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Desenvolvimento de Um Novo Aço para Moldes de Plástico PDF
Desenvolvimento de Um Novo Aço para Moldes de Plástico PDF
São Paulo
2009
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2
São Paulo
2009
3
Aprovado em
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________________________________
Prof. Dr. Jan Vatavuk
Universidade Presbiteriana Mackenzie
______________________________________________________________________
Prof. Dr. Waldemar Alfredo Monteiro
Universidade Presbiteriana Mackenzie
______________________________________________________________________
Prof. Dr. Arnaldo Homobono Paes de Andrade
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares
5
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Waldemar Alfredo Monteiro pela disposição, empenho pessoal, esforço
em transmissão de conhecimento e experiência acadêmica, e principalmente, pela observação
metalográfica que foram importantíssimos para o desenvolvimento deste trabalho.
Ao Msc. Eng. Dante Ribeiro, pelos comentários e sugestões apontadas no decorrer de
todo o trabalho.
Ao Prof. Rodrigo Magnabosco por comentários de grande importância ao
desenvolvimento do estudo.
Ao meu colega e técnico em mecânica Everaldo Vitor, pelo empenho na confecção de
amostras para ensaio.
Ao Eng° Sérgio Domingos, pelo apoio no início da pesquisa.
Ao Prof. Antônio Augusto Couto, pelas fotos tiradas no Microscópio Eletrônico de
Varredura.
Ao Prof. Ricardo Alberto Neto Ferreira, e sua equipe (Denise Mercês Camarano,
Pablo Andrade Grossi, Odair Miranda, Fabrício Lima Migliorini e Égonn Hendrigo Carvalho
Silva), pelos ensaios e resultados que foram de extrema importância para a realização desse
estudo.
Aos colegas Eng° Hudison Libério de Souza, Eng° Leonardo Gaspar Rocha e Eng°
Paulo Sérgio Perez e a todos que de alguma forma contribuíram com esse trabalho.
A Prof. Leila no seu precioso auxilio na bibliografia sobre polímeros e na
normatização.
Ao Prof. Dr. Jan Vatavuk e Prof. Dr. Arnaldo Homobono Paes de Andrade
pelas valiosas orientações que aprimoraram o resultado do trabalho.
6
RESUMO
Uma nova liga a base de ferro (aço) para moldes plásticos foi obtida com
características melhoradas quando comparada aos materiais usualmente utilizados no
mercado. Os materiais, existentes no mercado, usados como referência neste trabalho,
também não são indicados para utilização que necessitem acabamentos especiais. Para
aplicações de uso restrito ou que requeiram acabamentos especiais, como texturização, por
exemplo, outros testes, teriam que ser realizados. Com estas características atingiu-se melhor
produtividade do molde, opções de menor custo, dependendo da variação de custo de liga, no
mercado internacional, bem como uma redução no consumo de energia na produção das
peças, por conta da melhoria da condutividade térmica. Como resultado deste trabalho
atingiu-se a manutenção das características mecânicas quando comparado aos aços
equivalentes comerciais em uso, obtendo ganho expressivo em condutividade térmica.
Também foi obtida a possibilidade de obter-se um aço com estrutura compatível com a
aplicações do aço DIN 1.2738 até 600 mm de espessura, com menor adição de elementos
de liga.
Palavras chave: 1.Aço P20. 2. Condutividade térmica. 3.Aço ecológico. 4.Molde de plástico.
8
ABSTRACT
A new iron based alloy (steel) was developed to produce plastic molds focused on
reaching improved characteristics when comparing with customary materials usually used on
the market. Those materials existing in the market are reference on this work and also aren´t
indicated for special finishing. For restricts applications or that who needs a special finishing,
as photo etching for example, another tests need to be done. The characteristics intend a
greater production of the mold as well as a reduction in the energy consume when producing
the parts, in order to have a better thermal conductivity result. The result of this work was
achieved the maintenance of the mechanical characteristics comparing to equivalents steels in
comercial use, and considerable profits concerning thermal conductivity. It was also obteined
the possibility to make a steel with compatible structure with the steel DIN 1.2738 aplications
up to 600 mm thickness, with lower alloy elements addition
Key words: 1. P20 steel. 2.Thermal Conductivity. 3. Ecological Steel. 4.Plastic mold.
9
SUMÁRIO
I INTRODUÇÃO 12
1.1 Objetivo geral 13
1.2 Objetivo específico 13
1.3 Justificativa 13
1.4 REVISÃO DE LITERATURA 14
II Revisão de literatura 15
2.1 Tratamento térmico 15
2.1.1 Têmpera 17
2.1.2 Revenimento 17
2.2 Fundamentos teóricos 19
2.3 Teores de liga 20
2.4 Aspecto teórico de aços baixo carbono 25
2.5 Microestrutura 26
2.5.1 Martensita 28
2.6 Diagrama TRC 31
III MATERIAIS E MÉTODOS 34
3.1 Desenvolvimento de ligas para moldes plásticos 34
3.2 Obtenção dos lingotes 38
3.3 Forjamento 39
3.4 Beneficiamento 39
3.5 Técnicas de ensaio 40
3.6 Tração 41
3.7 Dureza 42
3.8 Impacto 43
3.9 Análise da microestrutura 44
3.10 Analise das propriedades térmicas pelo método flash 44
3.11 Carbono equivalente 46
3.12 Calculo do preço das ligas 47
IV RESULTADOS E DISCUSSÃO 48
4.1 Ensaio de tração 48
4.2 Ensaio de dureza 51
4.2.1 Dureza com temperaturas de revenimento compatível 52
10
INDICE DE FIGURAS
I . INTRODUÇÃO
As ferramentas para moldes de plástico são empregadas nos mais variados ramos
industriais e para um diversificado número de polímeros (plásticos) os quais apresentam
propriedades diferentes como: transparência, tenacidade, rigidez, elasticidade, resistência ao
desgaste, opacidade dentre outras. Estes moldes são mais utilizados no processo de injeção
onde o polímero encontra-se geralmente no intervalo entre 135°C e 265°C, dependendo da
composição e estrutura. As peças moldadas mais comuns são os corpos de eletrodomésticos,
de aparelhos eletrônicos, encanamentos (conexões), componentes para indústria
automobilística (como painéis e lanternas) além de utilidades domésticas, entre outros.
Nos processos usuais de injeção o aço utilizado na construção do molde deverá
suportar grandes pressões de fechamento, até 2.000 toneladas, dependendo da geometria da
peça, do número de cavidades (área de injeção) do material a ser injetado e, em muitos casos,
deverá resistir à ocorrência de risco em sua superfície polida. Após a injeção, ainda durante a
extração da peça do molde, é possível que pequenos resíduos de plásticos se localizem nas
regiões de fechamento da matriz, o que poderá, durante o fechamento do molde, para início de
novo ciclo de injeção, ocasionar o amassamento dessa região. Este fato levaria as peças a
apresentarem defeitos, em forma de rebarbas, pois o plástico passaria a penetrar nessas
lacunas causadas pela deformação provocada no molde.
Portanto, é importante que o aço possua o mínimo de resistência à compressão, para
que a vida útil estimada do molde atenda às exigências de mercado. O acabamento do molde
é outro fator importante, pois precisa apresentar um bom polimento. Para tanto, o aço deverá
possuir boa isotropia (decorrente da limpeza e homogeneidade obtidas em sua fabricação).
Este fator dificulta a usinagem, encarecendo a mão de obra, elevando o custo de energia e de
ferramentas necessárias à usinagem para obtenção do molde.
Além desses requisitos o aço precisa apresentar uma boa condutividade térmica, com o
objetivo de diminuir o tempo no ciclo de injeção, pois o resfriamento da peça plástica, ainda
dentro da cavidade do molde, representa aproximadamente 30% do tempo de processo.
A consciência ecológica atual exige que todos os fatores ligados à economia de
energia, ou recursos para fabricação, tenham a mesma relevância, que os ligados ao custo.
Nesse particular, a baixa adição de elementos de liga torna-se importantíssima, pois, além de
13
baratear o custo da liga, facilitará a sua reciclagem, por não possuir concentração elevada de
nenhum elemento químico que possa ser considerado contaminante residual para o
reaproveitamento em corridas de outras ligas. Os aços mais utilizados, para essa finalidade
são os da família do aço P20, que são derivados de um aço para construção mecânica. A
demanda desses produtos, no Brasil, no ano de 2008 girou em torno de 5.000 toneladas.
Este trabalho apresenta o projeto de um novo aço ferramenta com melhoria de custo,
usinabilidade, condutividade térmica, procurando-se manter ou diminuir o carbono
equivalente, mas que apresente resistência à compressão compatível com a aplicação e a
mínima utilização de elementos de liga.
Desenvolvimento de uma nova liga a ser usada na fabricação de moldes para injeção
(AÇO ECOPLAST ®), com custo reduzido, ênfase ecológica, sem comprometimento do seu
desempenho no maior número de requisitos.
1.3 - JUSTIFICATIVA
1.4 - METODOLOGIA
II . REVISÃO DE LITERATURA
Fonte(CHIAVERINI,1977).
Para se chegar aos resultados dos estudos, uma das ferramentas iniciais foi o
diagrama de equilíbrio Fe-C (figura 1). Não se trata, a rigor, de diagrama de equilíbrio estável.
De fato, se assim fosse, não deveria ocorrer qualquer mudança de fase com o tempo;
verificou-se, entretanto, que, mesmo em ligas Fe-C relativamente puras (isto é, com baixo
teor de elementos residuais) mantidas durante anos a temperaturas elevadas (da ordem de
700°C) o Fe3C pode-se decompor em ferro e carbono, este último na forma de grafita.
Rigorosamente, pois, o diagrama Fe-C deve ser considerado de equilíbrio metaestável (estado
fora do equilíbrio que pode persistir durante um tempo muito longo)(CALLISTER,2006); o
equilíbrio estável Fe-grafita no diagrama Fe-C (figura 1) é representado pelas linhas
pontilhadas, logo acima das linhas PSK, SE e ECF. O ponto A corresponde ao ponto de fusão
do ferro puro, isto é 1534°C e o ponto D, ainda impreciso, ao ponto de fusão do Fe3C.
17
2.1.1 - TÊMPERA
2.1.2 - REVENIMENTO
Esta fase do tratamento térmico de ferramentas é uma das que menor atenção recebe,
sendo, porém, de extrema importância. A formação da martensita, durante a têmpera, cria
grandes tensões na ferramenta, diminuindo a plasticidade do aço à temperatura ambiente
(tenacidade). Uma regra prática diz que: “deve-se proceder ao revenimento assim que as
ferramentas possam ser seguras com as mãos desprotegidas”.
de um segundo ou terceiro revenimento. Concluí-se, portanto, por este quadro, que para um
processo de têmpera correto é necessário à utilização de pelo menos dois fornos em seqüência
imediata, pois com um único forno o tempo de redução da temperatura de têmpera para o de
revenimento, seria muito grande, correndo-se o risco de trinca nas ferramentas. Vale lembrar,
que o revenimento é obrigatório sempre que o constituinte resultante do tratamento térmico
for a martensita.
Pelo que acaba de ser exposto, percebe-se que a temperatura de revenido pode ser
escolhida de acordo com a combinação de propriedades mecânicas que se deseja no aço
temperado.
Tabela 1 - Aços utilizados amplamente no mercado comparado, com as ligas em desenvolvimento, pelo
percentual de liga.
Percentual em
Percentual em
Material massa de
massa de
(nome comercial ou elementos de
elementos de liga
norma) liga com
sem carbono
carbono
Desenvolvimento 1 3,31 2,98
KEYLOS 2005 3,50 3,07
DIMO 42M 3,60 3,18
SP300 3,65 3,39
Desenvolvimento 2 4,10 3,74
Desenvolvimento 3
4,49 4,10
(AÇO ECOPLAST®)
KEYLOS 2311 4,54 4,10
Desenvolvimento 4 4,85 4,47
SP400 4,97 4,65
KEYLOS 2002 5,27 5,02
KEYLOS 2738 5,66 5,23
AISI H13 8,99 8,60
AISI 420 15,06 14,68
∆G° = - RT ln po2
Onde: ∆G° = Energia livre de Gibbs
R = Constante universal dos gases
T = Temperatura
po2 = Pressão parcial de Oxigênio
22
• Temperatura.
• Sistema que realiza o trabalho de expansão.
Fonte: GASKELL,1940.
24
Para uma análise de cunho ecológico dois pontos devem ser considerados: Primeiramente, o
mínimo de utilização dos elementos químicos de alto poder contaminante de corrida. Em segundo, o
grau de dificuldade ou de energia que será necessário para a remoção daqueles elementos considerados
removíveis como, por exemplo, o cromo. Este último como se pode perceber no diagrama de
Ellingham, vai ter sua oxidação muito mais próxima da temperatura em que o ferro inicia sua própria
oxidação (ou queima), ou seja, no auge da oxidação do cromo, durante o processo siderúrgico, iniciará
a oxidação de quantidades consideráveis de Fe, o que tenderá a reduzir o rendimento metálico,
diferentemente de outros como Mn ou Si. Portanto, ao mesmo tempo em que essa temperatura (mais
elevada) torna a sua remoção mais difícil do ponto de vista energético, facilitará a oxidação do próprio
Fe pela proximidade da temperatura de sua oxidação. Nesse contexto as ligas de desenvolvimentos 1,
2 e 3 situam-se sempre entre as de menor poder contaminante ao se comparar com as referências
existentes no mercado, como se pode ver na tabela 2.
2.5 - MICROESTRUTURAS
Aços ferramenta, de uma maneira geral, são fornecidos pelos fabricantes na condição
recozido e aplicados, posteriormente, o tratamento de têmpera e revenido.
Os mais relevantes elementos presentes nos aços ferramenta são a matriz metálica, os
finos precipitados nela presentes e as partículas duras, também envolvidas pela matriz.
27
Precipitação de carbonetos
(pró-eutetóides)
Precipitados
Matriz
Contorno de grão
da martensita
50 nm
Discordâncias
10 µm
Carbonetos Contorno de grão
(Partículas duras) da martensita
Figura 4 – Esquema de uma microestrutura típica dos aços ferramenta e seus principais
constituintes (EBNER;LEITNER,1999).
28
- Tenacidade
Matriz Metálica - Dureza
(Martensita revenida) - Fonte de C para endurecimento secundário
- Fixar e estabilizar precipitados duros
- Dureza
Precipitados Finos e
- Resistência ao desgaste
Discordâncias
- Resistência ao revenido
Partículas duras e - Resistência ao desgaste
Precipitados pró-eutetóide - Dureza
Região de acomodação
Espinha de peixe
Plano de hábito
Martensita
2.6 - DIAGRAMAS TRC (Transformação por Resfriamento Contínuo) (em inglês: CCT-
Continuous Cooling Transformation).
3.3 - FORJAMENTO
Os lingotes, com seção quadrada de 100 mm, foram forjados na AÇOS ESPECIAIS
PIRATINI (AEP) localizada em Charqueadas – RS, na mesma temperatura utilizada para o
aço DIN 1.2330, obtendo-se barras de seção quadrada de 50 mm.
3.4 - BENEFICIAMENTO
A densidade foi medida pelo método do empuxo, que é uma simplificação do "Método
de Penetração e Imersão com Xilol", desenvolvido no Centro de Pesquisas da Kraftwerk
Union em Erlangen (Alemanha). Não houve necessidade de se impregnar as amostras com
xilol, já que as amostras não possuíam porosidade aberta.
Os corpos-de-prova para ensaio de tração (três peças para cada aço estudado) foram
confeccionados segundo a norma ASTM E 8M. A figura 15 mostra o desenho do corpo-de-
prova utilizado neste trabalho. Os ensaios foram realizados em uma máquina servo-hidráulica
MTS, modelo 810.23M, à temperatura ambiente. Foram determinados o limite de
escoamento, o limite de resistência à tração e o alongamento percentual dos materiais.
42
depende da estrutura física da matéria, a níveis atômicos e moleculares, que por sua vez está
relacionada ao seu estado físico.
Sendo:
Para o calculo de custo médio de liga foi adotado o seguinte critério: primeiramente
só foram considerados os elementos de adição, não levando em conta micro-adições (valores
inferiores a 0,05% de massa) também não se considerou teores residuais, ou que não
pertençam à norma do material. Posteriormente adotaram-se os parâmetros de preço dos
componentes de liga por meio eletrônico (www.metalprices.com) e calculou-se a média de
cada mês para obter a média semestral de cada ano.
48
IV . RESULTADOS E DISCUSSÃO
933 1078 17 56 28
906 1075 17 55 27
994 1089 19 55 46
1015 1098 19 56 48
1082 1214 17 54 59
1115 1213 15 52 63
1130 1242 17 50 38
1133 1246 13 47 41
Tabela 7 – Resultados encontrados em materiais usuais no mercado e utilizados como referência no trabalho
50
Com relação aos ensaios de dureza tem-se que ser cuidadoso, em razão das diferenças
de temperatura executadas no revenimento. Vale salientar, entretanto, que a previsibilidade do
software AC3 confirmou-se, dentro dos seus desvios permitidos, em virtude da simulação
conter dados exatos, por exemplo: 0,35%C, austenitização 860°C, espessura 200mm,
resfriamento a óleo, revenimento 180°C. Quando na realidade, pode ocorrer uma somatória de
desvios, tais como: 0,37%C, austenitização 870°C, espessura 198mm, resfriamento em óleo
mais rápido ou mais lento e revenimento a 190°C, As temperaturas utilizadas para
revenimento mantiveram o material ligeiramente acima, no quesito dureza, das obtidas pelas
temperaturas usuais no mercado, atingindo o objetivo do trabalho em sua parte experimental.
A figura 18 apresenta os resultados dos ensaios de dureza Brinell obtidos das quatro
ligas do desenvolvimentos.
Essa média foi obtida através de corpos-de-prova semelhantes aos utilizados nos
desenvolvimentos, em um numero de 3 corpos para obtenção da média, utilizando os mesmos
parâmetros de têmpera e revenimento.
Nesse contexto é preciso observar a figura 19 (pág. 55) onde se faz uma comparação
nas mesmas temperaturas de revenido entre as referências de mercado e as ligas em
desenvolvimento.
Pode-se observar que todos ficaram ligeiramente acima da sua dureza obtida com
exceção do 2311 (referência), o desenvolvimento 1 obteve 332 HB contra 321 HB do aço
2311, perdendo para os demais.
Quando se analisa o desenvolvimento 2 vê-se que ele atingiu 332 HB, desta vez
também levando vantagem sobre os aços 2738 e 2311, o que demonstra tendência a
uniformização de dureza maior para essa espessura analisada compatível.
Já o desenvolvimento 3 (AÇO ECOPLAST®) com 360 HB de dureza revenidos a 650ºC
além de demonstrar uma razoável resistência ao revenimento, o que é bastante louvável neste
tipo de busca, pois demonstra uma maior facilidade de se homogeneizar toda a estrutura em
uma seção consideravelmente maior, ganhou de todos os outros materiais de referência no
53
mercado, onde o top de resistência ao revenimento é 311 HB do aço 2738, com isso, a liga em
desenvolvimento 3 (AÇO ECOPLAST®) mostra uma maior estabilidade nos seus constituintes
estruturais nesta espessura, mais pra frente serão analisados os resultados estruturais em
referência ao software AC3.
A liga numero 4 obteve 369 HB de dureza que é maior que todas as referências após
revenimento, como ela, a 640°C, também demonstrando um valor muito parecido com as
ligas KEYLOS 2005 e DIMO 42M que será analisado adiante.
ValorU$D/Ton – 1°
2007
semestre
k2005 366,14
D 42M 395,71
G 2311 432,57
Desenvolvimento 1 453,85
Desenvolvimento 2 463,82
Desenvolvimento 3 630,85
Desenvolvimento 4 652,85
SP300 743,85
TOOLOX 799,71
2738 890,85
ValorU$D/Ton – 1°
2008
semestre
k2005 638,85
D 42M 745,85
Desenvolvimento 1 776,14
G 2311 799,85
Desenvolvimento 2 802,14
TOOLOX 971,42
Desenvolvimento 3 990,42
SP300 1037,42
Desenvolvimento 4 1033,42
2738 1072,14
ValorU$D/Ton – 1°
2009
semestre
k2005 227,42
D 42M 245,85
Desenvolvimento 1 252,42
Desenvolvimento 2 265,57
G 2311 304,57
Desenvolvimento 3 320,57
Desenvolvimento 4 343,28
TOOLOX 356,28
SP300 372,71
2738 434,28
*Valores obtidos segundo o site (www.metalprices.com)
Figura 19 – Comparativo das Curvas de Revenimento entre as Referências e todas as ligas em Desenvolvimento
58
.
4.6.2 - COMPARAÇÃO ENTRE REFERÊNCIAS E DESENVOLVIMENTO 2
Figura 21: Comparativo das duas Curvas de Revenimento entre as Referencias e o Desenv.2.
61
Analisando a partir do gráfico da curva AC3, ele já previa que para essa liga a
espessura máxima para a mesma estrutura do 2311 seria 760 mm, convém lembrar que nossa
referência é de que ele não apresente desvio significativo de comportamento em relação ao
2738 ate 600 mm de espessura, desde que outras condições sejam respeitadas, tais como:
controle de revenimento.
O gráfico do software AC3 já sinalizava que se havia obtido um ganho de 160 mm,
trabalhando com folga, por já, poderia se pensar em uma espessura na ordem de 800 mm. A
primeira consideração a ser feita, é que a liga de desenvolvimento 3 (AÇO ECOPLAST®) foi a
que foi revenida na temperatura mais alta, portanto a que suporta melhor as condições de
revenimento. A dureza obtida a 650°C se situou na faixa de 360 HB, enquanto os outros, no
máximo, chegaram a 311 HB (2738).
O escoamento dessa liga ficou na média de 1.100 MPa, quando o máximo
encontrado, revenido na mesma temperatura, no mercado é 905 MPa. A sua resistência a
compressão relacionada com sua resistência a tração (média de 1.210MPa) não encontra
paralelo nas referências, onde o máximo encontrado é no 2738 (1.030 MPa).
No quesito condutividade térmica, o desenvolvimento 3 (AÇO ECOPLAST®) foi a
melhor das ligas em desenvolvimento, perdendo apenas para o DIMO42M (cuja liga não se
presta a espessuras maiores) talvez devendo-se jamais utilizá-las acima de 200mm.
Novamente o desenvolvimento 3 (AÇO ECOPLAST®) como previu o software AC3 obteve
um comportamento razoavelmente homogêneo de bainita, tendendo à bainita inferior,
denotada por essa dureza de revenimento. Essa estrutura vai conferir uma homogeneidade em
seções extremamente maiores, seções essas razoavelmente maiores em comparação com o
2311.
No quesito carbono equivalente, equivale-se com ligas como 2738 e 2311, com
ligeira vantagem.
No quesito custo, aonde a analise é crucial, pode-se denotar que o desenvolvimento 3
(AÇO ECOPLAST®) sempre se situa ligeiramente acima do 2311, para um incremento na ordem
de 30 % na espessura. Em uma única situação (no ano de 2007) o desenvolvimento 3 (AÇO
ECOPLAST®) chegou a apresentar 45% a mais de custo (comparação com o 2311) mas nessa
época a diferença entre o 2738 e o 2311 era de 106%. Já nos anos de 2008 e 2009 o
desenvolvimento 3 (AÇO ECOPLAST®) teve de 23% em 2008 e para 5% de incremento de
custo apenas no ano de 2009 em comparação ao 2311, enquanto o 2738 tinha, na mesma
62
época, 34% e 43% respectivamente, de diferença para o 2311. Leve-se em conta a sua
facilidade de reparo ressaltada em termos de carbono equivalente além de uma condutividade
térmica sensivelmente aumentada em relação ao 2311 e os seus concorrentes, com exceção do
DIMO 42M (como já foi citado que tem um sério problema no item espessura), com relação
ao aço 2738 o desenvolvimento 3 (AÇO ECOPLAST®) demonstra, por si só, que até espessuras
de 600 mm (aqui cabe salientar que por medidas de segurança esta sendo citado 600 mm,
porque o trabalho deveria ser feito empírico até 800 mm para confirmação), trabalha com
folga sobre o 2738, em termos de propriedades e resposta interna da liga, com uma vantagem
extrema em condutividade térmica.
Convém salientar que o aço 2738 (usualmente fornecido no mercado até peças na
ordem de 1.100 mm de espessura), mantém a sua vantagem nesse tipo de espessura. Como
espessuras acima de 600mm representam na ordem de 40 a 45% do mercado consumidor, ou
outros 55 a 60% do restante do mercado poderão ser atendidos perfeitamente por um
desenvolvimento que não necessite de tantos componentes de liga, e que mostre vantagens
sobre essa liga nos quesitos: carbono equivalente, custo, necessidade de minérios (mineração)
e que principalmente favoreça a condutividade térmica.
Nota-se que tudo isso leva a uma mesma vida útil estimada. Não faz sentido
portanto, pensar num bloco de 1.100 mm de espessura, quando se fabrica peças de 600 mm, o
uso corrente de que um bloco enorme é necessário ou melhor para recortar para qualquer
dimensão deixa de fazer sentido nos novos tempos, fez sentido há anos atrás, quando o
minério era barato e a energia não estava em escassez crescente como nos níveis dos dias
atuais.
Figura 22: Comparativo das duas Curvas de Revenimento entre as Referências e Desenv. 3(AÇO ECOPLAST®).
370 360
350
Dureza (HB)
330
311
310 302 302
285
290
270
250
Desenv. 3 K2005 DIMO42M 2311 2738
63
Figura 23: Comparativo das duas Curvas de Revenimento entre a Referências e o Desenvolvimento 4
64
4.7.1 - Desenvolvimento 1:
4.7.2 - Desenvolvimento 2:
Nesta liga uma estrutura mais fina e ainda mais homogênea foi obtida, comparando-se
com as anteriores, bem como um afinamento da sua estrutura que apresenta martensita
revenida, poucos traços de martensita e também de bainita fina.
67
4.7.4 - Desenvolvimento 4:
Nesta liga, o resultado obtido foi de uma estrutura formada basicamente por martensita
e bainita, porém com uma morfologia não tão uniforme quanto a anterior, bem como uma
estrutura tanto de martensita quanto de bainita mais grosseira. Também é possível notar a
precipitação, de certa forma homogênea, de alguns carbonetos na matriz do material.
68
Microestrutura formada por uma martensita grosseira, com traços de bainita e forte
presença de perlita, isso tudo configurando uma grande heterogeneidade microestrutural que
pode não impactar tanto na resistência mecânica do material, porém pode impactar muito em
aspectos de usinabilidade, principalmente furação, bem como em ataques químicos, não
servindo para aplicações onde a textura fosse necessária.
Para aplicações onde acabamentos especiais de polimento ou aplicação de texturização
fosse necessária, por essa apresentação estrutural, sua aplicação não seria recomendada dada
essa heterogeneidade microestrutural.
69
Esta microestrutura apresenta um forte bandeamento, normal em aços com este teor de
carbono que foram conformados mecanicamente, típico dos processos de fabricação, pois,
conferem variação estrutural ao material (martensita grosseira e bainita superior). Material
apresenta baixa heterogeneidade, portanto a sua aplicação para alguns tipos de texturizações
provenientes de ataques químicos seriam facilmente obtidas, em termos de polimento também
conseguiria uma superfície de bom espelhamento.
Nesta referência nota-se um forte bandeamento na microestrutura, bem como a
presença de estruturas como martensita grosseira e de bainita também grosseira, uma
microestrutura não muito homogênea, com uma fina dispersão de carbonetos precipitados.
70
4.8.1 - Desenvolvimento 1:
4.8.2 - Desenvolvimento 2:
4.8.4 - Desenvolvimento 4 :
O aço “KEYLOS 2005” observado por MEV tem microestrutura formada por
martensita grosseira, bainita e forte presença de perlita (ferrita + cementita), indicando grande
heterogeneidade microestrutural que não prejudica tanto a resistência mecânica do material,
mas pode alterar com intensidade os aspectos ligados a usinabilidade.
75
No aço “DIMO 42M” no campo observado por MEV apresenta micro-estrutura, não
homogênea, predominantemente sendo perlita fina juntamente com fina dispersão de
carbonetos precipitados distribuída em toda matriz.
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V - DISCUSSÕES GERAIS
VI - CONCLUSÃO
Por esses motivos citados, conclui-se que o aço “desenvolvimento 3”, denominado
AÇO ECOPLAST®, tem propriedades metalúrgicas que justificam sua produção em escala
comercial.
78
REFERÊNCIAS
AC3. Software simulador de ligas metálicas (empresa: David Brown Gear (US)/ 1987.
CHIAVERINI, Vicente. Aços e Ferros Fundidos. 7. ed. São Paulo: Associação Brasileira de
Metalurgia – ABM, 2002.p.186.
CHIAVERINI, Vicente. Aços e ferros fundidos. 4.ed. São Paulo. 1977. p105.
COLPAERT, Hubertus. Metalografia dos Produtos Siderúrgicos Comuns. 3. ed. São Paulo:
Edgard Blücher, 1977.
COSTA SILVA, André Luiz da ; MEI, Paulo Roberto. Aços e Ligas Especiais. 2. ed. São
Paulo: Eletrometal S.A. Metais Especiais, 1988.p.36,93 e 227.
LUCCHINI. Aço pré-endurecido para moldes plásticos. 10° Ed. Lovere. 2005
RIBBE, Alberto Paulo. Corrosão e Tratamentos Superficiais dos Metais. 1. ed. São Paulo:
Associação Brasileira de Metalurgia – ABM, 1971.
SMITH, William F. Princípios de Ciência e Engenharia dos Materiais. 3. ed. São Paulo:
editora McGRAW-HILL, 1993.
VAN VLACK, Lawrence H. Princípios de Ciência dos Materiais. 4. ed. São Paulo: Edgard
Blücher, 1977.-
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