Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
95 Policitemia vera e outras doenças mieloproliferativas
Policitemia vera
Disturbio clonal que envolve uma célula progenitora pluripotencial, occore um acúmulo de
eritrocitos, granulócitos e plaquetas em ausencia de estímulo fisiológico reconhecível. É a
doença mais comum entre o seu grupo e ocorre em 2 por 100000 individuos. Se documentou
a transmissão vertical com uma base genética. É ligeiramente mais frequente nos homens
contudo as mulheres predominam na fase reproductiva.
Na PV as tres linhagens se estão afectadas mas as manifestações principais são devidas a eritropoiese.
Etiologia
A etiologia é desconhecida. Foram documentadas as anomalias cromossómicas não-aleatorias,
como 20q-, trissomia 8 ou 9p em 30% de doentes, de qualquer forma não há nenhuma
anomalia citogenética associada a PV. De qualquer forma a mutação de dominio auto-inibidor
de tirosin quinasa JAK2 que troca valina for fenilalanina (V617F), causando a activação de
quinasa parece ter o papel central. JAK2 é uma tirosin quinasa dos receptores de
eritropoietina e trombopoietina, responsável pela expressão destes receptores no complexo
de Golgi.
União de Epo ou Tpo ao receptor JAK2 → alteração conformacional do receptor JAK2 → autofosforilação
de JAK2 → fosforilação do receptor → fosforilação das proteinas envolvidas em proliferação,
diferenciação e resistencia à apoptose.
Os animais transgénicos com JAK2 anulado morrem no estado embrionário pela anemia
severa. A activação persistente de JAK2 explica as anomalias como:
2
95 Policitemia vera e outras doenças mieloproliferativas
Em conclusão: a mutação de JAK2 V617F não é suficiente para producir a PV mas é essencial
para a transformação de TE em PV.
Manifestações clínicas
Costuma ser diagnóstica a partir dos exames rutinarios, embora a esplenomegalia maciça
pode ser a sinal de apresentção inicial, o prurido aquagenico é a outra sinal notável embora
possa aparecer noutros disturbios causados pela eritrocitose.
Vertigem
Zumbido
Cefalea
Perturbações visuais
Em alguns o sintoma inicial é a trombose venosa ou arterial, embora qualquer vaso pode ver-
se afectado, os vasos de cérebro, cardiacos e mesentéricos são os mais frequentemente
afectados. A trombose venosa intraabdominal é particularmente comum e pode ser
catastrófica se comprometer a veia hepática. Devemos suspeitar a PV em todo o paciente com
a Sd. De Budd-Chiari (trombose de vena hepática).
Podem ocorrer os SXS como trombose digtal, equimoses de aparecimento facil, epistaxe,
hemorragias digestivas. Os paciente com PV costmam ser hipermetabólicos.
PV pode ir complicada com hiperuricemia com a gota secundaria, cálculos de ácido úrico e
doença acido-péptica.
A primeira tarefa de um médico ante uma eritrocitose é determinar a sua causa, que em maior parte
dos casos é corregivel.
3
95 Policitemia vera e outras doenças mieloproliferativas
O nivel de Epo permanece constante enquanto a oxigenação tecidual for correcta. O nivel de
Epo varia entre os individuos mas não se afecta nem pelo sexo nem pela idade. A sua
producção é regulada pela transcrição génica, a hipoxia é o úinco estímulo fisiológico que
aumenta o número de células productoras de Epo, por isso a sintese de Epo não depende dos
seus niveis plasmáticos. Na ausencia de doença renal ou hepática os niveis de Epo no soro
reflectem a sua producção e são a sinal fiavel de nivel de hipoxia tecidular. A Epo é activa em
nivel picomolar por isso a sua producção está estreitamente regulada e os seus niveis não
aumentam até que o nivel de Hb caia por debaixo de 105 g/l. A faixa de Epo no soro é ampla:
4-26 um/ml, portanto se não conhecemos o nivel basal do paciente não podemos saber se
varió a não ser que Hb caia por debaixo de 105 g/l. Existe uma correlação log-linear entre os
niveis de Hb e Epo.
A base disto há uma observação paradoxal: em muitos pacientes com eritricitose hipóxica
causada pela cardiopatia congenita cianótica ou EPOC os niveis de Epo são normais.
Devemos medir os niveis de Epo nos pacientes com a eritrocitose isolada dado que o seu nivel
aumentado exclui a PV.
Diagnóstico
Quando o paciente se apresenta com a eritrocitose em combinação com a leucocitose, trombocitose ou
os dois o DX é aparente.
Os valores de Hb < 20 e Htco < 60 não permitem distinguir a PV dos distúrbios com a
contracção de volume plasmático. Já que os niveis de Hb e Htco são afectados pela volume
plasmática devemos determinar a massa eritrocitaria para distingur entre eritrocitose
absoluta e relativa (resultado de ↓ de volume plasmático cohecida como eritrocitose de
estresse, eritrocitose falsa ou Sd. de Geisbock).
Para determinar a massa eritrocitaria se usa a técnica de diluição isotópica com os eritrocitos
marcados com Cr51, não basta determinar so o volume plasmático. A leitura nessa técnica se
deve efeituar após 90 minutos.
4
95 Policitemia vera e outras doenças mieloproliferativas
↑ Epo ↔ Epo
Causa hipoxica
Producção ectópica de Epo Não exclui a causa hipóxica, ver a saturação de O2
Criterios de DX clínico de PV
Massa eritrocitaria elevada
Sat O2 normal
Esplenomegalia
Na ausencia de esplenomegalia: leucocitose ou trombocitose
Contagem de eritrocitos ↑ de tal forma que é quase impossível proceder a uma leitura de
esfregaço sanguineo
Não se observam alterações morfológicas nas plaquetas ou
leucocitos
Uma elevação dos leucocitos e plaquetas implica o DX de PV
Volume corpuscular medio ↓
So há três doenças onde esta ↓:
Carácter β-talassémico
PV
Eritrocitose hipóxica
Índice de anisocitose (RDW) ↑ nas:
PV
Eritrocitose hipóxica
↔ em carácter β-talessémico
FA e ácido úrico ↑
Vit B12 ↑ como o resultado do número de neutrófilos aumentado que
Capacidade de ligação de vit produzem a proteina de união a B12
B12
Anemia microcítica Nos pacientes com doença ácido-péptica associada com uma
hipocrômica hemorragia digestiva oculta
Biopsia de MO Não dá informação DX específica (em principio não é necessaria
para DX), so pode excluir a mielofibrose ou outros distúrbios.
As trissmomias do 8 ou 9, bem como 20q- podem apoiar o DX mas
não há henhuma alteração específica e a ausencia de alterações não
exclui o DX de PV
Complicações
Derivam principalmente de aumento de viscosidade sanguinea e indirectamente de
renovação acelerada de massa celular, aumento de produção de citocinas e ácido úrico. As
citocinas são responsaveis de doença ulcerosa péptica e prurido de PV.
5
95 Policitemia vera e outras doenças mieloproliferativas
A mielofibrose pode formar parta da historia natural da PV mas é reversivel e reactiva, o seu
aparecimento não impede a hematopoiese nem afecta ao prognóstico. De qualquer forma
em alguns paciente a mielofibrose se acompanha de hematopoiese extra-medular,
hepatoesplenomegalia e anemia dependente de transfusões.
Sem controle, a eritrocitose pode levar a trombose intravascular afectando os órgãos como
fígado, coração, pulmão ou cérebro. Os paciente com esplenomegalia são particularmente
suscpetiveis dado que a esplenomegalia mascara as elevações de Htco e Hb.
Um Htco e Hb normais num paciente com PV e esplenomegalia devem ser considerados como
indicadores de aumento de massa eritrocitária até que se prove o contrario.
Tratamento
PV é um distúrbio indolente de curso crónico e o seu TTO deve reflectir a sua evolução. É
essencial manter Hb < 14 nos homens e < 12 em mulheres para evitar os efeitos trombóticos.
Para evitar a trombose (a complicação mais significativa) se usam flebotomias que reduzem a
viscosidade, trazem a massa eritrocitario aos valores normais e induzem um estado de
deficiencia de ferro que impede a expansão acelerada de massa eritrocitária. Uma vez que se
atinge o estado de deficiencia de ferro a flebotomia se repete cada 3 meses.
A hiperuricemia ASXS não necessita TTO, mas se adminitra alopurinol para evitar as elevações
de ácido úrico quando se utiliza QMT para reduzir esplenomegalia, leucocitose ou prurido.
O prurido não responde aos anti-histamíncos e se pode paliar com hidroxiuréia, IFN-α e
psoralenos com luz violeta na faixa A.
6
95 Policitemia vera e outras doenças mieloproliferativas
A trombocitose ASXS não requer TTO a não ser que o grande número de plaquetas cause a
doença de von Willebrand por proteolise de multimeros de alto peso vWF.
Esquema geral de TTO: flebotomias → Hidroxureía → IFNα (se não tolera Hidroxuría ou paciente jóvem
em que deve ser evitado o TTO com potencial oncogénico.
Com as flebotomias se pode esperar uma SV longa sempre que tenham uma boa contole de
massa de eritrocitos, a QMT so se indica quando for impossível o accesso venoso.
7
95 Policitemia vera e outras doenças mieloproliferativas
1. Fibrose medular
2. Hematopoiese extramedular
3. Esplenomegalia
É a doença mais rara do seu grupo, na ausencia de marcador clonal específico é dificil fazer o
DX dado que a firbrose medular, metaplasia meiloide e esplenomegalia também aparecem em
PV e LMC. Alem disso a mielofibrose e esplenomegalia também ocorrem noutras doenças cujo
TTO é diferente do TTO de MIC. Afecta principalmente os individuos a partir de 60 anos ao
contrario das outras doenças do seu grupo que podem aparecer a qualquer idade.
Causas de mielofibrose
Carciona metastásico para a médula PV
óssea MIC
Infecção Mastocitose sistémica
Linfoma Exposição ao dioxido de torio
Doença de Hodgkin (Thorotrast)
Leucemias agudas LES
Leucemia de células pilosas Osteodistrofia renal
Mieloma multiplo HIV
LMC Hiperparatiroidismo
Sd. de plaquetas cinzentas
Etiologia
A sua origen é idiopática mas podem ser detectadas as anomalias como 9p, 20q-, 13q-,
trissomia de 8, 9 e parcial de 1q. O grau de mielofibrose e a extensão de hematopoiese
extramedular não estão correlacionados. A mielofibrose se deve a superprodução de factor
de crescimento transformador β, da trombopoetina e de inibidores teciduais de
metaloproteinasa enquanto a osteoesclerose se deve a sobreproducção de osteoprotegerina
(inibidor de osteoclastos). A angiogénese medular se deve ao aumento de VEGF. Os
fibroblastos na MIC são policlonais e não fazem parte de clone neoplásico.
Manifestações clínicas
Não tem síntomas ou sinais específicos, a maior parte de pacientes é ASXS e a doença é
suspeitada pela esplenomegalia ou análises de sangue anormais. Contudo pelo contrario dos
seus vizinhos deste grupo de doenças pode manfestar-se inicialmente com as sudoração
nocturna, fatiga e perda ponderal.
8
95 Policitemia vera e outras doenças mieloproliferativas
promielocitos
também podem aparecer os mieloblástos mas não têm valor prognóstico
A anemia existe sempre, no incio costuma ser leve. As plaquetas e leucocitos costumam estar
normais ou aumentados mas também podem estar diminuidos.
A esplenomegalia pode ir acompanhada pela hepatomegalia leve (que não aparece sem a
esplenomegalia), com os niveis de FA e deshidrogenase láctica elevados. FAL pode estar
normal, baixa ou alta.
Diagnóstico
As SXS da MIC podem aparecer na PV ou LMC. A esplenomegalia pode afastar ao médico de DX
de PV já que mascara os valores de Htco e Hb, portanto a presença de trombose intra-
abdominal na MIC impica o error DX e sugere a possibilidade de PV não diagnosticada. Já que
as suas SXS são partilhadas com muitas outras doenças com TTO eficaz e diferente, o DX é por
exclusão.
A esplenomegalia pode ser maciça e provocar hipertensão portal com formação de varizes.
Em alguns paciente o quadro clínico pode ser dominado pela presença de hematopoiese
extramedular.
Uma caracteristica peculiar de MIC é a sua associação com outros distúrbios auto-imunes:
imunocomplexos, anticorpos antinucleares, factor reumatoide, teste de Coombs positivo, não
se sabe se isto se deve a uma associação ou a reação de do hospedeiro.
A análise citogénica pode excluir a LMC e as detectar as anomalias que predizem mal
prognóstico.
9
95 Policitemia vera e outras doenças mieloproliferativas
Por motivos desconhecidos o número de células CD33+ costuma estar elevado na MIC.
Cerca de 45% dos paciente apresentam a mutação de JAK2 V617F com frequencia sendo
homozigotos. Um estudo mostrou que estes pacientes tem uma menor SV enquanto o outro
demostrou que tinham uma maior idade e os niveis de Htco mais elevados.
Complicações
A SV dos pacientes com MIC depende dos factores clínicas mas é mais curta que nos pacientes
com PV ou TE.
As vezes a MIC pode evoluir a uma fase acelerada com as SXS constitucionais e insuficiencia
medular progressiva. Cerca de 10% dos pacientes apresentam a leucemia aguda resistente a
TTO.
10
95 Policitemia vera e outras doenças mieloproliferativas
anemia
trombocitopenia
presença de anormalidades citogenéticas complexas
sintomas constitucionais (febre inexplicada, sudorese nocturna, perda de peso)
Qualquer anomalia citogenética não aleatoria está associada a uma reducção de SV e quando
são múltiples indicam com grande seguridade a aceleração de doença.
Tratamento
Não existe o TTO específico. A anemia pode ser exacerbada pela deficiencia de fólico ou B12 e
as vezes o TTO com piridoxina é eficaz, contudo a anemia costuma ser o efeito de
eritropoiese ineficaz, não compensada pela hematopoiese extra-medular no fígado e baço
onde nem Epo nem os andrógenos (Danazol) têm efeito beneficioso, de feito a Epo pode
agravar a esplenomegalia e carece de eficacia quando Epo > 125 um/l.
O TTO com IFN-α carece dos estudos conclusivos mas costuma revertir em certo grau a
mielofibrose, embora tenha efeitos secundarios sobretudo nos idosos.
Nos pacientes mais jovens se deve considerar o transplante alogenico de médula óssea.
11
95 Policitemia vera e outras doenças mieloproliferativas
Trombocitose essencial
Também chamada Trombocitemia essencial, trombocitose idiopática, trombocitose primaria
e trombocitemia hemorrágica, é um distúrbio clonal de etiologia desconhecida, envolvendo
uma célula progenitora hematopoiética pluripotencial que se manifesta clinicamente pela
superprodução de plaquetas sem causa definida. É um distúrbio raro (incidencia 1-2:100000)
com predominio femenino ao contrarios dos outros distúrbios mieloproliferativos. Não há
nenhum marcador clonal para distingui-lo de outras causas de trombocitose. O seu
reconhecimento é dificil já que os indiviudos costumam não ter SXS, antigamente se
considerava uma doença de velhice responsavel pelos quadros de hemorragia ou trombose.
Ocorre em qualquer idade adulta. O DX é feito a base dos criterios clínicos que não
establecem a clonalidade mas são uteis para diferenciar entre os outros distúrbios como a PV.
Existem formas não clonais benignas de trombocitose (superproducção congenita de
trombopoietina) não reconhecidas ampliamente já que não ferramentas DX adequadas.
Causas de trombocitose
Anemia ferropriva Mielofibrose idiopática
Hipoesplenismo TE
Pos-esplenoctomia LMC
Cancro Anemia sideroblástica idiopática
Doença vascular de colágeno Mielodisplasia (Sd d5q-)
Doença intestinal inflamatoria Após QX
Infecção Rebote (interupção de ingestão de
Hemólise álcool, correcção de deficiencia de B12
Hemorragia ou folato)
PV
Etiologia
A megacariocitopoiese e a producção de plaquetas dependem da trombopoietina e do seu
receptor Mpl. Os progentores megacariocíticos necessitam a presença de IL3 e de factor de
células-tronco para a sua proliferação ideal bem como dos factores IL6 e IL11 para
intensificação de desenvolvimento. A maturação e diferenciação necessitam a
trombopoietina.
12
95 Policitemia vera e outras doenças mieloproliferativas
Manifestações clínicas
A TE costuma ser detectada por acaso com uma análise de sangue. Não tem SXS ou SGS
específicos. Os pacientes têm a tendencia hemorrágica e trombótica com as equimoses de
aparição fácil ou oclusões microvasculares que se manifestam pela eritromelalgia, migrânea
ou ataques isquémicos transitórios. O exame físico as vezes revela esplenomegalia leve,
enquanto a esplenomegalia maciça não costuma ser a sinal característica.
Anemia é rara, mas pode aparecer a leucocitose neutrofílica leve. As plaquetas no esfregaço
sanguineo estão aumentadas e podem ser mais grandes do normal.
FAL normal ou elevada. A grande massa plaquetaria circulante pode libertar uma grande
quantidade de potassio nas provas de laboratório mas esta hiperpotassémia é um artefacto
que não se relaciona com as alterações da ECG, as amostras de O 2 arterial também podem ser
imprecisas.
A biopsia MO pode ser dificultada pelo grande número de plaquetas mas costuma revelar uma
hiperplasia e hipertrofia dos megacariocitos, bem como um aumento de celularidade. Pode
haver um ligeiro aumento de reticulina medular mas se aumentar muito devemos considerar
outro DX. A aunsencia de ferro corável exige uma explicação dado que a deficiencia de ferro
isolada pode causar a trombose e a ausencia de ferro medular é uma característica de PV.
Sabemos que os genes de trombopoietina e o seu receptor Mpl estão nos cromossomas 3 e 1,
mas mesmo assim as análises citogenéticas as vezes não revelam nenhuma alteração ali.
Diagnóstico
Uma vez encontada a trombocitose se devem excluir as causas listadas na tabla 2. O número
absoluto de plaquetas não é útil para diferenciar entre as causas benignas ou malignas de
trombocitose.
Cerca de 50% dos pacientes apresentam a mutação JAK2 V617F se o teste para esta mutação
for negativo é obrigatório realizar uma análise citogenética para descartar LMC ou distúrbios
mielodisplásicos como a síndrome de 5q-.
Pode haver presença de translocação bcr-abl em ausencia do cromossomo Ph, isto se DX com
FISH já que a PCR pode dar falsos positivos.
13
95 Policitemia vera e outras doenças mieloproliferativas
Complicações
Embora se pensa que o número elevado de plaquetas predispõe a estase intravascular e
trombose, não há nenhum estudo que comrove isso. Pelo contrario as contagens muito
elevadas predispõem a hemorragia devido a doença de Von Willebrand adquirida e
contagens < 1000000 estão mais associados a trombose. Há que dirigir o enfoque clínico para
o paciente e não para o número de plaquetas. Assim alguns distúrbos neurlógicos na TE estão
relacionados com a migânea e respondem a reducção de número de plaquetas e a
eritrimelalgia responde a salicilatos sem necessidade de reduzir a contagem de plaquetas. A
infuencia de estado aterosclerótico pode provocar as complicações.
Tratamento
A SV nos pacientes com TE é parecida a população geral.
Se for necessaria a reducção de contagem de plaquetas devido a resistencia aos salicilatos nas
manifestações neurológicas relacionadas se recomenda usar a hidroxiureia, TFNα ou
anagrelida (derivado de quinazolina) mas estes fármacos não têm eficacia uniforme e podem
provocar os efeitos colaterais. Se anagrelida falhar se pode usar a hidroxiuréia.
O TTO com P32, hidroxiuréia ou agentes alquilantes não se mostra eficaz e pode originar
cancros hematológicos, portanto não se recomenda. Hidroxiureia + Aspirina são mais eficazes
na prevenção dos accidentes isquémicos transtórios que Anagrelida + Aspirina mas não o são
na prevenção de trombose venosa ou arterial. Normalizar o número de plaquetas não implica
evitar a trombose. O risco da hemorragia GI é mais elevado quando se usa Anagrelida e
Aspirina conjuntamente.
14