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http://chrisogrady.com/pano/museu_regional_de_beja/virtual_tour.html?
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O espólio do Museu Regional de Beja, instalado neste local desde 1927, foi
entretanto muito ampliado com coleções provenientes de outros conventos e
palácios da região. Entre o acervo do Museu, realçamos ainda o núcleo de
pintura, composto por obras de mestres portugueses, espanhóis e holandeses, a
secção lapidar, e a secção de Arqueologia, centrada essencialmente no período
romano, muito rico nesta região. Da Coleção de Arqueologia destacamos o núcleo
romano e o conjunto de capitéis clássicos do Fórum da Antiga Pax Júlia (a Beja
romana).
Núcleos
Em 1459, foi fundado e concedida licença para a sua instituição por dois breves
de Pio II
A data de entrada das monjas no cenóbio aconteceu em 1473, mas doze anos
depois registou-se a presença do arquitecto João de Arruda como supervisor dos
trabalhos e só nos inícios do século XVI é que se terminou o dormitório das
monjas.
Contudo, a sua vocação religiosa seria posta à prova quando conheceu o cavaleiro
francês Noel Bouton, marquês de Chamilly, que estava em Portugal com as suas
tropas, envolvido na guerra da Restauração. Entre os dois surgiu um amor
impossível, do qual as "Cartas Portuguesas" são um belíssimo testemunho.
Conta-se que Mariana Alcoforado terá visto Chamilly, pela primeira vez, a
partir do terraço ou de uma janela do convento de Beja de onde assistia às
manobras do exército.
O episódio, se autêntico, terá ocorrido entre 1667 e 1668 – e aí se terá iniciado
uma controversa ligação amorosa.
O célebre Júlio Dantas, que escreveu uma peça teatral inspirada no caso (Sóror
Mariana) e que a isso ficou a dever, em grande parte, o ferocíssimo ataque que
Almada Negreiros lhe dirigiu no conhecido Manifesto Anti-Dantas, achava as
duas hipóteses possíveis (a verdade ou a falsidade do caso amoroso).
Sobre esta polémica vale a pena transcrever umas palavras do próprio Júlio
Dantas na introdução da 4.ª edição da sua obra (Editora Portugal-Brasil, Lisboa,
1915). Ele dirige-se a uma senhora que se terá manifestado indignada perante a
versão dos amores fornecida na referida peça teatral e que sustentava a
impossibilidade da sua ocorrência para lá dos muros de um convento.
“É mentira! É mentira!”, terá ela bradado em altas vozes durante a primeira
representação da peça.
“ (...) Tenho pena de não poder mostrar-lhe os documentos inéditos cuja cópia
aqui está, diante de mim.
Se soubesse, minha senhora, o que foram durante dois séculos os conventos de
freiras de Portugal, v. ex.ª repetiria, decerto, a frase amarga do Duque de Saint-
Simon a respeito duma casa de capuchas da Bretanha: «religiosa que de lá sai, é
porque quer ser uma mulher honesta».
Mentir — para quê?
Sossegue. Tranquilize o seu espírito, minha senhora.
Houve, evidentemente, um facto de amor, desconhecido e vago, de que as cinco
Cartas foram a consequência literária. A minha peça é apenas a dramatização
conjectural desse facto.
Nada se sabe ao certo.
Tudo pode ser verdade.
Tudo pode ser mentira.