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GRANDE DO SUL
Campus Ibirubá
Ibirubá
2016
Reginaldo Eliar dos Santos
Ibirubá
2016
RESUMO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 7
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 35
‘ 7
1 INTRODUÇÃO
Durante o curso técnico, aprendeu-se sobre vários conteúdos que se aplicam no dia a
dia de uma indústria que atua no ramo metal mecânico, como interpretação de desenho
técnico mecânico, metrologia e instrumentação, segurança do trabalho, torneamento,
fresamento, sistemas pneumáticos e hidráulicos e comando numérico computadorizado, entre
outros. Aprendizados estes que foram utilizados e aperfeiçoados durante o estágio curricular
na empresa.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
ser empregadas na sua escolha. Esta técnica deve estar presente no desenvolvimento do
método de análise, e este deve ser seguido à risca. Todas as etapas do ensaio metalográfico
devem ser registradas a fim de se manter rastreabilidade. A preservação da originalidade da
amostra deve ser mantida. (COLPAERT, 2008). Ainda segundo Colpaert, (2008 p. 628), “é
preciso conceber e registrar um sistema claro de identificação das amostras e corpos-de-prova
que permita, sem sombra de dúvidas, recuperar todas as informações sobre a amostra que se
está observando”.
Uma investigação de sucesso é aquela onde a causa é identificada. Na investigação de
uma falha é importante não descartar nenhuma hipótese, mesmo que esta seja considerada
absurda. Uma causa improvável pode ser descartada inconscientemente e levar o ensaio por
um caminho que não seja possível identificar a causa ou mesmo dificultar a identificação. A
primeira etapa de um processo de investigação é a coleta de dados. Esta coleta deve ser feita
da forma mais isenta de hipótese possível, para que nenhum dado seja descartado
prematuramente. A segunda etapa do processo é, com base em todos os dados coletados,
formular a hipótese que será investigada, sempre visando á identificação da causa da falha.
(COLPAERT, 2008).
Os testes metalográficos também podem ser utilizados para testar uma hipótese. É de
suma importância que seja dedicado o tempo necessário na formulação da hipótese a ser
testada e que a mesma esteja bem definida antes do início dos testes. Um erro na formulação
da hipótese poderá comprometer todo o trabalho. Quando a hipótese é formulada pelo mesmo
pesquisador que fará a execução do teste, é normal que haja uma preferência pela confirmação
da hipótese, portanto a melhor prática é buscar negar a hipótese de várias maneiras, se não for
possível a negativa, chance de a hipótese ser verdadeira é grande. A busca por provar, ou
negar, a hipótese deve ser feita obedecendo ao método estabelecido. (COLPAERT, 2008).
A avaliação inicia na escolha do lugar onde a amostra será retirada e terá sequência no
corte, preparo e visualização da estrutura. Para definição dos parâmetros e métodos a serem
adotados, o analista deve levar em consideração o que se deseja estudar, o material em estudo,
o processo produtivo que foi utilizado na fabricação do componente em avaliação, as
transformações que o material pode sofrer devido ao processo de fabricação a que foi
submetido. Colpaert já dizia que a avaliação metalográfica inicia-se definindo se o que se
deseja é o teste de uma hipótese, medir uma característica específica ou fazer uma
investigação (2008). Na maioria dos casos dentro da indústria, a avaliação metalográfica será
para investigação ou medir características do material avaliado, e isto requer que o método a
ser empregado na avaliação seja seguido conforme determinado pela empresa.
3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
Para cada tipo de processo a ser analisado foram definidos critérios de aceitação. Cada
critério foi definido com base na revisão bibliográfica, apresentada nos primeiros capítulos
deste relatório, e em normas nacionais e internacionais ou mesmo em normas da companhia
que versam sobre o assunto abordado.
- Trincas não são aceitas: As trincas em uma junta soldada podem aparecer no metal
depositado ou na ZTA. São concentradoras de tensão e a existência destas em juntas
soldadas, aliadas à transformação causada pelo calor na ZTA e da característica de
maior dureza do metal de adição, torna a união susceptível á falha, de sorte que
nenhuma junta com trinca pode ser considerada aprovada. Alguns tipos de trincas em
juntas soldadas são mostrados na Figura .
‘ 15
Figura 2 – Tipos de trincas em juntas soldadas. (a) Trincas de raiz; (b). Trincas longitudinais ao cordão; (c).
Trincas irradiantes, partem de um mesmo ponta em várias direções; (d). Trincas transversal ao cordão de solda
- Diferença entre pernas de uma solda em ângulo não pode ser maior que 20%, e
o dimensional do cordão deve ser igual ou maior que o especificado: O tamanho de
um cordão de solda é especificado pela altura da perna de solda. A área que estará
‘ 16
resistindo ás cargas aplicadas na união dos metais, em um filete de solda, é dada pelo
produto da perna de solda pelo comprimento do cordão (SHIGLEY, et al., 2005),
havendo uma diferença maior que 20% entre as pernas de um cordão, um dos lados
ficará com maior tensão aplicada devido a menor área resistindo à carga, por isso não
poderão ser aprovados cordões com diferença maior que o especificado acima entre
pernas de um filete de solda. A figura 4 (a) mostra as diferenças entre pernas do filete
de solda.
- Reforço do cordão não pode ser maior que 3 mm: Reforço no cordão de solda de
topo pode ser interessante em alguns casos, porém geram concentradores de tensão na
interface cordão/metal base (SHIGLEY, et al., 2005). Reforços em soldas com
carregamentos cíclicos não são bem-vindos. Portanto cordões de topo, com reforço
maior que 3 mm, não podem ser considerados aprovados. A Figura (b), mostra
exemplo de reforço em cordão de solda.
Figura 4 – Defeitos em juntas soldadas. (a) Diferença entre pernas do cordão em solda de filete. (b) Exemplos de
reforço no cordão, normal e excessivo
(a)
(b)
Figura 5 - Exemplos de falta de fusão em juntas soldadas. (a) Falta de fusão na zona de ligação; (b). Falta de
fusão entre passes; (c) e (d). Falta de fusão na raiz do cordão.
C
A
Os equipamento utilizados para preparação das amostras foram a Policorte Metalográfica com
refrigeração e a Lixadeira-Politriz Metalográfica estes são mostrados na figura 9 e figura 10:
3.4.3 PROCEDIMENTO
Corpo
Característica
de Imagem Laudo
Avaliada
prova
Mordedura Reprovado
Penetração Aprovado
01 Fusão Aprovado
Trincas Aprovado
Porosidade Aprovado
Corpo
Característica
de Imagem Laudo
Avaliada
prova
Mordedura Reprovado
Penetração Reprovado
02
Fusão Aprovado
Trincas Aprovado
‘ 25
Porosidade Aprovado
Corpo
Característica
de Imagem Laudo
Avaliada
prova
Mordedura Reprovado
Penetração Aprovado
03 Fusão Aprovado
Trincas Aprovado
Porosidade Aprovado
Corpo
Característica
de Imagem Laudo
Avaliada
prova
Mordedura Reprovado
Penetração Aprovado
03 Fusão Aprovado
Trincas Aprovado
Porosidade Aprovado
Corpo
Característica
de Imagem Laudo
Avaliada
prova
Mordedura Reprovado
Penetração Aprovado
04
Fusão Aprovado
Trincas Aprovado
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Porosidade Aprovado
Corp
Característica
o de Imagem Laudo
Avaliada
prova
Mordedura Reprovado
Penetração Aprovado
Fusão Aprovado
04
Trincas Aprovado
Porosidade Aprovado
Corp
Característica
o de Imagem Laudo
Avaliada
prova
Mordedura Reprovado
Penetração Aprovado
05 Fusão Aprovado
Trincas Aprovado
Porosidade Aprovado
Corp
Característica
o de Imagem Laudo
Avaliada
prova
Mordedura Aprovado
Penetração Aprovado
06
Fusão Aprovado
Trincas Aprovado
‘ 27
Porosidade Aprovado
Novas amostras foram solicitadas com alteração nos parâmetros e soldagem, para
validar o processo. Enquanto não forem realizados novos testes o processo de solda continua
sendo manual.
- Falta de lixa e ácido nital vencido para preparação das amostras – a falta de
suprimentos para preparação das amostras acarreta em atraso para entrega dos relatórios.
- Burocracia para compra de suprimentos – devido a AGCO ser uma empresa
multinacional, tem se uma grande burocracia para a compra de qualquer material devido á
aprovação de várias pessoas do grupo AGCO.
‘ 28
- Para falta de lixa e ácido foi solicitado uma compra urgente destes suprimentos no
sistema AGCO fácil, para assim conseguir uma aprovação mais rápida para compra.
- Infelizmente não foi possível ter outra ação em relação á burocracia para compra de
suprimentos, as regras da empresa são claras e não temos como fugir delas. Para solução deste
problema deve ser feito um controle rigoroso para que estes materiais sejam comprados com
antecedência e assim evitar a falta dos mesmos.
- Para preparação das amostras com geometria ruim foi solicitado ao setor da
ferramentaria para que efetuasse os cortes das peças. Para facilitar este trabalho, foi feito uma
liberação para que o setor da qualidade pudesse executar funções na serra da ferramentaria.
Tabela 2 – Primeiro ensaio de composição química na superfície da peça analisada – Observação: Os numerais
com asterisco encontram-se com percentual elevado do elemento.
C Si Mn P S Cr Mo Ni Cu W Pb
Peça não quebrada 0,180 0,040 1,270 0,060 0,274 0,110 0,020 0,090 0,225 0,016 0,005
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Peça quebrada 01 0,469* 0,040 1,230 0,060 0,277 0,110 0,020 0,090 0,225 0,017 0,005
Peça quebrada 02 0,619* 0,040 1,240 0,063 0,297 0,110 0,020 0,100 0,220 0,015 0,005
Peça quebrada 03 0,148 0,050 1,250 0,053 0,264 0,110 0,020 0,090 0,231 0,018 0,005
Peça lote 2012 0,569* 0,020 1,160 0,064 0,275 0,050 0,010 0,040 0,118 0,015 0,224*
C Si Mn P S Cr Mo Ni Cu W Pb
Peça não quebrada 0,180 0,050 1,270 0,037 0,296 0,110 0,020 0,090 0,233 0,015 0,005
Peça quebrada 01 0,135 0,050 1,300 0,041 0,211 0,150 0,020 0,060 0,211 0,015 0,005
Peça quebrada 02 0,127 0,050 1,230 0,031 0,253 0,120 0,020 0,100 0,229 0,015 0,005
Peça quebrada 03 0,134 0,050 1,220 0,033 0,268 0,110 0,020 0,090 0,235 0,015 0,005
Peça lote 2012 0,128 0,020 1,220 0,040 0,243 0,050 0,010 0,040 0,122 0,015 0,250*
Isto pode ser comprovado quando é analisado a imagem micrográfica da peça que não
falhou, mostrada na figura 14. Nota-se que existem inclusões – sulfeto de manganês é próprio
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dos aços ressulfurados – porém em quantidade menor e que elas têm forma menos alongadas,
sendo algumas de característica arredondada. Outras constatações são possíveis: ainda existe
concentradores de tensão, pois são propriedades das inclusões; o alinhamento das inclusões
continua sendo no sentido de laminação; a forma menos alongada e arredondada das inclusões
atenua as concentrações de tensão.
Com a descoberta da causa raiz, o fornecedor do item foi acionado e respondeu com
um novo modelo da conexão, e substituiu o lote de peças do estoque por peças produzidas
com lote diferente do material. Pelo ensaio de composição química apresentado na Tabela 4
pode-se notar que o novo modelo de conexão é fabricado com a mesma liga que era utilizada
em 2012, e pelo aspecto micrográfico visto na figura 15 é possível identificar menor
quantidade de inclusões e a predominância da forma arredondada nestas.
C Si Mn P S Cr Mo Ni Cu W Pb
Peça lote novo 0,118 0,050 1,280 0,066 0,235 0,150 0,020 0,060 0,208 0,017 0,005
Peça modelo novo 0,137 0,030 1,250 0,037 0,247 0,030 0,010 0,060 0,119 0,015 0,239
Este problema trouxe vários prejuízos para a empresa. Foram sessenta e seis (66) casos
de quebra na linha de montagem e (sete) casos no campo. Estima-se que o custo total desta
não conformidade fique em torno de R$ 12.100,00, conforme apresentado na Tabela 5. Neste
valor está contabilizado o tempo perdido com a desmontagem do componente falhado e
montagem de outro, o tempo da máquina parada e o custo da peça, para os casos que
ocorreram na fábrica e para os casos de campo, estes somado o tempo de deslocamento do
técnico. Com a solução encontrada, será buscado junto ao fornecedor a recuperação destes
custos, trazendo uma economia para a empresa dos valores apresentados na tabela abaixo:
R$ 12.091,00
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A figura 16 demonstra o modelo de conexão antiga e a figura 17 demostra o modelo da nova conexão.
- Falta de conhecimento para análise das amostras – para conclusão de um relatório de falha é
de suma importância o conhecimento técnico de quem vai apresentá-lo.
- Fornecedor não divulgava de quais materiais eram feitas as conexões. Todos os casos em
que a peça é item proprietário do fornecedor se encontra esse tipo de dificuldade.
- Atraso nas análises devido a algumas informações serem de outras áreas. Informações como
torque utilizado, tempo de montagem, etc. podem ser informados apenas pelo pessoal de
manufatura da empresa.
- A falta de conhecimento para as análises foi solucionada com a ajuda de pesquisas nos livros
e com a ajuda de meus colegas de trabalho. Obtendo várias respostas e agregando
conhecimentos.
- Com a ajuda do Supervisor de Qualidade e de valores cobrados do fornecedor o mesmo foi
abrindo seu processo de fabricação no qual contribuiu muito para conclusão do modo de
falha.
- Foi feito um trabalho em conjunto com outras áreas para obter as informações necessárias
para análise da falha o mais rápido possível.
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CALLISTER Jr, William D. 2008. Ciência e engenharia dos Materiais: Uma introdução. 7ª
edição. Rio de Janeiro : LTC, 2008.
CHIAVERINI, Vicente. 2002. Aços e Ferros Fundidos. 7ª edição. São Paulo : ABM, 2002.
NERIS, Manoel Messias. 2012. Soldagem. CETEC. [Online] 2012. [Citado em: 14 de
Novembro de 2015.] http://www.cpscetec.com.br/cpscetec/arquivos/apostila_soldagem.pdf.