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INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS NA HIPERTENSÃO:

PAPEL DO FARMACÊUTICO NO ACOMPANHAMENTO


CLÍNICO DOS PACIENTES
Crisnatany Lillian Pereira Lima | Priscila Souza de Sena Rios | Cláudio Moreira de Lima | Marcos Cardoso Rios

Farmácia

ISSN 1980-1769

RESUMO
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) acomete mais de 50% dos indivíduos na faixa
etária de 55 anos ou mais de idade. Estes pacientes merecem atenção especial pela possibi-
lidade de interação medicamentosa já que, muitas vezes, fazem uso de associações de me-
dicamentos. Problemas relacionados a medicamentos, como interações medicamentosas,
podem repercutir negativamente na saúde do paciente, provenientes do não alcance do
objetivo terapêutico desejado ou o aparecimento de efeitos indesejáveis. Através de uma
revisão de literatura, o objetivo deste trabalho foi identificar interações medicamentosas
que ofereçam riscos à saúde de pacientes hipertensos, bem como a importância dos cuida-
dos farmacêuticos a fim de evitá-las. Os medicamentos anti-hipertensivos podem interagir
com várias drogas, ou mesmo com alimentos, sendo que algumas interações oferecem ris-
cos potenciais ao paciente. O farmacêutico capacitado é o profissional mais indicado para
realizar a identificação e a monitorização de possíveis interações medicamentosas, eviden-
ciando a necessidade deste profissional na orientação quanto ao uso dos medicamentos.

PALAVRAS-CHAVE

Cuidados Farmacêuticos. Hipertensão. Interações Medicamentosas.

Cadernos de Graduação - Ciências Biológicas e da Saúde | Aracaju | v. 13 | n.14 | p. 69-81 | jul./dez. 2011
70 | ABSTRACT

Hypertension (HAS) affects more than 50% of individuals aged 55 years or older. The-
se patients deserve special attention concerning the possibility of drug interactions as they
often make use of combinations of antihypertensive drugs. Drug-related problems such as
drug interactions may adversely affect the health of the patient, not from the range of the
desired therapeutic goal or undesirable effects. The aim of this work was to identify drug
interactions that cause risks to the health of patients with hypertension, as well as the im-
portance of pharmaceutical care to avoid them through a literature review. The antihyper-
tensive drugs can interact with various drugs, and some interactions offer potential risks to
the patient. The pharmacist is the most qualified person to perform the identification and
monitoring of potential drug interactions, highlighting the need of this professional in ad-
vising the use of drugs.

KEYWORDS

Pharmaceutical Care. Hypertension. Drug Interactions.

1 INTRODUÇÃO

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial caracteri-


zada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA). Associa-se frequentemente
a alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos
sanguíneos) e a alterações metabólicas, com consequente aumento do risco de eventos
cardiovasculares fatais e não fatais (VI DIRETRIZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO).

Segundo a Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por In-
quérito Telefônico (VIGITEL), a proporção de brasileiros com diagnóstico médico prévio de
hipertensão arterial alcançou 23,3% em 2010, sendo ligeiramente maior em mulheres (25,5%)
do que em homens (20,7%). Em ambos os gêneros, o diagnóstico de hipertensão arterial se
torna mais comum com a idade, alcançando cerca de 8% dos indivíduos entre os 18 e os 24
anos de idade e mais de 50% na faixa etária de 55 anos ou mais de idade (BRASIL, 2011).

Pacientes com hipertensão arterial utilizam medicamentos de uso crônico e, muitas


vezes, associações de anti-hipertensivos, já que poucos hipertensos conseguem o controle
ideal da pressão com um único agente terapêutico. Além disso, com frequência o paciente
hipertenso necessita também de outros medicamentos de uso contínuo, para tratamento
de patologias associadas e/ou complicações do próprio quadro hipertensivo. Dessa forma,
esses pacientes merecem atenção especial pela possibilidade de interação medicamentosa
(SCHOROETER, 2007; MORENO et al., 2007).

A interação medicamentosa pode ser definida como a influência recíproca entre um


ou mais fármacos ou entre fármacos e outras substâncias e tem como consequência um
efeito diferente do esperado ou desejado. As interações medicamentosas podem interferir
nas concentrações séricas e, consequentemente, na eficácia dos fármacos envolvidos (PAI
et al., 2006, apud ARBEX et al., 2010).

Os medicamentos podem interagir durante o preparo, por interações físico-químicas


entre os componentes da solução ou pela mistura em mesmo recipiente, incorrendo fora
do organismo; ou no organismo, no momento da absorção, distribuição, metabolização,

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eliminação, podendo induzir a modificações na sua concentração plasmática, ou na liga- | 71
ção ao receptor farmacológico, induzindo, dessa maneira, aumento ou redução da ativida-
de farmacológica de um dos medicamentos. Desta forma, os mecanismos envolvidos no
processo interativo são classificados de acordo com o tipo predominante de fase farmaco-
lógica em que ocorrem: farmacêutica, farmacocinética e farmacodinâmica (SECOLI, 2001;
MIYASAKA ; ATALLAH, 2003).

Ressalta-se que a interação medicamentosa é uma das causas de problemas relacio-


nados a medicamentos (PRM), situação que no processo de uso do medicamento pode
repercutir negativamente na saúde do paciente, provenientes do não alcance do objetivo
terapêutico desejado ou o aparecimento de efeitos indesejáveis (MACHUCA et al., 2004).

Diante do exposto, são imperativos os cuidados farmacêuticos, demandados pela (a)


necessidade social, (b) necessidade de uma prática centrada no paciente, (c) atendimento
às necessidades farmacoterapêuticas do indivíduo. O farmacêutico deverá identificar e re-
solver problemas reais ou mesmo prevenir problemas potenciais associados à farmacotera-
pia, como as interações medicamentosas perigosas para o paciente (CIPOLLE et al., 2006).
Desta forma, a atuação do farmacêutico é especialmente importante quando os regimes
terapêuticos são complexos, com administração de múltiplos produtos, em pacientes ido-
sos ou crônicos (ROZENFELD, 2008).

2 JUSTIFICATIVA
A maioria dos pacientes hipertensos é usuário da polifarmácia. Medeiros et al. (2009)
apontaram que a média de consumo de medicamentos em pacientes idosos, faixa etária
em que se encontra a maioria dos hipertensos, foi 4,5 medicamentos. Um estudo realizado
no município de Ijuí/RS por Bueno et al. (2009) demonstrou uma utilização média de 5,2
medicamentos, observando-se 4 interações medicamentosas por idoso.

A elevada prevalência da hipertensão arterial no Brasil e os males que o uso conco-


mitante de medicamentos anti-hipertensivos com outras drogas pode causar despertaram
o interesse em realizar um estudo sobre as possíveis interações medicamentosas para este
grupo de risco e como o profissional farmacêutico pode atuar na prevenção do apareci-
mento destas, fazendo com que o tratamento farmacológico seja o mais seguro possível.

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Identificar interações medicamentosas que ofereçam riscos à saúde de pacientes hi-


pertensos, destacando a importância dos cuidados farmacêuticos a fim de evitá-las.

3.2 Objetivos Específicos

• Fazer levantamento na literatura sobre os medicamentos anti-hipertensivos mais


utilizados;

• Determinar mecanismos de interações medicamentosas entre os fármacos anti-


-hipertensivos - outras drogas e fármacos anti-hipertensivos - alimentos;

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72 | • Caracterizar o papel do farmacêutico na prevenção de interações medicamento-
sas em pacientes hipertensos.

4 METODOLOGIA
Nesta revisão de literatura, a busca ativa de informações foi executada utilizando os
seguintes descritores: “interações medicamentosas”, “drug interaction”, “hipertensão arte-
rial”, “hypertension”, “farmacêutico”, “pharmacist”, “atenção farmacêutica”, “pharmaceutical
care”, “automedicação”, “inibidores da ECA”, “ACE inhibitors”, “diuréticos”, “diuretics”, “beta-
bloqueadores”, “betablokers”, “captopril”, “hidroclorotiazida”, “hydrochlorothiazide” e “propra-
nolol”. As informações extraídas foram avaliadas quanto à relevância, atualização, citações
e adequação técnica. Os critérios de inclusão foram estudos originais, livros e dissertações
cujas publicações se deram entre os anos 2000 e 2011, nos idiomas espanhol, português ou
inglês. No estudo foram excluídas cartas ao editor e publicações em congressos.

5 REVISÃO DE LITERATURA

5.1 Medicamentos Anti-Hipertensivos

Schoroeder et al. (2007) observaram que os medicamentos anti-hipertensivos mais


usados por pacientes idosos portadores de HAS foram os diuréticos, inibidores da enzima
conversora de angiotensina (IECA) e betabloqueadores, devido ao fornecimento dos mes-
mos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Linarelli et al. (2009) confirmaram os resultados de Schoroeder et al. (2007), ao mos-
trar em seu estudo que os medicamentos anti-hipertensivos mais prescritos foram captopril
(65,0%), pertencente à classe dos IECA, seguido da hidroclorotiazida (44,4%) e do proprano-
lol (28,4%), diurético e betabloqueador, respectivamente, havendo uma predominância do
uso de IECA em relação aos diuréticos.
A predominância do captopril como fármaco de escolha pode ser devida a um efei-
to mais favorável na qualidade de vida, com boa tolerabilidade, que favorece a adesão do
paciente; como o tratamento da hipertensão é crônico, esta questão constitui um impor-
tante aspecto a ser considerado (NEAL et al., 2000, apud LINARELLI et al., 2009).

5.2 Interações Medicamentosas

5.2.1 Aines e anti-hipertensivos

As prostaglandinas (PGs) vasodilatadoras endógenas, mediadores químicos da infla-


mação, têm papel importante na fisiopatogênese da hipertensão, uma vez que modulam a
vasodilatação, a filtração glomerular, a secreção tubular de sódio/água e o sistema renina-
-angiotensina-aldosterona, os quais são fatores essenciais no controle da pressão arterial
(LOPES, 2005). As PGs são ainda mais importantes em pacientes hipertensos, os quais pos-
suem baixa produção de renina (DOWD et al., 2001). Portanto, a inibição da formação de
PGs e a abolição da inibição induzida por PGs na reabsorção de Cl- e na ação do hormônio
antidiurético, ocasionando retenção de sal e água, provocada pelos anti-inflamatórios não-
-esteroidais (AINEs), podem levar a diversos efeitos colaterais; entre eles, o aumento da
pressão arterial, sendo os hipertensos os pacientes de maior risco (FORTES ; NIGRO, 2005;
BURKE et al., 2010).

Embora se deseje atuação sobre PGs patológicas (COX-2), a não especificidade de

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muitos desses fármacos interfere na síntese de PGs constitutivas (COX-1) e efeitos home- | 73
ostáticos. Destarte, os AINES podem diminuir a ação dos anti-hipertensivos, pois inibem a
síntese de PGs renais de modo que todos os fármacos do largo espectro dos AINEs somen-
te devem ser prescritos após consideração do balanço risco/benefício (BATLOUNI, 2010;
BURKE et al., 2010).

De acordo com Fortes e Nigro (2005), todos os AINEs podem antagonizar parcial ou
totalmente os efeitos de muitos agentes anti-hipertensivos. Dessa forma, podem aumentar
a morbidade relacionada à hipertensão arterial. O efeito na pressão arterial pode levar a
crises hipertensivas.

As classes de anti-hipertensivos cujo mecanismo de ação envolve também a síntese


das prostaglandinas vasodilatadoras, como diuréticos, IECA e betabloqueadores, sofrem
mais interferência dos AINEs em seus efeitos do que os bloqueadores dos canais de cálcio e
antagonistas dos receptores de angiotensina II, uma vez que não dependem da PGs renais
(BATLOUNI, 2010).

Silva Júnior et al. (2008) encontraram a interação entre dipirona e o captopril como a
mais prevalente entre AINEs e anti-hipertensivos, já que estes fármacos são os mais prescri-
tos de suas respectivas classes. O diclofenaco foi considerado o segundo AINE com maior
risco de desenvolver eventos cardiovasculares em pacientes hipertensos, devido, principal-
mente, ao aumento da pressão arterial.

O ácido acetilsalicílico (AAS), usado pela maioria dos pacientes em baixas doses (80
a 200 mg) para prevenção de acidentes cardiovasculares, é relacionado ao aumento dos
níveis pressóricos quando em uso crônico, sobretudo no paciente idoso (SILVA JÚNIOR et
al., 2008; CODAGNONE NETO et al., 2010).

5.2.2 Ieca e lítio

Os IECA agem fundamentalmente pela inibição da enzima conversora de angiotensi-


na, bloqueando a transformação da angiotensina I em II no sangue e nos tecidos, embora
outros fatores possam estar envolvidos nesse mecanismo de ação (VI DIRETRIZES BRASI-
LEIRAS DE HIPERTENSÃO).

A supressão do sistema renina-angiotensina-aldosterona pelo IECA provoca a eleva-


ção da excreção de sódio. Esta, por sua vez, interfere na excreção do lítio, elevando as suas
concentrações plasmáticas, com risco de toxicidade. Dessa forma, pacientes que fazem uso
concomitante de IECA e lítio devem ter os níveis sanguíneos deste último monitorizados
mais estreitamente (GUS, 2006, apud GONZAGA et al., 2009; MARCOLIN et al., 2004; RIBEI-
RO ; MUSCARÁ, 2001).

5.2.3 Ieca e espironolactona

Embora não se conheça a real frequência da interação, a literatura vem mostrando


que pacientes tratados com IECA e espironolactona, um diurético poupador de potássio an-
tagonista da aldosterona, têm uma maior tendência no desenvolvimento de hipercalemia.
Isto acontece porque estes diuréticos competem com a aldosterona, inibindo a secreção
do potássio. Ressalta-se que outros fármacos são capazes de aumentar o potássio plasmá-
tico, como os betabloqueadores e antagonistas dos receptores de angiotensina. Ocasional-

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74 | mente, essa co-administração tem provocado arritmias e mortes (NOVAES ; GOMES, 2006;
LIMA et al., 2008; RANG et al., 2008).

5.2.4 Captopril e furosemida

Vários estudos apontam a interação entre o captopril e a furosemida como uma das
mais frequentes em hipertensos (FERREIRA SOBRINHO; NASCIMENTO, 2006; VERONEZ ;
SIMÕES, 2008).

A furosemida pertence à classe dos diuréticos da alça, os quais provocam a perda de


15% a 25% do Na+ filtrado. Dessa maneira, provocam perda excessiva de Na+ e K+. O uso
concomitante de furosemida com captopril pode provocar um efeito hipotensor aditivo
(RANG et al., 2008; AZEVEDO, 2007).

5.2.5 Captopril e venlafaxina

A venlafaxina é um antidepressivo com potente ação bloqueadora da recaptação de


noradrenalina e serotonina, de modo que poderá elevar a PA de pacientes normotensos,
geralmente em níveis não patológicos sem, portanto, implicar em repercussões clínicas
significativas. Entretanto, em pacientes hipertensos, essa alteração da PA poderá trazer con-
sequências clínicas moderadas ou até graves (SUCAR, 2000).

Há relato de descompensação dos níveis tensionais, antes estáveis com captopril,


após a introdução da venlafaxina (RICHELSON, 1997, apud MARCOLIN, et al., 2004). Pos-
sivelmente, o aumento da atividade noradrenérgica tenha sido ampliado na presença do
captopril, que, além de diminuir a concentração de angiotensina II, aumenta a concentra-
ção da bradicinina. Logo, o aumento da neurotransmissão noradrenérgica nesse caso seria
seguido por uma hiperatividade do sistema renina-angiotensina, sendo possível ainda um
aumento na degradação da bradicinina, que desempenha papel decisivo na regulação dos
níveis pressóricos, nessa situação, por sua ação vasodilatadora (SUCAR, 2000).

5.2.6 Captopril e alimentos

O captopril, quando administrado próximo ou durante as refeições, não é adequa-


damente absorvido; logo, há uma diminuição no seu efeito terapêutico. Dessa forma, re-
comenda-se administrá-lo uma hora antes ou duas horas após as refeições. Um acompa-
nhamento mais próximo dos pacientes pelos profissionais de saúde durante a prescrição e/
ou administração de medicamentos é necessário. Além disso, pacientes em tratamento de
doenças crônicas devem ser orientados sobre estas questões farmacológicas, a fim de mi-
nimizar as reações adversas e interações medicamentosas (drogas/alimentos e alimentos/
drogas) (LOPES, et al., 2010; MOURA; REYES, 2002).

5.2.7 Diuréticos e lítio

Os diuréticos tendem a aumentar a eliminação urinária de outros fármacos, mas isto


raramente é clinicamente importante. Por outro lado, os diuréticos tiazídicos e de alça au-
mentam a excreção de sódio e, indiretamente, a reabsorção tubular do lítio, reduzindo o
seu clearance renal e, consequentemente, induzindo o aumento de suas concentrações
sanguíneas, com risco de toxicidade (BATLOUNI, 2009; RANG et al. 2008).

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5.2.8 Hidroclorotiazida/furosemida e digoxina | 75

Todos os diuréticos que agem antes da porção final do túbulo contorcido distal, como
os de alça e os tiazídicos, promovem aumento da excreção de K+. A perda urinária desse
íon é maior com os tiazídicos, devido à sua ação mais prolongada, dificultando a atuação
intermitente dos mecanismos de retenção de potássio (BATLOUNI, 2009).

As associações hidroclorotiazida versus digoxina e furosemida versus digoxina po-


dem resultar em um quadro de intoxicação digitálica, caracterizado por arritmias. A ação
dos digitálicos se baseia na alteração do equilíbrio sódio/potássio em ambos os lados da
membrana miocárdica, e o nível plasmático, principalmente do potássio, influi decisiva-
mente na sua ação. Um decréscimo dos níveis plasmáticos de potássio potencializa a ação
dos digitálicos, o que pode ser desencadeado pelo uso da furosemida ou da hidroclorotia-
zida. Se a hipocalemia for intensa ou a dose de digitálicos for bastante elevada, pode haver
a precipitação da intoxicação digitálica (ESPOSITO ; VILAS-BOAS, 2001, apud VERONEZ ;
SIMÕES, 2008).

5.2.9 Diuréticos e hipoglicemiantes orais

Os efeitos adversos dos tiazídicos no metabolismo de glicose em pacientes diabéticos


têm sido observados desde a sua introdução na prática clínica (BATLOUNI, 2009).

Os diuréticos podem antagonizar a ação hipoglicemiante, principalmente das sul-


fonilureias, cuja função é estimular a liberação de insulina pelas células β das ilhotas de
Langerhans, através do bloqueio da secreção de insulina pelo pâncreas. A hipocalemia tem
sido apontada como possível mecanismo fisiopatogênico relacionado à alteração do meta-
bolismo de carboidratos (ESPOSITO; VILAS-BOAS, 2001; MION et al., 2001, apud VERONEZ;
SIMÕES, 2008; BATLOUNI, 2009).

O uso contínuo de diuréticos de alça induz alterações mínimas no metabolismo da


glicose, provavelmente pela ação de curta duração, ensejando que mecanismos compen-
satórios sejam utilizados para neutralizar os efeitos relacionados à intolerância à glicose.
Entretanto, se várias doses de diuréticos de alça forem utilizadas durante o dia, os efeitos
metabólicos passam a ser similares (BATLOUNI, 2009).

Estes pacientes deveriam ter sua glicemia rigorosamente controlada, e a calemia


também deve ser vigiada e corrigida se detectada uma perda de potássio considerável (VE-
RONEZ ; SIMÕES, 2008).

5.2.10 Hidroclorotiazida e propranolol

Esta interação eleva os níveis de glicose sanguínea por atuação direta da hidroclo-
rotiazida no bloqueio de secreção de insulina e na produção hepática de glicose, na qual
os betabloqueadores inibem de forma indireta a captação tissular da glicose sanguínea,
causando um alto risco de crise hiperglicêmica, principalmente em pacientes diabéticos
(ESPÓSITO ; VILAS-BOAS, 2001, apud VERONEZ ; SIMÕES, 2008).

5.2.11 Betabloqueadores e rifampicina

A rifampicina é um potente indutor do sistema citocromo P450 (CYP450), incluindo

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76 | as subfamílias CYP3A e CYP2C, que representam mais de 80% das isoenzimas da CYP450.
Portanto, a rifampicina pode aumentar o metabolismo de fármacos que são metabolizados
de forma parcial ou total pelo CYP450, quando administrados de maneira concomitante.
Além disso, a rifampicina também induz a UDP-glicuroniltransferase, outra enzima impli-
cada no metabolismo de diversos medicamentos que podem ter seus níveis plasmáticos
reduzidos quando administrados em conjunto (BACIEWICZ et al., 2008, NIEMI et al., 2003,
apud ARBEX et al., 2010)

Os betabloqueadores são extensamente metabolizados pelo fígado e, quando admi-


nistrados concomitantemente à rifampicina, têm sua concentração plasmática diminuída.
Aconselha-se espaçar em até 12 h o intervalo de administração entre os fármacos (ARBEX
et al., 2010, PETRI JR, 2010).

5.2.12 Propranolol e hidralazina

A hidralazina é um anti-hipertensivo pertencente à classe dos vasodilatadores dire-


tos, os quais atuam sobre a musculatura da parede vascular, promovendo relaxamento
muscular com consequente vasodilatação e redução da resistência vascular periférica (VI
DIRETRIZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO).

Alguns estudos apontam para a ocorrência de interação entre a hidralazina e o pro-


pranolol, resultando em aumento da biodisponibilidade deste último. As evidências suge-
rem que esse aumento da biodisponibilidade do propranolol não decorre da inibição de seu
metabolismo, mas sim em função das ações hemodinâmicas induzidas pela hidralazina,
que determinam redução do tempo para o metabolismo de primeira passagem do fármaco
(MCLEAN, 1980; BYRNE et al., 1984, apud CAMPANA et al., 2009).

5.2.13 Betabloqueadores não-seletivos e sulfonilureias

Os betabloqueadores interferem no mecanismo regulador da glicemia, mediado pe-


las catecolaminas, especialmente na glicogenólise, mecanismo este produzido em resposta
a um episódio hipoglicêmico.

Ao ocorrer uma crise de hipoglicemia, se produz liberação de adrenalina endóge-


na, resultando numa maior produção hepática de glicose e diminuição de captação nos
tecidos insulino-sensíveis. Como os betabloqueadores atuam bloqueando os receptores
beta-adrenérgicos, a adrenalina não consegue desempenhar tal papel (ESPOSITO ; VILAS-
-BOAS, 2001; apud, VERONEZ ; SIMÕES, 2008; GUS et al.., 2005; NERY, 2007).

A glibenclamida age estimulando a secreção de insulina e pode desencadear hipogli-


cemia. Dessa forma, quando associada aos betabloqueadores, pode acontecer um aumen-
to potencial da frequência e severidade de episódios de hipoglicemia (RANG et al, 2008;
CODAGNONE NETO et al., 2010; ESPOSITO ; VILAS-BOAS, 2001 apud, VERONEZ ; SIMÕES,
2008; GUS et al., 2005;).

5.2.14 Propranolol e amiodarona

A amiodarona é um fármaco que pertence à classe III dos antiarrítmicos. Tem um


espectro alargado de indicações, sendo eficaz no tratamento de arritmias supraventricu-
lar, nodal e ventricular. Além de ser um potente antiarrítmico, é um dos poucos que pode

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ser utilizado com segurança na disfunção ventricular esquerda grave. Pode ainda, segun- | 77
do alguns trabalhos, reduzir a mortalidade cardíaca pós-enfarte do miocárdio (VAUGHAN
WILLIAMS, 1984, JULIAN et al., 1997, SINGH et al., 1995, CEREMUZYNSKKI et al., 2000 apud
CAMPOS, 2004).

A amiodarona não deve ser administrada conjuntamente ao propranolol. A interação


entre esses dois medicamentos pode levar a processos de assistolia ou fibrilação ventricular
por um mecanismo desconhecido. O mesmo não ocorre com outros betabloqueadores
(GUSMÃO ; MION, 2006, apud VERONEZ ; SIMÕES, 2008).

6 OS CUIDADOS FARMACÊUTICOS

Um fator importante para reduzir as interações medicamentosas é a abordagem mul-


tidisciplinar focada no paciente, devendo-se integrar ao diagnóstico médico o juízo far-
macêutico, visando a elaboração de uma proposta concisa e racional da farmacoterapia
(FERREIRA SOBRINHO ; NASCIMENTO, 2006).

O farmacêutico detém conhecimentos em farmacologia e toxicologia, tornando-se


o profissional mais indicado para realizar a identificação e a monitorização de possíveis in-
terações medicamentosas em prescrições, representando uma das últimas oportunidades
de, ainda dentro do sistema de saúde, corrigir os possíveis riscos associados à terapêu-
tica (FERREIRA SOBRINHO ; NASCIMENTO, 2006). Suas responsabilidades, no momento
da dispensação, são múltiplas, envolvendo questões de cunho legal, técnico e clínico. No
momento que antecede o aviamento da receita/prescrição, o farmacêutico pode examiná-
-la atentamente, cruzando estas informações com dados da história clínica do paciente. É
imprescindível o total entendimento das informações constantes na prescrição (BROWN,
1997, apud PEPE ; CASTRO, 2000).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza que o farmacêutico destine à


orientação ao menos três minutos por paciente. Este tempo possibilita que sejam repassa-
das durante a dispensação informações importantes, tais como a ênfase no cumprimento
da dosagem, a influência dos alimentos, a interação com outros medicamentos, o reco-
nhecimento de reações adversas potenciais e as condições de conservação dos produtos
(BRASIL, 2001; SANTOS ; NATRINI, 2004).

A proximidade desse profissional junto à comunidade destaca sua posição estratégica


na implementação de projetos no combate à hipertensão, tendo como local de realização
a própria farmácia e a aplicação de uma nova prática: a Atenção Farmacêutica, definida
como a provisão responsável do tratamento farmacológico com o objetivo de alcançar
resultados satisfatórios na saúde, melhorando a qualidade de vida do paciente. Dessa for-
ma, proporciona a redução das reações adversas, das interações medicamentosas e dos
agravamentos da patologia (MORENO et al., 2007; PEREIRA ; FREITAS, 2008; EUROPHARM
Fórum/CINDI, 2000, OPS/OMS, 2002 apud RENOVATO ; TRINDADE, 2004).

As interações medicamentosas podem resultar em problemas relacionados a medi-


camentos (PRM), categorizados conforme os Consensos de Granada e Minnesota, em tipos
4 e 6, e serem causa de Resultados Negativos associados ao Medicamentos (RNM). O PRM
4 se refere ao problema de falta de efetividade quantitativo. Neste caso, a interação de dois
fármacos faz com que o efeito de um deles diminua. Já o PRM 6 é um problema de segu-
rança quantitativo, no qual a interação medicamentosa resulta no aumento do efeito de um

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78 | dos fármacos, e o paciente manifesta reação como se a dose tivesse ultrapassado sua dose
máxima segura (MACHUCA et al., 2004; VICTORIO et al., 2008).

Victório et al. (2008) analisaram 500 prescrições de pacientes hipertensos e encontra-


ram 1638 potenciais PRM. Destes, 20% correspondiam ao PRM 4 (falta de efetividade) e 7%,
ao PRM 6 (problema de segurança). Tais resultados indicam a necessidade de implantação
dos serviços de Atenção Farmacêutica a grupos específicos, em particular, a usuários de
medicamentos anti-hipertensivos, visto que tal prática pode evitar o uso irracional dessas
substâncias, principalmente com associações inadequadas que podem causar sérios danos
à saúde do indivíduo (VERONEZ ; SIMÕES, 2008).

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo evidenciou a necessidade da presença do profissional farmacêuti-


co na equipe multidisciplinar, ofertando seus cuidados aos portadores da hipertensão arte-
rial. Estes pacientes estão mais expostos ao risco de interações medicamentosas, já que, na
sua maioria, são usuários de uma grande quantidade de medicamentos e estão acima dos
55 anos, faixa etária que traz consigo mudanças na farmacocinética e na farmacodinâmica
associadas ao envelhecimento.

A dispensação adequada e a prestação de serviços e cuidados farmacêuticos podem


contribuir para diminuir tal risco, tornando a farmacoterapia mais segura e eficaz.

SOBRE O TRABALHO

Esse artigo foi produzido como Trabalho de Conclusão do Curso de Farmácia, no


período de 2011/1. Contato eletrônico com os autores: Crisnatany Lilian Pereira Lima (cris-
natany@hotmail.com), graduada em Farmácia pela Universidade Tiradentes – UNIT. Prisci-
la Souza de Sena (priscila.s.sena@hotmail.com), Especialista em Farmácia Hospitalar pela
UNIT, Cláudio Moreira de Lima (limaze74@hotmail.com), Mestre em Tecnologia Farmacêu-
tica pela Universidade de São Paulo - USP, Marcos Cardoso Rios (mcrios_farma@yahoo.
com.br), Mestre em Biotecnologia pela Universidade Federal da Sergipe – UFS, são docentes
do curso de Farmácia da UNIT.

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