENDIDOS


ATIVIDADES IMOBILIÁRIAS

O custo dos imóveis vendidos nas atividades imobiliárias compreende:

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1) o custo de aquisiçaõ o de terrenos ou preá dios, inclusive os tributos devidos na aquisiçaõ o e as
despesas de legalizaçaõ o, incluindo, entre outros custos:

a) o custo de aquisiçaõ o de materiais ou quaisquer outros bens aplicados ou consumidos


na produçaõ o, inclusive os custos de transporte e seguro ateá o estabelecimento do
contribuinte e os tributos devidos na aquisiçaõ o ou importaçaõ o desses insumos;

b) o custo dos serviços aplicados ou consumidos na produçaõ o, inclusive os tributos


sobre ele devidos que onerem o contribuinte;

c) o custo do pessoal aplicado na produçaõ o, inclusive de supervisaõ o direta, manutençaõ o


e guarda das instalaçoõ es de produçaõ o;

d) os custos de locaçaõ o, manutençaõ o e reparo e os encargos de depreciaçaõ o dos bens


aplicados na produçaõ o;

e) os encargos de amortizaçaõ o diretamente relacionados com a produçaõ o;

f) os encargos de exaustaõ o dos recursos naturais utilizados na produçaõ o.

2) os custos de estudo, planejamento, legalizaçaõ o e execuçaõ o dos planos ou projetos de


desmembramento, loteamento, incorporaçaõ o, construçaõ o e quaisquer obras ou
melhoramentos.

CUSTOS PAGOS OU INCORRIDOS

Os custos pagos ou incorridos, admitidos na formaçaõ o do custo do imoá vel vendido, saõ o aqueles
que se refiram a bens ou serviços adquiridos ou contratados para especíáfica aplicaçaõ o no
empreendimento de que a unidade negociada faça parte.

CONTABILIZAÇÃO

a) Os bens adquiridos para estocagem, sem destinaçaõ o especíáfica, deveraõ o ser debitados a
uma conta de almoxarifado e somente apropriaá veis ao custo de qualquer empreendimento
quando nela aplicados.

b) Todos os custos pagos ou incorridos seraõ o primeiramente debitados a uma conta


representativa das “Obras em Andamento”, classificaá vel no ativo circulante, para depois serem
considerados na formaçaõ o do custo de cada unidade vendida.

c) Os custos pagos ou incorridos referentes a empreendimentos que compreendam duas ou


mais unidades deveraõ o ser apropriados, a cada uma delas, mediante rateio de acordo com os
mapas de apropriaçaõ o de custos, como por exemplo, rateio por metragem quadrada
construíáda.

MAPA DE RATEIO

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Os lançamentos de apropriaçaõ o dos custos incorridos aà s unidades imobiliaá rias saõ o
apropriados mediante planilhas de caá lculos, discriminando a data, histoá rico e respectivo valor,
distribuíádas entre as unidades respectivas.

CUSTOS NÃO INCORRIDOS

Os custos ainda naõ o incorridos saõ o aqueles que se formaraõ o no futuro, mas que devem ser
contabilizados quando se referem aà vendas contratadas, pois decorrem de uma obrigaçaõ o de
fazer.

Os custos naõ o incorridos compreendem os custos contratados e os custos orçados.

CUSTOS CONTRATADOS

Pela observaê ncia estrita do regime de competeê ncia, contabiliza-se, na formaçaõ o do custo do
imoá vel vendido, os custos contratados para a realizaçaõ o das obras ou melhoramentos a que
estiver obrigado.

A contabilizaçaõ o dos custos contratados eá aplicaá vel somente aos imoá veis vendidos, portanto,
naõ o deveraõ o ser registrados custos contratados apropriaá veis a unidades por vender.

CONTABILIZAÇÃO DOS CUSTOS CONTRATADOS

O valor dos custos contratados respectivos ao imoá vel vendido deveraá ser creditado a conta
especíáfica do Passivo Circulante ou do Exigíável a Longo Prazo, na data da efetivaçaõ o da venda,
em contrapartida a um dos seguintes deá bitos:

1) Resultado do exercíácio:

Deá bito aà conta especíáfica de Custo dos Imoá veis Vendidos, se referente aà unidade naõ o concluíáda
vendida aà vista, ou vendida a prazo ou aà prestaçaõ o com pagamento total contratado para o
curso do ano-calendaá rio da venda.

2) Resultado de Exercíácio Futuro:

Deá bito aà conta proá pria deste grupo (Custos de Exercíácios Futuros), se referente aà unidade naõ o
concluíáda vendida a prazo ou aà prestaçaõ o com pagamento restante ou pagamento total
contratado para depois do ano-calendaá rio da venda.

CUSTOS CONTRATADOS PARA 2 OU MAIS UNIDADES

Os custos contratados relativos a empreendimentos que compreendam duas ou mais unidades


deveraõ o ser apropriados, a cada uma delas, mediante rateio.

CUSTOS ORÇADOS

Quando a venda for contratada antes de completado o empreendimento, contabiliza-se no


custo do imoá vel vendido, aleá m dos custos incorridos e contratados, os custos orçados para a
conclusaõ o das obras ou melhoramentos que estiver contratualmente obrigado a realizar.

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Esta contabilizaçaõ o aplica-se somente aos imoá veis vendidos. Portanto, a contabilidade naõ o
deveraá registrar custos orçados apropriaá veis aà s unidades por vender.

APURAÇÃO DO CUSTO ORÇADO

O custo orçado seraá baseado nos custos usuais do tipo de empreendimento imobiliaá rio e
compreenderaá a diferença entre o custo total previsto e os custos pagos, incorridos ou
contratados ateá a data de efetivaçaõ o da venda.

CONTABILIZAÇÃO

O valor dos custos orçados respectivos ao imoá vel vendido deveraá ser creditado aà conta
especíáfica do Passivo Circulante ou do Exigíável a Longo Prazo, na data da efetivaçaõ o da venda,
em contrapartida a um dos seguintes deá bitos:

- Resultado do Exercíácio - deá bito a conta de custo das unidades vendidas, se referente a
unidade naõ o concluíáda, vendida aà vista, ou vendida a prazo ou aà prestaçaõ o com pagamento
total contratado para o curso do ano-calendaá rio da venda;

- Resultado de Exercíácios Futuros - deá bito aà conta proá pria de Custos deste grupo, se referente
aà unidade naõ o concluíáda, vendida a prazo ou aà prestaçaõ o, com pagamento restante ou
pagamento total contratado para depois do ano-calendaá rio da venda.

MODIFICAÇÕES OCORRIDAS NO VALOR DO ORÇAMENTO

As alteraçoõ es no projeto ou nas especificaçoõ es saõ o as que se relacionarem com a quantidade


ou a qualidade dos materiais, bens, obras ou serviços ou com a natureza dos encargos ou
despesas estipulados no orçamento.

As modificaçoõ es ocorridas no valor do orçamento da unidade vendida seraõ o creditadas aà conta


especíáfica do Passivo Circulante ou do Exigíável a Longo Prazo, em contrapartida a deá bitos da
conta especíáfica de Resultado do Exercíácio ou da conta proá pria de Resultado de Exercíácios
Futuros. .

ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA

Os custos contratados ou orçados poderaõ o ser atualizados monetariamente desde que


claá usula contratual neste sentido tenha sido estipulada entre o construtor e o fornecedor de
bens ou serviços. Conforme dispoõ e o § 2º do artigo 413 do Regulamento do Imposto de Renda,
a pessoa juríádica poderaá registrar como variaçaõ o monetaá ria passiva as atualizaçoõ es
monetaá rias do custo contratado e do custo orçado, desde que o criteá rio seja aplicado
uniformemente.

CONTA CUSTOS ORÇADOS A INCORRER - SALDO DEVEDOR

Durante a execuçaõ o do empreendimento, eá necessaá rio verificar se o saldo da conta “Custos


Orçados a Incorrer” eá credor, pois trata-se de uma conta do Passivo.

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Caso a conta apresente saldo devedor, isto significa que o custo orçado previsto foi inferior ao
efetivado. Portanto, a partir desta data, o excesso de custos verificado deveraá ser contabilizado
diretamente em conta de resultado.

SALDO CREDOR

Na hipoá tese do empreendimento ter sido concluíádo e a conta de “Custo Orçado a Incorrer”
relativa a este se apresentar credor, deve o mesmo saldo ser zerado, mediante transfereê ncia aà
conta de resultado.

ASPECTOS FISCAIS

Para detalhamentos fiscais das atividades imobiliaá rias, observar os artigos 410 a 414 do
Regulamento do Imposto de Renda (Decreto 3.000/99), adiante reproduzidos:

Art. 410. O contribuinte que comprar imoá vel para venda ou promover empreendimento de
desmembramento ou loteamento de terrenos, incorporaçaõ o imobiliaá ria ou construçaõ o de
preá dio destinado aà venda, deveraá , para efeito de determinar o lucro real, manter, com
observaê ncia das normas seguintes, registro permanente de estoques para determinar o custo
dos imoá veis vendidos (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 27):

I – o custo dos imoá veis vendidos compreenderaá :

a) o custo de aquisiçaõ o de terrenos ou preá dios, inclusive os tributos devidos na aquisiçaõ o e as


despesas de legalizaçaõ o; e

b) os custos diretos (art. 290) de estudo, planejamento, legalizaçaõ o e execuçaõ o dos planos ou
projetos de desmembramento, loteamento, incorporaçaõ o, construçaõ o e quaisquer obras ou
melhoramentos;

II – no caso de empreendimento que compreenda duas ou mais unidades a serem vendidas


separadamente, o registro de estoque deve discriminar o custo de cada unidade distinta.

Apuração do Lucro Bruto

Art. 411. O lucro bruto na venda de cada unidade seraá apurado e reconhecido quando
contratada a venda, ainda que mediante instrumento de promessa, ou quando implementada
a condiçaõ o suspensiva a que estiver sujeita a venda (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 27, §
1º).

Venda antes do Término do Empreendimento

Art. 412. Se a venda for contratada antes de completado o empreendimento, o contribuinte


poderaá computar no custo do imoá vel vendido, aleá m dos custos pagos, incorridos ou
contratados, os orçados para a conclusaõ o das obras ou melhoramentos a que estiver
contratualmente obrigado a realizar (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 28).

§ 1º O custo orçado seraá baseado nos custos usuais no tipo de empreendimento imobiliaá rio
(Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 28, § 1º).

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§ 2º Se a execuçaõ o das obras ou melhoramentos a que se obrigou o contribuinte se estender


aleá m do períáodo de apuraçaõ o da venda e o custo efetivamente realizado for inferior, em mais
de quinze por cento, ao custo orçado computado na determinaçaõ o do lucro bruto, o
contribuinte ficaraá obrigado a pagar juros de mora sobre o valor do imposto postergado pela
deduçaõ o de custo orçado excedente ao realizado, observado o disposto no art. 874, quando for
o caso (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 28, § 2º).

§ 3º A atualizaçaõ o e os juros de mora de que trata o paraá grafo anterior deveraõ o ser pagos
juntamente com o imposto incidente no períáodo de apuraçaõ o em que tiver terminado a
execuçaõ o das obras ou melhoramentos (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 28, § 3º).

Venda a Prazo ou em Prestações

Art. 413. Na venda a prazo, ou em prestaçoõ es, com pagamento apoá s o teá rmino do ano-
calendaá rio da venda, o lucro bruto poderaá , para efeito de determinaçaõ o do lucro real, ser
reconhecido nas contas de resultado de cada períáodo de apuraçaõ o proporcionalmente aà
receita da venda recebida, observadas as seguintes normas (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977,
art. 29):

I – o lucro bruto seraá registrado em conta especíáfica de resultados de exercíácios futuros, para a
qual seraõ o transferidos a receita de venda e o custo do imoá vel, inclusive o orçado (art. 412), se
for o caso;

II – por ocasiaõ o da venda seraá determinada a relaçaõ o entre o lucro bruto e a receita bruta de
venda e, em cada períáodo de apuraçaõ o, seraá transferida para as contas de resultado parte do
lucro bruto proporcional aà receita recebida no mesmo períáodo;

III – a atualizaçaõ o monetaá ria do orçamento e a diferença posteriormente apurada, entre custo
orçado e efetivo, deveraõ o ser transferidas para a conta especíáfica de resultados de exercíácios
futuros, com o consequente reajustamento da relaçaõ o entre o lucro bruto e a receita bruta de
venda, de que trata o inciso II, levando-se aà conta de resultados a diferença de custo
correspondente aà parte do preço de venda jaá recebido;

IV – se o custo efetivo foi inferior, em mais de quinze por cento, ao custo orçado, aplicar-se-aá o
disposto no § 2º do art. 412.

§ 1º Se a venda for contratada com juros, estes deveraõ o ser apropriados nos resultados dos
períáodos de apuraçaõ o a que competirem (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 29, § 1º).

§ 2º A pessoa juríádica poderaá registrar como variaçaõ o monetaá ria passiva as atualizaçoõ es
monetaá rias do custo contratado e do custo orçado, desde que o criteá rio seja aplicado
uniformemente (Decreto-Lei nº 2.429, de 14 de abril de 1988, art. 10).

Venda com Atualização Monetária

Art. 414. Na venda contratada com claá usula de atualizaçaõ o monetaá ria do saldo credor do
preço, a contrapartida da atualizaçaõ o, nas condiçoõ es estipuladas no contrato, da receita de
vendas a receber seraá computada, no resultado do períáodo de apuraçaõ o, como variaçaõ o

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monetaá ria (art. 375), pelo valor que exceder a atualizaçaõ o, segundo os mesmos criteá rios, do
saldo do lucro bruto registrado na conta de resultados de exercíácios futuros de que trata o
inciso I do artigo anterior (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 29, § 2º, e Lei nº 9.069, de 29 de
junho de 1995, art. 28).

CUSTO ORÇADO NA ATIVIDADE IMOBILIÁRIA

Tratamento Contábil

INTRODUÇÃO

As empresas dedicadas aà atividade de construçaõ o civil poderaõ o computar no custo do imoá vel
vendido, aleá m dos custos pagos, incorridos ou contratados, os custos orçados para a conclusaõ o
das obras ou melhoramentos que estiver contratualmente obrigada a realizar.

Neste trabalho, analisaremos os procedimentos aplicaá veis na contabilizaçaõ o do custo orçado


em relaçaõ o a sua constituiçaõ o, modificaçaõ o do orçamento, transfereê ncia para resultado e
cumprimento do contrato pelos fornecedores dos bens ou serviços.

Antes, poreá m, eá oportuno enfatizar que a determinaçaõ o do custo orçado deve ser efetuada com
base nos preços correntes do mercado na data em que a empresa de construçaõ o civil optar por
ele, e corresponderaá aà diferença entre o custo total previsto e os custos pagos, incorridos ou
contratados ateá a mencionada data.

QUANDO CABE A APROPRIAÇÃO DO CUSTO ORÇADO

O custo orçado a contabilizar seraá apenas o que disser respeito ao imoá vel vendido,
entendendo-se, por conseguinte, que a contabilidade naõ o deveraá registrar custos orçados
apropriaá veis a unidades por vender.

Naõ o obstante o orçamento levar em consideraçaõ o todo o empreendimento, o custo orçado a


apropriar, por sua vez, deve se relacionar uá nica e exclusivamente aà unidade imobiliaá ria naõ o
concluíáda objeto da venda.

CONTABILIZAÇÃO

O reconhecimento do custo orçado deveraá ocorrer por ocasiaõ o do reconhecimento do lucro


bruto da venda de unidade isolada ou da primeira unidade de empreendimento que
compreenda 2 (duas) ou mais unidades distintas. A contabilizaçaõ o, por sua vez, deveraá ser
feita na data da efetivaçaõ o da venda da unidade imobiliaá ria.

O Custo orçado realizado de acordo com Orçamento previamente estabelecido pela empresa
Incorporadora deve controlar os custos efetivos ateá a realizaçaõ o míánima de 85% no (PC) e o
custo efetivamente realizado no resultado no (REF).

A seguir demonstramos a movimentaçaõ o de uma unidade vendida e tributa pelo Lucro Real
(Custo orçado).

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A realizaçaõ o da receita deve ser igual ao valor recebido enquanto que o custo apropriado no
resultado dever ser o mesmo percentual da receita realizada.

MODIFICAÇÕES OCORRIDAS NO VALOR DO ORÇAMENTO

Relativamente as modificaçoõ es ocorridas no valor do orçamento da unidade imobiliaá ria


vendida, as mesmas seraõ o creditadas aà conta do passivo circulante ou do exigíável a longo
prazo, em contrapartida a deá bitos aà conta especíáfica de resultado do exercíácio, no caso de
vendas aà vista, ou aà conta proá pria do grupo de resultados de exercíácios futuros, no caso de
vendas a prazo ou a prestaçoõ es com recebimento de parte do preço apoá s o períáodo da venda.

O registro contaá bil das modificaçoõ es ocorridas no orçamento em relaçaõ o aà unidade vendida aà
vista poderaá ser efetuado do seguinte modo:

D - CUSTO DO IMOÁ VEL VENDIDO (Conta de Resultado)

C - CUSTOS ORÇADOS (Passivo Circulante)

Por sua vez, o registro contaá bil das modificaçoõ es ocorridas no orçamento em relaçaõ o aà
unidade imobiliaá ria vendida a prazo ou a prestaçoõ es, com recebimento de parte do preço apoá s
o períáodo da venda, poderaá ser feito do seguinte modo:

D - CUSTO DIFERIDO DE IMOÁ VEL VENDIDO (Resultado de Exercíácios Futuros)

C - CUSTOS ORÇADOS (Passivo Circulante)

OCORRÊNCIA DE CUSTOS PAGOS OU INCORRIDOS

Os custos pagos ou incorridos, aà medida que forem ocorrendo, seraõ o debitados a uma conta
representativa de obras em andamento e a creá dito de uma conta representativa do disponíável
ou passivo circulante, conforme seja a operaçaõ o realizada aà vista ou a prazo.

Assim, quando os materiais e os serviços forem ingressando no empreendimento, o registro


contaá bil poderaá ser efetuado da seguinte forma:

D - OBRAS EM ANDAMENTO (Ativo Circulante)

C - FORNECEDORES (Passivo Circulante)

Relativamente ao saldo da conta de Custos Orçados, aà medida em que os fornecedores de bens


ou serviços forem cumprindo o contrato em que sejam partes, a empresa imobiliaá ria, no que
se refere aà unidade vendida, poderaá fazer o seguinte registro contaá bil:

D - CUSTOS ORÇADOS (Passivo Circulante)

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C - OBRAS EM ANDAMENTO (Ativo Circulante)

CONTROLE DO CUSTO ORÇADO

O custo orçado para a conclusaõ o das obras ou melhoramentos do imoá vel vendido seraá
controlado atraveá s da utilizaçaõ o de conta especíáfica do passivo circulante ou do passivo
exigíável a longo prazo.

No final da obra ou empreendimento, o saldo da conta "Custos Orçados" poderaá apresentar:

a) saldo credor - quando o valor dos custos orçados for superior ao valor do custo real do
empreendimento;

b) saldo devedor - quando o valor dos custos orçados for inferior ao valor do custo real do
empreendimento.

No caso da letra "a", o registro contábil poderá ser feito do seguinte modo:

D - CUSTOS ORÇADOS (Passivo Circulante)

C - CUSTO DO IMOÁ VEL VENDIDO DE EXERCIÁCIOS ANTERIORES (Conta de Resultado)

No caso da letra "b", o registro contábil poderá ser feito da seguinte maneira:

D - CUSTO DO IMOÁ VEL VENDIDO DE EXERCIÁCIOS ANTERIORES (Conta de Resultado)


C - CUSTOS ORÇADOS (Passivo Circulante)

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