Você está na página 1de 3

Questão 1.

Questão 1.

1.1 Sendo as qualidades sensíveis relativas a pontos de vista, poderíamos falar


em uma noção de tradução sinestésica? Como podemos falar das relações
entre os sentidos sem nos restringirmos às noções ocidentais (visão,
audição, paladar, tato e olfato)?
1.2 Considerando as „fronteiras borradas‟ entre visão e audição para os
Tikmu‟un, a proibição que recai sobre as mulheres em relação a ver os
espíritos com os olhos combinada à capacidade de vê-los com os ouvidos
redefinia a proibição? O que é o olhar neste contexto?

Questão 2.

Como se dá a transmissão de conhecimento dos cantos Tikmu‟un? O canto é


apreendido verbalmente?

Questão 3.

Os dois autores utilizam as noções de imaginação criativa ou imaginação


conceitual, no entanto, nenhum deles as define. O termo imaginação
remetendo, no mundo ocidental, a uma criação fictícia individual e mental, e a
noção de criação parecendo se contrapor ao modos de acesso ao
conhecimento por redes de circulações ameríndios. Como isso se dá entre os
povos indígenas das terras baixas? Poderíamos falar de uma imaginação
criativa como uma atualização de imagens?

Questão 4.

Considerando a citação extraída de “O trançado, a música e as serpentes...”


Aristóteles Barcelos “A riqueza de metáforas transformacionais das serpentes
nos mitos ameríndios recebe impressionantes traduções visuais como nenhum
outro personagem recebeu.” (p194-5) Se as metáforas transformacionais se
dão em traduções visuais os motivos gráficos de pele cobra são pele de cobra
ou são como pele de cobra?

Questão 5.

O rito é mito se o rito está presente é o próprio mito que está promovendo

Se o canto, a dança, os grafismos, os trançados têm potência transformadora e


são mitos, os mitos também

Por que o ritual é tão presente no texto de Aristóteles Barcelos Neto e ausente
do de Rosângela Tugny?
Questão 6.

“Mito não é legenda de desenho nem este ilustração de mito.” (p.181) Este
postulado afirma que não há hierarquia entre as duas categorias, que elas se
equivalem. Mas que categorias são essas: mito e desenho? Mito, neste caso, é
a narração de um mito. Entretanto por que Aristóteles não usa o termo
narrativa ou narração do mito? Ele aqui mistura duas noções diferentes, a
saber: a narração do mito com o próprio mito, que pode ser enunciado de
várias maneiras, entre elas a narração e o desenho. Quais são as
consequências, além de recriar a hierarquia que Aristóteles acabou de negar,
ao equivaler “mito” à “narração do mito”?

Questão 7.

Os Tikmu‟un são considerados, segundo Rosângela Tugny, o „povo do canto‟,


o povo que canta. Entretanto, nas relações retratadas pela autora entre os
brancos e os Tikmu‟un, quanto mais estes cantos, menos aqueles os ouvem. A
partir disso, seria possível pensar os critérios de recepção da sociedade
nacional em relação ao que falam os Tikmu‟un? Como o fez, por exemplo,
Oscar Calavia Saez contrapondo a recepção das autobiografias indígenas da
América do Norte às das terras baixas, ressaltando a impossibilidade de uma
expressão individual num contexto sul-americano em que os indígenas
„deveriam‟ se expressar enquanto coletivos.

Questão 8.

Rosângela Tugny, a partir do desenho associado ao “canto contando bichos”,


expõe uma evidente simultaneidade de múltiplas perspectivas criada pelo
paralelismo do canto. O desenho o ilustraria pelo empilhamento dos bichos em
vez de uma sucessão horizontal que remeteria a uma narrativa temporal. Tal
afirmação é feita sem a confirmação do autor do desenho e sem uma
contextualização etnográfica. Pensando nas relações entre grafismo e formas,
entre desenho e escritura, entre cesto e papel, ora, o alinhamento indicativo de
um processo está diretamente devido a uma escritura ocidental, sem ter a
confirmação do autor do desenho,

Qual seria essa superfície na qual se desenha a pedido do antropólogo? Seria


a horizontalidade temporal e a verticalidade simultânea representações
equivalentes entre os dois mundos – indígenas e não-indígenas?

Questão 9.

Rosângela Tugny relaciona a multiplicação de pontos de vista com a


multiplicação de caminhos complexificando, assim, não somente os modos de
enunciação, mas também de narração. Quais ferramentas poderíamos pensar
para dar conta dessa complexidade narrativa entre nós – não-indígenas? Como
essa mensagem poderia ser ouvida? Seria uma questão de tradução nos
termos de Manuela Carneiro da Cunha?

Questão 10.

Como os deslocamentos se dão entre mundos vizinhos

Se diferentemente do mito de Orfeu, o deslocamento para os Tikmu‟un não


consiste em uma mudança de lugar, mas em uma variação de intensidade, em
uma troca de lugar entre o visível e o invisível: há uma equivocação entre os
conceitos como se dão esses deslocamentos?

Você também pode gostar