Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Jurisprudências STF e STJ: Leis Penais, Direito Penal e Processo Penal p/ Carreiras
Policiais
SUMÁRIO PÁGINA
1. Crimes contra as pessoas 1
2. Lei nº 9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais 23
Criminais).
3. Questões propostas 30
4. Questões comentadas 40
5. Gabarito 61
Vamos iniciar agora a parte especial do Código Penal - CP. É nessa parte
do Direito Penal que estudamos os crimes em espécie, lembrando que
existem crimes previstos ainda na legislação penal extravagante, que
você já vem estudando desde o início do nosso curso.
A parte especial do CP inicia com os crimes contra a pessoa e vamos ver
aqui as principais jurisprudências ligadas a esses crimes, como o
Homicídio, Aborto, Lesões Corporais, Crimes Contra a Honra e Crimes
Contra a Liberdade Individual.
1.1 Homicídio
O Homicídio é um dos crimes mais comuns em provas para carreiras
policiais, é um crime que ocorre muito no dia a dia da atividade policial,
então as bancas cobram muito que o candidato saiba como se processa o
crime em comento e ainda as principais jurisprudências relativas ao tema.
Vamos iniciar com um julgado de 2015, ou seja, bem atual, acerca do
motivo torpe. Mas antes vamos verificar o que o CP prevê quando o
assunto é Homicídio.
Homicídio simples
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
Homicídio culposo
Aumento de pena
O que o julgado acima quer passar para o operador do Direito são duas
coisas:
Lesão corporal
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a
saúde de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Lesão corporal de natureza grave
§ 1º Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações
habituais, por mais de trinta dias;
II - perigo de vida;
Calúnia
Exceção da verdade
Difamação
Exceção da verdade
Injúria
Exclusão do crime
Retratação
Veja que o julgado é bem simples e menciona que para que seja
configurada a conduta delituosa de calúnia, deve verificar a verdadeira
intenção do agente delituoso, ou seja, a simples imputação de conduta
criminosa a outrem, sendo ela uma inverdade, não configura calúnia, se
feita em juízo para o fim de defender o seu cliente.
Para finalizar a nossa aula de hoje, mais um julgado versando
sobre a atividade profissional do advogado e a possível ocorrência de
crime contra a honra.
O advogado quando no desempenho de seu múnus,
frequentemente, manifesta-se de forma a configurar, pelo menos,
formalmente crimes contra a honra como a injúria ou a difamação.
Ocorre que o advogado possui imunidade profissional e não pode
ser limitado quando no exercício de suas funções, devendo a ele ser
garantida a não incidência nos delitos acima, por ausência de dolo, ou
seja, a verdadeira intenção, pelo menos, em tese, não é a de ferir a
honra.
3. Questões propostas
a) da calúnia ou difamação.
b) da calúnia, injúria ou difamação.
c) da injúria ou difamação.
d) da calúnia ou injúria.
d) não responderão por crime algum, tendo em vista que esse tipo de
rivalidade entre as torcidas é própria dos jogos de futebol, restando
apenas a punição na esfera administrativa.
e) responderão pelo crime de injúria racial, nos termos do art. 140, § 3.º
do Código Penal.
4. Questões comentadas
Resposta: incorreto.
Comentário:
O único crime que admite o cumprimento da pena em regime inicial
fechado é o do artigo 1º p. 7º da Lei de Tortura, os demais crimes não
necessariamente devem iniciar o seu cumprimento no regime fechado,
uma vez que isso violaria o princípio da individualização da pena, cabendo
apenas ao juiz e não ao legislador decidir o regime inicial de cumprimento
de pena em caso de crimes, ainda que hediondos, como é o caso da
questão.
Resposta: incorreto.
Comentário:
Resposta: item E.
Comentário:
a) Errada - O homicídio por motivo fútil não é causa de diminuição de
pena, mas sim uma qualificadora (art. 121, §2º, II) Lembre-se dos
julgados que foram comentados na aula de hoje sobre esse tema.
b) Errada – O crime de feminicídio (art. 121, §2º, VI) é o homicídio
qualificado contra a mulher baseado EM RAZÃO DE GÊNERO (isto é,
Resposta: item B.
Comentário:
Questão simples, basta verificar a leitura do art. 129, do CP:
Resposta: item C.
Comentário:
As alternativas a) e b) estão incorretas, pois não é qualquer pessoa,
trata-se de crime próprio. Portanto só a mãe pode ser o sujeito ativo,
relembrando que a depender do caso é possível o concurso de pessoas na
modalidade de coautoria ou participação.
c) correta.
Basta verificar a letra fria da lei: art. 123 - Matar, sob a influência do
estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após.
As alternativas d) e e) incorretas. Basta verificar o que traz em seu bojo o
Art. 129 - Lesão corporal de natureza grave
§ 1º - Se resulta: I - incapacidade para as ocupações habituais, por mais
de 30 (trinta) dias;
Resposta: item A.
Comentário:
Como a calúnia e a difamação atingem a honra objetiva da vítima é
cabível a retratação. Já a injúria atinge a honra subjetiva da vítima.
Resposta: item C.
Comentário:
No caso prático da questão, a publicação destinou-se a ofender grupo
indeterminado de pessoas (recém-nascidos afrodescendentes),
caracteriza-se o CRIME RACISMO, mais especificamente o descrito no art.
20, §2º, da Lei de Racismo.
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça,
cor, etnia, religião ou procedência nacional.
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio
dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza (...)
Resposta: item E.
Comentário:
Nesse caso, a honra subjetiva do jogador foi lesada, de modo que em seu
interior teve um prejuízo.
Não se trata de racismo, pois não foi segregado por conta de sua raça,
mas esse elemento foi utilizado para menosprezar a pessoa em seu
interior, no sentimento que ela tem de si próprio.
c) Crime de difamação.
d) Irrelevante penal.
e) Fato atípico.
Resposta: item B.
Comentário:
O crime cometido foi o de injúria, pois atingiu a honra subjetiva da vítima,
aquele sentimento que ela internaliza em relação a si própria. Houve uma
desonra específica e individualizada em relação à vítma.
Resposta: item A.
Comentário:
O crime de INJÚRIA - ofende a honra subjetiva da vítima
O crime de infanticídio - ofende a vida do recém-nascido, que está
ameaçado pela mãe em estado puerperal
O crime de lesão corporal - ofende a integridade física da vítima
lesionada.
Comentários:
A Lei menciona no seu art. 17 que comparecendo inicialmente ambas as
partes, instaurar-se-á, desde logo, a sessão de conciliação, dispensados o
registro prévio de pedido e a citação. E, havendo pedidos contrapostos,
poderá ser dispensada a contestação formal e ambos serão apreciados
na mesma sentença.
Outra coisa, a norma deixa evidente que não se admitirá a reconvenção.
A contestação, que será oral ou escrita, conterá toda matéria de defesa,
exceto arguição de suspeição ou impedimento do Juiz, que se processará
na forma da legislação em vigor.
Gabarito: A.
Comentários:
Segundo a norma, somente serão admitidas a propor ação perante o
Juizado Especial:
Comentários:
Diz o art. 76, § 4º da Lei 9.099/95: "Acolhendo a proposta do Ministério
Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de
direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada
apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco
anos". Dessa forma, o Ministério Público poderá propor a Alberto pena
restritiva de direitos ou multa, que, embora não produza efeito de
reincidência. Segundo a doutrina, no caso de infração penal de menor
potencial ofensivo há procedimento específico regulado pela Lei 9.099/95;
trata-se de procedimento bifásico: fase preliminar e fase judicial. Na fase
preliminar, o primeiro objetivo é a tentativa da composição civil das
partes que, sendo possível afastar a punibilidade do agente em duas
hipóteses: no caso de ação penal privada e no caso de ação penal
pública condicionada. Já, tratando-se de ação penal pública
incondicionada, no entanto, apenas a composição civil das partes não tem
o condão de afastar a punibilidade do agente. “O Ministério Público deverá
tentar a transação penal, que está disciplinada no art. 76 da mesma lei."
Gabarito: B.
Comentários:
Pessoal, vamos falar mais um pouco sobre transação penal. Sendo ação
penal de iniciativa pública, obtida ou não a composição civil, o MP
deverá fazer a proposta de transação penal. Já nos casos de ação penal
pública condicionada, a proposta de transação penal somente será
possível se não houver a composição civil e se tiver sido oferecida a
representação. Mesmo assim, o MP somente deverá fazer a proposta de
transação penal se considerar que há elementos suficientes para o
oferecimento da denúncia, caso o autor do fato não aceite a proposta
de transação penal. Como a aceitação da proposta da transação penal
importará no cumprimento de uma pena, restritiva de direito ou de multa,
não pode ser formulada a proposta nos casos em que a denúncia seja
inviável. Se o Promotor de Justiça entender que não há elementos para o
oferecimento da denúncia, deverá pedir o arquivamento do termo
circunstanciado, em vez de formular proposta de transação penal.
Gabarito: E.
Comentários:
Isso mesmo, vejamos:
Comentários:
Isso mesmo, vejamos a literalidade:
“Art.76 (...)§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:
I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à
pena privativa de liberdade, por sentença definitiva;
II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de
cinco anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos
deste artigo;
III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a
personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser
necessária e suficiente a adoção da medida.”
Gabarito: C.
Comentários:
Pessoal, o art. 76 da Lei é muito importante, viram como as
bancas gostam de cobrar ele. No caso acima está correto, vejamos:
“art. 76 (...)§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º
deste artigo não constará de certidão de antecedentes
criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e
não terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação
cabível no juízo cível.”
Gabarito: C.
Comentários:
Mais uma vez! Vejamos:
“art. 76 (...) § 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo
autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa,
que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir
novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.”
Gabarito: C.
Comentários:
Aparentemente parece estar certa, mas a Lei 9099 não traz tipos penais,
assim, o processo sumaríssimo se aplica às infrações de menor potencial
ofensivo e não às infrações tipificadas na lei 9099, pois ela não tipifica
condutas.
“Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo,
para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei
comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com
multa. (Redação dada pela Lei nº 11.313, de 2006)”
Gabarito: E.
Comentários:
Segundo a doutrina, "Cuidando-se de concurso formal ou crime
continuado (no tocante à análise do cabimento ou não da aplicação da Lei
9099/95), deve-se analisar a pena máxima com o aumento máximo
previsto para cada uma dessas formas de aumento (metade, para o
concurso formal; dois terços para o crime continuado simples; o triplo
para o crime continuado qualificado).
Da mesma forma, a jurisprudência do STJ:
"No caso de concurso de crimes, a pena considerada para fins de fixação
da competência do Juizado Especial Criminal, será o resultado da soma,
no caso de concurso material, ou a exasperação, na hipótese de concurso
formal ou crime continuado, das penas máximas cominadas aos delitos.
Com efeito, se desse somatório resultar um apenamento superior a 02
Comentários:
Isso mesmo! Vejamos a literalidade!
“Art.90-A - As disposições desta Lei não se aplicam no âmbito da Justiça
Militar.”
Gabarito: C.
Comentários:
Isso mesmo, vejamos:
“Art.63 - A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que
foi praticada a infração penal.”
Gabarito: C.
Comentários:
A lei é clara, diz: “preferencialmente entre os bacharéis em Direito”,
vejamos:
“Art.73 § único - Os conciliadores são auxiliares da Justiça, recrutados, na
forma da lei local, preferencialmente entre bacharéis em Direito, excluídos
os que exercem funções na administração da Justiça Criminal.”
Gabarito: E.
Comentários:
Isso mesmo, vejamos:
“Art.67 § - Dos atos praticados em audiência considerar-se-ão desde logo
cientes as partes, os interessados e defensores.”
Gabarito: C.
Comentários:
Comentários:
Trata-se de uma questão bem difícil, pois tem que saber as penas. A
suspensão condicional do processo: pena mínima cominada igual ou
inferior a 01 ano; acusado não estiver sendo processado e não tenha sido
condenado. No caso da letra “A”, temos homicídio culposo: detenção, de
Comentários:
Isso mesmo, caso seja cobrada, o examinador, muito provavelmente,
deverá trabalhar em cima da “Lei seca”, vejamos a literalidade:
“Art. 3º Compete ao Juizado Especial Federal Cível processar, conciliar e
julgar causas de competência da Justiça Federal até o valor de sessenta
salários mínimos, bem como executar as suas sentenças.”
Gabarito: C.
Comentários:
A norma menciona (Lei 9.099/95), no seu art. 31, que não se admitirá a
reconvenção. É lícito ao réu, na contestação, formular pedido em seu
favor, nos limites do art. 3º desta Lei, desde que fundado nos mesmos
fatos que constituem objeto da controvérsia.
Gabarito: C.
Comentários:
Coloquei esta questão para trazer uma alteração que tivemos na Lei em
2014. Segundo a norma, somente serão admitidas a propor ação perante
o Juizado Especial:
as pessoas físicas capazes, excluídos os cessionários de direito de
pessoas jurídicas;
as pessoas enquadradas como microempreendedores individuais,
microempresas e empresas de pequeno porte na forma da Lei
Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006;
as pessoas jurídicas qualificadas como Organização da Sociedade
Civil de Interesse Público, nos termos da Lei no 9.790, de 23 de
março de 1999;
as sociedades de crédito ao microempreendedor, nos termos do
art. 1º da Lei no 10.194, de 14 de fevereiro de 2001.
Gabarito: E.
Comentários:
A norma menciona, no seus arts. 41 e 42, que da sentença, excetuada a
homologatória de conciliação ou laudo arbitral, caberá recurso para o
próprio Juizado. O recurso será julgado por uma turma composta por
três Juízes togados, em exercício no primeiro grau de jurisdição,
reunidos na sede do Juizado. No recurso, as partes serão
obrigatoriamente representadas por advogado. O recurso será
interposto no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença,
por petição escrita, da qual constarão as razões e o pedido do
recorrente. O preparo será feito, independentemente de intimação,
nas quarenta e oito horas seguintes à interposição, sob pena de deserção.
Gabarito: E.
Comentários:
Segundo o art. 61º da Lei: “consideram-se infrações penais de menor
potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os
crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 anos,
cumulada ou não com multa”.
Gabarito: A.