Você está na página 1de 62

Aula 08

Jurisprudências STF e STJ: Leis Penais, Direito Penal e Processo Penal p/ Carreiras
Policiais

Professores: Alexandre Herculano, Vinicius Silva


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

Aula 08 – Crimes contra as pessoas. Lei nº 9.099/95 (Lei


dos Juizados Especiais Criminais).

SUMÁRIO PÁGINA
1. Crimes contra as pessoas 1
2. Lei nº 9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais 23
Criminais).
3. Questões propostas 30
4. Questões comentadas 40
5. Gabarito 61

1. Crimes contra as pessoas

Vamos iniciar agora a parte especial do Código Penal - CP. É nessa parte
do Direito Penal que estudamos os crimes em espécie, lembrando que
existem crimes previstos ainda na legislação penal extravagante, que
você já vem estudando desde o início do nosso curso.
A parte especial do CP inicia com os crimes contra a pessoa e vamos ver
aqui as principais jurisprudências ligadas a esses crimes, como o
Homicídio, Aborto, Lesões Corporais, Crimes Contra a Honra e Crimes
Contra a Liberdade Individual.

1.1 Homicídio
O Homicídio é um dos crimes mais comuns em provas para carreiras
policiais, é um crime que ocorre muito no dia a dia da atividade policial,
então as bancas cobram muito que o candidato saiba como se processa o
crime em comento e ainda as principais jurisprudências relativas ao tema.
Vamos iniciar com um julgado de 2015, ou seja, bem atual, acerca do
motivo torpe. Mas antes vamos verificar o que o CP prevê quando o
assunto é Homicídio.
Homicídio simples

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

Art. 121. Matar alguém:

Pena - reclusão, de seis a vinte anos.

Caso de diminuição de pena

§ 1º Se o agente comete o crime impelido por


motivo de relevante valor social ou moral, ou sob
o domínio de violenta emoção, logo em seguida a
injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a
pena de um sexto a um terço.

Homicídio qualificado

§ 2° Se o homicídio é cometido:

I - mediante paga ou promessa de recompensa,


ou por outro motivo torpe;

II - por motivo fútil;

III - com emprego de veneno, fogo, explosivo,


asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel,
ou de que possa resultar perigo comum;

IV - à traição, de emboscada, ou mediante


dissimulação ou outro recurso que dificulte ou
torne impossível a defesa do ofendido;

V - para assegurar a execução, a ocultação, a


impunidade ou vantagem de outro crime:

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)

VI - contra a mulher por razões da condição de


sexo feminino: (Incluído pela Lei nº 13.104, de
2015)

VII – contra autoridade ou agente descrito nos


arts. 142 e 144 da Constituição Federal,
integrantes do sistema prisional e da Força
Nacional de Segurança Pública, no exercício da
função ou em decorrência dela, ou contra seu
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo
até terceiro grau, em razão dessa condição:
(Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)

Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

§ 2o -A Considera-se que há razões de condição de


sexo feminino quando o crime envolve: (Incluído
pela Lei nº 13.104, de 2015)

I - violência doméstica e familiar; (Incluído pela


Lei nº 13.104, de 2015)

II - menosprezo ou discriminação à condição de


mulher. (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)

Homicídio culposo

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

§ 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611,


de 1965)

Pena - detenção, de um a três anos.

Aumento de pena

§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de


1/3 (um terço), se o crime resulta de
inobservância de regra técnica de profissão, arte
ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato
socorro à vítima, não procura diminuir as
conseqüências do seu ato, ou foge para evitar
prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a
pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é
praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze)
ou maior de 60 (sessenta) anos. (Redação dada
pela Lei nº 10.741, de 2003)

§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz


poderá deixar de aplicar a pena, se as
conseqüências da infração atingirem o próprio
agente de forma tão grave que a sanção penal se
torne desnecessária. (Incluído pela Lei nº 6.416,
de 24.5.1977)

§ 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a


metade se o crime for praticado por milícia
privada, sob o pretexto de prestação de serviço de
segurança, ou por grupo de extermínio.
(Incluído pela Lei nº 12.720, de 2012)

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3


(um terço) até a metade se o crime for praticado:
(Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)

I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses


posteriores ao parto; (Incluído pela Lei nº 13.104,
de 2015)

II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos,


maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência;
(Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)

III - na presença de descendente ou de


ascendente da vítima. (Incluído pela Lei nº
13.104, de 2015)

É importante, antes de mais nada, conhecer a legislação que versa acerca


desse crime. Vamos então iniciar o primeiro julgado, que diz respeito ao
motivo torpe, que é uma das formas qualificadas do homicídio, ou seja,
muito importante para os concursos policiais.

O reconhecimento da qualificadora da "paga ou promessa de recompensa"


(inciso I do § 2º do art. 121) em relação ao executor do crime de
homicídio mercenário não qualifica automaticamente o delito em relação
ao mandante, nada obstante este possa incidir no referido dispositivo
caso o motivo que o tenha levado a empreitar o óbito alheio seja torpe.
STJ. 6ª Turma. REsp 1.209.852-PR, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz,
julgado em 15/12/2015 (Info 575).

Um dos motivos torpes mais comuns no dia a dia é o crime de homicídio


mercenário, ou seja, quem mata por dinheiro. Assim, quem executa o

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

homicídio incide na qualificadora de forma automática, pois foi quem


matou por dinheiro, ou seja, matou por um motivo torpe, sem motivação.
Por outro lado, o mandante, aquele que pagou pelo crime não pode ter
sua conduta inserida de forma automática no crime de homicídio
qualificado pelo motivo torpe. No entanto, se se verificar que a motivação
do crime também foi torpe, então o mandante também responde por
homicídio qualificado por motivo torpe.
Exemplo: Imagine que A matou B motivado por pagamento de quantia
em dinheiro oferecida por C, que por sua vez, objetivava a morte de A
para ficar com a sua herança. Nesse caso ambos, A e C teriam suas
condutas caracterizadas como homicídio qualificado por motivo torpe, A
porque matou por dinheiro (homicídio mercenário) e C por motivo torpe,
pois objetivada a morte de B para ficar com sua herança.
Entendido esse primeiro julgado vamos passar para o segundo do dia,
também sobre o crime de homicídio, que possui uma vasta quantidade de
julgados.

O juiz, na decisão de pronúncia, só pode fazer o decote (retirada) da


qualificadora imputada se ela for manifestamente improcedente, ou seja,
se estiver completamente destituída de amparo nos elementos cognitivos
dos autos. Isso porque o verdadeiro julgador dos crimes dolosos contra a
vida são os jurados. O juiz togado somente deve atuar em casos
excepcionais em que a pretensão estatal estiver claramente destituída de
base empírica idônea. O fato de o agente ter praticado o crime com
reiteração de golpes na vítima, ao menos em princípio e para fins de
pronúncia, é circunstância indiciária do “meio cruel”, previsto no art. 121,
§ 2o, III, do CP. STJ. 6a Turma. REsp 1.241.987-PR, Rel. Min. Maria
Thereza de Assis Moura, julgado em 6/2/2014.

O que o julgado acima quer passar para o operador do Direito são duas
coisas:

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

1. Não cabe ao presidente do tribunal do júri atuar retirando


qualificadoras, a não ser que seja manifestamente contrária à prova
dos autos. Cabe aos jurados, que são os verdadeiros julgadores dos
crimes dolosos contra a vida manifestarem-se no sentido de haver
ou não a presença da qualificadora.

2. No caso de reiteração de golpes desnecessários, temos a incidência


do meio cruel como forma de qualificar o crime de homicídio, em
tese cometido. Veja que o julgado é explicito em mencionar que a
circunstância é importante sob o aspecto da decisão de pronúncia.

Veja que os julgados relativos ao crime de homicídio qualificado são os


mais comuns e importantes para concursos policiais.
Vamos para o nosso terceiro julgado comentado no dia de hoje, que versa
sobre os crimes de aborto, homicídio e infanticídio.

(...) Iniciado o trabalho de parto, não há falar mais em aborto, mas em


homicídio ou infanticídio, conforme o caso, pois não se mostra necessário
que o nascituro tenha respirado para configurar o crime de homicídio,
notadamente quando existem nos autos outros elementos para
demonstrar a vida do ser nascente, (...) (STJ - HC: 228998 MG
2011/0307548-5, Relator: Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE,
Data de Julgamento: 23/10/2012, T5 - QUINTA TURMA, Data de
Publicação: DJe 30/10/2012)

Pelo conteúdo resumido do julgado acima, pode-se perceber que quando


se inicia o trabalho de parto, não se pode mais cogitar o crime de aborto,
não necessitando, para efeitos penais de incidência dos crimes de
infanticídio, homicídio ou aborto, o fato de que o nascituro necessite
respirar.

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

Assim, iniciado o trabalho de parte, os possíveis crimes de serem


comedidos caso a vida do nascituro seja ceifada, são os crimes de
homicídio ou infanticídio, caso a mãe esteja sob a influência do estado
puerperal.
Prosseguindo nos julgados, vamos verificar mais uma decisão superior
que demonstra o entendimento do STJ acerca do crime de homicídio e
sua prova.
Você deve se lembrar muito bem do crime de morte que vitimou Elisa
Samúdio, conhecido como caso do Goleiro Bruno, ex jogador do
Flamengo, que teria ordenado a morte de sua ex mulher, com a qual teve
um filho.
Pois bem, até hoje não foi encontrado o corpo da vítima e durante o
processo isso foi uma das teses de defesa mais defendidas pelos
advogados de Bruno, no entanto, essa tese não “colou”, pois para o STJ o
crime de homicídio pode ser comprovado por outros meios além do
exame de corpo de delito direto.
Vejamos o entendimento do STJ.

HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO QUALIFICADO. PRONÚNCIA MANTIDA


PELOTRIBUNAL ESTADUAL. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. FALTA
DEMATERIALIDADE. AUSÊNCIA DO CORPO DA SUPOSTA VÍTIMA. ART.
167 DO CPP.SUPRIMENTO DA PROVA PERICIAL. EXAME APROFUNDADO
DAS PROVAS.IMPOSSIBILIDADE. ORDEM DENEGADA. 1. Nos termos do
art. 167 do Código de Processo Penal, a prova testemunhal pode suprir a
falta do exame de corpo de delito, caso desaparecidos os vestígios. Esta
Corte já decidiu que tal situação se aplica inclusive aos casos de
homicídio, se ocultado o corpo da vítima. 2. Hipótese em que a Corte
estadual, no julgamento do recurso em sentido estrito, entendeu pela
existência de outras provas que demonstrariam a materialidade do crime,
indicando a confissão do paciente e depoimentos testemunhais. 3. Diante

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

desse contexto, não se mostra possível avaliar profundamente as provas


carreadas aos autos para se concluir de modo diverso. Ademais, caberá
aos jurados competentes a análise detida dos elementos de convicção
carreados, por ocasião do julgamento pelo Tribunal do Júri, mostrando-se
prematuro o estancamento do feito. 4. Ordem denegada. (STJ - HC:
170507 SP 2010/0075483-1, Relator: Ministra MARIA THEREZA
DE ASSIS MOURA, Data de Julgamento: 16/02/2012, T6 - SEXTA
TURMA, Data de Publicação: DJe 05/03/2012)

A confissão do acusado ou a presença de depoimentos testemunhais que


possam levar a conclusão de que o crime de morte ocorrera podem suprir
a falta do exame de corpo de delito, notadamente para as situações em
que há o desaparecimento do corpo de delito.
Bom, essas são as mais atuais e principais jurisprudências do STJ e do
STF acerca do crime de homicídio, mas nem só de homicídio vivem os
crimes contra a pessoa. Vamos continuar e agora comentar mais um
julgado sobre um crime interessante que é o de aborto, que também é
um crime contra a vida.

ESTADO. LAICIDADE. O Brasil é uma república laica, surgindo


absolutamente neutro quanto às religiões. Considerações. FETO
ANENCÉFALO. INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ. MULHER. LIBERDADE
SEXUAL E REPRODUTIVA. SAÚDE. DIGNIDADE. AUTODETERMINAÇÃO.
DIREITOS FUNDAMENTAIS. CRIME. INEXISTÊNCIA. Mostra-se
inconstitucional interpretação de a interrupção da gravidez de feto
anencéfalo ser conduta tipificada nos artigos 124, 126 e 128, incisos I e
II, do Código Penal. (STF - ADPF: 54 DF, Relator: Min. MARCO
AURÉLIO, Data de Julgamento: 12/04/2012, Tribunal Pleno, Data
de Publicação: ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-080 DIVULG 29-04-
2013 PUBLIC 30-04-2013)

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

Essa é a famosa decisão do STF acerca do abortamento do feto


anencéfalo, fato que repercutiu demais na mídia e essa decisão foi por
demais discutida e de certa forma emblemática.
O Supremo decidiu que, tendo em vista alguns pilares do Estado
Democrático de Direito em que vivemos, seria inconstitucional a
interpretação que se faz em face da interrupção da gravidez de feto
anencéfalo adequada como típica, nos termos do art. 124, 126 e 128, I e
II, do CP.
Assim, caso a gravidez seja de um feto anencefálico, não seria
uma forma de aborto, tipificada como crime no CP o eventual
abortamento da gestação nessas circunstâncias.
Trata-se de uma decisão conhecida e, de certa forma, antiga na
jurisprudência do STF, o que nos leva a uma sedimentação do
entendimento e sua posterior cobrança em provas de concursos mais
provável ainda.
Seguindo vamos agora comentar um julgado que versa sobre o
crime de lesões corporais, do art. 129, do CP, que também é um crime
contra a pessoa.
Vamos verificar o que o código penal nos traz acerca do delito
acima:

Lesão corporal
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a
saúde de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Lesão corporal de natureza grave
§ 1º Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações
habituais, por mais de trinta dias;
II - perigo de vida;

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

III - debilidade permanente de membro,


sentido ou função;
IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 2° Se resulta:
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - enfermidade incuravel;
III - perda ou inutilização do membro,
sentido ou função;
IV - deformidade permanente;
V - aborto:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Lesão corporal seguida de morte
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias
evidenciam que o agente não quís o
resultado, nem assumiu o risco de produzí-lo:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Diminuição de pena
§ 4° Se o agente comete o crime impelido por
motivo de relevante valor social ou moral ou
sob o domínio de violenta emoção, logo em
seguida a injusta provocação da vítima, o juiz
pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
Substituição da pena
§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode
ainda substituir a pena de detenção pela de
multa, de duzentos mil réis a dois contos de
réis:
I - se ocorre qualquer das hipóteses do
parágrafo anterior;
II - se as lesões são recíprocas.
Lesão corporal culposa

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

§ 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611,


de 1965)
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
Aumento de pena
§ 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço)
se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4o
e 6o do art. 121 deste Código. (Redação dada
pela Lei nº 12.720, de 2012)
§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no
§ 5º do art. 121. (Redação dada pela Lei nº
8.069, de 1990).
Violência Doméstica (Incluído pela Lei nº
10.886, de 2004)
§ 9o Se a lesão for praticada contra
ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou
companheiro, ou com quem conviva ou tenha
convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o
agente das relações domésticas, de
coabitação ou de hospitalidade: (Redação
dada pela Lei nº 11.340, de 2006)
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três)
anos. (Redação dada pela Lei nº 11.340, de
2006)
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o
deste artigo, se as circunstâncias são as
indicadas no § 9o deste artigo, aumenta-se a
pena em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei
nº 10.886, de 2004)
§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a
pena será aumentada de um terço se o crime
for cometido contra pessoa portadora de

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

deficiência. (Incluído pela Lei nº 11.340, de


2006)
§ 12. Se a lesão for praticada contra
autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e
144 da Constituição Federal, integrantes do
sistema prisional e da Força Nacional de
Segurança Pública, no exercício da função ou
em decorrência dela, ou contra seu cônjuge,
companheiro ou parente consanguíneo até
terceiro grau, em razão dessa condição, a
pena é aumentada de um a dois terços.
(Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)

Veja que se trata de um crime que, só na legislação, já é bem rico em


informações, formas qualificadas, causas de aumento de pena e
circunstâncias ímpares em que pode ser cometido.
O primeiro julgado versa acerca da deformidade permanente que pode
ser gerada pela lesão corporal provocada. Um exemplo de deformidade
permanente é um deslocamento facial decorrente de um soco.
Essa deformidade pode ser permanente em um primeiro diagnóstico
médico, no entanto, podemos ter a reparação por meio de cirurgia
plástica, que recupera o rosto e faz desaparecer a deformidade. A
pergunta que se faz é se a realização da cirurgia faz desaparecer também
a qualificadora da deformidade permanente, uma vez que ela, de fato,
não existe mais.
O STJ respondeu a essa pergunta com o seguinte julgado, em 2015:
A qualificadora “deformidade permanente” do crime de lesão corporal
(art. 129, § 2º, IV, do CP) não é afastada por posterior cirurgia estética
reparadora que elimine ou minimize a deformidade na vítima. Isso
porque, o fato criminoso é valorado no momento de sua consumação, não
o afetando providências posteriores, notadamente quando não usuais
(pelo risco ou pelo custo, como cirurgia plástica ou de tratamentos

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

prolongados, dolorosos ou geradores do risco de vida) e promovidas a


critério exclusivo da vítima. STJ. 6ª Turma. HC 306.677-RJ, Rel. Min.
Ericson Maranho (Desembargador convocado do TJ-SP), Rel. para
acórdão Min. Nefi Cordeiro, julgado em 19/5/2015 (Info 562).

Veja que o argumento do STJ é que a conduta é valorada


negativamente quando de sua ocorrência, ou seja, do momento do
consumativo do crime, as intercorrências que possam ser realizadas
independentemente, após o crime, não devem gerar mudanças de
entendimentos em relação à eventual qualificadora presente no momento
do crime.
Prosseguindo, temos mais um julgado acerca da lesão corporal,
tema muito importante para provas de carreiras policiais. No entanto, ele
se liga muito a outro entendimento aqui comentado agora há pouco,
acerca da comprovação do crime de homicídio, que pode ser feita
independentemente de se encontrar o corpo de delito.
Pois bem, no caso de lesão corporal, a prova da materialidade do
crime também é feita mediante exame pericial, no entanto essa não é a
prova absoluta para esse crime, podendo haver outras formas de
comprovação de tal delito. Vejamos o que o STF decidiu acerca desse
delito.

A ausência do laudo pericial não impede que a materialidade do delito de


lesão corporal de natureza grave seja reconhecida por outros meios,
como testemunhas e relatórios de atendimento hospitalar. Segunda
Turma. HC 114567/ES, rel. Min. Gilmar Mendes, 16.10.2012.
Veja, pelo conteúdo do julgado acima, que a materialidade do
delito pode ser reconhecida por outros meios, distintos do exame pericial,
como por exemplo os relatórios de atendimento hospitalar.
Recorrentemente, as vítimas são submetidas ao atendimento em
delegacias após certo tempo de as lesões serem provocadas, o que

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

dificulta por demais a caracterização de uma lesão corporal e até a sua


comprovação.
O entendimento da Suprema Corte é no sentido de que o laudo
pericial pode ser suprido por outros meios como os prontuários médicos e
eventuais depoimentos testemunhais.
Vamos agora falar das lesões corporais provocadas em ambiente
doméstico e familiar, tipificada nos termos do art. 129, §9°, do CP.
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS . LESÃO CORPORAL
PRATICADA NO ÂMBITO DOMÉSTICO. VÍTIMA DO SEXO MASCULINO.
ALTERAÇÃO DO PRECEITO SECUNDÁRIO PELA LEI N. 11.340/06.
APLICABILIDADE. DESCLASSIFICAÇÃO PARA O DELITO DESCRITO NO
ARTIGO 129, CAPUT , C/C ART. 61, INCISO II, ALÍNEA "E", DO CÓDIGO
PENAL. NORMA DE APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA. CONSTRANGIMENTO
ILEGAL NÃO EVIDENCIADO. RECURSO IMPROVIDO. 1. Não obstante a Lei
n. 11.340/06 tenha sido editada com o escopo de tutelar com mais rigor a
violência perpetrada contra a mulher no âmbito doméstico, não se verifica
qualquer vício no acréscimo de pena operado pelo referido diploma legal
no preceito secundário do § 9º do artigo 129 do Código Penal, mormente
porque não é a única em situação de vulnerabilidade em tais relações, a
exemplo dos portadores de deficiência. 2. Embora as suas disposições
específicas sejam voltadas à proteção da mulher, não é correto afirmar
que o apenamento mais gravoso dado ao delito previsto no § 9º do artigo
129 do Código Penal seja aplicado apenas para vítimas de tal gênero pelo
simples fato desta alteração ter se dado pela Lei Maria da Penha,
mormente porque observada a pertinência temática e a adequação da
espécie normativa modificadora. 3. Se a circunstância da conduta ser
praticada contra ascendente qualifica o delito de lesões corporais, fica
excluída a incidência da norma contida no artigo 61, inciso II, alínea "e",
do Código Penal, dotada de caráter subsidiário. 4. Recurso improvido.
STJ. 5ª Turma. RHC 27.622 – RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em
7 de agosto de 2012.

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

Ou seja, o fato de ter sido inserida no texto do CP pela Lei Maria


da Penha (11.340/06), não impede a aplicação do preceito secundário
(pena) mais gravosa quando a vítima se tratar de homem em
circunstâncias análogas ao caso da mulher vítima de violência doméstica
e familiar.
Para finalizar a parte teórica da nossa aula, vamos falar um pouco
sobre três julgados que versam sobre os crimes contra a honra e o
entendimento do STF e do STJ acerca disso.
A primeira é sobre a pena do crime de injúria qualificada, prevista
no art. 140, §3º, você deve conhecer o que o código penal prevê no
sentido dos crimes contra a honra.

Calúnia

Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe


falsamente fato definido como crime:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e


multa.

§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo


falsa a imputação, a propala ou divulga.

§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos.

Exceção da verdade

§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:

I - se, constituindo o fato imputado crime de ação


privada, o ofendido não foi condenado por
sentença irrecorrível;

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas


indicadas no nº I do art. 141;

III - se do crime imputado, embora de ação


pública, o ofendido foi absolvido por sentença
irrecorrível.

Difamação

Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato


ofensivo à sua reputação: Pena - detenção, de três
meses a um ano, e multa.

Exceção da verdade

Parágrafo único - A exceção da verdade somente


se admite se o ofendido é funcionário público e a
ofensa é relativa ao exercício de suas funções.

Injúria

Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a


dignidade ou o decoro:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:

I - quando o ofendido, de forma reprovável,


provocou diretamente a injúria;

II - no caso de retorsão imediata, que consista em


outra injúria.

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de


fato, que, por sua natureza ou pelo meio
empregado, se considerem aviltantes:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e


multa, além da pena correspondente à violência.

§ 3o Se a injúria consiste na utilização de


elementos referentes a raça, cor, etnia, religião,
origem ou a condição de pessoa idosa ou
portadora de deficiência: (Redação dada pela Lei
nº 10.741, de 2003)

Pena - reclusão de um a três anos e multa.


(Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997)
Disposições comuns
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo
aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes
é cometido:
I - contra o Presidente da República, ou contra
chefe de governo estrangeiro;

II - contra funcionário público, em razão de suas


funções;

III - na presença de várias pessoas, ou por meio


que facilite a divulgação da calúnia, da difamação
ou da injúria.

IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos


ou portadora de deficiência, exceto no caso de
injúria. (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003)

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante


paga ou promessa de recompensa, aplica-se a
pena em dobro.

Exclusão do crime

Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação


punível:

I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da


causa, pela parte ou por seu procurador;

II - a opinião desfavorável da crítica literária,


artística ou científica, salvo quando inequívoca a
intenção de injuriar ou difamar;

III - o conceito desfavorável emitido por


funcionário público, em apreciação ou informação
que preste no cumprimento de dever do ofício.

Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III,


responde pela injúria ou pela difamação quem lhe
dá publicidade.

Retratação

Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se


retrata cabalmente da calúnia ou da difamação,
fica isento de pena.

Parágrafo único. Nos casos em que o querelado


tenha praticado a calúnia ou a difamação

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

utilizando-se de meios de comunicação, a


retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido,
pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa.
(Incluído pela Lei nº 13.188, de 2015)

Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se


infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga
ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele
que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não
as dá satisfatórias, responde pela ofensa.

Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo


somente se procede mediante queixa, salvo
quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência
resulta lesão corporal.

Parágrafo único. Procede-se mediante requisição


do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput
do art. 141 deste Código, e mediante
representação do ofendido, no caso do inciso II do
mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do art.
140 deste Código. (Redação dada pela Lei nº
12.033. de 2009)

O primeiro julgado é o seguinte:


A pena prevista para o crime de injúria qualificada (art. 140, § 3o do CP)
não é desproporcional, sendo compatível com a CF/88, considerando que
tem por objetivo proteger a dignidade da pessoa humana. STF. 1a
Turma. HC 109676/RJ, rel. Min. Luiz Fux, 11/6/2013.

A pena cominada para esse delito é de reclusão de um a três anos


e multa, o que, para o STF, não afronta nenhum princípio constitucional

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

relativo à aplicação da pena, pois o crime preserva a dignidade da pessoa


humana e no quesito proporcionalidade, encontra-se em perfeita
harmonia com o valor subjetivo do bem jurídico tutelado.
Agora vamos para o nosso segundo julgado, que versa sobre a
atividade do advogado, que não comete calúnia se não ficar provada a
sua intenção de ofender a honra de outrem, quando do exercício
profissional da advocacia. Vejamos o julgado para entender melhor do
que se trata.

A manifestação do advogado em juízo para defender seu cliente não


configura crime de calúnia se emitida sem a intenção de ofender a honra.
STJ. 3a Seção. Rcl 15.574-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz,
julgado em 9/4/2014.

Veja que o julgado é bem simples e menciona que para que seja
configurada a conduta delituosa de calúnia, deve verificar a verdadeira
intenção do agente delituoso, ou seja, a simples imputação de conduta
criminosa a outrem, sendo ela uma inverdade, não configura calúnia, se
feita em juízo para o fim de defender o seu cliente.
Para finalizar a nossa aula de hoje, mais um julgado versando
sobre a atividade profissional do advogado e a possível ocorrência de
crime contra a honra.
O advogado quando no desempenho de seu múnus,
frequentemente, manifesta-se de forma a configurar, pelo menos,
formalmente crimes contra a honra como a injúria ou a difamação.
Ocorre que o advogado possui imunidade profissional e não pode
ser limitado quando no exercício de suas funções, devendo a ele ser
garantida a não incidência nos delitos acima, por ausência de dolo, ou
seja, a verdadeira intenção, pelo menos, em tese, não é a de ferir a
honra.

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

O prejuízo à honra deve ser verificado no caso concreto face à


imunidade profissional de que goza o advogado. Vejamos o julgado para
fechar a conta.
Em regra, o advogado tem imunidade profissional, não constituindo
injúria ou difamação puníveis a sua manifestação, no exercício de sua
atividade, em juízo ou fora dele, ainda que contra o magistrado. Quinta
Turma. HC 202.059-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado
em 16/2/2012.

Para fechar a aula vamos verificar um julgado de 2014 acerca do


crime de invasão de domicílio, do art. 150, do CP, que tem muita ligação
com a atividade do Delegado de Polícia.
Configura o crime de violação de domicílio (art. 150 do CP) o ingresso e a
permanência, sem autorização, em gabinete de Delegado de Polícia,
embora faça parte de um prédio ou de uma repartição públicos. No caso
concreto, dezenas de manifestantes foram até a Delegacia de Polícia
Federal cobrar agilidade na conclusão de um inquérito policial. Como não
foram recebidos, decidiram invadir o gabinete do Delegado. STJ. 5ª
Turma. HC 298.763-SC, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em
7/10/2014 (Info 549).

Notem que não há nada mais concreto que a configuração do


delito de invasão de domicílio quando um fato dessa natureza ocorre,
afinal de contas o gabinete do Delegado de Polícia goza da garantia da
inviolabilidade, estando os manifestantes violando um direito
constitucionalmente protegido.
Portanto, quando você for delegado, saiba que em seu gabinete
não podem entrar quaisquer pessoas, achando que por se tratar de um
órgão público, que pode ser acessado por qualquer indivíduo, n]ao
merece a guarida da inviolabilidade domiciliar.

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

2. Lei nº 9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais Criminais).

Primeiramente, meus caros, é importante saber que o Juizado


Especial Cível está influenciado pelos seguintes princípios:
 princípio da oralidade - tem preponderância nesse Juizado
no qual a contestação pode ser oferecida por via oral. É
conveniente não esquecer que aonde aparece a oralidade
também aparece o princípio da concentração;
 princípio da simplicidade – o processo existe não para
objetivar demonstração de conhecimentos culturais, mas
para tornar mais rápida a entrega da prestação
jurisdicional;
 princípio da informalidade – busca libertar o processo dos
ritos formalísticos.
 princípio da economia processual – impõe até o máximo
possível o aproveitamento dos atos processuais
realizados;
 princípio da celeridade – busca tornar mais rápida a
entrega da prestação jurisdicional.

Os Juizados Especiais são os órgãos do Poder Judiciário


responsáveis por promover a conciliação, o julgamento e a execução das
infrações penais de menor potencial ofensivo. Sua criação foi prevista
pela própria Constituição Federal:
"Art. 98 "A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os
Estados criarão:
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados
e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a
execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações
penais de menor potencial ofensivo, mediante os

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses


previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por
turmas de juízes de primeiro grau;"

Assim, a Lei n° 9.099/1995 criou os juizados especiais cíveis e


criminais, além de tratar do funcionamento desses órgãos. Infrações
penais de menor potencial ofensivo são as contravenções penais e
aqueles crimes cuja pena máxima prevista não ultrapasse dois anos,
cumulada ou não com multa.
Pessoal, com a entrada em vigor da Lei n. 10.259, de 12 de julho
de 2001, que instituiu os Juizados Especiais Federais, são consideradas
infrações de menor potencial ofensivo e estão submetidas ao
procedimento dos Juizados Especiais Criminais, tanto da Justiça Comum
estadual quanto da Justiça Federal:
 todas as contravenções penais, qualquer que seja o
procedimento previsto;
 os crimes a que a lei comine pena máxima igual ou
inferior a 2 anos de reclusão ou detenção, qualquer
que seja o procedimento previsto;
 os crimes a que a lei comine exclusivamente pena de
multa, qualquer que seja o procedimento previsto.

Assim, comparando com a Lei 9.099/95, surgiram, então, as


seguintes modificações: aumentou-se o máximo cominado da pena
privativa de liberdade de um para 2 anos e não existe mais a
circunstância especial impeditiva do procedimento especial, estando
alcançados todos os crimes, pouco importando o procedimento previsto.
Embora a Lei n. 10.259/2001 tenha se referido à Justiça Federal, na
verdade acabou fixando uma nova definição, que alcançaria não apenas
as infrações de competência dos Juizados Federais, mas também os
Estaduais, provocando, por conseguinte, a derrogação do art. 61 da Lei n.
9.099/95. Com efeito, não seria possível manter dois conceitos diversos

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

dessa expressão, um para as Justiças Estaduais e outro para a Justiça


Federal. Assim, com o advento da Lei nº 11.313/2006, o art. 61 da Lei n.
9.099/95 passou a prever expressamente que se consideram infrações de
menor potencial ofensivo as contravenções penais e os crimes a que a lei
comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não
com multa.
Seguindo, é preciso saber que uma vez praticada uma infração de
menor potencial ofensivo, a competência será do Juizado Especial
Criminal. se, no entanto, com a infração de menor potencial ofensivo,
houverem sido praticados outros crimes, em conexão ou continência,
deverão ser observadas as regras do CPP, assim, caso venha a ser
estabelecida a competência do juízo comum ou do tribunal do júri para
julgar também a infração de menor potencial ofensivo, será afastado o
procedimento sumaríssimo da Lei nº 9.099/95, isso não impedirá a
aplicação dos institutos da transação penal e da composição dos
danos civis.
No de reincidente pode ser processado perante os Juizados
Especiais, mas não terá o direito à transação penal, nem à suspensão
condicional do processo.
O porte de substância entorpecente para consumo pessoal, ou seja,
o crime do art. 28 da Lei 11.343/2006 constitui infração de menor
potencial ofensivo, estando sujeito ao procedimento e institutos da Lei
dos Juizados Especiais Criminais. Já nos crimes praticados contra idosos,
de acordo com o art. 94 da Lei n. 10.741, aos crimes previstos nesta Lei,
cuja pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse 4 anos, aplica-se
o procedimento previsto na Lei n. 9.099/95. Ao contrário do que parece, o
Estatuto do Idoso não determinou a incidência do instituto despenalizador
da transação penal, mas tão somente que o procedimento para a
apuração de tais crimes seja mais célere, aplicando-se o rito sumaríssimo
previsto.
Como cai crimes eleitorais para vocês, o que acontece no caso
desses serem cometidos? Então o Tribunal Superior Eleitoral já decidiu no

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

sentido de que “as infrações penais definidas no Código Eleitoral


obedecem ao disposto nos seus artigos e o seu processo é especial,
não podendo, via de consequência, ser da competência dos Juizados
Especiais a sua apuração e julgamento”. Todavia, o mesmo Tribunal
admite incidência dos institutos da transação penal e do sursis
processual, “Exceto para os crimes que contam com um sistema punitivo
especial, entre aqueles a cuja pena privativa de liberdade se acumula a
cassação do registro se o responsável for candidato".
Seguindo, vamos fala sobre a composição dos Juizados Especiais
Criminais, esta é composto por juízes togados ou togados e leigos. Estes
são auxiliares da Justiça, recrutados dentre advogados com mais de 5
anos de experiência. Quanto à competência em razão do lugar do crime, a
Lei nº 9.099/95, deixa claro que nos crimes de menor potencial ofensivo,
adotou a teoria da atividade, pela qual se considera lugar do crime
aquele em que se deu a ação ou omissão, isto é, o local em que foi
praticada a infração, sendo irrelevante o local da produção do resultado. E
quanto a competência em razão da matéria, como já falei, passou a
prever expressamente, na Lei 9.099/95, que se consideram infrações de
menor potencial ofensivo as contravenções penais e os crimes a que a lei
comine pena máxima não superior a 2 anos, cumulada ou não com multa.
Professor existem causas que modificam a competência? Sim, no
caso de impossibilidade de citação pessoal do autuado, por exemplo, não
encontrado o acusado para ser citado, o juiz encaminhará as peças
existentes ao Juízo comum para adoção do procedimento previsto em lei.
Assim, nas hipóteses em que há necessidade da citação por edital, dada a
celeridade do procedimento sumaríssimo, os autos deverão ser remetidos
ao Juízo comum. O mesmo ocorrerá se o réu se ocultar, a fim de não ser
citado, pois a citação por hora certa é, da mesma forma, incompatível
com o rito célere dos Juizados Especiais Criminais. Outro caso, a
complexidade da causa: “Se a complexidade ou circunstâncias do caso
não permitirem a formulação da denúncia, o Ministério Público poderá
requerer ao juiz o encaminhamento das peças existentes", assim, a

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

remessa dos autos será para o juízo comum, impondo-se, no caso, a


adoção do rito previsto do CPP.
Já que falamos de citação, diz o art. 66 da Lei que “a citação será
sempre pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que possível, ou
por mandado”. Não se admite, portanto, a citação por edital, de forma
que, “não encontrado o acusado para ser citado, o juiz encaminhará as
peças existentes ao juízo comum para adoção do procedimento previsto
em lei”. Isso acabamos de ver, assim, no tocante à citação no próprio
Juizado, convém notar que o art. 78 da Lei dispõe que, “oferecida a
denúncia ou queixa, será reduzida a termo, entregando-se cópia ao
acusado, que com ela ficará citado e imediatamente cientificado da
designação de dia e hora para a audiência de instrução e julgamento, da
qual também tomarão ciência o Ministério Público, o ofendido, o
responsável civil e seus advogados”. Outra cois é que o § 1º, por sua vez,
dispõe acerca da citação por mandado: “Se o acusado não estiver
presente, será citado na forma dos arts. 66 e 68 desta Lei e cientificado
da data da audiência de instrução e julgamento, devendo a ela trazer
suas testemunhas ou apresentar requerimento para intimação, no
mínimo 5 dias antes de sua realização”.
Quanto à Intimação, de acordo com Lei, “a intimação far-se-á por
correspondência, com aviso de recebimento pessoal ou, tratando-se de
pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da
recepção, que será obrigatoriamente identificado, ou, sendo necessário,
por oficial de justiça, independentemente de mandado ou carta
precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo de comunicação”.
Conforme os princípios da informalidade, economia processual e
celeridade, admite-se que as intimações sejam realizadas por qualquer
meio idôneo de comunicação, tais como telegrama, fax etc.
Pessoal, no Juizado não há necessidade de inquérito policial. “A
autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo
circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o
autor do fato e a vítima, providenciando as requisições dos exames

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

periciais necessários”, assim, no lugar do inquérito, elabora-se um


relatório sumário, contendo a identificação das partes envolvidas, a
menção à infração praticada, bem como todos os dados básicos e
fundamentais que possibilitem a perfeita individualização dos fatos, a
indicação das provas, com o rol de testemunhas, quando houver, e, se
possível, um croqui, na hipótese de acidente de trânsito. Esse documento
é denominado “termo circunstanciado”, que é tão informal que pode ser
lavrado, segundo alguns doutrinadores, até mesmo pelo policial militar
que atendeu a ocorrência, dispensando-o do deslocamento até a
delegacia.
Já com relação à prisão em flagrante não será mais formalizada,
nem será imposta fiança, desde que o autor do fato seja encaminhado,
ato contínuo, à lavratura do termo circunstanciado, ao Juizado Especial
Criminal ou ao menos assuma o compromisso de ali comparecer no dia e
hora designados.
Lavrado o termo circunstanciado, vítima e autor do fato são
informados da data em que deverão comparecer à sede do Juizado
Especial. O procedimento sumaríssimo tem por fundamento o senso de
responsabilidade e a confiança no comparecimento das partes,
pressupondo-se que ambas são igualmente interessadas na busca do
consenso. Estando autor e vítima presentes na secretaria do Juizado, e
verificada a possibilidade de uma audiência, chamada audiência
preliminar, esta será realizada, observado o disposto no art. 68, que
exige a presença obrigatória do advogado no ato.
No caso da composição de danos, presente o Juiz, o Ministério
Público, o autor, bem como a vítima, será tentada a composicão civil dos
danos, assim, intermediado pelo juiz. Uma vez consumado coloca a termo
e nos termos, com todos os acordos, os quais são homologados pelo Juiz
por sentença irrecorrível, isso na ação civil publica, na hipótese de ação
condicionado à representacão o acordo acarreta a extinção a
punibilidade. Finalizada a questão da composicão de danos, acordada ou
não essa, oferecerá a proposta de transacão penal, que terá aceitação

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

facultativa, uma vez aceita aguarda-se o cumprimento para fim de


extinção da punibilidade. Não existe admissão de culpa e não constará
dos antecedentes criminais nas certidões de antecedentes.

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

3. Questões propostas

01. (CESPE – UNB – Delegado de Polícia – PCPE – 2016) O


ordenamento penal brasileiro adotou a sistemática bipartida de infração
penal — crimes e contravenções penais —, cominando suas respectivas
penas, por força do princípio da legalidade. Acerca das infrações penais e
suas respectivas reprimendas, julgue o item abaixo.
O crime de homicídio doloso praticado contra mulher é hediondo e, por
conseguinte, o cumprimento da pena privativa de liberdade iniciar-se-á
em regime fechado, em decorrência de expressa determinação legal.

02. (CESPE – UNB – Polícia Científica - PE – 2016) Em relação aos


crimes contra a pessoa, julgue o item abaixo.
O infanticídio configura-se na situação em que a mãe mata o próprio filho,
durante o parto, sob a influência do estado puerperal, o que exclui a
ocorrência do fato logo após o nascimento, que caracterizaria o tipo penal
de homicídio doloso.

03. (CESPE – UNB – Agente de Polícia Civil – PCPE) Acerca dos


crimes contra a pessoa, assinale a opção correta.
a) Quando o homicídio for praticado por motivo fútil, haverá causa de
diminuição de pena.
b) Sempre que um agente mata uma vítima mulher, tem-se um caso de
feminicídio.
c) O homicídio e o aborto são os únicos tipos penais constantes no
capítulo que trata de crimes contra a vida.

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

d) O aborto provocado é considerado crime pelo direito brasileiro, não


existindo hipóteses de exclusão da ilicitude.
e) O aborto provocado será permitido quando for praticado para salvar a
vida da gestante ou quando se tratar de gravidez decorrente de estupro.

04. (VUNESP – SP – Delegado de Polícia – PCCE – 2015) Se da


lesão corporal dolosa resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o
agente não quis o resultado morte, nem assumiu o risco de produzi-lo,
configura(m)-se
a) lesão culposa e homicídio culposo, cujas penas serão aplicadas
cumulativamente.
b) lesão corporal seguida de morte.
c) homicídio culposo qualificado pela lesão.
d) homicídio doloso (dolo eventual).
e) homicídio doloso (dolo indireto).

05. (ACAFE – SC – Agente de Polícia – 2014) De acordo com o


Código Penal, assinale a alternativa correta.
a) Comete infanticídio qualquer pessoa que matar, sob a influência do
estado puerperal ou não, o próprio filho, durante o parto ou logo após.
b) Comete infanticídio qualquer pessoa que ma-tar, sob a influência do
estado puerperal, criança, durante o parto ou logo após.
c) Comete infanticídio a mulher que matar, sob a influência do estado
puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após.
d) Considera-se lesão corporal de natureza grave aquela que resulta
incapacidade para as ocupações habituais por mais de quinze dias.
e) Considera-se lesão corporal de natureza grave aquela que resulta
incapacidade para as ocupa-ções habituais, por mais de sete dias.

06. (VUNESP – SP – TJSP – Juiz Substituto – 2015) A respeito da


retratação nos crimes contra a honra, pode- -se afirmar que fica isento de
pena o querelado que, antes da sentença, retrata-se cabalmente

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

a) da calúnia ou difamação.
b) da calúnia, injúria ou difamação.
c) da injúria ou difamação.
d) da calúnia ou injúria.

07. (FCC – TJSC – Juiz Substituto – 2015) Considere a seguinte


conduta descrita: Publicar ilustração de recém-nascidos afrodescendentes
em fuga de sala da parto, associado aos dizeres de um personagem
(supostamente médico) de cor branca "Segurança! É uma fuga em
massa!". Tal conduta amolda-se à seguinte tipificação legal:
a) Não se amolda a tipificação legal por se tratar de ofensa social e não
de conteúdo racial.
b) Injúria, prevista no art. 140 do Código Penal.
c) Crime de racismo, previsto na Lei no 7.716/89.
d) Difamação, prevista no art. 139 do Código Penal.
e) Não se amolda a tipificação legal por se tratar de liberdade de
expressão − direito de charge.

08. (VUNESP -SP – Juiz Substituto – TJPA - 2014) “X” é negro e


jogador de futebol profissional. Durante uma partida é chamado pelos
torcedores do time adversário de macaco e lhe são atiradas bananas no
meio do gramado. Caso sejam identificados os torcedores, é correto
afirmar que, em tese,
a) responderão pelo crime de preconceito de raça ou de cor, nos termos
da Lei n.º 7.716/89.
b) responderão pelo crime de racismo, nos termos da Lei n.º 7.716/89.
c) responderão pelo crime de difamação, nos termos do art. 139 do
Código Penal, entretanto, com o aumento de pena previsto na Lei n.º
7.716/89.

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

d) não responderão por crime algum, tendo em vista que esse tipo de
rivalidade entre as torcidas é própria dos jogos de futebol, restando
apenas a punição na esfera administrativa.
e) responderão pelo crime de injúria racial, nos termos do art. 140, § 3.º
do Código Penal.

09. (UFMT – Promotor de Justiça – MPMT - 2014) Sempronio, hígido


mentalmente, com o propósito inequívoco de ofender Mévio, perante
terceiros, qualifica-o de “vil, abjeto e burro”. A conduta de Sempronio
caracteriza
a) Crime de calúnia
b) Crime de injúria.
c) Crime de difamação.
d) Irrelevante penal.
e) Fato atípico.

10. (FCC – TRT2 – Técnico Judiciário – Segurança – 2014) No


Código Penal, nos crimes de injúria, infanticídio e lesão corporal, os bens
jurídicos tutelados são, respectivamente, a
a) honra, a vida e a integridade física.
b) vida, a honra e a integridade física.
c) honra, a integridade física e a vida.
d) integridade física, a vida e a honra.
e) vida, a integridade física e a honra.

11. (2016 - UFMT - TJ-MT - Analista Judiciário - Direito) Conforme


disposto na Lei n.º 9.099/1995 sobre a resposta do réu, assinale a
afirmativa INCORRETA.
A) É lícito ao réu, na reconvenção, formular pedidos em seu favor,
fundados nos mesmos fatos objetos da controvérsia.
B) É lícito ao réu, na contestação oral ou escrita, abordar toda a matéria
de defesa.

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

C) Ao autor da ação é facultada a resposta do pedido do réu na própria


audiência.
D) Ao réu é vedada a arguição de suspeição ou impedimento do juiz na
contestação, devendo confeccionar peça específica.

12. (2016 - UFMT - TJ-MT - Técnico Judiciário) De acordo com Lei


n.º 9.099, de 26 de setembro de 1995, Juizados Especiais cíveis,
poderá propor ação no Juizado Especial:
A) O microempreendedor.
B) O Município.
C) O preso.
D) A massa falida.

13. (CESPE - 2013 - TJ-MA – Juiz) Alberto foi abordado em


barreira policial quando conduzia regularmente seu veículo
automotor em via pública urbana de grande circulação. Maurílio,
policial rodoviário, solicitou a Alberto que lhe apresentasse o
licenciamento anual do veículo, tendo este lhe informado ter
esquecido o documento em sua residência. O policial esclareceu
que o veículo seria recolhido ao depósito do DETRAN caso nenhum
familiar ou conhecido de Alberto levasse, de imediato, ao local a
referida documentação. Alberto, atrasado para um compromisso
de trabalho ao qual não poderia faltar, ficou nervoso com a
situação e, alterando a voz, disse a Maurílio, em tom ríspido, que
consultasse o sistema de informação do referido departamento de
trânsito, no qual o nome de Alberto com certeza constaria como
proprietário do veículo, e ainda chamou Maurílio de imbecil.
Nessa situação hipotética,
A) ficando comprovado que Alberto ostenta condenação anterior
transitada em julgado por crime de ameaça, na qual tenha sido aplicada
pena de multa, não poderá ser admitida proposta de transação penal
oferecida pelo MP.

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

B) o MP poderá propor a Alberto pena restritiva de direitos ou multa, que,


embora não produza efeito de reincidência, constará do registro de
antecedentes criminais para impedimento do mesmo benefício no prazo
de cinco anos.
C) Alberto responderá criminalmente em juízo por crime de desacato,
podendo ser obtida composição civil entre as partes, reduzida a termo por
escrito e homologada pelo juiz mediante sentença irrecorrível, que terá
eficácia de título a ser executado no juízo civil competente.
D) caso seja oferecida pelo MP proposta de pena restritiva de direitos
consistente em prestação pecuniária em favor de Maurílio e Alberto a
aceite, será homologado acordo pelo juiz, que o reduzirá a termo por
escrito, produzindo-se efeitos no juízo cível competente.

14. (FCC - 2013 - TJ-PE – Juiz) No tocante à transação penal,


julgue os itens,
Incabível a proposta no caso de ter sido o autor da infração condenado,
pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, ainda que não
definitiva a sentença.

15. (FCC - 2013 - TJ-PE – Juiz) No tocante à transação penal,


julgue os itens,
A imposição da sanção não constará de certidão de antecedentes
criminais, salvo registro para impedir nova concessão do beneficio no
prazo de cinco anos.

16. (FCC - 2013 - TJ-PE – Juiz) No tocante à transação penal,


julgue os itens,
Incabível a proposta no caso de o agente ter sido beneficiado
anteriormente nos mesmos moldes, no prazo de cinco anos, pela
aplicação de pena restritiva.

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

17. (FCC - 2013 - TJ-PE – Juiz) No tocante à transação penal,


julgue os itens,
A imposição da sanção não terá efeitos civis, cabendo aos interessados
propor ação cabível no juízo cível.

18. (FCC - 2013 - TJ-PE – Juiz) No tocante à transação penal,


julgue os itens,
A aplicação de pena restritiva de direitos não importará em reincidência.

19. (IESES - 2012 - TJ-RN - Titular de Serviços de Notas e de


Registros) Julgue os itens,
Aplicar-se-á o procedimento sumaríssimo para as infrações penais de
menor potencial ofensivo tipificadas na Lei 9.099/95.

20. (CESPE - 2012 - PC-AL - Delegado de Polícia) Com base na


interpretação doutrinária majoritária e no entendimento dos
tribunais superiores, julgue os itens.
Para a aplicação dos benefícios da lei dos juizados especiais no caso de
crime continuado ou concurso formal de crimes, deve-se analisar a pena
máxima com o aumento máximo previsto para cada uma dessas formas
de concurso.
21. (FCC - 2010 - MPE-RS - Secretário de Diligências) Quanto às
disposições da Lei dos Juizados Especiais Criminais (Lei n°
9.099/95), julgue os itens.
As disposições da Lei não se aplicam no âmbito da Justiça Militar.

22. (FCC - 2010 - MPE-RS - Secretário de Diligências) Quanto às


disposições da Lei dos Juizados Especiais Criminais (Lei n°
9.099/95), julgue os itens.
A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi
praticada a infração penal.

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

23. (FCC - 2010 - MPE-RS - Secretário de Diligências) Quanto às


disposições da Lei dos Juizados Especiais Criminais (Lei n°
9.099/95), julgue os itens.
Os conciliadores são auxiliares da Justiça, que exercem funções na
administração da Justiça Criminal, excluídos os Bacharéis em Direito.

24. (FCC - 2010 - MPE-RS - Secretário de Diligências) Quanto às


disposições da Lei dos Juizados Especiais Criminais (Lei n°
9.099/95), julgue os itens.
Dos atos praticados em audiência considerar-se-ão desde logo cientes as
partes, os interessados e defensores.

25. (FCC - 2010 - MPE-RS - Secretário de Diligências) Quanto às


disposições da Lei dos Juizados Especiais Criminais (Lei n°
9.099/95), julgue os itens.
No procedimento sumário, os embargos de declaração serão opostos por
escrito ou oralmente, no prazo de cinco dias, contados da ciência da
decisão.

26. (MPE-MG - 2010 - MPE-MG - Promotor de Justiça - 50º


Concurso) Do ponto de vista objetivo, fará jus à suspensão
condicional do processo (art. 89, Lei n. 9.099/95):
A) o funcionário público que, por imprudência, brincando com uma arma
de fogo, mata uma criança com disparo na cabeça.
B) o comerciante que, por imprudência, conduzindo automóvel em
velocidade superior à permitida e sob a influência de álcool, provoca
colisão no trânsito e causa a morte de passageiro de outro veículo, único
dos envolvidos que se encontrava sem o cinto de segurança.
C) o funcionário público que compra uma CNH falsa, mediante expectativa
de que é produzida com papel autêntico e com prontuário registrado no
órgão de trânsito, apresentando-a a policial rodoviário numa blitz.

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

D) o comerciante que expõe à venda, numa banca do shopping Oiapoque,


em Belo Horizonte, 400 CD's piratas, cópias não autorizadas de álbum
fonográfico de músico estrangeiro, com violação de direito de autor.

27. (TRF 2ª 2012 - FCC - Técnico Judiciário - Área Administrativa)


Compete ao Juizado Especial Federal Cível processar, conciliar e julgar
causas da competência da Justiça Federal até o valor de sessenta salários
mínimos, dentre as quais, as causas para anulação ou cancelamento de
ato administrativo federal de natureza previdenciária.

28. (2015 - CESPE - TJ-DF - Analista Judiciário - Judiciária) Julgue


o próximo item, referentes aos juizados especiais cíveis, à ação
civil pública e à reclamação.
Ao apresentar contestação em procedimento sumaríssimo dos juizados
especiais cíveis, as empresas de pequeno porte podem oferecer pedido
contraposto fundado nos mesmos fatos que constituem objeto da
controvérsia, devendo observar, também nesse caso, os limites de
competência em razão da matéria e de valor estabelecidos pela Lei n.º
9.099/1995.

29. (2015 - FGV - TJ-RO - adaptada) Sobre os Juizados Especiais


Cíveis, julgue os itens.
Pode figurar como parte do processo o menor absolutamente incapaz,
desde que representado por um dos pais ou pelo tutor.

30. (2015 - VUNESP - TJ-MS - Juiz Substituto) Da sentença,


excetuada a homologatória de conciliação ou laudo arbitral,
caberá recurso
A) no prazo de 10 dias, contados da ciência da sentença, por petição
escrita ou oral, para o Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso do
Sul.

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

B) no prazo de 10 dias, contados da prolação da sentença, por petição


escrita, para o Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso do Sul.
C) no prazo de 15 dias, contados da ciência da sentença, por petição
escrita ou oral, para o Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso do
Sul.
D) no prazo de 15 dias, contados da prolação da sentença, por petição
escrita ou oral, para o próprio Juizado.
E) no prazo de 10 dias, contados da ciência da sentença, por petição
escrita, para o próprio Juizado.

31. (2016 – VUNESP - MPE-SP - Oficial de Promotoria I) Pela regra


do art. 61 da Lei no 9.099/95, assinale a alternativa que traz pena
que corresponde à infração penal de menor potencial ofensivo.
A) Detenção de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa
B) Reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos.
C) Detenção de 6 (seis) meses a 4 (quatro) anos.
D) Detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos.
E) Reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

4. Questões comentadas

01. (CESPE – UNB – Delegado de Polícia – PCPE – 2016) O


ordenamento penal brasileiro adotou a sistemática bipartida de infração
penal — crimes e contravenções penais —, cominando suas respectivas
penas, por força do princípio da legalidade. Acerca das infrações penais e
suas respectivas reprimendas, julgue o item abaixo.
O crime de homicídio doloso praticado contra mulher é hediondo e, por
conseguinte, o cumprimento da pena privativa de liberdade iniciar-se-á
em regime fechado, em decorrência de expressa determinação legal.

Resposta: incorreto.
Comentário:
O único crime que admite o cumprimento da pena em regime inicial
fechado é o do artigo 1º p. 7º da Lei de Tortura, os demais crimes não
necessariamente devem iniciar o seu cumprimento no regime fechado,
uma vez que isso violaria o princípio da individualização da pena, cabendo
apenas ao juiz e não ao legislador decidir o regime inicial de cumprimento
de pena em caso de crimes, ainda que hediondos, como é o caso da
questão.

02. (CESPE – UNB – Polícia Científica - PE – 2016) Em relação aos


crimes contra a pessoa, julgue o item abaixo.
O infanticídio configura-se na situação em que a mãe mata o próprio filho,
durante o parto, sob a influência do estado puerperal, o que exclui a
ocorrência do fato logo após o nascimento, que caracterizaria o tipo penal
de homicídio doloso.

Resposta: incorreto.
Comentário:

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

No crime de Infanticídio o art. 123, do CP estabelece como elementos


cronológicos O MOMENTO DO PARTO, e os instantes IMEDIATAMENTE
POSTERIORES, como se vê da descrição do tipo:
(...) matar, sob a influência do estado
puerperal, o próprio filho, durante o parto OU
logo após.(...)
Vale ressaltar que se trata de crime próprio, em que somente a mãe pode
ser sujeito ativo, contudo, admite coautoria e participação, ou seja, se
alguém presta auxílio poderemos ter as figuras do partícipe ou do
coautor.

03. (CESPE – UNB – Agente de Polícia Civil – PCPE) Acerca dos


crimes contra a pessoa, assinale a opção correta.
a) Quando o homicídio for praticado por motivo fútil, haverá causa de
diminuição de pena.
b) Sempre que um agente mata uma vítima mulher, tem-se um caso de
feminicídio.
c) O homicídio e o aborto são os únicos tipos penais constantes no
capítulo que trata de crimes contra a vida.
d) O aborto provocado é considerado crime pelo direito brasileiro, não
existindo hipóteses de exclusão da ilicitude.
e) O aborto provocado será permitido quando for praticado para salvar a
vida da gestante ou quando se tratar de gravidez decorrente de estupro.

Resposta: item E.
Comentário:
a) Errada - O homicídio por motivo fútil não é causa de diminuição de
pena, mas sim uma qualificadora (art. 121, §2º, II) Lembre-se dos
julgados que foram comentados na aula de hoje sobre esse tema.
b) Errada – O crime de feminicídio (art. 121, §2º, VI) é o homicídio
qualificado contra a mulher baseado EM RAZÃO DE GÊNERO (isto é,

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

crime é motivado pelo menosprezo ou discriminação à condição de mulher


da vítima).
Assim, a intenção de opressão à mulher é condição necessária para a
caracterização do feminicídio, caso contrário, haverá um homicídio
simples ou qualificado, por outras qualificadoras, exceto a do inciso VI, a
depender do caso concreto.
c) Errada – O rol de crimes contra a vida inclui: homicídio (artigo 121),
induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio (artigo 122), infanticídio
(artigo 123) e aborto (artigos 124, 125, 126, 127 e 128).

d) Errada - O aborto provocado é crime que admite exceções:

04. (VUNESP – SP – Delegado de Polícia – PCCE – 2015) Se da


lesão corporal dolosa resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o
agente não quis o resultado morte, nem assumiu o risco de produzi-lo,
configura(m)-se
a) lesão culposa e homicídio culposo, cujas penas serão aplicadas
cumulativamente.
b) lesão corporal seguida de morte.
c) homicídio culposo qualificado pela lesão.
d) homicídio doloso (dolo eventual).
e) homicídio doloso (dolo indireto).

Resposta: item B.
Comentário:
Questão simples, basta verificar a leitura do art. 129, do CP:

Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:


Lesão corporal seguida de morte
§3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não
quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo.

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

05. (ACAFE – SC – Agente de Polícia – 2014) De acordo com o


Código Penal, assinale a alternativa correta.
a) Comete infanticídio qualquer pessoa que matar, sob a influência do
estado puerperal ou não, o próprio filho, durante o parto ou logo após.
b) Comete infanticídio qualquer pessoa que ma-tar, sob a influência do
estado puerperal, criança, durante o parto ou logo após.
c) Comete infanticídio a mulher que matar, sob a influência do estado
puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após.
d) Considera-se lesão corporal de natureza grave aquela que resulta
incapacidade para as ocupações habituais por mais de quinze dias.
e) Considera-se lesão corporal de natureza grave aquela que resulta
incapacidade para as ocupa-ções habituais, por mais de sete dias.

Resposta: item C.
Comentário:
As alternativas a) e b) estão incorretas, pois não é qualquer pessoa,
trata-se de crime próprio. Portanto só a mãe pode ser o sujeito ativo,
relembrando que a depender do caso é possível o concurso de pessoas na
modalidade de coautoria ou participação.
c) correta.
Basta verificar a letra fria da lei: art. 123 - Matar, sob a influência do
estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após.
As alternativas d) e e) incorretas. Basta verificar o que traz em seu bojo o
Art. 129 - Lesão corporal de natureza grave
§ 1º - Se resulta: I - incapacidade para as ocupações habituais, por mais
de 30 (trinta) dias;

06. (VUNESP – SP – TJSP – Juiz Substituto – 2015) A respeito da


retratação nos crimes contra a honra, pode- -se afirmar que fica isento de
pena o querelado que, antes da sentença, retrata-se cabalmente
a) da calúnia ou difamação.

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

b) da calúnia, injúria ou difamação.


c) da injúria ou difamação.
d) da calúnia ou injúria.

Resposta: item A.
Comentário:
Como a calúnia e a difamação atingem a honra objetiva da vítima é
cabível a retratação. Já a injúria atinge a honra subjetiva da vítima.

07. (FCC – TJSC – Juiz Substituto – 2015) Considere a seguinte


conduta descrita: Publicar ilustração de recém-nascidos afrodescendentes
em fuga de sala da parto, associado aos dizeres de um personagem
(supostamente médico) de cor branca "Segurança! É uma fuga em
massa!". Tal conduta amolda-se à seguinte tipificação legal:
a) Não se amolda a tipificação legal por se tratar de ofensa social e não
de conteúdo racial.
b) Injúria, prevista no art. 140 do Código Penal.
c) Crime de racismo, previsto na Lei no 7.716/89.
d) Difamação, prevista no art. 139 do Código Penal.
e) Não se amolda a tipificação legal por se tratar de liberdade de
expressão − direito de charge.

Resposta: item C.
Comentário:
No caso prático da questão, a publicação destinou-se a ofender grupo
indeterminado de pessoas (recém-nascidos afrodescendentes),
caracteriza-se o CRIME RACISMO, mais especificamente o descrito no art.
20, §2º, da Lei de Racismo.
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça,
cor, etnia, religião ou procedência nacional.
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio
dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza (...)

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

08. (VUNESP -SP – Juiz Substituto – TJPA - 2014) “X” é negro e


jogador de futebol profissional. Durante uma partida é chamado pelos
torcedores do time adversário de macaco e lhe são atiradas bananas no
meio do gramado. Caso sejam identificados os torcedores, é correto
afirmar que, em tese,
a) responderão pelo crime de preconceito de raça ou de cor, nos termos
da Lei n.º 7.716/89.
b) responderão pelo crime de racismo, nos termos da Lei n.º 7.716/89.
c) responderão pelo crime de difamação, nos termos do art. 139 do
Código Penal, entretanto, com o aumento de pena previsto na Lei n.º
7.716/89.
d) não responderão por crime algum, tendo em vista que esse tipo de
rivalidade entre as torcidas é própria dos jogos de futebol, restando
apenas a punição na esfera administrativa.
e) responderão pelo crime de injúria racial, nos termos do art. 140, § 3.º
do Código Penal.

Resposta: item E.
Comentário:
Nesse caso, a honra subjetiva do jogador foi lesada, de modo que em seu
interior teve um prejuízo.
Não se trata de racismo, pois não foi segregado por conta de sua raça,
mas esse elemento foi utilizado para menosprezar a pessoa em seu
interior, no sentimento que ela tem de si próprio.

09. (UFMT – Promotor de Justiça – MPMT - 2014) Sempronio, hígido


mentalmente, com o propósito inequívoco de ofender Mévio, perante
terceiros, qualifica-o de “vil, abjeto e burro”. A conduta de Sempronio
caracteriza
a) Crime de calúnia
b) Crime de injúria.

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

c) Crime de difamação.
d) Irrelevante penal.
e) Fato atípico.

Resposta: item B.
Comentário:
O crime cometido foi o de injúria, pois atingiu a honra subjetiva da vítima,
aquele sentimento que ela internaliza em relação a si própria. Houve uma
desonra específica e individualizada em relação à vítma.

10. (FCC – TRT2 – Técnico Judiciário – Segurança – 2014) No


Código Penal, nos crimes de injúria, infanticídio e lesão corporal, os bens
jurídicos tutelados são, respectivamente, a
a) honra, a vida e a integridade física.
b) vida, a honra e a integridade física.
c) honra, a integridade física e a vida.
d) integridade física, a vida e a honra.
e) vida, a integridade física e a honra.

Resposta: item A.
Comentário:
O crime de INJÚRIA - ofende a honra subjetiva da vítima
O crime de infanticídio - ofende a vida do recém-nascido, que está
ameaçado pela mãe em estado puerperal
O crime de lesão corporal - ofende a integridade física da vítima
lesionada.

11. (2016 - UFMT - TJ-MT - Analista Judiciário - Direito) Conforme


disposto na Lei n.º 9.099/1995 sobre a resposta do réu, assinale a
afirmativa INCORRETA.

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 46 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

A) É lícito ao réu, na reconvenção, formular pedidos em seu favor,


fundados nos mesmos fatos objetos da controvérsia.
B) É lícito ao réu, na contestação oral ou escrita, abordar toda a matéria
de defesa.
C) Ao autor da ação é facultada a resposta do pedido do réu na própria
audiência.
D) Ao réu é vedada a arguição de suspeição ou impedimento do juiz na
contestação, devendo confeccionar peça específica.

Comentários:
A Lei menciona no seu art. 17 que comparecendo inicialmente ambas as
partes, instaurar-se-á, desde logo, a sessão de conciliação, dispensados o
registro prévio de pedido e a citação. E, havendo pedidos contrapostos,
poderá ser dispensada a contestação formal e ambos serão apreciados
na mesma sentença.
Outra coisa, a norma deixa evidente que não se admitirá a reconvenção.
A contestação, que será oral ou escrita, conterá toda matéria de defesa,
exceto arguição de suspeição ou impedimento do Juiz, que se processará
na forma da legislação em vigor.
Gabarito: A.

12. (2016 - UFMT - TJ-MT - Técnico Judiciário) De acordo com Lei


n.º 9.099, de 26 de setembro de 1995, Juizados Especiais cíveis,
poderá propor ação no Juizado Especial:
A) O microempreendedor.
B) O Município.
C) O preso.
D) A massa falida.

Comentários:
Segundo a norma, somente serão admitidas a propor ação perante o
Juizado Especial:

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 47 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

 as pessoas físicas capazes, excluídos os cessionários de direito de


pessoas jurídicas;
 as pessoas enquadradas como microempreendedores
individuais, microempresas e empresas de pequeno porte na forma
da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006;
 as pessoas jurídicas qualificadas como Organização da Sociedade
Civil de Interesse Público, nos termos da Lei no 9.790, de 23 de
março de 1999;
 as sociedades de crédito ao microempreendedor, nos termos do
art. 1o da Lei no 10.194, de 14 de fevereiro de 2001.
Gabarito: A.

13. (CESPE - 2013 - TJ-MA – Juiz) Alberto foi abordado em


barreira policial quando conduzia regularmente seu veículo
automotor em via pública urbana de grande circulação. Maurílio,
policial rodoviário, solicitou a Alberto que lhe apresentasse o
licenciamento anual do veículo, tendo este lhe informado ter
esquecido o documento em sua residência. O policial esclareceu
que o veículo seria recolhido ao depósito do DETRAN caso nenhum
familiar ou conhecido de Alberto levasse, de imediato, ao local a
referida documentação. Alberto, atrasado para um compromisso
de trabalho ao qual não poderia faltar, ficou nervoso com a
situação e, alterando a voz, disse a Maurílio, em tom ríspido, que
consultasse o sistema de informação do referido departamento de
trânsito, no qual o nome de Alberto com certeza constaria como
proprietário do veículo, e ainda chamou Maurílio de imbecil.
Nessa situação hipotética,
A) ficando comprovado que Alberto ostenta condenação anterior
transitada em julgado por crime de ameaça, na qual tenha sido aplicada
pena de multa, não poderá ser admitida proposta de transação penal
oferecida pelo MP.

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 48 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

B) o MP poderá propor a Alberto pena restritiva de direitos ou multa, que,


embora não produza efeito de reincidência, constará do registro de
antecedentes criminais para impedimento do mesmo benefício no prazo
de cinco anos.
C) Alberto responderá criminalmente em juízo por crime de desacato,
podendo ser obtida composição civil entre as partes, reduzida a termo por
escrito e homologada pelo juiz mediante sentença irrecorrível, que terá
eficácia de título a ser executado no juízo civil competente.
D) caso seja oferecida pelo MP proposta de pena restritiva de direitos
consistente em prestação pecuniária em favor de Maurílio e Alberto a
aceite, será homologado acordo pelo juiz, que o reduzirá a termo por
escrito, produzindo-se efeitos no juízo cível competente.

Comentários:
Diz o art. 76, § 4º da Lei 9.099/95: "Acolhendo a proposta do Ministério
Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de
direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada
apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco
anos". Dessa forma, o Ministério Público poderá propor a Alberto pena
restritiva de direitos ou multa, que, embora não produza efeito de
reincidência. Segundo a doutrina, no caso de infração penal de menor
potencial ofensivo há procedimento específico regulado pela Lei 9.099/95;
trata-se de procedimento bifásico: fase preliminar e fase judicial. Na fase
preliminar, o primeiro objetivo é a tentativa da composição civil das
partes que, sendo possível afastar a punibilidade do agente em duas
hipóteses: no caso de ação penal privada e no caso de ação penal
pública condicionada. Já, tratando-se de ação penal pública
incondicionada, no entanto, apenas a composição civil das partes não tem
o condão de afastar a punibilidade do agente. “O Ministério Público deverá
tentar a transação penal, que está disciplinada no art. 76 da mesma lei."
Gabarito: B.

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 49 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

14. (FCC - 2013 - TJ-PE – Juiz) No tocante à transação penal,


julgue os itens,
Incabível a proposta no caso de ter sido o autor da infração condenado,
pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, ainda que não
definitiva a sentença.

Comentários:
Pessoal, vamos falar mais um pouco sobre transação penal. Sendo ação
penal de iniciativa pública, obtida ou não a composição civil, o MP
deverá fazer a proposta de transação penal. Já nos casos de ação penal
pública condicionada, a proposta de transação penal somente será
possível se não houver a composição civil e se tiver sido oferecida a
representação. Mesmo assim, o MP somente deverá fazer a proposta de
transação penal se considerar que há elementos suficientes para o
oferecimento da denúncia, caso o autor do fato não aceite a proposta
de transação penal. Como a aceitação da proposta da transação penal
importará no cumprimento de uma pena, restritiva de direito ou de multa,
não pode ser formulada a proposta nos casos em que a denúncia seja
inviável. Se o Promotor de Justiça entender que não há elementos para o
oferecimento da denúncia, deverá pedir o arquivamento do termo
circunstanciado, em vez de formular proposta de transação penal.
Gabarito: E.

15. (FCC - 2013 - TJ-PE – Juiz) No tocante à transação penal,


julgue os itens,
A imposição da sanção não constará de certidão de antecedentes
criminais, salvo registro para impedir nova concessão do beneficio no
prazo de cinco anos.

Comentários:
Isso mesmo, vejamos:

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 50 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

“Art. 76 (...) § 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º


deste artigo não constará de certidão de antecedentes
criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo,
e não terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação
cabível no juízo cível.
§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo
autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos
ou multa, que não importará em reincidência, sendo
registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefício
no prazo de cinco anos.”
Gabarito: C.

16. (FCC - 2013 - TJ-PE – Juiz) No tocante à transação penal,


julgue os itens,
Incabível a proposta no caso de o agente ter sido beneficiado
anteriormente nos mesmos moldes, no prazo de cinco anos, pela
aplicação de pena restritiva.

Comentários:
Isso mesmo, vejamos a literalidade:
“Art.76 (...)§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:
I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à
pena privativa de liberdade, por sentença definitiva;
II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de
cinco anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos
deste artigo;
III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a
personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser
necessária e suficiente a adoção da medida.”
Gabarito: C.

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 51 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

17. (FCC - 2013 - TJ-PE – Juiz) No tocante à transação penal,


julgue os itens,
A imposição da sanção não terá efeitos civis, cabendo aos interessados
propor ação cabível no juízo cível.

Comentários:
Pessoal, o art. 76 da Lei é muito importante, viram como as
bancas gostam de cobrar ele. No caso acima está correto, vejamos:
“art. 76 (...)§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º
deste artigo não constará de certidão de antecedentes
criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e
não terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação
cabível no juízo cível.”
Gabarito: C.

18. (FCC - 2013 - TJ-PE – Juiz) No tocante à transação penal,


julgue os itens,
A aplicação de pena restritiva de direitos não importará em reincidência.

Comentários:
Mais uma vez! Vejamos:
“art. 76 (...) § 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo
autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa,
que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir
novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.”
Gabarito: C.

19. (IESES - 2012 - TJ-RN - Titular de Serviços de Notas e de


Registros) Julgue os itens,
Aplicar-se-á o procedimento sumaríssimo para as infrações penais de
menor potencial ofensivo tipificadas na Lei 9.099/95.

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 52 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

Comentários:
Aparentemente parece estar certa, mas a Lei 9099 não traz tipos penais,
assim, o processo sumaríssimo se aplica às infrações de menor potencial
ofensivo e não às infrações tipificadas na lei 9099, pois ela não tipifica
condutas.
“Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo,
para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei
comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com
multa. (Redação dada pela Lei nº 11.313, de 2006)”
Gabarito: E.

20. (CESPE - 2012 - PC-AL - Delegado de Polícia) Com base na


interpretação doutrinária majoritária e no entendimento dos
tribunais superiores, julgue os itens.
Para a aplicação dos benefícios da lei dos juizados especiais no caso de
crime continuado ou concurso formal de crimes, deve-se analisar a pena
máxima com o aumento máximo previsto para cada uma dessas formas
de concurso.

Comentários:
Segundo a doutrina, "Cuidando-se de concurso formal ou crime
continuado (no tocante à análise do cabimento ou não da aplicação da Lei
9099/95), deve-se analisar a pena máxima com o aumento máximo
previsto para cada uma dessas formas de aumento (metade, para o
concurso formal; dois terços para o crime continuado simples; o triplo
para o crime continuado qualificado).
Da mesma forma, a jurisprudência do STJ:
"No caso de concurso de crimes, a pena considerada para fins de fixação
da competência do Juizado Especial Criminal, será o resultado da soma,
no caso de concurso material, ou a exasperação, na hipótese de concurso
formal ou crime continuado, das penas máximas cominadas aos delitos.
Com efeito, se desse somatório resultar um apenamento superior a 02

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 53 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

anos, fica afastada a competência do Juizado Especial Criminal" (AgRg no


Ag 1141224/SC, Rel. Min. FELIX FISCHER, t5, d.j. 04/12/2009)
Gabarito: E.

21. (FCC - 2010 - MPE-RS - Secretário de Diligências) Quanto às


disposições da Lei dos Juizados Especiais Criminais (Lei n°
9.099/95), julgue os itens.
As disposições da Lei não se aplicam no âmbito da Justiça Militar.

Comentários:
Isso mesmo! Vejamos a literalidade!
“Art.90-A - As disposições desta Lei não se aplicam no âmbito da Justiça
Militar.”
Gabarito: C.

22. (FCC - 2010 - MPE-RS - Secretário de Diligências) Quanto às


disposições da Lei dos Juizados Especiais Criminais (Lei n°
9.099/95), julgue os itens.
A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi
praticada a infração penal.

Comentários:
Isso mesmo, vejamos:
“Art.63 - A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que
foi praticada a infração penal.”
Gabarito: C.

23. (FCC - 2010 - MPE-RS - Secretário de Diligências) Quanto às


disposições da Lei dos Juizados Especiais Criminais (Lei n°
9.099/95), julgue os itens.

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 54 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

Os conciliadores são auxiliares da Justiça, que exercem funções na


administração da Justiça Criminal, excluídos os Bacharéis em Direito.

Comentários:
A lei é clara, diz: “preferencialmente entre os bacharéis em Direito”,
vejamos:
“Art.73 § único - Os conciliadores são auxiliares da Justiça, recrutados, na
forma da lei local, preferencialmente entre bacharéis em Direito, excluídos
os que exercem funções na administração da Justiça Criminal.”
Gabarito: E.

24. (FCC - 2010 - MPE-RS - Secretário de Diligências) Quanto às


disposições da Lei dos Juizados Especiais Criminais (Lei n°
9.099/95), julgue os itens.
Dos atos praticados em audiência considerar-se-ão desde logo cientes as
partes, os interessados e defensores.

Comentários:
Isso mesmo, vejamos:
“Art.67 § - Dos atos praticados em audiência considerar-se-ão desde logo
cientes as partes, os interessados e defensores.”
Gabarito: C.

25. (FCC - 2010 - MPE-RS - Secretário de Diligências) Quanto às


disposições da Lei dos Juizados Especiais Criminais (Lei n°
9.099/95), julgue os itens.
No procedimento sumário, os embargos de declaração serão opostos por
escrito ou oralmente, no prazo de cinco dias, contados da ciência da
decisão.

Comentários:

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 55 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

Pessoal, aqui discordo do gabarito da banca, pois o procedimento é


sumaríssimo e não sumário ok?
“Seção III
Do procedimento Sumaríssimo
Art. 83 (...) § 1º - Os embargos de declaração serão opostos por escrito
ou oralmente, no prazo de 5 (cinco) dias, contados da ciência da decisão.”
Outra coisa, falando em art. 83, fiquem atentos, pois em 2015 tivemos
alterações. A nova redação deixa evidente que os embargos de declaração
interrompem o prazo para a interposição de recurso.
Gabarito: C.

26. (MPE-MG - 2010 - MPE-MG - Promotor de Justiça - 50º


Concurso) Do ponto de vista objetivo, fará jus à suspensão
condicional do processo (art. 89, Lei n. 9.099/95):
A) o funcionário público que, por imprudência, brincando com uma arma
de fogo, mata uma criança com disparo na cabeça.
B) o comerciante que, por imprudência, conduzindo automóvel em
velocidade superior à permitida e sob a influência de álcool, provoca
colisão no trânsito e causa a morte de passageiro de outro veículo, único
dos envolvidos que se encontrava sem o cinto de segurança.
C) o funcionário público que compra uma CNH falsa, mediante expectativa
de que é produzida com papel autêntico e com prontuário registrado no
órgão de trânsito, apresentando-a a policial rodoviário numa blitz.
D) o comerciante que expõe à venda, numa banca do shopping Oiapoque,
em Belo Horizonte, 400 CD's piratas, cópias não autorizadas de álbum
fonográfico de músico estrangeiro, com violação de direito de autor.

Comentários:
Trata-se de uma questão bem difícil, pois tem que saber as penas. A
suspensão condicional do processo: pena mínima cominada igual ou
inferior a 01 ano; acusado não estiver sendo processado e não tenha sido
condenado. No caso da letra “A”, temos homicídio culposo: detenção, de

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 56 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

01 a 03 anos (art. 121, § 3.º, CP), já na letra “B”, homicídio culposo na


direção de veículo automotor: detenção, de 02 a 04 anos (art. 302, Lei
9.503/97). Seguindo, a letra “C”, falsificação de documento público:
reclusão, de 02 a 06 anos (art. 297, CP) e finalizando, a violação de
direito autoral (venda/lucro): reclusão, de 02 a 04 anos (art. 184, §
2.º,CP).
Gabarito: A.

27. (TRF 2ª 2012 - FCC - Técnico Judiciário - Área Administrativa)


Compete ao Juizado Especial Federal Cível processar, conciliar e julgar
causas da competência da Justiça Federal até o valor de sessenta salários
mínimos, dentre as quais, as causas para anulação ou cancelamento de
ato administrativo federal de natureza previdenciária.

Comentários:
Isso mesmo, caso seja cobrada, o examinador, muito provavelmente,
deverá trabalhar em cima da “Lei seca”, vejamos a literalidade:
“Art. 3º Compete ao Juizado Especial Federal Cível processar, conciliar e
julgar causas de competência da Justiça Federal até o valor de sessenta
salários mínimos, bem como executar as suas sentenças.”
Gabarito: C.

28. (2015 - CESPE - TJ-DF - Analista Judiciário - Judiciária) Julgue


o próximo item, referentes aos juizados especiais cíveis, à ação
civil pública e à reclamação.

Ao apresentar contestação em procedimento sumaríssimo dos juizados


especiais cíveis, as empresas de pequeno porte podem oferecer pedido
contraposto fundado nos mesmos fatos que constituem objeto da
controvérsia, devendo observar, também nesse caso, os limites de
competência em razão da matéria e de valor estabelecidos pela Lei n.º
9.099/1995.

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 57 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

Comentários:
A norma menciona (Lei 9.099/95), no seu art. 31, que não se admitirá a
reconvenção. É lícito ao réu, na contestação, formular pedido em seu
favor, nos limites do art. 3º desta Lei, desde que fundado nos mesmos
fatos que constituem objeto da controvérsia.
Gabarito: C.

29. (2015 - FGV - TJ-RO - adaptada) Sobre os Juizados Especiais


Cíveis, julgue os itens.
Pode figurar como parte do processo o menor absolutamente incapaz,
desde que representado por um dos pais ou pelo tutor.

Comentários:
Coloquei esta questão para trazer uma alteração que tivemos na Lei em
2014. Segundo a norma, somente serão admitidas a propor ação perante
o Juizado Especial:
 as pessoas físicas capazes, excluídos os cessionários de direito de
pessoas jurídicas;
 as pessoas enquadradas como microempreendedores individuais,
microempresas e empresas de pequeno porte na forma da Lei
Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006;
 as pessoas jurídicas qualificadas como Organização da Sociedade
Civil de Interesse Público, nos termos da Lei no 9.790, de 23 de
março de 1999;
 as sociedades de crédito ao microempreendedor, nos termos do
art. 1º da Lei no 10.194, de 14 de fevereiro de 2001.
Gabarito: E.

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 58 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

30. (2015 - VUNESP - TJ-MS - Juiz Substituto) Da sentença,


excetuada a homologatória de conciliação ou laudo arbitral,
caberá recurso
A) no prazo de 10 dias, contados da ciência da sentença, por petição
escrita ou oral, para o Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso do
Sul.
B) no prazo de 10 dias, contados da prolação da sentença, por petição
escrita, para o Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso do Sul.
C) no prazo de 15 dias, contados da ciência da sentença, por petição
escrita ou oral, para o Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso do
Sul.
D) no prazo de 15 dias, contados da prolação da sentença, por petição
escrita ou oral, para o próprio Juizado.
E) no prazo de 10 dias, contados da ciência da sentença, por petição
escrita, para o próprio Juizado.

Comentários:
A norma menciona, no seus arts. 41 e 42, que da sentença, excetuada a
homologatória de conciliação ou laudo arbitral, caberá recurso para o
próprio Juizado. O recurso será julgado por uma turma composta por
três Juízes togados, em exercício no primeiro grau de jurisdição,
reunidos na sede do Juizado. No recurso, as partes serão
obrigatoriamente representadas por advogado. O recurso será
interposto no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença,
por petição escrita, da qual constarão as razões e o pedido do
recorrente. O preparo será feito, independentemente de intimação,
nas quarenta e oito horas seguintes à interposição, sob pena de deserção.
Gabarito: E.

31. (2016 – VUNESP - MPE-SP - Oficial de Promotoria I) Pela regra


do art. 61 da Lei no 9.099/95, assinale a alternativa que traz pena
que corresponde à infração penal de menor potencial ofensivo.

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 59 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

A) Detenção de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa


B) Reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos.
C) Detenção de 6 (seis) meses a 4 (quatro) anos.
D) Detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos.
E) Reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Comentários:
Segundo o art. 61º da Lei: “consideram-se infrações penais de menor
potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os
crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 anos,
cumulada ou não com multa”.
Gabarito: A.

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 60 de 61


Jurisprudências (STF e STJ) L. Penais, D. Penal e D. Processual Penal p/ Carreiras Policiais.
Teoria e Exercícios
Professores - Alexandre Herculano e Vinícius Silva Aula 08

01.E 02.E 03.E 04.B 05.C


06.A 07.C 08.E 09.B 10.A
11.A 12.A 13.B 14.E 15.C
16.C 17.C 18.C 19.E 20.E
21.C 22.C 23.E 24.C 25.C
26.A 27.C 28.C 29.E 30.E
31.A

Profs. Herculano e Vinícius www.estrategiaconcursos.com.br 61 de 61

Você também pode gostar