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©Grupo 100%Paleo

O lado arqueológico da dieta dos seres humanos


Após alguns anos de estudo, experiência pessoal com a dieta Paleo, participação em inúmeros simpósios,
congressos, encontros e trocas de idéias em grupos do Facebook tanto brasileiros como alemães, além de
visitar fóruns alemães sobre bioquímica, visitar museus e discutir sobre a alimentação no paleolítico, pude
verificar que nada, mas nada mesmo pode ser, nesse sentido, um sistema fechado com idéias prontas. No
campo da nutrição, o que nós temos hoje são abordagens terapêuticas para tentar reverter o quadro de uma
má alimentação e estilo de vida errado adotados ao longo de nossas vidas.

Se todo mundo aqui do grupo fez o dever de casa direitinho ao lerem o tópico fixo, puderam constatar que
não há registro de uma única dieta paleo, e sim várias delas. A disponibilidade dos macronutrientes
dependiam da localidade geográfica no globo, e que a passagem do Paleolítico para o Neolítico não foi
assim que o nosso precursor Homo sapiens decidiu abandonar suas ferramentas de caça e coleta e dizer:
bá, hoje decidimos que não queremos mais sermos caçadores e coletores e sim agricultores e domesticar
alguns bisons e caprinos, e assim deu o início a um novo período histórico.

Um ponto muito importante ao se adotar uma dieta como um estilo de vida é estudar sobre a mesma e
verificar se faz sentido e se é praticável ao longo da vida. E se você hoje escolheu nadar contra a corrente,
ir contra paradigmas e dogmas, não caia na tentação de achar que encontrou a resposta para tudo e assim,
acabar criando outros novos.

Compartilho um estudo que já li há muito tempo e gostaria de trazer à discussão no grupo e o meu desafio é
fazer você pensar por si mesmo. Não o que o “guru” X acha, mas o que você acha é o mais importante.

„Consumo de sementes de gramínea moçambicana durante o Mesolítico (Idade da Pedra Média)“

O papel das plantas ricas em amido nas primeiras dietas do hominídeo e


quando o processamento culinário de amidos começou têm sido difíceis
de rastrear arqueologicamente. A colheita de sementes é
convencionalmente vista como uma atividade irrelevante entre as
forrageiras (gramíneas e leguminosas) no Pleistoceno da África
meridional, com base tanto na dificuldade tecnológica no processamento
de grãos e na crença de que as raízes, frutas e nozes, não cereais,
foram a base para a subsistência durante os últimos 100.000 anos e até
mais antes que isso. Uma grande coleção de grânulos de amido foi
recuperado a partir das superfícies de ferramentas de pedra do
Mesolítico em Moçambique, mostrando que os primeiros Homo sapiens já dependiam de sementes de
grama começando pelo menos 105.000 anos atrás, incluindo as de gramíneas de sorgo (painço).
Aqui o resumo no Pubmed:https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20019285, e aqui se pode ler com mais
detalhes o estudo: http://www.naturaleater.com/science-articles/grass-seed-consumption-stone-age.pdf

Boa leitura!

Outros links que foram discutidos no tópico original publicado no grupo em 13.12.2016:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20975578
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19747602

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