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Entre a apologia e a utopia: em busca da

ética possível

Celso de Tarso Pereira

Sumário
1. Da utopia e do ceticismo 2. O Princípio
Responsabilidade: uma ética para a civilização
tecnológica

Em artigo publicado na Foreign Affairs


(março/abril 1996), In defense of Mother Tere-
sa, Stanley Hoffmann (1996, p. 172-175) de-
lineava algumas idéias sobre a moralidade
na política externa. Ao condenar a visão de
alguns analistas de que a política externa
americana deve pautar-se somente por inte-
resses e não por valores – e assim não deve-
ria preocupar-se com “small, poor, weak
and peripheral countries” –, Hoffmann pro-
cura reestabelecer uma conexão entre interes-
ses e valores, não somente devido à interde-
pendência entre sociedades e economias, mas
por existirem algumas situações que seriam
“morally unacceptable”. Ele realça, igual-
mente, a necessidade de se manter um “esta-
do de coisas moralmente aceitável” e refere-se
à existência de um “dever moral de agir”.
Se, por um lado, a inclusão de pondera-
ções éticas no campo das relações internacio-
nais representa um avanço considerável,
detecta-se facilmente, em outras passagens,
que o fundamento dessa ética para Hoffmann
parece ainda ser, em última análise, o grau de
perigo potencial para a estabilidade ou
bem-estar dos “major players” do cenário
internacional– um realismo moderado, en-
fim, que não tem nada em comum com a éti-
ca de Madre Teresa...
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O que significaria, porém, tomar a ética e outra pessoa lhe diz: “você joga muito
a sério no complexo panorama da política mal” e o jogador responde: “eu sei, mas eu
mundial? Se a ética sempre exigisse que agís- não quero jogar melhor”, tudo o que o inter-
semos contra nossos interesses, seria impos- locutor poderia dizer seria: “ah, então, nes-
sível ser ético; se, contudo, ela nunca exigis- se caso, tudo está bem!”. Se, porém, alguém
se restrições aos nossos interesses, ela seria está contando mentiras extravagantes e tra-
inútil (HOFFMAN apud SHUE, 1995, p. 456- paceando e o interlocutor diz: “você está-se
457). Somente em um equilíbrio entre uma comportando mal, como um irresponsável”
ética utópica e outra meramente apologéti- e a resposta é: “eu sei, mas eu não quero de
ca1, seria possível encontrar uma alternati- maneira nenhuma me comportar melhor”,
va válida para o tratamento das grandes poderia o interlocutor ainda dizer: “ah, nes-
questões internacionais, aí incluídos os cha- se caso, tudo está bem?”. Certamente não.
mados “novos temas”. Teríamos, nesse exemplo, a diferença entre
Levar a ética a sério, nesse contexto, sig- um julgamento de valor relativo e outro de
nifica considerar o interesse dos outros du- valor absoluto, reduzindo-se o primeiro a
rante o processo de elaboração e concepção um mero enunciado de fatos.
dos próprios interesses, e não após essa deci- Quando procuramos aplicar o mesmo
são, quando a estrutura das futuras ações já raciocínio ao comportamento dos Estados,
está definida. Uma maior eqüidade nas re- encontramos uma situação semelhante: se
lações internacionais só será possível se os um determinado Estado decide mudar sua
interesses nacionais forem formulados, des- política de incentivos culturais para apoiar
de o início, comprometidos com uma ordem mais o cinema do que a produção de livros,
internacional justa (a paz é fruto da justiça); isso pode ser discutível, mas tratar-se-ia, cla-
a tentativa posterior de promover uma mai- ramente, de um juízo de valor relativo; se,
or justiça global no espaço residual, que por outro lado, um Estado começa a cercear
possa sobrar depois que os interesses naci- direitos de suas minorias, a promover lim-
onais forem determinados de forma ampla pezas étnicas ou a ameaçar territorialmente
e ilimitada, equivaleria a uma mera filan- vizinhos mais frágeis, poderia ainda ser dito
tropia internacional, aliviadora, mas não “tudo está bem”? As evidentes agressões a
solucionadora de problemas: “Serious normas do Direito Internacional, infelizmen-
ethics operates at the center, not the fringe, te verificáveis diariamente nos jornais, co-
of legitimate interest”(SHUE, 1995, p. 457). metidas em todas as partes do globo, devem
A ética é a doutrina do como agir, “a in- ser apreciadas pelo prisma ético ou, por di-
vestigação geral daquilo que é o bem”, “a zerem respeito à atuação de Estados, devem
investigação do sentido da vida, ou daquilo pairar num firmamento aético e não passí-
que torna a vida digna de ser vivida, ou da vel de uma apreciação axiológica?
maneira correta de viver”(MOORE apud A reação internacional corrente, apesar
WITTGENSTEIN, 1971, p. 143)2. Podem, po- de reconhecer e criticar freqüentemente a
rém, padrões éticos irem além da esfera indi- violação de um padrão ético internacional,
vidual e valerem igualmente para o campo reduz-se, às vezes, ao silêncio ou à expedi-
das relações internacionais? Não valeria aí, ção de notas diplomáticas pro forma ou, ain-
muito mais, uma ética relativista fundada em da, a indicar a impossibilidade de qualquer
interesses imediatos? (WITTGENSTEIN, ação efetiva para restaurar aquele padrão
1971, p. 141-175) moral; variados interesses envolvidos em
A noção de um juízo relativo ou absolu- cada caso sobrepor-se-iam às considerações
to poderia ser vizualizada a partir de um éticas: importância estratégica do forneci-
exemplo comentado por Wittgenstein (apud mento de petróleo, razões de índole históri-
LAFER, 1996): se alguém está jogando tênis ca, a posição do país em apreço dentro de

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um bloco regional e o puro desinteresse com 1996): as demandas fáceis e contínuas no
o destino dos menos afortunados. âmbito interno, contudo, não encontram ain-
A multiplicação dos atores que partici- da canais adequados para obter respostas
pam da tomada de decisões no cenário in- satisfatórias e rápidas no âmbito da comu-
ternacional e a erosão parcial – mas sensí- nidade internacional, o que inviabilizaria a
vel – da soberania estatal fornecem, contu- formação e desenvolvimento de consensos
do, um novo panorama de análise: em um universais. Alguns eventos do segundo
mundo onde as ONGs, as empresas e os pós-guerra, no entanto, assinalam o que
próprios indivíduos – e a opinião pública poderia ser um renascimento ético, se bem
mundial – adquirem crescentemente mais que lento, no tratamento de temas cruciais
influência no processo decisório, a possibi- para a humanidade in totum.
lidade de que um padrão ético mínimo se Primeiramente, e de maneira mais evi-
consolide é menos utópica. dente, o tratamento dado à questão dos di-
reitos humanos, que, a partir da Declaração
1. Da utopia e do ceticismo Universal de 1948, experimentou uma evo-
lução palpável e consistente. Ainda sob os
Embora evidente na atualidade a inade- reflexos da brutalidade ilimitada verificada
quação dos paradigmas teóricos das rela- na 2 a guerra, esse documento, na forma de
ções internacionais, a alternativa da idéia declaração não vinculante, acabou por ad-
de uma ética que permeie o processo decisó- quirir uma força inconteste, além de insti-
rio é recebida por muitos com ceticismo. Pela gar a realização de outras convenções e
visão cético-realista, alega-se que a socieda- mecanismos mais eficazes de implementa-
de internacional é anárquica, caracterizada ção do respeito aos direitos humanos. O sis-
por alto grau de caos e luta pelo poder, tema europeu e interamericano de proteção
acrescida de uma inevitável anarquia de aos direitos fundamentais da pessoa huma-
significados, a qual impossibilitaria as pre- na, com a presença de uma Corte competen-
tensões de uma leitura kantiana da realida- te para julgar e condenar violações às nor-
de internacional. A postura kantiana admi- mas acordadas, bem como as diversas Co-
te uma razão comum a toda a humanidade, missões e Comitês no âmbito das Nações
situada acima das raisons d’État; contrapõe- Unidas, com cada vez maior aceitação, é exem-
se, assim, à visão maquiávelico-hobbesiana plo marcante dessa evolução. Embora de ín-
de cunho realista e estatista e vai além da dole muito mais sensível, discute-se até mes-
mera coexistência pacífica de cunho grotia- mo a idéia de um direito de ingerência em
no, a qual percebe o potencial para uma so- casos graves de violação maciça de direitos
ciabilidade e solidariedade na comunidade humanos ou, pelo menos, para levar a cabo
internacional (BOBBIO, 1986, p. 36). missões de auxílio humanitário. Em um pra-
Na atual configuração do cenário inter- zo de 50 anos, portanto, criou-se pouco a
nacional, ademais, essa Razão universal é pouco um “respeitável minimalismo ético”
desafiada, por um lado, pelos particularis- – “thin morality” na qualificação de Micha-
mos regionais, que procuram impor uma el Waltzer – que reclama agora um trabalho
noção excludente e intolerante da realida- de adensamento gradual (ALVES, 1996).
de, e, por outro, pela própria expansão da A Conferência de Viena sobre Direitos
democracia pelo globo, a qual, na acepção Humanos, de 1993, significou um passo
de Bobbio, torna as demandas fáceis e as importante nessa direção. Ao estabelecer um
respostas difíceis, ao contrário dos gover- padrão comum de aceitação entre ociden-
nos autoritários, que estão em condições de tais e orientais, países desenvolvidos e sub-
tornar a demanda difícil e dispõem de mai- desenvolvidos, liberais e autoritários, capi-
or facilidade para dar respostas (LAFER, talistas e socialistas, tendências religiosas e

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profanas, a Conferência pôde superar a frag- pelo menos, o que não faz parte do interesse
mentação dos interesses e uma suposta ra- geral. O debate universal dos temas dessa
zão circunscrita aos diversos grupos. O Agenda diz respeito, diretamente, à discus-
avanço conceitual da Conferência deu-se em são de decisões políticas: o consenso alcan-
quatro pontos principais: a reafirmação da çado nas Conferências, portanto, mesmo se
universalidade dos direitos humanos; o re- mínimo, significa um ganho conceitual e
conhecimento da legitimidade do sistema prático de extrema importância.
internacional de proteção aos direitos hu- Um terceiro fenômeno, do fim do século
manos; o reconhecimento consensual do di- passado, é a difusão de “cross cultural ide-
reito ao desenvolvimento e o estabelecimento als”, os quais seriam indícios da formação
da inter-relação entre democracia, desenvol- embriônica de uma verdadeira comunida-
vimento e direitos humanos (ALVES, 1996). de internacional, não mais aquela centrali-
Um segundo marco nessa evolução éti- zada nos Estados e seus interesses, mas fun-
ca pode ser observado na realização das damentada em valores e políticas cosmopo-
Grandes Conferências Globais dos anos 90, litas e solidárias; os “sovereignty free
as quais simbolizam o esforço normativo agents” (RORTY, 1993, p. 111-134) e os in-
nos vários campos da esfera social, realizado divíduos seriam os atores a construir essa
pela quase totalidade dos países. “Ao estabe- moral transcultural. Se ela talvez não for
lecer de uma maneira não-impositiva, con- capaz de transformar o mundo em 20 anos,
sensualmente, diretrizes inter e intra-Estados qual a conseqüência de uma educação dos
para toda a humanidade, a Agenda Social sentimentos em escala mundial (“transcul-
subscreve a crença em uma Razão univer- tural education of sentiments”3) durante o
sal” (ROSENAU, 1990, Cap. 13). As seis mesmo tempo de ascensão e predomínio das
grandes conferências da década de 90 – unidades estatais (350 anos)?
Meio Ambiente e Desenvolvimento, Direi- Um fator importante na mudança de en-
tos Humanos, População e Desenvolvimen- foque da política internacional seria o pa-
to, Desenvolvimento Social, Direitos da pel renovado do estudo e ensino de relações
Mulher e Assentamentos Humanos – internacionais, o qual, segundo alguns au-
configuram-se na única alternativa racio- tores, teve durante muito tempo a função de
nal, com base em negociações globais con- ser um “Prozac” das ciências humanas
duzidas com sentido de cooperação e busca (BOOTH, 1995), sedando as consciências
do interesse geral, a sublevação dos parti- para as realidades humanas subjacentes à
cularismos excludentes e forças centrífugas contabilidade dos arsenais nucleares, às
de um mundo “pós-moderno”, no qual já disputas de poder na estratégia bipolar, aos
não valeriam os ideais do Iluminismo, mas “pivotal and failed states”, ao imperialis-
sim a “desrazão” fragmentária. mo e colonialismo, etc., temas tão bem trata-
A relevância dos temas da Agenda Soci- dos na teoria acadêmica das relações inter-
al para a própria sobrevivência da humani- nacionais, que acumula “books about books,
dade, e a impossibilidade de tratá-los de articles about articles and papers about pa-
maneira isolada, induz os Estados a busca- pers”. Não seria hora de perguntar se essa
rem, ao menos, denominadores comuns, o disciplina não deveria ter também uma fun-
que significa não pouca coisa na complexi- ção – social, política, psicológica – na evo-
dade da época contemporânea. A partici- lução da sociedade humana na esfera glo-
pação da sociedade civil nas fases prepara- bal? Ken Booth sugere a criação de uma “glo-
tórias das conferências, por outro lado, per- bal moral science”, direcionada não tanto
mite uma renovação nos procedimentos ne- às relações interestatais, mas à ética e à éti-
gociadores e uma “recentrage humaniste” da ca aplicada ao intrincado mundo das rela-
política internacional, e serve para mostrar, ções transnacionais.

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A situação, em todo caso, parece clara: sociedade. Um novo Imperativo Categórico
diante de tendências antagônicas, nosso para a época da civilização tecnológica, glo-
mundo terá de fazer uma opção entre balizada e fragmentada, não tão interdepen-
“agarrar-nos de modo ainda mais firme às dente como interconectada, e mais direciona-
intenções do Iluminismo... ou... desistirmos do à Política, poderia ser assim formulado:
do projeto da modernidade, dando-o como “Aja de tal maneira que os efeitos da sua
perdido” (Habermas, apud JONAS, 1984). ação sejam compatíveis com a permanência
O “homo ethicus”, assim, afigura-se como o de uma digna vida humana sobre a Terra”
fundamento necessário de uma cidadania ou, ainda, “Aja de tal maneira que os efeitos
moderna e cosmopolita, a qual ainda se pre- de sua ação não sejam destruidores das fu-
tenda humana. turas possibilidades de tal vida”. E Hans
Jonas (1984) ainda acrescenta, em enuncia-
2. O Princípio Responsabilidade: uma do de caráter mais positivo: “Inclua na sua
ética para a civilização tecnológica escolha atual a futura integridade do Ho-
mem como co-objeto do seu querer”.
É na esfera da proteção ao Meio Ambi- Os seres humanos do futuro, sendo uma
ente que podemos visualizar mais claramen- mera potencialidade, por qual força poderi-
te a importância da revitalização de princí- am ser representados nas escolhas do pre-
pios éticos, já que a destruição do nosso ha- sente? A única resposta parece ser uma heu-
bitat coloca em perigo toda a humanidade e rística do temor, a qual exige que se dê mais
não somente o causador da destruição. A atenção à profecia da tragédia do que à da
sobrevivência futura da humanidade – que salvação. A imaginação das conseqüências
é o que está em jogo – exige, contudo, a res- dos nossos atos deve assim ser um elemen-
posta a uma pergunta prévia: por que deve, to concreto a guiar nossas decisões, pois não
de maneira imperativa, existir o Homem podemos “apostar” aquilo que não nos per-
sobre a Terra? A fundamentação de uma éti- tence. Somente a degradação vislumbrada do
ca humana encontra, assim, sua validade Homem pode-nos instigar a perceber o conceito
última na metafísica, única instância que de Homem a ser dela resguardada.
poderia fornecer essa resposta: se antiga- A necessidade absoluta de que o Homem
mente a presença do Homem na Terra era não desapareça – e o dever ético de evitar
um dado evidente e inquestionável, a possi- isso – repousa, contudo, na metafísica: so-
bilidade de sua destruição, aos poucos ou mente a idéia de Homem que diga por que o
de uma vez, impõe-se-nos essa questão, que Homem deve existir poderá dizer-nos tam-
no fundo é um axioma, decifrável, talvez, bém como ele deve ser; a axiologia, assim,
somente no âmbito teológico. radicaria na ontologia.
Devido, portanto, às consequências im- À medida que os princípios éticos pas-
previsíveis que podem decorrer de nossas sam a permear o processo de tomada de de-
ações para o futuro, o Princípio Responsabili- cisões da política internacional e conduzem
dade (JONAS, 1984, p. 36) avança para o cen- gradualmente a um adensamento axiológi-
tro da ética, de maneira a auxiliar-nos no co e à conclusão de convenções internacio-
presente com decisões que podem afetar de nais, confere-se, pouco a pouco, o caráter de
modo drástico o futuro. soft power ao conteúdo mínimo alcançado.
O Imperativo Categórico de Kant estabe- Isso faz alguma diferença? Como Robert
lece: “Aja de tal maneira que você também Myers (1990) esclarece, “é possível chegar
possa desejar que a sua máxima (princípio) às mesmas decisões firmes em questões de
de comportamento possa-se tornar lei uni- política externa por meio de uma análise
versal”. Esse imperativo da razão prática orientada pela ética, tanto quanto por meio
dirige-se ao indivíduo e suas relações em de uma solução de auto-interesse. A solu-

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ção ética, a solução certa, é também a solu- BOBBIO, Norberto. O futuro da democracia. Rio de
ção prática. A ética está ligada à razão, e é Janeiro: Paz e Terra, 1986.
isso o que faz dela um fator importante no BOOTH, Ken. Human wrongs and international
processo decisório pessoal, institucional, relations. International Affairs, London, v. 71, n. 1, p.
nacional e internacional. 103-123, Jan. 1995.
A ética a ser alcançada pode não ser, HOFFMANN, Stanley. In defense of Mother Tere-
dessa maneira, a ideal, mas pode muito bem sa. Foreign Affairs, New York, v. 75, n. 2, p. 172-175,
ser a possível para o mundo do século XXI. Mar./Apr. 1996.
JONAS, Hans. Das prinzip verantwortung. Frank-
furt: Suhrkamp Verlag, 1984.

Notas KOSKENNIEMI, Martti. From apology to utopia: the


structure of international legal argument. Helsinki:
1
Em analogia a Koskenniemi (1989). Lakimiesliiton Kustannus, 1989.
2
MOORE, George. Princípio Ethica. [S. l.: s.n.,
1903?]. As outras definições são do próprio LAFER, Celso. A ONU, os direitos humanos e o
Brasil. Correio Braziliense, Brasília, 25 maio 1996.
Wittgenstein.
3
A possibilidade de sucesso parece estar na MYERS, Robert. Ética em questões internacionais.
educação das gerações futuras, muito mais que na Diálogo, [Rio de Janeiro?], 1990.
presente; seria adotar a posição de Aristóteles, e
não a de Platão, na questão de saber como lidar RORTY, Richard. Human rights, rationality, and
com Thrasymacus e Callicles: melhor do que per- sentimentality. In: SHUTE, Stephen; HURLEY, Su-
suadir indivíduos irresponsáveis da irrazoabilidade san (Ed.). On human rights: The Oxford Amnesty
de suas condutas, como advogava Platão, seria acei- Lectures. New York: Basic Books, 1993.
tar que não se poderia fazer muito com eles, e, por- ROSENAU, James. Turbulence in world politics: a
tanto, com Aristóteles, investir esforços em evitar ter theory of change and continuity. Princeton: Prince-
crianças semelhantes a eles (apud BOOTH, 1995). ton University Press, 1990. Cap. 13.
SHUE, Henry et al. Ethics, the environment and the
changing international order. International Affairs,
Bibliografia London, v. 71, n. 3, p. 456-587, 1995.
WITTGENSTEIN, Ludwig. Conference sur
ALVES, Lindgren. A agenda social da ONU contra l’Ethique. In: ______. Leçons et conversations sur
a desrazão pós-moderna. Revista Brasileira de Ciên- l’esthétique, la psychologie et la croyance religieuse. Pa-
cias Sociais, São Paulo, v. 11, n. 30, p. 63-81, fev. ris: Gallimard, 1971. Éditée et commentée par Rush
1996. Rhees.

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