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Lei 5/2008
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Artigo 1.º
Objecto
A presente Lei regula a situação jurídica dos estrangeiros na República Democrática de
São Tomé e Príncipe, definindo as condições de entrada, permanência, saída e expulsão,
bem como as taxas e sanções aplicáveis.
Artigo 2.º
Definições
Artigo 3.°
Regimes especiais
Artigo 4.º
Competência
Artigo 5.º
Princípio geral
Artigo 6.º
Liberdade de circulação e de residência
Artigo 8. °
Atividade política
Artigo 9.º
Deveres
Artigo 10. °
Garantias dos Estrangeiros
CAPÍTULO II
Entrada em Território Nacional
Artigo 11.º
Postos de fronteira
Artigo 12.º
Requisitos
1. Os estrangeiros podem entrar em território são-tomense desde que reúnam
cumulativamente os seguintes requisitos:
a) Ser possuidor de passaporte cuja validade seja superior à duração da estada,
salvo quando se tratar da reentrada de um cidadão estrangeiro residente no
país;
b) Possuir visto de entrada válido;
c) Ser portador do bilhete de passagem com garantia de regresso a precedência;
d) Não estar sujeito à proibição de entrada;
e) Possuir os meios económicos considerados suficientes;
f) Ser portador de Certificado Internacional de vacinação.
2. Ficam dispensados da apresentação de passaporte os estrangeiros que:
a) Sejam nacionais de países com os quais a República Democrática de São
Tomé e Príncipe tenha convenções internacionais que lhes permitam a
entrada com outros documentos que os identifiquem;
b) Sejam portadores de laissez-passer emitido pelas autoridades do Estado que
são nacionais ou onde habitualmente residam, servindo apenas para a saída
do país;
c) Sejam portadores de laissez-passer emitidos pelas organizações
internacionais de que a República Democrática de São Tomé e Príncipe seja
membro;
d) Sejam portadores da licença de voo ou do certificado de tripulante nos
termos da Convenção sobre Aviação Civil Internacional, quando em serviço;
e) Sejam portadores do documento de identificação marítima a que se refere a
Convenção nº 108 da Organização Internacional do Trabalho, quando em
serviço;
3. Os portadores de certificado de residência devidamente actualizado podem
entrar no território nacional sem necessidade de apresentação de visto.
Artigo 13. °
Garantias de meios de subsistência
Artigo 14º
Interdição de entrada
Artigo 15º
Entrada e saída de menores
Artigo 16.º
Autorização de entrada em casos excepcionais
Artigo 17.º
Responsabilidade dos transportadores
Artigo 18.º
Recusa de entrada
1. Deve ser recusada a entrada em território São-tomense aos estrangeiros que não
reúnam cumulativamente os requisitos previstos no presente capítulo ou que
constituam perigo ou grave ameaça para a ordem pública, segurança nacional ou
relações internacionais do Estado.
2. A recusa da entrada em território nacional é da competência do Director Geral
do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, com possibilidade de delegação nos
responsáveis pelos postos de fronteira, devendo estes dar conhecimento prévio
da decisão ao Director Geral.
3. A decisão de recusa de entrada é fundamentada, de facto e de direito, devendo
ser notificada ao cidadão e ao transportador.
Artigo 19.º
Direitos do Estrangeiro não Admitido
Artigo 20.º
Decisão e notificação
Artigo 21.º
Recurso
Da decisão de recusa de entrada cabe recurso contencioso a interpor nos termos da Lei.
CAPITULO IV
Vistos
Secção I
Disposições Gerais
Artigo 22.º
Conceito e forma
1. O visto é a autorização concedida pelo Estado São-tomense a um cidadão
estrangeiro que lhe permite apresentar-se na fronteira e solicitar a sua entrada no
país.
2. Os vistos assumem a forma de vinheta autocolante.
3. Os vistos podem ser obtidos online ou nos postos consulares.
Artigo 23.º
Necessidade de visto
Artigo 24.º
Modalidades de vistos
Secção II
Vistos
Artigo 25.º
Visto de trânsito
Artigo 26.º
Visto oficial, diplomático e de cortesia
1. Os vistos oficiais, diplomáticos e de cortesia são concedidos pelo Ministério que
tutela o sector das relações exteriores o qual definirá as modalidades de
concessão, prorrogação ou dispensas dos mesmos.
2. Os vistos referidos no número anterior permitem uma permanência até 30 dias,
por cada entrada, podendo ser concedidos para duas entradas.
Artigo 27º
Visto de turismo
Artigo 28.º
Visto temporário
Artigo 29º
Visto de trabalho
1. O visto de trabalho destina-se a permitir a entrada em território são-tomense ao
seu titular, a fim de nele exercer temporariamente, uma atividade
profissional remunerada no interesse do Estado ou por conta de outrem.
2. O visto de trabalho deve ser utilizado no prazo de
sessenta dias subsequentes a data da sua concessão e permite ao seu titular
duas entradas e permanência até 60 dias.
3. O disposto no número anterior permite ao seu titular solicitar a prorrogação de
permanência por um período não superior à 3 anos, devendo a instituição
empregadora comunicar ao Serviço de Migração e Fronteiras sobre qualquer
alteração na duração do contrato.
4. O visto de trabalho apenas permite ao seu titular, exercer a
atividade profissional que justificou a sua concessão e habilita-o a dedicar-
se exclusivamente ao serviço da entidade empregadora que o requereu.
5. Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, em caso de
manifesto interesse público devidamente comprovado, pode o Ministro de
tutela, sob proposta do Director do Serviço de Migração e Fronteiras, autorizar
a concessão do visto de trabalho mediante parecer favorável emitido pelo
Ministério tutelar do trabalho.
6. O visto de trabalho só permite ao seu titular a fixação de residência em
território nacional após 3 anos de permanência efectiva no país.
Artigo 30.º
Tipologia dos visto de trabalho
Artigo 31.º
Visto de residência
1. O visto de residência destina-se a permitir a entrada em território São-tomense
ao seu titular a fim de solicitar certificado de residência.
2. Visto de residência só é concedido para o exercício de atividades com o período
de estadia indeterminado
3. O visto de residência é válido para duas entradas e habilita o seu titular a nele
permanecer dois meses.
4. O visto de residência pode ser concedido para fins de atividade profissional
subordinada, atividade profissional independente, reagrupamento familiar,
estudo e voluntariado.
Artigo 32.º
Concessão de visto de residência
Secção III
Tipologia dos vistos de residência
Artigo33.º
Visto de residência para o exercício de atividade
profissional subordinada
Artigo 34.º
Visto de residência para exercício de atividade
profissional independente
Artigo 35.º
Visto de residência para estudo e voluntariado
Artigo 36.º
Visto de residência para efeito de
reagrupamento familiar
Secção IV
Condições de que depende a emissão de vistos
Artigo 37.º
Vistos sujeitos a parecer prévio
Artigo 38.º
Competência para a concessão de vistos
Artigo 39.º
Limites à concessão
Artigo 40.º
Procedimento em caso de não concessão
A entidade que recusar o visto nos termos do artigo anterior, anotará o nome, a idade, a
nacionalidade e profissão indicada no passaporte ou documento equivalente e
comunicará o motivo da recusa ao Ministério de tutelado Sector dos Negócios
Estrangeiros, da Cooperação e Comunidades, o qual expedirá circulares a todas as
missões diplomáticas e consulares no exterior e dará conhecimento ao Serviço de
Estrangeiros e Fronteiras.
Artigo 41.º
Estrangeiros isentos de vistos
Artigo 42.º
Garantia de repatriamento
Artigo 43.º
(Devolução da caução)
A caução é devolvida, sempre que ocorrer uma das seguintes situações:
a) Ser consumada a saída do estrangeiro, como resultado da comunicação da
entidade empregadora dirigida ao Serviço de Migração e Fronteira, dando
conta da extinção do vínculo laboral com o mesmo;
b) Ser cancelado o visto de trabalho concedido.
Secção V
Cancelamento
Artigo 44.º
Cancelamento
Artigo 45.º
Salvo-conduto
Capitulo IV
Permanência
Artigo 46.º
Prorrogação de permanência
1. Aos estrangeiros admitidos em território nacional com ou sem exigência de
visto, possuidores de documento de viagem válido reconhecido que desejarem
permanecer no país por período de tempo superior ao facultado à entrada pode
ser prorrogada a permanência.
2. Salvo em casos devidamente fundamentados, a prorrogação de permanência a
que se refere o n.º 1 pode ser concedida desde que se mantenham válidos os
motivos que permitiram a admissão do cidadão estrangeiro em território
nacional.
Artigo 47.º
Limites de permanência
Artigo 48.º
Competência
Capítulo V
Residência em Território Nacional
Secção I
Disposições gerais
Artigo 49.º
Pedido de certificado de residência
1. O pedido de certificado de residência pode ser formulado pelo interessado ou
pelo representante legal e deve ser apresentado junto do Serviço de Migração e
Fronteiras.
2. O pedido pode ser extensivo aos menores a cargo do requerente.
3. É da competência do Director do Serviço de Migração e Fronteiras a concessão
e renovação do certificado de residência.
Artigo 50.º
Condições gerais de concessão
Artigo 51.º
Tipos de certificado de residência
Artigo 52.º
Certificado de residência temporária
Artigo 53.º
Renovação do certificado de residência temporário
Artigo 54.º
Renovação do certificado de residência em casos especiais
Artigo 55.°
Prazo para decisão de renovação
Artigo 56.º
Certificado de residência permanente
O certificado de residência permanente não tem limite de validade mas obriga o seu
titular a uma actualização após cinco anos ou sempre que se verifique a alteração dos
elementos de identificação nele registados.
Artigo 57.º
Concessão do certificado de residência permanente
Artigo 58.º
Cancelamento do certificado de residência
Artigo 59.º
Alteração de registo
Artigo 60.º
Dispensa de certificado de residência
Artigo 61.º
Certificado de residência para exercício de atividade
profissional subordinada
Artigo 62.º
Certificado de residência para exercício de atividade
profissional independente
Secção III
Certificado de Residência para Estudo, Reformado ou Voluntariado
Artigo 63.º
Certificado de residência emitida para estudantes
Artigo 64.º
Certificado de residência para reformados
Artigo 65.º
Certificado de residência para voluntários
1. Para além dos requisitos gerais só é emitido um certificado de residência a um
titular de um visto de residência para voluntariado se o requerente apresentar:
a) Contrato assinado com a organização responsável na República Democrática
de São Tomé e Príncipe pelo programa de voluntariado em que participa;
b) Programa descritivo das suas tarefas, as condições de que beneficiará na
realização dessas tarefas, o horário que deverá cumprir;
c) Plano de formação, que receberá, para assegurar o cumprimento adequado
das suas tarefas.
2. O certificado de residência a que se refere no número anterior é válido por um
ano e renovável sucessivamente por idênticos períodos.
Artigo 66.°
Âmbito, cancelamento e não renovação dos certificados
de residência
1. O certificado de residência emitido com base nas disposições das secções II e III
deste capítulo pode ser cancelado ou não renovado, se tiver sido obtido por
meios fraudulentos ou se o seu titular não preencher ou deixar de preencher os
requisitos estipulados no artigo 48.°, bem como, segundo a categoria a que esteja
abrangido, nos artigos 59.° a 63.°.
2. O certificado de residência pode igualmente ser revogado ou não renovado por
razões de ordem pública, de segurança pública ou de saúde pública.
Artigo 67.º
Atividades Económicas por parte de Estudantes
Secção IV
Certificado de Residência para Reagrupamento
Familiar
Artigo 68.º
Direito ao reagrupamento familiar
Artigo 70.º
União de facto
Artigo 71.º
Condições de exercício do direito do reagrupamento
familiar
Artigo 72.º
Entidade competente
Artigo 73.º
Residência dos membros da família
Artigo 74.º
Cancelamento
1. O certificado de residência emitido ao abrigo do direito ao reagrupamento
familiar é cancelado quando o casamento, a união de facto ou a adopção tenha
tido por fim único permitir à pessoa interessada entrar e residir no Pais.
2. Podem ser efectuados inquéritos e controlos específicos quando existir uma
presunção fundamentada de fraude ou de casamento, união de facto ou adopção
de conveniência, tal como definidos no número anterior.
3. Em caso de cancelamento do certificado de residência concedida ao abrigo do
direito ao reagrupamento familiar devem ser tomados em devida consideração a
natureza e a solidez dos laços familiares da pessoa e o seu tempo de residência
em território nacional, bem como a existência de laços familiares, culturais e
sociais com o país de origem.
4. A decisão de cancelamento é proferida pelo director do Serviço de Migração e
Fronteiras após audição do cidadão estrangeiro, que vale, para todos os efeitos,
como audiência do interessado.
5. A decisão de cancelamento do certificado de residência do membro da família
com fundamento no n.º1 pode ser judicialmente impugnada, com efeito
suspensivo, perante os tribunais administrativos, nos termos da lei.
Artigo 75.º
Dispensa de visto de residência
Artigo 76.°
Regime excecional
Quando se verificarem situações extraordinárias a que não sejam aplicáveis as
disposições previstas nos artigos 58. ° e 87.°, poderá, a titulo excecional, ser concedida
autorização de residência, por interesse nacional ou por razões humanitárias, a cidadãos
estrangeiros que não preencham os requisitos exigidos no presente diploma.
Secção V
Boletim de alojamento
Artigo 77.º
Boletim de alojamento
1. O boletim de alojamento destina-se a permitir o controlo dos estrangeiros em
território nacional.
2. Por cada cidadão estrangeiro será preenchido um boletim de alojamento no
Sistema de Informação de Boletins de Alojamento criado para o efeito no portal
do SMF.
3. O referido no número anterior não se aplica no caso dos cônjuges e menores que
os acompanhem e aos membros de um grupo de viagem, podendo esta obrigação
ser cumprida por um dos cônjuges ou por um membro do referido grupo.
4. Os boletins, bem como os suportes substitutos, são conservados pelo prazo de
três anos contado a partir do dia seguinte ao da comunicação da saída.
5. Com vista a simplificar o envio dos boletins de alojamento, as unidades
hoteleiras e similares devem dispor de uma funcionalidade no Sistema de
Informação dos Boletins de Alojamento (SIBA) que lhes permite no momento
do registo da entrada de hóspedes (check-in), registar, simultaneamente, a
respetiva previsão de saída.
6. As unidades hoteleiras e similares devem proceder ao seu registo junto do SMF
como utilizadores do Sistema de Informação de Boletins de Alojamento, de
forma a poderem proceder à respetiva comunicação eletrónica em condições de
segurança.
Artigo 78.º
Comunicação do alojamento
1. As empresas exploradoras de estabelecimentos hoteleiros, meios
complementares de alojamento turístico ou conjuntos turísticos, bem como todos
aqueles que facultem, a título oneroso, alojamento a cidadãos estrangeiros, ficam
obrigados a comunicá-lo, no prazo de 24 horas, por meio do aplicativo, ao
Serviço de Migração e Fronteiras.
2. A saída do estrangeiro do referido alojamento deverá ser validada em idêntico
prazo.
3. O boletim de alojamento poderá ser substituído por listas ou suportes
magnéticos, sempre que os estabelecimentos hoteleiros disponham de serviços
informatizados, devendo, porém, observar-se o disposto nos números anteriores.
4. Os boletins de alojamento produzidos nos termos do n.º 4 do artigo anterior são
transmitidos de forma segura, nos termos a definir por portaria do membro do
Governo responsável pela área da administração interna.
5. As listas ou suportes magnéticos devem conter os elementos constantes do
aplicativo boletim de alojamento.
6. Compete ao Serviço de Migração e Fronteiras efectuar a fiscalização dos
estabelecimentos referidos no nº 1 do presente artigo sobre o cumprimento da
comunicação de alojamento.
Capitulo VI
Saída de Território Nacional
Secção I
Disposições Gerais
Artigo 79.°
Modalidades de saída
1. A saída dos estrangeiros do território nacional pode ser voluntária ou coactiva.
2. A saída coactiva pode consistir na expulsão administrativa ou judicial.
Secção II
Saída voluntária
Artigo 80.º
Princípio Geral
1. A saída dos estrangeiros do território nacional pode realizar-se voluntariamente,
por qualquer um dos postos habilitados de fronteira, mediante prévia exibição
dos documentos mencionados no artigo 12.° e o cumprimento das formalidades
legalmente exigidas.
2. O cidadão estrangeiro que entre ou permaneça irregularmente em território são-
tomense poderá, em casos fundamentados, não ser detido nos termos do artigo
78.º, mas notificado pelo Serviço de Migração e Fronteiras para abandonar
voluntariamente território nacional no prazo que lhe for fixado, entre 5 e 15 dias,
sob pena de incorrer em crime de desobediência qualificada.
Secção III
Saída Coactiva
Artigo 81.º
Âmbito de aplicação e fundamentos da expulsão administrativa
1. Sem prejuízo da aplicação do regime de readmissão, a expulsão administrativa é
aplicável ao cidadão estrangeiro não residente.
2. São fundamentos para a expulsão do país:
a) Entrada ilegal;
b) Permanência para além do período temporal permitido pelo:
i. Visto;
ii. Prorrogação da permanência;
iii. Validade do certificado de residência ou;
iv. Prazo definido em acordo internacional de que a República
Democrática de São Tomé e Príncipe seja parte contratante.
Artigo 82.°
Detenção e entrega
1. O cidadão estrangeiro que se encontre numa das situações mencionadas do n.º 2
do artigo anterior será detido por qualquer autoridade policial e entregue,
imediatamente, ao Serviço de Migração e Fronteiras, acompanhado do
respectivo auto.
2. Qualquer autoridade pública, bem como as empresas de navegação marítima,
aérea e portuária têm o dever de participar ao Serviço de Migração e Fronteiras a
verificação de qualquer das situações mencionadas no número anterior.
3. A permanência do expulso administrativamente não pode prolongar-se por mais
tempo do que o necessário, para permitir a execução da decisão de afastamento
coercivo.
4. O tempo de execução da decisão de afastamento coercivo não pode exceder 15
dias.
Artigo 83.º
Competência e prazo
1. A decisão de expulsão administrativa é da competência do Director do Serviço
de Migração e Fronteiras, com a faculdade de delegar, devendo ser proferida no
prazo de 48 horas, após a receção do processo.
2. A decisão de expulsão administrativa é comunicada por via eletrónica a Direção
Nacional do Protocolo de Estado do Ministério dos Negócios Estrangeiros e
Comunidades que notificará a representação diplomática do cidadão estrangeiro,
se houver.
3. Salvo disposição em contrário, cabe a representação diplomática diligenciar
esforços para a retirada imediata do seu cidadão estrangeiro.
Artigo 84.º
Recurso
Da decisão administrativa de expulsão cabe recurso judicial, o qual não tem efeito
suspensivo.
Secção IV
Expulsão Judicial
Artigo 85.º
Fundamentos da expulsão judicial
1. Sem prejuízo dos acordos ou convenções internacionais de que a República
Democrática de São Tomé e Príncipe seja parte, são expulsos do território são-
tomense mediante decisão judicial os cidadãos estrangeiros que:
a) Atentem contra a segurança nacional, a ordem pública e os bons costumes;
b) Interfiram, por qualquer forma, na vida política São-tomense, sem que para
tal estejam autorizados;
c) Não respeitem as leis são-tomenses;
d) Tenham praticado atos que teriam obstado à sua entrada no país caso fossem
conhecidos pelas autoridades são-tomenses;
e) A presença ou atividades no país constituam ameaça aos interesses ou à
dignidade do Estado são-tomense ou aos seus cidadãos;
f) Tenham cometido crimes fiscais ou económicos puníveis com pena prevista
na lei geral.
2. O disposto no número anterior não prejudica a responsabilidade criminal em que o
cidadão estrangeiro haja incorrido.
Artigo 86.º
Expulsão como pena acessória
Sem prejuízo do disposto na legislação penal, pode ser aplicada a pena acessória de
expulsão:
a) Ao cidadão estrangeiro não residente no país condenado por crime doloso
em pena superior a 6 meses de prisão;
b) Ao cidadão estrangeiro residente no país há menos de 5anos, condenado por
crime doloso em pena superior a 1 ano de prisão;
c) Ao cidadão estrangeiro residente no país há mais de 5anos e menos de 20
anos, condenado por crime doloso em pena de prisão superior a 2 anos.
Artigo 87.º
Impedimento de expulsão
1. Em nenhum caso a expulsão será efectuada para país onde o cidadão estrangeiro
possa ser perseguido por motivos políticos, religiosos ou raciais.
2. Verificada uma das situações previstas no número anterior, o estrangeiro será
encaminhado para outro país que o aceite.
Artigo 88.º
Prazo de interdição de entrada
Ao estrangeiro expulso judicialmente é vedada a entrada em território nacional por
período não inferior a 10anos.
Artigo 89.º
Competência
São competentes para proferir decisões de expulsão com os fundamentos referidos no
artigo 81.º os tribunais judiciais.
Artigo 90.º
Processo de expulsão
1. Sempre que tenha conhecimento de qualquer facto que possa constituir fundamento
de expulsão, o Serviço de Migração e Fronteiras organizará, no prazo de quinze dias,
um processo onde sejam recolhidas as provas que habilitem à decisão.
2. Do processo constará igualmente um relatório, no qual se fará a descrição dos fatos
que fundamentam a expulsão e a descrição dos bens da titularidade do expulsando
para efeitos de custear as despesas do processo, bem como as de afastamento.
3. Após a sua conclusão, o processo é remetido ao tribunal no prazo de três dias úteis.
Artigo 91.º
Julgamento
Artigo 92.º
Conteúdo da decisão
Artigo 93.º
Recurso
A decisão que ordenar a expulsão do cidadão estrangeiro do país, nos termos do
presente diploma, é passível de recurso.
Artigo 94.º
Obrigação do estrangeiro pendente de expulsão
1. Enquanto não expirar o prazo fixado nos termos da alínea b) do artigo 88.°, o
cidadão estrangeiro ficará sujeito às seguintes obrigações:
a) Declarar a sua residência;
b) Não se ausentar da área do distrito da sua residência, sem autorização do
Serviço de Migração e Fronteiras;
c) Apresentação periódica no prazo a ser estipulado pelo Serviço.
d) Não desenvolver qualquer atividade social, comercial, civil e afins.
2. O cidadão estrangeiro que não cumpra a decisão proferida nos termos deste
artigo ou qualquer das obrigações previstas no número anterior será detido,
mantendo se nesta condição até à execução da decisão de expulsão.
Artigo 95.º
Execução da sentença de expulsão
Artigo 96.º
Comunicação diplomática
Artigo 97. °
Despesas de expulsão
Capítulo VII
Disposições penais
Artigo 98.°
Entrada, permanência e trânsito ilegais
Artigo 99.º
Responsabilidade criminal e civil das pessoas
colectivas e equiparadas
Artigo 100.º
Auxilio à imigração ilegal
1. Aquele que fundar grupo, associação cuja atividade seja dirigida à prática dos
crimes previstos no artigo anterior é punido com pena de prisão de 1 a 8 anos.
2. Incorrerão na mesma pena, aqueles que fizerem parte de tais grupos, associações
ou organizações.
3. A tentativa é punível.
4. As penas aplicáveis às entidades previstas no n.º 1do artigo 95.º são de multa
cujos limites mínimos e máximo podem ascender ao dobro e a inibição do
exercício de atividade de 1a 8 anos.
Artigo 102.º
Investigação
Artigo 103.º
Remessa de Sentenças
Capítulo VIII
Infracções
Artigo 104.º
Permanência ilegal
Artigo 105.º
Transporte de pessoa com entrada não autorizada no país
Artigo 106.º
Atividade profissional sem o visto adequado
1. Aquele que pretender exercer uma atividade independente não habilitado com o
visto adequado fica sujeito à aplicação de uma coima de nSTD. 10.000,00 a
nSTD. 40.000,00.
2. O exercício de uma atividade profissional independente, por estrangeiro não
habilitado com o adequado visto de residência, quando exigível, fica sujeito à
aplicação de uma multa de nSTD. 10.000,00 a nSTD. 60.000,00.
3. Quem empregar cidadão ou cidadãos estrangeiros não habilitados com o
adequado certificado de residência solicitado nos termos do presente diploma,
fica sujeito, por cada um deles, à aplicação de uma das seguintes multas:
a) nSTD. 40.000,00 se empregar de um a dez trabalhadores;
b) nSTD. 140.000,00 se empregar mais de dez trabalhadores.
4. O empregador, o utilizador, por força de contrato de prestação de serviços ou de
utilização de trabalho temporário, e o empreiteiro geral são responsáveis
solidariamente pelo pagamento das coimas previstas nos números anteriores, dos
créditos salariais decorrentes do trabalho efectivamente recebido, pelo
incumprimento da legislação laboral, pela não declaração de rendimentos
sujeitos a descontos para o Fisco e a Segurança Social, relativamente ao trabalho
prestado pelo trabalhador estrangeiro ilegal, e pelo pagamento das despesas
necessárias à estada e ao afastamento dos cidadãos estrangeiros envolvidos.
5. Em caso de não pagamento das quantias em dívida respeitantes a créditos
salariais decorrentes de trabalho efectivamente prestado, bem como pelo
pagamento das despesas necessárias à estada e ao afastamento dos cidadãos
estrangeiros envolvidos, a liquidação efectuada no respectivo processo constitui
título executivo, aplicando-se as normas do processo comum de execução para
pagamento de quantia certa.
Artigo 107.º
Atividade voluntariado
Quem exercer atividade de voluntariado sem o adequado visto fica sujeito à aplicação
de uma coima de nSTD 10.000,00.
Artigo 108.º
Reagrupamento familiar
Artigo 109.º
Falta de pedido de certificado de residência
Artigo 110.º
Falta de Revalidação do Certificado de Residência
Artigo 111.°
Falta de comunicação da alteração de registo
A falta de comunicação prevista no artigo 57º é punida com a coima de nSTD. 2.000,00.
Artigo 112.º
Destino das coimas
O produto das coimas aplicadas nos termos do presente diploma reverte-se:
a) em 40% para o Estado,
b) em 60% para o Serviço de Migração e Fronteiras.
Artigo 113.º
Competência para aplicação das coimas
Capítulo IX
Taxas e Outros Encargos
Artigo 114.º
Regime aplicável
1. As taxas a cobrar pela concessão de vistos pelos postos consulares são as que
constam da tabela de emolumentos consulares.
2. As taxas e demais encargos a cobrar pelos procedimentos administrativos
previstos na presente Lei, são fixados por despacho conjunto dos Ministros de
tutela do Sector de Finanças e de Migração e Fronteiras.
3. Pela escolta de cidadãos estrangeiros cujo afastamento do território são-tomense
seja da responsabilidade dos transportadores são cobradas taxas a fixar por
despacho conjunto dos Ministros de tutela do Sector de Finanças e de Migração
e Fronteiras.
Artigo 115.º
Isenção ou redução de taxas
CAPITULO X
Disposições Finais
Artigo 116.º
Alteração da nacionalidade
Artigo 117. °
Identificação de estrangeiros
Artigo 118.º
Dever de colaboração
Artigo 119. °
Dever de Informação
1. Se por algum caso cidadão estrangeiro entrar no território nacional pelo posto de
fronteira habilitado sem passar pelas medidas e controlos legalmente exigidas
devido o facto de no Posto de fronteira não se encontrar nenhum técnico de
serviço de migração e fronteira para efectuar o controlo de entrada, o cidadão
estrangeiro deve informar o Serviço de Migração e Fronteira que se encontra
presente no país para que os técnicos regulem a sua entrada.
2. O cidadão estrangeiro tem um prazo máximo de 48 horas para informar o
Serviço de Migração e Fronteira sobre a sua entrada sob pena de coima de STD
5.00,00 por dia.
3. É aplicado no presente artigo as disposições contidas no artigo 103. º presente
lei.
Artigo 120.°
Competência das forças policiais
Artigo121.º
Regulamentação
Artigo 122.º
Revogação
São revogados, todos os diplomas que contrariem o disposto na presente Lei.
Artigo 123.º
Entrada em vigor