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Universidade Federal da Bahia

ISP – Instituto de Psicologia


Pesquisa II
Docente: Ilka Bichara
Discente: Pedro Guedes Conceição

Relatório dos seminários de pós-graduação

Nome do projeto: Condições de vida na infância, estilo de apego adulto e carreira


reprodutiva masculina
Mestranda: Akemy Brandão Mochizuki
Orientadora: Eulina Lordelo
Horário da sessão: 09:30
Professor leitor: Patrícia Alvarenga

A apresentação em epígrafe teve como tema o estudo da relação entre as


condições de vida na infância e as estratégias reprodutivas masculinas (quantitativa ou
qualitativa) do ponto de vista da teoria evolucionista de socialização. O problema
colocado é se podemos relacionar as condições de vida na infância — ambiente
familiar, recursos - ao padrão de apego adulto, à sociossexualidade e às estratégias
reprodutivas adotadas por homens adultos.
O objetivo geral é avaliar as condições de vida da infância e sua relação com as
estratégias reprodutivas. Os objetivos específicos são analisar as condições de vida da
infância e classificar o estilo de apego adulto, a orientação psicossexual e as estratégias
reprodutivas relacionando-as às condições de vida da infância. A metodologia escolhida,
para cumprir tais objetivos, será: um estudo correlacional descritivo, usando
questionário de história de vida, uma escala de estilo de relacionamento e um inventário
de orientação sociossexual, que permitam avaliar o tipo de vinculação que o indivíduo
estabelece e o estilo sociossexual, aplicados numa população de 100 voluntários
homens, acessados por conveniência, começando antes com dez entrevistas-piloto.
A dissertação está produzida em sua fundamentação teórica e propostas, faltando
ainda começar a coletas de dados. No caso poderá haver mudanças se necessário
durante seu andamento.
Achei a exposição bem clara, até porque o tema está bem definido e a mestranda e
fez questão em deixar a linguagem simples e acessível; porém, em várias partes a
exposição me pareceu rápida demais, como se tivesse feita para ser avaliada ou para
quem tivesse lido. Os recursos utilizados foram basicamente slides.
Os principais comentários do professor convidado, que eu pude entender, foi no
sentido de situar historicamente, contextualizar os elementos pesquisados, aspecto
importante na hora de comunicar os resultados. Junto a isso, dialogar com a literatura
sobre o tema, com uma visão critica, detalhar mais o contexto de Salvador, apontar
criticamente as diferenças do teste em outros lugares e os resultados contraditórios de
pesquisas em lugares diferentes.
Me pareceu bem interessante as observações sobre a necessidade de
contextualização, pois atenta a outras variáveis do estudo e permite melhor dialogar
com dados mais concretos, pois creio que a intenção da pesquisa não seria apenas
recolher dados, mas discuti-los e para uma discussão mais articulada, construtiva e
impactante é interessante valorizar a especificidade do estudo quando contrastar com
outras pesquisas.
O professor leitor sugeriu que melhorasse a redação de hipótese, na parte da
associação de variáveis e trouxesse, na metodologia, o estado civil e a condição de
heterossexualidade. Também sugeriu que procurasse ajudantes, já que são 100
participantes e que fizesse já o piloto com os sujeitos definidos, porque está tudo
“amarrado” (sic).
As observações me pareceram mais técnicas e formais, num sentido de deixar os
dados mais completos e claros favorecendo a precisão daquilo que se pretende
investigar. O que acrescentou muito ao trabalho, explicitando mais vaiáveis importantes
a considerar na hora de pensar os achados.

Nome do projeto: A interação mãe-criança em díades com mães deprimidas e díades


com mães sem depressão
Mestrando: Emanuel Palma
Orientadora: Patrícia Alvarenga
Professor leitor: Eulina Lordelo
A dissertação trata a compreensão da interação entre a mãe e seu bebê no contexto
de depressão materna. O problema consiste em que, devido a depressão, se é possível
determinar o comportamento da mãe e como isso se reflete no comportamento do filho.
De acordo com a fundamentação teórica, a depressão materna repercute negativamente
no desenvolvimento infantil. O objetivo é comparar a interação mãe-criança em díades
com mães que apresentam depressão leve, moderada ou grave (grupo clínico) e díades
com mães que apresentam depressão mínima (grupo não clinico).
A metodologia será escolher 20 díades mãe-criança numa maternidade (amostra
por conveniência), aplicando fichas: de dados sociodemográficos, de saúde do bebê, do
inventário beck de Depressão, além de observação comportamental da interação da
díade mãe-criança. A partir daí se procederá a uma analise estatística descritiva e
correlacional. Para comparar os grupos clínicos e não clínicos se utilizará o teste “Mann
Whitney”.
A pesquisa já se encontra na fase de coleta de dados, em um estágio avançado até,
porque o mestrando trabalha nessa área.
A exposição, feita por meio de slides, pareceu-me clara e em um ritmo normal.
Apesar disso, devido à densidade teórica, fiquei meio confuso quanto aos modelos
teóricos diferentes apresentados, mas apenas por conta do curto espaço de tempo.
O Professor convidado perguntou ao mestrando qual a diferença entre depressão e
melancolia e aconselhado que definisse o que ele chama de “depressão”, já que tomou
este termo. Sugeriu que repartisse em “grave” “moderado” e “leve” em vez de “clinico e
não clinico”.
Uma professora respondeu que não importa se ela é deprimida, mas “se está
deprimida”. Penso que esse é outro referencial teórico e a maioria das observações do
professor foi nessa direção, além dos elogios. A definição de depressão teve como
referência o DSM que acredito ser suficiente se coaduna com o referencial teórico
escolhido.
A professora leitora chamou a atenção do mestrando que os medicamentos podem
interferir nos relatos e que o modelo de Patterson não tem especificidade para mães
deprimidas podendo ser criticado. E observou também que a questão para é o
diagnóstico funcional: não a depressão por si só, mas o funcionamento de uma díade em
geral ele. Além disso, aprofundou-se comentando que se posicionasse ante a questão
genética da depressão e dos modelos de transmissão. Também sugeriu que
problematizasse os achados que justificam seu problema de pesquisa. Observou que o
modelo de Patterson
Achei interessante colocar mais um ponto de critica no trabalho e a observação de
mais uma variável importante, o remédio, provavelmente a ser evitada. Não sei se seria
necessário observar a questão genética, talvez colocada em questão pela linha teórica do
professor, nem sei se seria complicado fazê-lo com o conteúdo da pesquisa que o
mestrando traz. Não entendi muito bem a questão do modelo de Patterson, me pareceu
que problematizaram a questão de ficar só com uma abordagem comportamental. Gostei
da pontuação de poder questionar tal modelo e também dos próprios achados apontarem
para a relevância do tema.
Gostei da pesquisa sobre estilo de apego adulto ser relativamente simples e ainda
assim interessante e bem fundamentada e a da interação mães com depressão com seus
bebês me pareceu bem acabada, ainda que o tempo foi muito curto para prestar atenção
e ao mesmo tempo anotar tudo.
Assistir os seminários de pós-graduação me permite perceber como a pesquisa é
construída através do debate, aprendendo a considerar variáveis importantes para o
estudo, para contextualizar e assim dialogar com outras pesquisas. Também vi que o
tipo de pesquisa depende: da escolha teórica, como uma posição pessoal que pode
chocar com os olhares de outras posições/teorias (dos próprios examinadores),
disposição de recursos para fazer a pesquisa; do que simplesmente seguir um modelo
ideal consolidado. Isso tirado de apenas duas apresentações que não foram maçantes,
pelo contrário, seria interessante poder assistir mais.

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