Computadores

SEGUNDA-FEIRA 6 SETEMBRO 2004 DIRECTOR JOSE MANUEL FERNANDES EDITOR RUI JORGE CRUZ

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O iMac G5, Mudanças ‘A Minha Primeira Autarquias e Os jogos a partir
da Apple no Terravista Enciclopédia’ novos processos de filmes
As novidades na linha de O velho portal deixou de ter A Porto Editora lançou mais Melhor uso da informação ‘Spider-Man 2’,‘Harry Potter e
computadores Macintosh páginas pessoais, mas ainda um título para crianças, exige mais fomação a par o Prisioneiro de Azkaban’,‘Red
mais vendida de sempre podem ser recuperadas atraente e didáctico de novos procedimentos Dead Revolver’,‘Onimusha 3’
➜ pág. 2 ➜ pág. 7 ➜ pág. 13 ➜ pág. 8/9 ➜ pág.14/15

MICROSOFT APRONTA O SEU ‘SOFT WARE’ WINDOWS MOBILE PORTABLE MEDIA CENTER

Os novos aparelhos do lazer portátil

H
Á QUE prepararmo-nos ou CD, ou de um videogravador atra-
para a chegada iminente vés da base conectora em que assenta.
dos dispositivos concebidos As suas dimensões são de 78 mm
para correrem o “software” x 122 mm x 20 mm — bem inferiores
Windows Mobile Portable às dos aparelhos que se espera dos
Media Center, da Microsoft, desenvol- fabricantes atrás referidos — e o preço
vido para leitores portáteis de áudio e a que está a ser vendido nos EUA é de
de vídeo. Daqui até ao Natal, fabricantes 550 dólares. O actual modelo da Archos
como a Creative Labs e a Samsung vão não consegue reproduzir fotos e tocar
lançar leitores deste tipo, concebidos música ao mesmo tempo, e tem de rece-
para correrem o novo sistema opera- ber qualquer destes conteúdos através
tivo, que constituirá uma “camada” de do computador pessoal do utilizador. E é
“software” tão ligeira quanto é grande capaz de o fazer com qualquer versão do
o seu nome. Windows (e não apenas o Windows XP)
A Microsoft confia que o seu Portable e com o MacOS. Além disso, consegue
Media Center — que será mais conhe- gravar ao vivo graças a um microfone
cido pela respectiva sigla: PMC — é embutido e a uma ranhura para cartões
aquilo de que os utili- de memória, útil para,
zadores estão a precisar DAVID POGUE por exemplo, transferir
neste domínio, a avaliar / NYT Circuits fotos de uma máquina
pelo sucesso dos leitores fotográfica digital. Mas
pessoais de DVD com ecrãs de 12 a 22 um novo modelo, esperado no próximo
centímetros que iluminam as caras dos mês, será já capaz de sincronizar com a
passageiros em aviões, comboios e auto- versão 10 do Windows Media Player
móveis por todo o mundo onde a electró- Voltando aos Portable Media Center,
nica de consumo já entrou no quotidiano o facto de a sua arquitectura incluir um
das pessoas. disco rígido permitirá aos utilizadores
Mas, para além da concorrência não terem que andar carregados com os
que a Microsoft tem já de empresas seus CD de música e os seus DVD com
como a Apple (ver, na pág. 2, o novo filmes. Um Portable Media Center será,
iMac G5) e a Sony, outros pequenos no entanto, capaz de correr qualquer
fabricantes estão já a desafiar a estra- tipo de vídeo, mesmo que não sejam
tégia do Portable Media Center. É o filmes propriamente ditos. Por outro
caso da Archos, que lançou já o seu lado, os leitores de vídeo nunca serão
AV420 (na imagem), que é um leitor tão usados como os de música — pois
de fotos, vídeo e música que facilmente serão sempre maiores e mais pesados,
consegue gravar conteúdos provenien- mais que não seja por causa dos indis-
NYT CIRCUITS tes de um televisor, um leitor de DVD pensáveis ecrãs e das baterias, ➜

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➜
apesar de estas lhes permitirem
tempos de autonomia bem inferiores aos dos
simples leitores de áudio. O Zen Portable
Media Center, a versão de PMC da Creative
Labs, por exemplo, pesa umas largas cen-
tenas de gramas, em contraste com os 150
gramas do iPod Mini.
Mas, acima de tudo, os leitores de vídeo
terão sempre muito menos utilidade que os
de música devido a uma razão incontornável:
eles exigem ao utilizador uma atenção total.
As pessoas estão habituadas a ouvir música
enquanto desenvolvem as mais diversas
actividades — conduzir o automóvel, realizar
inspecções de rotina ou fazer operações num
bloco de cirurgia. Mas como é que essas acti-
vidades seriam possíveis se elas estivessem a
tentar ver “O Senhor dos Anéis”?
Estes obstáculos não demoveram, no
entanto, a Microsoft de levar avante o seu
projecto do Windows Mobile Portable Media
Center. O Portable Media Center Zen, da
Creative Labs, deverá estar à venda nos
EUA dentro de dias e, à semelhança dos
produtos similares da Samsung e da iRiver,
custará cerca de 500 dólares (pouco mais de
400 euros antes de IVA), o que é caro mas
não demasiadamente. Alguns leitores só de
música com capacidades idênticas custam de
300 dólares para cima e os leitores de DVD
de 200 dólares também para cima.
Quando se liga o PORTABLE MEDIA
CENTER Zen, o ecrã de brilhantes cores
com uma diagonal de quase 10 centímetros
(com 320 x 240 pixels) exibe um menu arru-
madinho de opções como My TV, My Music,
My Pictures e My Videos (não se percebendo
muito bem a obsessão da Microsoft com o
pronome Meu: de quem é que haviam de ser
a música e as imagens no “meu” Portable
Media Center?!).
Usando o botão controlador de cinco vias
para escolher My Music, por exemplo, apa-
rece um segundo menu onde se pode selec-
cionar o tipo de música por disco, género,
etc. Carregando no botão de OK, a música
(ou uma sequência delas) começa a tocar,
reproduzida por um auricular ou através de
um pequeno altifalante embutido.
Se se seleccionar a pasta My Pictures,
pode-se navegar manualmente por entre as
fotos ou deixar o aparelho passá-las soba
iMac G5 é um computador
que enche o olho
A
APPLE VOLTOU a “dar a volta
ao texto” nos computadores
pessoais. Renovando desta vez
drasticamente a sua família
iMac com uma nova linha de
computadores que tiram partido dos ecrãs
de cristais líquidos (LCD), a empresa con-
seguiu levar a integração de componentes
ainda mais longe do que já o fizera há una
anos, quando lançou os primeiros iMac —
computadores que pareciam não ter mais
que o monitor e onde os restantes compo-
nentes estavam muito bem “arrumados”
em torno do tubo de raios catódicos.
Como, entretanto, a integração de
componentes também progrediu, a Apple
fez o “milagre” de os reunir a todos por
detrás do ecrã de LCD do iMac G5, numa
espessura que em pouco ultrapassa os
cinco centímetros. É claro que o ecrã mais
pequeno — e, portanto, os dois modelos de
entrada da nova linha — tem 17 polegadas
de diagonal e o de topo tem 20 polegadas.
Comum a todos estes modelos são
vários elementos nas configurações de
base: 256 MB de memória DDR SDRAM
a 400 MHz, unidade óptica leitora-grava-
computadores .2
forma de um “slide show”. Ou, então, come-
çar por pôr a música a tocar e só depois ir ver
as imagens, continuando a ouvir a música
escolhida.
O disco rígido de 20 gigabytes da pri-
meira geração de Portable Media Center
poderá conter até 80 horas de vídeo
com qualidade média no caso de não
ter que partilhar a sua capacidade com
música ou fotos. É claro que o tempo de
autonomia permitido pelas baterias só
dará para umas quantas horas por cada
carga. O Zen, por exemplo e segundo o
fabricante, poderá exibir filmes durante
sete horas e tocar música durante 22
horas — e, felizmente, a bateria será
amovível, podendo o utilizador trazer
consigo uma outra de reserva.
E qualquer Portable Media Center
poderá ser ligado a um televisor para se
poder visualizar num ecrã de maiores
dimensões; mas, nesse caso, a imagem
deverá perder bastante qualidade.
O Zen, da Creative Labs, é bastante
jeitoso de aspecto mas parece ser enorme,
APPLE REMODELA A FAMÍLIA IMAC EM GRANDE ESTILO
dora de CD-RW e leitora de DVD-ROM (e
DVD-R no de topo de gama), placa gráfica
Nvidia GeForce FX 5200 com 64 MB de
memória de vídeo, duas portas FireWire,
três USB 2.0, e duas USB 1.1, conector
de rede Ethernet 10/100 Base T, modem
de 56 Kbps, suporte para ligações sem
fios Bluetooth e AirPort Extreme — com-
patível com a norma IEEE 802.11g, que
proporciona débitos de 54 Mbps — discos
rígidos de 80 GB Serial ATA (160 no
de ecrã de 20 polegadas), para além do
microfone e das colunas de som embuti-
das.
Com ecrãs de 17 polegadas, os novos
iMac G5 oferecem a opção por dois pro-
cessadores PowerPC G5 de 64 bits: um a
1,6 GHz (1299 dólares nos EUA antes de
taxas) e outro a 1,8 GHz (1499 dólares).
O modelo com ecrã de 20 polegadas (1899
dólares) também vem equipado com este
último PowerPC. Todos eles dispõem de
um “bus” frontal a 600 MHz e o conector
da placa gráfica é um AGP 8x, à seme-
lhança do que apresentam todos os PC
hoje em dia. Aliás, a opção pragmática da
Apple — desde que Steve Jobs regressou
S E G U N D A - F E I R A . 6 . S E T E M B R O . 2 0 0 1
NYT CIRCUITS
com os seus 120 mm x 80 mm e 28 mm de
espessura — pelo que será difícil classificá-lo
como um objecto de bolso. Além disso, a linha
inferior de perfil curvo não permite pô-lo de
pé sobre uma superfície: tem mesmo que ser
segurado nas mãos enquanto se vê um filme,
o que constitui mais um obstáculo a que seja
usado por pessoas enquanto guiam ou execu-
tam cirurgias!
Mas estas razões não são suficientes
para não se ter um Portable Media Center
— e algumas destas características são
exclusivas do Zen, da Creative Labs. É que
há outras razões mais sérias: incrivelmente,
os Portable Media Centers não têm inter-
faces de “input” de imagens ou de som: por
outras palavras, não se pode gravar progra-
mas televisivos ou música de um videograva-
dor, de uma caixa de cabo ou de satélite, ou
ainda de um leitor de DVD.
Em vez disso, será necessário ir buscar
todo e qualquer conteúdo a um computador
com Windows XP. E como é que os filmes e
os programas de televisão vão parar ao PC?
A Microsoft tem três sugestões, qualquer
delas dispendiosa, morosa ou dispendiosa e
morosa.
A primeira é comprar um Media Center
PC, especialmente equipado com Windows
XP e recursos para gravar sinal de TV, e,
depois — ao cabo de 70 minutos de conversão
de formato por cada hora de vídeo analógico
—, transferi-lo para o PMC. Custo: mais de
1000 dólares.
A segunda é adquirir conteúdos pré-for-
matados directamente à Microsoft e seus par-
ceiros, como o Mlb.com e www.cinemanow.
Custo: 3 a 4,5 dólares por filme, com um
prazo para visualização de 24 horas.
Por fim, pode-se comprar e instalar uma
placa sintonizadora de TV para instalar no
nosso PC, ligá-la a uma caixa de cabo ou de
satélite, e ainda comprar uma o programa
SnapStream Beyond TV 3, uma potente apli-
cação de gravação e compressão de vídeo, que
em breve terá uma versão para PMC. Custo:
120 dólares e umas horas de trabalho! ●
ao leme da empresa de que foi co-funda-
dor — tem vindo a aprofundar-se, sendo
a arquitectura e os componentes dos seus
computadores cada vez mais idênticas às
dos PC chamados “compatíveis”.
Só assim seria possível produzir
computadores a preços competitivos com
os dos PC: tirando partido da produção
em grande volume dos diferentes compo-
nentes para os PC “compatíveis”. Assim,
nestes novos iMac G5, a única diferença
real reside na arquitectura de processa-
mento RISC dos PowerPC de 64 bits, que
nada tem a ver com a x86 clássica dos pro-
cessadores da AMD ou com a dos Pentium
4 ou dos de 64 bits da Intel.
Para além disso, há um marcado
investimento no “design” distintivo e
elaborado, e todo um pacote de “software”
dirigido ao multimédia e sua produção
e manipulação — via que constitui um
eixo estratégico da Apple e lhe está já a
custar um progressivo distanciamento da
sua proverbial aliada, a Adobe Systems,
que já começou a desenvolver algumas
aplicações apenas para os Windows, da
Microsoft. ● RUI JORGE CRUZ
S E G U N D A - F E I R A . 6 . S E T E M B R O . 2 0 0 4 computadores .3
 AMEAÇAS AOS DIREITOS INDIVIDUAIS TRANSITA DAS AUTORIDADES PARA AS EMPRESAS
A privatização do ‘complexo
industrial da vigilância’
A
ADMINISTRAÇÃO norte-americana
está a usar as empresas privadas
na sua “guerra” contra a liber-
dade e a privacidade individuais.
A declaração é feita pela Ameri-
can Civil Liberties Union (ACLU) no relató-
rio intitulado “The Surveillance-Industrial
Complex: How the American Government
Is Conscripting Businesses and Individu-
als in the Construction of a Surveillance
Society”, editado em Agosto (e disponível em
www.aclu.org/surveillance ).
O relatório pretende “combater” o “com-
plexo industrial da vigilância”, começando
por realçar a rápida privatização dessa
vigilância, no sentido em que o Governo
tem vindo a monitorizar os cidadãos norte-
americanos através da “contratação ou da
obrigação das empresas do sector privado no
sentido de fornecerem milhões de registos de
clientes”. É nesse sentido que surge o termo
e a dinâmica de um “complexo industrial
de vigilância”, que, em variados sectores,
ameaça a privacidade individual.
O relatório apresenta quatro diferentes
dimensões desta tendência: o recrutamento
de indivíduos (para serem “os olhos e os
ouvidos” das autoridades); a pressão sobre as
empresas — para que, de forma voluntária
ou não, forneçam informações de carácter
pessoal —; o uso maciço de dados públicos e
privados, utilizando programas informáticos
e governamentais de agregação e cruza-
mento de dados ou comprando informação
pessoal a empresas privadas; e, finalmente,
o “lobbying” pró-vigilância promovido por
empresas para que as autoridades adoptem
tecnologias de vigilância que, de uma forma
ou de outra, levem à aquisição de produtos
ou tecnologias suas.
Usando as empresas para as tarefas de
recolha de dados pessoais, a Administração
norte-americana contorna as leis que a pro-
íbem de o fazer no plano interno — nome-
adamente à luz do Privacy Act de 1974, no
qual se interdita a recolha governamental
de dados sobre os cidadãos excepto quando
Quem controla o Google?
O Google, o mais conhecido e usado motor
de busca na Internet, tem uma influência
bem superior às suas simples capacidades
de pesquisa. A empresa detentora desta
ferramenta e prestadora do serviço lançou
ou comprou outros serviços que permitem
agregar informação sobre os utilizadores
— como o Blogger (criação de blogues), o
GMail (contas de correio electrónico) ou o
Orkut, uma comunidade social em rede.
Às funcionalidades técnicas de pesquisa (e
agregação) de dados desenvolvidos para o
motor de busca, junta-se a informação que
muitos utilizadores teimam em divulgar na
Internet, tanto nas suas páginas pessoais como
em blogues. No final de Agosto, o Hublog
divulgou uma lista intitulada “As coisas que o
Google sabe de si” ( http://hublog.hubmed.org/
archives/000942.html ), tendo sido
acrescentadas mais algumas nos comentários.
É o caso de todos os termos utilizados em
pesquisas, o país e o endereço de IP do
utilizador, as notícias acedidas através do
sistema News.google — que ainda possibilita
a recepção de textos sobre termos específicos
—, qualquer conteúdo no sistema Blogger,
todas as páginas com anúncios publicitários
Adsense. Sendo utilizador deste sistema de
micropublicidade, o Google sabe o nome,
computadores .4
estiverem sob investigação judicial.
Desta forma, o Governo americano
passou a dispor de uma rede de “vigilância
distribuída”, como refere o relatório, superior
em capacidade ao que conseguiria ter direc-
tamente nas suas mãos, até porque muitas
das actividades e transacções efectuadas por
particulares são efectuadas com empresas.
Em paralelo, este esquema permite a redu-
ção das despesas públicas, imputando-as
ao sector privado, até porque “a privatiza-
ção das funções governamentais tem sido
sempre uma forma aceite de fazer negócio
nos EUA e a vigilância não é excepção”,
afirma a ACLU.
Outra razão resulta de os cidadãos con-
fiarem mais nas empresas do que na Admi-
nistração, como o demonstrou um estudo
da consultora Gartner em 2002, citado pela
o endereço e dados da conta bancária, e o
endereço de IP de quem visita as páginas com
o Adsense, bem como o número de visitantes
para cada uma das páginas com esses
anúncios. Por outro lado, no que respeita a
fotos, regista todas as imagens do Picasa.com.
No caso dos utilizadores do serviço Gmail,
o Google sabe e guarda quem emite e para
quem são enviadas as mensagens de correio
electrónico ou o conteúdo das mesmas.
Mais problemático é que o Google regista
o conteúdo das mensagens e o remetente
dos “mails” enviados aos utilizadores do seu
serviço mesmo quando eles são enviados
por quem não está inscrito no Gmail (ver
http://gmail-is-too-creepy.com ). No caso do
Orkut — uma comunidade aparentemente
fechada e só acessível por convite —, o
Google conhece a rede de contactos,“amigos”
e grupos de interesse temáticos com quem
cada utilizador se relaciona.
Uma lista dos diferentes serviços — e do
respectivo potencial de vigilância — do
Google está disponível no endereço http:
//en.wikipedia.org/wiki/Google . Claro que
qualquer utilizador pode olhar para esta lista e
substituir o nome de Google pelo da Microsoft
ou do Yahoo, por exemplo, e as conclusões
serão semelhantes. ● P.F.
S E G U N D A - F E I R A . 6 . S E T E M B R O . 2 0 0 4
revista “Wired” — em que as respostas privi-
legiavam entidades privadas, como os bancos
ou as empresas de cartões de crédito, para
gerir um sistema nacional de identificação
pessoal (o equivalente ao nosso bilhete de
identidade).
“Os americanos ficariam realmente
chocados se descobrissem a extensão das
práticas que são agora comuns, tanto nas
empresas como na Administração”, referiu
à revista Jay Stanley, autor do relatório.
Embora algumas destas práticas tenham
sido divulgadas publicamente, outras
mantêm-se em segredo, tanto por vontade
das autoridades como das próprias empresas
envolvidas — algumas das quais fornecem
dados pessoais ao Governo para não ficarem
sob suspeição de deslealdade ou não perde-
rem contratos com a Administração ou as
suas agências. Por exemplo, uma das maio-
res empresas agregadoras de dados pessoais
“tem, pelo menos, 35 contratos com agências
governamentais”, diz o estudo, lembrando
ainda que “algumas empresas pressionam
a Administração para investir em vigilância”
porque se trata de um “grande negócio”.
Outros casos relatados são mais difíceis
de entender, como o da Associação Profis-
sional de Instrutores de Mergulho, que,
em 2002, cedeu voluntariamente ao FBI
o nome e o endereço dos quase 2 milhões
de instruendos de 2001 — ano em que se
verificaram os ataques do 11 de Setembro
e que marcou a intensificação da recolha de
dados pessoais sob o pretexto
da “guerra ao terrorismo”. PEDRO
Também em 2002, cerca de
200 colégios e universidades forneceram ao
FBI informação sobre os seus estudantes,
a maioria das quais sem qualquer decisão
judicial a fundamentar tais pedidos.
“A contínua revolução nas comunicações,
nos computadores, nas bases de dados, nas
câmaras [de vídeo] e nos sensores significam
que estão ultrapassados os obstáculos tecno-
lógicos à criação de uma verdadeira e ater-
radora ‘sociedade da vigilância’” — refere o
relatório, salientando que, em simultâneo, as
protecções legais e constitucionais têm vindo
a ser enfraquecidas.
O trabalho termina com algumas conclu-
sões, onde é referida a “aliança de interesses
não escrutinados” entre a Administração e as
empresas, que “a vigilância maciça ameaça
As videocâmaras do conforto
Existem, no Reino Unido, 4,2 milhões de
videocâmaras de vigilância e cada inglês
é, em média, filmado diariamente por 300
delas. A maior parte está concentrada
nas grandes cidades e, só em Londres, as
estações ferroviárias contam com 1800
equipamentos, enquanto mais de 6 mil estão
no metropolitano.
Apesar de alguns estudos que põem em
questão a sua eficácia, a sua aceitação é
generalizada. Um exemplo disso ocorreu
no ano passado, na conferência anual da
Associação Profissional de Professores, em
que se reclamou a instalação de “webcams”
nas salas de aula para que os pais pudessem
assistir em directo ao comportamento dos
seus filhos. Os críticos da proposta afirmaram
que as imagens podiam interessar os
pedófilos e ela foi rejeitada — mas há escolas
que as usam.
Em 2002, um relatório da Nacro, uma
organização independente para a prevenção
criminal, mostrou que o custo de instalar
videocâmaras nas ruas inglesas era mais
elevado e menos eficaz (apenas 5 por cento)
do que aumentar a qualidade do sistema de
iluminação pública — 20 por cento. Mas os
casos mediáticos produziram uma aparente
prova da eficácia das videocâmaras e levaram
a que boa parte do orçamento público de
prevenção de crimes fosse desviado para
estas tecnologias. Na Holanda, por exemplo,
a polícia teve de instalar videocâmaras para
vigiar outras videocâmaras de controlo de
tráfego devido a actos de vandalismo ou
praticados por condutores descontentes.
“A Grã-Bretanha, sem que se desse muito
por isso, tornou-se provavelmente na capital
mundial da vigilância, pelo menos na
Europa”,afirmou ao diário “Guardian” Barry
Hugill, do grupo de defesa das liberdades
cívicas Liberty. No entanto,“em vez de serem
entendidas como uma intrusão orweliana,
as videocâmaras na Grã-Bretanha (…) foram
saudadas como uma tecnologia popular,
um olho amigo no céu, não o ‘Big Brother’
mas um familiar querido e atento”,escreveu
Jeffrey Rosen, autor do texto “The Naked
Lunch, Reclaiming Security and Freedom in an
Anxious Age”,citado pelo jornal inglês. ● P.F.
mais a liberdade do que os terroristas”, que
os tribunais deveriam estar mais actualiza-
dos nestas matérias e ainda que os indivíduos
devem, também eles, reduzir o fornecimento
de dados pessoais a terceiros. Mas, olhando
para casos como o do Reino Unido (ver caixa
“As videocâmaras do conforto”) ou na Inter-
net (caixa “Quem controla o Google?”), não
parece fácil.
FONSECA Em paralelo, a mesma
organização de defesa dos
direitos cívicos anunciou a campanha No
Spy Pledge ( www.aclu.org/privatize ) no
sentido de identificar as empresas que não se
têm disposto colaborar com a Administração
dos EUA fornecendo os dados pessoais dos
seus clientes.
A ACLU pretende que esses dados não
sejam fornecidos a não ser que exista um
requerimento legal judicialmente validado,
afirma a sua intenção de lutar contra as
exigências legalmente não autorizadas de
acesso a dados ou ainda, no caso de uma
acção legal, de que a empresa se comprometa
a informar os seus clientes de que se viu obri-
gada a fornecer essa informação (exceptu-
ando os casos em que essa própria revelação
esteja, também ela, proibida). ●
 MINHO CAMPUS PART Y 2004, EM BRAGA, VOLTOU A SER PALCO DA INOVAÇÃO

PT ensaiou o IPv6, o novo

protocolo da Internet HUGO DELGADO

À
00H 00 DO PASSADO dia 28 de
S com tantos utilizadores ao mesmo tempo
Julho, mais de 1500 parti- —, o novo protocolo da Internet que per-
cipantes, dos 5 aos 50 anos, mitirá ultrapassar a previsível saturação
deram início às actividades a curto-médio prazo do sistema de domí-
do Minho Campus Party 2004, nios vigente na Web.
servindo-se de uma infra-estrutura sem No dia 29, segundo dia do evento — a
precedentes de rede e de acesso à Internet que muitos dos participantes chegaram
instalada pela Portugal Telecom (PT). sem terem ido dormir nas tendas pro-
Segundo os organizadores — a Associa- porcionadas pela organização —, regis-
ção Industrial do Minho taram-se 394.570 contactos
(AIMinho) em parceria com RUI JORGE CRUZ pelo “site” interno do Minho
empresas como a própria Campus Party, foram acedi-
PT, a Cisco Systems, a APC, a Fujitsu dos 185.100 ficheiros através deste mesmo
Siemens, a Microsoft e a Sun Microsys- “site” e transferidos mais de 200 gigabits
tems —, foram realizados “milhares de por segundo (Gbps) de informação. No dia
‘downloads’ de filmes, música, multimé- seguinte, haviam já sido ultrapassados os
dia, jogos, etc.”, pondo assim à prova não 630 Gbps.
só o desempenho dos computadores como Segundo os organizadores, “tendo
a capacidade dos circuitos instalados. em conta que estes valores se referem
Realizado o balanço final do primeiro apenas aos acessos efectuados através
dia, dos 465 Mbps de largura de banda dos servidores internos, a informação
que a PT disponibilizou para o evento recolhida sobre a utilização global dos
— divididos em três circuitos ATM de 155 circuitos aponta para valores gigantes-
Mbps cada —, apenas um atingiu a capa- cos”. Estes valores foram, em grande
cidade máxima, “demonstrando que a lar- medida, possíveis porque a capacidade Foram usados cerca de 15 mil metros do PÚBLICO para a região, “os camarotes
gura de banda total instalada para acesso instalada pela PT e outros parceiros no de fibra óptica e 30 mil cabos de rede, esti- do estádio, para além de uma vista privi-
à Internet correspondeu plenamente às Minho Campus Party 2004 garantiu um veram disponíveis 80 mil bebidas, 40 mil legiada para o relvado e de um enquadra-
expectativas dos participantes”. acesso internacional a um nível idên- cafés e 1800 computadores, com 150 pes- mento perfeito para a obra do arquitecto
Mas talvez o mais interessante da tico de débitos ao dos acessos nacionais soas da organização a apoiarem. Tudo isto Souto Moura, abrigaram o restaurante do
infra-estrutura montada pela PT nas — “sendo naturalmente este um dos foi reunido no enorme espaço existente Minho Campus Party 2004”, que se previa
caves do novo estádio de Braga tenha sido principais atractivos do evento” e uma por baixo do relvado do novo estádio de vir a servir um total de 25 mil refeições no
a oportunidade de proceder a testes do das razões por que as cadeiras quase Braga — mas, conforme referia a notícia decurso de todo o evento, que encerrou as
IPv6 — nunca realizados num ambiente nunca estiveram vazias. na altura publicada no suplemento local suas portas em 1 de Agosto. ●
www.publico.pt

S E G U N D A - F E I R A . 6 . S E T E M B R O . 2 0 0 4 computadores .5
 virose
‘Verme’ Korgo com muitas variantesAgosto com novos MyDoom e Bagle
Neste ano, o mês de Agosto foi bastante calmo no que diz respeito
ao aparecimento de novos vírus e “worms”. Os “worms” mais
perigosos registados durante este mês foram uma variante do Bagle,
surgida no dia 9, e outra do MyDoom com data de 16.
A variante do Bagle, denominada AO pela Symantec (que a
classificou com o nível de perigosidade 3 em 5) e AQ pela McAfee,
é geralmente propagada através do correio electrónico, por
mensagens com ficheiros anexos com nome que
inclui a palavra “price” e a extensão .zip. Tal
como já acontecia em anteriores variantes, o
ficheiro anexo também pode estar cifrado e
a palavra-passe estar incluída
numa imagem que vem na
mensagem.
O ficheiro anexo contém
um ficheiro de HTML e outro
executável. Quando aquele
é aberto, se o computador
estiver vulnerável à falha
Object Data, do Internet Explorer,
o ficheiro .exe é executado dando
início à infecção do PC. O “worm”
também se propaga através das
redes de partilha de ficheiros
“disfarçado” de programas utilitários
ou de jogos. Ele contém ainda um
programa de “backdoor” que permite ao
autor controlar as máquinas infectadas,
tentando terminar uma série de programas
antivírus e de segurança.
A variante do MyDoom foi classificada
pela McAfee e pela Symantec como de
perigosidade média e denominada S ou Q,
conforme a empresa. O “worm” é distribuído através
de mensagens de correio electrónico com ficheiro anexo com o
nome Photos_arc.exe. A mensagem apresenta o título simples de
“photos” e o texto “LOL!;))))”.
Como acontecia noutras variantes anteriores, ele tenta descarregar
.com
Intel revê projecções em baixa
A Intel reviu em baixa na passada semana as suas previsões
de facturação e rendibilidade para o terceiro trimestre (em
curso) devido à “erosão” da procura de computadores e,
segundo alguns analistas, aos erros na escolha de produtos
a lançar e respectiva oportunidade (o que terá gerado
acumulações excessivas de produtos nos seus próprios
armazéns). A empresa — cujas previsões costumam constituir
um indicador muito valorizado da evolução provável no
sector das tecnologias de informação e das economias em
geral — disse esperar vendas no trimestre entre 8300 e 8600
milhões de dólares, em vez dos 8600 a 9200 milhões de dólares
antes projectados; também a margem bruta de rendibilidade
esperada foi corrigida de 60 para 58 por cento. Segundo os
responsáveis da Intel, as vendas de processadores ficaram
aquém das expectativas devido a uma quebra da procura
a nível mundial, agravada pelos esforços dos fabricantes de
computadores no sentido de reduzirem ao mínimo os seus
investimentos em existências (“stocks”) de componentes;
por outro lado, também aquém ficou a procura de memórias
do tipo Flash, de que a Intel é um dos grandes produtores
mundiais e que, hoje em dia, são usadas em quase todo o
tipo de dispositivos, das “canetinhas” USB aos telemóveis, das
máquinas fotográficas digitais aos computadores, etc. Apesar
desta “modesta” quebra na procura, segundo Andy Bryant,
“chief financial officer” (CFO) da Intel, as vendas da empresa no
terceiro trimestre deverão situar-se nos 5 por cento — abaixo
dos 10 por cento antes projectados mas dentro dos valores
normais para esta época do ano. ●
Foto-Flash.com e ZoneLab em fusão…
O Foto-Flash.com, laboratório fotográfico português
integralmente dedicado à fotografia digital e aos serviços “on-
line”, acaba de anunciar a sua fusão com o ZoneLab, laboratório
de serviços profissionais para fotógrafos e empresas que
desenvolvem a sua actividade na área da imagem. Da fusão
resultará um megalaboratório, que passará “a oferecer aos
seus clientes melhores condições ao nível da qualidade dos
trabalhos produzidos, de preço, de rapidez de execução, e de
horário alargado para levantamento dos trabalhos”, que incluirá
sábados e domingos. Com esta fusão, o Foto-Flash/ZoneLab
afirmam que passam a dispor da maior oferta de serviços
computadores .6
OS VÍRUS DA SEMANA
Dia 6
WM/Eraser.A:Tw, WM/Helper.C;D;E, WM/
KOMPU.A, W97M/Alamat, VBS/Aqui
Dia 7
um “cavalo de Tróia”, o Surila-G, que permite o controlo remoto VBS/Aqui, W97M/Alamat, WM/
do computador infectado para sua utilização no envio de “spam”. Alliance.A, W32/Supova.f.worm, W32/
Segundo parece, os autores desta variante utilizaram computadores Supova.e.worm, W32/Supova.d.worm,
infectados por variantes anteriores do MyDoom para WM/Eraser.A:Tw, WM/ERASER.H
a propagar. O “worm” deverá ter deixado de
se propagar a 20 de Agosto mas o “cavalo Dia 8
de Tróia” não tem data para terminar as WM/Eraser.A:Tw, VBS/San@M, VBS/
suas acções. Valentin@MM, WM/KOMPU.A, W97M/
Alamat, VBS/Aqui, W97M/Tolu
Windows XP Service Pack 2
O mês de Agosto ficou também Dia 9
marcado pela suposta VBS/Aqui, VBS/Alphae, VBS/Inself, W97M/
descoberta de falhas no Alamat, TRASHER.D, WM/Eraser.A:Tw,
“recém-lançado” Service Pack 2 Acid.A (intended), W97M/Jackal.A
do Windows XP. Esta actualização
do sistema era esperada há muito Dia 10
precisamente como uma forma X97M/Hopper.r, W97M/Nono.A, WM/
de aumentar a sua segurança. Daí Helper.B, AOS.A, WM/Eraser.A:Tw, WM/
que o surgimento de várias notícias Helper.A;B, VBS/Loveletter.ar, W97M/
com alegações de investigadores a Alina.a@mm, W97M/Melissa.ao@mm,
afirmarem ter descoberto falhas W97M/Hope.p, VBS/Baracu.A@mm, VBS/
de segurança tenha criado grande Count, VBS/Godzilla@M, W97M/Alamat,
polémica. X97M/Anis, W32/Urick@MM, VBS/Zync,
A falha mais importante relatada VBS/Aqui, JS/Gigger.a@MM
— e classificada como “altamente
crítica” — afectaria o Internet Dia 11
Explorer e está relacionada com a validação VBS/Aqui, W32/Blurt@MM, WM/
de eventos do tipo “drag-and-drop” executados Alliance.A, W97M/Alamat, W97M/
a partir da zona da Internet para os recursos Bablas.aj, WM/Eraser.A:Tw, W97M/
locais. Ela poderia permitir que, a partir de AntiSocial.e, WM/MERCY.B, WM/CVCK1.A,
um sítio na Internet, fosse colocado um ficheiro WM/JUNKFACE.A;B
executável na pasta Iniciar de um computador, o qual
seria executado quando a máquina reiniciasse. Dia 12
Segundo a Microsoft, não existe nenhuma falha no Windows WM/Eraser.A:Tw, WM/Envader.A
Security Center (funcionalidade introduzida neste service Pack), pois, (Intended), W97M/Yous, W97M/Alamat,
para conseguir fazer o que atrás se referiu, seria preciso o intruso WM/Alliance.A, VBS/Aqui, W97M/
ter direitos de administrador sobre o computador. Esperemos pelas Cobra.a1
próximas semanas para ver quem tem razão…● JOSÉ DOUTIL
fotográficos em Portugal, “respondendo tanto às necessidades definida, gestão de benefícios de saúde e de seguros de
dos profissionais como às dos particulares e amadores grupo e outros serviços de recursos humanos”. A Mercer
exigentes”, ficando estes “a beneficiar da mesma qualidade HR Outsourcing espera ter, a nível mundial, receitas anuais
que é exigida pelos primeiros” mas a “preços fortemente combinadas de cerca de 500 milhões de dólares. Brian Storms,
competitivos”. O Foto-Flash.com suportava já outros serviços o mais recente vice-presidente nomeado para a Mercer Human
de fotografia “on-line” em Portugal, como o Foto.Sapo, o Resource Consulting, dirigirá a empresa, cuja actividade nos
Foto.Clix e o Foto.IOL, contando com um total de cerca de 17 EUA será conduzida por Dave Carlson, até aqui responsável
mil clientes activos. ● pelo “outsourcing” em recursos humanos da Mercer Human
Resource Consulting — e antes co-fundador e “chief executive
… ampliando leque de clientes potenciais officer” (CEO) da Synhrgy HR Technologies, empresa adquirida
pela Mercer Human Resource Consulting no início deste ano. ●
O ZoneLab, graças à sua especialização em tratamento
digital de imagens, tinha como clientes muitos dos principais ParaRede reforçou presença internacional…
fotógrafos portugueses de publicidade, moda, fotojornalismo
e viagens, trabalhando também para revistas especializadas Ainda em meados do passado mês de Julho, a ParaRede
na digitalização e foto-acabamento de parte das suas anunciou o reforço da sua presença internacional através
imagens. O Foto-Flash era, segundo os seus responsáveis, o da assinatura de novos contratos em Espanha e Angola. Em
único laboratório português a operar com uma loja virtual comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários
“on-line” (http://foto-flash.com), com uma diversidade de (CMVM), a ParaRede referiu que assinara em Espanha “um
serviços, desde o “upload” de imagens digitais para partilha de contrato de licenciamento de ‘software’ e de prestação de
álbuns fotográficos através da Internet à impressão digital de serviços de ‘outsourcing’ abrangendo, na fase inicial, cerca de
qualidade em papéis fotoquímicos vários (inclusive de grandes 300 empresas do sector e válido por dois anos”. Em Angola,
dimensões, a cores ou a preto e branco puro), à impressão de a ParaRede terá celebrado “um acordo de cooperação
imagens digitais em tela têxtil, à revelação de todos os tipos de tecnológica com a Sociedade Mineira do Camatchia-Camagico
filmes fotográficos e à digitalização profissional de negativos e para o fornecimento da infra-estrutura de suporte aos sistemas
diapositivos. Nesta última área, a Foto-Flash atribui a qualidade de informação”. No comunicado, o presidente da empresa
da revelação de diapositivos de todos os formatos ao processo realçou o reforço da presença internacional da ParaRede,
Dip & Dunk por si usado e a “elevada resolução e detalhe das através destes novos contratos, anunciando ainda a intenção
digitalizações em ‘scanners’ de última tecnologia Imacon”. ● de abrir, em breve, “uma subsidiária em Luanda”. ●
Grupo Marsh & McLennan reorganiza-se … e reduziu endividamento bancário
O Grupo Marsh & McLennan Companies (MMC) anunciou, em Na semana seguinte do mês de Julho, os responsáveis da
meados de Agosto, a formação de uma nova empresa para ParaRede anunciaram também a redução do endividamento
unir o negócio de administração de planos de contribuição bancário da empresa em 91,6 por cento, através de um
da Putnam Investments e da Mercer HR Outsourcing, criando processo de amortização realizada durante o segundo
uma entidade global unificada, com uma oferta integral de trimestre. Também em comunicado à Comissão do Mercado
serviços de “outsourcing” de programas de recursos humanos. de Valores Mobiliários (CMVM), a ParaRede afirmou que,
Com mais de 13 mil colaboradores e um apreciável leque de durante o segundo trimestre de 2004, procedera à amortização
produtos e serviços, a Mercer HR Outsourcing oferecerá aos da sua dívida bancária no montante de 21.426.739 euros.
seus clientes uma solução total de “outsourcing” global para Em consequência, “o endividamento bancário passou de
recursos humanos, incluindo “administração de planos de 22.264.522 euros” no final de Março deste ano “para 1.878.046
benefício definido, administração de planos de contribuição euros” no fim de Junho. ●
S E G U N D A - F E I R A . 6 . S E T E M B R O . 2 0 0 4
 ACTUAIS RESPONSÁVEIS CORTAM DEFINITIVAMENTE COM O PROJECTO INICIAL
Portal Terravista encerra
páginas pessoais
D
E FORMA DISCRETA , em novamente oferecido a longo prazo, diz,
Agosto, o serviço de páginas mas de uma forma “profissionalizada”,
pessoais do portal Terra- ou seja, incluído numa versão “pre-
vista esteve mais de duas mium”.
semanas “off-line” sem que Existiam actualmente dezenas de
os seus utilizadores compreendessem milhares de páginas pessoais alojadas
o que sucedia. A especu- em ambos os sistemas
lação instalou-se e o tema PAT R Í C I A C A L É disponibilizados a partir
Terravista voltou às listas / Casa dos Bits do Terravista — o original
de discussão “on-line”, com e o Setemares —, embora
muitas críticas à mistura. Na segunda muitas delas não estivessem realmente
quinzena de Agosto, porém, o anúncio activas. Mediante um sistema de
colocado a partir da “homepage” do recurso, que foi entretanto montado, os
portal — remetendo para uma página utilizadores do serviço de alojamento
de aviso — acabava com as dúvidas interessados em recuperar as suas pági-
remanescentes: “Dada a antiguidade nas poderão fazê-lo até ao próximo dia
dos sistemas de alojamento de páginas 20 de Setembro, data a partir da qual
pessoais disponibilizados, a adminis- já não será possível reaver qualquer
tração do Terravista.pt decidiu dar por tipo de conteúdo. Apesar dos problemas
terminada a disponibilização do serviço registados de início, a administração
de páginas pessoais”. do Terravista garantiu que o sistema
A direcção do Terravista — actual- de recuperação está neste momento a
mente nas mãos da Ya.com — optou, funcionar sem problemas.
deste modo, por descontinuar o “cartão Dado o pouco tempo de funciona-
de apresentação” daquele projecto, que, mento do sistema de recuperação, a
em 1997, surgira em Portugal como um direcção do Terravista considera pre-
meio para facultar aos cidadãos e à maturo fazer um balanço nesta altura:
comunidade portuguesa o alojamento o mês de “Agosto acaba de terminar e
gratuito de conteúdos “on-line”. só a partir de agora se começará a ver
A oferta do serviço gratuito de alo- o ritmo a que este processo se desenvol-
jamento de páginas pessoais não é, verá”, justifica, adiantando, no entanto,
na opinião da proprietária do portal, que “vai a bom ritmo e não está a dar
“economicamente rentável”, além de problemas”.
que este tipo de sítios na Web gera Depois da descontinuação do servi-
“um tráfego maciço e não identificável”, dor de páginas pessoais, o Terravista
colocando problemas técnicos e de segu- promete investir noutras áreas, que,
rança — justificou a Computadores a nos últimos tempos, se têm mostrado
administração do Terravista.pt. Existe “manifestamente bem sucedidas”.
ainda a hipótese de o serviço vir a ser Criada em 2002, a secção de jogos “on-
S E G U N D A - F E I R A . 6 . S E T E M B R O . 2 0 0 4
line” é uma delas, com as sua média
mensal de 200 mil páginas visitadas. A
breve prazo, a administração do Terra-
vista tem previstas algumas alterações
à secção, nomeadamente a disponibili-
zação de jogos que o utilizador poderá
descarregar para o seu computador: “O
Terravista tem interesse em potenciar
áreas como esta, que não estão disponí-
veis maciçamente noutros portais e que
marcam uma diferença a nosso favor.”
A aposta irá igualmente para o ser-
viço de contactos pessoais iniciado em
Agosto do ano passado e que possui,
neste momento, mais de 4700 utilizado-
res. “O Encontros foi o primeiro serviço
do género a ser lançado em Portugal
e ao qual dedicamos muita atenção,
verificando os perfis que se vão criando
e modificando para que aquilo que os
utilizadores encontrem ‘on-line’ esteja
devidamente filtrado”, explicam os
responsáveis pelo Terravista. Também
este serviço conhecerá proximamente
uma nova versão, “com mais funcio-
nalidades”, garante a administração.
Um outro tipo de serviço que o Terra-
vista deverá continuar fomentar é o
de “chat”, capaz de gerar 3 milhões de
“page views” mensais.
Apesar das novas ideias, com o
encerramento daquele que foi a sua
função-âncora, o Terravista dá mais um
passo de distanciamento face ao projecto
inicial, desiludindo aqueles que, apesar
dos sucessivos revezes durante os sete
anos de existência do serviço, continua-
vam a confiar nele para guardar e mos-
trar os seus conteúdos pessoais. ●
Uma história longa
e complicada
O Terràvista foi, de início, um projecto estatal,
que, depois de alguma polémica respeitante
ao tipo de conteúdos disponibilizados pelas
páginas alojadas, acabou por ser vendido
à operadora de telecomunicações Jazztel
— para vir a ser mais tarde adquirido pela
Ya.com, empresa que é a sua actual detentora.
O projecto foi idealizado no seio da iniciativa
Mosaico - A Cultura Portuguesa na Sociedade
da Informação, do Ministério da Cultura, e
lançado a 23 de Março de 1997, visando
facultar a milhares de cidadãos o alojamento
gratuito de conteúdos e a criação de
uma vasta comunidade virtual de língua
portuguesa, fomentando a produção de
conteúdos nacionais para a rede das redes.
Ao longo desse mesmo ano de lançamento
e do ano seguinte, foi sendo revelada
a existência de páginas pornográficas,
sucessivamente eliminadas do portal. Em
Julho de 1998, na sequência de uma notícia
que denunciava a existência de mais páginas
do género, o ministro da Cultura então em
exercício, Manuel Maria Carrilho, decidiu
encerrar o portal.
Passada uma semana da suspensão do
Terràvista, foi constituída uma associação
com o mesmo nome, para a qual foram
transferidos os activos e a marca Terràvista
— uma solução arranjada para afastar o
Ministério da Cultura da responsabilidade dos
conteúdos alojados no projecto Terràvista. O
percurso do serviço continuou em expansão,
ganhando bastante popularidade entre os
utilizadores da Internet nacionais e brasileiros.
Em Fevereiro de 2000, a Associação Terràvista
acabaria por vender o portal devido às
dificuldades financeiras com os custos
de manutenção da sua infra-estrutura,
que impediram continuar a manter os
seus serviços de alojamento sem carácter
comercial. A Jazztel Internet Factory, do grupo
de telecomunicações Jazztel, acabaria por
adquirir o projecto Terràvista, integrando-
o na Ya.com, a sua divisão para a Internet
— e iniciou uma mudança de identidade
do projecto, transformando-o num portal
com conteúdos próprios mas mantendo as
comunidades de cibernautas e o serviço de
alojamento gratuito.
Ainda em Setembro de 2000, as dezenas
de milhares de lusófonos que possuíam
“sites” no Terràvista passaram a ter “banners”
publicitários nas suas páginas. Esta alteração
não foi pacífica, pois a Terràvista S.A. informou
os clientes do serviço de alojamento com
apenas dois dias de antecedência da
alteração da sua política, tendo levantado
muitos protestos entre os utilizadores e
originando acesa polémica entre a respectiva
comunidade virtual.
A 4 de Setembro de 2002, o Portal Terràvista
mudou novamente de mãos, quando a
Jazztel anunciou a venda da Ya.com Internet
Factory — que integrava os portais português
Terràvista e o espanhol Ya.com — por 414,3
milhões de euros à T-online, uma empresa
fornecedora de acesso à Internet subsidiária
da operadora alemã Deutsche Telekom. Foi
nessa altura que o projecto e o “site” passaram
a denominar-se Terravista, perdendo o acento
grave no primeiro “a”…● P.C./CdB
computadores .7
 E
M VÁRIAS ocasiões,
Computadores
tem aberto as
suas páginas à
análise das com-
ponentes cartográficas,
de aplicações geo-referen-
ciadas, e do seu uso pelas
entidades com responsabi-
lidades em áreas-chave dos
sistemas de informação
geográfica (SIG), nomea-
damente os municípios. A
propósito dos sistemas de
informação geográfica mas
não só, proceder-se-á desta
vez à análise da compo-
nente “informação”, numa
reflexão pertinente em
vésperas do debate sobre a
administração autárquica
promovido pela revista
“Inter.Face” (ver Agenda).
Qualquer esforço de
manutenção de um sistema
que geo-referencie dados
só será bem sucedido se
estiverem garantidos dois
requisitos básicos: a exis-
tência de dados armazena-
dos de forma estruturada
(em bases de dados) e a
disponibilidade de siste-
mas de processamento de
informação que garantam
a actualização dos dados a
analisar.
A realidade da maior
parte dos serviços públi-
cedimentos redundantes
que alimentam o processo
burocrático tem qualquer
base processual confirmá-
vel. A justificação mais
frequente para estes pro-
cedimentos é: “Sempre se
fez assim.”
Os praticantes destes
actos administrativos,
muitas, muitíssimas
vezes mesmo, qual robôs
da burocracia, mais não
fazem do que repetir
mecanicamente passos
que não percebem, cria-
dos por vagas sucessi-
vas de gestores, chefes
ou directores, que, com
interpretações muito
próprias do conceito de
“salvaguarda” — de si
mesmos e dos serviços
que deles dependem
— vão introduzindo mais
este ou aquele procedi-
mento que, um dia, possa
vir a protegê-los de uma
qualquer responsabili-
dade ou acusação. Como
se em Portugal houvesse
história séria de acusa-
ções de gestores públicos
por erros profissionais
graves, corrupção ou
gestão danosa…
E quanto custa o papel, O LONGO CAMINHO A PERCORRER PELA A
o “tonner”, a manutenção e
o parque fantástico de foto-

cos portugueses está ali-
cerçada numa burocracia
que raia a demência.
Veja-se um exemplo real:
para fazer um contrato de
fornecimento de serviços
com uma autarquia, é
preciso pagar imposto de
selo — digamos 5 euros.
Uns serviços, da conta-
bilidade da autarquia,
emitem uma guia para
depois poder ser efec-
tuado o pagamento na
tesouraria respectiva.
Para emitir a guia, por
incrível que pareça, o ser-
viço fotocopia na íntegra
o contrato já assinado por
uma outra entidade (com
os devidos poderes para
tal) da mesma autarquia,
tenha o contrato o número
de páginas que tiver. Este
conjunto de fotocópias
é apenas mais uma das
inúmeras cópias integrais
em papel do processo, ou
do contrato, que existem
espalhadas pelos vários
serviços que irão intera-
gir com este contrato. Se
Kafka viesse a Portugal
trabalhar numa secretaria
das Finanças durante seis
mesitos apenas, reformula-
ria a sua famosa obra... ou
sucumbiria a este universo
que nem ele conseguiria
efabular.
‘Sempre se fez assim’
Poder-se-á pensar, à linear. Quando se tenta
primeira vista, que esta
burocracia servirá como
garante da integridade do
sistema. Poder-se-á pensar
que está baseada na legis-
lação em vigor. Errado. O
Estado não será realmente
lesado através de fraudes
com textos adulterados
dentro dos serviços, nem
grande parte destes pro-
copiadoras usados nestes
procedimentos todos?
Não é isto um colosso de
desperdício num país com
desmesurados problemas
de orçamentos públicos
como Portugal?
Na sociedade da infor-
mação, uma única cópia
para arquivo e a versão
digital certificada do pro-
cesso chegam para que,
através de uma gestão
documental informati-
zada, qualquer serviço
duma entidade possa
aceder, consultar, verificar
um documento. Garan-
tidamente, falsificar uns
carimbos e umas rubricas
ou assinaturas é mil vezes
mais fácil do que adulterar
um documento certificado
e assinado digitalmente.
Mas, num país em que
a Internet é essencial-
mente um instrumento
de lazer, em que se usa
como “password” do posto
de trabalho o nome do
utilizador escrito sem
espaços (mariadocarmo
ou manuelsilva, por exem-
plo), em que a maior parte
das pessoas acha que lhe
podem roubar o dinheiro
todo do banco se usarem o
cartão de crédito na Inter-
net, é natural que introdu-
zir a gestão documental
seja problemático.
E a solução não é
introduzir sistemas de
gestão de informação,
documental ou de dados,
limitados pela estrutura
burocrática, se o esforço
for — de forma errada
— para reproduzir infor-
maticamente os anacróni-
cos processos burocráticos
e manter os circuitos habi-
tuais do papel através da
Da buroc
sistemas de
rede de computadores, não soal, não é possível gerir
se consegue nem introdu- profissionalmente grandes
zir sistemas de informação volumes de informação que
nem tornar “funcional” o envolvem vários colabora-
circuito burocrático. E os dores.
conflitos resultantes do Os utilizadores também
esforço são enormes. fazem parte da infra-estru-
tura e é dramático ver-se
A importância o recurso sistemático
da formação à transcrição para um
Os processos burocráti- papelinho de dados, em
cos têm necessariamente vez de se usar o “copia e
que se ajustar, que ser cola” (ou Control + C, ou
reformulados. Garantir Copy-Paste) para levar
um computador para cada um número de um ecrã
funcionário, só por si, não para outro em aplicações
representa mais do que com interface gráfica. Os
uma máquina de escrever milhões de horas de forma-
ou uma calculadora cem ção que a função pública
vezes mais cara. O Word tem gasto na “óptica do uti-
ou o Excel, reconhecidos lizador” não têm sido bem
no Estado como a famosa geridos! As bases genéricas
“Informática na Óptica do do Windows, comuns a
Utilizador”, estão para os todos os programas, ainda
sistemas de informação não foram assimiladas.
como uma Renault 4 é útil Mas porquê esta ques-
no Autó- tão neste
dromo do HENRIQUE SAIAS p o n t o ?
Estoril. P o r q u e
Estas ferramentas são a maior barreira à ino-
funcionais num universo vação é a ignorância. As
que não o processamento pessoas temem o que não
sistematizado e em série conhecem. E defendem-se
de informação. A Caixa contra o que temem — e
Geral de Depósitos ou a aqui temem várias coisas,
Ford não gerem as nossas como ser ultrapassadas ou
contas ou as suas redes de perderem o controlo, por
fabricantes de componen- exemplo. E quem influi
tes com folhas de cálculo. directamente na implanta-
Porque as empresas já per- ção prática de sistemas de
ceberam há muito que, com informação muitas vezes
ferramentas para uso pes- não domina mais as tecno-

computadores .8 S E G U N D A - F E I R A . 6 . S E T E M B R O . 2 0 0 4
 teiros de obras públicas;
assim, haverá ainda um
longo processo — concur-
sos, análises, comissões,
contratos, etc. — até que
a obra realmente comece
no terreno. E, quando
começar, haverá um longo
processo de acompanha-
mento e fiscalização (rela-
tórios, revisões de preços,
adicionais, mais contratos,
etc.) até que a empreitada
esteja concluída, aceite,
paga e fechada.
Este percurso atra-
vessa inúmeros gabinetes
de vereadores, direcções
municipais, departamen-
tos, divisões, secções,
unidades de projecto,
contabilidades, etc. Cada
uma destas entidades
terá naturalmente que
estar apetrechada com
as suas ferramentas ade-
quadas aos serviços que
executam. Até aqui nada
a dizer. A (r)evolução tem
que surgir na comunica-
ção entre estas entidades.
Ao produzir informação,
esta tem que ser parti-
lhada automaticamente:
datas, valores, designa-
ções, referências geográ-
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM PORTUGAL ficas, nomenclaturas,
numerações, informações,
autorizações e todo um
antes que qualquer sis-
tema de informação possa
apresentar resultados
úteis ou fidedignos. Esta
tarefa representa segura-
mente um esforço muito
grande, meses de trabalho
aturado e uma preparação
cuidada para garantir
que toda a informação
necessária e relevante
será carregada — e para
garantir que o formato
destes dados será 100 por
cento compatível com os
sistemas a implantar ou
em implantação.
Voltando à informação
geográfica, se os proces-
sos forem ajustados, os
dados partilhados e as
estruturas entrarem ver-
dadeiramente na era da
informação automática,
aí, sim, será possível criar
verdadeiros sistemas de
informação geográfica.
Um dos motivos fulcrais
para a inexistência de siste-
mas de informação geográ-
fica verdadeiros e funcionais
nas câmaras municipais em
Portugal tem exactamente
a ver com a incapacidade
de alimentar estes sistemas
com dados pertinentes, ver-
tidos directamente da pro-
dução da informação. Não
é viável — como o mostra a
da.net
Anacom obriga PT a baixar
preços grossistas do ADSL…
A Autoridade Nacional das Comunicações (Anacom)
anunciou na passada semana que vai obrigar a Portugal
Telecom (PT) a baixar o preço que cobra aos seus
concorrentes pela ligação à Internet de banda larga
através das linhas telefónicas (ADSL). A Anacom fez saber
que “ foi aprovado o sentido provável da decisão sobre a
oferta grossista ADSL da PT” que pretende a descida dos
preços e a flexibilidade das condições — e a expressão
“sentido provável” resulta de a PT ter dez dias para se
pronunciar, após o que a Anacom tomará um decisão
definitiva (que, segundo a Lusa, habitualmente reitera
o conteúdo da primeira). O regulador quer que a PT
disponibilize mais pontos de acesso e baixe o seu preço
para 9,5 euros por mês, dos actuais 16 euros. A oferta da
PT não cumprirá o princípio “da orientação para os custos”,
que determina que o preço cobrado terá de ter uma base
mínima de justificação nos custos suportados. Hoje, o
acesso dos prestadores de serviços de acesso à Internet
(ISP) à rede da PT faz-se por vários pontos mas a maioria
do tráfego passa por apenas dois pontos (em Lisboa e
Porto), pretendendo os concorrentes mais acessos, mais

cracia aos
universo de dados críticos
que irão fazer parte de
um processo durante anos
— e em diversos serviços
— têm que ser disponibili-
experiência dos últimos dez
ou quinze anos em várias
autarquias, que investiram
milhões de contos e de euros
— manter sistemas de
próximos dos seus clientes. Os ISP, como a Media Capital
e o Clix, da Sonaecom, têm-se queixado da falta de
condições para uma efectiva concorrência na banda larga
devido aos preços grossistas praticados pela PT. ●

informação zados através de uma rede

logias do que os escriturá-
rios da sua secretaria…
A palavra “informática”
resulta da concatenação
das palavras “informação”
e “automática”. A parte
da informação existe em
quantidades abundantes;
mas a parte do “automá-
tica” não se consegue com
milhões de folhas de papel
carimbadas e rubricadas
por centenas de funcioná-
rios e chefias.
Em resumo, a implan-
tação da informática sem
uma reformulação respon-
sável de procedimentos
corresponde a distribuir
carros desportivos de topo
de gama pelos condutores
das aldeias do interior
transmontano. Com as
estradas disponíveis, será
que eles chegam mais
depressa a Lisboa ou a
Vigo só por terem tais
carros? As auto-estradas,
neste caso, correspondem
a procedimentos lógicos,
bem estruturados, sem
obstáculos e que, visando
o controlo e a responsabi-
lização, apenas a diluem,
levando a que os erros (ou
algo pior) nunca cheguem
a ser realmente atribuídos
a ninguém.
Reforma estrutural
dos procedimentos
O primeiro passo para a
sociedade da informação
na administração pública,
para os sistemas de infor-
mação, para os sistemas de
informação geográfica será
uma reforma estrutural
dos procedimentos dessa
mesma administração
pública.
Um tipo de informação
que qualquer município
tem que processar e que
é de extrema importância
estratégica analisar atra-
vés de sistemas de infor-
mação geográfica (SIG)
será toda a informação
relacionada com as obras
públicas.
Vejamos o percurso de
dados com que lidam os
serviços de uma câmara
municipal importante
quando se trata de uma
obra. Uma determinada
entidade da autarquia pro-
moverá uma empreitada,
dando-lhe início através de
um procedimento burocrá-
tico e de um projecto. Quer
o projecto quer os dados
burocráticos iniciais deve-
rão ser imediatamente
registados em sistemas de
gestão, compatíveis com o
restante processamento a
desenvolver até à finaliza-
ção da empreitada.
Parte significativa
das empreitadas levadas
a cabo pelas câmaras são
executadas por emprei-
de ligações ou teia (“net”).
Isto não quer dizer que
todos os serviços terão que
usar o mesmo programa
para processar informa-
ção. Quer dizer que as
várias aplicações terão que
partilhar os dados em for-
matos compatíveis. Terão
que ter a mesma base
tecnológica, partilhar as
bases de dados, a mesma
referência geográfica e,
preferencialmente, ter
uma linguagem gráfica
(uma interface) idêntica
ou comum para facilitar a
aprendizagem dos utiliza-
dores e a sua mobilidade
entre tarefas.
Só assim se poderá
evitar que a informação
seja produzida, impressa
em papel, reintroduzida
noutro serviço, impressa
de novo, inserida a partir
das últimas impressões
em papel e por aí adiante.
Será extremamente difícil
estimar a economia que
estes processos represen-
tariam para uma câmara
como a de Lisboa, por
exemplo, onde, quando há
aquisições de papel, o seu
valor obriga a concursos
públicos…
Dados e interfaces
compatíveis
Outra questão fulcral é
o chamado “back log” ou
trabalho em “atraso”. Há
milhares de processos em
papel, seguramente que
em muitos casos dispersos
pelos vários serviços, que
terão que ser introduzidos
informação geográfica ali-
mentados por pessoal que
introduz, mais ou menos
automaticamente, os dados
vindos do papel só para que
possam ser visualizados.
Esta “revolução” é que
representa a verdadeira
modernização da admi-
nistração pública — um
passo coordenado, que
garanta que os vários
serviços caminham a par
no mesmo sentido, que os
procedimentos burocráti-
cos são ajustados (leia-se:
racionalizados) com o uso
destas ferramentas, que
passe a permitir a partilha
controlada de dados.
Resta acrescentar que
esta alteração estrutural
tem que ser vista com
verdadeiro espirito de ser-
viço público — ou mesmo
sentido de Estado. Prova-
velmente, não se fará num
único mandato de quatro
ou cinco anos, não dará
todos os frutos instantane-
amente, mas garantirá que
o país recupere do enorme
atraso em termos da apli-
cação das tecnologias em
que realmente vegeta.
E se é impossível con-
cretizá-la com a rapidez
que permita tirar dividen-
dos, apresentando-a como
obra feita, seguramente
será um argumento polí-
tico sério apresentá-la
como obra em curso. A
continuidade deste esforço
é até um interessante
desafio, um teste, para
deixar aos senhores que
se seguirem quando for
altura disso. ●
… o que poderá reduzir em 1,5 por cento
as suas receitas na rede fixa
As receitas de rede fixa da PT poderão diminuir 1,5 por
cento devido à decisão da Anacom de obrigá-la a reduzir
os preços cobrados aos concorrentes pelas ligações por
ADSL — afirma o Crédit Suisse First Boston. Esta alteração
de preços poderá traduzir-se num impacto negativo de 2
a 3 por cento nos resultados do negócio de rede fixa da
PT. Também o BPI considerou que as decisões da Anacom
são “más notícias para a PT mas boas notícias para os seus
concorrentes no segmento de Internet e para aqueles que
pretenderem entrar no mercado”.O BPI destacou ainda
que o aumento do número de pontos de acesso permitirá
poupanças aos operadores alternativos e que a redução
das tarifas grossistas será igualmente benéfica para o
consumidor final, ao traduzir-se em maior competitividade
de preços. Um dos ISP, a Media Capital, abandonou o
mercado em Agosto alegando que os preços que a PT
cobrava não permitiam rendibilizar o negócio, enquanto
o Clix, da Sonaecom, deixou de angariar novos clientes
desde Janeiro, embora assegurando os serviços aos
subscritores até esse momento. ●
Governo quer usar a Net
para se aproximar dos emigrantes
A Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas
(SECP) vai promover um estudo da viabilidade do uso
da Net para se aproximar dos emigrantes — anunciou
na passada sexta-feira o secretário de Estado, Carlos
Gonçalves. O estudo será feito pela Universidade de
Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real, ao
abrigo de um protocolo de colaboração com a Direcção-
Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades
Portuguesas para analisar as condições da criação do
Portal das Comunidades na Internet e dos Quiosques
das Comunidades Portuguesas nas associações de
emigrantes e outros organismos espalhados pelo mundo.
O governante disse à Lusa que o Governo pretende estar
“mais próximo dos emigrantes”,recorrendo para tal às TI.
“Há portugueses que residem a milhares de quilómetros
dos consulados. O recurso às novas tecnologias e à
Internet irá suprir” esta distância. Segundo a SECP, a escolha
da UTAD resultou da experiência desta universidade
no desenvolvimento de projectos de modernização de
serviços com base nas tecnologias da informação. ●

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A descoberta de uma cidade pode ser feita de

muitas maneiras — em dias, meses ou anos;
com ou sem companhia de um conhecedor;
entre o circuito turístico e a errância. Mas também
o pode fazer no intervalo para almoço no seu
escritório, digitando www seguido do resto do
endereço de uma boa página de turismo, história

O BEIJO
ou geografia. Foi a pensar neste último registo
de viagem que foi concebida esta página sobre
a cidade francesa de Estrasburgo. E, como não
há nada melhor do que recolher informações
dos que melhor as conhecem, os “links” para
as páginas oficiais (de museus, monumentos,
companhias de teatro, etc.) são o instrumento
para a magia. ● mulher.aranha@publico.pt

www.visiter-strasbourg.com

W
WEBBMMAANNI IAA
www.perseus.tufts.edu/
Olympics
www.shammout.com www.napoleon.org/en/
home.asp
www.carris.pt

S hammout.com é a página de um
casal de artistas palestiniano.
Ismail e Tamam, para além de darem
a conhecer os percursos de vida
e artísticos de ambos — com os
pormenores de exposições, selecção
de trabalhos de pintura, entre outros
—, oferecem ao visitante uma história
da arte na Palestina, tentando explicar
a base histórica, os desenvolvimentos e
as condicionantes que representaram
cada etapa da história política da
região na vida dos artistas e no seu
trabalho. ●
S e pensa que já sabe tudo o que
há para saber sobre Napoleão
Bonaparte, desengane-se. O senhor
que carregava a mão ao estômago,
se coroou imperador e fazia os seus
soldados dormirem sobre portas de
madeira delicadamente devolvidas
às respectivas dobradiças na manhã
seguinte, ainda dá que falar. E
pintar, escrever, pensar. A Fondation
Napoleon, que se propõe levar a
herança napoleónica a um público
vasto e contar a história do Primeiro
J á aconteceu a todo o ser
alfacinha, ou de passeio pela
“alface”, perguntar-se qual a melhor

T erminados os Jogos Olímpicos de

Atenas 2004, pode o leitor pensar
que viu adiadas algumas respostas
e do Segundo Impérios de França,
encarrega-se de não deixar morrer esta
parte da história. ●
combinação de transportes públicos
que o leve do ponto A ao ponto B. Pois
bem, na página da empresa pública
para dúvidas que o inquietaram de transportes da cidade de Lisboa,
durante estas olimpíadas da era a Carris, pode efectuar simulações
moderna. Mas este é um sítio que de percursos e deslindar quais os
poderá ajudá-lo a desvendar os transportes, qual a distância pedonal, o
primórdios da festa de todas as tempo de espera e de viagem, o preço e
nações: “The Ancient Olympics” é o número de transbordos que o levam
uma exposição “on-line”, realizada do seu ponte de partida ao de chegada,
por membros do Projecto Perseus com três variantes: número mínimo de
de investigação, como tributo transbordos, maior rapidez da viagem
à centésima edição dos Jogos ou menor distância a percorrer a pé. É
Olímpicos, que teve lugar em Atlanta só escolher! ●
(EUA) em 1996. Ali poderá descobrir
a evolução das modalidades ou
conhecer por dentro o espírito
olímpico, entre outros temas. ●

www.iris.edu

Q uantas vezes não sentimos a terra tremer por baixo dos pés? 99,9 por cento das vezes é
o passar do metropolitano, do eléctrico, de um avião ou, simplesmente, o chegar de uma
notícia que cria incredulidade. Mas, de quando em quando, verificam-se abalos de natureza
sísmica de que conseguimos apercebermo-nos. Neste sítio, da responsabilidade da IRIS-
Incorporated Research Institutions for Seismology (um consórcio de instituições de investigação
universitárias dedicado ao estudo do interior da Terra através da recolha e partilha de dados),
pode o navegante conhecer as estações sísmicas, os instrumentos, seguir o monitor de abalos e
muito mais Já agora: sabe que pontinhos do planeta “abanaram” nas últimas 24 horas? ●

S E G U N D A - F E I R A . 6 . S E T E M B R O . 2 0 0 4 computadores .11
 FICHA S H A R E WA R E

DOWNLOAD WONDER

Acelerar e embaratecer a cópia

de grandes ficheiros da Net
Editor
Rui Jorge Cruz
Redactores, colaboradores
e cronistas
Ana Gerschenfeld, Ana Machado,
André Ruivo, António Granado,
Casa dos Bits, Fernando Santos,
Helena Viegas, Henrique Carreiro,
Henrique Saias, Isabel Gorjão
Santos, João Cruz, José Antunes,
José Doutil, Luís Félix, Miguel
Crespo, Nuno Bernardo, Paulo
Almeida, Pedro Fonseca, Rita
Cruz, Rita Hasse Ferreira
Secretariado
Paula Dias
Paginação

A
Ana Carvalho, Ivone Ralha, GRANDE MAIORIA dos toda a largura de banda disponível Uma cópia de demonstração do ligação em banda larga, por cabo
Hugo Pinto, Jorge Guimarães utilizadores da Inter- na ligação à Internet. O programa programa pode ser obtida em http: ou ADSL —, o Download Wonder
Projecto Gráfico & Designer net ocupam parte do permite ainda que o utilizador use //www.ariesoft.com e instalada assegura que toda a capacidade da
Luis Carlos Amaro/ seu tempo a realizar as “happy hours” — os períodos sem qualquer esforço. Basta seguir conexão à Internet é utilizada.
Gráficos à Lapa cópias de ficheiros, em que os fornecedores de ligação as indicações dos “assistentes” e o Os “downloads” difíceis,
programas, músicas ou filmes dos à Internet (os chamados ISP) programa fica automaticamente lentos, que costumam demorar
Computadores servidores espalhados pela rede oferecem tarifários mais reduzidos configurado. A partir daqui, é muito tempo, são processados
é publicado às segundas-feiras para os seus computadores. Mas para realizar a cópia dos ficheiros só deixar o Download Wonder com facilidade, reduzindo dras-
esta tarefa, apesar de e, assim, economizar gerir todas as cópias de ficheiros. ticamente o tempo necessário
E-Mail simples, em muitos NUNO BERNARDO na conta mensal. Sempre que se aceder a um de- à operação. E como o programa
computadores@publico.pt casos, gera alguns Por este motivo, o terminado servidor de ficheiros, pode ser configurado para ocupar
Tel. 21-0111168 problemas para o utilizador: os Download Wonder pode desdobrar adicione os endereços à lista de uma largura de banda específica,
Fax 21-0111008
ficheiros demoram muito tempo um ficheiro com a demonstração locais favoritos do Download poderá navegar na Web enquanto,
a copiar, a ligação está sempre a de um jogo ou uma aplicação de Wonder e deixe o programa tratar em segundo plano, copia para
cair, e obter um simples programa “shareware” com 20 megabytes em do processo de cópias dos ficheiros o seu computador os ficheiros
ou ficheiro pode significar alguns cinco partes, cada uma contendo ou programas pretendidos. seleccionados. No entanto, tudo
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cêntimos extra em custos de apenas 4 MB. Depois, o programa Outro dos pontos fortes do isto depende, como é lógico, da
comunicação ou em tráfego des- irá copiar para o computador estas Download Wonder é a sua “agen- “performance” do computador. De
Assine o PÚBLICO
perdiçado. diferentes partes, algumas em da”, que permite configurar ho- modo a garantir a compatibilidade
à segunda-feira e receba o jornal
A fim de simplificar o processo simultâneo, de modo a ocupar toda rários mais favoráveis e mais com redes empresariais, o pro-
em sua casa ou levante-o no seu
de cópia de ficheiros via Internet, a largura de banda e aproveitando eco-nómicos, nos quais irá copiar grama suporta ainda acessos à
posto de venda habitual com os
suplementos Computadores e
várias empresas desenvolveram os ficheiros e programas Internet através de servidores
Economia.
pequenos utilitários que permi- pretendidos. Por exem- de “proxy” ou de “firewalls”,
tem gerir todo este processo plo, durante o dia, o não exigindo ligações directas à
E-mail: assinaturas@publico.pt de forma integrada. Desde o utilizador identifica Internet.
Tel.: 808 200 095 (custo chamada restabelecimento de processos de uma dezena ou mais de O Download Wonder foi
local) cópia interrompidos pela queda programas ou ficheiros lançado muito recentemente
Fax: 210 111 017 da ligação até à repartição de que pretende obter da mas é já um dos programas
ficheiros de grande dimensão em Internet; introduz os mais populares na sua categoria,
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vários ficheiros menores, tudo endereços dos servidores recebendo as melhores críticas
serve para reduzir custos, tempo onde os programas se por parte dos utilizadores. O seu
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e trabalho ao utilizador. todos os recursos do PC. Caso encontram e o Download Wonder conceito é bastante interessante
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Nesta categoria, vários a ligação se quebre ou esteja encarrega-se de os copiar para o e, na prática, o programa melhora
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programas têm ganho demasiada lenta, algumas partes seu computador durante a noite, significativamente o processo de
popularidade junto da comunidade do ficheiro pretendido poderão no horário escolhido pelo utilizador cópia de ficheiros da Internet. A sua
Assinatura anual (52 exemplares):
da Internet, como o Gozilla e o ser copiadas posteriormente, como o mais económico. utilização é gratuita mas brinda o
Portugal €36.40 NetAnts. Mas o utilitário gratuito quando as condições forem mais Para garantir ainda melhores seu utilizador com mensagens
Europa €117.00 Download Wonder 2003 oferece favoráveis, ou seja, a ligação resultados, o programa oferece publicitárias — que, refira-se,
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especiais para Macau, Timor, São deste tipo de programas é bastante pessoa sem grandes conhecimentos desempenhos) de onde se poderá poderão usufruir da interface sim-
Tomé e Guiné. Os preços incluem simples: eles repartem o ficheiro a de informática usar de imediato as obter o ficheiro pretendido. Qual- plificada, que reduz o período de
IVA à taxa legal em vigor. obter em vários “bocados” e copia- funcionalidades do programa e quer que seja a sua ligação à aprendizagem a alguns minutos
os simultaneamente, aproveitando sem ter de ler qualquer manual. Internet — não precisa de uma (http://www.ariesoft.com). ●

computadores .12 S E G U N D A - F E I R A . 6 . S E T E M B R O . 2 0 0 4
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Descobrir o mundo
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Enciclopédia’
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ONHECER o sistema
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países do mundo
ou as profissões
são alguns dos objectivos
de “A Minha Primeira
Enciclopédia”, um título
multimédia didáctico que
a Porto Editora acaba de
lançar e se destina a crianças
com mais de cinco anos. Num
cenário animado, repleto
de vídeos e explicações, os
mais pequenos podem, desta
forma, aprender muito sobre
o mundo à sua volta.
“A Minha Primeira
Enciclopédia” é um título
bastante intuitivo, que se
divide em diversos tópicos
— Espaço, Céu e Terra,
Animais e Plantas, Como
Somos Feitos, À Volta
do Mundo, Profissões,
Curiosidades e Diversão.
Em cada uma destas áreas,
os mais pequenos podem
adquirir um conjunto de
conhecimentos ou também
divertir-se com jogos em que
aplicam os ensinamentos
disponíveis.
No sector dedicado a
temas relacionados com o
espaço, o céu e a terra, o
utilizador entra em contacto
com diversos conceitos.
Aprende o que é um
asteróide ou um cometa, fica
a saber coisas sobre o Big
Bang e a origem do universo,
aprende como é composto
o sistema solar e são-lhe
também dadas informações
sobre viagens espaciais, a
Lua ou as estrelas. Para
além disso e se escolher os
temas relacionados com o
céu e a terra, a criança pode
aprender coisas sobre os
continentes, os oceanos e os
mares, os rios ou as rochas.
Também a água, o ar e o
fogo são assuntos tratados
nesta divisão temática,
tudo isto acompanhado de
explicações, de pequenos
vídeos exemplificativos e
de uma área denominada
Aprender Mais, onde todos
os assuntos são abordados de
forma mais pormenorizada.
Animais e Plantas é outra das
áreas desta enciclopédia infanto-
juvenil. Aí, o utilizador fica a saber
que existem diversas categorias de
animais e pode fazer pesquisas sobre
os mamíferos, as aves, os répteis, os
anfíbios ou os batráquios, os peixes
ou os insectos. No caso das plantas,
as crianças têm ao seu dispor a mais
variada informação sobre árvores,
flores, cactos, algas ou plantas
parasitas e, dentro destas categorias,
sobre inúmeras das espécies.
Se o objectivo for aprender coisas
acerca da constituição dos seres
humanos, então a divisão certa
nesta enciclopédia é Como Somos
Feitos. O encéfalo, os cinco sentidos,
os micróbios e as vacinas, e os
sistemas respiratório, circulatório,
digestivo, urinário e reprodutor são
alguns dos temas abordados, sempre
com imagens demonstrativas a
acompanhar cada explicação.
Aos utilizadores desta
enciclopédia infantil é também
proporcionada uma viagem à
volta do mundo, domínio em que
podem ver representados os vários
continentes e os diversos países. Ao
S E G U N D A - F E I R A . 6 . S E T E M B R O . 2 0 0 4
seleccionarem um país com
o rato do computador, é-lhe
apresentada uma tabela
onde consta a superfície
respectiva, a população
que nele vive e o nome da
capital.
Em “A Minha Primeira
Enciclopédia”, as crianças
podem ainda consultar
a secção dedicada às
profissões — uma boa forma
de encontrarem ajuda para
responderem à proverbial e
incontornável pergunta: “O
que é que queres ser quando
fores grande?” Como o
número de profissões
incluídas é muito vasto, este
tema está dividido por áreas:
campo ou quinta, praia ou
mar, indústria, floresta,
comércio, serviços, moda e
beleza, obras, transportes,
diversão e arte, informação,
desporto e ciência. A par das
actividades profissionais
mais tradicionais — como
a de estucador ou apicultor
—, a criança pode também
ficar a saber de que
constam actividades menos
conhecidas, como as de
paleontólogo ou espeleólogo.
Uma das partes mais
divertidas desta enciclopédia
infantil diz respeito à área
de curiosidades, onde se
pode aprender como se faz
o pão ou o azeite, o que é
a seda ou o cacau, como se
produz vinho ou mel, como
funciona o avião, um carro
ou o relógio. E basta uma
viagem atenta por “A Minha
Primeira Enciclopédia”
para que o utilizador esteja
apto a enfrentar os dez
desafios propostos na área
Diversões.
Em Monumentos
do Mundo, o objectivo é
construir um “puzzle” a
partir de diversos fragmentos
de monumentos bastante
conhecidos; em Roda dos
Alimentos, a criança tem
que colocar um conjunto de
alimentos na divisão certa
e, em Onde Está o Par, é
estimulada a memória, já
que o propósito é encontrar
duas gravuras iguais num
painel em que os diversos objectos
são apenas vistos durante alguns
segundos. O Que Há na Europa é
outro dos jogos disponíveis: desta
vez, o objectivo é colocar bandeiras
e monumentos nos países a que
pertencem. Agrupar por ordem os
planetas do sistema solar ou ordenar
o corpo humano a partir dos órgãos
que o compõem são também desafios
com que a criança poderá divertir-se.
Já disponível no mercado, “A
Minha Primeira Enciclopédia” tem
um preço recomendado de 29,99
euros. ● ISABEL GORJÃO SANTOS
agenda
2004 MAPLD International Conference
Data: 8-09-2004 a 10-09-2004
Local: Washington DC, EUA
URL: www.klabas.org/mapld04
CODES + ISSS – International Conference on Hardware/Software
Codesign and System Synthesis
Data: 8-09-2004 a 10-09-2004
Local: Estocolmo, Suécia
E-mail: petel@ida.liu.se
URL: www.ida.liu.se/conferences/codes/
MTV’04 – 5th International Workshop
on Microprocessor Test and Verification
Data: 9-09-2004 a 10-09-2004
Local: Austin, Texas, EUA
Contacto: Magdy Abadir
E-mail: m.abadir@freescale.com
URL: dropzone.tamu.edu/MTV/
SOCC 2004 – IEEE International SOC Conference
Data: 12-09-2004 a 15-09-2004
Local: Santa Clara, Califórnia, EUA
URL: www.ieee-socc.org
IEEE BCTM 2004 – IEEE Bipolar/BiCMOS Circuits
and Tecnology Meeting
Data: 13-09-2004 a 14-09-2004
Local: Montreal, Canadá
URL: www.macs.ece.mcgill.ca/~rfic/bctm04/
FDL’04 – Forum on Specification & Design Language
Data: 13-09-2004 a 17-09-2004
Local: Lille, França
Contacto: Secretariat – Florence Pourchelle
E-mail: florence.pourchelle@ecsi.org
URL: www.ecsi.org
CMRF 2004 – Workshop on Compact Modeling
for RF/Microwave Applications
Data: 15-09-2004
Local: Montreal, Canadá
URL: ectm.et.tudelft.nl/cmrf04/
PATMOS’04 – International Workshop on Power
and Timing Modeling, Optimization and Simulation
Data: 15-09-2004 a 17-09-2004
Local: Santorini, Grécia
URL: www.vlsi.ee.upatras.gr/patms04/
A Segurança dos Dados nos Sistemas Públicos
Data: 16-09-2004
Local: Lisboa (Hotel Sheraton)
Organização: Revista “InterFace”
E-mail: andreia.sousa@algebrica.pt
URL: www.algebrica.pt
Increase usage and submissions with XML:
an overview of what’s new in XML and related standards
Data: 16-09-2004
Local: Londres, Reino Unido
URL: www.alpsp.org/events/techupdates/u160904.htm
ReConFig 04 – International Conference
on Reconfigurable Computing and FPGAs
Data: 20-09-2004 a 21-09-2004
Local: Colima, México
E-mail: reconfig@inaoep.mx
URL: ccc.inaoep.mx/fpgacentral/reconfig04/index.html
ESSDERC/ESSCIRC 2004
ESSDERC 2004 – 34th European Solid-State Device Research
Conference
ESSCIRC 2004 – 30th European Solid-State Circuits Conference
Data: 20-09-2004 a 24-09-2004
Local: Leuven, Bélgica
Organização: IMEC; Katholieke Universiteit Leuven
URL: www.imec.be/ovinter/static_general/ESSDERC-ESSCIRC.shtml
14th Annual The European IT Forum 2004
“Investing in IT: Improving Efficiencies While Driving Innovation”
Data: 27-09-2004 a 28-09-2004
Local: Paris, França
E-mail: infoevents@idc.com
URL: www.idc.com/emea/itforum04
ASAP 2004 – IEEE 15th International Conference
on Application-Specific Systems, Architectures and Processors
Data: 27-09-2004 a 29-09-2004
Local: Galveston, Texas, EUA
E-mail: cavallar@rice.edu
URL: www.ece.rice.edu/asap2004
CICC - 2004 IEEE Custom Integrated Circuits Conference
… Innovation, Education, Communication
Data: 3-10-2004 a 6-10-2004
Local: Orlando, Florida, EUA
E-mail: cicc@his.com
URL: www.ieee-cicc.org
computadores .13
 JOGOS
‘SPIDER-MAN 2’, ‘HARRY POT TER E O PRISIONEIRO DE AZK ABAN’, ‘RED DEAD REVOLVER’, ‘ONIMUSHA 3’
As licenças do nosso
contentamento
F
ILME , DISCO, LIVRO, VIDEOJOGO,
jogo para telemóvel (e sabe-se
lá mais o quê) são hoje apenas
facetas da mesma moeda. A
relação apertada entre diversas
formas de rentabilizar uma boa história
— ou, pelo menos, uma história que renda
milhões — fazem com que as várias formas
de entretenimento se cruzem como nunca.
Se, até há bem pouco tempo, os
videojogos basea-dos em filmes ou livros
eram um complemento,
agora são parte integrante MIGUEL
da estratégia “veja o filme,
leia o livro, jogue em casa e no telemóvel”.
Para os jogos, ganhou-se visibilidade e
aceitação, embora os resultados sejam,
por vezes, fracos. Mas agora tudo está
a mudar, com as produtoras a impor
mínimos de qualidade — porque um mau
jogo pode arruinar um filme, como se viu
no passado recente.
Por outro lado, com jogos cada vez
mais cinematográficos e filmes mais
computadores .14 S E G U N D A - F E I R A . 6 . S E T E M B R O . 2 0 0 4
“videojogáveis”, o prazer duplica-se.
Esta lógica bem se pode aplicar às novas
aventuras de Harry Potter e de Spider-
Man. O jogo baseado no pequeno mago
é, possivelmente, o melhor da série. A
concretização é bastante boa, sem falhas
de assinalar, e a construção mostra-se
muito adaptada ao seu público-alvo.
É um jogo para crianças e pré-
adolescentes — como con-vém — mas
pode ser jogado por qualquer jogador sem
sobressaltos ou reservas.
CRESPO Não é uma obra-prima mas
está bastante acima da
média. O imaginário está bem recriado
e responde a anseios e sonhos de todos
os que gostariam de ser um pequeno
feiticeiro, especialmente porque está todo
em português e bastante bem dobrado.
Todo o completo sistema de introdução
à mecânica de jogo é também de destacar,
ajudando qualquer jogador a habituar-se
ao sistema de controlo. Obviamente, o seu
ponto central é a utilização de feitiços e é
 JOGOS
com eles que se vai avançando, havendo
muitas e boas sequências cinemáticas
para manter a coerência e fazer a ligação
entre os espaços de acção. Em acrescento
ao modo de história, há um apropriado
recreio com minijogos, com duelos ou
corridas, por exemplo, e a divertida
possibilidade de usar o EyeToy (na versão
para a PlayStation 2, claro).
Com as devidas diferenças, também
“Spider-Man 2” mostra como os licen-
ciamentos podem ser bons. Usando o
jogo anterior como embrião, esta nova
aventura do herói mostra-se mais refi-
nada e coerente. É relativamente fácil
de jogar, bem conseguida no seu todo
e interessante q.b. para continuar a
ser jogada com prazer. Para agradar a
gregos e troianos, há, logo no arranque,
uma opção fundamental a fazer: se o
baloiçar na teia é totalmente manual
ou fácil, bastando premir um botão para
ela se realizar. Esta escolha afecta de
forma drástica a dificuldade mas não a
jogabilidade.
Organizado em capítulos, capta a
atmosfera das bandas desenhadas em
geral e do filme em particular, levando
o Homem-Aranha a percorrer a cidade
na sua luta contra o mal. A cidade é
Nova Iorque, nos EUA, com os seus
monumentos carismáticos, e pode ser
percorrida à vontade, para interagir com
personagens, fazer tarefas ou procurar
segredos (centenas…) não havendo
sequências obrigatórias entre missões — a
escola “Vice City”…
Tal como na vida ficcional, ele salta
de teia em teia, escala paredes e dá
saltos sobre-humanos (sendo a força
controlável). O sistema de bússola
é ajuda preciosa na perseguição aos
criminosos, que são apanhados na teia
e imobilizados com golpes bem ao estilo
dos “comics”. Destaque ainda para a
evolução das capacidades do herói,
dica
Guardar a área de trabalho
no Excel
Quando se trabalha com muita frequência
com um conjunto fixo de ficheiros relativos
a um mesmo trabalho ou tema, por
exemplo, no Microsoft Excel, pode-se tornar
desagradável ter que os abrir todos ao
mesmo tempo, especialmente se estiverem
gravados em pastas diferentes.
Ora a folha de cálculo da Microsoft
apresenta uma funcionalidade que permite
criar um atalho para os abrir a todos de uma
vez, sem se ter que andar a percorrer várias
pastas ou a seleccioná-los de entre vários
existentes dentro de uma pasta. Trata-se
da função de gravação da área de trabalho.
Esta função permite não só abrir todos os
ficheiros ao mesmo tempo mas também
guardar a arrumação das janelas destes no
contexto da janela geral do programa.
Para usar esta função de gravação da área
S E G U N D A - F E I R A . 6 . S E T E M B R O . 2 0 0 4
“Red Dead Revolver” não é um
Título “Spider-Man 2”
Estilo Acção-aventura 8 /10
licenciamento mas bem podia sê-lo. Ou, se
calhar, podia dar um filme… As histórias
Plataforma PS2, Xbox, PC de “cowboys” já tiveram os seus tempos
Produtor Activision áureos mas um toque de nostalgia não
Distribuidor Ecofilmes fica mal a ninguém. O objectivo deste
Edição Julho 2004 jogo, muito bem ambientado no Velho
Oeste, é relativamente simples: vingança.
Título “Harry Potter Para isso, e como a pistola é a lei, há
e o Prisioneiro 8 /10 muitos malfeitores para matar. Com
de Azkaban”, visão na terceira pessoa, organiza-se em
Estilo Acção-aventura sequências em que tem de se matar tudo
Plataforma PS2, Xbox, PC o que surge à frente, terminadas com
Produtor Electronic Arts um grande vilão mais duro de roer. Se
Distribuidor Electronic Arts visualmente é impressionante (o herói,
Edição Julho 2004 Red, não será Clint Eastwood?), que dizer
da banda sonora assinada por Ennio
Morricone? Muito divertido, o jogo tem
Título “Red Dead Revolver”
Estilo Acção 8 /10
alguns pequenos erros de concretização
mas cavalgar com o pôr-do-sol pelas costas
Plataforma PS2, Xbox tem os seus custos…
Produtor Rockstar Outro jogo que bem merecia ser
Distribuidor Inforjogos passado a filme é “Onimusha 3” apesar
Edição Julho 2004 de ser um jogo de acção na verdadeira
acepção da palavra. Dois heróis lutam
Título “Onimusha 3” contra demónios mas a densidade
Estilo Acção 8 /10 dramática é excepcional, tal a consistência
Plataforma PS2 da história, que atravessa cinco séculos e
Produtor Capcom viaja do Japão a Paris. Por outro lado,
Distribuidor Electronic Arts os heróis não são anónimos mas, sim, os
Edição Julho 2004 actores Jean Reno e Takeshi Kaneshiro,
reproduzidos com todo o pormenor.
Tecnicamente irrepreensível, “Onimusha
que é feita com recurso à compra de 3” é altamente viciante e envolvente.
“upgrades”. Por fim, refira-se que as Quem procura acção tem aqui tudo o que
vozes são as dos actores do filme… deseja — excepto o filme… ●
alterado, tal como se pode escolher
em que pasta se grava este novo
ficheiro, que poderá não ser em
nenhuma das pastas onde estão os
ficheiros de partida.
Para iniciar uma sessão de trabalho
com estes ficheiros, basta dar dois
cliques sobre o ficheiro da área de
trabalho, mesmo com o programa
fechado. Com isso, o Excel é iniciado
com a configuração e os ficheiros como
estavam quando se gravou o ficheiro
.xlw (como se pode ver na imagem).
de trabalho, abre-se os ficheiros e arruma- Quando se fecha o programa, ele mantém
se estes na área de trabalho do programa a arrumação original e grava as alterações
da forma pretendida. A seguir, no menu efectuadas nos ficheiros. Para se gravar
Ficheiro, escolhe-se o comando Guardar alterações na arrumação dos ficheiros na
Área de Trabalho. área de trabalho — ou para acrescentar ou
Isto faz abrir a janela típica de gravação de retirar ficheiros ao conjunto inicial —, será
ficheiros — só que o ficheiro a criar tem preciso voltar a gravar a própria área de
a extensão .xlw e, por omissão, aparece trabalho, em substituição da primeira ou
com o nome “Resume”. Este nome pode ser como novo ficheiro .xlw. ● JOSÉ DOUTIL
computadores .15
7c1bf3e5-024b-435b-bb28-84bbcd8a7552