Cap.6 - Corte em Vigas

Mecânica dos Materiais
Capítulo 6
Preparado por: Filipe Samuel Silva
Tensões de Corte (tangenciais) em Vigas

Dep. Engª Mecânica
Mecânica dos Materiais - Beer-Johnston-DeWolf (adaptado)
Tensões de Corte em Vigas Cap. 6
Introdução
Corte na face horizontal de um elemento da viga
Determinação da tensão de corte numa viga
Tensões de corte, τxy , em vigas comuns
Tensões de corte em elementos de parede fina
Exercícios Resolvidos
Exercícios Propostos
Tensões de Corte em Vigas - Introdução Cap. 6
• As cargas transversais aplicadas em vigas
dão origem a tensões normais e tensões de

de corte em secções rectas transversais.
• A distribuição das tensões normais e de

corte satisfazem:
Fx = ∫ σ x dA = 0 ( )
M x = ∫ y τ xz − z τ xy dA = 0
Fy = ∫ τ xy dA = −V M y = ∫ z σ x dA = 0
Fz = ∫ τ xz dA = 0 M z = ∫ (− y σ x ) = 0
• Quando as tensões de corte são exercidas

nas faces verticais de um elemento, iguais

tensões têm que ocorrer nas faces
horizontais.
• As tensões de corte longitudinais existem
em qualquer elemento sujeito a esforços
transversais.
Tensões de Corte na Face Horizontal da Viga Cap. 6
• Considere a viga prismática
• No equílibrio de um elemento da viga

∑ Fx = 0 = ∆H + ∫ (σ D − σ D )dA
A
M D − MC
∆H = ∫ y dA
I A
• Note que,
L.Ν.
Q = ∫ y dA
A
dM
M D − MC = ∆x = V ∆x
dx
• Substituindo,
VQ
∆H = ∆x
I
∆H VQ
q= = = fluxo de corte
∆x I
Tensões de Corte na Face Horizontal da Viga Cap. 6
• Fluxo de corte,
∆H VQ
q= = = fluxo de corte
∆x I
L.Ν. • Em que
Q = ∫ y dA
A
= primeiro momento da area acima de y1

I= ∫
A+ A '
y 2 dA
= segundo momento da area da secçao recta
• O mesmo resultado para a área

de baixo
∆H ′ VQ′
L.Ν. q′ = = = − q′
∆x I
Q + Q′ = 0
= primeiro momento em relaçao
ao eixo neutro
∆H ′ = −∆H
Exemplo 6.01 Cap. 6
SOLUÇÃO:
• Determine a força horizontal por
unidade de comprimento ou fluxo de
corte q na superfície de baixo da
prancha de cima.
• Calcule a força de corte
correspondente em cada prego.
A viga é constituída por três pranchas
de madeira pregadas, cujas dimensões
da secção recta são 20 por 100 mm.
Sabendo que o espaçamento entre os

pregos é igual a 25 mm e que o
esforço transverso na viga é V=500 N,
determine a força de corte em cada
prego.
Exemplo 6.01 Cap. 6
SOLUÇÃO:
• Determine a força horizontal por
unidade de comprimento ou fluxo de
corte q na superfície de baixo da
prancha de cima.
VQ (500 N)(120 × 10−6 m3 )
q= =
Q = Ay I 16.20 × 10-6 m 4
= (0.020 m × 0.100 m )(0.060 m ) = 3704 N
m
= 120 × 10−6 m3
• Calcule a força de corte
1 (0.020 m )(0.100 m )3
I = 12 correspondente em cada prego.

+ 2[121 (0.100 m )(0.020 m )3
F = (0.025 m)q = (0.025 m)(3704 N m

+ (0.020 m × 0.100 m )(0.060 m )2 ]
−6 4 F = 92.6 N
= 16.20 × 10 m
Determinação da Tensão de Corte na Viga Cap. 6
• A tensão de corte média na face horizontal do

elemento é obtida dividindo a força de corte

pela área da face.
∆H q ∆x VQ ∆x
τ med = = =
∆A ∆A I t ∆x
VQ
=
It
• Nas superfícies de baixo e de cima da viga,

τyx= 0. Logo τxy= 0 nas esquinas superior e
inferior das secções transversais.
• Se a largura da viga for pequena em relação à

sua altura, a variação da tensão tangencial ao
longo da linha entre D1 e D2 é reduzida.
Tensões de Corte τxy em Vigas Comuns Cap. 6
• Para uma secção rectangular

estreita,
VQ 3 V  y 2 
τ xy = = 1−
Ib 2 A  c 2 
τmed
3V
τ max =
2A
• Em vigas em forma de I,
VQ
τ med =
It
V
τmed τ max =
Aw
Tensões de Corte em Vigas de Secção Rectangular Cap. 6
• Considere um viga de secção rectangular fina sujeita

à carga P:
3 P  y 2  Pxy
τ xy = 1− σx = +
2 A  c 2  I
• As tensões de corte são independentes da distância

do ponto de aplicação da carga.
• As deformações e tensões normais não são afectadas
pelas tensões de corte.
• Do princípio de Saint-Venant, os efeitos de

aplicação pontual da carga podem negligenciar-se,
com excepção dos pontos na vizinhança dos pontos
de aplicação.
Exemplo 6.02 Cap. 6
10 kN 5 kN 10 kN
90mm
SOLUÇÃO:
• Determinação dos esforços transversos
e momentos flectores máximos.
0,6m 0,9m 0,9m 0,6m
3m • Determinação da altura da secção,

baseado na tensão admissível normal.
Um barrote de madeira suporta as
• Determinação da altura da secção,
cargas mostradas. Conhecendo as
baseado na tensão admissível de corte
características da madeira usada,
σ adm = 12 MPa τ adm = 820 kPa • Escolha da mais restritiva.
determine a altura mínima necessária

para a secção recta.
Exemplo 6.02 Cap. 6
10 kN 5 kN 10 kN SOLUÇÃO:
Determinação dos esforços transversos

e momentos flectores máximos
12,5kN 12,5kN
0,6m 0,9m 0,9m 0,6m Vmax = 12,5 kN

M max = 9, 75 kNm
12,5kN
2,5kN
-2,5kN
-12,5kN
9,75kNm
7,5kNm
7,5kNm
Exemplo 6.02 Cap. 6
b=90mm • Determinação da altura da secção, baseado na
tensão admissível normal.
M max
σ adm =
W
9.75kNm
12 MPa =
(0.015) d 2
d = 0.2327 m
I = 121 b d 3 • Determinação da altura da secção, baseado na

I 1 2 tensão admissível de corte.
W = = 6 bd 3 Vmax
c τ adm =
2 A
= 16 (0.09 ) d 2
3 12.5 kN
820 kPa =
2 (90*10-3 m ) d
= (0.015 ) d 2
d = 0.254 m
• Escolha da mais restritiva.

d = 0.254 m
Tensões de Corte Longitudinais em Vigas Cap. 6
• Foram examinadas as componentes

verticais τxy da secção transversa da
viga. Vamos agora considerar as
componentes horizontais τxz das
tensões.
• Considere a viga prismática com um
elemento definido pela superfície
curva CDD’C’.
∑ Fx = 0 = ∆H + ∫ (σ D − σ C )dA
L.N.
a
• Excepto para as diferenças nas áreas

de integração, o resultado é o mesmo
obtido anteriormente, ou seja,
VQ ∆H VQ
∆H = ∆x q= =
I ∆x I
Exemplo 6.04 Cap. 6
20mm 80mm 20mm

SOLUÇÃO:
20mm • Determine a força de corte por unidade
de comprimento, q, exercida sobre as
120mm
duas faces verticais da secção.
• Baseado no espaçamento entre

pregos determine a força de corte em
cada prego.
Uma viga de secção recta quadrada é

construída por quatro tábuas. Sabendo

que o espaço entre pregos é de 45mm e
que a viga está sujeita a um esforço
transverso V = 2,5 kN, determine a força
de corte em cada prego.
Exemplo 6.04 Cap. 6
80mm SOLUÇÃO:
20mm 80mm
• Determine a força de corte por unidade
de comprimento, q, exercida sobre as
50mm duas faces verticais da secção.
LN 80mm
120mm
VQ ( 2.5 kN ) (80*10 m )
−6 3
kN
q= = = 14.42
I 13.87*10-6 m 4 m
120mm
q kN
f = = 7.21
2 m
Para a tábua de cima, = força por unidade de comprimento
Q = A′y = (0.020m )(0.080m )( 0.050m )

• Baseado no espaçamento entre
−6
= 80*10 m 3
pregos determine a força de corte em
cada prego.
Para a secção recta total,
 kN 
F = f ! =  7.21  (0.045 mm )
I = 121 (0.120 m ) − 121 ( 0.80 m )
4 4  m 
= 13.87 *10−6 m 4 F = 324.5 N

Tensões de Corte em Elementos de Parede Fina Cap. 6
• Considere um segmento de um perfil
laminado em H, sujeito a um esforço

transverso V.
• A força de corte longitudinal no elemento
é
VQ
∆H = ∆x
I
• A correspondente tensão de corte é
∆H VQ
τ zx = τ xz ≈ =
t ∆x It
• Uma expressão similar para a tensão de

corte na alma já foi anteriormente

determinada VQ
τ xy =
It
• NOTA τ xy ≈ 0 Nas abas
τ xz ≈ 0 Na alma
• A variação do fluxo de corte ao longo da

secção depende apenas da variação do

primeiro momento (momento estático).
VQ
L.Ν. L.Ν.
q =τt =
I
• Para uma secção em caixão, q cresce de

zero no ponto A até um máximo em C e
C’ e decresce novamente até zero em E.
• O sentido de q nas partes horizontais é

obtido a partir do sentido nas partes

verticais, que é o sentido do esforço
L.Ν.
transverso, V.
• No caso de um perfil em I, o fluxo de

corte aumenta simétricamente a partir de
zero em A e A’, atingindo o máximo em
L.N. L.N.
C e decrescendo novamenve até zero em
E e E’.
• O fluxo de corte q reflecte a semelhança

entre as propriedades de q e algumas
características de um escoamento de um
fluído.
L.N.
Exemplo 6.03 Cap. 6
110mm
Tf=19,6mm
SOLUÇÃO:
132mm
122,2mm • Para a zona sombreada,
Q = (0.110 m )( 0.0196 m )(0.1222 m )
264mm
= 2.635*10−4 m3
Ix=164*10-6m4
• A tensão de corte em a,
VQ ( 220 kN ) ( 2.635*10 m )
−4 3
Sabendo que o esforço transverso num τ= =

perfil laminado de aço W250*101 é It (164*10−6 m4 ) (0.0196 m )
220 kN determine as tensões

τ = 18.03 MPa
tangenciais horizontais no banzo
superior no ponto a.
Carregamento Assimétrico em Cap. 6
Elementos de Parede Fina
• Uma viga carregada num plano

vertical de simetria deforma-se
L.N. no plano de simetria, flectindo.
My VQ
σx = − τ med =
I It
• Uma viga carregada num

plano sem ser de simetria
L.N.
deforma-se flectindo e
torcendo.
My VQ
σx = − τ med ≠
I It
Carregamento Assimétrico em Cap. 6
Elementos de Parede Fina
• Se a carga for aplicada de tal forma que a viga

não torça, então a distribuição das tensões de
corte é dada por:
D B E
VQ
τ med = V = ∫ q ds F = ∫ q ds = − ∫ q ds = − F ′
It B A D
• F e F’ indicam um binário Fh e a necessidade

de aplicação de um momento torsor.
F h = Ve
• Quando a força P é aplicada a uma distância, e,

à esquerda da linha média da alma, o elemento
limita-se a flectir sem torcer.
Exemplo 6.05 Cap. 6
• Determine a localização do centro de corte, O, da secção
em U, sabendo que b = 80 mm, h = 120 mm, e t = 3 mm.

Fh
e=
I
• em que
b b VQ
Vb h
F = ∫ q ds = ∫ ds = ∫ st ds
0 0 I I0 2
Vthb 2
=
4I
1 3 1 3 h 
2
I = I alma + 2 I banzo = th + 2  bt + bt   
L.N. 12 12  2  
≅ 121 th 2 ( 6b + h )
• Combinando,
e=
b
=
120 mm
e = 32 mm
h 120 mm
2+ 2+
3b 3 (80 mm )
Exemplo 6.06 Cap. 6
V=10kN • Determine a distribuição das tensões de corte
para V = 10 kN.
t=3mm q VQ
τ= =
h=120mm t It
L.N.
• Tensões de corte nos banzos,
VQ V h Vh
b=80mm τ= = ( st ) = s
It It 2 2I
e=32mm
Vhb 6 Vb
τB = 1 2 =
τB=22.2 MPa 2 ( 12 th ) (6b + h ) th (6b + h )
6 (10 kN )(0.080 m )
= = 22.2 MPa
( 0.003 m )( 0.120 m )( 6 × 0.080 m + 0.120 m )
τmax=30.6 MPa • Tensões de corte na alma,

L.N.
VQ V ( 18 ht ) ( 4b + h ) 3V ( 4b + h )
τ max = = 1 2 =
It 12 th ( 6 b + h ) t 2th ( 6b + h )
3 (10 kN )( 4 × 0.080 m + 0.0120 m )
= = 30.6 MPa
τD=22.2 MPa
2 ( 0.003 m )(0.120 m )(6 × 0.080 m + 0.120 m )
Exercícios Resolvidos Cap. 6
Para a viga do exemplo 5.1, e sabendo que
τadm=2MPa verifique que o dimensionamento
obtido nesse problema, é aceitável sob o ponto

de vista das tensões tangenciais

estreita,
VQ 3 V  y 2 
τ xy = = 1−
Ib 2 A  c 2 
3V
τ max =
2A
Sabendo que na viga, Vmax=26 kN e que as dimensões da viga são b=100mm e
h=387,3mm, logo,
estreita,
A = 0,1m 2 *0,3873m 2 = 0, 03873m 2 , log o
3V 3*(26kN )
τ max = = 2
= 1007, 0kPa
τmed 2 A 2*0, 03873m
Dado que τmax<τadm, o

dimensionamento obtido
VQ 3 V  y 2  no exemplo 5.1 é aceitável.
τ xy = = 1−

Ib 2 A  c 2 
3V
τ max =
2A
Para a viga do exemplo 5.8, e sabendo que
τadm=90MPa verifique que a secção HEA*220,
obtida nesse problema, é aceitável sob o ponto

de vista das tensões tangenciais
• Em vigas em forma de I,
VQ
τ med =
It
V
τ max =
Aw
Sabendo que na viga, Vmax=58 kN e que, a partir da apêndice C, as dimensões da
alma da viga são d=210mm e tw=7 mm, logo,

Aw = dtw = 210*7 = 1470mm 2 , log o
VQ V
τ med = ;τ max = τ max =
Vmax
=
58kN
= 39,5MPa
It Aw Aw 1470mm 2
Dado que τmax<τadm, o

dimensionamento obtido no
τmed
exemplo 5.8 é aceitável.
Exercícios Propostos Cap. 6
A estrutura de madeira tem as diferentes partes pregadas por pregos de 3 mm de diâmetro espaçados de 5
cm. Qual a tensão de corte nos pregos quando esta estrutura suportar uma carga de corte vertical de 600 N?
Uma viga HEA*220 está carregada conforme A viga de madeira de, 5 cm x 40 cm, está
mostra a figura. Para x = 4 m, F = 1 kN, e w = carregada conforme mostra a figura. Qual a
500 N/m, qual a máxima tensão de corte na máxima carga distribuída, w, que a viga pode
viga? suportar, para x = 4 m, F = 2 kN e admitindo que a
viga danifica-se devido ao corte? τadm=2,3 MPa.

Cap.6 - Corte em Vigas

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Mecânica dos Materiais

Tensões de Corte (tangenciais) em Vigas

dão origem a tensões normais e tensões de

• A distribuição das tensões normais e de

• Quando as tensões de corte são exercidas

nas faces verticais de um elemento, iguais

• No equílibrio de um elemento da viga

= primeiro momento da area acima de y1

= segundo momento da area da secçao recta

• O mesmo resultado para a área

Sabendo que o espaçamento entre os

I = 12 correspondente em cada prego.

F = (0.025 m)q = (0.025 m)(3704 N m

• A tensão de corte média na face horizontal do

elemento é obtida dividindo a força de corte

• Nas superfícies de baixo e de cima da viga,

inferior das secções transversais.

• Se a largura da viga for pequena em relação à

• Para uma secção rectangular

• Considere um viga de secção rectangular fina sujeita

• As tensões de corte são independentes da distância

• Do princípio de Saint-Venant, os efeitos de

3m • Determinação da altura da secção,

σ adm = 12 MPa τ adm = 820 kPa • Escolha da mais restritiva.

determine a altura mínima necessária

Determinação dos esforços transversos

0,6m 0,9m 0,9m 0,6m Vmax = 12,5 kN

I = 121 b d 3 • Determinação da altura da secção, baseado na

• Escolha da mais restritiva.

• Foram examinadas as componentes

• Excepto para as diferenças nas áreas

20mm 80mm 20mm

• Baseado no espaçamento entre

Uma viga de secção recta quadrada é

construída por quatro tábuas. Sabendo

Q = A′y = (0.020m )(0.080m )( 0.050m )

= 13.87 *10−6 m 4 F = 324.5 N

laminado em H, sujeito a um esforço

• Uma expressão similar para a tensão de

corte na alma já foi anteriormente

• A variação do fluxo de corte ao longo da

secção depende apenas da variação do

• Para uma secção em caixão, q cresce de

• O sentido de q nas partes horizontais é

obtido a partir do sentido nas partes

• No caso de um perfil em I, o fluxo de

• O fluxo de corte q reflecte a semelhança

Sabendo que o esforço transverso num τ= =

220 kN determine as tensões

• Uma viga carregada num plano

• Uma viga carregada num

• Se a carga for aplicada de tal forma que a viga

• F e F’ indicam um binário Fh e a necessidade

• Quando a força P é aplicada a uma distância, e,

em U, sabendo que b = 80 mm, h = 120 mm, e t = 3 mm.

τmax=30.6 MPa • Tensões de corte na alma,

obtido nesse problema, é aceitável sob o ponto

• Para uma secção rectangular

Dado que τmax<τadm, o

obtida nesse problema, é aceitável sob o ponto

alma da viga são d=210mm e tw=7 mm, logo,

Dado que τmax<τadm, o

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