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PROPOSTA DE PLANO DE TRABALHO

Diretrizes pós Estudo de Gravimetria de Varjão – GO.

Partindo do embasamento nos resultados e nas considerações finais do Estudo da


Composição Gravimétrica dos Resíduos Sólidos Domiciliares do Município de Varjão – GO
(ANEXO 01) realizado recentemente (Outubro/2014), averígua-se a geração de 1.351,25 Kg.de
resíduos sólidos urbanos diariamente, estimando-se que destes, 42,24% são materiais recicláveis.

Estimou-se que esta geração diária de resíduos sólidos recicláveis convertidos em R$ (reais)
permeia R$270,41. Sendo assim, Varjão tem o potencial de fornecer a geração mensal de renda
provinda da venda de materiais recicláveis em cerca de R$8.112,29.

A partir do exposto, a Incubadora Social da Universidade Federal de Goiás, em seu


exercício na execução do Projeto CataSol – Catadores Solidários, que visa:

Meta 3.1: “Diagnóstico nos municípios que ainda não possuem programas de coleta de materiais
recicláveis”.

Meta 3.2: “Assessoramento para planejamento, implantação e desenvolvimento de programas de


coleta seletiva nos municípios”.

Recomenda diretrizes básicas para buscar implementar um sistema de coleta seletiva


eficiente capaz de inserir os catadores no mercado de trabalho na forma de cooperativas e aproveitar
ao máximo o potencial levantado no estudo de gravimetria:

 Mobilização e Conscientização - Estruturação da Coleta Seletiva Municipal.

(“Porta-Fora da Cooperativa”).

Dentre muitas metodologias estudadas para promover uma campanha de mobilização


e conscientização eficiente sobre a Coleta Seletiva Municipal, observa-se que o meio
mais eficiente utilizado até então é o chamado “rua por rua, moradia por moradia,

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porta a porta”, onde o poder público municipal juntamente com a cooperativa levam as
instruções à casa dos moradores.

Para dar inicio ao sistema de mobilização porta a porta deve-se planejar em quais
bairros começarão a abordagem aos moradores e elaborar um controle de casas e setores
já mobilizados. Setorizada a área de intervenção, deverão ser envolvidos os diversos
agentes públicos e, principalmente, os agentes de saúde, de controle de vetores e
vigilância sanitária (Programa de Saúde da Família, Programa de Combate à Dengue e
outros).

O papel destes agentes é atuar junto à população apresentando o Programa de Coleta


Seletiva, seus benefícios ambientais e sanitários e apresentar os catadores que prestarão
o serviço no setor, para obter o envolvimento da população e possibilitar a
institucionalização da presença dos catadores.

Desta forma, os catadores passarão com o tempo a exercer o papel de agentes da


limpeza pública local, sua atividade deixa de ser espontânea e passa a ser sistemática e
planejada, com a obrigação de realizar a cobertura da área sob sua responsabilidade
dentro dos prazos e condições estabelecidas entre o poder público local e a cooperativa.
Como consequência, a contratação das cooperativas deixa de ser uma atividade de
caráter assistencial passando a ter um cunho de incentivo à atividade econômica e à
inserção dos catadores enquanto agentes da limpeza que cumprem um papel socialmente
necessário.

Nesta abordagem porta fora da cooperativa, o poder público fica incumbido de criar
a comissão mobilizadora da coleta seletiva, capaz de levar as instruções à sociedade e
elaborar o sistema de coleta do material reciclável. Este sistema de coleta do material
reciclável empregará: A Frota, a Rota e a Frequência.

A frota deverá ser composta por caminhões que abriguem os materiais recicláveis
sem se danificarem, protegendo-os da chuva, do fogo, da queda e do vento. A frota
também deverá fornecer segurança aos funcionários que trabalharão na coleta seletiva.

A rota deverá ser elaborada com a utilização do mapa de arruamentos da cidade de


Varjão, evitando que o caminhão da coleta passe na mesma rua duas ou mais vezes e que
não fique sem passar rua alguma.

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A frequência da coleta seletiva deve se antepor ao dia da coleta convencional, ou
seja, um dia coleta o material convencional (orgânicos e rejeitos) e no outro dia coleta-se
o material reciclável. Nos bairros mais movimentados e com muitos comércios
recomenda-se a coleta mínima de 03 vezes por semana enquanto nos lugares com baixa
densidade pode-se empregar a coleta de 02 vezes por semana.

Moradores do município sugeriram que a prefeitura realizasse a entrega dos sacos


azuis e pretos para facilitar na separação doméstica. Recomenda-se a Secretaria
Municipal de Meio Ambiente a avaliação desta ação.

 Galpão de Triagem – Estruturação do Espaço Físico e dos processos da


Cooperativa:

(“Porta-Dentro” da Cooperativa)

Partindo-se do pressuposto que a etapa de mobilização e conscientização somente


poderá ser aproveitada ao máximo caso a cooperativa tenha infraestrutura eficiente e
adequada, contingente adequado de cooperados com funções determinadas e dotados das
instruções dos processos. Pois, a carência nestes fatores citados acarreta o acúmulo de
material e consequentemente o comprometimento da qualidade deste.

Sendo assim, o dimensionamento do espaço físico, do sistema de coleta, e dos


maquinários da cooperativa devem seguir diretrizes que prezem:

a. Soluções de coleta de baixo custo, para que o processo possa ser estendido a toda
a cidade e não seja necessário retroceder por razões econômicas.

b. Projeto de galpão eficiente, para que seja melhorada a renda dos catadores que
sustentam o processo.

c. Um processo com baixo índice de rejeitos, para que seja respeitado o esforço dos
moradores que aderiram à coleta seletiva.

Com o objetivo de atender as diretrizes acima citadas, recomenda-se a prefeitura a


aplicação dos procedimentos elencados pelo Ministério das Cidades e pelo Ministério do
Meio Ambiente, no documento em anexo: “ELEMENTOS PARA A ORGANIZAÇÃO DA

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COLETA SELETIVA E PROJETO DOS GALPÕES DE TRIAGEM” (ANEXO 02), no que
tange os capítulos:

3 – DIRETRIZES INICIAIS PARA O PROJETO DOS GALPÕES DE TRIAGEM.

4 – ORGANIZAÇÃO DA PRODUÇÃO NO GALPÃO DE TRIAGEM.

5 – ELEMENTOS PRINCIPAIS DO PROJETO DOS GALPÕES DE TRIAGEM.

6 – DETALHES CONSTRUTIVOS IMPORTANTES.

Os pontos importantes que constam nestes documentos recomendam ao poder público


buscar tais estruturas para a cooperativa que se formará no município, considerando esta
ainda composta por 30 cooperados ou menos:

 Infraestrutura:

o Galpão de no mínimo 300m² e altura mínima de 4m; Contendo


adequadamente: Limpeza do terreno e movimento de terra, cercamento,
portão, guarita, estrutura, piso, alvenaria, distribuição de energia e telefonia,
distribuição de água, esgoto sanitário, drenagem de águas pluviais, prevenção
de combate a incêndios, dentre outros.

o Área de Apoio (mínimo 35m²): Cozinha, Refeitório, Vestiário, Banheiro,


Lavatório, Escritório;

 Maquinários e Equipamentos:

o Prensa Hidráulica Vertical Capacidade 20t;

o Balança Digital, capacidade 1000kg;

o Carrinho Plataforma, capacidade 300kg;

o Carrinho Manual para Transporte de Tambores e Bags, capacidade 150kg;

o Empilhadeira simples ou elevador de carga.

o Extintor, bebedouro, armários, placas de sinalização, computador;

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Segundo o Ministério do Meio Ambiente, estima-se o gasto de R$ 161.000,00 reais para
implantação deste local adequado para a cooperativa. Este valor deve passar por uma reformulação
capaz de atualizar orçamentos e cotações. Recomenda-se ao poder público primeiramente buscar
um galpão para alugar que atenda as exigências, para posteriormente construir um próprio. Em
suma a idealização do espaço da cooperativa é demonstrada na imagem abaixo:

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A Incubadora Social da UFG continua prestando assessoria técnica ao município na busca
pela implantação da cooperativa de catadores de materiais recicláveis e se dispõe a participar nas
tomadas de decisão e nos projetos do poder público no tocante à coleta seletiva e aos catadores de
materiais recicláveis. Sendo assim, aguarda-se o contato para esclarecer dúvidas em relação aos
documentos repassados à Secretaria Municipal de Meio Ambiente e recomenda a esta executar a
busca do espaço para a cooperativa. Feito este passo, segue-se para a elaboração jurídica da
cooperativa e cadastramento dos cooperados.

Atenciosamente,

Dayan de Loyola R. Garcia

Assessor Técnico Ambiental na Incubadora Social da UFG

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