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AOS LEITORES 2
ARTIGOS
O PRINCÍPIO DA INDUÇÃO
26
Elon Lages Lima
PROBLEMAS PROPOSTOS
61
COORDENADORES REGIONAIS 62
Sociedade Brasileira de Matemática
AOS LEITORES
EUREKA! N 3, 1998
2
Sociedade Brasileira de Matemática
2o. nível
3o. nível (primeira prova).
Comitê Editorial.
OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA
Problemas de treinamento para a terceira fase
2) Prove que existe uma seqüência a0, a1, …, ak, …, onde cada ai é um
algarismo (ou seja, ai {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9}) com a0 = 6, tal
que para cada inteiro positivo n o número xn = a0 + 10a1 + 100a2 +
… + 10n–1 an–1 (cuja representação decimal é an–1 an–2 …a1a0) é tal que
x n2 x n é divisível por 10n.
1
xn , se xn1 0
todo n N, x n 2 xn1
0, se x 0.
n1
Prove que existe n N tal que xn = 0 e encontre o menor n com
essa propriedade.
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Sociedade Brasileira de Matemática
Soluções
1)
Sejam AB = x, BD = y; marcamos D' tal que D'C = y. Então D'D = x por ser
D ponto médio de AC e resulta DD' // BC. Se K' é o pé da perpendicular a
BC por D', então temos
AB = DD' = KK' e BK = K'C
AB + BK = KK'+ K'C = KC.
2)
O primeiro termo é a0 = 6; então x1 = 6 e x12 x1 36 6 30 , que é
divisível por 101.
Seja n 1. Suponhamos que existem a0, a1,…,an–1 tais que
x n a 0 10a1 10 2 a 2 ... 10 n 1 a n 1
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Problema extra:
Prove que a seqüência (an) obtida não é periódica nem pré-periódica.
3)
Suponhamos que o enunciado é falso, ou seja que existe k tal que
xk > 2k – 1, 1 k n.
Então os conjuntos
são disjuntos dois a dois e seus elementos são menores que xk.
Além disso, para cada j, 1 j k, j A ou xk – j A, pois no caso
contrario, ou seja, se j A e xk – j A, teríamos que xk = j + (xk – j) A.
Portanto, para cada j, 1 j k, A Bj , donde A tem pelo menos k
elementos menores que xk , absurdo.
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4)
Se xn+1 0, temos xn+2 xn+1 = xn+1 xn –1. Definindo yn = xn xn+1 temos
yn+1 = yn–1 para todo n tal que xn+1 0. Como y 1 = x1 x2 = 19 98 = 1862,
temos yk = 1863 – k enquanto yk –1 for diferente de 0, e portanto y1862 = 1 e
y1863 = 0 x1862 x1863 = 1 e x1863 x1864 = 0. Assim, x1863 0 e x1864 = 0, donde
1864 é o menor n tal que xn = 0.
5)
AN c BM c ab
Pelo teorema das bissetrizes, e MC , e como
NC a MC d bc
MA AN c
MN é bissetriz de ˆ C devemos
AM ter , donde
MC CN a
bc ab
MA (pois MC pela lei dos senos aplicada aos triângulos
bc b 1
ac
senA BMa sen( A / 2)
ABC e ABM temos bc , e portanto sen
senB b bc MA senB
bc
A 1 A 2
(A/2) = sen A = 2 sen (A/2) cos (A/2) cos A .
2 2 2 3 3
6)
x 1998 x é sempre inteiro. Seja x0 a solução de x 1998 x 1998,
ou seja x0 = 999 (3 – 5) 763,1... e
1998x 0 1998 x 0 999( 5 1) 1234,8... Temos
x
0
1998 x
0
1997. A função f ( x) x
aumenta de uma 1998 x
unidade quando x ou 1998 x torna-se inteiro. Os próximos valores de x
maiores que x0 para os quais x e 1998 x são inteiros são respectivamente
764 e 12352 / 1998 < 764.
Assim, f (12352 /1998) = 763 + 1235 = 1998 e f (764) = 764 + 1235 = 1999
(de fato 1998 764 1236). Como f (x) é não-decrescente, o conjunto das
soluções é o intervalo
1235 2
1998 763,3758758758...,764 .
,764
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7)
O número referido no enunciado é o quadrado do produto de todos os 2 99
números da forma 1 2 3 ... 100 (no produto do enunciado cada
um desses números aparece uma vez, assim como seu simétrico). Neste
último produto, obtemos uma soma de termos do tipo
( , a , )( a )...( a ), com m 2 99 , a , a ,...a {2,3,...,100} e
1 2 2 m m 1 2 m
j {-1,1}, j.
Fixamos 2 , 3 ,..., 100 N com 2 3 ... 100 2 99 , e
consideramos todos os termos como acima que têm exatamente k valores
de a j k , para 2 k 100 . Se todos os j são pares esses termos são
todos inteiros. Se algum deles (digamos r ) é ímpar, podemos associar de
forma bijetiva a cada termo desses o termo obtido trocando os sinais de
todos os j para os quais a j r. Assim, a cada termo associamos o seu
simétrico, e portanto, nesse caso a soma dos termos considerados é 0. Assim,
o produto de todos os números da forma 1 2 3 ... 100 é um
inteiro, e portanto o produto do enunciado é um quadrado perfeito.
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PROBLEMA 1
PROBLEMA 2
(Se o seu tempo de prova não estiver esgotado, tente melhorar esta
estimativa. Por exemplo, tente mostrar que f (p) < 2p2, para todo número
primo p.)
PROBLEMA 3
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PROBLEMA 4
PROBLEMA 5
PROBLEMA 6
SOLUÇÕES
1)
Considere a circunferência de raio R fixa, cujo centro O está sobre uma reta
s. O problema se resume a determinar a posição de O' em s que minimiza a
soma d das distâncias de O e O' a . Claramente, é perpendicular a s.
Seja I o ponto de intersecção de s com . Temos dois casos a considerar:
2)
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n2
(i) f (n) , para todo n 2.
4
Vamos supor, por absurdo, que exista um conjunto A = {a1, a2, …,an}, n 2,
n2
tal que A satisfaz P(n), a1 < a2 < …< an e d(A) < . Como A satisfaz P(n),
4
n( n 1)
A + A = {a1 + a2, a1 + a2, …,an + an} tem elementos. Como
2
a1 + a1 < a1 + a2 < … < an + an, temos que (an + an) – (a1 + a1) + 1
n ( n 1) n2 n2 n2 n2
an – a1 d ( A) , o que é uma
2 4 4 4 4
contradição. Isto demonstra (i).
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Temos d ( A) p 1 2 p( p 1) = 2 p 2 p 1 2 p 2 e se tivéssemos
i 2 pg (i ) j 2 pg (i ) r 2 pg ( r ) s 2 pg ( s ), então
i j 2 p ( g (i ) g (i )) r s 2 p ( g (r ) g ( s )) i j
r s, g (i ) g ( j ) g ( r ) g ( s )
3)
( I ) g ( f ( x )) x 3 e
2
( II ) f ( g ( x )) x
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portanto,
{ f (0), f (1), f (–1)} tem 3 elementos).
(b) Vamos supor, por enquanto, que existam funções f , g : (1,) (1,)
tais que g ( f ( x )) x 3 e f ( g ( x)) x 2 , para todo x (1, ). Agora,
considere as funções
x
( x) log 2 (log 2 g (2 2 ))
x
( x) log 2 (log 2 f (2 2 ))
Temos
x
log 2 (log2 f ( 2 2 )) x
( x) log 2 (log 2 g (2 2 )) log 2 (log 2 g ( f (2 2 )))
x
log 2 (log 2 (2 2 ) 3 ) log 2 3 2 x x log 2 3
x
log 2 (log2 g ( 2 2 )) x
( x) log 2 (log 2 f (2 2 )) log 2 (log 2 f ( g (2 2 )))
x
log 2 (log 2 (2 2 ) 2 ) log 2 2 x 1 x 1
e de (B)
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4)
n 1
Primeiramente, notemos que, para n 0, Fn Fn 2 Fn 1 ( 1) . De
2
Fn Vn
Vn+2
Fn+2
Fn+1
Vn+1
Fn+2 Fn+3
Fn+4
1 Fn 2 Fn 4 1 Fn Fn 2 Fn 1 Fn 3
A Fn 1 Fn 2
2 2 2 2 2
Fn 2 Fn 4 1 Fn 2 ( Fn 2 Fn 1 ) Fn 1 Fn 3 1 Fn 2 ( Fn 2 Fn 1 ) Fn 1 Fn 3
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Vn
Fn
Vn+1
Fn+2
Vn+2
Fn+1
Fn+2 Fn+3
Fn+4
1 F F 1 FF F F
A n 2 n 4 n n 2 Fn 1 Fn 2 n 1 n 3
2 2 2 2 2
Fn 2 Fn 4 Fn 3 1, o que ocorre sempre que n é ímpar.
2
5)
Se x c 1, então
2
x 2 x x ( x 1) c c c x2 c x2 c x
e, portanto,
f n 1
( x) f n
( x) c 1 para todo n 0. Logo, se x é pré-períodico,
então x c 1 (*).
r p
Agora, sejam c , onde ( r , s ) 1, e x , onde ( p , q ) 1,
s q
com p, q, r , s Z e q, s 0. Temos
sp 2
s( x 2 c) r
q2
u
Se x 2 c , u , v Z, v 0, então
v
su sp 2 q2
2 r svp 2 q 2 ( su rv) q 2 svp 2 q 2 sv sv q 2 v .
v q s
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q2
Se q > s, o denominador v de x 2 c é maior ou igual a q, que é o
s
denominador de x isto é, o denominador de f n1 ( x ) é maior que o
denominador de f n ( x), n 0, e, portanto, se x é pré-periódico, então seu
denominador é no máximo s (**).
De (*) e (**), segue que há apenas um número finito de pontos pré-
periódicos racionais.
6)
B 1 C
1 1
A
n
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AB n2 n 1
AC n2 n 1
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Primeiro dia
Duração da Prova: 4 h e 30 minutos.
PROBLEMA 1
PROBLEMA 2
PROBLEMA 3
Segundo dia
Duração da Prova: 4 h e 30 minutos.
PROBLEMA 4
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Encontrar o maior valor possível n para que existam pontos distintos P1, P2,
P3, … , Pn no plano, e números reais r1, r2, … , rn de modo que a distância
entre quaisquer dois pontos diferentes Pi e Pj seja ri rj.
PROBLEMA 6
xo 1
xn1 xn , para n 0,1,2,...
Encontrar o resto da divisão de x1998 por 1998.
Nota: [x] indica a parte inteira de x, ou seja, [x] é o único inteiro k tal que
k x k + 1.
RESULTADOS
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PROBLEMA 1
No quadrilátero convexo ABCD, as diagonais AC e BD são perpendiculares
e os lados opostos AB e DC não são paralelos. Sabemos que o ponto P,
onde se intersectam as mediatrizes de AB e DC, está no interior de ABCD.
Prove que ABCD é um quadrilátero inscritível se, e somente se, os triângulos
ABP e CDP têm áreas iguais.
SOLUÇÃO
Suponha primeiro que ABCD seja inscritivel. Como AC BD temos
AB CD . Claramente o centro O do círculo circunscrito pertence às
mediatrizes de AB e DC, logo P = O, e como área de
1 1
OAB r 2 sen AB r 2 sen CD área de OCD (onde r é o raio do
2 2
círculo), vale a primeira implicação.
Suponha agora que ABCD não seja inscritível. Suponha sem perda de
generalidade que PC < PA. Seja Q o ponto de interseção de AC e BD.
Prolongamos QC e QD até intersectarmos o círculo de centro p e raio PA =
PB em novos pontos C’ e D’ . Como AC’ e BD’ são perpendiculares, pela
primeira implicação sabemos que área de PAB = área de PC’D’, mas
C’D’ > CD ( C’D’ é hipotenusa do triângulo retângulo QC’D’, de catetos
maiores que o triângulo retângulo QCD, do qual CD é hipotenusa), e
d(P, C’D’) > d (P, CD) (de fato, C’ e D’ estão no mesmo semiplano
determinado pela reta CD , distinto do semiplano ao qual pertence P,
e
d (P, C’D’) = d(P, M), onde M é o ponto médio de C’D’, e portanto pertence
ao mesmo semiplano que C’ e D’ , logo d(P, CD) < d(P, M) =
= d (P, C‘D’ )). Portanto área de PC’D’ > área de PCD, absurdo, pois
estamos supondo que área de PAB = área de PCD.
PROBLEMA 2
Numa competição, existem a concorrentes e b juízes, onde b 3 é um inteiro
ímpar. Cada juiz avalia cada um dos concorrentes, classificando-o como
"aprovado" ou "reprovado". Suponha que k é um número tal que as
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SOLUÇÃO
Para cada um dos candidatos, se j é o número de juizes que o aprovam, o
número de pares de juízes que tem julgamentos coincidentes em relação a
(b 1) 2
C
ele é j
2
C 2
b j C 2
b 1 C 2
b 1 , de modo que o número total de
2 2
4
a (b 1) 2
pares de julgamentos coincidentes é no máximo , que, por outro
4
b(b 1)
lado, por hipótese, deve ser no máximo k C b k
2
. Assim,
2
(b 1) a (b 1) 2 k b 1
devemos ter kb .
2 4 a 2b
PROBLEMA 3
Para qualquer inteiro positivo n, seja d(n) o número de divisores positivos de
n (incluindo 1 e n).
d (n 2 )
Determine todos os inteiros positivos k tais que k para algum n.
d (n)
SOLUÇÃO
Obsevemos inicialmente que se n p1 1 p 2 2 ... p k k ( pi primos distintos)
então d (n) (1 1 )(1 2 )...(1 k ).
2 (1 2 1 )(1 2 2 )...(1 2 k )
Assim, d ( n ) / d ( n) . Como o numerador é
(1 1 )(1 2 )...(1 k )
ímpar, se o resultado for inteiro deve ser ímpar (e todos os i devem ser
pares).
Vamos mostrar que qualquer número natural ímpar é da forma desejada. Para
isso, devemos mostrar que todo número ímpar pode ser escrito como produto
2r 1
de frações da forma , r N, não necessariamente distintas. Faremos
r 1
isso por indução. Seja m um número ímpar, e seja 2 s a maior potência de 2
que divide m + 1. Temos portanto m 2 s 1 q 2 s 1 para algum q N,
donde
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m( 2 s 1) 2 2 s (2q 1) 2 s 1 ( q 1) 1 2 2 s ( 2q 1) 2 s 1 ( q 1) 1
m 2 s 1
2s 1 2s 1 2 ( 2q 1) 2 s ( q 1) 1
2 2 s 1 (2q 1) 2 s (q 1) 1 2 2 s 1 (2q 1) 4( q 1) 1
( 2q 1).
2 2 s 2 (2q 1) 2 s 1 (q 1) 1 2 s (2q 1) (2q 1)
Como 2q + 1 < 2s + 1 q + 2s – 1 = m, por hipótese de indução, 2q + 1 se
2r 1
escreve como produto de frações da forma , e portanto m também.
r 1
PROBLEMA 4
Determine todos os pares (a, b) de inteiros positivos tais que ab2 + b + 7
divide a2b + a + b.
SOLUÇÃO
a 2b a b
Se é inteiro então
ab 2 b 7
b(a 2 b a b) a (ab 2 b 7) b 2 7a
é inteiro. Como
ab 2 b 7 ab 2 b 7
b 2 7a b 2 7a
b 2 7 a b 2 ab 2 b 7 temos que 1 . Se 0
ab 2 b 7 ab 2 b 7
teremos b2 = 7a, donde b é múltiplo de 7 (digamos
b = 7t ), e (7t)2 = 7a nos dá a = 7t2. É fácil ver que (a, b) = (7t2, 7t) satisfaz as
condições do enunciado para todo t inteiro positivo (temos nesse caso
a 2b a b
t ).
ab 2 b 7
b 2 7a b 2 7a
Se 0 devemos ter b 2
< 7a e 1 (pois é inteiro), e
ab 2 b 7 ab 2 b 7
portanto 7a 7a b 2 ab2 b 7 7a ab2 b2 7 b 1 ou b = 2.
b 2 7a 1 7a 57
Se b 1, 2 7 , e devemos ter que a + 8 divide
ab b 7 a 8 a8
57, com a inteiro positivo a + 8 = 19 ou a + 8 = 57 a = 11 ou
a 2 b a b 133
a = 49. Para a = 11 e b = 1 temos 7, e para a = 49 e
ab 2 b 7 19
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a 2 b a b 2451
b = 1 temos 43.
ab 2 b 7 57
b 2 7a 4 7a
Se b = 2, . Como 4 – 7a > – 18 – 8a = – 2 (4a + 9), se
ab b 7 4a 9
2
4 7a
é inteiro negativo, devemos ter
4a 9
4 7a 13
1 4 7 a 4a 9 a N.
4a 9 3
Assim, as soluções são dadas por
( a, b) (7t ,7t ), t N; ( a, b) ( 11,1 ) e (a, b) = (49,1).
2
PROBLEMA 5
Seja I o incentro do triângulo ABC. A circunferência inscrita no triângulo
ABC é tangente aos lados BC, CA e AB nos pontos K, L e M,
respectivamente. A reta que passa por B, paralela ao segmento MK,
intersecta as retas LM e LK nos pontos R e S, respectivamente. Prove que o
ângulo RIS é agudo.
SOLUÇÃO
__ __ __
Como BM BK ˆ K temos BI MK , e
e BI é bissetriz de MB
__ __
portanto BI RS . Queremos mostrar que RIˆS é agudo, o que é
2 2 2
equivalente a RI SI RS , o que equivale a
2 2 2 2 2 2
BR BI BS BI ( BR BS ) 2 BR 2 BR BS BS , e
2
portanto devemos provar que BI BR BS .
ˆ BA
ˆ C , B AB ˆ A, temos KBˆ S MBˆ R
ˆ C e C BC Bˆ
Se A ,
2
ˆ
A Cˆ Cˆ
KSˆB (e portanto SKˆ B ) e MRˆ B (e portanto
2 2 2
ˆ
ˆ R A ). Assim, os triângulos MBR e SBK são semelhantes e
BM
2
BR BK
, donde (pois BI é
2 2
BR BS BM BK BM BI
BM BS
hipotenusa do triângulo retângulo BMI ).
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PROBLEMA 6
Considere todas as funções f definidas no conjunto N dos inteiros positivos,
com valores no mesmo conjunto, que satisfazem f (t f ( s )) s ( f (t )) ,
2 2
SOLUÇÃO
Dizemos que h : N N é estritamente multiplicativa se h(xy) = h(x) h(y),
para quaisquer x, y N, e dizemos que h é uma involução se h(h(x)) = x para
todo x N. É facil ver que se f satisfaz a involução estritamente
multiplicativa então f satisfaz a condição do enunciado: f (t2 f (s)) = (f (t)2
f (f (s)) = s (f (t))2. Podemos definir f : N N estritamente multiplicativa por
f ( p11 p 2 2 ... p k k ) f ( p1 )1 ... f ( p k ) k ( pi primos distintos), onde f (2) =
3,
f (3) = 2, f (37) = 5, f (5) = 37 e f (p) = p, para todo p primo não pertencente a
{2, 3, 5, 37}, e teremos f (1998) = f ( 2 33 37 ) = f (2) f (3)3 f (37) = 3 23
5 = 120. Vamos provar que 120 é menor valor possível para f (1998).
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O PRINCÍPIO DA INDUÇÃO
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Nível Avançado.
INTRODUÇÃO
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3. O AXIOMA DA INDUÇÃO
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5. ORDEM
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6. BOA ORDENAÇÃO
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proposição valha não apenas para n e sim para todos os números naturais
menores do que ou iguais a n. A justificativa de um raciocínio desse tipo se
encontra no
Teorema 9: (Segundo Princípio da Indução.) Seja X N um conjunto com
a seguinte propriedade:
(I) Dado n N, se todos os números naturais menores do que n
pertencem a X, então n X.
O segundo Princípio da Indução afirma que um conjunto X N
com a propriedade (I) coincide com N.
Demonstração: Com efeito, supondo, por absurdo, que X N, isto é,
que N – X , seja n o menor elemento do conjunto N – X, ou seja, o menor
número natural que não pertence a X. Isto quer dizer que todos os números
naturais menores do que n pertencem a X. Mas então, pela propriedade (I), n
pertence a X, uma contradição. Segue-se que N – X = e X = N.
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P2
P1
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Observações:
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8. NÚMEROS CARDINAIS
Vamos agora mostrar como se usam os números naturais para contar
os elementos de um conjunto finito. O Princípio da Indução será essencial.
Lembremos que, dado n N, escrevemos In = {p N; p n}, portanto
In = {1, 2, …, n}.
Uma contagem dos elementos de um conjunto não-vazio X é uma bijeção
f : In X. Podemos pôr x1 = f(1), x2 = f(2),…, xn = f(n) e escrever
X = {x1, x2,…xn}. Diz-se então que X possui n elementos. O conjunto X
chama-se um conjunto finito quando existe n N tal que X possui n
elementos.
Um exemplo óbvio de conjunto finito é In. Evidentemente, a função
identidade f: In In é uma contagem dos elementos de In.
Um exemplo de conjunto infinito é o proprio conjunto N dos
números naturais, pois nenhuma função f : In N pode ser sobrejetiva, não
importa qual n se tome. De fato, dada f, tomamos k = f(1) + f(2) +…+ f(n) e
vemos que k > f(x) para todo x In, logo k f(In), e f não é sobrejetiva.
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Exercícios:
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40
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12. Demonstre que a soma dos n primeiros números ímpares é n2, ou seja,
que 1 + 3 + 5 +…+ (2n – 1) = n2.
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1 2
16. Determine An se A =
2 4
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p 1 p n 1
17. Demonstre, usando o Princípio da Indução Finita, que
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FRAÇÕES CONTÍNUAS,
REPRESENTAÇÕES DE NÚMEROS E APROXIMAÇÕES
Carlos Gustavo Moreira
Nível Avançado.
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INTRODUÇÃO
p p 1
Dado qualquer x R e q natural não nulo existe p Z tal que q x q
p 1 p 1 1
, e portanto x e x . Em particular há aproximações
q q q q
1
de x por racionais com denominador q com erro menor que q
. A
representação decimal de x equivale a dar essas aproximações para os
denominadores q que são potências de 10, e tem méritos como sua
praticidade para efetuar cálculos que a fazem a mais popular das
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Dado x R definimos [x] como o único inteiro tal que [x] x < [x] + 1).
Definimos recursivamente
1
0 x, a n [ n ], e, se n Z , n 1 , para todo n N .
n an
Se, para algum n, n = an temos
1
x 0 a0 : [a ; a1 , a 2 ..., a n ].
1 0
a1
1
a 2 ...
an
Se não denotamos
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1
x a0 : [ a 0 ; a1 , a 2 ...].
1
a1
a 2 ...
pn
n x
2
converge a e / 6 ln 2
0,093187822954...
qn
Observação: Os n (como funções de x) são funções distintas do tipo
ax b
com a, b, c, d inteiros. Se a fração contínua de x é periódica, ou seja,
cx d
se n + k = n, n N, k N*, então x será raiz de uma equação do segundo
grau com coeficientes inteiros, ou seja, será um irracional da forma
r + s , r , s Q. A recíproca é verdadeira (de fato já foi enunciada no
artigo de José Paulo Carneiro na RPM, ver referências), mas sua prova é
mais difícil, e será apresentada no Apêndice.
Se x Q, sua representação será finita, e seus coeficientes an vêm do
algoritmo de Euclides:
p
x , q0 p a 0 q r0 0 r0 q
q
q a1 r0 r1 0 r1 r0
r0 a 2 r1 r2 0 r2 r1
rn 2 a n rn 1
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Seja x = [a0; a1, a2, …]. Sejam pn Z, qn N* primos entre si tais que
pn
= [a0; a1, a2, …, an], n 0. O seguinte resultado será fundamental no
qn
que seguirá.
xk
[t0; t1, t2, …, tk] = onde as seqüências (xm) e (ym) são definidas por
yk
x0 = t0, y0 = 1, x1 = t0t1 + 1, y1 = t0, xn+2 = tn+2 xn+1 + xn, yn+2 = tn+2 yn+1 + yn, n.
Suponha que a afirmação seja válida para k = n. Para k = n+1 temos
1
[t0; t1, t2, …, tn, tn+1] = [t0; t1, t2, …, tn + t ]=
n 1
1
(t n ) x n 1 x n 2
t n 1 t (t x x n 2 ) x n 1 t n 1 x n x n 1
n 1 n n 1 .
1 t n 1 (t n y n 1 y n 2 ) y n 1 t n 1 y n y n 1
(t n ) y n 1 y n 2
t n 1
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n p n 1 p n 2 p n2 q
Corolário: x e n n2
, n N.
n q n 1 q n 2 q n 1 p n 1
pn 1 1
Teorema 1: x 2 , n N.
qn qn qn1 qn
pn 1 pn1 1
Além disso,
x 2 ou x 2 ,n N.
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n
pn1 pn (1) 1 pn 1 1
x 2 .
qn1 qn qnqn1 qnqn1 qn qnqn1 qn
Além disso, se
pn 1 pn1 1 1 pn pn1
x 2 xe 2 então x x
1
2q n2
1
2q n2 1
q n 1 q n ,
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pn 1 1
Observação: De fato x 2 . Quanto maior for
qn qn qn1 an1qn
pn
an+1 melhor será a aproximação de x. O próximo resultado nos dá
qn
pn
explicitamente o erro da aproximação de x por .
qn
pn ( 1) n
Proposição: x , onde
q n ( n 1 n 1 )q n2
q n 1
n 1 [0; a n , a n 1 , a n 2 ,..., a1 ].
qn
p n 1 q n 1 x
Demonstração: Temos n 1 . Portanto,
qn x pn
pn 1 qn 1 x qn 1 p q pn qn 1 (1) n p
n 1 n 1 n 1 n x n
qn x pn qn qn (qn x pn ) qn (qn x pn ) qn
q n (q n x p n ) (1) n
q n2 ( n 1 n 1 )q n2
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p pn1 pn pn1
p
q
1
5q 2
para pelo menos um racional , , . Em
q qn1 qn qn1
p 1
particular tem infinitas soluções racionais p/q.
q 5q 2
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1 5 p 1
> 0, e q , temos
2 ( 5 )q 2
1 5 p
1 5 1 5 2 q
q p 1
q p q 1 5 p ,
2 ( 5 )q 2 2 5
1 5 p
2 2
ou seja , p pq q 5 ( 5 ). Se q é grande, 1/q2
2 q
1 5 p
é pequeno, e é muito próximo de 0, donde
2 q
1 5 p 5
5 ( 5 ) é muito próximo de 1, absurdo, pois
2 q 5
p 2 pq q 2 1 (de fato p2 – pq – q2 é um inteiro não nulo, pois se
2
p p p 1 5 1 5
2 2
p – pq – q = 0 teríamos 1 0 , ,
q
q
q
2 2
p
absurdo, pois q Q .)
1 5 p 1
Outra maneira de ver que, para todo > 0, tem
2 q ( 5 )q 2
p
apenas um número finito de soluções q Q é observar que as melhores
p
1 5 n
aproximações racionais de são as reduzidas q
de sua fração
2 n
vez mais de
1 5 5 1
[1;1,1,1...] [0;1,1,1,...] 5.
2 2
Exemplos:
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1 1 1
2 1 1 1 ...
2 1 1 1
2 2
2 1 1
2
2 1
1 5 1 1
1 1 ...
1 5 2 1 5 1
1
[1;1,1,1,...] pois
2 2 1 5
2
1 5
Isso prova em particular que 2 e são irracionais, pois sua fração
2
contínua é infinita.
p pn
Teorema 2: q n x p n qx p , p, q Z,0 q q n , .
q qn
Além disso, q n x p n qx p , p, q Z,0 q q n 1 .
p pn 1 1 p
Prova: se q < qn+1, e assim está fora do
q qn qq n q n q n 1 q
p n p n 1
intervalo , . Portanto,
q n q n 1
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p p p p p 1 1
x min n , n 1 qx p qn x pn .
q q q n q q n 1 qq n 1 q n 1
p n 1
Além disso, se vale a igualdade, então x , donde an+1 2, e qn+1 >
q n 1
2qn, pois numa fração contínua finita, como no algaritmo de Euclides, o
último coeficiente an é sempre maior que 1. Nesse caso, se q qn , teremos
p p p p 1 1 q q 1 1
x x n n 1 n n 1 qx p qn x pn .
q qn qn 1 qn qqn qn qn 1 qqn qn 1 qqn 1 qn 1
pn p
Corolário 1: x x , q q n .
qn q
p q'
Corolário 2: Se qx p q ' x p ' , q ' q, q q ' então p/q é uma
reduzida da fração contínua de x.
p 1 p
Teorema 3: Se x 2 então é uma reduzida da fração contínua de
q 2q q
x.
p p n 1
Prova: Seja n tal que qn < q qn+1. Suponha que . Então, temos
q q n 1
duas possibilidades:
q p 1 1
a) q n 1 x .
2 q qq n 1 2q 2
b)
qn 1 p p p p p 1 1
q qn 1 2qn x n nm n
2 q qn q qnm qn qqn qn qn 1
qn 1 q 1 1
.
qqn qn 1 2qqn 2q 2
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Nesta seção provaremos que os números reais com fração contínua periódica
são exatamente as raízes de equações do segundo grau com coeficientes
inteiros.
Lembramos que na representação de x por fração contínua, an, n são
definidos por recursão por
1
0 x, a n [ n ], n 1 .
n an
e temos
p n2 q n2 x
n , n N .
q n 1 x p n 1
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An ap n21 bp n 1 q n 1 cq n21
B n 2ap n 1 p n 2 b( p n 1 q n 2 p n 2 q n 1 ) 2cq n 1 q n 2
C n ap n2 2 bp n 2 q n 2 cq n2 2.
Note que Cn = An–1. Vamos provar que existe M > 0 tal que 0 < A n M
para todo n N, e portanto 0 C n M , n N :
p p
An ap n21 bp n 1 q n 1 cq n21 aq n21 x n 1 x n 1 ,
q n 1 q n 1
onde x e x são as raízes de a, X2 + bX + c = 0, mas
p n 1 1 p p n 1 p
x 2 1 An aq n21 x n 1 x a x x x n 1
q n 1 q n 1 q n 1 q n 1 q n 1
a x x 1 : M .
Notemos agora que B n2 4 An C n b 2 4ac, n N. De fato,
Bn2 4 An C n ( p n 1 q n 2 p n 2 q n 1 ) 2 (b 2 4ac) b 2 4ac. Portanto,
Bn2 4 AnCn b 2 4ac 4 M 2 b 2 4ac Bn M ' 4 M 2 b 2 4ac,n N.
Provamos assim que An, Bn e Cn estão uniformemente limitados, donde há
apenas um número finito de possíveis equações An X2 + BnX + Cn = 0, e
portanto de possíveis valores de n. Assim, necessariamente n+k = n para
alguma escolha de n N, k N*.
EUREKA! N 3, 1998
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Referências:
N. Beskin - Frações contínuas - Iniciação à Matemática - Editora Mir.
José Paulo Q. Carneiro - Um processo finito para a raiz quadrada – Revista do
Professor de Matemática 34, 1997, pp. 36-44.
C.D. Olds - Continued Fractions - New Mathematical Library - Random House.
A. M. Rockett, P. Szüsz - Continued Fractions - World Scientific.
Solução
l c
n n
l c .
i 1
i
i 1
i Suponha que exista k com 1 k n e i i (se
i 1 i 1
não existe tal k podemos dar a volta começando em P1). Tome k0 com 1 k0
k0
n tal que (l
i 1
i c i ) seja o menor possível. Afirmamos que podemos dar a
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k0 r ko r n
um absurdo (se k0+r > n temos (l
i 1
i ci ) (l
i 1
i c i ), pois
n
(l
i 1
i c i ) 0).
3) Prove que existe n N tal que os 1000 primeiros dígitos de n1998 são
iguais a 1.
Solução
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Solução
Traçe a paralela a P3P2 passando por P1. O ponto P7 pertencerá a essa reta e
teremos P1 P7 P3 P2 . O ponto P6 pertencerá à paralela a P3P4 passando
a
por P5 e satisfará P5 P6 = a, ou seja, P5 P6 P3 P4 .
P3 P4
Rodando o heptágono H = P1P2P3P4P5P6P7 de 180 em torno do ponto médio
de P1P2 obtemos o heptágono H' = P1'P2'P3'P4'P5'P6'P7' com
P1' = P2 , P2' = P1 , P3' = P7 , P7' = P3. Transladando infinitas vezes os
heptágonos H e H' por k . P3 P6 , k Z, cobrimos uma faixa dentada, que,
transladada infinitas vezes por m . P4 ' P5 , m Z, nos permite cobrir o
plano.
Desta forma, cobrimos o plano com os heptágonos
H K . P3 P6 m . P4 ' P5 e H' + k . P3 P6 m . P4 ' P5 , k Z, de
interiores disjuntos e todos congruentes a H.
Solução
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Solução
( k 2 1)
y 2 k1 k2 1 (2 k1 ) k2 1 (2 k1 1) (2 k1 2 k1 ( k2 2) ... 2 k1 1), obser-ve
que 2 k1 1 3 e 2 k1 ( k 2 1) ... 2 k1 1 3 e conseqüentemente não
teremos y primo, logo n não pode ser escrito como acima; donde n é primo.
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1 1 1
14) Determine o número de soluções de com x e y inteiros
x y 1998
positivos.
Solução
x 1998 a
y 1998 b
2
ab 1998
com a observação de que os pares (x, y) solução devam ser inteiros e
positivos, devemos ter
a 19 8 0 a 19 8
b 19 8 0 b 19 8
logo, só servem a e b positivos, já que se –1998< a < 0 e –1998 < b < 0
implica ab < 19982. O número de soluções é, portanto, o número de divisores
positivos de 19982 = 22. 36. 372, que é dado por
(2 + 1) (6 + 1) (2 + 1) = 63.
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PROBLEMAS PROPOSTOS
Convidamos o leitor a enviar soluções dos problemas propostos e sugestões de novos
problemas para os próximos números.
2
16) Seja l a reta {( x, y ) R y 0}, C1 o círculo centrado em
1 1 1 1
(0, ) de raio e C 2 o círculo centrado em (1, ) de raio .
2 2 2 2
Seja F o conjunto de círculos em R2 com as seguintes propriedades:
i) {C1, C2} F
ii) Se C e C’ pertencem a F, são tangentes entre si e tangentes a l então
~
todo círculo C tangente aos dois círculos C e C’ e à reta l pertence
a F.
~
iii) Se F é um conjunto de círculos satisfazendo as propriedades i) e ii)
~
então F F . Determine o conjunto dos pontos de tangência dos
círculos C F com a reta l.
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