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1º BLOCO ......................................................................................................................................................................................

2
I. Título II Dos Crimes Contra o Patrimônio............................................................................................................................2
II. Capítulo I - Do Furto...........................................................................................................................................................2
• Furto Simples ................................................................................................................................................................2
• Furto Noturno – Art. 155 §1º ..........................................................................................................................................4
• Furto Privilegiado – Art. 155, §2º ....................................................................................................................................4
• Equiparação de Energia – Art. 155, §3º..........................................................................................................................5
• Furto Qualificado – Art. 155, §4º ....................................................................................................................................5
• Furto de Coisa Comum – Art. 156, §§ 1º E 2º.................................................................................................................5
2º BLOCO ......................................................................................................................................................................................7
I. Capítulo II - Do Roubo e da Extorsão .................................................................................................................................7
• Roubo - ART. 157 .........................................................................................................................................................7
• Roubo Próprio - Art. 157, Caput ....................................................................................................................................7
• Roubo Impróprio - Art. 157, §1º .....................................................................................................................................8
• Aumento de Pena - Art. 157, §2º ...................................................................................................................................8
• Roubo Qualificado - Art. 157, §3º ..................................................................................................................................8
• Extorsão - Art. 158 ........................................................................................................................................................9
3º BLOCO ....................................................................................................................................................................................10
I. Capítulo V - Da Apropriação Indébita ...............................................................................................................................10
• Aumento de Pena ........................................................................................................................................................10
II. Capítulo VI - Do Estelionato e Outras Fraudes .................................................................................................................11
• Estelionato - Art. 171 ...................................................................................................................................................11
• Forma Privilegiada - § 1º ..............................................................................................................................................12
III. Capítulo VII - Da Receptação ...........................................................................................................................................13
• Forma Qualificada - § 1º ..............................................................................................................................................14
• Figura Equiparada a Qualificadora - § 2º ......................................................................................................................14
• Figura Explicativa - § 4º ...............................................................................................................................................14
• Receptação Privilegiada - § 5º .....................................................................................................................................14
• Receptação Qualificada Específica - § 6º .....................................................................................................................14
IV. Capítulo VII - Das Disposições Gerais ..............................................................................................................................14
• Escusa Absolutória - Art. 181 .......................................................................................................................................15
• Escusa Relativa - Art. 182 ............................................................................................................................................15
• Inaplicabilidade das Escusas - Art. 183 ........................................................................................................................15

Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins
comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
I. TÍTULO II DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
II. CAPÍTULO I - DO FURTO
O Título II referente à parte especial do código penal diz respeito aos crimes contra o patrimônio e estão descritos
do artigo 155 até o artigo 182 do referido diploma legal.
INTRODUÇÃO
Para iniciar o estudo dos crimes contra o patrimônio vamos partir do artigo 155, que traz a figura típica do crime
de furto, iremos abordar seus requisitos, as elementares que estão dispostas nos parágrafos subsequentes e que
tipificam essa conduta no Código Penal.
Art. 155 - É o crime de furto na sua modalidade simples.
§1º - furto noturno
Causa de aumento de pena.
§2º - furto privilegiado
Causa de diminuição de pena.
§3º - equiparação de energia
É uma norma explicativa que equipara a conduta a outras modalidades.
§4º - qualificadoras
Situações em que a pena base será aumentada.
§5º - qualificadora especial
Trata-se de uma figura qualificadora específica, utilizada em situações determinadas.
• FURTO SIMPLES
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
ELEMENTOS
a) Conduta típica: Pode-se entender, de forma simples, como sendo o núcleo da figura típica, o verbo, nesse caso
a SUBTRAÇÃO.
b) Objeto material: é o elemento sobre o qual recai a conduta do agente, nessa situação, no crime de furto, é a
coisa MÓVEL, o objeto passível de assenhoramento de forma ilícita do bem.
ATENÇÃO!
NÃO existe furto de bem IMÓVEL, poderá configurar em outro crime, menos, o crime de furto.
c) Coisa alheia: Para configurar o crime de furto, faz-se necessário que o objeto furtado seja de terceira pessoa,
não existe a possibilidade de furtar um objeto próprio.
EXEMPLO: “A”, com intenção de furtar uma relojoalheria, dirige-se a essa. Enquanto experimentava marcas
extremamente valiosas, aproveita o momento de descuido do vendedor para tentar substituir um relógio original pelo
seu, uma réplica perfeita. Contudo, por ERRO – delito putativo –, acaba apanhando seu próprio relógio.
 Nessa situação NÃO houve crime, pois o agente ERROU sobre um dos elementos do tipo – subtrair coisa alheia
(subtraiu coisa própria) móvel – Dizemos “delito putativo” porque na cabeça do agente, ele imaginava estar
praticando furto.
d) Elemento subjetivo: É o desejo, à vontade, o assenhoramento definitivo do bem, passa a considerar-se como
dono do objeto obtido de forma ilícita.

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QUADRO EXPLICATIVO

OBSERVAÇÕES:
 Res nullius: são objetos que nunca foram de propriedade de outra pessoa, ou seja, nunca tiveram dono.
EXEMPLO: Um lago em determinada região, sem ser de propriedade de ninguém, caso você decida pescar nesse
ambiente, não será considerado crime
 Res derelicta: caso um objeto seja abandonado, também não será objeto de furto, pois, o antigo proprietário não
poderá dispor novamente do bem.
EXEMPLO: Suponhamos que você abandone um televisor para que a coleta de lixo o recolhe, alguém observa e
posteriormente o apanha para si, nessa situação, o antigo proprietário não faz jus a requerer o bem novamente, pois
configurou-se o abandono.
 Res desperdicta: caso alguém localize um objeto perdido, não será considerado crime, contudo, fique ATENTO,
existe uma modalidade específica nessa situação que será considerado crime, entretanto, será abordado
futuramente.
EXEMPLO: Suponhamos que alguém, em férias, caminhando pela orla de uma praia, venha encontrar uma pulseira
de ouro trazida pela maré, nessa situação, não será considerado crime se o agente se apropriar do bem.
 Furto de uso
EXEMPLO: “A” vizinho de “B” pega a furadeira sem avisar seu vizinho – o qual havia negado o empréstimo do objeto
anteriormente – com a finalidade de utilizá-la, após o uso da furadeira, “A” a devolve no mesmo lugar onde a pegou.
ATENÇÃO!
TODAS as observações mencionadas acima NÃO caracterizam o crime de furto, é FATO ATÍPICO.
CONSUMAÇÃO
TEORIAS
 TEORIA DA AMOTIO – momento da apreensão da coisa – STF/STJ: Segundo essa teoria, a consumação ocorre
quando a coisa subtraída passa para o poder do agente, mesmo que num curto espaço de tempo,
independentemente de deslocamento ou posse mansa ou pacífica.
EXEMPLO: Um meliante caminha atrás de sua possível vítima em praça pública, com o intuito de furtar sua carteira
que está aparecendo para fora do bolso. Um policial, observando a situação, coloca-se em caminhada atrás do
mesmo, no momento em que este saca a carteira da vítima, mesmo essa sem perceber, o policial prende o acuso em
flagrante, pois o crime já está consumado.
 TEORIA DA ABLATIO - momento da posse mansa e tranquila – DOUTRINA: Segundo essa teoria, não basta o
agente dispor do bem, ele deve ter a posse mansa e tranquila do objeto furtado, ou seja, sair da esfera onde o
bem estava.
EXEMPLO: Um assaltante entra em uma residência com intenção de furtar joias e aparelhos eletrônicos, caso a
policia seja alertada e consiga apreender o assaltando ainda dentro da residência, o crime de furto NÃO estaria
consumado, pois o agente não havia saído da residência, muito menos disposto da posse efetiva do bem.

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ATENÇÃO!
A teoria da ablatio não é mais adotada para julgados nos tribunais superiores, contudo, tenha cuidado, pois as
questões podem vir a abordar o conceito das teorias.
EXERCÍCIOS
1. Segundo a corrente doutrinária é correto afirma que o crime de furto se consuma no momento da posse mansa e
tranquila do bem.
CORRETO
2. Segundo jurisprudência atualizada do STF e STJ é correto afirmar que o crime de furto se consuma no momento
da apreensão do objeto.
CORRETO
• FURTO NOTURNO – ART. 155 §1º
§1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.
É furto com aumento de pena praticado durante o repouso noturno, aumenta-se aqui de 1/3. A razão da majorante
se dá devido ao maior perigo que está submetido o bem jurídico diante da precariedade de vigilância por parte de seu
titular.
A jurisprudência dominante entende que estaria presente a majorante do furto noturno quando o delito é praticado
durante o horário de repouso noturno.
O entendimento é que o horário do repouso noturno varia de determinada região ou local, bem como, não precisa
necessariamente ser à noite, há depender da rotina de vida da vítima, seu horário de repouso pode ser durante o dia.
É causa de aumento de pena, pois, ocorre nessa circunstância menor vigilância e maior vulnerabilidade, o que
enseja em maior desvalor da conduta, sendo irrelevante se a casa é ou não habitada, se é praticado em residência
ou não, com moradores nela repousando, não exigindo que seja nas dependências, propriamente ditas, da casa.
ATENÇÃO!
 Pouco importa se a casa está habitada ou não, ainda assim o aumento vai ser aplicado!
 Suponha que ocorra um furto em uma agência bancária, onde o guarda de plantão estava dormindo na sala de
vigilância, ainda assim ocorrerá aumento de pena? Nessa hipótese NÃO, o aumento de pena, pois não era o
momento do vigilante descansar e sim proteger o patrimônio.
• FURTO PRIVILEGIADO – ART. 155, §2º
§2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena
de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.
 REQUISITOS NECESSÁRIOS:
 O réu precisa ser primário;
 É necessário que o bem furtado seja de pequeno valor;
 O pequeno valor é considerado menor que um salário mínimo.
CUIDADO!
 NÃO confunda PEQUENO VALOR DA COISA E VALOR INSIGNIFICANTE, acompanhe:
 VALOR INSIGNIFICANTE: no caso do furto, se o valor é considerado insignificante, o fato é ATÍPICO.
Requisitos:
 mínima ofensividade da conduta do agente;
 nenhuma periculosidade social da ação;
 reduzido grau de reprovabilidade do comportamento;
 inexpressividade da lesão jurídica provocada.
EXEMPLO: O furto de um passe de ônibus de R$ 0,50.

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• EQUIPARAÇÃO DE ENERGIA – ART. 155, §3º
§3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico.
Existem diversas equiparações com o furto de energia, acompanhe algumas:
 Furto de energia genética – é o furto de embriões ou sêmen de animais valiosos;
 Furto de sinal de televisão por assinatura – o famoso “gato de TV a cabo”;
 Furto de água potável – adulteração do hidrante;
• FURTO QUALIFICADO – ART. 155, §4º
§4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
I. com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
 É necessário que efetivamente danifique, destrua, quebre o obstáculo para obter o bem.
Exemplos:
 “A” quebra o vidro do carro para furtar uma bolsa que havia no interior - FURTO QUALIFICADO;
 “A” quebra o vidro do carro para furtar o próprio carro - FURTO SIMPLES, art. 155 caput.
II. com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
 É uma confiança depositada na pessoa, aquela de convívio comum, empregada, por exemplo, que fica sozinha
na casa com os filhos, tem acesso ilimitado na residência, etc.
 FURTO MEDIANTE FRAUDE - ocorre à subtração do bem utilizando fraude e estelionato, a pessoa é levada a
erro e entrega a coisa, por exemplo, ladrão obtêm uniforme de uma companhia telefônica para conseguir entrar
na residência, e aproveita para subtrair todos os notbooks da residência enquanto estava sozinho. Caso a
proprietária entregue algum bem ao agente que esta utilizando da fraude, será o crime de estelionato (art. 171 do
CP).
 Escalada são vários tipos e destreza é uma forma física ou manual, não o simples fato de pular um muro, pode
ser um túnel, habilidades especiais utilizadas para cometer furto.
III. com emprego de chave falsa;
 Se for cópia obtida ilicitamente, configura por chave falsa; e se for chave verdadeira é qualificada por emprego de
fraude;
 Se utilizar um clips, chave de fenda ou mixa;
IV. mediante concurso de duas ou mais pessoas.
 Quando reúnem-se para praticar um furto, em uma residência por exemplo.
§5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor que venha
a ser transportado para outro Estado ou para o exterior.
 Acompanhe o grifo, esse tipo penal tem por objetivo punir os agentes que furtam veículos com destino aos países
fronteiriços ao Brasil, bem como outros Estados.
• FURTO DE COISA COMUM – ART. 156, §§ 1º E 2º
Art. 156 - Subtrair o condômino, coerdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente
a detém, a coisa comum:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
§1º - Somente se procede mediante representação.
 Esse crime é de ação penal pública condicionada à representação;
EXEMPLO: O morador de um condomínio furta utensílios de cozinha do salão de festa do prédio. Nessa situação, ele
também é detentor de certa parte do bem, visto que, o pagamento da despesa com condomínio é utilizando para
comprar tais objetos.
§2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota a que
tem direito o agente.

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 Só vale se for bem infungível
 Fungível: pode ser substituída a qualquer momento (uma planta de 10 reais na área comum do prédio) se
subtrair não vai ter crime.
 Infungível: são coisas específicas, nesse caso o crime será consumado.
EXERCÍCIOS
1. É qualificado pelo abuso de confiança o crime de furto cometido por vigia noturno, que tem acesso às chaves do
estabelecimento que trabalha para poder atender a qualquer eventualidade.
2. Tanto no crime de furto quando no estelionato a utilização de ardil para enganar a vítima, a diferença reside em
que no furto a fraude é utilizada para desviar a atenção de alguém para que ocorra a subtração do bem.
Enquanto que no estelionato, a vontade do sujeito passivo é viciada, fazendo que ele entregue voluntariamente
a coisa ou a vantagem ilícita.
3. Na prática de furto de coisa comum, a ação penal é publica condicionada à representação.
GABARITO
1 - CORRETO
2 - CORRETO
3 - CORRETO

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I. CAPÍTULO II - DO ROUBO E DA EXTORSÃO
• ROUBO - ART. 157
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de
resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra
pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para
si ou para terceiro.
§2º - A pena aumenta-se de um terço até metade:
I. se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;
II. se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III. se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância.
IV. se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou
para o exterior;
V. se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.
§3º - Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos,
além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa.

• ROUBO PRÓPRIO - ART. 157, CAPUT


Versa em sua descrição, as seguintes características:
 Violência (vis absoluta)
Exemplo: “A” desfere um golpe em “B” com o intuito de roubar o celular de “B”.
 Grave ameaça (vis relativa)
Exemplo: “A” com a intenção de roubar “B”, o ameaça com um pedaço de pau.
 Violência imprópria: é qualquer meio que reduza a capacidade de resistência da vítima. Primeiramente ocorre a
violência imprópria e posteriormente ocorre a subtração da coisa. Se a subtração ocorrer antes que a vítima
tenha sua capacidade de resistência reduzida, configurará o crime de furto em concurso com o crime de lesão
corporal. O Boa Noite Cinderela é uma espécie de violência imprópria.
Exemplo: Ana, com a intenção de roubar Caio, ministra remédio controlado de forma dissimulada na bebida de Caio
para que o mesmo venha a desmaiar e após reduzido à impossibilidade de resistência de Caio, Ana conseguir
subtrair o dinheiro da carteira de Caio.
 É pacífico o entendimento entre o STJ e STF: não existe o instituto do princípio da insignificância quando o
crime for de roubo.

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• ROUBO IMPRÓPRIO - ART. 157, §1º
O agente de maneira inicial tem a intenção de praticar o furto, mas depois de subtraída a coisa, usa da violência
ou grave ameaça para garantir a impunidade do crime ou assegurar a posse do bem.
Deve-se ressaltar que essas condutas delitivas não podem ser em contextos fáticos diversos, deve haver a
violência ou grave ameaça logo em seguida à subtração da coisa.
No crime de roubo impróprio do §1º, não há que se falar no emprego de violência imprópria, haja vista não ter
previsão alguma no Código Penal da referida conduta. Se for utilizada a violência imprópria, depois de subtraída à
coisa, caracteriza-se o crime de furto em concurso com o crime de lesão corporal.
• AUMENTO DE PENA - ART. 157, §2º
Se da violência ou ameaça é exercida com emprego de arma:
 Arma própria: tem a finalidade principal de causar lesão (escopeta, espingarda);
 Arma imprópria: tem finalidade diversa, porém pode ser utilizada para ferir (chave de fenda, cabo de vassoura,
tesoura);
 Arma branca: pode ser própria (punhal) ou imprópria (peixeira);
 Porte simulado: não é aplicado o aumento de pena, é considerado roubo simples;
Exemplo: Caio aborda Tício e durante todo o tempo da conduta Caio permanece com uma das mãos dentro da
camiseta, simulando ter uma arma de fogo.
 Arma de brinquedo: por não ter capacidade lesiva, não é aplicada a agravante, mas serve para caracterizar o
crime de roubo simples pelo emprego de grave ameaça;
 Arma desmuniciada: STJ tornou inadmissível a aplicação da agravante, haja vista que sua utilização é incapaz
de produzir perigo à vítima;
 Perícia: STF diz ser dispensável a aplicação de perícia para a real comprovação da potencialidade lesiva da
arma.
Se há concurso de duas ou mais pessoas:
 Ainda é aplicável a causa de aumento de pena mesmo se um dos agentes for inimputável.
Se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância:
 Carro-forte, office-boys, funcionários de banco e empresa.
Se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior:
 Tem que ser o veículo inteiro. Somente as peças não bastam para configurar a agravante.
Se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade:
 O criminoso usa a vítima para ficar impune do crime ou para assegurar o produto do crime. Na extorsão
qualificada pela restrição da liberdade da vítima (art. 158, §3º), essa circunstância de privação de liberdade é
necessária para a obtenção da vantagem econômica.
• ROUBO QUALIFICADO - ART. 157, §3º
O roubo qualificado possui duas consequências possíveis:
Lesão corporal de natureza grave;
Morte, também chamado de latrocínio.
 A intenção do agente é matar a vítima pura e simplesmente com a finalidade de subtrair à coisa.
 Preste atenção: o latrocínio não é puramente PRETERDOLOSO (dolo no antecedente e culpa no consequente),
portanto admite a forma tentada.
Exemplo: “A” com a intenção de roubar “B”, dá voz de assalto, “B” se nega à entregar a carteira e “A”
intencionalmente atira em “B” para poder subtrair sua carteira, e por circunstâncias alheias a sua vontade “B” não
morre.
 O momento da consumação é quando a consequência da conduta resulta a MORTE da vítima, independente se
o autor do delito levar à coisa ou não.

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• EXTORSÃO - ART. 158
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para
si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer
alguma coisa:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a
pena de um terço até metade.
§2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior.
§3o - Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é
necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12
(doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas
previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente.

Exemplo: Caio CONSTRANGE Tício, mediante violência e grave ameaça a assinar um cheque no valor de R$
5.000,00. Tício, TENDO A OPÇÃO de fazer uma assinatura diversa ou sustar o cheque, o ENTREGA para Caio.
Núcleo do tipo é constranger alguém.
Aumento de pena: duas ou mais pessoas ou emprego de arma, mesmo caso do crime de roubo (art. 157, §2º, I e II).
Extorsão qualificada: lesão grave ou morte, incidindo nas mesmas regras do latrocínio (art.157, §3º).
Sequestro relâmpago:
§3o - Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é
necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12
(doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas
previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente.
Cuidado com a diferença entre a extorsão qualificada (art. 158, §3º) e o roubo com aumento de pena pela restrição
de liberdade da vítima (art. 157, §2º, V). A condição de restrição da liberdade da vítima é necessária para a
obtenção da vantagem ECONOMICA.
EXERCÍCIOS
1. Pratica o crime de sequestro em concurso formal com o furto o agente que, no intuito de obter senha bancária,
priva a vitima de liberdade e, obtendo êxito, a liberta.
2. Denomina-se roubo impróprio a hipótese em que a violência ou grave ameaça é exercida após a consumação
da subtração.
3. Aumenta-se a pena de um terço até a metade, se o crime de extorsão é cometido por duas ou mais pessoas e
com abuso de confiança ou mediante fraude.
4. O uso de arma de brinquedo justifica o aumento de pena no caso de roubo.
GABARITO
1 - ERRADO
2 - CORRETO
3 - ERRADO
4 - ERRADO

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I. CAPÍTULO V - DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA
APROPRIAÇÃO INDÉBITA - ART. 168
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Aumento de pena
§1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:
I. em depósito necessário;
II. na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou
depositário judicial;
III. em razão de ofício, emprego ou profissão.
O crime de apropriação indébita é inserido na conduta do agente que, obtendo a posse ou detenção de forma
LEGÍTIMA de um bem MÓVEL, modifica o seu comportamento - inverte o ônus da posse - sobre a coisa, e pratica
atos disposição, ou seja, como se fosse o verdadeiro proprietário do bem. Ademais, a posse é obtida por meio
LÍCITO, de forma que o DOLO - vontade - de apropriar-se ocorre após a obtenção de forma idônea do bem.
É importante atentar-se para NÃO confundir com o crime de furto (art. 155 do CP), pois, nesse crime, a obtenção
do bem ocorre de forma ILÍCITA, por conseguinte, convém mencionar também a diferença do crime de estelionato
(art. 171 do CP), sendo que nessa situação a entrega do bem, assim como na apropriação indébita, é feita de forma
LÍCITA, contudo, a vítima no momento que entrega o bem é ludibriada por meio do emprego de uma FRAUDE.
EXEMPLO I: “A”, ao adentrar em uma biblioteca, visualiza um livro o qual desejava adquirir, no entanto, no momento
que solicita para o atendente, “B”, para verificar outro exemplar, no momento em que o atendente desvia sua atenção
“A” aproveita para colocar o livro que desejava dentro de sua bolsa, sem que “B” perceba, e posteriormente retira-se
do local. Nessa situação está configurado o crime de furto - art. 155 do CP - pois, a posse do bem ocorreu de forma
ILÍCITA.
EXEMPLO II: “A”, ao adentrar em uma biblioteca, visualiza um livro o qual desejava adquirir, realizando o cadastro de
praxe, ele empresta o livro do estabelecimento para que seja devolvido na semana seguinte, no entanto, decorrido o
prazo para entrega, “A” decide não mais devolvê-lo e, por conseguinte, acaba vendendo o livro para outra pessoa.
Nessa situação está configurado o crime de apropriação indébita - art. 168 do CP - pois, a posse do bem ocorreu de
forma LÍCITA e somente após o agente decidiu pela conduta ILÍCITA, ou seja, de não devolver o exemplar.
EXEMPLO III: “A”, ao adentrar em uma biblioteca, visualiza um livro o qual desejava adquirir, ao solicitá-lo para “B”,
atendente do estabelecimento, é informado que será necessário realizar um cadastro pessoal. Diante dessa situação,
“A” apresenta uma carteira de identidade falsa, bem como comprovante de endereço e telefone, “B” realiza o
cadastro e entrega o exemplar para “A”. Nessa situação está configurado o crime de estelionato - art. 171 do CP -
pois, a posse do bem ocorreu com o emprego de uma FRAUDE - uso de documento falso - ou seja, uma forma
ILÍCITA.
IMPORTANTE!
NÃO é possível ocorrer o crime de apropriação indébita caso o bem seja um IMÓVEL, somente para bens
móveis, quando o agente pratica atos de disposição - venda, troca, aluga - ou então, quando se recusa a restituir
o bem - o verdadeiro proprietário solicita a devolução e o agente recusa-se a devolvê-la.
• AUMENTO DE PENA
I. em depósito necessário
É legitimado pelos arts. 647 e 649 do Código Civil.
II. na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou
depositário judicial;
Segundo a lei 11.101/2005, e este rol sendo taxativo - somente será responsabilizado o agente que estiver nessas
funções - o agente tido como “sindico” deve ser substituído por administrador judicial. Sendo que, recebem coisas
alheias para que posteriormente sejam restituídas aos legítimos proprietários, exercem uma função de guarda fiel dos
bens.

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comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
III. em razão de ofício, emprego ou profissão.
É a situação em que o agente detém a posse de bens devido ao ofício, emprego ou profissão que exerce, e passa
a praticar atos de disposição com esse patrimônio alheio.
EXEMPLO: O proprietário de um estacionamento privativo que, aos finais de semana, aluga os veículos dos clientes
que estão sobre sua guarda.
II. CAPÍTULO VI - DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES
• ESTELIONATO - ART. 171
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou
mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis.
§1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena
conforme o disposto no art. 155, § 2º.
§2º - Nas mesmas penas incorre quem:
Disposição de coisa alheia como própria
I. vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria;
Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria
II. vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gravada de
ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em
prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias;
Defraudação de penhor
III. defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia
pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;
Fraude na entrega de coisa
IV. defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém;
Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro
V. destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde,
ou agrava as consequências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou
valor de seguro;
Fraude no pagamento por meio de cheque
VI. emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o
pagamento.
§3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de entidade de direito
público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência.
O crime de estelionato configura-se quando o agente que pratica o ato não utiliza a violência ou grave ameaça
contra a vítima, mas sim, de uma FRAUDE, para que a vítima seja mantida em erro e dessa forma obter a posse do
bem, causando o prejuízo alheio. Na hipótese em que o agente usa um documento falso para praticar o delito - art.
304 do CP - esse crime será absorvido pelo crime de estelionato, pois o desejo (dolo - elemento subjetivo), do
agente, é a obtenção da vantagem - princípio da consunção.
SV.: nº 17 do STJ - Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é
por este absorvido.
Não obstante, devemos estar atentos as principais diferenças entre os crimes que se assemelham, sendo o furto,
a apropriação indébita e o estelionato, acompanhe:

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QUADRO COMPARATIVO

• FORMA PRIVILEGIADA - § 1º
§1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor - inferior a um salário mínimo - o prejuízo, o
juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, § 2º.
De acordo com esta situação, caso a conduta praticada pelo agente do crime de estelionato seja enquadrado
nesse perfil juiz o pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar
somente a pena de multa.
FIGURAS EQUIPARADAS AO ESTELIONATO
1) Disposição de coisa alheia como própria
I. vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria;
Nessa figura, é possível incluirmos os bens IMÓVEIS, sendo que, a conduta do agente que se apropria desse
bem e realiza atos de disposição - locação, venda, permuta - responderá pelo crime de estelionato e NÃO pelo crime
de apropriação indébita (art. 168 do CP).
2) Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria
II. vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gravada de
ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em
prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias;
É a figura do agente que silencia diante de uma situação que causaria o impedimento da venda, permuta, entre
outras disposições, sobre um determinado bem.
EXEMPLO: “A”, vende um veículo que estava em situação irregular - busca e apreensão - para “B”, omitindo esta
informação no momento da negociação.
3) Defraudação de penhor
III. defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia
pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;
4) Fraude na entrega de coisa
IV. defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém;
EXEMPLO: “A”, penhora em uma agência de crédito pessoal um anel de ouro como garantia de um empréstimo
pessoal, contudo, tal agência utiliza-se do objeto para realizar uma rifa para arrecadação de fundos.
5) Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro
V. destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde,
ou agrava as consequências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou
valor de seguro;
É o indivíduo que tenta fraudar uma empresa seguradora para obtenção de um seguro ou indenização que tenha
direito. Caso a lesão seja corporal, a ação de se auto lesionar, não é punível pelo código penal, conduto, caso esta
ação seja com intenção do recebimento de seguro, enquadrar-se-á nessa figura típica.
EXEMPLO: “A”, com intenção de obter o prêmio de seguro que possuía de seu estabelecimento, provoca um
incêndio no prédio da instalação.

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6) Fraude no pagamento por meio de cheque
VI. emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o
pagamento.
Essa conduta é praticada pelo agente que emite cheque - a vista - sabendo que não possui saldo em sua conta,
ou então, susta o pagamento para que o agente não consiga saca-lo.
IMPORTANTE!
Para ser inserido nesse inciso o cheque deve ser próprio, não pode ser a prazo, pois, segundo jurisprudência,
NÃO configura o crime. Ademais, caso o agente falsifica a assinatura de um cheque que não seja próprio,
responderá pela pena do caput, bem como se este for falso.
AUMENTO DE PENA
§3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de ENTIDADE DE
DIREITO PÚBLICO ou de INSTITUTO DE ECONOMIA POPULAR, ASSISTÊNCIA SOCIAL ou
BENEFICÊNCIA.
III. CAPÍTULO VII - DA RECEPTAÇÃO
RECEPTAÇÃO - 180
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa
que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Receptação qualificada
§1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar,
remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no
exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime:
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.
§2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior, qualquer forma de
comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em residência.
§3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o
preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas.
§4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do crime de que
proveio a coisa.
§5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em consideração as
circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art.
155.
§6º - Tratando-se de bens e instalações do patrimônio da União, Estado, Município, empresa
concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista, a pena prevista no caput
deste artigo aplica-se em dobro.
É o crime decorrente de condutas praticadas com produto, bem, proveniente de um crime anterior, pode ser
classificada de duas formas:
 RECEPTAÇÃO PRÓPRIA - é a conduta da primeira parte do caput - adquirir, receber, transportar, conduzir ou
ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que SABE SER PRODUTO DE CRIME... - nessa hipótese o agente
tem conhecimento da procedência ilícita do bem.
 RECEPTAÇÃO IMPRÓPRIA - é a conduta da segunda parte do caput - ...INFLUIR para que terceiro, de boa-fé,
a adquira, receba ou oculte - é a figura do agente que sabe que o produto é ilícita, contudo, não fica para si, mas,
auxilia para que um terceiro de boa-fé adquira o produto.
OBS.: O produto ilícito deve ser proveniente de CRIME, não cabe para possíveis bens advindos de contravenções
penais.

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• FORMA QUALIFICADA - § 1º
Esse artigo qualifica a conduta do agente que pratica atividade comercial com produtos advindos de crime. É o
caso de loja de venda de autopeças, que trabalhe também com produtos usados, por exemplo.
• FIGURA EQUIPARADA A QUALIFICADORA - § 2º
Considera-se atividade comercial, qualquer tipo de comércio, seja ele irregular ou clandestino, sendo enquadrado
nesta figura os desmanche de veículos, bem como aquele que na própria residência comercialize produto
proveniente de CRIME.
RECEPTAÇÃO CULPOSA - § 3º
É a ação do agente que ADQUIRE ou RECEBE um produto que DEVIA PRESUMIR ser produto de crime, seja
pelo valor ou então pela característica do agente que esteja oferecendo. Por exemplo, “A”, adquire o produto de um
terceiro, que comercializava em uma feira livre, pela “bagatela” de R$ 60,00, sendo que, o preço de mercado do
mesmo gira em torno de R$ 500,00.
• FIGURA EXPLICATIVA - § 4º
Mesmo que NÃO seja possível reconhecer o autor do crime que resultou o produto ilícito, ou se reconhecido, seja
este isento de pena, o agente que recebe/adquire a coisa proveniente do crime, será punida.
EXEMPLO: “A”, que conhecia a reputação de “B” - 15 anos, menor infrator - adquiriu um tênis importado, o qual havia
sido furtado alguns dias antes, pelo valor de R$ 20,00. Nessa situação, “B” será isento de pena (inimputável),
contudo “A” ainda assim será responsabilizado pelo crime de receptação.
EXEMPLO II: “A”, adquire uma moto furtada de “B”, pelo valor de R$ 500,00, algumas semanas após, ao ser
abordado e preso em uma blitz, “A” entrega a procedência produto aos policiais, após realizar diligências, “B” não é
localizado, pois havia informado seu endereço errado para “A”.
• RECEPTAÇÃO PRIVILEGIADA - § 5º
Assim como no furto - art. 155, § 2º do CP - na situação da receptação do § 3º - receptação culposa - caso
esteja presente alguns requisitos, o Juiz poderá deixar de aplicar a pena, ocorrendo o perdão judicial. Sendo a
receptação dolosa, o Juiz poderá substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou
aplicar somente a pena de multa, desde que, presente os seguinte requisitos:
 O réu precisa ser primário;
 É necessário que o bem furtado seja de pequeno valor;
 O pequeno valor é considerado menor que um salário mínimo.
• RECEPTAÇÃO QUALIFICADA ESPECÍFICA - § 6º
Caso o produto furtado seja bens e instalações do patrimônio da UNIÃO, ESTADO, MUNICÍPIO, EMPRESA
CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇOS PÚBLICOS ou SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA, a pena prevista no caput -
reclusão de uma a quatro anos e multa - aplica-se em DOBRO.
IV. CAPÍTULO VII - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo:
I. do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
II. de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é
cometido em prejuízo:
I. do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
II. de irmão, legítimo ou ilegítimo;
III. de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.

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Art. 183 - Não e aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
I. se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça
ou violência à pessoa;
II. ao estranho que participa do crime.
III. se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
• ESCUSA ABSOLUTÓRIA - ART. 181
Mesmo que o agente cometa o crime, ele ficará ISENTO DE PENA para qualquer dos crimes do art. 155 ao 180 do
CP - dos crimes contra o patrimônio - sendo ele:
 Cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
 Ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
NÃO exclui o crime, mas sim isenta de pena.
• ESCUSA RELATIVA - ART. 182
Somente será representado se a vítima representar contra o agente, dar inicio ao processo, a queixa, sendo ele:
 Cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
 Irmão, legítimo ou ilegítimo;
 Tio ou sobrinho, com quem o agente COABITA.
• INAPLICABILIDADE DAS ESCUSAS - ART. 183
 Se o crime é de ROUBO ou de EXTORSÃO, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à
pessoa;
 Ao estranho que participa do crime (as circunstâncias ou elementares não se comunicam, art. 30 do CP).
 Se o crime é praticado contra pessoa com idade IGUAL ou SUPERIOR a 60 (sessenta) anos.
Considere a seguinte situação hipotética.
Francisco, imputável, realizou uma compra de produtos alimentícios em um supermercado e, desprovido de
fundos suficientes no momento da compra, efetuou o pagamento com um cheque de sua titularidade para
apresentação futura, quando imaginou poder cobrir o deficit. Apresentado o título ao banco na data acordada, não
houve compensação por insuficiente provisão de fundos.
1. Nessa situação, o entendimento doutrinário e a jurisprudência dominantes é no sentido de que, não tendo
havido fraude do emitente, não se configura o crime de emissão de cheques sem fundos (estelionato).
2. B sempre deixa seu carro no mesmo estacionamento. C, querendo apossar-se do automóvel, vai a esse
estacionamento e diz ao manobrista que foi buscar o carro a pedido de B. O manobrista lhe entrega o veículo; C
assume a direção e deixa o local. Sobre a conduta de C, é correto afirmar tratar-se de
a) estelionato.
b) furto mediante fraude.
c) apropriação indébita.
d) furto qualificado pelo abuso de confiança.
e) apropriação de coisa havida por erro.
3. Paulo havia trabalhado como cobrador no asilo Alpha e, por isso, conhecia a lista das pessoas que contribuíam
através de donativos para aquela entidade beneficente. Após ter deixado o referido emprego, Paulo procurou
uma dessas pessoas e, dizendo-se funcionário do asilo Alpha, recebeu donativo de R$ 1.000,00 (um mil reais),
que consumiu em proveito próprio. Nesse caso, Paulo responderá por crime de
a) furto simples.
b) furto qualificado pela fraude.
c) apropriação indébita.
d) estelionato.
e) extorsão.

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4. Fulano pede a Beltrano, seu amigo de longa data, que guarde em sua casa um computador de sua propriedade,
até que volte de uma viagem que fará para a Europa. Dias após ter recebido o aparelho de boa-fé, quando
Fulano já se encontrava no passeio, como se fosse seu, Beltrano vende o computador para terceira pessoa. A
conduta de Beltrano se amolda à prática de:
a) receptação;
b) receptação qualificada;
c) furto;
d) apropriação indébita;
e) estelionato.
GABARITOS
1-C
2-A
3-D
4-D

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