Migrações e Seus Impactos na Política Internacional (IFCH04-12704)

4 créditos – Segundas e quartas, 12h30 às 14h10.

Professor: Maurício Santoro (mauriciosantoro1978@gmail.com)

Objetivo: Discutir a crise global de refugiados por meio do estudo de seus principais
aspectos históricos, questionando alguns dos conceitos que definem o atual sistema
de proteção internacional e analisando casos nacionais/regionais de destaque.

Além das aulas, o curso terá palestras com convidados (refugiados, especialistas,
funcionários de organizações humanitárias).

Avaliação:

P1: Prova escrita

P2: Trabalho de Grupo analisando obra literária sobre refúgio. Lista inicial:
https://medium.com/@mauriciosantoro1978/c%C3%ADrculo-do-livro-uerj-
literatura-e-rela%C3%A7%C3%B5es-internacionais-dc6ae2f8a68e

Tópicos

1. O conceito moderno de refugiado

GATRELL, Peter (2013). The Making of the Modern Refugee. Oxford: Oxford
University Press, caps. 1-3, p. 19-117.

2. A definição de refugiado no direito internacional e brasileiro

ACNUR (1951). Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados. Disponível em:

http://www.acnur.org/t3/fileadmin/Documentos/portugues/BDL/Convencao_relativ
a_ao_Estatuto_dos_Refugiados.pdf

BRASIL (1997). Lei 9474. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9474.htm

3. O Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR)

LOESCHER, Giles (2001). The UNHCR and World Politics: A Perilous Path. Oxford:
Oxford University Press, capítulo 3 “The Cold War Origins of the UNHCR under Gerrit
Jan van Heuven Goedhart.”

4. Gênero

FREEDMAN, Jane (2015). Gendering the International Asylum and Refugee Debate.
Londres: Palgrave MacMillan. 2a edição. Capítulo 3, “Gender-Related Persecutions:
Why do women flee?” e Capítulo 4, “Gender and Asylum in International Law – the
Geneva Convention Revisited, p. 45-108.

- Uma das aulas deste tópico será em parceria com o Círculo de Literatura e RI da
UERJ, cujo tema do mês será “refúgio e gênero”.

5. A vida num campo de refugiados

LAWRENCE, Ben (2016). City of Thorns: nine lives in the world´s largest refugee
camp. Londres: Picador, Prólogo e Parte 1 “Ma´ alul – Famine”.

TURNER, Simon (2015). “What is a Refugee Camp? Exploration of the Limits and
Effects of the Camp. Journal of Refugee Studies. Vol 29, No 2, p. 139-148.
 6. Refugiados urbanos.

BETTS, Alexander et alli (2016). Refugee Economies: forced displacement and

development. Oxford: Oxford University Press, capítulo 5, “Urban Areas”.

7. Mudança climática, desastres e refugiados

FOLLY, Maiara (2018). “Migrantes invisíveis: a crise de deslocamento forçado no

Brasil.” Artigo Estratégico n. 29. Rio de Janeiro: Instituto Igarapé.

NOAL, Débora (2017). O Humano do Mundo: diário de uma psicóloga sem fronteiras.
Bauru: Alto Astral. “Terremoto no Haiti”, p.150-181.

8. Estudos de Caso:

- Brasil

MOREIRA, Júlia Bertino. (2010) Redemocratização e direitos humanos: a política para

refugiados no Brasil. Revista Brasileira de Política Internacional. V. 53 N.1.

VERAN, Jean-François, NOAL, Débora da Silva e FAINSTAT, Tyler (2014). “Nem

Refugiados, nem Migrantes: A Chegada dos Haitianos à Cidade de Tabatinga
(Amazonas).” Dados Vol.57, n.4.

- Síria

INTERNATIONAL CRISIS GROUP (2013). Too Close For Comfort: Syrians in Lebanon.
Relatório n.141.

-Europa

ANISTIA INTERNACIONAL (2016). No Safe Refuge: Asylum Seekers and Refugees

Denied Effective Protection in Turkey. Londres: Anistia Internacional.

- República Democrática do Congo

STEARNS, Jason (2011). Dancing in the Glory of Monsters: the collapse of the Congo
and the great war of Africa. Nova York: Public Affairs. Parte 2, p. 53-178.

- Venezuela

O´NEIL, Shannon (2018). "A Venezuelan Refugee Crisis". Contingency Planning

Memorandum No. 33. https://www.cfr.org/report/venezuelan-refugee-crisis

Bibliografia Complementar:

ALBAHARI, Maurizio (2014). Crimes of Peace: Mediterranean Migrations at the

World’s Deadliest Border. Filadélfia: University of Pennsylvania Press.

AZEEM, Ibrahim (2016). The Rohingyas: Inside Myanmar's Hidden Genocide.

Londres: Hurst & Co.

BETTS, Alexander (2009). Forced Migrations and Global Politics. Oxford: Wiley-
Blackwell.

____; e LOESCHER, Gil (orgs) (2011). Refugees in International Relations. Oxford:

Oxford University Press.

COHEN, Roberta e DENG, Francis (1998). Masses in Flight: the global crisis of internal
displacement. Washington: Brookings Institution Press.
FIDDIAN-QASMIYEH et alli (orgs) (2014). The Oxford Handbook of Refugee & Forced
Migration Studies. Oxford: Oxford University Press.

FOX, Renée (2011). Doctors Without Borders: Humanitarian Quests, Impossible

Dreams of Médecins Sans Frontières. Baltimore: Johns Hopkins University Press.

HADDAD, Emma (2008). The Refugee in International Society: between sovereigns.

Cambridge: Cambridge University Press.

KINGLSEY, Patrick (2016). The New Odissey: the story of Europe´s refugee crisis.
Londres: Guardian Faber Publishing.

LIMA, João Brígido Bezzera et alli (2017). Refúgio no Brasil: caracterização dos perfis
sociodemográficos dos refugiados (1998-2014). Brasília: Ipea.

LISCHER, Sarah (2005). Dangerous Sanctuaries: refugee camps, civil war and the
dilemmas of humanitarian aid. Ithaca: Cornell University Press.

LONG, Katy (2013). Point of No Return: refugees, rights and repatriation. Oxford:
Oxford University Press.

POWER, Samantha (2008). O Homem Que Queria Salvar o Mundo: uma biografia de
Sergio Vieira de Mello. São Paulo: Companhia das Letras.

WADE, Francis (2017). Myanmar´s Enemy Within: Buddhist violence and the making
of a Muslim ´other´. Londres: Zed Books.

Filmes Recomendados:

Dheepan: o refúgio (França, 2015). Diretor: Jacques Audiard. Três refugiados do Sri
Lanka fingem ser uma família para obter refúgio na França e precisam aprender a
conviver e se adaptar no novo país.

Era o Hotel Cambridge (Brasil, 2016). Diretora: Eliane Caffé. Refugiados e sem-teto
ocupam juntos um prédio abandonado em São Paulo, em convivência marcada tanto
por tensões quanto pelo reconhecimento de afinidades.

Exodus: de onde eu vim não existe mais (Alemanha, 2017). Diretor: Hank Levine.
Documentário sobre a vida de refugiados em vários países, da Alemanha ao Saara
Ocidental, passando por Brasil e Bangladesh.

Malala (EUA, 2015). Diretor: Davis Guggenheim. Biografia da adolescente

paquistanesa que o Talibã tentou assassinar em represália à sua campanha pelo
direito das mulheres em estudar.

Samba (França, 2014). Diretores: Olivier Nakache, Éric Toledano. O esforço de um

imigrante africano na França para tentar regularizar sua situação dá uma guinada
quando ele conhece uma voluntária numa ONG de acolhida a estrangeiros.

Sergio (EUA, 2009). Diretor: Greg Barker. Documentário sobre Sergio Vieira de Mello,
cuja carreira se deu em grande parte como funcionário do ACNUR.

Terraferma (Itália, 2011). Diretor: Emanuele Crialese. Uma família da ilha de

Lampedusa acolhe refugiados salvos pelo avô, pescador, e enfrenta o dilema de
ajudá-los ou entregá-los às autoridades.