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A Grandes Tracos PDF
A Grandes Tracos PDF
A grandes traços...1
Josep M. Català
Doutor em Ciências da Comunicação pela
Universitat Autónoma de Barcelona (UAB)
E-mail: josepmaria.catala@uab.cat
constitui o marco em cujo interior se desenvol- o fenômeno oposto pelo qual determina-
verá a imagem moderna até nossos dias, quan- das formas continuariam a viver ao longo
do estamos novamente experimentando uma da história, adaptando-se a usos distintos,
ruptura tão transcendental, ou ainda mais, do segundo as épocas. As ressurreições visuais,
que aquela que separou a mentalidade medie- pelo contrário, consistiriam na reaparição
val da renascentista. de antigas ideias visuais através de novas
Mas, por mais drásticas que sejam as configurações. Seriam como o eco do fenô-
mudanças de paradigmas visuais e por mais meno anterior, remodelado segundo os re-
distintas que sejam as imagens que lhes cor- quisitos da nova época.
respondam (os modos de representações, O exemplo mais claro temos na apari-
as técnicas visuais, as formas de ver etc.), os ção, a partir de meados do século XIX, do
sistemas nunca desaparecem totalmente. Por que poderíamos denominar objeto-imagem,
exemplo, hoje em dia, continuam existindo contrapartida da imagem-objeto medieval.
imagens-objetos em nossas igrejas e seguem Marx, no capítulo de O capital dedicado ao
cumprindo, para uma parte da população, fenômeno do fetichismo da mercadoria já
destacava a transformação que estavam ex-
perimentando os objetos naquele momento.
O progresso não é só uma As mercadorias estavam convertendo-se em
“objetos endemoniados, ricos em sutilezas
questão ideológica ou
metafísicas e reticências teológicas” (Marx,
moral, mas também 1980, p. 87), isto é, que elas mobilizavam,
um assunto espacial, como ocorria segundo Baschet com a ima-
de localização no gem-objeto, potências situadas além de si
mundo. É uma mesmas, uma vez que eram, como aquelas,
questão de perspectiva objetos ao mesmo tempo imaginários e ima-
ginados, uma condição que, daí em diante,
apresentaram todos os produtos do design e
da publicidade.
as mesmas funções que cumpriam na Idade A fase renascentista da imagem, regi-
Média, da mesma maneira que o regime mi- da pelas técnicas da perspectiva, é seguida
mético do Renascimento segue informando pela fase da imagem técnica. É com a ima-
grande parte de nossas apreciações sobre a gem técnica, essencialmente representada
representação e continua configurando nos- pela fotografia, que se supõe que come-
sa própria forma de ver. ça a modernidade propriamente dita, um
Entretanto, os regimes visuais tornaram- período derradeiro do que em história se
-se tão complexos que agora devemos des- considera a era moderna, inaugurada pelo
tacar outro fenômeno neste processo, algo Renascimento. Entretanto, e apesar de sua
que poderia relacionar-se com o que Aby evidente novidade, poderíamos dizer que a
Warburg denominava de “sobrevivência”, fotografia não tanto inicia uma época, como
mas que talvez seria melhor qualificar de a termina. É óbvio que a imagem fotográfica
“ressurreições”, já que supõe, não tanto a ilustra as novidadeiras relações que a repre-
continuidade de um estilo ou de uma for- sentação visual estabelecerá, daí em adian-
ma fora do seu tempo, mas o seu regresso te, com a tecnologia, um fato fundamental
substancial sob traços completamente dis- para o que logo será a imagem contempo-
tintos. Fritz Saxl (1989), em seu estudo so- rânea. Mas também é certo que, por suas
bre o que denominava “a vida das imagens”, aspirações miméticas e por seu apego à ob-
destacava, em consonância com Warburg, jetividade, conceito que ela mesma ajudará
e acomodá-lo à margem da vida” (Bazin, psíquica entre Eros e Tánatos foi muito con-
1983). Mas é preciso acrescentar que à mar- trovertida, mas Mario Praz, em seu livro La
gem da vida a gente regressa, mesmo que seja carne, la muerte y el diablo, tende a conside-
como um espectro. rá-la com um traço essencial da cultura ro-
Curiosamente, na Viena do fim do século mântica que permeia toda aquela época em
produz-se uma confluência muito significa- suas diversas manifestações.
tiva desta dialética entre a vida e a morte que A ideia de relacionar os processos foto-
colocava em destaque as novas tecnologias gráficos e pós fotográficos com a morte não é
de então: na Escola de Medicina da capital nova, como vimos, nem se esgota nesse mo-
austríaca passavam a relacionar, de maneira mento inicial. Não questionava Barthes que
extraordinariamente eficaz, a informação so- “todos esses jovens fotógrafos que se movi-
mentam no mundo, dedicando-se à captura
da atualidade, não sabem que são agentes da
A fotografia divide, pois, morte?” (1984, p. 137). O escritor francês foi
a própria natureza em especialmente propenso a esta associação,
duas partes que não embora também tenha introduzido no con-
separam apenas o junto o problema da ressureição, por exem-
visível e o invisível, mas plo, quando afirmava que “se a fotografia se
torna então horrível é porque ela certifica, se
também o consciente e
assim podemos dizer, que o cadáver está vivo,
o inconsciente enquanto cadáver: é a imagem viva de uma
coisa morta” (1984, p. 118). A atual ideia ci-
nematográfica dos mortos vivos, os zumbis,
parece ter assim a sua origem na fotografia.
bre uma enfermidade obtida “junto à cama” Embora não deixe de nos assombrar a quan-
com aquela alcançada na sala de autópsias tidade de representações que os pré-rafaelis-
(Kandel, 2012, p. 24). Quer dizer, a verdade tas dedicaram ao mito de Pigmalião, isto é, o
sobre determinada doença era obtida combi- da estátua que ganha vida.
nando os ensinamentos da vida e da morte. O livro de Barthes sobre a fotografia pode
Da mesma maneira que o mistério que su- ser lido como uma oração fúnebre que con-
punha a aparição de um fantasma se resolvia trasta com o otimismo que esta técnica de
geralmente ao encontrar sua relação com a captar a realidade sempre havia despertado
vida, tanto na literatura como na realidade nos modernos. Mas o certo é que, se a foto-
(recordemos as famosas sessões de espiritis- grafia está relacionada com a morte, a fase de
mo e sua tendência em vincular as manifes- ressureição das imagens corresponde ao cine-
tações fantasmagóricas com o presente), a ma: em um primeiro momento se embalsama
doença era um mistério que deveria ser re- a realidade, e no seguinte, esse corpo inerte
solvido reunindo a vida no tempo presente volta a viver em uma imagem virtual, fan-
com a morte situada no passado: o cadáver tasmagórica, graças ao movimento insuflado
regressava da morte na sala de autópsias tecnicamente: “Pela primeira vez a imagem
para falar, como nas sessões espíritas, sobre das coisas é também a da sua duração: algo
a vida. Foi seguramente durante esse tempo assim como a mumificação da mudança”, in-
que Freud forjou as ideias que por volta de dica Bazin (1983). Todos vêem na técnica fo-
1920, em Além do princípio do prazer, levou- tográfica o campo de batalha onde se enfren-
-o a definir uma polêmica pulsão de morte tam Eros e Tánatos. Não se sabe muito bem
enfrentada, na consciência humana, a uma por quem os sinos dobram nestes momentos,
correlativa pulsão de vida. Esta confrontação mas o certo é que algum funeral está sendo
celebrado. Pode ser pelo antropocentrismo, divididas entre um substrato (os fotogra-
que se desmorona por todas as partes. Mas mas) inerte ou morto (embalsamado) e
ao mesmo tempo, está nascendo, em torno da uma manifestação fenomênica, atuada atra-
fotografia e posteriormente do cinema, uma vés de uma técnica que exercia assim a fun-
nova configuração da imagem, acompanha- ção de autêntico médium.
da de uma recomposição do mundo, que só Entretanto este jogo de metáforas que se
poderá ser totalmente compreendida muito movem de um conceito a outro e que se ma-
mais tarde. Pode-se extrair da tecnologia um terializam em determinadas tecnologias ou
novo humanismo não antropocêntrico? É em umas práticas concretas, se decanta para
nisto que estamos patinando. um outro aspecto que é o verdadeiramente
Esta divisão entre o vivo e o morto, en- fundamental. A ressureição do inerte im-
tre o tempo embalsamado e o tempo res- plica, como mostram as ideias freudianas,
suscitado mediante a técnica (um fenôme- numa iluminação, numa demonstração di-
no perfeitamente ilustrado pelo mito de dática do potencial, o que estava latente no
Frankenstein criado por Mary Shelley, so- oculto. Não se trata de que, como indica o
bre uma criatura fabricada artificialmente ditado popular, as aparências enganam, mas
e que volta a vida graças à eletricidade), se o contrário: elas são o caminho para a ver-
materializa à perfeição nas novas imagens dade. Mas a verdade está escondida e só se
em movimento. Mas estas imagens têm ou- pode acessá-la através dos sintomas que se
tra característica não menos significativa, manifestam na superfície.
o fato, já apontado anteriormente, de que Assim Benjamin falará de inconscien-
estão divididas entre um substrato material te óptico para denominar o fenômeno pelo
básico, mas invisível e uma manifestação qual a técnica cinematográfica será capaz de
visível, mas essencialmente fenomênica. captar aspectos visuais que estão além da ca-
Eric E. Kandel, ao estabelecer a correlação pacidade do olho, por meio da câmera lenta
médica entre o vivo e o morto, indica tam- ou da câmera rápida. A câmera se converte,
bém que em Viena estava se consolidando, portanto, em um instrumento de revelação.
através desta função da patologia clínica, Contudo, num primeiro momento se con-
a ideia de que “para descobrir a verdade é siderará simplesmente um instrumento de
preciso olhar debaixo da superfície aparen- constatação, de preservação ou de represen-
te das coisas” (2012, p. 27). Esta noção, que tação: apenas no futuro se compreenderá
estava sendo desenvolvida na medicina para este caráter revelador da técnica cinemato-
aplicá-la ao corpo, provinha do antigo pen- gráfica apontado por Benjamin, quem afir-
samento de Anaxágoras sobre o fato de que mava que “fica perceptível que a natureza
os fenômenos são a expressão visível do que que fala à câmera não é a mesma que fala ao
está oculto, e supunha também uma atua- olho” (1973, p. 48). A fotografia divide, pois,
lização do mito da caverna de Platão, justo a própria natureza em duas partes que não
quando o cinema o materializava de forma separam apenas o visível e o invisível, mas
muito óbvia. Freud tardaria muito pouco também o consciente e o inconsciente, tal
em levar esta ideia ao território da mente como expressa o próprio autor: “Em lugar
com sua teoria do inconsciente, um espa- de um espaço que trama o homem com sua
ço mental que significava o desdobramen- consciência apresenta outro (a câmera) tra-
to do eu em duas partes ao mesmo tempo mado inconscientemente” (1973, p. 48).
complementárias e antitéticas. Mas ambas A fantasmagoria da imagem do século
tendências, a clínica e a psicológica, encon- XIX abre as portas a uma imagem imate-
travam-se materializadas na estrutura inu- rial, susceptível de ser infinitamente com-
sitada das novas imagens cinematográficas, binada como linguagem, mas sem ser uma
mercadorias –, hoje perde valor frente a O interessante desse fenômeno é que tenha
uma emanação, ideológica, emocional ou sido produzido precisamente pelo contato
simbólica das mesmas. entre um meio ancestral como o teatro e ou-
Para Marx, as mercadorias estão come- tro absolutamente atual como é o hologra-
çando a constituir a base de um intercâmbio ma. É precisamente esta ponte unindo dois
simbólico mais importante do que a própria mundos distanciados e, de certa modo, con-
troca material das mesmas. O cinema, próxi- trários a se relacionar, que produziu a fagu-
mo a se inventar, constituirá a alegoria deste lha do novo, abundando no fenômeno ante-
processo ao decompor-se em dois níveis: os
fotogramas básicos e a projeção visual, visto
que esta última, que é virtual, fenomênica, O movimento automático
adquire maior transcendência que sua base das imagens dá lugar a
técnica. Mas, ao mesmo tempo, o cinema se
um movimento exerci-
encarrega de projetar ao exterior o que antes
eram experiências claramente internas: ele do pelo corpo humano
objetiva o subjetivo, como indica Panofsky sobre o visual, ativando
em um conhecido artigo a respeito do fe- assim um diálogo entre a
nômeno cinematográfico: “Os filmes têm o mente e a tecnologia
poder, completamente negado ao teatro, de
plasmar experiências psicológicas por meio
de projetá-las diretamente na tela, conse- riormente citado da sinergia entre diferentes
guindo desta maneira que o olho do espec- meios que caracteriza o âmbito da imagem
tador e a consciência do personagem coinci- contemporânea. O cinema assimilou de for-
dam” (1997, p. 100). Esta materialização das ma natural os procedimentos infográficos e
experiências subjetivas, internas, é o equiva- as facilidades transformadoras que lhe ofe-
lente do processo geral de desmaterialização. rece a tecnologia digital. Mas é precisamente
A psique se coloca em primeiro lugar porque por isto, por essa naturalidade que se origina
se sobrepõe ao corpo, ao somático. A vida da contiguidade entre o meio cinematográ-
artificial, adiantando-se em um século ao si- fico e o meio holográfico, que a conjunção
mulacro de Baudrillard, é mais importante não provocou outras surpresas além do au-
que a morte natural. mento da espetacularidade dos mundos e
Mas se o teatro não era capaz de visua- das paisagens que aparecem na tela, além de
lizar nesse momento os estados psíquicos que a enésima proposta do cinema parece es-
com a contundência que fazia o cinema, o tar tomando forma de maneira inusitada. As
certo é que atualmente, graças à confluência possibilidades do processo cinematográfico
com um meio tão recente como as projeções são igualmente imensas, mas é na hibridação
holográficas, ele adquiriu esta capacidade e do real e do virtual que se dá no teatro onde
além disso, conseguiu superar em sutileza o se geram espaços de representação verdadei-
cinema. Como exemplo disso temos as ex- ramente insólitos, que se usam precisamente
periências do chamado teatro virtual holo- para expressar aquilo que Panofsky negava
gráfico, de crescente relevância. Neste tipo ao meio: a externalização do subjetivo, dos
de produção, por exemplo o denominado estados emotivos; a formação de formas
teatro 4D do grupo canadense Lemieux simbólicas, das dobras escondidas do real.
Pilon, consegue uma surpreendente simbio- Tudo isso nos informa também de um
se entre imagem real e imagem holográfica, traço fundamental da representação visu-
abrindo uma infinidade de possibilidades al contemporânea, que é sua relação com
para uma nova dramaturgia da imaginação. a mente. O processo de desmaterialização
A partir da ótica da pintura ou da foto- Esta segunda natureza de que fala o filóso-
grafia, com suas imagens estáveis, absolutas fo corresponde, na atualidade, à gerada pela
e materiais, o cinema sempre apresentou um iconosfera contemporânea: a acumulação de
aspecto fluído, desmaterializado. É sobre esta imagens da realidade, fixas e em movimento,
fantasmagoria que se foram estabelecendo que nossas sociedades tecnificadas tem pro-
os estilos em um princípio fragmentários duzido desde há quase dois séculos, através
e, posteriormente, fluidos. Mas, quando em da fotografia, o cinema, a televisão e o vídeo.
1884, Paul Nipkow inventa o seu famoso dis- Esta segunda natureza de que fala Lukács
co que inicia a era da televisão, a fantasma- desemboca em mundos virtuais como o
goria cinematográfica está sendo superada Second Life, isto é, nos denominados me-
antes mesmo de nascer. taversos3 que provêm da imaginação lite-
Na televisão, a imagem virtual se funde rária de escritores de ficção científica que,
com o aparelho e ambos aparecem como como Philip K. Dick, William Gibson e Niel
uma unidade fantasmagórica. Se desvanece, Stephenson, pensaram antes que ninguém
aparentemente, a divisão material que no nesses mundos tecno-mentais. Constituem
cinema se produz entre imagem-substrato a plasmação mais acertada daqueles simu-
e imagem-fenômeno para dar lugar a uma lacros apontados por Baudrillard no início
unidade no objeto e sua capacidade de des- dos anos 1970. É óbvio, além disso, que a
pertar emoções, transmitir ideias ou mani- economia financeira do capitalismo tardio
pular símbolos. tem criado seus próprios mundos, outra se-
Segundo as palavras de Lukács (é preciso gunda realidade não menos fantasmagórica
recuperar antigos pensadores que com que as representadas pelas novas imagens.
demasiada pressa foram descartados): “O São mundos ou realidades corresponden-
moderno estado da sociedade é um estado tes às grandes corporações multinacionais,
no qual os homens vão destruindo, dissol- à rede de fluxos e fusões que as constituem,
vendo e deixando para trás as vinculações cuja estrutura global, fluida e descentrada é
‘naturais’ irracionais e fácticas, mas ao mes- dificilmente representável, mas que tem nos
mo tempo levantam com a realidade por metaversos e na própria rede de internet suas
eles criada, “autoproduzida”, uma espécie de formações equivalentes. No entanto, o que
segunda natureza que, ao final, os enfrenta realmente alegoriza a transformação dos ob-
com a mesma impiedosa necessidade que jetos, seu processo de feitichização que lhes
as velhas forças irracionais da natureza (ou, confere um caráter metafísico, é o aparelho
mais exatamente, que as antigas relações so- da televisão.
ciais, aparentes como necessidade natural)”. O disco de Nipkow não era mais que
E Lukács acrescenta à sua reflexão umas um estado primitivo desta fusão futura pela
precisas palavras de Marx: “Tem para eles a qual a realidade, como queria Paul Valéry, se
forma de um movimento de coisas, sob cujo transmitiria em domicílio. A imagem televi-
controle se encontram, em vez de controlá- siva foi, no seu início, a imagem fantasmagó-
-los” (1985, p. 62). rica por excelência pois se projetava a distân-
Além do fato, imediato, de que estas apre- cia, aparentemente desmaterializada, ou seja,
ciações nos dizem muito mais sobre a crise desvinculada de qualquer nexo material,
econômica e democrática em que estamos apesar de estar rodeada de uma complexa es-
afundados que toda a verborréia econo- trutura tecnológica. Finalmente esta estrutu-
micista que se escuta na mídia, a partir de ra, que no cinema corresponde ao momento
nossa perspectiva relacionada com a feno- da filmagem (o qual também se distancia do
menologia da imagem, as palavras de Lukács 3
Termo utilizado para indicar um tipo de mundo virtual que
e de Marx não são menos esclarecedoras. busca replicar a realidade por meio de dispositivo digitais.
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