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Educação Infantil e A Síndrome de Down
Educação Infantil e A Síndrome de Down
Monografia apresentada á
Faculdade Campos Elíseos, como
requisito parcial para a obtenção do título
de Especialista em Atendimento
Educacional Especializado, sob
supervisão da orientadora Prof.ª Sueleni
Michelin Vicente.
Itanhaém
2017
Jeane de Souza Moraes Oliveira
Monografia apresentada á
Faculdade Campos Elíseos, como
requisito parcial para a obtenção do título
de Especialista em Atendimento
Educacional Especializado, sob
supervisão da orientadora Prof.ª Sueleni
Michelin Vicente.
Banca Examinadora
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Itanhaém
2017
“Mas, se a sociedade não pode igualar os que a natureza
criou desiguais, cada um, nos limites da sua energia moral, pode
reagir sobre as desigualdades nativas, pela educação, atividade e
perseverança”.
Rui Barbosa
Resumo
Este trabalho tem como finalidade apresentar de que forma as crianças com
Síndrome de Down conquistaram direitos à educação no ensino regular em especial
na Educação Infantil.
Abstract
This work aims to present how children with Down syndrome have won rights
to education in regular education in early childhood education. We seek to reflect
through bibliographical research published, by written and electronic media, such as
books, web pages on the topic. What is Down syndrome, as is the development of
children with Down syndrome, including individual characteristics, resources that can
contribute to good development assisting learning. What are the stimuli used for the
motor skills of these children happen in a positive way. And how is this child's
behavior within a school environment as a priority in her children's Education insert
inclusive form we will analyze the educational practices for the benefit of the child.
Let's describe the experience we had with a student carrier of Down syndrome in the
school year of 2016, in touch.
2- Fundamentação ...................................................................................................... 9
3- A Família ............................................................................................................... 11
Referências................................................................................................................24
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1. Introdução
Vivemos em uma sociedade que preza as relações e os valores como sendo
prioridade de sobrevivência, diante desse fato vemos que as pessoas seguem em
ritmos diferentes, em situações cotidianas, estudam, trabalham, constituem famílias
de diferentes identidades, sexualidades, conceitos e pré-conceitos. Mediante essa
suposta ordem estão os filhos, planejados ou não, dão segmento nessas relações
de aprendizagem, mesmo que não seja o primeiro filho, cada criança tem sua
particularidade e o plano da família constituída implica em moldar os filhos dentro do
contexto familiar.
2- Fundamentação
A Síndrome de Down uma anomalia genética foi descoberta pelo médico Jonh
Langdon Down, que à identificou usando o termo “mongoloide”, devido à aparência
oriental do povo mongol (originários da Mongólia) que deve ser evitada por ser um
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Quase cem anos depois o médico geneticista francês Jerome Jean Louis
Marie Lejeune descobre a alteração genética que causa a síndrome através de
estudo dos cromossomos. A síndrome de Down é uma anomalia genética causada
pela chamada trissomia do cromossomo 21. Ao invés de apresentar dois
cromossomos 21, o portador da Síndrome de Down apresenta três. Isso acontece no
momento da concepção ou imediatamente após, metade dos cromossomos de cada
individuo são originários de pai e a outra metade da mãe, se o óvulo ou o esperma
levar um cromossomo a mais sendo esse o 21, essa criança nascerá com Síndrome
de Down. A trissomia do cromossomo 21 é frequente, propiciando a formação de
gametas com dois cromossomos 21, mais comum em mulheres com idade avançada
onde os óvulos já são envelhecidos.
3- A Família
Ter um filho com síndrome de Down causa impacto na família que a principio
traz anseios de como será ter e educar um filho especial, levando em conta que
planejaram o futuro dessa criança, limitando muitas vezes a capacidade que ela tem
se for estimulada e bem acompanhada, pela família e pela sociedade. O preconceito
persiste e está longe de ser disseminado, mas a presença familiar garante a essa
criança uma vida plena mesmo com limitações.
especiais que essa criança necessita ter. São muitos os questionamentos, a busca
por respostas e culpa a preocupação com a fase escolar, e a volta a vida e rotina
após o período de licença maternidade da mãe são muitas as duvidas e que só pode
ser conseguida com o apoio de profissionais especializados.
Nascimento nos diz (2006, p. 02) “Na família os filhos e demais membros
encontram o espaço que lhes garantem a sobrevivência, desenvolvimento, bem-
estar e proteção integral através de aportes afetivos e, sobretudo, materiais.” É a
família a instituição que primeiramente garantirá os direitos e o amor por essa
criança especial.
[...] Todos nós esperamos ter um filho o mais perfeito possível, o mais
inteligente e mais bonito, e desejamos a ele tudo aquilo que somos e muito
mais. Quando nasce uma criança com qualquer disfunção ou malformação,
sobre a qual tenhamos estabelecido um conceito anterior de que é uma
situação a qual tenhamos estabelecido um conceito anterior de que é uma
situação lesiva, o sentimento inicial é de perda, de luto. Perdemos o
envolvimento com o futuro do nosso filho e perder o futuro é uma coisa
extremamente delicada. [...]
Para Dea e Duarte (2009, p.18) “Além de todos os obstáculos que se têm,
normalmente, com a educação de um filho, a criança com síndrome de Down
necessita de outros estímulos. No entanto a falta de informações dos profissionais
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que lidam com a pessoa com síndrome de Down pode interferir no seu
desenvolvimento”.
No artigo. 54. – III o ECA diz que [...] É dever do Estado assegurar à criança e
ao adolescente: - atendimento educacional especializado aos portadores de
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; [...].
Art. 58º Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a
modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede
regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.
I – Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola
regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial.
II – O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços
especializados, sempre que, em função das condições específicas dos
alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino
regular.
Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como
finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em
seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a
ação da família e da comunidade. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de
2013) LDB (9394/96)
6- A prática docente
Atualmente nas escolas de ensino regular que têm em sala de aula alunos de
inclusão contam com o acompanhamento de estagiários ou profissionais contratados
para acompanhar essa criança e auxiliar o professor durante o período que ela
estiver na unidade. Não podemos incluir excluindo essa criança sem inseri-la dentro
do currículo.
7- Experiências pessoais
Recentemente acompanhamos uma criança com Síndrome de Down, o
Wallace de três anos. Observamos que para ele era importante o conviveu com as
outras crianças, e por sinal, o tratavam com muito carinho, não existia preconceito,
mas eles sabiam de alguma forma que o Wallace era especial.
Ele era uma criança alegre, que gostava de correr pela unidade na intenção
que nós fossemos pega-lo. Em brincadeiras que envolviam movimento e dança ele
estava presente. A hora da história já não o atraía e sempre buscava tirar a atenção
dos amiguinhos, chamando pra correr. O carinho era uma forte característica dele
tanto para com as tias como com os amiguinhos.
Quando era perguntado, ele fazia sinal com as mãos e mencionava a palavra
espera, com o som “péla” e começava a demonstrar. Sua oralidade não era muito
boa, mas mesmo assim mencionava as palavras mãe, pai, e bola que claro ele
adorava.
Wallace é o terceiro filho, sua família de renda baixa, o pai pintor a mãe fazia
alguns serviços de balcão em quiosque, não tinham muitas condições financeiras,
víamos que suas roupas eram simples e ele usava fraldas descartáveis, mesmo com
os estímulos que ele tinha na fase do desfralde, para ele era difícil que isso
acontecesse, pelo menos naquele momento. Além de estar matriculado na creche,
ele fazia acompanhamento de dois em dois meses com especialistas.
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Por algum tempo ele frequentou a equoterapia, mas por não ter como ir
devido à distância e, a mãe não ter conseguido transporte, acabou abandonando o
tratamento. Entendemos esse fato como uma situação negativa que afeta muitas
crianças especiais. Programas sociais e de tratamento são oferecidos, mas
dependendo dos casos a locomoção e os gastos acabam superando os objetivos de
cuidar dessa criança. Por outro lado percebe-se que a falta de conhecimento e
orientação aos pais, os fazem desconhecer de direitos garantidos por lei, para que
essa criança tenha a assistência necessária.
infelizmente ao final do ano letivo de 2016, mudou de unidade partindo para a pré-
escola. E através desse aprendizado e desse contato direto procuramos entender o
que é a Síndrome de Down.
8- Considerações finais
Ao relatarmos sobre a inclusão na educação infantil, prioritariamente em
creche de crianças com síndrome de Down, procuramos contribuir para um maior
entendimento pessoal e social de um tema que ganha cada vez mais enfoque,
quando nos envolvemos com a educação percebemos o grande leque de pessoas
com suas limitações, evoluções e aprendizado. A inclusão começa à partir do
momento em que a criança nasce com síndrome de Down, inclusive na própria
família que muitas vezes desconhecia que teriam um bebe especial.
O que nós como sociedade precisamos entender é que somos todos capazes
de aprender e adquirir conhecimento, dentro de nossas possibilidades e limitações
desde que estimulados, segundo a Agência FAPESP (2009) “Novas conexões entre
neurônios começam a se formar logo após o aprendizado de uma nova tarefa [...]”.
Não é diferente na criança com Síndrome de Down, se desde cedo estimulada pode
adquirir uma melhora significativa e ter autonomia em todo o seu desenvolvimento,
podendo exercer funções iguais a uma pessoa que não tem nenhuma limitação.
Referências
ALVES, Fátima. Para entender Síndrome de Down. Rio de Janeiro, Wak ED. 2007.
ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação Lúdica - técnicas e jogos pedagógicos. São
Paulo: Edições Loyola, 1987.
BRASIL. Lei Brasileira de Inclusão. Lei nº13. 146 de 06 de julho de 2015. Brasília
2015.
VALLE, Bertha de Borja Reis do; OLIVEIRA, Eloiza da Silva Gomes; MAZZILLO, Ida
Beatriz Costa Velho. A inclusão de pessoas com paralisia cerebral: uma história
de vida bem-sucedida. In IESDE Brasil S.A., Projetos de Inclusão Social: casos de
sucesso. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2009.