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Teorias

Psicoterápicas: Klein e a
Escola Inglesa
Aula 2
•Melanie Reises Klein nasce, de uma
família judia, em 30 de março de 1882
em Viena (Áustria).
• Seu pai, Moriz, aos 37 anos, decide estudar medicina.
Aos 40 anos, separa-se e aos 45 casa-se novamente com
Libussa Deutsch, de 22 anos. Klein será a quarta e última
filha deste casamento.
• A mãe, sendo esposa de médico e exercendo uma
atividade profissional (comércio de plantas e répteis),
contrariava os padrões da época. Família culta de
religiosos judeus
Assim, ambos os pais eram dotados de um espírito
dinâmico e empreendedor, o que irá influenciá-la
profundamente.
Importantes perdas marcaram a vida de Melanie
Klein
• Aos 4 anos perde sua irmã Sidonie de 7 anos (tuberculose)
• Klein tinha 18 quando o pai, debilitado por uma pneumonia,
falece.
• Aos 20 perde seu querido irmão, Emmanuel, intelectual, que
sofria de depressão, era viciado em drogas e morre de problemas
cardíacos. Emmanuel foi o grande mentor intelectual de Klein,
incentivando-a a estudar medicina.
• Aos 52 perde seu filho mais velho.
O tema de perdas e melancolia marcará seu ser e
influenciará sua obra.
• Aos 17 anos conhece seu futuro marido, Arthur Klein, estudante de
engenharia e amigo de seu adorado irmão. Ele fica admirado por sua
inteligência.

• Nessa época, falece o pai, que vinha doente e, algum tempo depois,
morre Emanuel (parada cardíaca).
• Aos 21 anos, casa-se e o interesse pelos estudos
(pretendia cursar medicina) e pela pesquisa teriam de
aguardar mais um tempo.

• Após o casamento, muda-se para Budapeste onde tem


três filhos: Mellita, Hans e Erich

• O afastamento de um ambiente cultural, a


impossibilidade de se envolver num trabalho que lhe
interessasse, os conflitos conjugais e a perda da mãe,
levaram-na à depressão.
• Nessa época teve a oportunidade de ler o texto de
Freud sobre os sonhos e decide iniciar a análise com
Sándor Ferenczi, discípulo húngaro de Freud.

• Ferenczi foi o grande incentivador da ideia de se


dedicar à análise de crianças.
• Seu filho caçula, Erich começa a apresentar inibição
de aprendizagem e Klein passa a aplicar os
conhecimentos psicanalíticos no filho.

• Como “mãe analista”, lida com o tema da


curiosidade sexual, no entanto, o que lhe chama a
atenção são as expressões e brincadeiras
envolvendo muita agressividade.
• À medida que passa a dar maior visibilidade às manifestações destrutivas
do filho, ele vai melhorando cada vez mais.

• Este fato leva-a a considerar a destrutividade do ser humano a principal


fonte de angústia e ansiedade. Seu filho foi seu primeiro caso, conhecido
por Fritz.

• Com base nesta experiência apresenta um trabalho a


partir do qual é aceita na Sociedade de Psicanálise de
Budapeste.
• Em 1921 muda-se para Berlim onde abre seu
consultório para análise de adultos e crianças.
• Torna-se membro da Sociedade Psicanalítica de
Berlim em 1922, inicia sua análise com Karl Abraham
• Divorcia-se de Arthur Klein.
• Em 1926 muda-se para Londres.
• Em 1932 publica “A psicanálise de crianças”.
• Em 1934 morre seu filho mais velho, Hans, praticando
alpinismo.
• Início de seus desentendimentos teóricos e afetivos com a
filha Melitta, médica e também psicanalista.
• Na elaboração destas perdas publica, em 1935, “Uma
contribuição para a psicogênese dos estados maníacos –
depressivos”. Texto ousado e inovador. – teorização do
tema da perda e melancolia.
Com esta publicação de 1935 criam-se dois blocos dentro da sociedade
britânica de psicanálise:

1. Os que saúdam a renovação do Freudismo

2. Os que condenam as pretensões e os desvios da autora. (“pretensão”


de falar sobre psicose sem ter formação médica).
• Grupo de Edward Glover (analista de Melitta) é ferrenho opositor de Klein.
Estes se unem aos vienenses (Anna Freud) que por causa da guerra imigram
para Inglaterra.

• Adeptos do pensamento Kleiniano formam grupo coeso (Escola Kleiniana).

Joan Rivière; Susan Issacs; Paula Heimann


• 1939 Morte de Freud

• Acirramento da dissidência entre os “herdeiros” teóricos de Freud.

Anna Freud e M. Klein


• Entre 1943 e 1944 “Discussão sobre as Controvérsias”
(Anna Freud – Melanie Klein.
• As controvérsias só se encerram quando se formam três
grupos: Kleinianos; Freudianos e Independentes (Midlle
Group), no final da década de 1940.
• Anna Freud: grande influência na psicanálise dos EUA.
• Melanie Klein: influência na Inglaterra e nas Sociedades
Psicanalíticas sul-americanas.
• Psicanalistas adeptas do pensamento kleiniano:
Susan Isaacs, Paula Heimann, Joan Rivière
(“Desenvolvimentos em Psicanálise”, 1952).
• 1955: “Novas direções em psicanálise” (Hanna
Segal, Bion, Money-Kyrle, H. Rosenfeld, Marion
Milner, e outros).
• Após sua morte, em 1960, a influencia de seu
pensamento não cessou, estendendo-se para os
EUA e França (final da década de 1970)
• Seu último trabalho foi publicado em 1957 “Inveja e
Gratidão” apresentando as duas disposições afetivas
básicas do ser humano: amor e ódio, desde os primeiros
anos e ao longo de toda a existência do ser humano.

• Em 1960, pouco antes de morrer ainda escrevia um


trabalho iniciado na década de 40, durante a guerra,
chamado: “Narrativa da análise de uma criança”, onde
discute as 93 sessões de análise realizada com um
paciente de 10 anos de idade.
A obra de Klein pode ser dividida em 3 fases:

1. Período de 1919 a 1932:


2. Período de 1934 a 1946:
3. Período de 1946 a 1960:
A obra de Klein pode ser dividida em 3 fases:

1. Período de 1919 a 1932:

1921: “O desenvolvimento de uma criança”


(“On the Development of Child”)
Bases da análise de crianças

1932: Psicanálise da Criança (livro)


(The Psycho-Analysis of Children)
Delineou o Complexo de Édipo e o Superego até as raízes primitivas
de seu desenvolvimento
2. Período de 1934 a 1946:

Formalizam-se os aspectos essenciais da metapsicologia kleiniana:


Conceito de Posição

1935: “Uma contribuição à psicogênese dos estados maníacos-


depressivos”
(“Contribution to the psychogenesis of the maniac-depressive states”)

1940: “ O Luto e suas relações com os estados maníacos-depressivos”


(“Mourning and its relation to the maniac depressive states”)
3. Período de 1946 a 1960:

1946: “Notas sobre alguns mecanismos esquizóides”


(“Notes on some schizoid mechanisms”)
Posição Esquizo-Paranóide
Mecanismo de Identificação Projetiva
(30 anos desenvolvendo o conceito)

1957: “Inveja e Gratidão”


(“Envy and Gratitude”)
Ponto teórico principal: inveja primária.
Principais Divergências com Anna Freud
“Controvércias”
• Ler: Simon, R. Introdução à psicanálise: Melanie Klein. (duplas)
• Cap. 1
• P. 16 a 21 Principais divergências entre A. Freud e m. Klein. – Resumir os 11
pontos

Atenção às notas de rodapé:


• Situação analítica
• Neurose de transferência.
Próxima Aula

Ler Simon, R. Introdução à Psicanálise: Melanie Klein.


São Paulo, EPU, 1986.

• Cap. 3 Psicanálise da Criança (1932) : a técnica

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