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Prof.

: Carlos Rodrigues
Aula 1
O declínio dos Mitos
 Na história do
pensamento ocidental,
a filosofia nasce na
Grécia entre os séculos
VI e VII a.C.,
promovendo a
passagem do saber
mítico (alegórico) ao
pensamento racional
(logos).
 “Significa
precisamente que já
havia, de um lado,
uma lógica do mito
e que, de outro
lado, na realidade
filosófica ainda
está incluído o
poder do lendário”.

CHÂTELET, François. Do mito


ao pensamento racional. In:
História da filosofia, v. 1, p. 21.
 “ O mito se opõe ao logos como a fantasia à razão,
como a palavra que narra à palavra que demonstra.
Logos e mito são as duas metades da linguagem,
duas funções igualmente fundamentais da vida do
espírito. O logos, sendo uma argumentação,
pretende convencer. O logos é verdadeiro, no caso
de ser justo e conforme à “lógica”; é falso quando
dissimula alguma burla secreta (sofisma). Mas o
mito tem por finalidade apenas a si mesmo.
Acredita-se ou não nele, conforme a própria
vontade, mediante um ato de fé, caso pareça “belo”
ou verossímil, ou simplesmente porque se quer
acreditar. O mito, assim, atrai em torno de si toda a
parcela do irracional existente no pensamento
humano; por sua própria natureza, é aparentado à
arte, em todas as suas criações”.
GRIMAL, Pierre. A mitologia grega, p. 8-9.
Mitologia Grega
 Os gregos cultuavam uma
série de deuses (Zeus,
Hera, Ares, Atena etc.),
além de heróis ou
semideuses (Teseu,
Hércules, Perseu etc.).
 Eles criaram uma rica
mitologia, isto é, um
conjunto de lendas e
crenças que, de modo
simbólico, fornecem
explicações para a
realidade universal.
A Saga de Édipo
de Sófocles (496-406 a.C.) – dramaturgo grego
O Complexo de Édipo
de Sigmund Freud (1856-1939)
 “Conjunto organizado de desejos amorosos e hostis que a criança
experimenta relativamente aos pais. Sob a sua forma positiva, o
complexo apresenta-se como na história de Édipo Rei: desejo da morte
do rival, que é a personagem do mesmo sexo, e desejo sexual pela
personagem do sexo oposto. Sob sua forma negativa, apresenta-se
inversamente: amor pelo progenitor do mesmo sexo e ódio ciumento ao
progenitor do sexo oposto. Na realidade, estas duas formas encontram-
se em graus diversos na chamada forma completa do complexo de
Édipo.
Segundo Freud, o complexo de Édipo é vivido no seu período máximo
entre os três e cinco anos (...) O complexo de Édipo desempenha um
papel fundamental na estrutura da personalidade e na orientação do
desejo humano”.

LAPLANCHE, J. e PONTALIS, J. B. Vocabulário da psicanálise, p. 116.


O exercício da razão na pólis grega
 A pólis foi uma nova
forma de
organização social e
política desenvolvida
entre os séculos VIII
e VI a.C.
 Nela, eram os
cidadãos que
dirigiam os destinos
da cidade.
Ágora
 A prática constante da
discussão política em
praça pública pelos
cidadãos fez com que,
com o tempo, o
raciocínio bem
formulado e
convincente, se tornasse
o modo adotado para se
pensar sobre todas as
coisas, não só as questões
políticas.
 Segundo o historiador Jean-Pierre Vernant, o
nascimento da filosofia “relaciona-se de maneira
direta com o universo espiritual que nos pareceu
definir a ordem da cidade e se caracteriza
precisamente por (...) uma racionalização da vida
social”.
 Para Vernant, a razão grega é filha da cidade.

VERNANT, Jean-Pierre. As origens do pensamento


grego, p. 77 e 95.

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