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E SCOLAS DE GOVERNO
Lim ito s • condicionalidactos
Fra n cisco G a e ta n i
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RSP Francisco Gaotani
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RSP Escolas de governo: limites e condicionalicJacJes
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N
este quadro, a p roli provável que este quadro
feração de tabelas apresente m udanças no curto
contendo gratificações, prazo. Esta não é, pelo seu caráter
adicionais e indenizações conflitivo, uma bandeira de
conjugada com a proibiçãocampanha
pelo dos partidos políticos.
Suprem o T ribunal Federal E não vem sendo, pelas mesmas
(BARBOSA, [s.d.|, p. 8) de se razões, objeto de ação
firmarem contratos coletivos de governamental.
trabalho en tre servidores c o
Estado, acaba por produzir um A economia da folha de
quadro cuja cacofonia de vozes só pagam ento
faz dificultar o discernimento de
qual seria o interesse da sociedade
neste tipo de discussão. O fato é
que antes mesmo de se pretender discussão de fundo que
um disclosure da folha de permeia este debate é a questão
pagamento, as dificuldades já se da política de rem uneração
avolumam de forma impressio- praticada no setor público e suas
nan te. imbricações com o exercício do
poder político. Não se trata de
Em linhas gerais pode-se dizer, reduzir a questão de recursos
então, que tanto a expectativa de hum anos na adm inistração
uma maior profissionalização dos pública a um a discussão de
quadros de governo via acesso contracheques, nem tam pouco
qualificado a cargos de direção, relacioná-la com a temática da
quanto a reivindicação de planos governabilidade. Trata-se de
de carreiras consistentes para a analisar os vetores relacionados
administração pública constituem, com a atual (irreversível?)
na conjuntura atual, miragens no deterioração da e stru tu ra de
debate nacional sobre o tema. As rem uneração dos servidores e
propostas e práticas de governo dirigentes da máquina adminis
em curso não autorizam trativa, e de co m p reen d er o
expectativas no sentido de um conflito de lógicas - política x
equacionamento destas questões, técnica-administrativa - que baliza
d istin to do historicam ente este quadro.
experimentado. A não ser que a
situação de impossibilidade de O primeiro ponto a ser ressaltado
gerência da máquina continue se é a orgânica desinformação sobre
agravando c reduzindo os graus de este assunto. Os dados são
liberdade dos decisores (o que, precários. As séries históricas são
por sinal está ocorrendo) é pouco difíceis de serem construídas. As
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A
criação e regulamentação trabalho tendo este assunto como
do fundo destinado a um dos itens da agenda (ver
viabilizar financeiramente Cadernos ENAP - Redefinição do
o processo de capacitaçãoPapel
dos do Estado), a SAF
funcionários é, sem dúvida,propriamente
um dita não se encontra
avanço estratégico da m aior institucionalmente envolvida no
importância. Cria condições para debate. Certamente uma resposta
a institucionalização do possível é o fato dela não dispor
investim ento em formação de de tempo nem de quadros para se
servidores. ocupar deste assunto, devido ao
acúmulo de trabalhos. Embora
Mas existe um conjunto de legítimo, este posicionamento é
temáticas estratégicas nas quais a claramente sintomático de uma
SAF não tem conseguido se inserir política implícita de administração
de forma orgânica e articulada. pública, que acaba por reforçar o
D entre estas m erecem ser status quo vigente. Não se trata de
destacadas: a) o debate sobre o aguardar o resultado do confronto
papel do Estado; b) o impacto da das forças político-partidárias
revolução tecnológica sobre a para, definido o Estado que se
adm inistração pública; c) as deseja, se desenhe o seu formato,
relações entre política econômica delineie-se a estrutura, definam-se
e gestão governamental e d) o as carreiras e forme-se o pessoal.
tripé carreiras, rem uneração e A SAF não pode ser reduzida (em
formação de recursos humanos. especial pelos seus pró p rio s
quadros) a um a dim ensão
A questão da crise das funções do estritamente operacional. Há um
Estado é, talvez, a mais complexa espaço ativo a ser ocu p ad o /
discussão nacional do momento. percorrido neste processo, não se
O debate, no entanto, não tem dá no vazio institucional da
avançado decisivam ente em máquina, mas sim incidindo sobre
nenhuma direção (Estado de Bem- o seu próprio cerne. O Estado é
Estar Social, Estado M ínimo, inevitável. Não adianta dramatizar
Estado Intcrvencionista, Estado o quadro atual com adjetivos como
Eficaz...). Naturalmente este é um term inal, nem tam pouco cabe
confronto fundam entalm ente idealizá-lo como se a imagem-
político, em curso na esfera dos objetivo do Estado ideal não
poderes Legislativo e Executivo. tivesse que, no plano real, originar-
Mas o posicionamento da SAF em se do que está posto. Mas este é
relação ao tema é de absoluto um debate estruturante do projeto
alheiamento. Ainda que a ENAP nacional, do qual a SAF não pode
venha produzindo encontros de se om itir até porque, pela sua
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A
expectativa é que à me há apenas um rodízio de vetos,
dida que se direcio fundam entado na dissociação
nem as luzes para estes generalizada do discurso na
setores obscuros do Estado,oposição
o com a pragmática da
“olho do dono” se mobilizesituação.
na
defesa do que é de todos, e não
de um grupo de privilegiados. A Em muitos casos, a representação
corrupcão da máquina adminis política tem se m ostrado tão
trativa é uma pinça que atua nos pródiga na criação e no
dois extremos: a base e o topo da reconhecimento de novos direitos
pirâm ide salarial. Som ente que não é mais possível fugir da
qu an d o a transparência se responsabilidade de se prover os
institucionalizar enquanto m eios e/ou de balizar a
procedimento e meta permanen titularidade destes direitos.
tes é que a administração passará
a ser pública e de dom ínio Enquanto assuntos com o
público. carreiras, salários, benefícios,
aposentadorias, entre outros, não
Exposição política forem publicam ente equacio
nados, no interesse do conjunto
da sociedade, não haverá
m aior chance de se em condições para um desvio ou
preenderem reformas estruturais reversão de rota. Há, inclusive,
na administração píblica nacional quem fundam ente consistente-
é a sua politização, no sentido de mente a “necessidade” da crise se
se forçar um acordo dos atores agravar ainda mais para provocar
políticos com o objetivo de uma reação.
fortalecê-la, de m odo a não
privilegiar nenhum a facção em Sc este assunto não for posto e
particular. Quanto mais se protelar equacionado nestes term os,
esta negociação, pior para o Estado dificilm ente se viabilizarão
e mais cara a conta para a requisitos mínimos indispensáveis
sociedade. para a formulação e implementa
ção de uma política nacional de
Não é possível admitir que certas admistração pública.
teses tenham sua validade
condicionada pelo fato de um E cabe refletir se a SAF, mais
grupo ou outro estar (sempre inclusive, do que a ENAP, está
transitoriam ente, com o é da disposta a assumir este desafio, ao
essência da dem ocracia) invés de permitir a cristalização
ocupando o governo. Neste caso desta postura de impotência que
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