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Recurso Inominado - 02.02.033.

0002536723/18

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 6ª VARA CÍVEL DA


COMARCA DE MACAPÁ – AP.

Autos nº: 0027216-79.2017.8.03.0001

AYMORÉ CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S.A, nos


autos da ação em epígrafe que lhe move JOSÉ ROSA DE ALMEIDA em curso por esse d.
Juízo e respectivo cartório, não se conformando com a r. sentença de fls. e fls., vem,
respeitosamente, por seu advogado que a presente subscreve, perante Vossa Excelência,
com fulcro no artigo 41 da Lei 9.099/95, interpor, tempestivamente, RECURSO
INOMINADO, consubstanciado nos termos das razões anexas.

Requer, ainda, após as formalidades de praxe, seja regularmente


recebido e processado o presente, intimando-se a parte recorrida para que, querendo,
apresente resposta.

Requer, outrossim, a juntada das inclusas guias de custas de preparo,


conforme arts. 42, § 1º e 54 da Lei 9.099/95 e porte de remessa e retorno, calculadas
conforme item 66 do provimento CSM nº 806/2003.

Nestes termos,
Pede deferimento.
São Paulo, 24 de abril de 2018.

Elísia Helena de Melo Martini


OAB/ RN 1853
OAB/PB 1853 – A
OAB/PE 1183 – A

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São Paulo – SP : Rua Batista Cepelos, n.º 329, Aclimação ● CEP 04109-120 ● Fones : (11) 2028-1205 / (11) 2215-1165
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RAZÕES DE RECURSO INOMINADO

Recorrente: AYMORÉ CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S.A

Recorrido: JOSÉ ROSA DE ALMEIDA

Autos n. 0027216-79.2017.8.03.0001

Origem: 6ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE MACAPÁ – AP.

Egrégio Colégio Recursal

Colenda Turma

Eméritos Julgadores

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I - BREVE RETROSPECTO DA LIDE

Alega a parte autora que está sendo cobrada por débitos que ela supostamente
desconhece.

Requer danos morais.

II - DA R. DECISÃO RECORRIDA

Sobreveio a r. decisão guerreada, a qual julgou os pedidos da apelada,


no seguintes termos:

Entretanto, a r. decisão “a quo” não pode prevalecer, posto que a


condenação imposta não condiz com os parâmetros adotados em casos análogos, bem
como dos princípios da proporcionalidade e razoabilidade que norteiam a matéria.

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III - DA ILEGITIMIDADE PASSIVA “AD CAUSAM” DO BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A

A coordenação entre o direito material e o direito processual feita pela teoria do


direito de agir, evidencia, no caso em exame, a total e completa ilegitimidade passiva ad causam.

Pois bem, é em razão desta substancial questão que se percebe claramente,


no caso sub examine, a qualidade do BANCO SANTANDER não podendo, portanto, figurar no pólo
passivo desta ação, dada a sua flagrante ilegitimidade.

Convém esclarecer que o BANCO SANTANDER não possui responsabilidade


pela origem do débito ou sua regularidade, sendo esta do RIO TIBAGI FUNDO DE
INVESTIMENTOS EM DIREITOS CREDITÓRIOS NÃO PADRONIZADOS

Nessa perspectiva, falece ao BANCO SANTANDER de legitimidade passiva


para responder aos termos da presente lide, consoante exaustivamente asseverado alhures, devendo
a presente ação ser extinta, sem resolução de mérito com fulcro nos artigos 3º c.c. 485, VI, ambos
do Novo Código de Processo Civil.

MERITO

DA LEGALIDADE DA CESSÃO DE CRÉDITO

Cessão de crédito é o negócio jurídico onde o credor de uma obrigação (cedente),


transfere a um terceiro (cess ionário), sua posição ativa na relação obrigacional, independentemente da
autorização do devedor (cedido).

Nas palavras de MARIA HELENA DINIZ, DINIZ, “é a transferência negocial, a


título gratuito ou oneroso, de um direito, de um dever, de uma ação ou de um complexo de direitos, deveres e
bens, com conteúdo predominantemente obrigatório, de modo que o cessionário (adquirente) exerça posição
jurídica idêntica à do cedente” (Curso de Direito Civil Brasileiro: teoria geral das obrigações. 2º volume. 19 ed.
São Paulo: Saraiva, 2004).

Com efeito, o assunto vem consagrado nosso Código Civil, nos seguintes termos:

“ Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isto não se opuser a
natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula
proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se
não constar do instrumento da obrigação ”.

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Feitas estas considerações, vemos que a cessão de crédito não cria direito algum de
preferência ao devedor. Não seria plausível que o devedor, oferecendo quantia em dinheiro, tornasse-se credor
de si próprio, no lugar de pagar ainda que parte de seu débito. 5

Dessa forma, a alegada falta de anuência do devedor (autor) da cessão de


crédito havida entre o Banco Réu (credor originário) e a empresa co-ré (cessionária), não invalida a relação
jurídica havida entre cedente e cessionário.

Na verdade, eventual falta da notificação a que se refere o artigo 2901 do Código Civil não
abala o crédito em si. A ciência do Autor (devedor) a respeito do negócio firmado pelo Banco réu (credor originário)
tem o escopo de evitar que se faça o pagamento a quem não mais é titular dos direitos emergentes do
débito negociado.

Tanto assim o é que o próprio estatuto civil prevê a possibilidade de o cessionário exercer
atos conservatórios do direito de crédito, independentemente do conhecimento pelo devedor da cessão, modo que a
conduta da ré não tem nada de ilegal ou ilícita.

Nesse sentido é a disposição constante do artigo 293 do Código Civil, in verbis:

“ Independentemente do conhecimento da cessão pelo devedor, pode o


cessionário exercer os atos conservatórios do direito cedido ”.

Em verdade, a falta de notificação do Autor (devedor) sobre a cessão de crédito somente a


tornaria ineficaz no sentido de que não se poderia exigir dela, o pagamento ao novo credor, na medida em que, a
princípio, tratar-se-ia de pessoa por ele desconhecida.

CONTUDO, NO CASO DOS AUTOS, AO CONTRÁRIO DO QUE PRETENDE O AUTOR,


HOUVE A DEVIDA NOTIFICAÇÃO DA CESSÃO DE CRÉDITO, OU SEJA, O AUTOR CONHECEU A QUEM
DEVERIA, ENTÃO, DIRIGIR O PAGAMENTO DE SEU DÉBITO.

Basta verificarmos o comunicado do SERASA acostado a fls., para constatarmos que houve a
devida cientificação do autor sobre a cessão ocorrida.

Não destoam do entendimento esposado as decisões dos Tribunais:

“ AGRAVO DE INSTRUMENTO - EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL - Pretensão de


reforma da decisão que declarou inexistente o direito de preferência do agravante-
executado na cessão de crédito - Impossibilidade de acolhimento - Inteligência dos
art. 567, inciso II, do Código de Processo Civil e 286 e seguintes do Código Civil.
Nenhum prejuízo foi causado ao agravante, na medida em que a responsabilidade dos
devedores só está ligada a sua obrigação, subsistindo, independentemente, da
modificação do seu credor. A cessão de crédito, ademais, não cria direito algum de
preferência ao devedor. Não seria plausível que ele, oferecendo quantia em dinheiro,
tornasse-se credor de si próprio, no lugar de pagar ainda que parte de seu débito.
Recurso desprovido, nesse aspecto ” (TJSP – AI n.º 7.293.359-8, 24.ª Câmara de Direito
Privado, rel. Des. WALTER FONSECA, j. 25.06.09).

1
Art. 290/CC “A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, sendo quando a este notificada; mas por notificado
se tem o devedor que, em escrito público, se declarou ciente da cessão feita”.

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“ PROCESSUAL CIVIL – EXECUÇÃO – ILEGITIMIDADE ATIVA – A cessão de crédito


independe, para sua validade, de qualquer consentimento do devedor, pois tal 6
notificação é realizada para que o devedor tenha ciência de quem é seu novo credor ”
(TRF 4ª R. – AI 2004.04.01.007093-4 – 4ª T. – Rel. Des. Fed. VALDEMAR CAPELETTI – DJU
14.11.2006 – p. 806).

" Pode ser dispensada a anuência do devedor quando formulado pedido de


substituição do pólo ativo do processo de execução, pois este ato processual não
interfere na existência, validade ou eficácia da obrigação " (STJ – 3.ª Turma, REsp
588.321, rel. Min. NANCY ANDRIGHI; j . 04/05/2005).

Não merece acolhida, portanto, a pretendida ineficácia a cessão de crédito porque não há
previsão legal que imponha ao cedente e cessionária a concordância do devedor.

Em suma, a cessão de crédito havida entre o Banco (cedente) e a EMPRESA Ré (cessionária) é


perfeitamente válida, já que efetivada em consonância com o artigo 286 e seguintes do Código Civil.

DA DECISÃO QUE DETERMINA OBRIGAÇÃO DE FAZER, SOB PENA DE MULTA – DOS


PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E DA VEDAÇÃO AO ENRIQUECIMENTO ILÍCITO

Não obstante os fundamentos que formaram a convicção do ilustre magistrado a


quo para proferir a decisão ora guerreada, tem-se que os fatos e o arcabouço jurídico que envolvem a
matéria discutida nestes autos apontam para solução diversa daquela contida na sentença de fls.,
conforme será demonstrado a seguir.

A cominação de multa a ser revertida para o recorrido em caso de desobediência


da decisão recorrida representa uma exacerbação, em verdadeira contrariedade aos princípios da
proporcionalidade e razoabilidade.

Por este prisma, nota-se o iminente risco de enriquecimento sem causa do


recorrido.

Por esta linha, salutar destacar que a legislação civil veda o enriquecimento sem
causa das partes, com estribo no art. 884 do Código Civil:

“Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de


outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a
atualização dos valores monetários”.

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Em relação ao presente tema, o STJ assim já decidiu:

“RECURSO ESPECIAL. ASTREINTES. REDUÇÃO. POSSIBILIDADE. 1 - A


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multa decorrente de desatendimento à proibição judicial de inscrição
do nome do devedor em órgão de proteção ao crédito, enquanto
pendente discussão acerca do real valor da dívida, quando exorbitante
ou insuficiente pode, conforme o caso, ser reduzida ou aumentada. 2 -
Nestes casos, não há trânsito em julgado da sentença, a teor do
disposto no art. 461, § 6º, do Código de Processo Civil, e para evitar, como na
espécie, o enriquecimento sem causa. 3 - Precedente do Superior
Tribunal de Justiça” (STJ - RECURSO ESPECIAL: REsp 785053 BA
2005/0161311-9).

Ainda:

“AGRAVO REGIMENTAL - AGRAVO DE INSTRUMENTO -


RESPONSABILIDADE CIVIL - OBRIGAÇÃO DE FAZER - ASTREINTES -
PRECLUSÃO - INEXISTÊNCIA - QUANTUM - CONTROLE PELO SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA - ADMISSIBILIDADE - REDUÇÃO DO VALOR DA
MULTA - NECESSIDADE, NA ESPÉCIE - RECURSO IMPROVIDO” (STJ -
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO: AgRg no Ag 1248157
RS 2009/0215675-3).

No mesmo sentido é o posicionamento deste Egrégio Tribunal:

“ASTREINTES - REDUÇÃO - LEGALIDADE- ART. 461, § 6o, DO CPC -


EXEGESE - RECURSO NÃO PROVIDO. A multa imposta a titulo de
astreintes tem como objetivo o cumprimento da decisão do
juiz,tornando eficaz a tutela antecipatória concedida. Há,pois, que ser
fixada em valor que tenha o condão de inibir a resistência daquele à
qual é endereçada a ordem legal.Não pode ela ser uma forma de
enriquecimento ilícito e sem causa daquele à quem reverterá, devendo
guardar proporcionalidade com o direito posto em debate
Assim,constatando-se que seu valor tornou-se vultoso e incompatível
com a realidade, de rigor a sua redução, nos termos do art. 461, § 6", do
CPC, vez que seu valor não transita em julgado” (TJSP - Agravo de
Instrumento: AG 990093515539 SP)

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Salutar ressaltar que o julgador, utilizando-se do poder que lhe foi conferido por
Lei, poderia utilizar-se de outros meios para a devida efetivação da medida.

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Destaca-se que a adoção de diversa medida acabaria por apresentar o mesmo
resultado, sem importar em desmerecido prestígio àquele não merecedor.

Neste prisma, nota-se que a multa astreinte cominada não era nem de longe a
única forma possível de se obter o cumprimento da decisão judicial, motivo pelo qual torna-se claro o
verdadeiro excesso da multa astreinte cominada.

Com efeito, a multa deverá incidir somente quando aquele que tem
obrigação a cumprir não a faz em prazo razoável, ou se nega reiteradamente a cumpri-la,
situação na qual o Juízo impõe sanção a fim de compelir o cumprimento bem como reparar
aquele que está sofrendo os prejuízos da demora.

Com as devidas vênias Excelências, ESTE NÃO É O CASO DOS AUTOS!!

ATENTE-SE TAMBÉM PARA O FATO DE QUE NEM AO MENOS PRAZO


RAZOÁVEL FOI DETERMINADO NA R. SENTENÇA, EVIDENCIANDO A ARBITRARIEDADE DA
DECISÃO E O DESVIRTUAMENTO DO INSTITUTO DA MULTA.

Conforme dito alhures, a multa não tem caráter indenizatório, e para tanto
devem ser observados os critérios de proporcionalidade e razoabilidade na fixação da multa. Com
efeito, tais princípios aplicam-se não somente ao valor fixado, mas também ao prazo para
cumprimento da obrigação, o qual, sendo concedido desproporcionalmente ao tipo de medida
determinada, revelará o caráter arbitrário da multa, que incidirá antes que o devedor tenha condições
de cumpri-la.

Neste passo, levando sempre em conta que a fixação da multa tem o condão de
compelir o devedor ao cumprimento da obrigação, e não se transformar em indenização, necessário
que seja concedido prazo razoável para o cumprimento da determinação judicial.

No caso em tela, resta evidente que o prazo concedido pelo MM Juízo


sentenciante não é razoável, haja vista que os procedimentos internos necessários para, certamente
levarão mais de três dias, revelando a arbitrariedade da decisão.

A jurisprudência segue neste passo:

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AGRAVO DE INSTRUMENTO. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. OBRIGAÇÃO DE


FAZER. DILAÇÃO DO PRAZO. MULTA. CABIMENTO. RAZOABILIDADE.
ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA.I - O PRAZO DE 15 DIAS CONCEDIDO É
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SUFICIENTE PARA O RÉU CUMPRIR A OBRIGAÇÃO DE TRANSFERIR O
VEÍCULO DO NOME DO AUTOR. IMPROCEDENTE O PEDIDO DE DILAÇÃO.II -
TRATANDO-SE DE OBRIGAÇÃO DE FAZER, CABÍVEL A FIXAÇÃO DA MULTA, NOS
EXATOS TERMOS DO ART. 461 DO CPC.461CPCIII - A MULTA DIÁRIA DE R$
80,00, LIMITADA A R$ 8.000,00, É RAZOÁVEL E NÃO GERA ENRIQUECIMENTO
SEM CAUSA.IV - AGRAVO DE INSTRUMENTO IMPROVIDO.
(215673820118070000 DF 0021567-38.2011.807.0000, Relator: VERA
ANDRIGHI, Data de Julgamento: 29/02/2012, 6ª Turma Cível, Data de
Publicação: 08/03/2012, DJ-e Pág. 152)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. Obrigação de fazer.1. Multa cominatória.


Astreintes. Forma de compelir a parte ao cumprimento da decisão. Fixação que
deve guardar parâmetro com a obrigação que se pretende alcançar, observados
os critérios da razoabilidade e proporcionalidade. Redução indevida.2. Dilação
do prazo, em quarenta e oito horas, para cumprimento da determinação
judicial. Agravo provido em parte. (2720904220118260000 SP 0272090-
42.2011.8.26.0000, Relator: Cristina Cotrofe, Data de Julgamento: 18/04/2012,
8ª Câmara de Direito Público, Data de Publicação: 21/04/2012)

Exposto isto, requer-se desde logo, o afastamento integral da pena de multa


imposta ao Banco recorrente, ou, caso assim não entendam V. Exas., caso ultrapassados os
argumentos anteriormente articulados, requer-se caso seja aplicada, que seja fixada de forma a
evitar-se o enriquecimento sem causa do recorrido e em prazo razoável.

DA DECISÃO QUE IMPÕE A APLICAÇÃO DE ASTREINTES – AUSÊNCIA DE DETERMINAÇÃO DE


INTIMAÇÃO PESSOAL DO BANCO RECORRENTE – INOBSERVÂNCIA DA SÚMULA 410 DO STJ
– NULIDADE DO TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL

Como foi determinado em sentença, o banco Recorrente deveria cumprir


obrigação de fazer, sob pena de imposição de multa diária.

Com o devido destaque, da leitura da decisão proferida, extrai-se que o D.


Julgador impôs a aplicação de multa diária para o caso de descumprimento da sua ordem, porém,
deixou de determinar a expedição de mandado de intimação do banco Recorrente para o

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cumprimento da obrigação que lhe foi imposta.

Aliás, é importante deixar claro que a mera intimação do patrono do Recorrente


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não presta a substituir a mencionada intimação pessoal.

“Relação: 0163/2012 Teor do ato: Fls.68 e 68 v.°: Vistos. Dispensado o


relatório, conforme o art. 38 da Lei nº 9.099/95, D E C I D O. A ré afirma que o
autor não comprovou a quitação de suas obrigações contratuais. Todavia, o
autor juntou com a inicial o comprovante de pagamento das 6 últimas parcelas
do carnê referente ao contrato de financiamento, o que autoriza presumir
estarem solvidas as anteriores, nos exatos termos do previsto no art. 322 do
Código Civil. E mais: intimado após a audiência, o autor apresentou os
comprovantes do pagamento de todas as parcelas do contrato de financiamento
a fls. 52/62. Acrescente-se que a ré não indicou, nem em sua defesa, nem após
ser intimada da comprovação de fls. 52/62, qual obrigação o autor teria deixado
de cumprir. Nesse contexto, apenas dá para entender a defesa apresentada
como um ato temerário, ou seja, praticado apenas para procrastinar o feito.
Essa conduta autoriza não apenas reconhecer a procedência da ação, mas
também determinar a antecipação de tutela requerida e aplicar à ré as sanções
pela litigância de má-fé. DISPOSITIVO: Em razão do exposto, JULGO
PROCEDENTE a ação para condenar a ré a entregar à parte autora a carta ou
documento de quitação necessário para a transferência da titularidade do
veículo, fixado o prazo de 03 dias a contar da intimação desta sentença, sob
pena de multa diária desde já arbitrada em R$ 1.000,00, sem prejuízo do
cumprimento da obrigação. Litigância de má-fé: diante da fundamentação
acima, CONDENO a parte ré como litigante de má-fé a: (a) pagar multa à parte
contrária, fixada em 1% sobre o valor atualizado da causa (CPC, art. 18, caput);
(b) indenizar a parte contrária dos prejuízos que esta sofreu, fixado desde já o
valor dessa indenização em 20% (vinte por cento) sobre o valor atualizado da
causa (CPC, art. 18, caput e § 2º); (c) pagar as custas e despesas processuais
(CPC, art. 18, caput). Assim que publicada a presente sentença, ficam as partes
intimadas: (a) do prazo de dez dias para apresentação de recurso, que não
possui efeito suspensivo do julgado (art. 43, da Lei 9099/95); (b) do prazo de
48 horas para efetuar o pagamento do preparo do recurso, a partir da
interposição, sob pena de deserção (art. 42, § 1º, da Lei 9099/95), bem como
pagamento do porte de remessa e retorno (item 66, do Provimento CSM nº
806/2003, de 10.11.03, com a redação do Provimento 884/2004, DJE
23.09.2004). O valor do preparo deve ser a soma de 1% (um por cento) do

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valor da causa ou cinco UFESPS, o que for maior, mais 2% (dois por cento) do
total da condenação ou cinco UFESPS, o que for maior, ressalvada a gratuidade
da justiça deferida à parte recorrente, quando efetivamente concedida nos
11
autos. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. Advogados(s): Henrique José
Parada Simão (OAB 221386/SP)”

Como se vê acima, na decisão que arbitrou a multa, não houve a


expressa determinação de intimação pessoal do banco para o cumprimento da obrigação!!!!

Outrossim, não houve posterior determinação de intimação pessoal do banco


recorrente para o cumprimento da obrigação, concluindo-se então que não houve a intimação sobre a
astreinte cominada!!!

Neste diapasão, mister salientar que constitui-se a astreinte, na sanção


pecuniária, de natureza diária, imposta a parte recalcitrante ao cumprimento de obrigação imposta
pelo julgador.

O I. Mestre Araken de Assis assim a define:

"os arts. 644 e 645 do CPC, auxiliados, no âmbito da tutela antecipatória, pelo
art. 461, § 4º, consagram a técnica executiva da astreinte, como visto, ela
consiste na condenação do obrigado ao pagamento de uma quantia por
cada dia de atraso no cumprimento de obrigação, livremente fixada pelo
juiz e sem relação objetiva alguma com a importância econômica do vínculo
ASSIS, ARAKEN. Comentários ao Código de Processo Civil, vol. VI, Forense, Rio,
2000. (grifamos)

Ora, a intimação pessoal do banco Recorrente é condição “sine qua non” para o
regular cumprimento da obrigação e para a imposição de multa pelo descumprimento da ordem
proferida.

Diz-se isto pelo simples fato de que quem está obrigado ao cumprimento da
obrigação, e, portanto, sujeito a imposição do pagamento de multa em razão do eventual
descumprimento da ordem é o banco Recorrente e não seu patrono.

Desta forma, havendo a plena possibilidade de imposição de pena pecuniária,


que importa em diminuição patrimonial à parte pelo descumprimento de decisão judicial, nada mais
justo que a mesma seja intimada pessoalmente para que tenha plena ciência da ordem judicial e das

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consequências oriundas do descumprimento desta, VALENDO RESSALTAR QUE A INTIMAÇÃO DO SEU


PATRONO NÃO PROCESSO NÃO SUBSTITUI A INTIMAÇÃO PESSOAL DA PARTE.

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Neste sentido são as decisões dos Tribunais Pátrios, senão vejamos:

“AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. MULTA DIÁRIA.


OBRIGAÇÃO DE FAZER. NECESSIDADE DE INTIMAÇÃO PESSOAL.
NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. INEXISTÊNCIA. AUSÊNCIA DE
ESPECIFICAÇÃO DOS MOTIVOS PELOS QUAIS OS DISPOSITIVOS LEGAIS
MENCIONADOS TERIAM SIDO VIOLADOS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 284/STF.
CONFRONTO ANALÍTICO NÃO REALIZADO. INVIABILIDADE DE CONHECIMENTO
DO RECURSO PELA ALÍNEA "C" DO PERMISSIVO CONSTITUCIONAL. ACÓRDÃO
RECORRIDO NO MESMO SENTIDO DA JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE.
INCIDÊNCIA DA SÚMULA 83/STJ.
AgRg no Ag 988734 / RS AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO
2007/0285583-0

No mesmo sentido:

“PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL.


CARÁTER INFRINGENTE. RECEBIMENTO COMO AGRAVO REGIMENTAL.
FUNGIBILIDADE RECURSAL. POSSIBILIDADE. MULTA POR
DESCUMPRIMENTO DE ORDEM JUDICIAL. EXIGIBILIDADE. INTIMAÇÃO
PESSOAL. NECESSIDADE.
1. Embargos declaratórios recebidos como agravo regimental, dado o seu
caráter manifestamente infringente, em observância aos princípios da
fungibilidade recursal .
2. O entendimento proclamado por esta Corte é no sentido da
necessidade de intimação pessoal da parte para cumprimento de ordem
judicial, antes da incidência de astreintes. (AgRg no Ag 1172355 / RJ, Rel.
Min. Sidnei Beneti, Terceira Turma, DJe de 11.11.2009)
3. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental, ao qual é dado
provimento”.
EDcl no REsp 1096107 / RS - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO
ESPECIAL - 2008/0219489-0

Em razão do pacificado entendimento foi editada a súmula 410 do E. STJ:

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São Paulo – SP : Rua Batista Cepelos, n.º 329, Aclimação ● CEP 04109-120 ● Fones : (11) 2028-1205 / (11) 2215-1165
Recurso Inominado - 02.02.033.0002536723/18

“A prévia intimação pessoal do devedor constitui condição necessária para a


cobrança de multa pelo descumprimento de obrigação de fazer ou não fazer”.

13
E, outros Tribunais seguem a mesma linha de decisões, senão vejamos:

“EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE - REJEIÇÃO LIMINAR, POR SUSCITAR


MATÉRIA COBERTA PELA COISA JULGADA DESCABIMENTO - POSSIBILIDADE
DE DISCUSSÃO DO TERMO INICIAL DA MULTA DIÁRIA, FIXADA NA
SENTENÇA - TERMO INICIAL QUE DEPENDE DA PRÉVIA INTIMAÇÃO
PESSOAL DO DEVEDOR E DO DECURSO DO RESPECTIVO PRAZO - STJ,
SÚMULA N° 410 - MATÉRIA QUE COINCIDE COM AS RAZÕES DESTE RECURSO
DE AGRAVO DE INSTRUMENTO - EXEQUENTES QUE APRESENTARAM CONTRA-
RAZÕES - RESPEITO AO CONTRADITÓRIO - DESNECESSIDADE DE
DESCONSTITUIÇÃO DA DECISÃO IMPUGNADA - POSSIBILIDADE DE IMEDIATO
JULGAMENTO - INTELIGÊNCIA DA REGRA DO ART. 515, § 3°, DO CPC -
DESCABIMENTO DO PEDIDO DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA - NECESSIDADE DE
COMPROVAÇÃO DA INSUFICIÊNCIA DE RECURSOS, AINDA QUE SE TRATE DE
ENTIDADE FILANTRÓPICA (CR, ART. 5o, LXXIV) - PRECEDENTES - RECURSO
PARCIALMENTE PROVIDO, PARA ACOLHER A EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE
E EXTINGUIR A EXCECUÇÃO”
Agravo de Instrumento 991090181329 (7377370900) - Relator(a): Theodureto
Camargo - Comarca: São Paulo - Órgão julgador: 24ª Câmara de Direito
Privado - Data do julgamento: 21/06/2010

Na mesma linha decisória:

“AGRAVO DE INSTRUMENTO PROCESSUAL CIVIL - MULTA DIÁRIA - ASTREINTES


- INTIMAÇÃO PESSOAL - PRAZO RAZOÁVEL - NECESSIDADE - RECURSO
PROVIDO. A notificação da parte, para que cumpra a determinação legal, não
obedece a regra geral do art. 236 do CPC, feita em nome de seu advogado, mas
sim há que ser pessoal e por mandado, concedendo-se prazo razoável para seu
cumprimento. Esta providência se faz necessária porquanto não é o procurador
quem deve cumprir o ato, mas sim a parte, pessoalmente, recaindo sobre si a
penalidade administrativa decorrente do descumprimento, independentemente
de eventual crime de desobediência”.
Agravo de Instrumento 1182296002 - Relator(a): Paulo Ayrosa - Comarca:
Presidente Prudente - Órgão julgador: 31ª Câmara de Direito Privado - Data do
julgamento: 10/06/2008

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Mister ressaltar que a intimação pessoa não é aquela enviada por simples carta,
ao contrário, por cautela e para segurança das partes litigantes, a intimação deve ser pessoal, por
14
mandado via oficial de justiça, que certificará o cumprimento do ato, bem como descreverá ou
qualificará o receptor da intimação de forma a efetivar a intimação cabalmente.

Note que o CPC prevê a existência de nulidade em caso de inobservância da


forma prescrita para o ato:

Art. 276. Quando a lei prescrever determinada forma, sob pena de nulidade, a
decretação desta não pode ser requerida pela parte que lhe deu causa.

Neste sentido, não tendo havido o cumprimento de formalidade necessária, qual


seja, a intimação pessoal do Recorrente, certo é que nula é astreinte imposta ao Recorrente; e, sendo
nula a astreinte, por mera consequência lógica, nulo é o Título Executivo Judicial, não sendo o mesmo,
portanto, exigível.

E, diante destes fatos, requer-se o provimento da presente Objeção, com o fito


de reconhecer-se a nulidade do título executivo judicial, com a exclusão da astreinte imposta ao
Recorrente pelos motivos acima expostos.

DO DESVIRTUAMENTO DA MULTA DIÁRIA EXECUTADA

Nos dias de hoje, crescente é o número de demandas em que há um total


desvirtuamento da chamada multa diária, haja vista que, nesses casos, a execução desta passa a ser
o foco da demanda, esquecendo-se o autor, inclusive, da causa de pedir motivadora da ação,
travando-se verdadeiras guerras judiciais em torno da cobrança da multa eventualmente incidente.

Guilherme Rizzo Amaral explica com maestria que os casos de não cumprimento
do mandamento judicial nem sempre decorrem de culpa exclusiva da parte ré, senão vejamos:

“Não há como se negar que, em muitos casos, as decisões judiciais são


desatendidas não por resistência intencional, mas por incongruências
internas. Nota-se tal circunstância, principalmente, quando decisões
judiciais impondo obrigações de pequeno conteúdo econômico de fácil
cumprimento são desatendidas e dão origem a multas de montantes
exorbitantes. Nestes casos, é quase certo que não houve intenção em

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descumprir o comando judicial... Verifica-se, pois, a franca possibilidade


de, atribuindo-se o crédito das astreintes exclusivamente e
ilimitadamente ao demandante, promover-se uma verdadeira corrida de
15
ouro em busca da multa, e um enriquecimento, muitas vezes, da
questão que deveria ser central no processo: a busca da tutela
específica”.

Desta feita, resta nítido, in casu, o desvirtuamento da multa aplicada, dada a


mudança de foco na presente demanda, visto que a tutela específica pleiteada na inicial foi relegada a
segundo plano, se comparada ao recebimento do valor da multa pelo descumprimento da obrigação.

Ora, doutos julgadores, o enriquecimento sem causa é repudiado pelo


ordenamento jurídico pátrio, sendo, assim, dever do Estado-Juiz coibir tal prática, atentando para os
limites do razoável quando estiver em xeque o arbitramento de multa diária, sob pena de impor a tal
instituto de coerção acessório um caráter compensatório e principal que não lhe pertence.

Nelson Nery Junior empresta clareza ao tema, in verbis:

“Objetivo da pena pecuniária é o de coagir o devedor a cumprir a obrigação


específica. Tal coação, sem embargo de comparar-se às astreintes do direito
francês, não pode servir de justificativa para o enriquecimento sem causa, que o
Direito repugna. É da índole do sistema processual que, inviabilizada execução
específica, esta se converterá em execução por quantia certa, respondendo o
devedor por perdas e danos, razão pela aplicáveis os princípios que norteiam o
CC/1916 920 e 924 (RT 685/198)”

Os tribunais têm reconhecido que as multas não devem se prestar ao meio de


enriquecimento do credor. Assim, maior relevo assume a posição do julgador da execução quando
diminui o valor da multa por manifestamente excessivo.

“PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO. OBRIGAÇÃO DE FAZER. MULTA POR


DESCUMPRIMENTO DE DECISÃO JUDICIAL. EXCESSO. REDUÇÃO. A multa pelo
descumprimento de decisão judicial não pode ensejar o enriquecimento
sem causa da parte a quem favorece, como no caso, devendo ser
reduzida a patamares razoáveis. Recurso especial parcialmente conhecido e,
nessa extensão, provido.” (REsp 793.491/RN, Rel. Ministro CESAR ASFOR
ROCHA, QUARTA TURMA, julgado em 26.09.2006, DJ 06.11.2006 p. 337)

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No caso em tela é forçoso concluir que o valor discutido é absurdo,


mormente quando analisado à luz dos fatos que deram ensejo à instauração da multa.
Deve, portanto, ser rigorosamente reduzido por esta Turma, coibindo-se o enriquecimento
16
sem causa.

Caso prossiga a execução, o que não se espera, verifica-se que será autorizado
o levantamento de uma quantia exorbitante em razão de um “suposto descumprimento de obrigação
ou comunicação inverídica” que jamais houve.

DA POSSIBILIDADE DE REVISÃO DA MULTA IMPOSTA A QUALQUER TEMPO – MATÉRIA NÃO


SUJEITA A PRECLUSÃO OU AO TRANSITO EM JULGADO – REDUÇÃO PARA EVITAR-SE O
ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA DO RECORRENTE

No que tange a este aspecto, mister ressaltar que o banco Recorrente em


nenhum momento impugnou perante este juízo o valor da astreinte à ele imposta, de forma que não
há que se cogitar a possibilidade desta matéria ter sido apreciada por este juízo anteriormente.

Por outro lado, em que pese a determinação judicial de execução da tutela


antecipada, mister asseverar a plena possibilidade neste momento de revisão judicial do valor da
astreinte imposta.

Quanto a preclusão ou coisa julgada sobre a discussão do valor atribuído à


multa, o STJ assim entende:

“RECURSO ESPECIAL - OBRIGAÇÃO DE FAZER - ASTREINTES - VALOR –


EXCESSO - ALTERAÇÃO DO VALOR DA MULTA DIÁRIA - VIABILIDADE -
AUSÊNCIA DE COISA JULGADA - PRECEDENTES - DISCUSSÃO NO ÂMBITO DA
EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE - POSSIBILIDADE - ART. 6º DA LICC –
MATÉRIA CONSTITUCIONAL INSUSCETÍVEL DE ANÁLISE EM SEDE DE RECURSO
ESPECIAL - ALEGAÇÃO DE DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL - ARTS. 541,
PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC, E 255, § 2º, DO RISTJ - AUSÊNCIA DE
DEMONSTRAÇÃO DA DIVERGÊNCIA SUSCITADA - RECURSO IMPROVIDO.
I - A multa prevista no art. 461 do CPC não faz coisa julgada material e pode ser
revista a qualquer tempo, quando se modificar a situação em que foi cominada.
Precedentes.
II - A modificação do valor e da periodicidade da multa de que trata o § 6º do
artigo 461 do CPC, é passível de exame no âmbito da exceção de pré-

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executividade.
III - No recurso especial não é possível o exame de dispositivo constitucional.
IV - Para a comprovação e apreciação da divergência jurisprudencial, devem ser
17
mencionadas e expostas as circunstâncias que identificam ou assemelham os
casos confrontados, bem como juntadas cópias integrais dos julgados trazidos
ou citado repositório oficial de jurisprudência.
V - Recurso especial a que se nega provimento”.
REsp 1081772 / SE - RECURSO ESPECIAL 2008/0143547-1

Na mesma linha decisória:

“ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO


ESPECIAL. MULTA IMPOSTA POR DESCUMPRIMENTO DE DECISÃO JUDICIAL.
REVISÃO. PRECLUSÃO NÃO CONFIGURADA. VALOR REDUZIDO PELA INSTÂNCIA
A QUO COM PROPORCIONALIDADE. IMPOSSIBILIDADE DE REVERSÃO. ÓBICE
DA SÚMULA 7/STJ. DECISÃO MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS.
1. Não há se falar em preclusão pro judicato, uma vez que a multa diária
aplicada com base no art. 461, § 4º, do CPC dá ao magistrado a
faculdade de rever seu valor independentemente da impugnação da
parte contrária, pois não se conferem a tal determinação as
propriedades da coisa julgada.
2. O entendimento desta Corte Superior é no sentido de somente ser
possível a revisão do valor da multa estipulada pelo descumprimento da
obrigação de fazer quando for aplicada de forma exorbitante ou
irrisória, ou seja, de maneira a não aviltar o princípio da
proporcionalidade; pois, do contrário, como ocorre na presente
hipótese, demanda reexame de matéria fática, vedado nesta Corte, ante o
óbice da Súmula 7/STJ.
3. Os argumentos apresentados no agravo interno são insuficientes para
infirmar o entendimento externado na decisão agravada, que deve ser mantida
por seus próprios fundamentos.
4. Agravo regimental não provido”.
AgRg no REsp 1126646 / SP; AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL
2009/0042307-2

No mesmo sentido:

“CIVIL E PROCESSUAL. AGRAVO REGIMENTAL. ASTREINTES. EXECUÇÃO.

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ALTERAÇÃO DE VALOR ABSURDO. COISA JULGADA. OFENSA.


INEXISTÊNCIA. SÚMULA N. 7/STJ. INCIDÊNCIA REFLEXA. AGRAVO
IMPROVIDO”.
18
AgRg no Ag 745631 / PR AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO
2006/0030327-2

E, o E. TJ/SP assim entende:

“AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO CAUTELAR DE EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS


- CUMPRIMENTO DE SENTENÇA - MULTA DIÁRIA Restando identificado o
excesso ou a insuficiência da astreinte fixada em decisão, que não mais
comporta recurso, é possível a sua adequação, a fim de preservar o
instituto previsto no Código de Processo Civil. Precedentes STJ. A multa
diária cobrada pela Agravada acaba por infringir os princípios da razoabilidade e
proporcionalidade, o que desvirtua a natureza jurídica da astreinte, que é
coercitiva e não repressiva ou reparatória. Necessidade de adequação do valor
da multa diária em observância da realidade econômica em que o conflito de
interesse está inserido. - DECISÃO PARCIALMENTE REFORMADA- RECURSO
PARCIALMENTE PROVIDO”.
Agravo de Instrumento 990093694166 Relator(a): Eduardo Siqueira Comarca:
Avaré Órgão julgador: 37ª Câmara de Direito Privado Data do julgamento:
26/05/2010

Vislumbrando então a vulneração aos mencionados princípios, insurge-se agora


o banco executado contra o valor da multa cominada, albergado especialmente nas decisões
reiteradamente proferidas por nossos Tribunais.

Neste sentido entende o E. STJ:

AGRAVO REGIMENTAL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - RESPONSABILIDADE


CIVIL - OBRIGAÇÃO DE FAZER - ASTREINTES - PRECLUSÃO -
INEXISTÊNCIA – QUANTUM - CONTROLE PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA - ADMISSIBILIDADE - REDUÇÃO DO VALOR DA MULTA -
NECESSIDADE, NA ESPÉCIE – RECURSO IMPROVIDO.
AgRg no Ag 1248157 / RS AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE
INSTRUMENTO 2009/0215675-3

E, quanto à limitação da incidência da multa ao valor da obrigação principal,

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Recurso Inominado - 02.02.033.0002536723/18

entende o E. STJ:

“AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. ASTREINTES. FIXAÇÃO EM


19
VALOR ELEVADO. REDUÇÃO. POSSIBILIDADE. LIMITAÇÃO AO VALOR DA
OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. SÚMULA 83 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA.
ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO A DISPOSITIVOS LEGAIS EM SEDE DE AGRAVO
REGIMENTAL. IMPOSSIBILIDADE. PRECLUSÃO CONSUMATIVA.
1. "É possível a redução das astreintes fixadas fora dos parâmetros de
razoabilidade e proporcionalidade, fixada a sua limitação ao valor do
bem da obrigação principal, evitando-se o enriquecimento sem causa"
(REsp 947.466/PR, DJ de 13.10.2009). Incidência da súmula 83 do Superior
Tribunal de Justiça.
2. A alegação, já em sede de agravo regimental, de violação aos arts. 475-E e
609 do Código de Processo Civil consubstancia providência vedada pela
preclusão consumativa, uma vez que a faculdade processual de recorrer já foi
exercida, com todas as suas implicações, quando da interposição do especial.
3. Agravo regimental desprovido”.
AgRg no REsp 541105 / PR AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL
2003/0074184-0

No mesmo sentido:

CIVIL E PROCESSUAL. AUTOMÓVEL. DEFEITO DE FABRICAÇÃO. SUBSTITUIÇÃO.


EXECUÇÃO DE ASTREINTES. PENALIDADE ELEVADA. REDUÇÃO.
POSSIBILIDADE. LIMITAÇÃO AO VALOR DO BEM PERSEGUIDO NA AÇÃO DE
CONHECIMENTO.
I. É possível a redução das astreintes fixadas fora dos parâmetros de
razoabilidade e proporcionalidade, fixada a sua limitação ao valor do bem da
obrigação principal, evitando-se o enriquecimento sem causa.
II. Recurso especial conhecido em parte e, nessa extensão, provido.
REsp 947466 / PR RECURSO ESPECIAL 2007/0098684-7

E assim entende o TJ/MA:

“Processual Civil. Apelação. Execução de honorários advocatícios. Astreintes.


Redução. Princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Parâmetro.
Valor da obrigação a cujo adimplemento se destinava a garantir.
Omissão no mandado de intimação quanto à periodicidade da multa aplicada.

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Inequívoca ciência da parte quanto ao teor da decisão.É irrelevante para a


incidência diária das astreintes, constar expressamente do mandado de
intimação a sua periodicidade, não somente por sua natureza jurídica e função,
20
mas principalmente quando comprovado que o demandado teve a inequívoca
ciência de sua fixação nos referidos termos, a partir do teor da decisão que a
cominou. A multa diária não é pena para punir o devedor pelo fato de não
haver cumprido a obrigação; nem tem natureza de ressarcimento de
danos. É meio de coação, de ameaça, que tem por escopo constranger o
devedor a cumprir a ordem judicial, com a finalidade de obter resultado
ideal.Em verificando o julgador, na fase da execução das astreintes, que
a mesma se tornou excessiva, especialmente ao tomar por base o
quantum da obrigação cujo adimplemento ela se destinava a garantir,
pode, em aplicando o teor do § 4º, do art. 461, do CPC, além dos princípios
da proporcionalidade e razoabilidade, reduzir a multa ao valor da
execução, sob pena de permitir o enriquecimento ilícito da parte.
Apelação conhecida e parcialmente provida. Agravo de Instrumento
990101757389 Relator(a): Irineu Pedrotti Comarca: São Paulo Órgão julgador:
34ª Câmara de Direito Privado
Data do julgamento: 14/06/2010

Assim sendo, expostos todos estes entendimentos, resta demonstrado de forma


cabal a possibilidade de ampla discussão do valor da astreinte aplicada, quando seu valor violar os
princípios da razoabilidade e proporcionalidade em comparação ao bem da vida perseguido pelo
exeqüente na demanda.

DA LIMITAÇÃO DOS DANOS MORAIS

"Dissabores, desconfortos e frustrações de expectativa fazem parte


da vida moderna, em sociedades cada vez mais complexas e multifacetadas. Não se pode
aceitar que qualquer estímulo que afete negativamente a vida ordinária configure dano
moral." (Resp 1.426.710, Terceira Turma, Ministra Nancy Andrighi, julgado em 25/10/2016,
DJe 08/11/2016).

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Diante as sábias palavras da Ilustre Ministra Nancy Andrighi, temos


hoje, infelizmente, em nosso ordenamento jurídico uma verdadeira “indústria” de dano
moral que vem sendo requerido por qualquer motivo, por mero aborrecimento, banalizando 21
por completo o instituto do dano moral.

O dano moral não vem a ser a angústia, a aflição ou a humilhação


vivida pela vítima com o evento danoso, como muitos pensam, e sim as consequências que
trazem à vítima. O dano moral é a privação de um bem tutelado e reconhecido
juridicamente a todos cidadãos, razão pelo qual, não se mostra plausível que qualquer mero
aborrecimento seja considerado pelos tribunais, sob pena de um verdadeiro retrocesso no
reconhecimento dos direitos conquistados.

Trazendo tal entendimento para o caso em tela, não se mostra


razoável a fixação de danos morais no montante de R$6.766,48, em razão de simples mero
aborrecimento.

Isso porque, apesar de não haver um critério legal, objetivo e


tarifado para a fixação do dano moral, este deve atender ao princípio da razoabilidade, a fim
de evitar o enriquecimento ilícito da parte.

“RESPONSABILIDADE CIVIL. INCLUSÃO INDEVIDA DO NOME


DA CLIENTE NOS ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO. DANO
MORAL PRESUMIDO. VALOR DA REPARAÇÃO. CRITÉRIOS PARA
FIXAÇÃO. CONTROLE PELO STJ. POSSIBILIDADE. REDUÇÃO DO
QUANTUM. I - O dano moral decorrente da inscrição indevida em
cadastro de inadimplente é considerado in re ipsa, isto é, não se faz
necessária a prova do prejuízo, que é presumido e decorre do próprio
fato. II - Inexistindo critérios determinados e fixos para a
quantificação do dano moral, recomendável que o arbitramento
seja feito com moderação, atendendo às peculiaridades do
caso concreto, o que, na espécie, não ocorreu, distanciando-se
o quantum arbitrado da razoabilidade. Recurso Especial provido.”
(REsp 1105974/BA, Ministro Sidnei Beneti, Terceira Turma STJ, DJe
13/05/2009) (grifo nosso).

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Tantos fatores para análise resultam em disparidades entre os


tribunais na fixação do dano moral, o que não pode ser admitido, já que estaríamos diante 22
da chamada “jurisprudência lotérica”, que conspira para a insegurança jurídica.

Assim mostra-se razoável no caso em tela que este E. Tribunal


reforme a r. sentença prolatada no sentido de que sejam reduzidos os danos morais
fixados, eis que não foi obedecido pelo Juízo “a quo” os critérios necessários para sua
fixação.

Ora, não se mostra plausível como fator de consideração para fixação


dos danos experimentados pelo Apelado o fato de estarmos diante a uma das maiores
instituições financeiras do país. Isso porque, obviamente existe entre as partes uma enorme
discrepância econômica o que por si só não gera ao Apelado o direito de recebimento de
valores exorbitantes como os fixados.

Deste modo, demonstrada a discrepância entre os valores fixados e


os usualmente utilizados pelos E. Tribunais, bem como pelo controle exercido pelo Colendo
STJ acerca do tema, impõe-se seja reformado o quantum indenizatório devido ao Apelado.

IV - DO PEDIDO

Diante do quanto se expôs, requer a Vossa Excelência se digne em receber o


presente recurso, no mérito, dando-lhe provimento para reduzir o valor da astreinte aplicada.

Por derradeiro, requer-se que as intimações de todos os atos e termos do


processo sejam feitas em nome dos advogados, DRA. ELÍSIA HELENA DE MELO MARTINI
OAB/RN 1853, OAB/PB 1853-A e OAB/PE 1183-A e DR. HENRIQUE JOSÉ PARADA SIMÃO,
OAB/SP nº 221.386, OAB/PA 14559-A, OAB/MG 107399, OAB/PB 221386-A, OAB/PE 1189-
A, OAB/RJ 164385, OAB/710-A e OAB/DF 39748, sob pena de nulidade.

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Nestes termos,
Pede deferimento.
São Paulo, 24 de abril de 2018.
23

Elísia Helena de Melo Martini


OAB/ RN 1853
OAB/PB 1853 – A
OAB/PE 1183 – A

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