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Lei da Vida

Lei dos Crimes Ambientais


Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 e
Decreto nº 6.514, de 22 de julho de 2008

Atualizações com as alterações dadas pela Lei nº 9.985, de 18 de julho


de 2000, pela Medida Provisória nº 2.163, de 23 de agosto de 2001,
pela Lei nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006, pela Lei nº 11.284,
de 2 de março de 2006, Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008,
pela Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, pelo Decreto nº 7.704, de 23
de dezembro de 2010 e pela Lei nº 12.408, de maio de 2011

2ª Edição
Revisada e Atualizada

Brasília
2014
Presidência da República Produção Editorial
Dilma Rousseff
Centro Nacional de Informação
Ambiental e Editoração
Ministério do Meio Ambiente
Izabella Teixeira Equipe Técnica
Capa
Instituto Brasileiro do Meio Lavoisier Salmon Neiva
Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis Diagramação
Volney Zanardi Júnior Carlos José e Paulo Luna
Organização e revisão
Diretoria de Planejamento, Enrique Calaf
Administração e Logística Maria José Teixeira
Edmundo Soares do Nascimento Filho Vitória Rodrigues
Ana Celia Luli
Centro Nacional de
Informação Ambiental Colaboração
e Editoração Waldir de Deus Pinto
Ricardo Augusto de Souza Ayres Lopes

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos


Naturais Renováveis – Ibama
Centro Nacional de Informação Ambiental e Editoração
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Catalogação na Fonte
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

I59g Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.


Lei da vida: Lei dos crimes ambientais: Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de
1998 e Decreto nº 6.514, de 22 de julho de 2008. /2º ed., revista e atualizada.
CNIA. – Brasília: Ibama, 2014.
64 p.

1. Legislação – Brasil. 2. Lei dos crimes ambientais. 3. Crime ambiental. I.


Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis –
Ibama. II. Centro Nacional de Informação Ambiental e Editoração - CNIA. IV.
Título.
CDU(2.ed.)349.6

Impresso no Brasil
Printed in Brazil
Apresentação

A importância da Lei dos Crimes Am- geoclimática e nunca houve tantas


bientais reside no fato de que, pela informações sobre o que gera a de-
primeira vez no Brasil, o crime am- gradação e sobre a necessidade da
biental passou a ser tipificado, com conservação ambiental. Por isso, a
possibilidade de sanção a quem agri- decisão de agredir o meio ambiente
de o meio ambiente. Para defender a é ainda mais séria e deve ser pu-
natureza é preciso combater o crime nida com maior rigor. Aquele que,
e a impunidade ambiental. deliberadamente, atua em interes-
Desde a sua promulgação, a so- se próprio, contra a natureza, ou,
ciedade brasileira amadureceu sua melhor dizendo, contra a própria
consciência ambiental. A regulamen- humanidade, é muito mais respon-
tação dessa lei, por meio do Decreto sável pelos seus atos do que há
nº 6.514/2008, é uma demonstração dez anos.
dessa maturidade, dando maior agili- A defesa do meio ambiente não
dade aos procedimentos administra- é tarefa apenas de alguns, mas
tivos e fazendo com que a punição de toda a sociedade. As pessoas
da ilegalidade seja mais rápida. estão cada vez mais conscientes da
Mais importante, porém, é o estabe- necessidade de preservar o meio
lecimento da perda dos instrumentos ambiente e os recursos naturais
utilizados no crime ambiental. Isso para as gerações futuras. Essa
modifica radicalmente a percepção é a única forma de preservarmos
de impunidade quando ocorre crime nossa própria espécie. Nesse
ambiental, transformando a lei em um sentido, sonho com o dia em que a
dos principais instrumentos legais no Lei dos Crimes Ambientais deixará
combate a quem degrada a natureza. de ser aplicada. Nesse dia, a
natureza será tão respeitada que
O mundo convive hoje com a possi- não haverá mais crime ambiental a
bilidade de uma grande modificação ser combatido.

Volney Zanardi Júnior


Presidente do Ibama

Lei dos crimes ambientais


Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998

Dispõe sobre as sanções penais e administrati-


vas derivadas de condutas e atividades lesivas
ao meio ambiente, e dá outras providências.

O Presidente da República representante legal ou contratual, ou


de seu órgão colegiado, no interesse
Faço saber que o Congresso Nacional
ou benefício de sua entidade.
decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Parágrafo único. A responsabilidade
CAPÍTULO I das pessoas jurídicas não exclui a
DISPOSIÇÕES GERAIS das pessoas físicas, autoras, co-au-
toras ou partícipes do mesmo fato.
Art. 4º Poderá ser desconsiderada
Art. 1º (VETADO)
a pessoa jurídica sempre que sua
Art. 2º Quem, de qualquer forma, personalidade for obstáculo ao res-
concorre para a prática dos crimes sarcimento de prejuízos causados
previstos nesta lei, incide nas penas à qualidade do meio ambiente.
a estes cominadas, na medida da sua
Art. 5º (VETADO)
culpabilidade, bem como o diretor, o
administrador, o membro de conse-
lho e de órgão técnico, o auditor, o CAPÍTULO II
gerente, o preposto ou mandatário DA APLICAÇÃO DA PENA
de pessoa jurídica, que, sabendo da
conduta criminosa de outrem, deixar
de impedir a sua prática, quando po- Art. 6º Para imposição e gradação da
dia agir para evitá-Ia. penalidade, a autoridade competen-
te observará:
Art. 3º As pessoas jurídicas serão
responsabilizadas administrativa, ci- I - a gravidade do fato, tendo em
vil e penalmente conforme o disposto vista os motivos da infração e suas
nesta lei, nos casos em que a infra- consequências para a saúde pública
ção seja cometida por decisão de seu e para o meio ambiente;

ANTES – Leis esparsas, de difícil aplicação.


HOJE – A legislação ambiental é consolidada. As penas têm uniformização e gradação adequadas e as infrações são
claramente definidas. 5
ANTES – Pessoa jurídica não era responsabilizada criminalmente (Art. 3º).
HOJE – Define a responsabilidade da pessoa jurídica, inclusive a penal, e responsabiliza também a pessoa física autora
ou coautora da infração (Art. 3º).

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II - os antecedentes do infrator quan- Art. 9º A prestação de serviços à co-
to ao cumprimento da legislação de munidade consiste na atribuição ao
interesse ambiental; condenado de tarefas gratuitas junto a
parques e jardins públicos e unidades
III - a situação econômica do infrator,
de conservação, e, no caso de dano
no caso de multa.
da coisa particular, pública ou tomba-
Art. 7º As penas restritivas de direitos da, na restauração desta, se possível.
são autônomas e substituem as pri-
Art. 10. As penas de interdição tempo-
vativas de liberdade quando:
rária de direito são a proibição de o con-
I - tratar-se de crime culposo ou for denado contratar com o Poder Público,
aplicada a pena privativa de liberda- de receber incentivos fiscais ou quais-
de inferior a quatro anos; quer outros benefícios, bem como de
II - a culpabilidade, os antecedentes, participar de licitações, pelo prazo de
a conduta social e a personalidade cinco anos, no caso de crimes dolosos,
do condenado, bem como os mo- e de três anos, no de crimes culposos.
tivos e as circunstâncias do crime Art. 11. A suspensão de atividades será
indicarem que a substituição seja su- aplicada quando estas não estiverem
ficiente para efeitos de reprovação e obedecendo às prescrições legais.
prevenção do crime.
Art. 12. A prestação pecuniária con-
Parágrafo único. As penas restriti- siste no pagamento em dinheiro à vi-
vas de direitos a que se refere este tima ou à entidade pública ou privada
artigo terão a mesma duração da com fim social, de importância, fixa-
pena privativa de liberdade substi- da pelo juiz, não inferior a um salário
tuída. mínimo nem superior a trezentos e
Art. 8º As penas restritivas de direito são: sessenta salários mínimos. O valor
pago será deduzido do montante de
I – prestação de serviços à comuni- eventual reparação civil a que for
dade; condenado o infrator.
II – interdição temporária de direitos; Art. 13. O recolhimento domiciliar
III - suspensão parcial ou total de ati- baseia-se na autodisciplina e senso
vidades; de responsabilidade do condenado,
que deverá, sem vigilância, trabalhar,
IV – prestação pecuniária; freqüentar curso ou exercer atividade
V – recolhimento domiciliar. autorizada, permanecendo recolhido

ANTES – A aplicação das penas alternativas era possível para crimes cuja pena privativa de liberdade fosse aplicada
até dois anos (Art. 7º,I).
HOJE – É possível substituir penas de prisão de até quatro anos por penas alternativas, como a prestação de serviços à
6 comunidade. A maioria das penas previstas em lei tem limite máximo de quatro anos (Art. 7º,I).
ANTES – Impossibilidade de aplicação direta de penas restritivas de direito e multa (Art. 7º a 13).
HOJE – A partir da constatação do dano ambiental, as penas alternativas ou a multa podem ser aplicadas imediatamente
(Art. 7º a 13).

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nos dias e horários de folga em resi- f) atingindo áreas urbanas ou quais-
dência ou em qualquer local destinado quer assentamentos humanos;
a sua moradia habitual, conforme es-
tabelecido na sentença condenatória. g) em período de defeso à fauna;

Art. 14. São circunstâncias que ate- h) em domingos ou feriados;


nuam a pena: i) à noite;
I - baixo grau de instrução ou escola- j) em épocas de seca ou inundações;
ridade do agente;
I) no interior do espaço territorial es-
II - arrependimento do infrator, mani- pecialmente protegido;
festado pela espontânea reparação
do dano, ou limitação significativa da m) com o emprego de métodos cru-
degradação ambiental causada; éis para abate ou captura de animais;
III - comunicação prévia pelo agente do n) mediante fraude ou abuso de con-
perigo iminente de degradação ambiental; fiança;
IV - colaboração com os agentes en- o) mediante abuso do direito de licença,
carregados da vigilância e do contro- permissão ou autorização ambiental;
le ambiental.
p) no interesse de pessoa jurídica
Art. 15. São circunstâncias que agra- mantida, total ou parcialmente, por
vam a pena, quando não constituem verbas públicas ou beneficiada por in-
ou qualificam o crime: centivos fiscais;
I – reincidência nos crimes de natu- q) atingindo espécies ameaçadas,
reza ambiental; listadas em relatórios oficiais das au-
II - ter o agente cometido a infração: toridades competentes;
a) para obter vantagem pecuniária; r) facilitada por funcionário público
no exercício de suas funções.
b) coagindo outrem para a execução
material da infração; Art. 16. Nos crimes previstos nes-
ta lei, a suspensão condicional da
c) afetando ou expondo a perigo, de pena pode ser aplicada nos casos
maneira grave, a saúde pública ou o
de condenação à pena privativa de
meio ambiente;
liberdade não superior a três anos.
d) concorrendo para danos à proprie-
dade alheia; Art. 17. A verificação da reparação a
que se refere o § 2º do art. 78 do Có-
e) atingindo áreas de unidades de con- digo Penal será feita mediante laudo
servação ou áreas sujeitas, por ato do de reparação do dano ambiental, e
Poder Público, a regime especial de as condições a serem impostas pelo
uso;

7
ANTES – A reparação do dano ambiental não extinguia a punibilidade (Art. 17).
HOJE – A punição é extinta com a apresentação do laudo que comprova a reparação do dano ambiental (Art. 17).

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juiz deverão relacionar-se com a pro- III - prestação de serviços à comu-
teção ao meio ambiente. nidade.
Art. 18. A multa será calculada se- Art. 22. As penas restritivas de direi-
gundo os critérios do Código Penal; tos da pessoa jurídica são:
se revelar-se ineficaz, ainda que apli-
I – suspensão parcial ou total de ati-
cada no valor máximo, poderá ser
vidades;
aumentada até três vezes, tendo em
vista o valor da vantagem econômica II – interdição temporária de estabe-
auferida. lecimento, obra ou atividade;
Art. 19. A perícia de constatação do III – proibição de contratar com o Po-
dano ambiental, sempre que pos- der Público, bem como dele obter
sível, fixará o montante do prejuízo subsídios, subvenções ou doações.
causado para efeitos de prestação § 1º A suspensão de atividades será
de fiança e cálculo de multa. aplicada quando estas não estive-
Parágrafo único. A perícia produ- rem obedecendo às disposições le-
zida no inquérito civil ou no juízo gais ou regulamentares, relativas à
cível poderá ser aproveitada no proteção do meio ambiente.
processo penal, instaurando-se o § 2º A interdição será aplicada quan-
contraditório. do o estabelecimento, obra ou ativi-
Art. 20. A sentença penal conde- dade estiver funcionando sem a de-
natória, sempre que possível, fixa- vida autorização, ou em desacordo
rá o valor mínimo para reparação com a concedida, ou com violação
dos danos causados pela infração, de disposição legal ou regulamentar.
considerando os prejuízos sofri- § 3º A proibição de contratar com o
dos pelo ofendido ou pelo meio Poder Público e dele obter subsí-
ambiente. dios, subvenções ou doações não
Parágrafo único. Transitada em julga- poderá exceder o prazo de dez
do a sentença condenatória, a execu- anos.
ção poderá efetuar-se pelo valor fixa- Art. 23. A prestação de serviços à co-
do nos termos do caput, sem prejuízo munidade pela pessoa jurídica con-
da liquidação para apuração do dano sistirá em:
efetivamente sofrido.
I – custeio de programas e de proje-
Art. 21. As penas aplicáveis isolada, tos ambientais;
cumulativa ou alternativamente às
pessoas jurídicas, de acordo com o II – execução de obras de recupera-
disposto no art. 3º, são: ção de áreas degradadas;
8 III – manutenção de espaços públicos;
I – multa;
II – restritivas de direitos; IV – contribuições a entidades am-
bientais ou culturais públicas.

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Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou § 3º Os produtos e subprodutos da
utilizada, preponderantemente, com o fauna não perecíveis serão destruí-
fim de permitir, facilitar ou ocultar a prá- dos ou doados a instituições científi-
tica de crime definido nesta Lei, terá de- cas, culturais ou educacionais.
cretada sua liquidação forçada, seu pa-
§ 4º Os instrumentos utilizados na
trimônio será considerado instrumento
prática da infração serão vendidos,
do crime e como tal perdido em favor
garantida a sua descaracterização
do Fundo Penitenciário Nacional.
por meio da reciclagem.

CAPÍTULO III
DA APREENSÃO DO PRODUTO E CAPÍTULO IV
DO INSTRUMENTO DE INFRAÇÃO DA AÇÃO E DO PROCESSO PENAL
ADMINISTRATIVA OU DE CRIME

Art. 26. Nas infrações penais previs-


Art. 25. Verificada a infração, serão tas nesta lei, a ação penal é pública
apreendidos seus produtos e instru- incondicionada.
mentos, lavrando-se os respectivos Parágrafo único. (VETADO)
autos.
Art. 27. Nos crimes ambientais de
§ 1º Os animais serão libertados em menor potencial ofensivo, a propos-
seu habitat ou entregues a jardins zoo- ta de aplicação imediata de pena
lógicos, fundações ou entidades asse- restritiva de direitos ou multa, pre-
melhadas, desde que fiquem sob a res- vista no art. 76 da Lei nº 9.099, de
ponsabilidade de técnicos habilitados. 26 de setembro de 1995, somente
§ 2º Tratando-se de produtos pere- poderá ser formulada desde que te-
cíveis ou madeiras, serão estes ava- nha havido a prévia composição do
liados e doados a instituições cien- dano ambiental, de que trata o art.
tíficas, hospitalares, penais e outras 74 da mesma Lei, salvo em caso de
com fins beneficentes.
1
comprovada impossibilidade.

1
Redação dada pela Medida Provisória nº 62, de 2002, prejudicada pelo Ato de 20 de novembro de 2002, pela não
conversão em lei.

ANTES – A pessoa jurídica não tinha decretada a liquidação quando cometia infração ambiental (Art. 24).
HOJE – Pode ter liquidação forçada no caso de ser criada e/ou utilizada para permitir, facilitar ou ocultar crime definido na
lei. O patrimônio é transferido para o Patrimônio Penitenciário Nacional (Art. 24). 9
ANTES – A destinação dos produtos e instrumentos não era bem definida (Art. 25).
HOJE – Os produtos e subprodutos da flora e fauna podem ser doados ou destruídos, e os instrumentos utilizados na infração
podem ser vendidos, garantida a sua descaracterização por meio da reciclagem (Art. 25).

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Art. 28. As disposições do art. 89 da sado tomado as providências neces-
Lei nº 9.099, de 26 de setembro de sárias à reparação integral do dano.
1995, aplicam-se aos crimes de me-
nor potencial ofensivo definidos nesta
CAPÍTULO V
Lei, com as seguintes modificações: DOS CRIMES CONTRA
I – a declaração de extinção de puni- O MEIO AMBIENTE
bilidade, de que trata o § 5º do artigo
referido no caput, dependerá de lau- Seção I
do de constatação de reparação do Dos Crimes Contra a Fauna2
dano ambiental, ressalvada a impos-
sibilidade prevista no inciso I do § 1º
do mesmo artigo; Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apa-
nhar, utilizar espécimes da fauna sil-
II – na hipótese de o laudo de consta- vestre, nativos ou em rota migratória,
tação comprovar não ter sido completa sem a devida permissão, licença ou
a reparação, o prazo de suspensão do autorização da autoridade compe-
processo será prorrogado, até o perío- tente, ou em desacordo com a obti-
do máximo previsto no artigo referido da:
no caput, acrescido de mais um ano,
com suspensão do prazo da prescri- Pena – detenção de seis meses a
ção; um ano, e multa.
III – no período de prorrogação, não § 1º Incorre nas mesmas penas:
se aplicarão as condições dos inci- I – quem impede a procriação da fau-
sos lI, III e IV do § 1 do artigo men- na, sem licença, autorização ou em
cionado no caput; desacordo com a obtida;
IV – findo o prazo de prorrogação, pro- II – quem modifica, danifica ou destrói
ceder-se-á à lavratura de novo laudo ninho, abrigo ou criadouro natural;
de constatação de reparação do dano
ambiental, podendo, conforme seu re- III – quem vende, expõe à venda,
sultado, ser novamente prorrogado o exporta ou adquire, guarda, tem em
período de suspensão, até o máximo cativeiro ou depósito, utiliza ou trans-
previsto no inciso II deste artigo, ob- porta ovos, larvas ou espécimes da
servado o disposto no inciso III; fauna silvestre, nativa ou em rota
migratória, bem como produtos e ob-
V – esgotado o prazo máximo de pror- jetos dela oriundos, provenientes de
rogação, a declaração de extinção de criadouros não autorizados ou sem a
punibilidade dependerá de laudo de devida permissão, licença ou autori-
constatação que comprove ter o acu- zação da autoridade competente.

10

2
A Lei nº 5.197, de 3 de janeiro de 1967, dispõe sobre a proteção da fauna e dá outras providências.

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§ 2º No caso de guarda doméstica § 6º As disposições deste artigo não
de espécie silvestre não considerada se aplicam aos atos de pesca.
ameaçada de extinção, pode o juiz, Art. 30. Exportar para o exterior pe-
considerando as circunstâncias, dei- les e couros de anfíbios e répteis em
xar de aplicar a pena. bruto, sem a autorização da autori-
§ 3º São espécimes da fauna sil- dade ambiental competente.
vestre todos aqueles pertencentes Pena - reclusão, de um a três anos,
às espécies nativas, migratórias e e multa.
quaisquer outras, aquáticas ou ter-
restres, que tenham todo ou parte Art. 31. Introduzir espécime animal
de seu ciclo de vida ocorrendo den- no País, sem parecer técnico oficial
tro dos limites do território brasilei- favorável e licença expedida por au-
toridade competente:
ro, ou águas jurisdicionais brasilei-
ras. Pena – detenção, de três meses a
um ano, e multa.
§ 4º A pena é aumentada de metade,
se o crime é praticado: Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-
tratos, ferir ou mutilar animais silves-
I – contra espécie rara ou considera- 3
tres, domésticos ou domesticados,
da ameaçada de extinção, ainda que nativos ou exóticos:
somente no local da infração;
Pena – detenção, de três meses a
II – em período proibido à caça; um ano, e multa.
III – durante a noite; § 1º Incorre nas mesmas penas quem
IV – com abuso de licença; realiza experiência dolorosa ou cruel
em animal vivo, ainda que para fins
V – em unidade de conservação; didáticos ou científicos, quando exis-
VI – com emprego de métodos ou tirem recursos alternativos.
instrumentos capazes de provocar § 2º A pena é aumentada de um sexto
destruição em massa. a um terço, se ocorre morte do animal.
§ 5º A pena é aumentada até o triplo, Art. 33. Provocar, pela emissão de
se o crime decorre do exercício de efluentes ou carreamento de mate-
caça profissional. riais, o perecimento de espécimes da

3
O Decreto nº 24.645, de 10 de julho de 1934, estabelece medidas de proteção aos animais.
• Esse Decreto foi revogado pelo Decreto nº 11, de 18 de janeiro de 1991, mas considerando que o Decreto nº 24.645, tem
força de lei, a revogação fica sem efeito legal.

ANTES – Maus-tratos contra animais domésticos e domesticados era simples contravenção (Art. 32).
HOJE – Além dos maus-tratos, o abuso contra esses animais, bem como aos nativos ou exóticos, passa a ser crime (Art. 32).
ANTES – Não havia disposições claras relativas a experiências realizadas com animais (Art. 32, §1º). 11
HOJE – Experiências dolorosas ou cruéis em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, são consideradas
crimes, quando existirem recursos alternativos (Art. 32, §1º).

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fauna aquática existentes em rios, la- I – pesca espécies que devam ser
gos, açudes, lagoas, baías ou águas preservadas ou espécimes com ta-
jurisdicionais brasileiras: manhos inferiores aos permitidos;
Pena – detenção, de um a três anos, II – pesca quantidades superiores às
ou multa, ou ambas cumulativamen- permitidas, ou mediante a utilização
te. de aparelhos, petrechos, técnicas e
métodos não permitidos;
Parágrafo único. Incorre nas mes-
mas penas: III – transporta, comercializa, bene-
ficia ou industrializa espécimes pro-
I – quem causa degradação em vi-
venientes da coleta, apanha e pesca
veiros, açudes ou estações de aqüi-
proibidas.
cultura de domínio público;
Art. 35. Pescar mediante a utiliza-
II – quem explora campos naturais
ção de:
de invertebrados aquáticos e algas,
sem licença, permissão ou autoriza- I – explosivos ou substâncias que, em
ção da autoridade competente; contato com a água, produzam efeito
semelhante;
III – quem fundeia embarcações ou
lança detritos de qualquer natureza II – substâncias tóxicas, ou outro
sobre bancos de moluscos ou corais, meio proibido pela autoridade com-
devidamente demarcados em carta petente:
náutica. Pena – reclusão de um ano a cinco
Art. 34. Pescar em período no qual anos.
a pesca seja proibida ou em lugares Art. 36. Para os efeitos desta Lei,
interditados por órgão competente:4 considera-se pesca todo ato tenden-
Pena – detenção, de um ano a três te a retirar, extrair, coletar, apanhar,
anos, ou multa, ou ambas as penas apreender ou capturar espécimes
cumulativamente. dos grupos dos peixes, crustáceos,
moluscos e vegetais hidróbios, sus-
Parágrafo único. Incorre nas mes- cetíveis ou não de aproveitamento
mas penas quem: econômico, ressalvadas as espécies

4 Lei nº 7.643, de 18 de dezembro de 1987, proíbe a pesca de cetáceos nas águas jurisdicionais brasileiras, e dá outras

providências.
• Lei nº 7.679, de 23 de novembro de 1988, dispõe sobre a proibição da pesca de espécies em períodos de reprodução e dá
outras providências.
• Decreto-Lei nº 221, de 28 de fevereiro de 1967, dispõe sobre a proteção e estímulos à pesca e dá outras providências.

12 ANTES – Pescar em período de defeso, de piracema, abaixo do tamanho mínimo de captura e em quantidades superiores
às permitidas era infração administrativa (Art. 34).
HOJE – Pescar em período de defeso, de piracema, abaixo do tamanho mínimo de captura e em quantidades superiores
às permitidas constitui crime (Art. 34).

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ameaçadas de extinção, constantes Parágrafo único. Se o crime for culpo-
nas listas oficiais de fauna e da flora. so, a pena será reduzida à metade.
Art. 37. Não é crime o abate de ani- Art. 38-A. Destruir ou danificar ve-
mal, quando realizado: getação primária ou secundária, em
estágio avançado ou médio de re-
I – em estado de necessidade, para
generação, do Bioma Mata Atlânti-
saciar a fome do agente ou de sua
ca, ou utilizá-la com infringência das
família;
normas de proteção:6
II – para proteger lavouras, poma-
Pena – detenção, de (1) um a (3)
res e rebanhos da ação predatória
três anos, ou multa, ou ambas as
ou destruidora de animais, desde
penas cumulativamente.
que legal e expressamente autori-
zado pela autoridade competente; Parágrafo único. Se o crime for cul-
poso, a pena será reduzida à me-
III – (VETADO)
tade.
IV – por ser nocivo o animal, desde
Art. 39. Cortar árvores em floresta
que assim caracterizado pelo órgão
considerada de preservação perma-
competente.
nente, sem permissão da autorida-
de competente:
Seção II
5
Dos Crimes Contra a Flora Pena – detenção, de um a três
anos, ou multa, ou ambas as penas
Art. 38. Destruir ou danificar floresta cumulativamente.
considerada de preservação perma- Art. 40. Causar dano direto ou indire-
nente, mesmo que em formação, ou to às Unidades de Conservação e às
utilizá-la com infringência das nor- áreas de que trata o art. 27 do Decreto
mas de proteção: 7
nº 99.274, de 6 de junho de 1990, in-
Pena – detenção, de um a três dependentemente de sua localização:
anos, ou multa, ou ambas as penas Pena – reclusão, de um a cinco anos.
cumulativamente.

5 A Lei n 4.771, de 15 de setembro de 1965, institui o novo Código Florestal.


6 Artigo 38-A, pena e parágrafo único acrescidos pela Lei nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006.
7
O Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, regulamenta a Lei nº 6.902, de 27 de abril de 1981, e a Lei nº 6.938, de 31 de agosto
de 1981, que dispõem, respectivamente, sobre a criação de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental e sobre a
Política Nacional do Meio Ambiente, e dá outras providências.

ANTES – Matar animal da fauna silvestre mesmo para se alimentar era crime inafiançável (Art. 37, I).
HOJE – Matar animal continua sendo crime. No entanto, para saciar a fome do agente ou de sua família, a lei descriminaliza
o abate (Art. 37, I).
13
ANTES – Desmatamentos ilegais e outras infrações contra a flora eram consideradas contravenções (Art. 38).
HOJE – O desmatamento em áreas de preservação permanente ou de especial preservação, não autorizado, agora é
crime, além de ficar sujeito a pesadas multas (Art. 38).

Lei dos crimes ambientais


§ 1º Entende-se por Unidades de Art. 41. Provocar incêndio em mata
Conservação de Proteção Integral ou floresta:
as Estações Ecológicas, as Reser-
Pena – reclusão, de dois a quatro
vas Biológicas, os Parques Nacio-
anos, e multa.
nais, os Monumentos Naturais e os
Refúgios de Vida Silvestre.8 Parágrafo único. Se o crime é cul-
poso, a pena é de detenção de seis
§ 2º A ocorrência de dano afetando
meses a um ano, e multa.
espécies ameaçadas de extinção no
interior das Unidades de Conserva- Art. 42. Fabricar, vender, transportar
ção de Proteção Integral será con- ou soltar balões que possam provo-
siderada circunstância agravante car incêndios nas florestas e demais
para a fixação da pena. formas de vegetação, em áreas ur-
banas ou qualquer tipo de assenta-
§ 3º Se o crime for culposo, a pena
mento humano:
será reduzida à metade.
Pena – detenção de um a três anos,
Art. 40-A. (VETADO)9
ou multa, ou ambas as penas cumu-
§ 1º Entende-se por Unidades de lativamente.
Conservação de Uso Sustentável
Art. 43. (VETADO)
as Áreas de Proteção Ambiental, as
Áreas de Relevante Interesse Eco- Art. 44. Extrair de florestas de do-
lógico, as Florestas Nacionais, as mínio público ou consideradas de
Reservas Extrativistas, as Reservas preservação permanente, sem pré-
de Fauna, as Reservas de Desenvol- via autorização, pedra, areia, cal ou
vimento Sustentável e as Reservas qualquer espécie de minerais:
Particulares do Patrimônio Natural.
Pena – detenção, de seis meses a
§ 2º A ocorrência de dano afetando um ano, e multa.
espécies ameaçadas de extinção
Art. 45. Cortar ou transformar em
no interior das Unidades de Con-
carvão madeira de lei, assim classi-
servação de Uso Sustentável será
ficada por ato do Poder Público, para
considerada circunstância agravan-
fins industriais, energéticos ou para
te para a fixação da pena.
qualquer outra exploração, econô-
§ 3º Se o crime for culposo, a pena mica ou não, em desacordo com as
será reduzida à metade. determinações legais:

8
§§ 1º e 2º do art. 40 com redação dada pela Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000.
9
Art. 40-A e seus §§ 1º a 3º acrescidos pela Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000.

14 ANTES – A prática de soltura de balões não era punida de forma clara (Art. 42).
HOJE – Fabricar, vender, transportar ou soltar balões, pelo risco de causar incêndios em florestas e áreas urbanas,
sujeitam o infrator à prisão de um a três anos e/ou multa (Art. 42).

Lei dos crimes ambientais


Pena – reclusão, de um a dois anos, logradouros públicos ou em proprie-
e multa. dade privada alheia:
Art. 46. Receber ou adquirir, para fins Pena – detenção, de três meses a
comerciais ou industriais, madeira, um ano, ou multa, ou ambas as pe-
lenha, carvão e outros produtos de nas cumulativamente.
origem vegetal, sem exigir a exibição
Parágrafo único. No crime culposo, a
de licença do vendedor, outorgada
pena é de um a seis meses, ou multa.
pela autoridade competente, e sem
munir-se da via que deverá acompa- Art. 50. Destruir ou danificar florestas
nhar o produto até o final do benefi- nativas ou plantadas ou vegetação
ciamento: fixadora de dunas, protetora de man-
gues, objeto de especial preservação:
Pena – detenção, de seis meses a
um ano, e multa. Pena – detenção, de três meses a
um ano, e multa.
Parágrafo único. Incorre nas mesmas
penas quem vende, expõe à venda, Art. 50-A. Desmatar, explorar eco-
tem em depósito, transporta ou guar- nomicamente ou degradar floresta,
da madeira, lenha, carvão e outros plantada ou nativa, em terras de do-
produtos de origem vegetal, sem li- mínio público ou devolutas, sem au-
cença válida para todo o tempo da torização do órgão competente:10
viagem ou do armazenamento, outor- Pena – reclusão de (2) dois a (4)
gada pela autoridade competente. quatro anos, e multa.
Art. 47. (VETADO) § 1º Não é crime a conduta pratica-
Art. 48. Impedir ou dificultar a rege- da quando necessária à subsistência
neração natural de florestas e de- imediata pessoal do agente ou de
mais formas de vegetação: sua família.
§ 2º Se a área explorada for supe-
Pena – detenção, de seis meses a
rior a 1.000 ha (mil hectares), a pena
um ano, e multa.
será aumentada de 1 (um) ano por
Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou milhar de hectare.
maltratar, por qualquer modo ou Art. 51. Comercializar motosserra ou
meio, plantas de ornamentação de utilizá-la em florestas e nas demais

10
Art. 50-A, Pena, §§ 1º e 2º acrescidos pela Lei nº 11.284, de 2 de março de 2006.

ANTES - A comercialização, o transporte e o armazenamento de produtos e subprodutos florestais eram punidos como
contravenção (Art. 46).
HOJE - Adquirir, vender, transportar, armazenar madeira, lenha ou carvão, sem licença da autoridade competente, sujeita
o infrator a até um ano de prisão e multa (Art. 46). 15
ANTES - Destruir ou danificar plantas de ornamentação em áreas públicas ou privadas era considerado contravenção
(Art. 49).
HOJE - Destruição, dano, lesão ou maus-tratos às plantas de ornamentação são crimes com pena de três meses a um
ano de detenção (Art. 49).

Lei dos crimes ambientais


formas de vegetação, sem licença ou Seção III
registro da autoridade competente: Da Poluição e Outros
Crimes Ambientais11
Pena – detenção, de três meses a
um ano, e multa.
Art. 52. Penetrar em Unidades de Art. 54. Causar poluição de qualquer
Conservação conduzindo subs- natureza em níveis tais que resul-
tâncias ou instrumentos próprios tem ou possam resultar em danos à
para caça ou para exploração de saúde humana, ou que provoquem a
produtos ou subprodutos flores- mortandade de animais ou a destrui-
tais, sem licença da autoridade ção significativa da flora:
competente: Pena – reclusão, de um a quatro
Pena – detenção, de seis meses a anos, e multa.
um ano, e multa. § 1º Se o crime é culposo:
Art. 53. Nos crimes previstos nesta Pena – detenção, de seis meses a
Seção, a pena é aumentada de um um ano, e multa.
sexto a um terço se:
§ 2º Se o crime:
I – do fato resulta a diminuição de
I – tornar uma área, urbana ou rural,
águas naturais, a erosão do solo ou
imprópria para a ocupação humana;
a modificação do regime climático;
II – causar poluição atmosférica que
II – o crime é cometido:
provoque a retirada, ainda que mo-
a) no período de queda das sementes; mentânea, dos habitantes das áreas
b) no período de formação de vege- afetadas, ou que cause danos dire-
tações; tos à saúde da população;

c) contra espécies raras ou ame- III – causar poluição hídrica que tor-
ne necessária a interrupção do abas-
açadas de extinção, ainda que a
tecimento público de água de uma
ameaça ocorra somente no local da
comunidade;
infração;
IV – dificultar ou impedir o uso públi-
d) em época de seca ou inundação;
co das praias;
e) durante a noite, em domingo ou
V – ocorrer por lançamento de resí-
feriado.
duos sólidos, líquidos ou gasosos, ou

11
A Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981 dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de
formulação e aplicação, e dá outras providências.
16 ANTES – O acesso livre às praias era garantido, entretanto, sem prever punição criminal a quem o impedisse (Art. 54, §1º. I).
HOJE - Quem dificultar ou impedir o uso público das praias em razão de poluição ambiental está sujeito a quatro anos de
prisão. Se o crime for culposo a pena chega a um ano (Art. 54, §1º. I).

Lei dos crimes ambientais


detritos, óleos ou substâncias oleosas, Pena - reclusão, de um a quatro anos,
em desacordo com as exigências es- e multa.
tabelecidas em leis ou regulamentos: § 1º Nas mesmas penas incorre quem:13
Pena – reclusão, de um a cinco anos. I – abandona os produtos ou substân-
§ 3º Incorre nas mesmas penas pre- cias referidos no caput, ou os utiliza
vistas no parágrafo anterior quem dei- em desacordo com as normas de se-
xar de adotar, quando assim o exigir gurança.
a autoridade competente, medidas de II – manipula, acondiciona, armaze-
precaução em caso de risco de dano na, coleta, transporta, reutiliza, reci-
ambiental grave ou irreversível. cla ou dá destinação final a redíduos
Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou perigosos de forma diversa da esta-
extração de recursos minerais sem a belecida em lei ou regulamento.
competente autorização, permissão,
§ 2º Se o produto ou a substância for
concessão ou licença, ou em desa-
nuclear ou radioativa, a pena é au-
cordo com a obtida:
mentada de um sexto a um terço.
Pena – detenção, de seis meses a
um ano, e multa. § 3º Se o crime é culposo:

Parágrafo único. Nas mesmas penas Pena – detenção, de seis meses a


incorre quem deixa de recuperar a um ano, e multa.
área pesquisada ou explorada, nos Art. 57. (VETADO)
termos da autorização, permissão,
licença, concessão ou determinação Art. 58. Nos crimes dolosos previs-
do órgão competente. tos nesta Seção, as penas serão au-
mentadas:
Art. 56. Produzir, processar, embalar,
importar, exportar, comercializar, for- I – de um sexto a um terço, se resulta
necer, transportar, armazenar, guar- dano irreversível à flora ou ao meio
-dar, ter em depósito ou usar produto ambiente em geral;
ou substância tóxica, perigosa ou II – de um terço até a metade, se re-
nociva à saúde humana ou ao meio sulta lesão corporal de natureza gra-
ambiente, em desacordo com as exi- ve em outrem;
gências estabelecidas em leis ou nos
seus regulamentos:12 III – até o dobro, se resultar a morte
de outrem.

12
A Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, regulamentada pelo Decreto nº 4.074, de 4 de janeiro de 2002, dispõe sobre a
pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a
propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a
classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências.
17
• A Lei nº 4.797, de 20 de outubro de 1965, torna obrigatório, pelas empresas concessionárias de serviços públicos, o
emprego de madeiras preservadas, e dá outras providências.
13 § 1º, I e II incluidos pela Lei 12.305, de 2 de agosto de 2010.

Lei dos crimes ambientais


Parágrafo único. As penalidades pre- II – arquivo, registro, museu, bibliote-
vistas neste artigo somente serão ca, pinacoteca, instalação científica
aplicadas se do fato não resultar cri- ou similar protegido por lei, ato admi-
me mais grave. nistrativo ou decisão judicial:
Art. 59. (VETADO) Pena – reclusão, de um a três anos,
Art. 60. Construir, reformar, ampliar, e multa.
instalar ou fazer funcionar, em qual- Parágrafo único. Se o crime for cul-
quer parte do território nacional, es- poso, a pena é de seis meses a um
tabelecimentos, obras ou serviços ano de detenção, sem prejuízo da
potencialmente poluidores, sem li- multa.
cença ou autorização dos órgãos
ambientais competentes, ou contra- Art. 63. Alterar o aspecto ou estrutura
riando as normas legais e regula- de edificação ou local especialmen-
mentares pertinentes: te protegido por lei, ato administrati-
vo ou decisão judicial, em razão de
Pena – detenção, de um a seis me- seu valor paisagístico, ecológico,
ses, ou multa, ou ambas as penas turístico, artístico, histórico, cultural,
cumulativamente. religioso, arqueológico, etnográfico
Art. 61. Disseminar doença ou pra- ou monumental, sem autorização da
ga ou espécies que possam causar autoridade competente ou em desa-
dano à agricultura, à pecuária, à fau- cordo com a concedida:
na, à flora ou aos ecossistemas: Pena – reclusão, de um a três anos,
Pena – reclusão, de um a quatro e multa.
anos, e multa. Art. 64. Promover construção em
solo não edificável, ou no seu en-
Seção IV torno, assim considerado em razão
Dos Crimes Contra o Ordenamento de seu valor paisagístico, ecológico,
Urbano e o Patrimônio Cultural artístico, turístico, histórico, cultural,
religioso, arqueológico, etnográfico
ou monumental, sem autorização da
Art. 62. Destruir, inutilizar ou deteriorar: autoridade competente ou em desa-
cordo com a concedida:
I – bem especialmente protegido por
lei, ato administrativo ou decisão ju- Pena - detenção, de seis meses a
dicial; um ano, e multa.

ANTES – A construção, a instalação, a ampliação e o funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de


recursos ambientais, considerados efetiva e potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, de
18 causar degradação ambiental, eram infrações administrativas (Art. 60).
HOJE – Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente
poluidores, sem licença ou autorizações dos órgãos ambientais competentes, ou contrariando as normas legais são crimes
(Art. 60).

Lei dos crimes ambientais


Art. 65. Pichar, ou por outro meio dados técnico-científicos em proce-
conspurcar edificação ou monumen- dimentos de autorização ou de licen-
to urbano:14 ciamento ambiental:
Pena – detenção, de 3 (três) meses Pena – reclusão, de um a três anos,
a 1 (um) ano, e multa. e multa.
§ 1º Se o ato for realizado em monu- Art. 67. Conceder o funcionário públi-
mento ou coisa tombada em virtude co licença, autorização ou permissão
do seu valor artístico, arqueológico ou em desacordo com as normas am-
histórico, a pena é de 6 (seis) meses bientais, para as atividades, obras
a 1 (um) ano de detenção, e multa. ou serviços cuja realização depende
de ato autorizativo do Poder Público:
§ 2º Não constitui crime a prática de
grafite realizada com o objetivo de va- Pena – detenção, de um a três anos,
lorizar o patrimônio público ou priva- e multa.
do mediante manifestação artística,
Parágrafo único. Se o crime é culpo-
desde que consentida pelo proprie-
so, a pena é de três meses a um ano
tário e, quando couber, pelo locatário
de detenção, sem prejuízo da multa.
ou arrendatário do bem privado e, no
caso de bem público, com a autoriza- Art. 68. Deixar, aquele que tiver o de-
ção do órgão competente e a obser- ver legal ou contratual de fazê-lo, de
vância das posturas municipais e das cumprir obrigação de relevante inte-
15
normas editadas pelos órgãos gover- resse ambiental:
namentais responsáveis pela preser-
vação e conservação do patrimônio Pena – detenção, de um a três anos,
histórico e artístico nacional. e multa.
Parágrafo único. Se o crime é culpo-
Seção V so, a pena é de três meses a um ano,
Dos Crimes Contra a sem prejuízo da multa.
Administração Ambiental Art. 69. Obstar ou dificultar a ação
fiscalizadora do Poder Público no
trato de questões ambientais:
Art. 66. Fazer o funcionário público
afirmação falsa ou enganosa, omitir Pena – detenção, de um a três anos,
a verdade, sonegar informações ou e multa.

14
Art. 65 e pena – Redação dada pela Lei 12.408, de 25 de maio de 2011. § 1º renumerado do paragrafo único pela Lei nº
12.408/2011. §2º incluido por essa Lei.
15
Art. 68 desta Lei, citada no Art. 52 da Lei nº 12.305 de 2 de agosto de 2010: “A observância do disposto no caput do art. 23 e
no § 2º do art. 39 desta Lei é considerada obrigação de relevante interesse ambiental para efeitos do art. 68 da Lei nº 9.605, de
1998, sem prejuízo da aplicação de outras sanções cabíveis nas esferas penal e administrativa.
ANTES – Pichar e grafitar não tinham penas claramente definidas (Art. 65).
HOJE – A prática de pichar, grafitar ou qualquer forma de conspurcar edificação ou monumento urbano, sujeita o infrator a
até um ano de detenção (Art. 65).
19
ANTES – A punição da conduta irresponsável de funcionários de órgãos ambientais não estava claramente definida (Art. 66).
HOJE – Funcionário de órgão ambiental que fizer afirmação falsa ou enganosa, omitir a verdade, sonegar informações ou
dados técnico-científicos em procedimentos de autorização ou de licenciamento ambiental, pode ser punido com até três
anos de reclusão (Art. 66).

Lei dos crimes ambientais


Art. 69-A. Elaborar ou apresentar, no sentação às autoridades relacionadas
licenciamento, concessão florestal ou no parágrafo anterior, para efeito do
qualquer outro procedimento admi- exercício do seu poder de polícia.
nistrativo, estudo, laudo ou relatório
ambiental total ou parcialmente falso § 3º A autoridade ambiental que tiver
ou enganoso, inclusive por omissão:16 conhecimento de infração ambiental
é obrigada a promover a sua apu-
Pena – reclusão, de (3) três a (6) seis ração imediata, mediante processo
anos, e multa. administrativo próprio, sob pena de
§ 1º Se o crime é culposo: co-responsabilidade.
Pena - detenção, de (1) um a (3) três § 4º As infrações ambientais são
anos. apuradas em processo administrati-
§ 2º A pena é aumentada de 1/3 (um vo próprio, assegurado o direito de
terço) a 2/3 (dois terços), se há dano ampla defesa e o contraditório, ob-
significativo ao meio ambiente, em servadas as disposições desta lei.
decorrência do uso da informação Art. 71. O processo administrativo para
falsa, incompleta ou enganosa. apuração de infração ambiental deve
observar os seguintes prazos máximos:
CAPÍTULO VI I – vinte dias para o infrator oferecer
DA INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA
defesa ou impugnação contra o auto
de infração, contados da data da ciên-
Art. 70. Considera-se infração adminis- cia da autuação;
trativa ambiental toda ação ou omissão
que viole as regras jurídicas de uso, II – trinta dias para a autoridade com-
gozo, promoção, proteção e recupera- petente julgar o auto de infração, conta-
ção do meio ambiente. dos da data da sua lavratura, apresen-
tada ou não a defesa ou impugnação;
§ 1º São autoridades competentes
para lavrar auto de infração ambien- III – vinte dias para o infrator recor-
tal e instaurar processo administrativo rer da decisão condenatória à ins-
os funcionários de órgãos ambientais tância superior do Sistema Nacional
integrantes do Sistema Nacional de do Meio Ambiente – Sisnama, ou à
Meio Ambiente – Sisnama, designa- Diretoria de Portos e Costas, do Mi-
dos para as atividades de fiscalização, nistério da Marinha de acordo com o
bem como os agentes das Capitanias tipo de autuação;
dos Portos, do Ministério da Marinha.
IV – cinco dias para o pagamento de
§ 2º Qualquer pessoa, constatando in- multa, contados da data do recebi-
fração ambiental, poderá dirigir repre- mento da notificação.

20

16
Art. 69-A - Pena e §§ 1º e 2º acrescidos pela Lei nº 11.284, de 2 de março de 2006.

Lei dos crimes ambientais


Art. 72. As infrações administrativas § 3º A multa simples será aplicada
são punidas com as seguintes san- sempre que o agente, por negligên-
ções, observado o disposto no art. 6º: cia ou dolo:
I – advertência; I – advertido por irregularidades que
tenham sido praticadas, deixar de sa-
II – multa simples;
ná-las, no prazo assinalado por órgão
III – multa diária; competente do Sisnama ou pela Capi-
IV – apreensão dos animais, produ- tania dos Portos, do Ministério da Ma-
tos e subprodutos da fauna e flora, rinha;
instrumentos, petrechos, equipa- II – opuser embaraço à fiscalização
mentos ou veículos de qualquer na- dos órgãos do Sisnama ou da Capita-
tureza utilizados na infração; nia dos Portos, do Ministério da Mari-
V – destruição ou inutilização do pro- nha.
duto; § 4º A multa simples pode ser con-
VI – suspensão de venda e fabrica- vertida em serviços de preservação,
ção do produto; melhoria e recuperação da qualidade
do meio ambiente.
VII – embargo de obra ou atividade;
§ 5º A multa diária será aplicada
VIII – demolição de obra; sempre que o cometimento da infra-
IX – suspensão parcial ou total das ção se prolongar no tempo.
atividades; § 6º A apreensão e destruição referi-
X – (VETADO) das nos incisos IV e V do caput obede-
cerão ao disposto no art. 25 desta Lei.
XI – restritiva de direitos.
§ 7º As sanções indicadas nos inci-
§ 1º Se o infrator cometer, simultane- sos VI a IX do caput serão aplicadas
amente, duas ou mais infrações, ser- quando o produto, a obra, a atividade
-lhe-ão aplicadas, cumulativamente, ou o estabelecimento não estiverem
as sanções a elas cominadas. obedecendo às prescrições legais ou
§ 2º A advertência será aplicada pela regulamentares.
inobservância das disposições desta § 8º As sanções restritivas de direito
Lei e da legislação em vigor, ou de são:
preceitos regulamentares, sem pre-
juízo das demais sanções previstas I – suspensão de registro, licença ou
neste artigo. autorização;

21
ANTES – As multas, na maioria, eram fixadas por meio de instrumentos normativos passíveis de contestação judicial
(Art. 72).
HOJE – A fixação e a aplicação de multas têm força de lei (Art. 72).

Lei dos crimes ambientais


II – cancelamento de registro, licença Art. 76. O pagamento de multa im-
ou autorização; posta pelos Estados, Municípios,
Distrito Federal ou Territórios substi-
III – perda ou restrição de incentivos
tui a multa federal na mesma hipóte-
e benefícios fiscais;
se de incidência.
IV – perda ou suspensão da partici-
pação em linhas de financiamento
CAPÍTULO VII
em estabelecimentos oficiais de cré- DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
dito; PARA A PRESERVAÇÃO
DO MEIO AMBIENTE
V – proibição de contratar com a Ad-
ministração Pública, pelo período de
até três anos. Art. 77. Resguardados a sobera-
Art. 73. Os valores arrecadados em nia nacional, a ordem pública e os
pagamento de multas por infração bons costumes, o Governo brasileiro
ambiental serão revertidos ao Fundo prestará, no que concerne ao meio
Nacional do Meio Ambiente, criado ambiente, a necessária cooperação
pela Lei nº 7.797, de 10 de julho de a outro país, sem qualquer ônus,
1989, Fundo Naval, criado pelo De- quando solicitado para:
creto nº 20.923, de 8 de janeiro de I – produção de prova;
1932, fundos estaduais ou munici-
II – exame de objetos e lugares;
pais de meio ambiente, ou correla-
tos, conforme dispuser o órgão arre- III – informações sobre pessoas e coi-
cadador. sas;
Art. 74. A multa terá por base a unida- IV – presença temporária da pessoa
de, hectare, metro cúbico, quilograma presa, cujas declarações tenham rele-
ou outra medida pertinente, de acor- vância para a decisão de uma causa;
do com o objeto jurídico lesado. V – outras formas de assistência per-
Art. 75. O valor da multa de que trata mitidas pela legislação em vigor ou pe-
este Capítulo será fixado no regu- los tratados de que o Brasil seja parte.
lamento desta Lei e corrigido perio- § 1º A solicitação de que trata este
dicamente, com base nos índices inciso será dirigida ao Ministério da
estabelecidos na legislação perti- Justiça, que a remeterá, quando ne-
nente, sendo o mínimo de R$ 50,00 cessário, ao órgão judiciário compe-
(cinqüenta reais) e o máximo de R$ tente para decidir a seu respeito, ou
50.000.000,00 (cinqüenta milhões de a encaminhará à autoridade capaz
reais). de atendê-la.

22
ANTES – O valor da multa administrativa era irrisório (Art. 75).
HOJE – O valor da multa varia de R$ 50,00 a R$ 50 milhões (Art. 75).

Lei dos crimes ambientais


§ 2º A solicitação deverá conter: título executivo extrajudicial, termo
de compromisso com pessoas físi-
I – o nome e a qualificação da autori-
cas ou jurídicas responsáveis pela
dade solicitante;
construção, instalação, ampliação e
II – o objeto e o motivo de sua for- funcionamento de estabelecimentos
mulação; e atividades utilizadores de recursos
ambientais, considerados efetiva ou
III – a descrição sumária do procedi-
potencialmente poluidores.17
mento em curso no país solicitante;
§ 1º O termo de compromisso a que
IV – a especificação da assistência
se refere este artigo destinar-se-á,
solicitada;
exclusivamente, a permitir que as
V – a documentação indispensável ao pessoas físicas e jurídicas mencio-
seu esclarecimento, quando for o caso. nadas no caput possam promover as
Art. 78. Para a consecução dos fins necessárias correções de suas ativi-
visados nesta Lei e especialmente dades, para o atendimento das exi-
para a reciprocidade da cooperação gências impostas pelas autoridades
internacional, deve ser mantido siste- ambientais competentes, sendo obri-
ma de comunicações apto a facilitar o gatório que o respectivo instrumento
intercâmbio rápido e seguro de infor- disponha sobre:
mações com órgãos de outros países. I – o nome, a qualificação e o endere-
ço das partes compromissadas e dos
CAPÍTULO VIII respectivos representantes legais;
DISPOSIÇÕES FINAIS II – o prazo de vigência do compromis-
so, que, em função da complexidade
das obrigações nele fixadas, poderá
Art. 79. Aplicam-se subsidiariamente variar entre o mínimo de noventa dias
a esta Lei as disposições do Código e o máximo de três anos, com possibili-
Penal e do Código de Processo Penal. dade de prorrogação por igual período;
Art. 79-A. Para o cumprimento do III – a descrição detalhada de seu ob-
disposto nesta Lei, os órgãos am- jeto, o valor do investimento previsto
bientais integrantes do Sisnama, e o cronograma físico de execução e
responsáveis pela execução de pro- de implantação das obras e serviços
gramas e projetos e pelo controle e exigidos, com metas trimestrais a se-
fiscalização dos estabelecimentos e rem atingidas;
das atividades suscetíveis de degra-
darem a qualidade ambiental, ficam IV – as multas que podem ser aplica-
autorizados a celebrar, com força de das à pessoa física ou jurídica com-
promissada e os casos de rescisão,
23

17 Art. 79-A e seus parágrafos e incisos incluídos pela Medida Provisória nº 2.163-41, de 23 de agosto de 2001.

Lei dos crimes ambientais


em decorrência do não-cumprimento § 5º Considera-se rescindido de ple-
das obrigações nele pactuadas; no direito o termo de compromisso,
quando descumprida qualquer de
V – o valor da multa de que trata o
suas cláusulas, ressalvado o caso
inciso IV não poderá ser superior ao
fortuito ou de força maior.
valor do investimento previsto;
§ 6º O termo de compromisso deve-
VI – o foro competente para dirimir
rá ser firmado em até noventa dias,
litígios entre as partes.
contados da protocolização do re-
§ 2º No tocante aos empreendimen- querimento.
tos em curso até o dia 30 de março de
§ 7º O requerimento de celebração
1998, envolvendo construção, instala-
do termo de compromisso deverá
ção, ampliação e funcionamento de es-
conter as informações necessárias à
tabelecimentos e atividades utilizadoras
verificação da sua viabilidade técnica
de recursos ambientais, considerados
e jurídica, sob pena de indeferimento
efetiva ou potencialmente poluidores,
do plano.
a assinatura do termo de compromisso
deverá ser requerida pelas pessoas fí- § 8º Sob pena de ineficácia, os ter-
sicas e jurídicas interessadas, até o dia mos de compromisso deverão ser
31 de dezembro de 1998, mediante re- publicados no órgão oficial compe-
querimento escrito protocolizado junto tente, mediante extrato.
aos órgãos competentes do Sisnama,
Art. 80. O Poder Executivo regula-
devendo ser firmado pelo dirigente má-
mentará esta Lei no prazo de noven-
ximo do estabelecimento.
ta dias a contar de sua publicação.
§ 3º Da data da protocolização do
Art. 81. (VETADO)
requerimento previsto no § 2º e en-
quanto perdurar a vigência do cor- Art. 82. Revogam-se as disposições
respondente termo de compromisso, em contrário.
ficarão suspensas, em relação aos fa-
tos que deram causa à celebração do
Brasília, 12 de fevereiro de 1998
instrumento, a aplicação de sanções
administrativas contra a pessoa física
177º da Independência e 110º da Re-
ou jurídica que o houver firmado.
pública
§ 4º A celebração do termo de com- Fernando Henrique Cardoso
promisso de que trata este artigo não Gustavo Krause
impede a execução de eventuais
multas aplicadas antes da protocoli- de 13.12.98 - Ret. 17.12.98)
zação do requerimento.

24

Lei dos crimes ambientais


Decreto nº 6.514, de 22 de julho de 2008

Dispõe sobre as infrações e sanções admi-


nistrativas ao meio ambiente, estabelece o
processo administrativo federal para apura-
ção destas infrações, e dá outras providên-
cias.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Art. 2º Considera-se infração admi-


no uso das atribuições que lhe con- nistrativa ambiental, toda ação ou
fere o art. 84, incisos IV e VI, alínea omissão que viole as regras jurídicas
“a”, da Constituição, e tendo em vista de uso, gozo, promoção, proteção e
o disposto no Capítulo VI da Lei nº recuperação do meio ambiente, con-
9.605, de 12 de fevereiro de 1998,1 e forme o disposto na Seção III deste
nas Leis nºs. 9.784, de 29 de janeiro Capítulo.
de 1999,2 8.005, de 22 de março de
Parágrafo único. O elenco constante
1990, 9.873, de 23 de novembro de
da Seção III deste Capítulo não ex-
1999, e 6.938, de 31 de agosto de
clui a previsão de outras infrações
1981,3 decreta:
previstas na legislação.

CAPÍTULO I Art. 3º As infrações administrativas são


DAS INFRAÇÕES E SANÇÕES punidas com as seguintes sanções:
ADMINISTRATIVAS AO I – advertência;
MEIO AMBIENTE
II – multa simples;
Seção I
Das Disposições Gerais III – multa diária;
IV – apreensão dos animais, produtos
Art. 1º Este Capítulo dispõe sobre as e subprodutos da fauna e flora e de-
condutas infracionais ao meio am- mais produtos e subprodutos objeto
biente e suas respectivas sanções da infração, instrumentos, petrechos,
administrativas. equipamentos ou veículos de qual-
quer natureza utilizados na infração;4

1 A Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e
atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.
2 A Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal. 25
3 A Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de
formulação e aplicação, e dá outras providências.
4 Inciso IV do art. 3º com Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008.

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V – destruição ou inutilização do pro- biental estabelecerá de forma obje-
duto; tiva critérios complementares para o
agravamento e atenuação das san-
VI – suspensão de venda e fabrica-
ções administrativas.
ção do produto;
§ 2º As sanções aplicadas pelo agen-
VII – embargo de obra ou atividade e
te autuante estarão sujeitas à confir-
suas respectivas áreas;
mação pela autoridade julgadora.
VIII – demolição de obra;
IX – suspensão parcial ou total das Subseção I
atividades; e Da Advertência
X – restritiva de direitos.
§ 1º Os valores estabelecidos na Se- Art. 5º A sanção de advertência pode-
ção III deste Capítulo, quando não rá ser aplicada, mediante a lavratura
disposto de forma diferente, referem- de auto de infração, para as infrações
-se à multa simples e não impedem administrativas de menor lesividade
a aplicação cumulativa das demais ao meio ambiente, garantidos a am-
sanções previstas neste Decreto. pla defesa e o contraditório.
§ 2º A caracterização de negligência § 1º Consideram-se infrações admi-
ou dolo será exigível nas hipóteses nistrativas de menor lesividade ao
previstas nos incisos I e II do § 3º do meio ambiente aquelas em que a
art. 72 da Lei nº 9.605, de 12 de fe- multa máxima cominada não ultra-
vereiro de 1998. passe o valor de R$ 1.000,00 (mil
reais), ou que, no caso de multa por
Art. 4º O agente autuante, ao lavrar o
unidade de medida, a multa aplicável
auto de infração, indicará as sanções
não exceda o valor referido.
estabelecidas neste Decreto, obser-
vando:5 § 2º Sem prejuízo do disposto no ca-
I – gravidade dos fatos, tendo em put, caso o agente autuante consta-
vista os motivos da infração e suas te a existência de irregularidades a
conseqüências para a saúde pública serem sanadas, lavrará o auto de in-
e para o meio ambiente; fração com a indicação da respectiva
sanção de advertência, ocasião em
II – antecedentes do infrator, quanto que estabelecerá prazo para que o
ao cumprimento da legislação de in- infrator sane tais irregularidades.
teresse ambiental; e
§ 3º Sanadas as irregularidades no
III – situação econômica do infrator. prazo concedido, o agente autuan-
§ 1º Para a aplicação do disposto te certificará o ocorrido nos autos e
26 no inciso I, o órgão ou entidade am-

5 Art. 4º, caput com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008, com acréscimo dos §§ 1º e 2º.

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dará seguimento ao processo esta- sendo o mínimo de R$ 50,00 (cin-
belecido no Capítulo II. quenta reais) e o máximo de R$
50.000.000,00 (cinquenta milhões
§ 4º Caso o autuado, por negligência
de reais).
ou dolo, deixe de sanar as irregula-
ridades, o agente autuante certifica- Art. 10. A multa diária será aplicada
rá o ocorrido e aplicará a sanção de sempre que o cometimento da infra-
multa relativa à infração praticada, ção se prolongar no tempo.
independentemente da advertência. § 1º Constatada a situação prevista
Art. 6º A sanção de advertência não no caput, o agente autuante lavrará
excluirá a aplicação de outras san- auto de infração, indicando, além
ções. dos requisitos constantes do art. 97,
o valor da multa-dia.
Art. 7º Fica vedada a aplicação de
nova sanção de advertência no perí- § 2º O valor da multa-dia deverá ser
odo de três anos contados do julga- fixado de acordo com os critérios es-
mento da defesa da última advertên- tabelecidos neste Decreto, não po-
cia ou de outra penalidade aplicada. dendo ser inferior ao mínimo estabe-
lecido no art. 9º nem superior a dez
por cento do valor da multa simples
Subseção II máxima cominada para a infração.
Das Multas
§ 3º Lavrado o auto de infração, será
aberto prazo de defesa nos termos
Art. 8º A multa terá por base a unida- estabelecidos no Capítulo II deste
de, hectare, metro cúbico, quilogra- Decreto.
ma, metro de carvão-mdc, estéreo, § 4º A multa diária deixará de ser apli-
metro quadrado, dúzia, estipe, cento, cada a partir da data em que o autu-
milheiros ou outra medida pertinen- ado apresentar ao órgão ambiental
te, de acordo com o objeto jurídico documentos que comprovem a regu-
lesado. larização da situação que deu causa
Parágrafo único. O órgão ou enti- à lavratura do auto de infração.6
dade ambiental poderá especificar § 5º Caso o agente autuante ou a au-
a unidade de medida aplicável para toridade competente verifique que a
cada espécie de recurso ambiental situação que deu causa à lavratura do
objeto da infração. auto de infração não foi regularizada,
a multa diária voltará a ser imposta
Art. 9º O valor da multa de que trata
desde a data em que deixou de ser
este Decreto será corrigido, periodi-
aplicada, sendo notificado o autuado,
camente, com base nos índices es-
sem prejuízo da adoção de outras
tabelecidos na legislação pertinente, 27
sanções previstas neste Decreto.

6 §§ 4º a 7º do art. 10 com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008, com acréscimo do § 8º.

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§ 6º Por ocasião do julgamento do verá verificar a existência de auto de
auto de infração, a autoridade am- infração anterior confirmado em jul-
biental deverá, em caso de proce- gamento, para fins de aplicação do
dência da autuação, confirmar ou agravamento da nova penalidade.
modificar o valor da multa-dia, deci-
§ 3º Após o julgamento da nova in-
dir o período de sua aplicação e con-
fração, não será efetuado o agrava-
solidar o montante devido pelo autu-
mento da penalidade.
ado para posterior execução.
§ 4º Constatada a existência de auto
§ 7º O valor da multa será consolida- de infração anteriormente confirma-
do e executado periodicamente após do em julgamento, a autoridade am-
o julgamento final, nos casos em que biental deverá:
a infração não tenha cessado.
I – agravar a pena conforme disposto
§ 8º A celebração de termo de com- no caput;
promisso de reparação ou cessação
dos danos encerrará a contagem da II – notificar o autuado para que se
multa diária. manifeste sobre o agravamento da
penalidade no prazo de dez dias; e
Art. 11. O cometimento de nova in-
fração ambiental pelo mesmo infra- III – julgar a nova infração conside-
tor, no período de cinco anos, conta- rando o agravamento da penalidade.
dos da lavratura de auto de infração § 5º O disposto no § 3º não se apli-
anterior devidamente confirmado no ca para fins de majoração do valor
julgamento de que trata o art. 124, da multa, conforme previsão contida
implica: nos arts. 123 e 129.7
I – aplicação da multa em triplo, no Art. 12. O pagamento de multa por in-
caso de cometimento da mesma in- fração ambiental imposta pelos Esta-
fração; ou dos, Municípios, Distrito Federal ou
Territórios substitui a aplicação de
II – aplicação da multa em dobro, penalidade pecuniária pelo órgão
no caso de cometimento de infração federal, em decorrência do mesmo
distinta. fato, respeitados os limites estabele-
§ 1º O agravamento será apurado cidos neste Decreto.
no procedimento da nova infração, Parágrafo único. Somente o efetivo
do qual se fará constar, por cópia, o pagamento da multa será conside-
auto de infração anterior e o julga- rado para efeito da substituição de
mento que o confirmou. que trata o caput, não sendo admiti-
§ 2º Antes do julgamento da nova da para esta finalidade a celebração
infração, a autoridade ambiental de- de termo de compromisso de ajusta-
28 mento de conduta ou outra forma de

7
§ 5º do art. 11 com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008.

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compromisso de regularização da in- fração ambiental, não alcançando
fração ou composição de dano, salvo as demais atividades realizadas em
se deste também participar o órgão áreas não embargadas da proprieda-
ambiental federal.8 de ou posse ou não correlacionadas
com a infração.11
Art. 13. Reverterão ao Fundo Nacio-
nal do Meio Ambiente - FNMA vinte Art. 15-B. A cessação das penalida-
por cento dos valores arrecadados des de suspensão e embargo de-
em pagamento de multas aplicadas penderá de decisão da autoridade
pela União, podendo o referido per- ambiental após a apresentação, por
centual ser alterado, a critério dos parte do autuado, de documentação
órgãos arrecadadores.9 que regularize a obra ou atividade.
Art. 16. No caso de áreas irregular-
Subseção III mente desmatadas ou queimadas, o
Das Demais Sanções agente autuante embargará quais-
Administrativas quer obras ou atividades nelas locali-
zadas ou desenvolvidas, excetuando
as atividades de subsistência.12
Art. 14. A sanção de apreensão de
§ 1º O agente autuante deverá co-
animais, produtos e subprodutos da
lher todas as provas possíveis de
fauna e flora, produtos e subprodu-
autoria e materialidade, bem como
tos objeto da infração, instrumentos,
da extensão do dano, apoiando-se
petrechos, equipamentos ou veícu-
em documentos, fotos e dados de lo-
los e embarcações de qualquer natu-
calização, incluindo as coordenadas
reza utilizados na infração reger-se-á
geográficas da área embargada, que
pelo disposto nas Seções II, IV e VI
deverão constar do respectivo auto
do Capítulo II deste Decreto.10
de infração para posterior georrefe-
Art. 15. As sanções indicadas nos renciamento.
incisos V a IX do art. 3º serão apli-
§ 2º Não se aplicará a penalidade de
cadas quando o produto, a obra, a
embargo de obra ou atividade, ou de
atividade ou o estabelecimento não
área, nos casos em que a infração
estiverem obedecendo às determi-
de que trata o caput se der fora da
nações legais ou regulamentares.
área de preservação permanente ou
Art. 15-A. O embargo de obra ou ati- reserva legal, salvo quando se tratar
vidade restringe-se aos locais onde de desmatamento não autorizado de
efetivamente caracterizou-se a in- mata nativa.

8
Parágrafo único do art. 12 com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008.
9 Art. 13 com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008. 29
10 Art. 14 com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008.
11 Arts. 15-A e 15-B acrescidos pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008.
12 Art. 16, caput com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008, com acréscimo dos §§ 1º a 2º.

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Art. 17. O embargo de área irregu- encontra-se julgado ou pendente de
larmente explorada e objeto do Pla- julgamento.
no de Manejo Florestal Sustentável
§ 2º A pedido do interessado, o órgão
- PMFS não exonera seu detentor da
ambiental autuante emitirá certidão
execução de atividades de manuten-
em que conste a atividade, a obra e a
ção ou recuperação da floresta, na
parte da área do imóvel que são ob-
forma e prazos fixados no PMFS e
jetos do embargo, conforme o caso.
no termo de responsabilidade de ma-
nutenção da floresta.13 Art. 19. A sanção de demolição de
obra poderá ser aplicada pela autori-
Art. 18. O descumprimento total ou
dade ambiental, após o contraditório
parcial de embargo, sem prejuízo do
e ampla defesa, quando:16
disposto no art. 79, ensejará a aplica-
ção cumulativa das seguintes sanções: I – verificada a construção de obra em
área ambientalmente protegida em de-
I – suspensão da atividade que ori-
sacordo com a legislação ambiental; ou
ginou a infração e da venda de pro-
dutos ou subprodutos criados ou II – quando a obra ou construção re-
produzidos na área ou local objeto alizada não atenda às condicionan-
do embargo infringido; e tes da legislação ambiental e não
seja passível de regularização.
II – cancelamento de registros, licen-
ças ou autorizações de funcionamento § 1º A demolição poderá ser feita pe-
da atividade econômica junto aos ór- -la administração ou pelo infrator, em
gãos ambientais e de fiscalização.14 prazo assinalado, após o julgamento
do auto de infração, sem prejuízo do
§ 1º O órgão ou entidade ambiental disposto no art. 112.
promoverá a divulgação dos dados
do imóvel rural, da área ou local em- § 2º As despesas para a realização
da demolição correrão às custas do
bargado e do respectivo titular em
infrator, que será notificado para rea-
lista oficial, resguardados os dados
lizá-la ou para reembolsar aos cofres
protegidos por legislação específi-
públicos os gastos que tenham sido
ca para efeitos do disposto no inci-
efetuados pela administração.
so III do art. 4º da Lei nº 10.650, de
16 de abril de 2003,15 especificando § 3º Não será aplicada a penalida-
o exato local da área embargada e de de demolição quando, mediante
informando que o auto de infração laudo técnico, for comprovado que
o desfazimento poderá trazer piores

13 Art. 17 com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008.


14 Inciso II do art. 18 com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008, com acréscimo dos §§ 1º e 2º e supressão

30 do Parágrafo único.
15 A Lei nº 10.650, de 16 de abril de 2003, dispõe sobre o acesso público aos dados e informações existentes nos órgãos e entidades

integrantes do SISNAMA.
16 Art. 19, caput com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008, com acréscimo do § 3º.

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impactos ambientais que sua manu- Seção II
tenção, caso em que a autoridade Dos Prazos Prescricionais
ambiental, mediante decisão funda-
mentada, deverá, sem prejuízo das
demais sanções cabíveis, impor as Art. 21. Prescreve em cinco anos a
medidas necessárias à cessação e ação da administração objetivando
mitigação do dano ambiental, obser- apurar a prática de infrações contra
vada a legislação em vigor. o meio ambiente, contada da data da
Art. 20. As sanções restritivas de di- prática do ato, ou, no caso de infra-
reito aplicáveis às pessoas físicas ou ção permanente ou continuada, do
jurídicas são: dia em que esta tiver cessado.

I – suspensão de registro, licença ou § 1º Considera-se iniciada a ação de


autorização;17 apuração de infração ambiental pela
administração com a lavratura do
II – cancelamento de registro, licença auto de infração.
ou autorização;
§ 2º Incide a prescrição no procedi-
III – perda ou restrição de incentivos mento de apuração do auto de in-
e benefícios fiscais; fração paralisado por mais de três
IV – perda ou suspensão da participa- anos, pendente de julgamento ou
ção em linhas de financiamento em despacho, cujos autos serão arqui-
estabelecimentos oficiais de crédito; e vados de ofício ou mediante reque-
rimento da parte interessada, sem
V – proibição de contratar com a ad-
prejuízo da apuração da responsa-
ministração pública;
bilidade funcional decorrente da pa-
§ 1º A autoridade ambiental fixará ralisação.18
o período de vigência das sanções
previstas neste artigo, observando § 3º Quando o fato objeto da infração
os seguintes prazos: também constituir crime, a prescri-
ção de que trata o caput reger-se-á
I – até três anos para a sanção pre- pelo prazo previsto na lei penal.
vista no inciso V;
§ 4º A prescrição da pretensão puniti-
II – até um ano para as demais sanções. va da administração não elide a obri-
§ 2º Em qualquer caso, a extinção gação de reparar o dano ambiental.
da sanção fica condicionada à regu- Art. 22. Interrompe-se a prescrição:
larização da conduta que deu origem
ao auto de infração. I – pelo recebimento do auto de infra-
ção ou pela cientificação do infrator

31
17 Incisos I e II do art. 20 com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008, com acréscimo dos §§ 1º a

2º e supressão do Parágrafo único.


18 § 2º do art. 21 com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008, com acréscimo do § 4º.

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por qualquer outro meio, inclusive de listas oficiais de risco ou ameaça
por edital; de extinção;
II – por qualquer ato inequívoco da II – R$ 5.000,00 (cinco mil reais),
administração que importe apuração por indivíduo de espécie constante
do fato; e de listas oficiais de fauna brasileira
ameaçada de extinção, inclusive da
III – pela decisão condenatória recor-
Convenção de Comércio Internacio-
rível.
nal das Espécies da Flora e Fauna
Parágrafo único. Considera-se ato Selvagens em Perigo de Extinção -
inequívoco da administração, para CITES.20
o efeito do que dispõe o inciso II,
§ 1º As multas serão aplicadas em do-
aqueles que impliquem instrução do
bro se a infração for praticada com fi-
processo.
nalidade de obter vantagem pecuniária.
Art. 23. O disposto neste Capítulo
§ 2º Na impossibilidade de aplicação
não se aplica aos procedimentos re-
do critério de unidade por espécime
lativos à Taxa de Controle e Fiscali-
para a fixação da multa, aplicar-se-
zação Ambiental de que trata o art.
-á o valor de R$ 500,00 (quinhentos
17-B da Lei nº 6.938, de 31 de agos-
reais) por quilograma ou fração.
to de 1981.
§ 3º Incorre nas mesmas multas:
Seção III I – quem impede a procriação da fau-
Das Infrações Administrativas na, sem licença, autorização ou em
Cometidas Contra o Meio Ambiente desacordo com a obtida;
Subseção I II – quem modifica, danifica ou destrói
Das Infrações Contra a Fauna19 ninho, abrigo ou criadouro natural; ou
III – quem vende, expõe à venda, ex-
Art. 24. Matar, perseguir, caçar, apa- porta ou adquire, guarda, tem em cati-
nhar, coletar, utilizar espécimes da fau- veiro ou depósito, utiliza ou transporta
na silvestre, nativos ou em rota migrató- ovos, larvas ou espécimes da fauna
ria, sem a devida permissão, licença ou silvestre, nativa ou em rota migratória,
autorização da autoridade competente, bem como produtos e objetos dela
ou em desacordo com a obtida: oriundos, provenientes de criadouros
não autorizados, sem a devida per-
Multa de:
missão, licença ou autorização da au-
I – R$ 500,00 (quinhentos reais) por toridade ambiental competente ou em
indivíduo de espécie não constante desacordo com a obtida.

32
19 A Lei nº 5.197, de 3 de janeiro de 1967, dispõe sobre a proteção à fauna, e dá outras providências.
20 Inciso II e § 7º do art. 24 com redação dada pelo Decreto n º 6.686, de 10 de dezembro de 2008, com acréscimo dos §§ 8º e 9º.

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§ 4º No caso de guarda doméstica de animais, em razão de seu pequeno
espécime silvestre não considerada porte, aplicar multa de R$ 500,00
ameaçada de extinção, pode a auto- (quinhentos reais) a R$ 100.000,00
ridade competente, considerando as (cem mil reais) quando a contagem
circunstâncias, deixar de aplicar a mul- individual for de difícil execução ou
ta, em analogia ao disposto no § 2º do quando, nesta situação, ocorrendo
art. 29 da Lei nº 9.605, de 1998. a contagem individual, a multa final
restar desproporcional em relação à
§ 5º No caso de guarda de espécime
gravidade da infração e à capacida-
silvestre, deve a autoridade competen-
de econômica do infrator.
te deixar de aplicar as sanções previs-
tas neste Decreto, quando o agente Art. 25. Introduzir espécime animal sil-
espontaneamente entregar os animais vestre, nativo ou exótico, no País ou
ao órgão ambiental competente. fora de sua área de distribuição natural,
sem parecer técnico oficial favorável e
§ 6º Caso a quantidade ou espécie
licença expedida pela autoridade am-
constatada no ato fiscalizatório es-
biental competente, quando exigível:21
teja em desacordo com o autorizado
pela autoridade ambiental compe- Multa de R$ 2.000,00 (dois mil reais),
tente, o agente autuante promoverá com acréscimo por exemplar exce-
a autuação considerando a totalida- dente de:
de do objeto da fiscalização.
I – R$ 200,00 (duzentos reais), por
§ 7º São espécimes da fauna silves- indivíduo de espécie não constante
tre, para os efeitos deste Decreto, to- em listas oficiais de espécies em ris-
dos os organismos incluídos no reino co ou ameaçadas de extinção;
animal, pertencentes às espécies na-
II – R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por
tivas, migratórias e quaisquer outras
indivíduo de espécie constante de lis-
não exóticas, aquáticas ou terrestres,
tas oficiais de fauna brasileira amea-
que tenham todo ou parte de seu ciclo
çada de extinção, inclusive da CITES.
original de vida ocorrendo dentro dos
limites do território brasileiro ou em § 1º Entende-se por introdução de
águas jurisdicionais brasileiras. espécime animal no País, além do
ato de ingresso nas fronteiras nacio-
§ 8º A coleta de material destinado a
nais, a guarda e manutenção conti-
fins científicos somente é considera-
nuada a qualquer tempo.
da infração, nos termos deste artigo,
quando se caracterizar, pelo seu resul- § 2º Incorre nas mesmas penas
tado, como danosa ao meio ambiente. quem reintroduz na natureza espé-
cime da fauna silvestre sem parecer
§ 9º A autoridade julgadora pode-
técnico oficial favorável e licença
rá, considerando a natureza dos
33

21 Art. 25, caput, inciso II e § 2º com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008.

Lei dos crimes ambientais


expedida pela autoridade ambiental Art. 28. Comercializar produtos, ins-
competente, quando exigível. trumentos e objetos que impliquem a
caça, perseguição, destruição ou apa-
Art. 26. Exportar peles e couros de
nha de espécimes da fauna silvestre:
anfíbios e répteis em bruto, sem au-
torização da autoridade competente: Multa de R$ 1.000,00 (mil reais), com
acréscimo de R$ 200,00 (duzentos
Multa de R$ 2.000,00 (dois mil reais),
reais), por unidade excedente.
com acréscimo de:
Art. 29. Praticar ato de abuso, maus-
I – R$ 200,00 (duzentos reais), por
-tratos, ferir ou mutilar animais sil-
unidade não constante em listas ofi-
vestres, domésticos ou domestica-
ciais de espécies em risco ou amea-
dos, nativos ou exóticos:
çadas de extinção; ou
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais)
II – R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por
a R$ 3.000,00 (três mil reais) por indi-
unidade constante de listas oficiais
víduo.
de fauna brasileira ameaçada de ex-
tinção, inclusive da CITES.22 Art. 30. Molestar de forma intencional
qualquer espécie de cetáceo, pinípe-
Parágrafo único. Caso a quantidade de ou sirênio em águas jurisdicionais
ou espécie constatada no ato fisca- brasileiras:
lizatório esteja em desacordo com o
autorizado pela autoridade ambien- Multa de R$ 2.500,00 (dois mil e
tal competente, o agente autuante quinhentos reais).
promoverá a autuação consideran- Art. 31. Deixar, o jardim zoológico e
do a totalidade do objeto da fisca- os criadouros autorizados, de ter o
lização. livro de registro do acervo faunístico
Art. 27. Praticar caça profissional no ou mantê-lo de forma irregular:
País: Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais)
Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), a R$ 5.000,00 (cinco mil reais).
com acréscimo de: Parágrafo único. Incorre na mesma
I – R$ 500,00 (quinhentos reais), por multa quem deixa de manter registro
indivíduo capturado; ou23 de acervo faunístico e movimentação
de plantel em sistemas informatiza-
II – R$ 10.000,00 (dez mil reais), por dos de controle de fauna ou fornece
indivíduo de espécie constante de lis- dados inconsistentes ou fraudados.
tas oficiais de fauna brasileira amea-
çada de extinção, inclusive da CITES. Art. 32. Deixar, o comerciante, de
apresentar declaração de estoque e

34
22 Inciso II do art. 26 com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008.
23 Incisos I e II do art. 27 com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008.

Lei dos crimes ambientais


valores oriundos de comércio de ani- III – transporta, comercializa, bene-
mais silvestres: ficia ou industrializa espécimes pro-
venientes da coleta, apanha e pesca
Multa de R$ 200,00 (duzentos reais)
proibida;
a R$ 10.000,00 (dez mil reais).
IV – transporta, conserva, beneficia,
Art. 33. Explorar ou fazer uso comercial
descaracteriza, industrializa ou co-
de imagem de animal silvestre mantido
mercializa pescados ou produtos ori-
irregularmente em cativeiro ou em situ-
ação de abuso ou maus-tratos: ginados da pesca, sem comprovante
de origem ou autorização do órgão
Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a competente;
R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais).
V – captura, extrai, coleta, transpor-
Parágrafo único. O disposto no caput ta, comercializa ou exporta espéci-
não se aplica ao uso de imagem para mes de espécies ornamentais oriun-
fins jornalísticos, informativos, aca- dos da pesca, sem autorização do
dêmicos, de pesquisas científicas e órgão competente ou em desacordo
educacionais. com a obtida; e
Art. 34. Causar degradação em vivei- VI – deixa de apresentar declaração
ros, açudes ou estação de aqüicultu- de estoque.
ra de domínio público:
Art. 36. Pescar mediante a utilização
Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a de explosivos ou substâncias que, em
R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais). contato com a água, produzam efei-
Art. 35. Pescar em período ou local tos semelhantes, ou substâncias tóxi-
no qual a pesca seja proibida: cas, ou ainda, por outro meio proibido
pela autoridade competente:
Multa de R$ 700,00 (setecentos re-
ais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais), Multa de R$ 700,00 (setecentos re-
com acréscimo de R$ 20,00 (vinte ais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais),
com acréscimo de R$ 20,00 (vinte
reais), por quilo ou fração do produto
reais), por quilo ou fração do produto
da pescaria, ou por espécime quan-
da pescaria.
do se tratar de produto de pesca para
uso ornamental. Art. 37. Exercer a pesca sem prévio
cadastro, inscrição, autorização, li-
Parágrafo único. Incorre nas mes-
cença, permissão ou registro do ór-
mas multas quem:
gão competente, ou em desacordo
I – pesca espécies que devam ser com o obtido:
preservadas ou espécimes com ta-
Multa de R$ 300,00 (trezentos reais)
manhos inferiores aos permitidos;
a R$ 10.000,00 (dez mil reais), com
II – pesca quantidades superiores às acréscimo de R$ 20,00 (vinte reais) por 35
permitidas ou mediante a utilização quilo ou fração do produto da pesca, ou
de aparelhos, petrechos, técnicas e por espécime quando se tratar de pro-
métodos não permitidos; duto de pesca para ornamentação.

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Parágrafo único. Caso a quantidade Parágrafo único. Incorre nas mes-
ou espécie constatada no ato fiscali- mas multas quem:
zatório esteja em desacordo com o
I – utiliza, comercializa ou armazena
autorizado pela autoridade ambiental
invertebrados aquáticos, algas, ou re-
competente, o agente autuante pro-
cifes de coral ou subprodutos destes
moverá a autuação considerando a
sem autorização do órgão competen-
totalidade do objeto da fiscalização.
te ou em desacordo com a obtida; e
Art. 38. Importar ou exportar quaisquer
II – fundeia embarcações ou lança de-
espécies aquáticas, em qualquer es-
tritos de qualquer natureza sobre ban-
tágio de desenvolvimento, bem como
cos de moluscos ou corais, devida-
introduzir espécies nativas, exóticas
mente demarcados em carta náutica.
ou não autóctones em águas jurisdi-
cionais brasileiras, sem autorização Art. 40. A comercialização do produto
ou licença do órgão competente, ou da pesca de que trata esta Subseção
em desacordo com a obtida: agravará a penalidade da respectiva
infração quando esta incidir sobre
Multa de R$ 3.000,00 (três mil reais)
espécies sobreexplotadas ou ame-
a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais),
açadas de sobreexplotação, confor-
com acréscimo de R$ 20,00 (vinte
me regulamento do órgão ambiental
reais) por quilo ou fração do produto
competente, com o acréscimo de:
da pescaria, ou por espécime quan-
do se tratar de espécies aquáticas, I – R$ 40,00 (quarenta reais) por qui-
oriundas de produto de pesca para lo ou fração do produto da pesca de
ornamentação. espécie constante das listas oficiais
brasileiras de espécies ameaçadas
§ 1º Incorre na mesma multa quem
de sobreexplotação; ou
introduzir espécies nativas ou exó-
ticas em águas jurisdicionais bra- II – R$ 60,00 (sessenta reais) por quilo
sileiras, sem autorização do órgão ou fração do produto da pesca de es-
competente, ou em desacordo com pécie constante das listas oficiais bra-
a obtida. sileiras de espécies sobreexplotadas.
§ 2º A multa de que trata o caput será Art. 41. Deixar, os comandantes de
aplicada em dobro se houver dano embarcações destinadas à pesca,
ou destruição de recife de coral. de preencher e entregar, ao fim de
cada viagem ou semanalmente, os
Art. 39. Explorar campos naturais
mapas fornecidos pelo órgão com-
de invertebrados aquáticos e algas,
petente:
bem como recifes de coral sem auto-
rização do órgão ambiental compe- Multa: R$ 1.000,00 (mil reais).
tente ou em desacordo com a obtida:
Art. 42. Para os efeitos deste De-
36 Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) creto, considera-se pesca todo ato
a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), tendente a extrair, retirar, coletar,
com acréscimo de R$ 20,00 (vinte reais) apanhar, apreender ou capturar es-
por quilo ou espécime do produto. pécimes dos grupos dos peixes,

Lei dos crimes ambientais


crustáceos, moluscos aquáticos e (quinhentos reais) por árvore, metro
vegetais hidróbios suscetíveis ou cúbico ou fração.
não de aproveitamento econômico,
Art. 45. Extrair de florestas de domí-
ressalvadas as espécies ameaçadas
nio público ou áreas de preservação
de extinção, constantes nas listas
permanente, sem prévia autorização,
oficiais da fauna e da flora.
pedra, areia, cal ou qualquer espécie
Parágrafo único. Entende-se por de minerais:
ato tendente à pesca aquele em
Multa simples de R$ 5.000,00 (cinco
que o infrator esteja munido, equi-
mil reais) a R$ 50.000,00 (cinquenta
pado ou armado com petrechos de
mil reais) por hectare ou fração.
pesca, na área de pesca ou dirigin-
do-se a ela. Art. 46. Transformar madeira oriunda
de floresta ou demais formas de ve-
getação nativa em carvão, para fins
Subseção II
industriais, energéticos ou para qual-
Das Infrações Contra a Flora 24
quer outra exploração, econômica ou
não, sem licença ou em desacordo
com as determinações legais:
Art. 43. Destruir ou danificar flo-
restas ou demais formas de vege- Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais),
tação natural ou utilizá-las com in- por metro cúbico de carvão-mdc.
fringência das normas de proteção
Art. 47. Receber ou adquirir, para fins
em área considerada de preser-
comerciais ou industriais, madeira
vação permanente, sem autoriza-
serrada ou em tora, lenha, carvão ou
ção do órgão competente, quando
outros produtos de origem vegetal,
exigível, ou em desacordo com a
sem exigir a exibição de licença do
obtida: 25
vendedor, outorgada pela autoridade
Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) competente, e sem munir-se da via
a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), que deverá acompanhar o produto
por hectare ou fração. até final beneficiamento:
Art. 44. Cortar árvores em área con- Multa de R$ 300,00 (trezentos reais)
siderada de preservação permanente por unidade, estéreo, quilo, mdc ou
ou cuja espécie seja especialmente metro cúbico aferido pelo método
protegida, sem permissão da autori- geométrico.
dade competente:
§ 1º Incorre nas mesmas multas quem
Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil re- vende, expõe à venda, tem em depó-
ais) a R$ 20.000,00 (vinte mil reais) sito, transporta ou guarda madeira,
por hectare ou fração, ou R$ 500,00 lenha, carvão ou outros produtos de
37
24 A Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965 institui o Novo Código Florestal.
25 Art. 43, caput com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008.

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origem vegetal, sem licença válida permanente, reserva legal ou demais
para todo o tempo da viagem ou do locais cuja regeneração tenha sido
armazenamento, outorgada pela au- indicada pela autoridade ambiental
toridade competente ou em desacor- competente:27
do com a obtida.
Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais),
§ 2º Considera-se licença válida para por hectare ou fração.
todo o tempo da viagem ou do arma-
Parágrafo único. O disposto no caput
zenamento aquela cuja autenticida-
de seja confirmada pelos sistemas não se aplica para o uso permitido das
de controle eletrônico oficiais, inclu- áreas de preservação permanente.
sive no que diz respeito à quantidade Art. 49. Destruir ou danificar florestas
e espécie autorizada para transporte ou qualquer tipo de vegetação nati-
e armazenamento. va, objeto de especial preservação,
§ 3º Nas infrações de transporte, caso não passíveis de autorização para
a quantidade ou espécie constatada exploração ou supressão:28
no ato fiscalizatório esteja em desa- Multa de R$ 6.000,00 (seis mil reais)
cordo com o autorizado pela autori- por hectare ou fração.
dade ambiental competente, o agente
autuante promoverá a autuação con- Parágrafo único. A multa será acres-
siderando a totalidade do objeto da cida de R$ 1.000,00 (mil reais) por
fiscalização.26 hectare ou fração quando a situação
prevista no caput se der em detrimen-
§ 4º Para as demais infrações pre- to de vegetação primária ou secundá-
vistas neste artigo, o agente autuan- ria no estágio avançado ou médio de
te promoverá a autuação conside- regeneração do bioma Mata Atlântica.
rando o volume integral de madeira,
lenha, carvão ou outros produtos de Art. 50. Destruir ou danificar florestas
origem vegetal que não guarde cor- ou qualquer tipo de vegetação nati-
respondência com aquele autoriza- va ou de espécies nativas plantadas,
do pela autoridade ambiental com- objeto de especial preservação, sem
petente, em razão da quantidade ou autorização ou licença da autoridade
espécie. ambiental competente:

Art. 48. Impedir ou dificultar a rege- Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais)
neração natural de florestas ou de- por hectare ou fração.
mais formas de vegetação nativa em § 1º A multa será acrescida de R$
unidades de conservação ou outras 500,00 (quinhentos reais) por hecta-
áreas especialmente protegidas, re ou fração quando a situação pre-
quando couber, área de preservação
38
26
§ 3º do art. 47 com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008, com acréscimo do § 4º.
27 Art. 48, caput, Multa e Parágrafo único com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008.
28 Art. 49 com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008.

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vista no caput se der em detrimento fora da reserva legal, sem autoriza-
de vegetação secundária no está- ção da autoridade competente:
gio inicial de regeneração do bioma Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) por
Mata Atlântica. hectare ou fração.31
§ 2º Para os fins dispostos no art. 49 Art. 53. Explorar ou danificar floresta
e no caput deste artigo, são consi- ou qualquer tipo de vegetação nati-
deradas de especial preservação as va ou de espécies nativas plantadas,
florestas e demais formas de vege- localizada fora de área de reserva
tação nativa que tenham regime ju- legal averbada, de domínio público
rídico próprio e especial de conser- ou privado, sem aprovação prévia do
vação ou preservação definido pela órgão ambiental competente ou em
legislação. desacordo com a concedida:
Art. 51. Destruir, desmatar, danificar Multa de R$ 300,00 (trezentos reais),
ou explorar floresta ou qualquer tipo por hectare ou fração, ou por unida-
de vegetação nativa ou de espécies de, estéreo, quilo, mdc ou metro cú-
nativas plantadas, em área de re- bico.
serva legal ou servidão florestal, de
Parágrafo único. Incide nas mesmas
domínio público ou privado, sem au-
penas quem deixa de cumprir a repo-
torização prévia do órgão ambiental
sição florestal obrigatória.
competente ou em desacordo com a
concedida29: Art. 54. Adquirir, intermediar, trans-
portar ou comercializar produto ou
Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais)
subproduto de origem animal ou ve-
por hectare ou fração.
getal produzido sobre área objeto de
Art. 51-A. Executar manejo florestal embargo:
sem autorização prévia do órgão am-
Multa de R$ R$ 500,00 (quinhentos
biental competente, sem observar os
reais) por quilograma ou unidade.
requisitos técnicos estabelecidos em
PMFS ou em desacordo com a auto- Parágrafo único. A aplicação do dis-
rização concedida:30 posto neste artigo dependerá de pré-
via divulgação dos dados do imóvel
Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) por
rural, da área ou local embargado e
hectare ou fração.
do respectivo titular de que trata o §
Art. 52. Desmatar, a corte raso, flo- 1º do art. 18 e estará limitada à área
restas ou demais formações nativas, onde efetivamente ocorreu o ilícito.32

29
Art. 51, caput com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008. 39
30 Art. 51-A e Multa acrescidos pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008.
31 Multa do art. 52 com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008.
32 Parágrafo único do art. 54 com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008.

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Art. 55. Deixar de averbar a reserva Art. 56. Destruir, danificar, lesar ou
legal:33 maltratar, por qualquer modo ou
meio, plantas de ornamentação de
Penalidade de advertência e multa diá- logradouros públicos ou em proprie-
ria de R$ 50,00 (cinqüenta reais) a R$ dade privada alheia:
500,00 (quinhentos reais) por hectare Multa de R$ 100,00 (cem reais) a
ou fração da área de reserva legal. R$1.000,00 (mil reais) por unidade
ou metro quadrado.
§ 1º O autuado será advertido para
que, no prazo de cento e oitenta dias, Art. 57. Comercializar, portar ou utili-
zar em floresta ou demais formas de
apresente termo de compromisso de vegetação, motosserra sem licença ou
regularização da reserva legal na for- registro da autoridade ambiental com-
ma das alternativas previstas na Lei no petente:
4.771, de 15 de setembro de 1965.34 Multa de R$ 1.000,00 (mil reais), por
§ 2º Durante o período previsto no § unidade.
1º, a multa diária será suspensa. Art. 58. Fazer uso de fogo em áre-
§ 3º Caso o autuado não apresente as agropastoris sem autorização do
órgão competente ou em desacordo
o termo de compromisso previsto no com a obtida:
§ 1º nos cento e vinte dias assinala-
dos, deverá a autoridade ambiental Multa de R$ 1.000,00 (mil reais), por
cobrar a multa diária desde o dia da hectare ou fração.
lavratura do auto de infração, na for- Art. 59. Fabricar, vender, transportar
ma estipulada neste Decreto. ou soltar balões que possam provo-
car incêndios nas florestas e demais
§ 4º As sanções previstas neste ar- formas de vegetação, em áreas ur-
tigo não serão aplicadas quando o banas ou qualquer tipo de assenta-
prazo previsto não for cumprido por mento humano:
culpa imputável exclusivamente ao
órgão ambiental. Multa de R$1.000,00 (mil reais) a
R$10.000,00 (dez mil reais), por uni-
§ 5º O proprietário ou possuidor terá dade.
prazo de cento e vinte dias para aver-
bar a localização, compensação ou Art. 60. As sanções administrativas
desoneração da reserva legal, conta- previstas nesta Subseção serão au-
mentadas pela metade quando:
dos da emissão dos documentos por
parte do órgão ambiental competen- I – ressalvados os casos previstos
te ou instituição habilitada.35 nos arts. 46 e 58, a infração for con-
sumada mediante uso de fogo ou
§ 6º No prazo a que se refere o § 5º, provocação de incêndio; e
as sanções previstas neste artigo
não serão aplicadas.

33 Penalidade e §§ 1º e 2º do art. 55 com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008, com acréscimo dos §§ 3º
40 e 4º. Ver também Decreto nº 7.029, de 2009; Decreto nº 7.497, de 2011; Decreto nº 7.640, de 2011 e Decreto nº 7.719, de 2012
34 A Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, institui o Novo Código Florestal.

35 Art. 55 § 1º e § 5º e 6º alterados pelo Decreto nº 7.029, de 10 de dezembro de 2009.

Lei dos crimes ambientais


II - a vegetação destruída, danifica- Art. 62. Incorre nas mesmas multas
da, utilizada ou explorada contiver do art. 61 quem:
espécies ameaçadas de extinção,
constantes de lista oficial. I – tornar uma área, urbana ou rural,
imprópria para ocupação humana;
Art. 60-A. Nas hipóteses previstas
nos arts. 50, 51, 52 e 53, em se tra- II – causar poluição atmosférica que
tando de espécies nativas plantadas, provoque a retirada, ainda que mo-
a autorização de corte poderá ser mentânea, dos habitantes das áreas
substituída pelo protocolo do pedido afetadas ou que provoque, de forma
junto ao órgão ambiental competen- recorrente, significativo desconforto
te, caso em que este será instado respiratório ou olfativo devidamente
pelo agente de fiscalização a fazer atestado pelo agente autuante;38
as necessárias verificações quanto à
real origem do material.36 III – causar poluição hídrica que tor-
ne necessária a interrupção do abas-
Subseção III tecimento público de água de uma
Das Infrações Relativas à Poluição comunidade;
e Outras Infrações Ambientais37
IV – dificultar ou impedir o uso pú-
blico das praias pelo lançamento de
substâncias, efluentes, carreamento
Art. 61. Causar poluição de qualquer
de materiais ou uso indevido dos re-
natureza em níveis tais que resul-
cursos naturais;
tem ou possam resultar em danos à
saúde humana, ou que provoquem a V – lançar resíduos sólidos, líquidos
mortandade de animais ou a destrui- ou gasosos ou detritos, óleos ou
ção significativa da biodiversidade: substâncias oleosas em desacordo
com as exigências estabelecidas em
Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais)
leis ou atos normativos;
a R$ 50.000.000,00 (cinquenta mi-
lhões de reais). VI – deixar, aquele que tem obriga-
ção, de dar destinação ambiental-
Parágrafo único. As multas e demais
mente adequada a produtos, sub-
penalidades de que trata o Caput
produtos, embalagens, resíduos ou
serão aplicadas após laudo técnico
substâncias quando assim determi-
elaborado pelo órgão ambiental com-
nar a lei ou ato normativo;
petente, identificando a dimensão do
dano decorrente da infração e em con- VII – deixar de adotar, quando assim
formidade com a gradação do impacto. o exigir a autoridade competente,

36 Art. 60-A acrescido pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008. 41


37 A Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de
formulação e aplicação, e dá outras providências.
38 Inciso II do art. 62 com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008.

Lei dos crimes ambientais


medidas de precaução ou contenção 9º da Lei nº 12.305, de 2010, e res-
em caso de risco ou de dano am- pectivo regulamento;44
biental grave ou irreversível;
XV – deixar de manter atualizadas
VIII – provocar pela emissão de e disponíveis ao órgão municipal
efluentes ou carreamento de mate- competente e a outras autoridades
riais o perecimento de espécimes da informações completas sobre a re-
biodiversidade. alização das ações do sistema de
IX – lançar resíduos sólidos ou rejei- logística reversa sobre sua respon-
tos em praias, no mar ou quaisquer sabilidade;45
recursos hídricos;39 XVI – não manter atualizadas e dispo-
X – lançar resíduos sólidos ou rejei- níveis ao órgão municipal competen-
tos in natura a céu aberto, excetua- te, ao órgão licenciador do SISNAMA
dos os resíduos de mineração;40 e a outras autoridades, informações
XI – queimar resíduos sólidos ou re- completas sobre a implementação e
jeitos a céu aberto ou em recipien- a operacionalização do plano de ge-
tes, instalações e equipamentos não renciamento de resíduos sólidos sob
licenciados para a atividade;41 sua responsabilidade; e46

XII – descumprir obrigação previs- XVII – deixar de atender às regras


ta no sistema de logística reversa sobre registro, gerenciamento e in-
formação previstos no § 2º do art. 39
implantado nos termos da Lei nº
da Lei nº 12.305, de 2010.47
12.305, de 2010, consoante as res-
ponsabilidades específicas estabele- § 1º As multas de que tratam os inci-
cidas para o referido sistema;42 sos I a XI deste artigo serão aplicadas
após laudo de constatação.48
XIII – deixar de segregar resíduos
sólidos na forma estabelecida para § 2º Os consumidores que descum-
a coleta seletiva, quando a referida prirem as respectivas obrigações
coleta for instituída pelo titular do previstas nos sistemas de logística
serviço público de limpeza urbana e reversa e de coleta seletiva estarão
manejo de resíduos sólidos;43 sujeitos à penalidade de advertên-
cia.49
XIV – destinar resíduos sólidos ur-
§ 3º No caso de reincidência no co-
banos à recuperação energética em
metimento da infração prevista no
desconformidade com o § 1º do art.
§ 2º, poderá ser aplicada a penali-

42

39 Incluído pelo Decreto nº 7.404, de 2010.


40 a 49 Incluído pelo Decreto nº 7.404, de 2010.

Lei dos crimes ambientais


dade de multa, no valor de R$ 50,00 Multa de R$ 1.500,00 (mil e qui-
(cinquenta reais) a R$ 500,00 (qui- nhentos reais) a R$ 3.000,00 (três
nhentos reais).50 mil reais), por hectare ou fração.

§ 4º A multa simples a que se refere Parágrafo único. Incorre nas mes-


o § 3º pode ser convertida em ser- mas multas quem deixa de recupe-
viços de preservação, melhoria e rar a área pesquisada ou explorada,
recuperação da qualidade do meio nos termos da autorização, permis-
ambiente.51 são, licença, concessão ou determi-
nação do órgão ambiental compe-
§ 5º Não estão compreendidas na tente.
infração do inciso IX as atividades
Art. 64. Produzir, processar, embalar,
de deslocamento de material do leito
importar, exportar, comercializar, for-
de corpos d’água por meio de dra-
necer, transportar, armazenar, guar-
gagem, devidamente licenciado ou
-dar, ter em depósito ou usar produto
aprovado.52
ou substância tóxica, perigosa ou
§ 6º As bacias de decantação de nociva à saúde humana ou ao meio
resíduos ou rejeitos industriais ou ambiente, em desacordo com as exi-
de mineração, devidamente licen- gências estabelecidas em leis ou em
ciadas pelo órgão competente do seus regulamentos:
SISNAMA, não são consideradas Multa de R$ 500,00 (quinhentos
corpos hídricos para efeitos do dis- reais) a R$ 2.000.000,00 (dois mi-
posto no inciso IX.53 lhões de reais).
Parágrafo único. As multas de que § 1º Incorre nas mesmas penas quem
trata este artigo e demais penalida- abandona os produtos ou substâncias
des serão aplicadas após laudo de referidas no caput, descarta de forma
constatação. irregular ou os utiliza em desacordo
com as normas de segurança.
Art. 63. Executar pesquisa, lavra ou
extração de minerais sem a compe- § 2º Se o produto ou a substância for
tente autorização, permissão, con- nuclear ou radioativa, a multa é au-
cessão ou licença da autoridade am- mentada ao quíntuplo.
biental competente ou em desacordo Art. 65. Deixar, o fabricante de veí-
com a obtida: culos ou motores, de cumprir os re-

43

50 a 53 Incluído pelo Decreto nº 7.404, de 2010.

Lei dos crimes ambientais


quisitos de garantia ao atendimento Art. 67. Disseminar doença ou praga
dos limites vigentes de emissão de ou espécies que possam causar dano
poluentes atmosféricos e de ruído, à fauna, à flora ou aos ecossistemas:55
durante os prazos e quilometragens Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais)
previstos na legislação: a R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de
Multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais).
reais) a R$ 1.000.000,00 (um mi- Art. 68. Conduzir, permitir ou autorizar
lhão de reais). a condução de veículo automotor em
desacordo com os limites e exigências
Art. 66. Construir, reformar, ampliar,
ambientais previstos na legislação:
instalar ou fazer funcionar estabeleci-
mentos, atividades, obras ou serviços Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a
utilizadores de recursos ambientais, R$ 10.000,00 (dez mil reais).
considerados efetiva ou potencialmen- Art. 69. Importar ou comercializar
te poluidores, sem licença ou autori- veículo automotor sem Licença para
zação dos órgãos ambientais compe- Uso da Configuração de Veículos ou
tentes, em desacordo com a licença Motor - LCVM expedida pela autori-
obtida ou contrariando as normas le- dade competente:
gais e regulamentos pertinentes:54 Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) R$ 10.000.000,00 (dez milhões de
a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais) e correção de todas as unida-
reais). des de veículo ou motor que sofre-
rem alterações.
Parágrafo único. Incorre nas mes-
mas multas quem: Art. 70. Importar pneu usado ou refor-
mado em desacordo com a legislação:
I – constrói, reforma, amplia, instala
ou faz funcionar estabelecimento, Multa de R$ 400,00 (quatrocentos
obra ou serviço sujeito a licencia- reais), por unidade.
mento ambiental localizado em uni- § 1º Incorre na mesma multa quem
dade de conservação ou em sua comercializa, transporta, armazena,
zona de amortecimento, ou em áre- guarda ou mantém em depósito pneu
as de proteção de mananciais legal- usado ou reformado, importado nes-
mente estabelecidas, sem anuência sas condições.
do respectivo órgão gestor; e
§ 2º Ficam isentas do pagamento da
II – deixa de atender a condicionantes multa a que se refere este artigo as
estabelecidas na licença ambiental.

44

54 Art. 66, caput e inciso I do Parágrafo único com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008.
55 Art. 67, caput com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008.

Lei dos crimes ambientais


importações de pneumáticos reforma- I – bem especialmente protegido por
dos classificados nas NCM 4012.1100, lei, ato administrativo ou decisão ju-
4012.1200, 4012.1300 e 4012.1900, dicial; ou
procedentes dos Estados Partes do
MERCOSUL, ao amparo do Acordo de II – arquivo, registro, museu, bibliote-
Complementação Econômica nº 18. ca, pinacoteca, instalação científica
ou similar protegido por lei, ato admi-
Art. 71. Alterar ou promover a con- nistrativo ou decisão judicial:
versão de qualquer item em veículos
ou motores novos ou usados que Multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais)
provoque alterações nos limites e a R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais).
exigências ambientais previstas na Art. 73. Alterar o aspecto ou estrutura
legislação: de edificação ou local especialmen-
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) te protegido por lei, ato administrati-
a R$ 10.000,00 (dez mil reais), por veí- vo ou decisão judicial, em razão de
culo, e correção da irregularidade. seu valor paisagístico, ecológico,
turístico, artístico, histórico, cultural,
Art. 71-A. Importar resíduos sólidos religioso, arqueológico, etnográfico
perigosos e rejeitos, bem como os ou monumental, sem autorização da
resíduos sólidos cujas característi- autoridade competente ou em desa-
cas causem dano ao meio ambiente, cordo com a concedida:
à saúde pública e animal e à sani-
dade vegetal, ainda que para trata- Multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais)
mento, reforma, reuso, reutilização a R$ 200.000,00 (duzentos mil reais).
ou recuperação:56 Art. 74. Promover construção em
Multa de R$ 500,00 (quinhentos solo não edificável, ou no seu en-
reais) a R$ 10.000.000,00 (dez mi- torno, assim considerado em razão
lhões de reais). de seu valor paisagístico, ecoló-
gico, artístico, turístico, histórico,
cultural, religioso, arqueológico,
Subseção IV etnográfico ou monumental, sem
autorização da autoridade compe-
Das Infrações Contra o tente ou em desacordo com a con-
Ordenamento Urbano e o cedida:
Patrimônio Cultural
Multa de R$ 10.000,00 (dez mil re-
ais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais).
Art. 72. Destruir, inutilizar ou deteriorar:

45

56 Art. 71-A e multa incluídos pelo Decreto nº 7.404 de 23 de Dezembro de 2010..

Lei dos crimes ambientais


Art. 75. Pichar, grafitar ou por outro Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais)
meio conspurcar edificação alheia ou a R$ 100.000,00 (cem mil reais).
monumento urbano: Art. 78. Obstar ou dificultar a ação do
Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a órgão ambiental, ou de terceiro por
R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais). ele encarregado, na coleta de dados
para a execução de georreferencia-
Parágrafo único. Se o ato for realiza- mento de imóveis rurais para fins de
do em monumento ou coisa tomba- fiscalização: 57
da, a multa é aplicada em dobro.
Multa de R$ 100,00 (cem reais) a
R$ 300,00 (trezentos reais) por hec-
Subseção V tare do imóvel.

Das Infrações Administrativas Art. 79. Descumprir embargo de


obra ou atividade e suas respecti-
Contra a Administração Ambiental
vas áreas:
Multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a
Art. 76. Deixar de inscrever-se no R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais).
Cadastro Técnico Federal de que tra- Art. 80. Deixar de atender a exi-
ta o art. 17 da Lei nº 6.938, de 1981: gências legais ou regulamentares
Multa de: quando devidamente notificado pela
autoridade ambiental competente no
I – R$ 50,00 (cinqüenta reais), se prazo concedido, visando à regulari-
pessoa física; zação, correção ou adoção de medi-
II – R$ 150,00 (cento e cinqüenta re- das de controle para cessar a degra-
dação ambiental:58
ais), se microempresa;
Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a
III – R$ 900,00 (novecentos reais),
R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais).
se empresa de pequeno porte;
Art. 81. Deixar de apresentar relató-
IV – R$ 1.800,00 (mil e oitocentos rios ou informações ambientais nos
reais), se empresa de médio porte; e prazos exigidos pela legislação ou,
V – R$ 9.000,00 (nove mil reais), se quando aplicável, naquele determi-
empresa de grande porte. nado pela autoridade ambiental:

Art. 77. Obstar ou dificultar a ação Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a


R$ 100.000,00 (cem mil reais).
do Poder Público no exercício de
atividades de fiscalização ambien- Art. 82. Elaborar ou apresentar in-
tal: formação, estudo, laudo ou relatório
46

57 Art. 78, caput com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008.
58 Art. 80, caput com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008.

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ambiental total ou parcialmente fal- servas particulares do patrimônio
so, enganoso ou omisso, seja nos natural podem ser criados animais
sistemas oficiais de controle, seja domésticos e cultivadas plantas
no licenciamento, na concessão flo- considerados compatíveis com as
restal ou em qualquer outro procedi- finalidades da unidade, de acordo
mento administrativo ambiental: com o que dispuser o seu plano de
manejo.
Multa de R$ 1.500,00 (mil e quinhen-
tos reais) a R$ 1.000.000,00 (um mi- Art. 85. Violar as limitações admi-
lhão de reais). nistrativas provisórias impostas às
atividades efetiva ou potencialmen-
Art. 83. Deixar de cumprir compen-
te causadoras de degradação am-
sação ambiental determinada por lei,
biental nas áreas delimitadas para
na forma e no prazo exigidos pela
realização de estudos com vistas
autoridade ambiental:
à criação de unidade de conserva-
Multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a ção:
R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais).
Multa de R$ 1.500,00 (mil e quinhen-
tos reais) a R$ 1.000.000,00 (um mi-
Subseção VI lhão de reais).

Das Infrações Cometidas Parágrafo único. Incorre nas mesmas


Exclusivamente em Unida- multas quem explora a corte raso a flo-
des de Conservação resta ou outras formas de vegetação
nativa nas áreas definidas no caput.
Art. 86. Realizar pesquisa científica,
Art. 84. Introduzir em unidade de envolvendo ou não coleta de mate-
conservação espécies alóctones: rial biológico, em unidade de con-
Multa de R$ 2.000,00 (dois mil reais) servação sem a devida autorização,
a R$ 100.000,00 (cem mil reais). quando esta for exigível:
§ 1º Excetuam-se do disposto neste Multa de R$ 500,00 (quinhentos re-
artigo as áreas de proteção ambien- ais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais).
tal, as florestas nacionais, as reser-
§ 1º A multa será aplicada em dobro
vas extrativistas e as reservas de
caso as atividades de pesquisa co-
desenvolvimento sustentável, bem
loquem em risco demográfico as es-
como os animais e plantas necessá-
pécies integrantes dos ecossistemas
rios à administração e às atividades
protegidos.
das demais categorias de unidades
de conservação, de acordo com o § 2º Excetuam-se do disposto neste
que se dispuser em regulamento e artigo as áreas de proteção ambien-
no plano de manejo da unidade. tal e reservas particulares do patri-
47
§ 2º Nas áreas particulares locali- mônio natural, quando as atividades
zadas em refúgios de vida silves- de pesquisa científica não envolve-
tre, monumentos naturais e re- rem a coleta de material biológico.

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Art. 87. Explorar comercialmente recomendações da Comissão Técnica
produtos ou subprodutos não madei- Nacional de Biossegurança - CTNBio:
reiros, ou ainda serviços obtidos ou
Multa de R$ 1.500,00 (mil e quinhen-
desenvolvidos a partir de recursos
tos reais) a R$ 1.000.000,00 (um mi-
naturais, biológicos, cênicos ou cul-
lhão de reais).
turais em unidade de conservação
sem autorização ou permissão do § 1º A multa será aumentada ao triplo
órgão gestor da unidade ou em de- se o ato ocorrer no interior de unidade
sacordo com a obtida, quando esta de conservação de proteção integral.
for exigível:59 § 2º A multa será aumentado ao quá-
Multa de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos druplo se o organismo geneticamen-
reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais). te modificado, liberado ou cultivado
irregularmente em unidade de con-
Parágrafo único. Excetuam-se do
servação, possuir na área ancestral
disposto neste artigo as áreas de
direto ou parente silvestre ou se re-
proteção ambiental e reservas parti-
presentar risco à biodiversidade.
culares do patrimônio natural.
§ 3º O Poder Executivo estabelecerá
Art. 88. Explorar ou fazer uso comer-
os limites para o plantio de organis-
cial de imagem de unidade de con-
mos geneticamente modificados nas
servação sem autorização do órgão
áreas que circundam as unidades de
gestor da unidade ou em desacordo
conservação até que seja fixada sua
com a recebida:
zona de amortecimento e aprovado o
Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) seu respectivo plano de manejo.
a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de
Art. 90. Realizar quaisquer ativida-
reais).
des ou adotar conduta em desacor-
Parágrafo único. Excetuam-se do dis- do com os objetivos da unidade de
posto neste artigo as áreas de pro- conservação, o seu plano de manejo
teção ambiental e reservas particula- e regulamentos:
res do patrimônio natural.
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais)
Art. 89. Realizar liberação planejada ou a R$ 10.000,00 (dez mil reais).
cultivo de organismos geneticamen-
Art. 91. Causar dano à unidade de
te modificados em áreas de proteção
conservação:60
ambiental, ou zonas de amortecimen-
to das demais categorias de unidades Multa de R$ 200,00 (duzentos reais)
de conservação, em desacordo com a R$ 100.000,00 (cem mil reais).
o estabelecido em seus respectivos Art. 92. Penetrar em unidade de con-
planos de manejo, regulamentos ou servação conduzindo substâncias
48

59 Art. 87, caput com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008.
60 Art. 91, caput com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008.

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ou instrumentos próprios para caça, vas por condutas e atividades lesivas
pesca ou para exploração de produ- ao meio ambiente.
tos ou subprodutos florestais e mine-
Parágrafo único. O objetivo deste
rais, sem licença da autoridade com-
Capítulo é dar unidade às normas
petente, quando esta for exigível:
legais esparsas que versam sobre
Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a procedimentos administrativos em
R$ 10.000,00 (dez mil reais). matéria ambiental, bem como, nos
Parágrafo único. Incorre nas mes- termos do que dispõe o art. 84, in-
mas multas quem penetrar em uni- ciso VI, alínea “a”, da Constituição,
dade de conservação cuja visitação disciplinar as regras de funciona-
pública ou permanência sejam veda- mento pelas quais a administração
das pelas normas aplicáveis ou ocor- pública federal, de caráter ambien-
ram em desacordo com a licença da tal, deverá pautar-se na condução
autoridade competente. do processo.
Art. 93. As infrações previstas neste Art. 95. O processo será orientado
Decreto, exceto as dispostas nesta pelos princípios da legalidade, fina-
Subseção, quando forem cometidas ou lidade, motivação, razoabilidade,
afetarem unidade de conservação ou proporcionalidade, moralidade, am-
sua zona de amortecimento, terão os pla defesa, contraditório, segurança
valores de suas respectivas multas apli- jurídica, interesse público e eficiên-
cadas em dobro, ressalvados os casos cia, bem como pelos critérios men-
em que a determinação de aumento do cionados no parágrafo único do art.
valor da multa seja superior a este. 2º da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro
de 1999.
CAPÍTULO II
DO PROCESSO ADMINISTRA-
Seção II
Da Autuação
TIVO PARA APURAÇÃO DE IN-
FRAÇÕES AMBIENTAIS
Art. 96. Constatada a ocorrência de
infração administrativa ambiental,
Seção I será lavrado auto de infração, do
Das Disposições Preliminares qual deverá ser dado ciência ao au-
tuado, assegurando-se o contraditó-
rio e a ampla defesa.
Art. 94. Este Capítulo regula o pro-
§ 1º O autuado será intimado da la-
cesso administrativo federal para a
vratura do auto de infração pelas se-
apuração de infrações administrati-
guintes formas:61
49

61 §§ 1º e 2º do art. 96 com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008, com acréscimo dos incisos I a IV
do § 1º e § 3º.

Lei dos crimes ambientais


I – pessoalmente; ção, oportunidade em que se fará a
autuação processual no prazo má-
II – por seu representante legal; ximo de cinco dias úteis, contados
III – por carta registrada com aviso de seu recebimento, ressalvados os
de recebimento; casos de força maior devidamente
justificados.
IV – por edital, se estiver o infrator
Art. 99. O auto de infração que
autuado em lugar incerto, não sabi-
apresentar vício sanável poderá, a
do ou se não for localizado no en- qualquer tempo, ser convalidado de
dereço. ofício pela autoridade julgadora, me-
diante despacho saneador, após o
§ 2º Caso o autuado se recuse a dar
pronunciamento do órgão da Procu-
ciência do auto de infração, o agen- radoria-Geral Federal que atua junto
te autuante certificará o ocorrido na à respectiva unidade administrativa
presença de duas testemunhas e o da entidade responsável pela autu-
entregará ao autuado. ação.

§ 3º Nos casos de evasão ou au- Parágrafo único. Constatado o vício


sanável, sob alegação do autuado,
sência do responsável pela infração
o procedimento será anulado a partir
administrativa, e inexistindo prepos- da fase processual em que o vício foi
to identificado, o agente autuante produzido, reabrindo-se novo prazo
aplicará o disposto no § 1º, enca- para defesa, aproveitando-se os atos
minhando o auto de infração por via regularmente produzidos.
postal com aviso de recebimento ou Art. 100. O auto de infração que
outro meio válido que assegure a apresentar vício insanável deverá
sua ciência. ser declarado nulo pela autoridade
julgadora competente, que determi-
Art. 97. O auto de infração deverá nará o arquivamento do processo,
ser lavrado em impresso próprio, após o pronunciamento do órgão da
com a identificação do autuado, a Procuradoria-Geral Federal que atua
descrição clara e objetiva das infra- junto à respectiva unidade adminis-
ções administrativas constatadas e trativa da entidade responsável pela
a indicação dos respectivos disposi- autuação.
tivos legais e regulamentares infrin- § 1º Para os efeitos do caput, con-
gidos, não devendo conter emendas sidera-se vício insanável aquele em
ou rasuras que comprometam sua que a correção da autuação implica
modificação do fato descrito no auto
validade.
de infração.
50 Art. 98. O auto de infração será en-
§ 2º Nos casos em que o auto de
caminhado à unidade administrativa infração for declarado nulo e estiver
responsável pela apuração da infra- caracterizada a conduta ou atividade

Lei dos crimes ambientais


lesiva ao meio ambiente, deverá ser tam sua validade, e deverá conter,
lavrado novo auto, observadas as re- além da indicação dos respectivos
gras relativas à prescrição. dispositivos legais e regulamentares
infringidos, os motivos que enseja-
§ 3º O erro no enquadramento legal
ram o agente autuante a assim pro-
da infração não implica vício insaná-
ceder.
vel, podendo ser alterado pela auto-
ridade julgadora mediante decisão § 3º A administração ambiental esta-
fundamentada que retifique o auto belecerá os formulários específicos a
de infração.62 que se refere o § 2º.
Art. 101. Constatada a infração am- § 4º O embargo de obra ou ativida-
biental, o agente autuante, no uso do de restringe-se aos locais onde efe-
seu poder de polícia, poderá adotar tivamente caracterizou-se a infração
as seguintes medidas administrati- ambiental, não alcançando as de-
vas: mais atividades realizadas em áreas
não embargadas da propriedade ou
I – apreensão; posse ou não correlacionadas com a
II – embargo de obra ou atividade e infração.63.
suas respectivas áreas; Art. 102. Os animais, produtos, sub-
III – suspensão de venda ou fabrica- produtos, instrumentos, petrechos,
ção de produto; veículos de qualquer natureza refe-
ridos no inciso IV do art. 72 da Lei
IV – suspensão parcial ou total de nº 9.605, de 1998, serão objeto da
atividades; apreensão de que trata o inciso I do
V – destruição ou inutilização dos art. 101, salvo impossibilidade justi-
produtos, subprodutos e instrumen- ficada.
tos da infração; e Art. 103. Os animais domésticos e
exóticos serão apreendidos quando:
VI – demolição.
I – forem encontrados no interior de
§ 1º As medidas de que trata este
unidade de conservação de proteção
artigo têm como objetivo prevenir a
integral; ou
ocorrência de novas infrações, res-
guardar a recuperação ambiental e II – forem encontrados em área de
garantir o resultado prático do pro- preservação permanente ou quando
cesso administrativo. impedirem a regeneração natural de
vegetação em área cujo corte não te-
§ 2º A aplicação de tais medidas será
nha sido autorizado, desde que, em
lavrada em formulário próprio, sem todos os casos, tenha havido prévio
emendas ou rasuras que comprome- embargo.
51

62 § 3º do art. 100 acrescido pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008.


63 § 4º do art. 101 acrescido pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008.

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§ 1º Na hipótese prevista no inciso II, Parágrafo único. Nos casos de anu-
os proprietários deverão ser previa- lação, cancelamento ou revogação
mente notificados para que promo- da apreensão, o órgão ou a entidade
vam a remoção dos animais do local ambiental responsável pela apreen-
no prazo assinalado pela autoridade são restituirá o bem no estado em
competente. que se encontra ou, na impossibilida-
§ 2º Não será adotado o procedi- de de fazê-lo, indenizará o proprietá-
mento previsto no § 1º quando não rio pelo valor de avaliação consigna-
for possível identificar o proprietário do no termo de apreensão.
dos animais apreendidos, seu pre- Art. 106. A critério da administração,
posto ou representante. o depósito de que trata o art. 105 po-
§ 3º O disposto no caput não será derá ser confiado:
aplicado quando a atividade tenha I – a órgãos e entidades de caráter
sido caracterizada como de baixo ambiental, beneficente, científico,
impacto e previamente autorizada, cultural, educacional, hospitalar, pe-
quando couber, nos termos da legis- nal e militar; ou
lação em vigor.64
II – ao próprio autuado, desde que a
Art. 104. A autoridade ambiental, posse dos bens ou animais não tra-
mediante decisão fundamentada em ga risco de utilização em novas in-
que se demonstre a existência de frações.
interesse público relevante, poderá
autorizar o uso do bem apreendido § 1º Os órgãos e entidades públicas
nas hipóteses em que não haja outro que se encontrarem sob a condição
meio disponível para a consecução de depositário serão preferencial-
da respectiva ação fiscalizatória. mente contemplados no caso da
destinação final do bem ser a doa-
Parágrafo único. Os veículos de qual- ção.
quer natureza que forem apreendidos
poderão ser utilizados pela adminis- § 2º Os bens confiados em depósi-
tração ambiental para fazer o deslo- to não poderão ser utilizados pelos
camento do material apreendido até depositários, salvo o uso lícito de
local adequado ou para promover a veículos e embarcações pelo próprio
recomposição do dano ambiental. autuado.
Art. 105. Os bens apreendidos deve- § 3º A entidade fiscalizadora poderá
rão ficar sob a guarda do órgão ou celebrar convênios ou acordos com
entidade responsável pela fiscaliza- os órgãos e entidades públicas para
ção, podendo, excepcionalmente, ser garantir, após a destinação final, o
confiados a fiel depositário, até o jul- repasse de verbas de ressarcimento
gamento do processo administrativo. relativas aos custos do depósito.
52

64 § 3º do art. 103 acrescido pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008.

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Art. 107. Após a apreensão, a auto- dos, pelo valor de avaliação consig-
ridade competente, levando-se em nado no termo de apreensão, caso
conta a natureza dos bens e animais esta não seja confirmada na decisão
apreendidos e considerando o risco do processo administrativo.
de perecimento, procederá da se-
guinte forma: § 4º Serão consideradas sob risco
iminente de perecimento as madei-
I – os animais da fauna silvestre ras que estejam acondicionadas a
serão libertados em seu hábitat ou céu aberto ou que não puderem ser
entregues a jardins zoológicos, fun- guardadas ou depositadas em locais
dações, entidades de caráter cientí- próprios, sob vigilância, ou ainda
fico, centros de triagem, criadouros quando inviável o transporte e guar-
regulares ou entidades assemelha-
da, atestados pelo agente autuante
das, desde que fiquem sob a respon-
no documento de apreensão.
sabilidade de técnicos habilitados,
podendo ainda, respeitados os regu- § 5º A libertação dos animais da fauna
lamentos vigentes, serem entregues silvestre em seu hábitat natural deve-
em guarda doméstica provisória65. rá observar os critérios técnicos pre-
II – os animais domésticos ou exóti- viamente estabelecidos pelo órgão ou
cos mencionados no art.103 poderão entidade ambiental competente.
ser vendidos; Art. 108. O embargo de obra ou ati-
III – os produtos perecíveis e as ma- vidade e suas respectivas áreas têm
deiras sob risco iminente de pereci- por objetivo impedir a continuidade
mento serão avaliados e doados. do dano ambiental, propiciar a re-
generação do meio ambiente e dar
§ 1º Os animais de que trata o inciso
viabilidade à recuperação da área
II, após avaliados, poderão ser doa-
degradada, devendo restringir-se ex-
dos, mediante decisão motivada da
clusivamente ao local onde verificou-
autoridade ambiental, sempre que
-se a prática do ilícito.66
sua guarda ou venda forem inviáveis
econômica ou operacionalmente. § 1º No caso de descumprimento ou
violação do embargo, a autoridade
§ 2º A doação a que se refere o § 1º
competente, além de adotar as me-
será feita às instituições menciona-
didas previstas nos arts. 18 e 79,
das no art. 135. deverá comunicar ao Ministério Pú-
§ 3º O órgão ou entidade ambiental blico, no prazo máximo de setenta e
deverá estabelecer mecanismos que duas horas, para que seja apurado o
assegurem a indenização ao proprie- cometimento de infração penal.
tário dos animais vendidos ou doa-

53
65 Inciso I do art. 107 com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008, com acréscimo do § 5º.
66 Art. 108, caput e § 1º com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008.

Lei dos crimes ambientais


§ 2º Nos casos em que o responsá- Parágrafo único. O termo de destrui-
vel pela infração administrativa ou o ção ou inutilização deverá ser instru-
detentor do imóvel onde foi praticada ído com elementos que identifiquem
a infração for indeterminado, desco- as condições anteriores e posterio-
nhecido ou de domicílio indefinido, res à ação, bem como a avaliação
será realizada notificação da lavratu- dos bens destruídos.
ra do termo de embargo mediante a
Art. 112. A demolição de obra, edifi-
publicação de seu extrato no Diário
cação ou construção não habitada e
Oficial da União.
utilizada diretamente para a infração
Art. 109. A suspensão de venda ou ambiental dar-se-á excepcionalmente
fabricação de produto constitui medi- no ato da fiscalização nos casos em
da que visa a evitar a colocação no que se constatar que a ausência da
mercado de produtos e subprodutos demolição importa em iminente risco
oriundos de infração administrati- de agravamento do dano ambiental
va ao meio ambiente ou que tenha ou de graves riscos à saúde.67
como objetivo interromper o uso con- § 1º A demolição poderá ser feita
tínuo de matéria-prima e subprodu- pelo agente autuante, por quem este
tos de origem ilegal. autorizar ou pelo próprio infrator e
Art. 110. A suspensão parcial ou to- deverá ser devidamente descrita e
tal de atividades constitui medida documentada, inclusive com fotogra-
que visa a impedir a continuidade de fias.
processos produtivos em desacordo § 2º As despesas para a realização
com a legislação ambiental. da demolição correrão às custas do
Art. 111. Os produtos, inclusive madei- infrator.
ras, subprodutos e instrumentos utili- § 3º A demolição de que trata o caput
zados na prática da infração poderão não será realizada em edificações
ser destruídos ou inutilizados quando: residenciais.
I – a medida for necessária para evi-
tar o seu uso e aproveitamento inde- Seção III
vidos nas situações em que o trans- Da Defesa
porte e a guarda forem inviáveis em
face das circunstâncias; ou
II – possam expor o meio ambiente Art. 113. O autuado poderá, no prazo
a riscos significativos ou comprome- de vinte dias, contados da data da ci-
ter a segurança da população e dos ência da autuação, oferecer defesa
agentes públicos envolvidos na fis- contra o auto de infração.
calização.
54

67 Art. 112, caput e do § 1º com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008.

Lei dos crimes ambientais


§ 1º O órgão ambiental responsá- Parágrafo único. O autuado poderá
vel aplicará o desconto de trinta por requerer prazo de até dez dias para
cento de que trata o art. 3º da Lei nº a juntada do instrumento a que se re-
8.005, de 22 de março de 1990, sem- fere o caput.
pre que o autuado decidir efetuar o
Art. 117. A defesa não será conheci-
pagamento da penalidade no prazo
da quando apresentada:
previsto no caput.
I – fora do prazo;
§ 2º O órgão ambiental responsável
concederá desconto de trinta por II – por quem não seja legitimado; ou
cento do valor corrigido da penalida-
III – perante órgão ou entidade am-
de, nos termos do art. 4º da Lei nº
biental incompetente.
8.005, de 1990, para os pagamentos
realizados após o prazo do caput e
no curso do processo pendente de Seção IV
julgamento. Da Instrução e Julgamento
Art. 114. A defesa poderá ser proto-
colizada em qualquer unidade ad- Art. 118. Ao autuado caberá a prova
ministrativa do órgão ambiental que dos fatos que tenha alegado, sem pre-
promoveu a autuação, que o enca- juízo do dever atribuído à autoridade
minhará imediatamente à unidade julgadora para instrução do processo.
responsável.
Art. 119. A autoridade julgadora po-
Art. 115. A defesa será formula- derá requisitar a produção de provas
da por escrito e deverá conter os necessárias à sua convicção, bem
fatos e fundamentos jurídicos que como parecer técnico ou contradita
contrariem o disposto no auto de do agente autuante, especificando o
infração e termos que o acompa- objeto a ser esclarecido.
nham, bem como a especificação
das provas que o autuado pretende § 1º O parecer técnico deverá ser
produzir a seu favor, devidamente elaborado no prazo máximo de dez
justificadas. dias, ressalvadas as situações devi-
damente justificadas.
Parágrafo único. Requerimentos for-
mulados fora do prazo de defesa § 2º A contradita deverá ser elabora-
da pelo agente autuante no prazo de
não serão conhecidos, podendo ser
cinco dias, contados a partir do rece-
desentranhados dos autos confor-
bimento do processo.
me decisão da autoridade ambiental
competente. § 3º Entende-se por contradita, pa-
-ra efeito deste Decreto, as informa-
Art. 116. O autuado poderá ser repre- ções e esclarecimentos prestados
sentado por advogado ou procurador pelo agente autuante necessários à 55
legalmente constituído, devendo, elucidação dos fatos que originaram
para tanto, anexar à defesa o res- o auto de infração, ou das razões
pectivo instrumento de procuração.

Lei dos crimes ambientais


alegadas pelo autuado, facultado ao Parágrafo único. Nos casos de agra-
agente, nesta fase, opinar pelo aco- vamento da penalidade, o autuado
lhimento parcial ou total da defesa. deverá ser cientificado antes da res-
pectiva decisão, por meio de aviso
Art. 120. As provas propostas pelo
de recebimento, para que se mani-
autuado, quando impertinentes, des-
feste no prazo das alegações finais.
necessárias ou protelatórias, pode-
rão ser recusadas, mediante decisão Art. 124. Oferecida ou não a defesa,
fundamentada da autoridade julga- a autoridade julgadora, no prazo de
dora competente. trinta dias, julgará o auto de infração,
decidindo sobre a aplicação das pe-
Art. 121. O órgão da Procuradoria-
nalidades.
-Geral Federal, quando houver con-
trovérsia jurídica, emitirá parecer § 1º Nos termos do que dispõe o art.
fundamentado para a motivação da 101, as medidas administrativas que
decisão da autoridade julgadora.68 forem aplicadas no momento da au-
tuação deverão ser apreciadas no
Art. 122. Encerrada a instrução, o
ato decisório, sob pena de ineficácia.
autuado terá o direito de manifestar-
-se em alegações finais, no prazo § 2º A inobservância do prazo para
máximo de dez dias. julgamento não torna nula a decisão
Parágrafo único. A autoridade julga- da autoridade julgadora e o processo.
dora publicará em sua sede admi- § 3º O órgão ou entidade ambiental
nistrativa e em sítio na rede mundial competente indicará, em ato próprio,
de computadores a relação dos pro- a autoridade administrativa respon-
cessos que entrarão na pauta de jul- sável pelo julgamento da defesa,
gamento, para fins de apresentação observando-se o disposto no art. 17
de alegações finais pelos interessa- da Lei nº 9.784, de 1999.
dos.69
Art. 125. A decisão deverá ser motiva-
Art. 123. A decisão da autoridade da, com a indicação dos fatos e fun-
julgadora não se vincula às sanções
damentos jurídicos em que se baseia.
aplicadas pelo agente autuante,
ou ao valor da multa, podendo, em Parágrafo único. A motivação deve
decisão motivada, de ofício ou a re- ser explícita, clara e congruente, po-
querimento do interessado, minorar, dendo consistir em declaração de
manter ou majorar o seu valor, res- concordância com fundamentos de
peitados os limites estabelecidos na anteriores pareceres, informações
legislação ambiental vigente.70 ou decisões, que, neste caso, serão
parte integrante do ato decisório.

56
68 Art. 121 com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008.
69 Parágrafo único do art. 122 acrescido pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008, com supressão dos §§ 1º e 2º.
70 Art. 123, caput com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008.

Lei dos crimes ambientais


Art. 126. Julgado o auto de infra- Art. 127-A. A autoridade que proferiu
ção, o autuado será notificado por a decisão na defesa recorrerá de ofí-
via postal com aviso de recebimento cio à autoridade superior nas hipóte-
ou outro meio válido que assegure a ses a serem definidas pelo órgão ou
certeza de sua ciência para pagar a entidade ambiental.72
multa no prazo de cinco dias, a par-
tir do recebimento da notificação, ou Parágrafo único. O recurso de ofício
para apresentar recurso. será interposto mediante declaração
na própria decisão.
Parágrafo único. O pagamento re-
alizado no prazo disposto no caput Art. 128. O recurso interposto na for-
contará com o desconto de trinta por ma prevista no art. 127 não terá efei-
cento do valor corrigido da penalida- to suspensivo.
de, nos termos do art. 4º da Lei nº
§ 1º Na hipótese de justo receio de
8.005, de 1990.
prejuízo de difícil ou incerta repara-
ção, a autoridade recorrida ou a ime-
Seção V diatamente superior poderá, de ofício
Dos Recursos ou a pedido do recorrente, conceder
efeito suspensivo ao recurso.

Art. 127. Da decisão proferida pela § 2º Quando se tratar de penalidade


autoridade julgadora caberá recurso de multa, o recurso de que trata o art.
no prazo de vinte dias.71 127 terá efeito suspensivo quanto a
esta penalidade.
§ 1º O recurso hierárquico de que
trata este artigo será dirigido à auto- Art. 129. A autoridade superior res-
ridade administrativa julgadora que ponsável pelo julgamento do recurso
proferiu a decisão na defesa, a qual, poderá confirmar, modificar, anular
se não a reconsiderar no prazo de ou revogar, total ou parcialmente, a
cinco dias, o encaminhará à autori- decisão recorrida.73
dade superior.
§ 1º O recurso será interposto me-
§ 2º O órgão ou entidade ambiental diante declaração na própria decisão.
competente indicará, em ato próprio, § 2º No caso de aplicação de multa, o
a autoridade superior que será res- recurso de ofício somente será cabí-
ponsável pelo julgamento do recurso vel nas hipóteses a serem definidas
mencionado no caput. pelo órgão ou entidade ambiental.

57
71 Art. 127 caput com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008, com acréscimo dos §§ 1º e 2º.
72 Art. 127-A e Parágrafo único acrescidos pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008.
73 Art. 129 caput com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008.

Lei dos crimes ambientais


Art. 130. Da decisão proferida pela órgão ambiental de origem, para que
autoridade superior caberá recurso efetue a notificação do interessado,
ao CONAMA, no prazo de vinte dias.74 dando ciência da decisão proferida.
§ 1º O recurso de que trata este arti- Art. 133. Havendo decisão confirma-
go será dirigido à autoridade superior tória do auto de infração por parte do
que proferiu a decisão no recurso, a
CONAMA, o interessado será notifi-
qual, se não a reconsiderar no prazo
de cinco dias, e após exame prévio cado nos termos do art. 126.
de admissibilidade, o encaminhará Parágrafo único. As multas estarão su-
ao Presidente do CONAMA. jeitas à atualização monetária desde a
§ 2º A autoridade julgadora junto ao lavratura do auto de infração até o seu
CONAMA não poderá modificar a efetivo pagamento, sem prejuízo da
penalidade aplicada para agravar a aplicação de juros de mora e demais
situação do recorrente. encargos conforme previsto em lei.
§ 3º O recurso interposto na forma
prevista neste artigo não terá efeito Seção VI
suspensivo, salvo quanto à penalida-
de de multa. Do Procedimento Relati-
vo à Destinação dos Bens
§ 4º Na hipótese de justo receio de
e Animais Apreendidos
prejuízo de difícil ou incerta repa-
ração, a autoridade recorrida ou a
imediatamente superior poderá, de Art. 134. Após decisão que confirme
ofício ou a pedido do recorrente, dar o auto de infração, os bens e animais
efeito suspensivo ao recurso.
apreendidos que ainda não tenham
§ 5º O órgão ou entidade ambiental sido objeto da destinação prevista
disciplinará os requisitos e procedi- no art. 107, não mais retornarão ao
mentos para o processamento do re- infrator, devendo ser destinados da
curso previsto no caput deste artigo. seguinte forma:
Art. 131. O recurso não será conhe- I – os produtos perecíveis serão do-
cido quando interposto:
ados;
I – fora do prazo;
II – as madeiras poderão ser doa-
II – perante órgão ambiental incom- das a órgãos ou entidades públicas,
petente; ou vendidas ou utilizadas pela adminis-
III – por quem não seja legitimado. tração quando houver necessidade,
conforme decisão motivada da auto-
Art. 132. Após o julgamento, o CO-
ridade competente;75
NAMA restituirá os processos ao

58
74 Art. 130, caput com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008, com acréscimo dos §§ 1º a 5ºe
supressão do Parágrafo único
75 Inciso II do art. 134 com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008, com acréscimo do inciso VII.

Lei dos crimes ambientais


III – os produtos e subprodutos da dades sem fins lucrativos de caráter
fauna não perecíveis serão destruí- beneficente.76
dos ou doados a instituições científi-
Parágrafo único. Os produtos da fau-
cas, culturais ou educacionais;
na não perecíveis serão destruídos
IV – os instrumentos utilizados na ou doados a instituições científicas,
prática da infração poderão ser des- culturais ou educacionais.
truídos, utilizados pela administração
quando houver necessidade, doados Art. 136. Tratando-se de apreensão
ou vendidos, garantida a sua desca- de substâncias ou produtos tóxicos,
racterização, neste último caso, por perigosos ou nocivos à saúde hu-
meio da reciclagem quando o instru- mana ou ao meio ambiente, as me-
mento puder ser utilizado na prática didas a serem adotadas, inclusive a
de novas infrações; destruição, serão determinadas pelo
órgão competente e correrão a ex-
V – os demais petrechos, equipamen-
pensas do infrator.
tos, veículos e embarcações descritos
no inciso IV do art. 72 da Lei nº 9.605, Art. 137. O termo de doação de bens
de 1998, poderão ser utilizados pela apreendidos vedará a transferência
administração quando houver neces- a terceiros, a qualquer título, dos ani-
sidade, ou ainda vendidos, doados ou mais, produtos, subprodutos, instru-
destruídos, conforme decisão motiva- mentos, petrechos, equipamentos,
da da autoridade ambiental; veículos e embarcações doados.
VI – os animais domésticos e exóti- Parágrafo único. A autoridade am-
cos serão vendidos ou doados. biental poderá autorizar a transferên-
VII – os animais da fauna silvestre se- cia dos bens doados quando tal me-
rão libertados em seu hábitat ou en- dida for considerada mais adequada
tregues a jardins zoológicos, funda- à execução dos fins institucionais
ções, centros de triagem, criadouros dos beneficiários.
regulares ou entidades assemelha- Art. 138. Os bens sujeitos à venda
das, desde que fiquem sob a respon- serão submetidos a leilão, nos termos
sabilidade de técnicos habilitados. do § 5º do art. 22 da Lei nº 8.666, de
Art. 135. Os bens apreendidos pode- 21 de junho de 1993.77
rão ser doados pela autoridade com- Parágrafo único. Os custos opera-
petente para órgãos e entidades pú- cionais de depósito, remoção, trans-
blicas de caráter científico, cultural, porte, beneficiamento e demais en-
educacional, hospitalar, penal, militar cargos legais correrão à conta do
e social, bem como para outras enti- adquirente.

59
76 Art. 135, caput com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008.
77 A Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para

licitações e contratos da Administração Pública, e dá outras providências.

Lei dos crimes ambientais


Seção VII II – a recuperação da área degrada-
da puder ser realizada pela simples
Do Procedimento de Conversão
regeneração natural.
de Multa Simples em Serviços de
Preservação, Melhoria e Recupera- Parágrafo único. Na hipótese do ca-
ção da Qualidade do Meio Ambiente put, a multa poderá ser convertida nos
serviços descritos nos incisos II, III e IV
do art. 140, sem prejuízo da reparação
Art. 139. A autoridade ambiental po- dos danos praticados pelo infrator.
derá, nos termos do que dispõe o
§ 4º do art. 72 da Lei nº 9.605, de Art. 142. O autuado poderá requerer
1998, converter a multa simples em a conversão de multa de que trata
serviços de preservação, melhoria e esta Seção por ocasião da apresen-
recuperação da qualidade do meio tação da defesa.
ambiente. Art. 143. O valor dos custos dos ser-
Art. 140. São considerados serviços viços de preservação, melhoria e
de preservação, melhoria e recupera- recuperação da qualidade do meio
ção da qualidade do meio ambiente: ambiente não poderá ser inferior ao
valor da multa convertida.
I – execução de obras ou atividades
de recuperação de danos decorren- § 1º Na hipótese de a recuperação
tes da própria infração; dos danos ambientais de que trata o
inciso I do art. 140 importar recursos
II – implementação de obras ou ativida- inferiores ao valor da multa converti-
des de recuperação de áreas degrada- da, a diferença será aplicada nos ou-
das, bem como de preservação e me- tros serviços descritos no art. 140.
lhoria da qualidade do meio ambiente;
§ 2º Independentemente do valor da
III – custeio ou execução de programas multa aplicada, fica o autuado obri-
e de projetos ambientais desenvolvidos gado a reparar integralmente o dano
por entidades públicas de proteção e que tenha causado.
conservação do meio ambiente; e
§ 3º A autoridade ambiental aplicará
IV – manutenção de espaços públi- o desconto de quarenta por cento
cos que tenham como objetivo a pre- sobre o valor da multa consolidada.78
servação do meio ambiente.
Art. 144. A conversão de multa destina-
Art. 141. Não será concedida a con- da à reparação de danos ou recupera-
versão de multa para reparação de ção das áreas degradadas pressupõe
danos de que trata o inciso I do art. que o autuado apresente pré-projeto
140, quando: acompanhando o requerimento.
I – não se caracterizar dano direto ao § 1º Caso o autuado ainda não dis-
meio ambiente; e ponha de pré-projeto na data de
60

78 § 3º do art. 143 com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembro de 2008.

Lei dos crimes ambientais


apresentação do requerimento, a prazo definido pelo órgão ou entidade
autoridade ambiental, se provocada, ambiental para a celebração do termo
poderá conceder o prazo de até trin- de compromisso de que trata o art. 146.
ta dias para que ele proceda à junta-
Art. 146. Havendo decisão favorável
da aos autos do referido documento.
ao pedido de conversão de multa, as
§ 2º A autoridade ambiental poderá partes celebrarão termo de compro-
dispensar o projeto de recuperação misso, que deverá conter as seguin-
ambiental ou autorizar a substituição tes cláusulas obrigatórias:
por projeto simplificado quando a re-
I – nome, qualificação e endereço
cuperação ambiental for de menor
das partes compromissadas e dos
complexidade.
respectivos representantes legais;
§ 3º Antes de decidir o pedido de
II – prazo de vigência do compro-
conversão da multa, a autoridade
misso, que, em função da comple-
ambiental poderá determinar ao au-
xidade das obrigações nele fixadas,
tuado que proceda a emendas, revi-
sões e ajustes no pré-projeto. poderá variar entre o mínimo de no-
venta dias e o máximo de três anos,
§ 4º O não-atendimento por parte do com possibilidade de prorrogação
autuado de qualquer das situações por igual período;
previstas neste artigo importará no
pronto indeferimento do pedido de III – descrição detalhada de seu ob-
conversão de multa. jeto, valor do investimento previsto e
cronograma físico de execução e de
Art. 145. Por ocasião do julgamento implantação das obras e serviços exi-
da defesa, a autoridade julgadora gidos, com metas a serem atingidas;
deverá, numa única decisão, julgar o
auto de infração e o pedido de con- IV – multa a ser aplicada em de-
versão da multa. corrência do não-cumprimento das
obrigações nele pactuadas, que não
§ 1º A decisão sobre o pedido de con- poderá ser inferior ao valor da multa
versão é discricionária, podendo a convertida, nem superior ao dobro
administração, em decisão motivada, desse valor; e
deferir ou não o pedido formulado,
observado o que dispõe o art. 141. V – foro competente para dirimir lití-
gios entre as partes.
§ 2º Em caso de acatamento do pedi-
do de conversão, deverá a autorida- § 1º A assinatura do termo de com-
de julgadora notificar o autuado para promisso implicará renúncia ao direi-
que compareça à sede da respectiva to de recorrer administrativamente.
unidade administrativa para a assi- § 2º A celebração do termo de com-
natura de termo de compromisso. promisso não põe fim ao processo 61
§ 3º O deferimento do pedido de administrativo, devendo a autorida-
conversão suspende o prazo para de competente monitorar e avaliar,
a interposição de recurso durante o no máximo a cada dois anos, se as

Lei dos crimes ambientais


obrigações assumidas estão sendo CAPÍTULO III
cumpridas.
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
§ 3º O termo de compromisso terá
efeitos na esfera civil e administrativa.
Art. 149. Os órgãos ambientais in-
§ 4º O descumprimento do termo de tegrantes do Sistema Nacional do
compromisso implica: Meio Ambiente - SISNAMA ficam
obrigados a dar, trimestralmente, pu-
I – na esfera administrativa, a ime-
blicidade das sanções administrati-
diata inscrição do débito em Dívida
vas aplicadas com fundamento neste
Ativa para cobrança da multa resul-
Decreto:79
tante do auto de infração em seu va-
lor integral; e I – no Sistema Nacional de Infor-
mações Ambientais - SISNIMA, de
II – na esfera civil, a imediata execu-
que trata o art. 9º, inciso VII, da Lei
ção judicial das obrigações assumi-
nº 6.938, de 1981; e
das, tendo em vista seu caráter de
título executivo extrajudicial. II – em seu sítio na rede mundial de
computadores.
§ 5º O termo de compromisso poderá
conter cláusulas relativas às demais Parágrafo único. Quando da publica-
sanções aplicadas em decorrência ção das listas, nos termos do caput,
do julgamento do auto de infração. o órgão ambiental deverá, obrigato-
riamente, informar se os processos
§ 6º A assinatura do termo de com-
estão julgados em definitivo ou en-
promisso tratado neste artigo suspen-
contram-se pendentes de julgamen-
de a exigibilidade da multa aplicada.
to ou recurso.
Art. 147. Os termos de compromisso
Art. 150. Nos termos do que dispõe
deverão ser publicados no diário ofi-
o § 1º do art. 70 da Lei nº 9.605, de
cial, mediante extrato.
1998, este Decreto se aplica, no que
Art. 148. A conversão da multa não couber, à Capitania dos Portos do
poderá ser concedida novamente ao Comando da Marinha.
mesmo infrator durante o período de
Art. 151. Os órgãos e entidades am-
cinco anos, contados da data da as-
sinatura do termo de compromisso. bientais federais competentes es-
tabelecerão, por meio de instrução

62

79 Art. 149, caput com redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 10 de dezembrode 2008, com acréscimo do Parágrafo único.

Lei dos crimes ambientais


normativa, os procedimentos admi- Art. 153. Ficam revogados os Decre-
nistrativos complementares relativos tos nºs. 3.179, de 21 de setembro
à execução deste Decreto. de 1999, 3.919, de 14 de setembro
de 2001, 4.592, de 11 de fevereiro
Art. 152. O disposto no art. 55 entrará de 2003, 5.523, de 25 de agosto de
em vigor em 11 de junho de 2012.80 2005, os arts. 26 e 27 do Decreto no
5.975, de 30 de novembro de 2006, e
Art. 152-A. Os embargos impostos os arts. 12 e 13 do Decreto no 6.321,
em decorrência da ocupação irre- de 21 de dezembro de 2007.
gular de áreas de reserva legal não
Art. 154. Este Decreto entra em vigor
averbadas e cuja vegetação nativa
na data de sua publicação.
tenha sido suprimida até 21 de de-
zembro de 2007, serão suspensos
até 11 de dezembro de 2009, me- Brasília, 22 de julho de 2008; 187º da In-
diante o protocolo pelo interessado dependência e 120º da República.
de pedido de regularização da re-
serva legal junto ao órgão ambiental
competente.81 Luiz Inácio Lula da Silva

Parágrafo único. O disposto no caput Carlos Minc


não se aplica a desmatamentos irre- Este texto não substitui o publicado no
gulares ocorridos no Bioma Amazônia. DOU de 23.07.2008.

63
80 Art. 152 com redação dada pelo Decreto nº 7.719, de 11 de abril de 2012.
81 Art. 152-A caput e Parágrafo único com reldação dada pelo Decreto nº 6.695, de 15 de dezembro de 2008.

Lei dos crimes ambientais


Constituição da República Federativa do Brasil
1988
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à cole-
tividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º – Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico
das espécies e ecossistemas;
II – preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as
entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
III – definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a
serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente
através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos
que justifiquem sua proteção;
IV – exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora
de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a
que se dará publicidade;
V – controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substân-
cias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
VI – promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pú-
blica para a preservação do meio ambiente;
VII – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua
função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.
§ 2º – Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente de-
gradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na
forma da lei.
§ 3º – As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores,
pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da
obrigação de reparar os danos causados.
§ 4º – A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-
Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma
da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive
quanto ao uso dos recursos naturais.

64 § 5º – São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discrimi-
natórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
§ 6º – As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei
federal, sem o que não poderão ser instaladas.
Lei dos crimes ambientais
Ouvidoria do Ibama

Linha Verde
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