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Diretoria
Presidente | Elisa Zaneratto Rosa
Vice-presidente | Adriana Eiko Matsumoto
Secretário | José Agnaldo Gomes
Tesoureiro | Guilherme Luz Fenerich
Conselheiros
Alacir Villa Valle Cruces; Aristeu Bertelli da Silva; Bruno
Simões Gonçalves; Camila Teodoro Godinho; Dario
Henrique Teófilo Schezzi; Gabriela Gramkow; Graça Maria
de Carvalho Camara; Gustavo de Lima Bernardes Sales;
Ilana Mountian; Janaína Leslão Garcia; Joari Aparecido
Soares de Carvalho; Livia Gonsalves Toledo; Luis Fernando
de Oliveira Saraiva; Luiz Eduardo Valiengo Berni; Maria das
Graças Mazarin de Araujo; Maria Ermínia Ciliberti; Marília
Capponi; Mirnamar Pinto da Fonseca Pagliuso; Moacyr
Miniussi Bertolino Neto; Regiane Aparecida Piva; Sandra
Elena Spósito; Sergio Augusto Garcia Junior; Silvio Yasui
Organização do caderno
Odette Godoy Pinheiro
Revisão ortográfica
Ricardo Ondir
___________________________________________________________________________
C755c Conselho Regional de Psicologia de São Paulo.
Psicologia na Assistência Social e o enfrentamento da desigualdade
social. Conselho Regional dePsicologia de São Paulo. - São Paulo:
CRP SP, 2016. 106p.; 21x28cm. (Cadernos Temáticos CRP SP)
ISBN: 978-85-60405-43-5
CDD 150.195
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Ficha catalográfica elaborada por Marcos Antonio de Toledo – CRB-8/8396.
Cadernos Temáticos do CRP SP
Desde 2007, o Conselho Regional de Psicologia de São Paulo in-
clui, entre as ações permanentes da gestão, a publicação da série Ca-
dernos Temáticos do CRP SP, visando registrar e divulgar os debates
realizados no Conselho em diversos campos de atuação da Psicologia.
Essa iniciativa atende a vários objetivos. O primeiro deles é
concretizar um dos princípios que orienta as ações do CRP SP, o de
produzir referências para o exercício profissional de psicólogas(os);
o segundo é o de identificar áreas que mereçam atenção prioritária,
em função de seu reconhecimento social ou da necessidade de sua
consolidação; o terceiro é o de, efetivamente, garantir voz à catego-
ria, para que apresente suas posições e questionamentos acerca da
atuação profissional, garantindo, assim, a construção coletiva de um
projeto para a Psicologia que expresse a sua importância como ciên-
cia e como profissão.
Esses três objetivos articulam-se nos Cadernos Temáticos de
maneira a apresentar resultados de diferentes iniciativas realizadas
pelo CRP SP, que contaram com a experiência de pesquisadoras(es)
e especialistas da Psicologia, para debater sobre assuntos ou te-
máticas variados na área. Reafirmamos o debate permanente como
princípio fundamental do processo de democratização, seja para con-
solidar diretrizes, seja para delinear ainda mais os caminhos a serem
trilhados no enfrentamento dos inúmeros desafios presentes em nos-
sa realidade, sempre compreendendo a constituição da singularidade
humana como fenômeno complexo, multideterminado e historicamen-
te produzido. A publicação dos Cadernos Temáticos é, nesse sentido,
um convite à continuidade dos debates. Sua distribuição é dirigida a
psicólogas(os), bem como aos diretamente envolvidos com cada te-
mática, criando uma oportunidade para a profícua discussão, em di-
ferentes lugares e de diversas maneiras, sobre a prática profissional
da Psicologia.
Este é o 17º Caderno da série. O seu tema é “Psicologia na As-
sistência Social e o enfrentamento da desigualdade social”.
Outras temáticas e debates ainda se unirão a este conjunto, tra-
zendo para o espaço coletivo, informações, críticas e proposições so-
bre temas relevantes para a Psicologia e para a sociedade.
A divulgação deste material nas versões impressa e digital pos-
sibilita a ampla discussão, mantendo permanentemente a reflexão
sobre o compromisso social de nossa profissão, reflexão para a qual
convidamos a todas(os).
07 ApresentAção
AberturA – Órgãos e movimentos sociais convidados
08 Joari Aparecido Soares de Carvalho
ConferênCiA de AberturA
21 Vinícius Cesca de Lima
35 debates
56 Anderson Lopes
60 debates
Oficinas – Sínteses sobre os temas desenvolvidos
Meu bom dia a todos, a todas, meus cumprimen- que eu não me tornasse deputada nesta última
tos à mesa. Queria falar que dificilmente estou eleição. Faltaram dois mil votos. Como eu tenho
numa mesa onde nós mulheres somos majori- 35 anos de vida pública, e tenho uma experiên-
tárias, e eu queria uma salva de palmas, porque cia, a maior foi quando fui prefeita de Santos,
nós estamos no mês da mulher, e o meu compa- quero informar para vocês que eu sou bruxa, e
nheiro aqui vai ter que fazer das tripas coração, logo, logo, vou estar de volta lá antes de com-
para poder resistir no meio de nós todas. Em pri- pletar este mandato. Quero terminar a minha
meiro lugar, muito obrigada pelo convite. E a mi- fala dizendo o seguinte. Nós conseguimos fazer
nha saudação é no seguinte sentido, no Estado a votação em primeiro turno, da PEC1. A PEC é
de São Paulo, nós temos uma lacuna imperdoá- uma proposta de emenda constitucional, e nós
vel que precisa ser corrigida, muito rapidamente, já passamos em primeiro turno, falta mais uma
na nossa constituição. A Constituição do Estado votação. O fato de eu não ter o mandato não
de São Paulo define a Assistência Social usando significa que vocês não tenham me dado auto-
o critério de promoção social e de assistência ridade para continuar fazendo essa luta. Esta-
pura, exclusivamente. E nós, assistentes sociais, mos para fazer a segunda votação, e mais ainda,
psicólogas professoras, enfermeiras, que traba- estamos pedindo uma sugestão dos trabalha-
lhamos com todas as atividades correlatas, com dores do setor, para fazermos uma reunião com
a franja mais deserdada da sociedade, precisa- o secretário atual, para mostrarmos as razões
mos definitivamente ter na nossa carta magna de querer a votação dessa lei o quanto antes.
a informação de que Assistência Social é direito Fizemos, em dois anos e meio de discussão, o
do ser humano e dever do Estado. isso precisa máximo que pudemos. Entendemos que à medi-
estar colocado com clareza na nossa lei, senão da que cada um, cada uma vem para essa luta,
vamos ficar presos ao assistencialismo, ao pri- é mais um usuário que está protegido, é mais
meiro-damismo, por mais gentil que seja a primei- um direito que é respeitado, e é principalmente
ra-dama de um lugar. Assistência social é muito mais uma possibilidade de construir uma so-
mais do que isso. Assistência social é o exercício ciedade mais justa, mais igualitária. Nós somos
pleno da cidadania, e os CRAS e os CREAS não essenciais, as nossas profissões são essenciais
conseguem dar conta de tudo que têm que fazer, nessa caminhada. Peço a vocês que entrem no
à medida que não temos até agora uma lei maior site do FETSUAS, onde está a íntegra da nos-
que possa estabelecer essa multifuncionalidade sa legislação, da PEC que foi construída basica-
que tem que existir para podermos fazer cumprir mente com as nossas ideias e com a redação
o direito ao cuidado, ao aconchego, a tudo aquilo da Aldaíza Sposati, conhecida por todos nós. E
que nos foi mostrado no início da nossa sessão. termino dizendo da necessidade de as pessoas
Por isso, há dois anos e meio, temos um grupo contarem com um Estado de direito transparen-
de trabalho na assembleia, para fazer com que te, tranquilo, sem protecionismos antiquados,
a lei seja mudada. Ela precisa ser mudada. É o para que possamos efetivamente construir um
único Estado no Brasil que não tem essa com- futuro melhor para nós, para os nossos filhos e,
preensão do significado de Assistência Social, no meu caso, para os nossos netos.
mesmo com 10 anos de SUAS e mesmo com as
leis federais. isso significa que o Estado não terá
acesso a todos os envolvimentos e à capilarida- 1 Proposta de Emenda à Constituição n° 4, de 2014 (PEC 04/14 ),
Dá nova redação à Seção iii do Capítulo ii do Título Vii da Cons-
de para transferência de recursos. Quis a vida tituição do Estado, que dispõe sobre a Assistência Social.
Naiara Carneiro Teixeira 13
Coordenadora do Fórum Estadual de Trabalhadores e Trabalhadoras
do Sistema Único de Assistência Social em São Paulo (FETSUAS-SP)
Bom dia. O vídeo que nós vimos há pou- acabam chegando à central para debater-
co nos diz que mais do qualquer análise mos. Toda essa introdução me reporta a
de conjuntura, em qualquer situação com 10, quase 11 anos atrás. Alguém que faz
que nos deparamos na nossa vida, se não parte aqui dessa plenária esteve em Bra-
formos iluminados pela teoria, indo direto sília, em setembro de 2004. Nessa ocasião
para a prática, pouco vamos fazer nessa eu fazia parte do Conselho Municipal de
missão que temos neste mundo. O Fórum Assistência Social e, como representante
de Assistência Social é um dos segmen- desse conselho, participei da implantação
tos que tenta fazer alguma coisa para que do SUAS. Em 2005, víamos aquela crian-
essa ação efetiva na área social aconteça. ça nascer e hoje ela está com 10 anos, e
O Fórum existe há 22 anos. Nós temos um merece todos os cuidados, porque ela já
encontro mensal, e esse encontro articu- andou, já falou, mas tem muito que de-
la as organizações sociais, trabalhadores senvolver. Vocês da área da psicologia,
e usuários. A finalidade é justamente a como conhecem o desenvolvimento hu-
luta pelas políticas públicas, com a visão mano, entendem o quanto já se conquis-
da Assistência Social. E muito temos que tou. Mas muito tem que ser conquistado
fazer, são muitos desafios. No momento e superado. O papel dos psicólogos é um
atual temos o chamado marco regulató- papel fundamental para que isso aconteça,
rio, que vai definir muitas regras a partir para que a gente tenha mais vida. O SUAS
do dia 1º de agosto. Qual é o papel que é para aqueles que mais precisam, e nós,
as organizações sociais têm diante desse enquanto trabalhadores, enquanto usuá-
marco regulatório? Será que o Estado vai rios, temos que gerar vida, porque sem isso
continuar usando a chibatada, em relação nós vamos passar por este mundo e essa
à sociedade civil? Ou nós vamos começar a brecha vai ficar. E olhando aqui, deparando
ser ouvidos? Os trabalhadores que têm um com as cabeças, com os corações de cada
papel fundamental nessa vida, na missão um de vocês, penso o quanto já fizeram e
das organizações e, sobretudo, no atender, ainda estão por fazer, na sua missão pes-
no entender esse ser humano com que nós soal, na sua missão coletiva. Nós acredita-
nos deparamos do 0 até os 90, 100 anos, mos que este seminário vai proporcionar,
seja da baixa, seja da alta vulnerabilidade vai provocar algumas questões que devem
social. São questões com as quais o Fórum ser repensadas, e pedimos a Deus que isso
de Assistência Social tem se defrontado. aconteça. Parabéns a CRP pelo seminário e
Toda segunda-feira nos encontramos na parabéns pela acolhida aqui da universida-
câmara dos vereadores, mas nós também de, e dois dias bastante felizes e de bas-
temos os polos regionais, cujas questões tante produção. Muito obrigado.
Magali Pereira Gonçalves Costado Basili 15
Sexecutiva da Frente Paulista dos Dirigentes Públicos
Municipais de Assistência Social.
Obrigada Elisa, obrigada plateia, obrigada a to- estatuto da ABEP (Associação Brasileira de En-
dos aqui presentes. A Universidade Paulista se sino em Psicologia), e acredito que com o CRP,
sente muito satisfeita de ter sido procurada pelo ABEP e os bancos universitários, nós podemos
CRP para que este evento fosse realizado aqui. ter o SUAS ou políticas públicas. E faço questão
Eu diria para vocês, como coordenadora geral de de ler aqui um trecho da dissertação de mestra-
26 cursos de psicologia da Universidade Paulis- do da vice-reitora de graduação da UNiP, a dou-
ta, mais ou menos 26 mil alunos, por todo Estado tora Marília Ancona-Lopez, que fez um estudo
de São Paulo e fora do Estado de São Paulo, em sobre as clínicas psicológicas. E vou ler um tre-
Brasília, Goiânia e Manaus, eu diria a vocês que chinho da conclusão dessa tese que é de 1981.
tudo começa, na carteira, na sala de aula. Tanto “Conclui-se que as clínicas não preenchem suas
para o psicólogo quanto para o assistente so- funções sociais. Atender às necessidades da
cial. Também sou diretora do instituto de Ciên- população que as procura e atuar como agentes
cias Humanas da Universidade Paulista. E tenho de modificação social. São utilizadas para aten-
sob a minha responsabilidade, com os coorde- der às necessidades do sistema que individuali-
nadores de curso, os professores e os alunos, za problemas sociais. Os conflitos decorrentes
da formação de psicólogos, de assistentes so- dessa utilização são agravados por problemas
ciais e de pedagogos. E juntos, temos feito esse técnicos, teóricos, de identidade profissional e
trabalho, que tem que começar na sala de aula, estabelecimento do campo de competência do
para que possa existir o SUAS, porque, senão, a psicólogo. Diante desses conflitos, as institui-
guerra pelo saber, pelo fazer, continuará dentro ções e profissionais adotam posturas defensi-
do SUAS. Como o psicólogo fala de psicanálise, vas que se refletem em problemas de organi-
o assistente social só fala de Marx. Se isso não zação e isolamento.” Nessa época, a doutora
começar na semente, naquele primeiro ano dos Marília Ancona-Lopez ocupava o cargo que eu
bancos escolares do universitário, isso vai con- ocupo hoje. Hoje ela é a vice-reitora de gradua-
tinuar e não haverá política pública. Porque o ção da Universidade Paulista. Recentemente, no
egocentrismo de cada profissional impedirá que campus da Universidade Paulista de Araçatuba,
isso aconteça. Nós hoje, dentro da Universidade nós tivemos um problema sério com o SUAS. A
Paulista, em cada instituto, e eu represento aqui procuradoria do Estado nos procurou em razão
o instituto de Ciências Humanas, nós fazemos do não atendimento pelo SUAS de 350 crianças
junções de disciplinas afins. Então alunos de e jovens que estavam sem atendimento há 1, 2,
primeiro ano de psicologia, de serviço social, de 3 anos e tinham sido encaminhados por diver-
pedagogia, de secretariado executivo, de turis- sas outras instituições, outros profissionais ou
mo, de hotelaria, todos sentam juntos pelo me- até escolas. E a UNiP foi procurada e fizemos um
nos em uma disciplina em cada semestre letivo. plantão psicológico de agosto a dezembro de
Nós chamamos aqui na Universidade Paulista, 2014 e atendemos as 350 pendências do CRAS
de disciplinas de junção. E nesse seminário, que ou do SUAS, por nós todos, psicologia e serviço
é mais do que uma aula, onde estamos ora com social, alunos estudantes do oitavo semestre,
estudantes de psicologia, estudantes de serviço nono semestre, décimo semestre de psicologia
social, estudante de pedagogia, de secretariado e de serviço social. Bom, espero que este semi-
ou de turismo, debatemos o homem, a pessoa, a nário seja frutífero para aquelas pessoas que
comunidade, o grupo. E faço questão aqui, neste nos procuram, para que a psicologia pela qual
momento, para ser breve, de me posicionar. An- eu luto há 40 anos... Luto pelos grupos e comuni-
tes e durante a década de 1970, fui conselheira dades da nossa sociedade por um atendimento
do CRP. Trabalhei com a Ana Bock, para criar o coerente e não individualizante.
Marina Amadeu Batista Bragante 19
Coordenadora de gestão estratégica da Secretaria de Desenvolvimento
Social do Estado de São Paulo, representante do secretário de
Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo Floriano Pesaro.
Para concluir a abertura, agradeço pela re- guntas, os desafios, as dificuldades que en-
ferência feita aqui a mim, mas gostaria de frentamos. Então, é importante destacar que
repartir com todos e todas, porque sou um é um trabalho coletivo. Nós fazemos parte
profissional como vocês nesse desafio de de projetos coletivos: um projeto da nossa
levar adiante a Política de Assistência So- profissão de psicologia, um projeto coletivo
cial. Também queria destacar o trabalho que de trabalhadores da Assistência Social, um
cada uma e cada um dos colegas do Núcleo projeto coletivo das políticas públicas! Pas-
de Assistência Social e pessoas, como Rita, so a palavra para o colega Vinícius Cesca de
Rosário, Paula, Joaldo, Ariel, Luzia, igor, Giseli, Lima, psicólogo que recentemente defendeu
Fernando, Bruno e Vinicius, que assumiram uma dissertação de mestrado muito perti-
o compromisso dentro da atual gestão do nente para o que estamos discutindo (Psico-
Conselho de levar e tocar o debate, e não só logia da pobreza e pobreza da psicologia: um
aqui no evento, mas todos os dias quando estudo sobre o trabalho de psicólogas(os)
pintam as orientações nas subsedes, as per- na política pública de Assistência Social).
Conferência de abertura 21
Quero agradecer muito a honra e a oportuni- ao CREAS, onde o psicólogo se sente mais
dade de participar deste importante evento, e confortável, pois prevê um atendimento mais
a felicidade com o tema, dessa nossa mesa especializado. O CRAS obriga a psicologia a
sobre cidadania e sofrimento. O CRP tem tido transformar os pressupostos que já vinha de-
uma ação muito importante na direção de co- fendendo, para superar críticas feitas desde
locar a psicologia na superação da desigual- os anos 70, sendo Sílvia Lane, vanguarda no
dade, e é um pouco disso que vou tratar. Vou Brasil, críticas à naturalização do fenômeno
iniciar lembrando o que já foi dito. O impacto psicológico, e atrelado a ela o psicologismo, a
na sociologia desse momento importante co- patologização das questões sociais. Quero
meçou há 10 anos, quando nos ingressou ressaltar aqui uma dimensão importante para
profissionalmente na política pública de As- efetivação dessas mudanças pelas quais ba-
sistência Social. Uma ciência que até então talhamos. Não só temos problemas de ges-
tinha lugar nas políticas públicas exclusiva- tão, de lutas políticas, de relações de poder,
mente na Saúde, agora se depara com a As- lutas de classe, mas quero centrar aqui numa
sistência Social. Não vou entrar nos fatores questão que sintetiza todas elas, a questão
que favoreceram tal ingresso, são inúmeros, epistemológica, ética e política. Tanto que
vários já apontados aqui, desde as críticas in- nós estamos aqui, num evento promovido
ternas à psicologia, endossadas e operacio- pelo CRP que discute desigualdade. E coloca
nalizadas pelo CPF, até pela ação dos assis- como tema, não só doença mental, mas a
tentes sociais, que por sua vez, representam subcidadania. O que isso significa para a psi-
movimentos sociais, políticos, Diretas Já, inú- cologia? Trabalhar na assistência obriga o
meras questões sociais. Quero ressaltar aqui psicólogo a abandonar os seus conhecimen-
o impacto dessa entrada no campo da prote- tos sobre subjetividade, psiquismo, pois es-
ção social, a pressão que ela exerce, levando- sas dimensões do humano são classicamen-
nos a pensar e exigir uma mudança imediata te consideradas antagônicas aos fenômenos
do que vinha se delineando vagarosamente, sociais ou ainda como supérfluas e irrelevan-
quero transformar o foco de pesquisa e de tes quando se trata de enfrentar a pobreza.
atuação na psicologia de distúrbios emocio- Daí o chavão reducionista de que é preciso
nais, psíquicos, para pobreza e para desigual- distribuir a renda para depois pensar em
dade. A psicologia passa a ter como centro de questões psicológicas como liberdade e feli-
intervenção os problemas sociais, se me per- cidade. O ingresso no SUAS representa o re-
mite uma liberdade semântica, a doença so- conhecimento da subjetividade como dimen-
cial. O SUAS, além de nos colocar essa mis- são importante das questões sociais. Está
são, nos oferece um espaço privilegiado, para comprovado na legislação, que coloca como
atuar no Brasil todo, em um sistema único, um dos objetivos o fortalecimento da subjeti-
universal, e pensar questões de universalida- vidade, participação comunitária, convivência
de, singularidade. Temos que aproveitar essa familiar, também está na definição do usuário,
oportunidade. Vou me ater aqui ao CRAS, não que confere destaque à família e indivíduos
com perda de fragilidade, de vínculos de afe- distúrbios psíquicos que prejudiquem a or- 23
tividade, pertencimento, convivência, identi- dem social, um papel de higienização da so-
dade estigmatizada, etc. Por outro lado, é ciedade por meio de internações e processos
preciso ressaltar que esse reconhecimento de readaptação, fruto da concepção de que o
também não significa o triunfo da subjetivi- social afeta a subjetividade. Esse posiciona-
Bom dia a todos que estão aqui presentes, diversos. Publiquei já diversos artigos e
as colegas psicólogas, os colegas psicólo- também publiquei um livro (Entidades As-
gos. Sou muito grato ao convite do CRP sistenciais Socioeducativas: a trama ins-
para participar da conferência de abertura titucional), que tem uma parte dessa pes-
deste evento que é tão importante. O meu quisa que desenvolvi de 2008 a 2010, que
muito obrigado, em particular, aos meus foi o tempo no qual eu ingressei na política
colegas do Núcleo de Assistência Social, da criança, e fui conhecer o SUAS e os con-
do Conselho Regional de Psicologia, por selhos, a Prefeitura Municipal e as entida-
esse convite. Vou falar aqui, a partir do des municipais públicas e privadas, esse
meu lugar de psicólogo, tanto como profis- universo da política da criança e da Assis-
sional, e também como docente, como tência Social. E esse livro contém uma par-
pesquisador, como supervisor de estágios te da minha contribuição para esse debate
profissionalizantes, porque os meus esta- sobre subcidadania e o sofrimento psíqui-
giários estão trabalhando na área da As- co. Fui pesquisar sobre as duas locuções, o
sistência Social, os meus projetos de ex- termo subcidadania e sofrimento psíquico.
tensão estão todos localizados nesse A primeira delas, subcidadania, nas minhas
campo, e me interessa também, de um pesquisas, me remeteu aos instigantes
modo particular, a política pública para trabalhos de Jessé Souza, sociólogo e pes-
crianças e adolescentes que, em boa medi- quisador que aborda o assunto em diver-
da, é executada também nos estabeleci- sos livros. inclusive, um dos seus trabalhos
mentos institucionais do SUAS. Eu traba- se chama justamente A construção social
lho na UNESP de Assis, no interior de São da subcidadania: para uma sociologia po-
Paulo. Lá eu também oriento pesquisas de lítica da modernidade periférica. O autor,
iniciação científica e de mestrado nessa em seus trabalhos, produz análises muito
área, investigando diferentes problemas.
Venho me ocupando da questão da Assis-
tência Social desde 2008, e também da po-
lítica da criança. Fui membro do Conselho
Os estudos de Souza são muito
Municipal de Direito da criança e do ado- pertinentes para instrumentalizar,
lescente, e representei esse conselho no teórica e tecnicamente, os
de Assistência Social, de 2008 a 2010, num psicólogos que atuam na Assistência
município de médio porte no interior do es- Social. Porque ele permite que nós
tado de São Paulo. Nesse período, desen- possamos compreender alguns
volvi uma ampla pesquisa de pós-doutora-
do, sobre entidades assistenciais que
processos psicossociais importantes
atendiam crianças e adolescentes que não e profundamente relacionados com
tinham cometido ato infracional. Desde en- o trabalho que desenvolvemos com
tão, eu trabalho na área, dos modos mais os usuários dessa política pública
interessantes, pois entendo que ele pre- questão do sofrimento psíquico, numa 29
tende explicar alguns processos de produ- acepção que me parece bastante precisa,
ção de subjetividade que não são eviden- e que poderia ser bastante própria do pro-
tes por si mesmos. Ele pretende explicar fissional psicólogo, nos mais diversos âm-
como é que se dá a construção social e bitos de atuação. O convite para tratar
(Pessoa da plateia): A minha pergunta seria (Pessoa da plateia): Quando uma política colo-
para o Doutor Sílvio. No discurso, na fala dele, ca, por exemplo, uma equipe de referência, e es-
parece que eu percebi que ele está fazendo pecialmente agora com a Resolução 17, quando
uma reflexão sobre o papel do psicólogo e do pensa uma equipe multidisciplinar, e tem como
assistente social, que não estão definidos, e a orientação que essa equipe deve realizar um
questão do sofrimento psíquico, o papel do as- trabalho interdisciplinar, em um espaço, em uma
sistente social ou do psicólogo dentro desse unidade, no CREAS ou no CRAS, numa unidade
contexto fica meio dúbio. Como que o psicólogo
vai atuar se ele não tem definição desse sofri-
mento psíquico, dentro da Assistência Social? de um conjunto de demandas que estão
Eu trabalho em uma comunidade, há mais de
10 anos, e tem uma dificuldade extremamente
ali, que é a escuta não só do sofrimento,
grande de conseguir trabalhar com a questão do e da potência, e que ao propor isso, faz
sofrimento psíquico, do sofrimento emocional. uma quebra de paradigma, porque pensa
Porque a pessoa está com tanta fome, a pes- uma outra psicologia que não a psicologia
soa está com tanta necessidade, a pessoa está clínica tradicional, ou comportamental
sem casa, o barraco está caindo, os filhos estão conservadora.
de acolhimento, essa equipe tem um papel supe- (Pessoa da plateia): Trabalho em um município
rimportante de fazer um trabalho interdisciplinar da Grande São Paulo e estou atualmente tra-
em que o processo de trabalho deve ser inter- balhando com população em situação de rua.
disciplinar, e essa atuação interdisciplinar deve E no começo, eu disse assim: “Ah, que bom que
ser registrada em um prontuário, quebrando eu vim!” Porque lá no trabalho, no dia-a-dia, eu
essa visão unidisciplinar, pensando a perspec- me sinto louca às vezes. Quando a Bader fala na
tiva interdisciplinar. Gostaria que falasse mais questão que estamos junto no controle, nossa,
sobre isso. Esse espaço de escuta dessa narra- como isso é presente, principalmente com a po-
tiva, desses sujeitos e dessa potência, que para pulação em situação de rua. Então, quem acaba
mim também na política está apontada. Quando atendendo a população, a gente é tido como a
você fala do conjunto de demandas de usuários gente estando ao lado dos que não se compor-
e usuárias, inclusive que a política coloca que tam. A minha pergunta que está misturada com
tem que ter uma participação ativa, protagonis- uma coisa que traz um sofrimento profissional
ta nessa relação, nesse diálogo com o trabalha- cotidiano, porque quando a gente tenta lá na
dor e com a trabalhadora. Então, de um conjunto prática garantir algumas coisas que estão es-
de demandas que estão ali, que é a escuta não critas na política, como o empoderamento, con-
só do sofrimento, e da potência, e que ao pro- trole social, a participação, o retorno que se tem
por isso, faz uma quebra de paradigma, porque da instituição é: “Aqui não tem espaço para isso;
pensa uma outra psicologia que não a psicologia faça isso nos movimentos sociais. Dentro da po-
clínica tradicional, ou comportamental conserva- lítica, isso não é possível.” Porque temos todas
dora. Aponta para uma possibilidade de um tra- as forças políticas em volta, e quando se tenta,
balho que vai nessa direção. Então não é o pa- na prática ali, de qualquer forma, atendimentos
pel, não é qual o documento do psicólogo, qual individuais, oficinas, grupos, quando a temática
o procedimento do psicólogo, mas é quando eu é dar voz e vez às pessoas, considerar a realida-
estou manuseando um prontuário ou fazendo de, a gente tem o retorno de que devemos fazer
uma escuta, é o meu olhar a partir dessa psico- em outro lugar; dentro da política não é possível;
logia que você colocou aí, de olhar esse sujeito faça isso depois do expediente. Então, como que
dentro de um contexto, de um território, e a partir a gente avança neste 10 anos? Acho que é a crí-
daí promover o que a política inclusive coloca que tica do outro professor (Benelli) também, como a
é de atender às requisições que estão ali, o que o gente mexe nessa maquiagem, sem reverberar
usuário está demandando. Como nesse trabalho tanto nas opressões que os profissionais sen-
interdisciplinar numa equipe multidisciplinar, eu tem quando tentam trazer o sujeito, tirá-lo do lu-
posso dar conta, porque você falou muito bem gar de submisso da política, do técnico que sabe
que, essa visão do sujeito, da objetividade, da sobre as verdades todas.
subjetividade, é do conjunto de profissionais.
Então, eu acho que a política te apontou para (Pessoa da plateia): Eu não sou psicóloga,
um processo que pode ser revolucionário nes- sou assistente social. Eu trabalho no SUS e no
se sentido, de sair da unidisciplinaridade para a SUAS. Tenho trabalhado muito também com
multidisciplinaridade. E esse é o nosso desafio, população de rua, e agora no CREAS mais com
eu queria que você falasse mais sobre isso. família e idosos. Somos responsáveis por 80 mil
famílias pobres. E a minha pergunta vai para o
(Pessoa da plateia): Uma questão que vem me doutor Sílvio. Gostaria que você aprofundas-
perturbando um pouco é pensar que quando se um pouquinho esse conceito partindo dos
a gente estuda, tem uma formação, ganha um princípios e conceitos de territórios e das di-
conteúdo para basear a nossa prática, mas, ferenças regionais do País.
de repente, a gente cai num ambiente em uma
realidade que a gente não viveu. Como é que
a gente faz, para integrar e conseguir pensar quando a gente tenta lá na prática garantir
num manejo para unir muitas vezes o que a algumas coisas que estão escritas na
gente aprende com a realidade que a gente
política, como o empoderamento, controle
não conhece? Como é que a gente consegue
de fato propor um trabalho fidedigno e res- social, a participação, o retorno que se tem
peitoso, se a gente não conhece a realidade da instituição é: “Aqui não tem espaço para
onde a gente vive e trabalha? isso; faça isso nos movimentos sociais.
Dentro da política, isso não é possível.”
Respostas dos conferencistas e considerações finais 37
Boa tarde, novamente, a todas, a todos. de São Paulo, no Brasil e nos municípios
Queria retomar aqui, vou iniciar me reapre- onde todos nós atuamos ou poderemos
sentando, já que algumas pessoas estão vir a atuar. Muito do que a gente discutiu
chegando hoje. Sou Joari Carvalho, sou psi- ontem na conferência, muito do que se
cólogo, sou trabalhador da Assistência So- discutiu nas oficinas, poderá voltar aqui à
cial em Suzano, onde atuo no Departamen- tona, entendendo que boa parte das ques-
to de Vigilância Socioassistencial. Neste tões e de algumas dificuldades podem ser
momento, faço parte do Conselho Regional acolhidas e superadas com esses quatro
de Psicologia como conselheiro, na atual elementos da Política de Assistência Social
gestão, o 14º Plenário e, pelo Conselho, avançando; porque entendemos que dei-
tenho participado da representação no Fó- xam a desejar, e nós todos precisamos ser
rum Estadual de Trabalhadores do SUAS, e protagonistas desses processos de supe-
participava na representação na Frente Es- ração das dificuldades em relação a esses
tadual Parlamentar em Defesa do SUAS em quatro eixos, para o que, inclusive, já con-
São Paulo. Queria entrar, então, na ideia do vocamos todos vocês a continuarem esses
painel, que é a última etapa do seminário. debates nos nossos locais de trabalho, nos
O painel foi construído para que a gente ti- movimentos sociais, nos órgãos onde tra-
vesse alguns aspectos considerados muito balhamos, para que não fiquemos restritos
importantes estrategicamente para avan- somente ao debate de hoje, nessa tarde de
çarmos na Política de Assistência Social. sábado. Vou compor aqui a mesa do painel,
No tema do painel, nós temos os desafios convidando a Stela da Silva Ferreira, gra-
e perspectivas para valorizar o trabalho duada em ciências sociais pela Universida-
social, qualificar os serviços ofertados e de de São Paulo, mestre e doutoranda em
efetivar o (SUAS) como política pública de serviço social pela Pontifícia Universidade
garantia de direitos. Cada pessoa que vai Católica de São Paulo. Ela atuou por 10
compor o painel recebeu um convite pedin- anos como pesquisadora na Universidade
do que trouxesse uma consideração sobre de São Paulo, na área de direitos sociais de
um dos quatro aspectos que, fazendo dis- famílias trabalhadoras. É pesquisadora do
cussões, analisando muitas questões que Núcleo de Estudos e Pesquisas em Seguri-
chegam ao CRP e os debates da própria Po- dade e Assistência Social, o NEPSAS, PUC/
lítica de Assistência Social, foram conside- São Paulo. Participa de coletivas de profis-
rados inadiáveis para a gente aprofundar. sionais voltados à elaboração, sistemati-
E, aí, queríamos aproveitar essa oportuni- zação e realização de processos de edu-
dade para discutir o Plano Estadual de Edu- cação em serviços do SUAS. É consultora
cação Permanente e Capacitação, a gestão em educação permanente na Assistência
do trabalho, a mobilização dos trabalhado- Social, em âmbito federal e municipal, e é
res e das trabalhadoras e a mobilização de docente em cursos de pós-graduação e es-
pessoas usuárias dos serviços no Estado pecialização com foco em políticas sociais,
promover o exercício da cidadania por meio 43
Muito do que a gente discutiu da participação popular e garantir formas
ontem na conferência, muito do alternativas de acesso à Justiça. É profes-
sora colaboradora das ações de educação
que se discutiu nas oficinas, poderá
política da Fundação Konrad Adenauer, a
voltar aqui à tona, entendendo
Boa tarde a todas e a todos! É com grande aqui, na abertura, e que eu assisti o vídeo o
alegria e bastante nervosismo que aceito “Tecido e o Tear”, eu me senti bem localizada.
esse convite de estar nessa mesa de deba- Eu falei: “Tem tudo a ver com a minha prática,
te. É a primeira vez que eu vou falar para um com a minha história.” Porque foi um vídeo
público eminentemente de psicólogos. Eu basicamente na defesa dos Direitos Huma-
sei que dentro da área do SUAS, a minha ca- nos, e a gente entende os direitos sociais a
tegoria se encaixa; porém, ela é a minoria. forma de efetivar os Direitos Humanos.
Os advogados, apesar de serem também Quando pensamos na história recente do
trabalhadores do SUAS, são uma categoria nosso país, com o advento da Constituição
bem pequenininha e talvez precise ser maior Federal de 1988, temos uma mudança de
e ter uma atuação mais engajada. Acho que paradigma: sair de uma política assistencia-
é importante, antes de falar sobre o Plano lista e partir para uma política garantidora
Estadual de Capacitação, explicar rapida- de direitos. E o SUAS nada mais é que uma
mente como eu vim parar nesta posição. A grande política garantidora de direitos; é a
minha formação e principalmente o caminho forma de a gente ter a política pública que
que eu segui dentro do direito me levou a vai efetivar aqueles direitos que estão pre-
escolher a minha área de especialização, conizados na lei. Com base nessa legislação,
que é educação em Direitos Humanos. Mas e que a gente tem mais recentemente a
eu chego à assistência por um outro cami- questão da educação permanente, é então
nho. A minha área de pesquisa foi a educa- que entra a EDESP, a Escola Estadual de De-
ção popular, como você divulga e dá acesso senvolvimento Social, que é voltada para to-
a direitos para a população para que, em pri- dos os trabalhadores envolvidos no SUAS.
meiro lugar, ela tenha conhecimento de seus Embora ela esteja na Secretaria Estadual de
direitos e depois encontre uma forma de ga- Desenvolvimento Social, ela é voltada para
rantir esses direitos. Foi nessa experiência todas as pessoas do Estado que trabalham
que eu tive na Secretaria da Justiça, coorde- com essa política. Então, é importante eu
nando os Centros de integração da Cidada- estar aqui hoje e ter esse canal aberto com
nia, espaços voltados para a participação vocês, que são pessoas que operam essa
popular que o meu trabalho foi se aproxi- política e que também podem demandar da
mando da assistência e, principalmente, do EDESP projetos de capacitação, entendi-
usuário da assistência, se a gente chamar mento de determinadas situações que ain-
dessa forma o público-alvo, a quem a políti- da não estão claras na construção da políti-
ca se destina, que são principalmente as po- ca. Durante os relatos das oficinas, que eu
pulações em áreas de alta vulnerabilidade ouvi antes dessa mesa começar, duas coi-
social. Por conta disso e também por conta sas me chamaram bastante atenção. Uma
da minha formação, eu não consigo abordar delas foi a necessidade de repensar e refle-
um assunto sem pensar no seu amparo le- tir sobre a nossa prática. A EDESP quer ser
gal. Então, ontem, quando a gente estava um espaço de referência para, justamente,
ção de aniversario da Escola, que completa 45
os espaços de formação três anos, e convidamos para compor uma
mesa de debates uma pessoa do CEFOR,
são voltados para manter os que é o centro de formação da área da Saú-
questionamentos, manter o ponto de, que vai falar como foi o desafio para o
essa reflexão, esse repensar sobre a práti- Não posso deixar de falar que,
ca. Claro que as novidades, as coisas que
vão aparecendo, as mudanças que vão
finalmente, esperamos, a escola
ocorrendo, é muito importante que elas che- consiga realizar o CapacitaSUAS,
guem a cada um de vocês, mas também é que ainda não foi realizado aqui
necessário que se possa proporcionar espa-
ços para repensar essa prática. É também
no Estado.
com essa perspectiva que a EDESP quer tra-
balhar. E outra questão colocada foi a da ri-
validade. isso não é uma questão restrita SUS, com o SUAS, e o programa de educa-
apenas à assistência. A gente percebe que ção permanente das duas áreas. Uma outra
profissionais de áreas distintas que estão área que convidou para esse evento foi a
praticando a mesma política pública, muitas Escola de Defensoria Pública do Estado,
vezes, entram em um terreno quase que es- porque ela tem uma vida intermediária entre
túpido de rivalidade, quando na verdade o a implantação do SUS e a do SUAS, também
que precisamos fazer é unir as forças para trabalha com o mesmo público-alvo da as-
poder tocar a política. Então, também acho sistência. A Defensoria tem um núcleo, o
etc.? Uma outra perspectiva, que a professo- Nós não estamos prontos para
ra Berenice Rojas trouxe na conferência que atuar nessa política antes de
teve como foco os trabalhadores do SUAS,
em 2011, cuja pergunta cabe, ainda, infeliz- encontrarmos concretamente
mente, que é quanto a gente tem, enquanto sujeitos à nossa frente, com quem
a gente vai continuar produzindo
5 Ver síntese da oficina 17 - Trabalho em equipe multiprofis- conhecimento. Nós não estamos
sional e a concepção de interdisciplinaridade, realizada por
Rozana Fonseca. prontos, preparados de antemão.
Gervison Marcos Melão Monteiro 53
Sociólogo, representante do Fórum Estadual dos Trabalhadores do
Sistema Único de Assistência Social trabalha na Diretoria Regional de
Assistência Social, órgão vinculado à Secretaria de Desenvolvimento
Social do Estado de São Paulo, na DRADS Grande São Paulo - ABC.
(Pessoa da plateia): Eu vou tentar ser mui- isso é muito bom. infelizmente, a deputa-
to breve, eu sou da Frente Parlamentar em da não foi reeleita, mas essa luta vai con-
Defesa do SUAS. Eu me senti provocado a tinuar, a deputada falou aqui ontem que
falar um pouco pela gentileza do Marcos, nós vamos convocar o secretário Floriano
de ter me citado nessa articulação que foi Pesaro. Nós estamos tentando conversar
feita em torno da Frente Parlamentar em com ele, para que ele se coloque publica-
Defesa do SUAS. Eu queria dizer que essa mente diante dessa Proposta de Emenda
articulação foi, vamos dizer assim, gestada Constitucional, que a gente reafirma que
por um encontro de trabalhadores do SUAS não é uma política de partido, não é uma
que aconteceu em Santos, no mês de junho política de governo, é uma política de Es-
de 2012. Mas, o que eu queria compartilhar tado que foi construída, como disse a pro-
com vocês aqui é que eu, no mandato, tive fessora Stela, aqui, com a contribuição de
uma convivência de um ano e meio com o gestores, de trabalhadores, de usuários.
pessoal da Assistência Social, e quando Essa polícia é o resultado desse processo,
a deputada me chamou para trabalhar na quer dizer, nós encaminhamos isso e fica-
Frente, eu falei: “Deputada, eu não conheço mos muito felizes de termos chegado até
o SUAS, a única política pública que eu te- aqui com vocês. Todas as lutas valem a
nho mais proximidade é a do SUS.”, porque pena, mas essa luta da Assistência Social,
eu vinha do movimento sindical e discutia para mim, em especial, foi muito legal, mui-
a saúde do trabalhador e participava do to gratificante. Muito obrigado!
processo da construção do SUS. E aí vi que
tinha uma coisa muito similar ou meio que (Pessoa da plateia): Boa tarde a todos e
convergente às políticas da construção de todas, sou psicóloga também, sou funcio-
sistemas nacionais, mas eu notava uma di- nária do Estado e fico muito feliz de encon-
ferença entre a política de construção do trar aqui pessoas interessantes e pessoas
SUS, que tinha um forte protagonismo dos interessadas. E isso me provoca a ser um
usuários, e na Assistência Social a gente pouco ousada naquilo que eu vou colocar
sentia a falta. Fico muito satisfeito de ver aqui agora. Existe uma necessidade da
o Anderson, hoje assumindo esse prota- contínua implantação do SUAS. O Marcos
gonismo com muita clareza, muita firmeza, colocou um painel maravilhoso no sentido
de deixar claro como está a situação dos
trabalhadores nos municípios, dos quais eu
eu notava uma diferença entre faço monitoramento, em alguns daqui da
a política de construção do SUS, Grande São Paulo, e principalmente dentro
da nossa secretaria. Ano passado teve vá-
que tinha um forte protagonismo rias capacitações. O que aconteceu? Dei-
dos usuários, e na Assistência xamos de lado todo o resto de trabalho.
Social a gente sentia a falta São 26 diretorias regionais, tem diretoria
de atendidos e número de atendimentos. 61
A capacitação que foi feita, Então, assim, a capacitação é continuada,
mas ela sempre continua do zero, começa
por exemplo, para os nossos sempre do zero todo ano. Há uma pergunta
municípios, a respeito da que eu vou deixar, para a izabel, que está
os temas desenvolvidos
1 Oficina realizada por Ricardo Rodrigues Dutra - Departamento de Gestão do Trabalho do SUAS/MDS
Allan Carvalho
Representante do Fórum de Assistência Social da Cidade São Paulo (FAS)
1 Oficina realizada por João Victor Reis 2 Síntese produzida pelo CRP SP
5. O serviço de proteção em situações de 75
calamidades públicas e emergências: o que é preciso
saber sobre o papel da Assistência Social para atuar,
Mariana Siena
Pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas
Sociais em Desastres (NEPED) da UFSCar
1 Oficina realizada por Maria Julia Azevedo Gouveia e Lucia Helena Nilson
Superação do paradigma
institucionalizante enraizado na
Assistência Social, segundo o
qual é atribuída às Instituições a
tarefa de afiançar proteção social
O público presente à Oficina era composto e favorecer desenvolvimento,
de cerca de 30 pessoas, dentre profissionais despotencializando os recursos que
psicólogos que atuam em SAiCAs, gestores,
estudantes de psicologia. Após uma breve
a própria Comunidade tem
apresentação destes, propusemos uma me-
todologia à Oficina que fosse dialógica, pro- cial especial de alta complexidade do SUAS, de
cedendo a uma brevíssima síntese dos Docu- modo que situações de conflito e tensão podem
mentos: Orientações Técnica para os SAiCAs compor o cotidiano/dinâmica do trabalho e de-
(MDS, Brasília, 2009) e Resolução 23, de se- vem ser enfrentadas na perspectiva da prote-
tembro/2013, do CNAS. ção social e da defesa intransigente de direitos
de crianças e adolescentes, apostando na rela-
Houve participação bastante intensa dos ção a ser estabelecida, na criação e manuten-
presentes sobre as questões que eram levan- ção de vínculos para sustentação do trabalho,
visto que crianças e adolescentes se compor-
Patrícia Brucieri
Olhar para essa brecha da formulação e execução da política pública nos faz
refletir de que modo os impactos do chamado ‘mito da democracia racial’ ainda
opera na sociedade brasileira mantendo os processos de desigualdades no
acesso aos direitos de brancos e negros.
De acordo com dados do Censo do iBGE Direitos da Pessoa com Deficiência1, assi-
2010, 23,9% da população brasileira tem, nada pelo Estado brasileiro e gozando de
pelo menos, um tipo de deficiência, algo em status constitucional. Construída a partir
torno de 45 milhões de pessoas. Dessas, de contribuições de movimentos de vida
26,6% se encontram na região Nordeste, independente, ativistas, pessoas com De-
historicamente reconhecida como a região ficiência, além de especialistas, a Conven-
mais pobre do país, possível indício da rela- ção, como ficou conhecida, inova ao apre-
ção estrutural entre pobreza e deficiência. sentar a Deficiência desde o modelo social,
entendendo que essa não está localizada
Dentre os objetivos da Assistência So- exclusivamente no corpo da pessoa, mas
cial no Brasil, no escopo da Proteção Social, sim é construída socialmente na diminuição
segundo sua Lei Orgânica (8.742/93), en- da participação social (ou na comunidade),
contramos: iV - a habilitação e reabilitação como consequência da interação entre im-
das pessoas com deficiência e a promoção pedimentos de naturezas diversas, congê-
de sua inclusão à vida comunitária; V - a ga- nitas ou adquiridas ao longo da vida, e as
rantia de 1 (um) salário mínimo de benefício barreiras impostas por uma sociedade que
mensal à pessoa com deficiência e ao idoso não as reconhece como dignas de pertença.
que comprovem não possuir meios de pro-
ver a própria manutenção ou de tê-la provi- A Resolução CNAS Nº 34/11 define
da por sua família. que habilitação e reabilitação... “é um pro-
cesso que envolve um conjunto articulado
O inciso V dessa lei é operacionalizado de ações de diversas políticas no enfren-
no Benefício de Prestação Continuada (BPC; tamento das barreiras implicadas pela de-
Decreto 6.214/07), não havendo grande ficiência e pelo meio, cabendo à assistên-
questionamento. O inciso iV, contudo, im- cia social ofertas próprias para promover
plica desdobramentos teóricos e políticos o fortalecimento de vínculos familiares e
importantes: quem é a pessoa com defici- comunitários, assim como a autonomia, a
ência? Como encarar a habilitação e reabi- independência, a segurança, o acesso aos
litação desde a ótica da Assistência Social direitos e à participação plena e efetiva na
e quais os limites com a Saúde? Como pro- sociedade” (art. 2º). A mesma resolução
mover a inclusão à vida comunitária e qual postula que essas ações se caracterizam
o papel de outras políticas, especialmente a na Proteção Social, na Vigilância Socioas-
Saúde e a Educação?
1 É digno de nota que, após o seminário que deu origem a este
O documento mais importante pro- Caderno Temático, em 6 de julho de 2015, foi sancionada a Lei
13.146, que institui a Lei Brasileira de inclusão da Pessoa com
duzido nos últimos anos no que tange à Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), tendo como
questão da Deficiência é a Convenção dos referência a Convenção dos Direitos da Pessoa com Deficiência,
incididindo sobre a Assistência Social e diversas outras políticas
públicas, visando a inclusão social e a cidadania.
sistencial e na Defesa e Garantia de Di- 93
reitos (art. 3º) e se realizam por meio de Atender a pessoa com Deficiência
programas, projetos, benefícios e serviços (e sua família) e às suas demandas
tipificados (art.4º).
dependerá, finalmente, exatamente
disso: considerá-la uma usuária do
A Norma Operacional Básica de Recursos Hu- mas cada um atuando em nome de sua es-
manos e sua atualização pela Resolução nº pecificidade, tentando delimitar o campo
17 do Conselho Nacional de Assistência So- que o compete.
cial – CNAS, de 2011, garantem a formação
de equipes multiprofissionais no SUAS, tanto É necessário romper com a fragmen-
para as equipes de referência dos serviços tação do saber, pois a desigualdade social,
socioassistenciais quanto para a gestão, que é evidenciada nas complexas vulnera-
como Assistente Social, Psicólogo, Antropó- bilidades sociais que são apresentadas ou
logo; Economista Doméstico; Contador; Ad- identificadas pelos profissionais do SUAS,
ministrador; Pedagogo; Sociólogo; Terapeuta não pode ser objeto de intervenção de ape-
Ocupacional; Musicoterapeuta e Advogado. nas um saber, e todos devem debruçar so-
bre as diversas dimensões das demandas
Portanto, tem-se a formação de equipes dos sujeitos, famílias e comunidades.
multidisciplinares com o objetivo de executar
a Política Nacional de Assistência Social, por As diferentes e complexas dimensões,
meio de um trabalho interdisciplinar. Contudo, objetos da intervenção interdisciplinar, são
os desafios do dia a dia do trabalho no Siste- as expressões do sofrimento ético-político
ma Único de Assistência Social tem eviden- pontuado por Sawaia, como “O sofrimento
ciado as barreiras e dificuldades em superar que retrata a vivência cotidiana das ques-
o modelo de atuação multidisciplinar. Nessa tões sociais dominantes em cada época
Oficina, a intenção é problematizar essas histórica, especialmente a dor que surge da
barreiras e refletir sobre proposições para o situação social de ser tratado como inferior,
trabalho interdisciplinar no SUAS. subalterno, sem valor, apêndice inútil da so-
ciedade”. (Sawaia, 19991).
O trabalho operacional e meramente
objetivo, provocando um excesso de tare- O conceito de interdicisplinaridade,
fas e metas numéricas a serem cumpridas problematizado por Afonso et al (20122), ao
pelos técnicos de referência podem ser citar Santos (2007), nos aponta direções
consideradas como fatores que eviden- para uma atuação interconectada: “Se, na
ciam que o trabalho social no SUAS ainda multidisciplinaridade, as disciplinas coope-
não superou as velhas técnicas e metodo-
logias utilizadas no trato com a pobreza e
com as complexas consequências da desi- 1 Sawaia, B. B. (2007). O sofrimento ético-político como categoria
gualdade social. Será o SUAS um sistema de análise da dialética exclusão/inclusão. in B. B. Sawaia (Org.),
As artimanhas da exclusão: uma análise ético-psicossocial da
que nasceu velho? O sistema não, mas as desigualdade (7ª ed., pp. 97-119). Petrópolis, RJ: Vozes.
metodologias do trabalho se apresentam 2 Afonso, M. L. M.; Vieira-Silva, M.; Abade, F. L.; Abrantes, T. M.;
obsoletas quando se tenta operacionalizar & Fadul, F. M. A psicologia no Sistema Único de Assistência
uma política com diferentes profissionais, Social. Pesquisas e Práticas Psicossociais, 7(2), São João del-
Rei, jul/dez. 2012.
ram em projetos, mas cada uma trabalha 95
um aspecto do objeto, com limites definidos Será o SUAS um sistema que
e sem mudanças de método, na interdisci- nasceu velho? O sistema não, mas
plinaridade, busca-se compartilhamento de
as metodologias do trabalho se
métodos e integração do campo de inter-
apresentam obsoletas quando se
A Assistência Social é composta por um da tal como ela é vista pelos comunitários
vasto conjunto de entidades e organiza- e concebida pelos agentes externos para
ções de Assistência Social, reunindo ser- que a rede responda à realidade do con-
viços, programas, projetos e benefícios texto de maneira emancipadora.
socioassistenciais, ofertados complemen-
tarmente entre unidades privadas e pú- Para tanto, torna-se fundamental o
blicas (CRAS, CREAS, Centros POP, entre planejamento do trabalho socioassistencial
outras) para assistir a população. Trata-se de acordo com os níveis de intervenção ne-
da chamada rede socioassistencial, sendo cessários, salvaguardando o entrelaçamen-
regida por diferentes políticas públicas e to de saberes e perspectivas. É por meio da
demandando: compreensão holística dos visão poliocular (inter e transdisciplinarida-
determinantes que configuram a realidade de) que podemos acessar a diversidade de
em questão (visão do todo); engajamento campos e imprimir nas ações o dinamismo
político (responsabilidade com a transfor- do tecido social. Com isso, as ações ocor-
mação das condições de vida de forma rem, na maior parte do tempo, de maneira
estrutural); respeito pelo ser humano e re- simultânea ou paralela, reforçando a per-
conhecimento dos direitos universais (prin- meabilidade da intervenção e o constante
cípios da Ética); garantir a participação aprimoramento e adequação da rede.
social, por meio da inclusão dos diversos
atores no processo de mapeamento da re- O trabalho de composição da rede,
alidade vivida, nas decisões sobre o rumo a portanto, não é linear. Ele vai se desdobran-
seguir e na ação transformadora. do a partir dos acontecimentos, das oportu-
nidades e das necessidades que surgem no
A intervenção no contexto social im- campo. Exige que seus membros estejam
plica que as ações sejam sincronizadas e em formação permanente, desde o início
sintonizadas, pois, quando isoladas, elas da intervenção e de maneira simultânea ao
não asseguram o acesso ao qual cidadãs e processo como um todo, já que participam
cidadãos têm direito, o que exige a interlo- de todas as etapas da intervenção.
cução com inúmeras redes (e setores). Por
isso, a interpretação da realidade e a iden- Trata-se também de fortalecer sua
tificação das necessidades locais apenas identidade social, autoeficácia e a capaci-
serão pertinentes se feitas em conjunto dade de manejar as situações para melhor
com os atores sociais em questão: popu- posicionar a rede frente à mobilidade do
lação, forças vivas da comunidade, agen- contexto, visando garantir sua continui-
tes externos, representantes das diversas dade em longo prazo. Em geral, observa-
instituições presentes no território, sejam mos redes que se desestruturam depois
elas estatais ou não governamentais. É de certo tempo formadas, por não ter sido
preciso “fotografar” a comunidade assisti- enfatizado um trabalho de desenvolvimen-
to interno. Algumas redes surgem dentro 97
de contextos pontuais para dar respostas A interpretação da realidade e a
políticas a situações específicas e acabam identificação das necessidades
se dispersando dos seus objetivos por não
locais apenas serão pertinentes se
transcenderem a demanda imediata.
feitas em conjunto com os atores
34
Quantidade de Serviços
de Centro Pop
Munícipios com
serviços de
Acolhimento
Psicólogos em
Municípios com População Censo Psicólogos ativos Psicólogos /1.000
serviços de
Acolhimento IBGE 2010 no CRP-06 Habitantes
acolhimento
Quantidade de Serviços de
Acolhimento em todos os
Municípios
1.247
Fontes: Portal do MDS na página do Censo SUAS 2013
Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas – CREPOP
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Diretorias Regionais de Assistência e Desenvolvimento Social – Drads
Mapa 3: Mapa do Estado de São Paulo apresentando os municípios que contêm unidades do CREAS. Em branco, os
103
municípios em que não foram encontrados equipamentos CREAS, segundo dados do Censo SUAS 2013.
Quantidade de Serviços
de CREAS em todos os
Municípios
230
Fontes: Portal do MDS na página do Censo SUAS 2013
Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas – CREPOP
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Diretorias Regionais de Assistência e Desenvolvimento Social – Drads
Mapa 4: Mapa do Estado de São Paulo apresentando os municípios que contêm unidades do CRAS. Em branco, os
104
municípios em que não foram encontrados equipamentos do CRAS, segundo dados do Censo SUAS 2013.
Munícipios com
equipamento do
CRAS
Quantidade de Serviços de
Acolhimento em todos os
Municípios
976
Fontes: Conselho Regional de Psicologia 6ª região – CRP 06
Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas – CREPOP
Censo SUAS 2013 – http://mds.gov.br/assuntos/assistencia-social
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
Anexo 105
A X Conferência Nacional de Assistência Social ferências de Assistência Social, junto com outras
sob o tema Consolidar o SUAS de vez rumo a sugestões levantadas nos debates sobre a As-
2026 foi realizada de 7 a 10 de dezembro de 2015 sistência Social com coletivos de psicólogas(os)
em Brasília. A etapa da X Conferência Estadual mobilizados nas Subsedes e na Sede Metropo-
de Assistência aconteceu entre 6 e 8 de outubro litana. As sugestões reunidas e sistematizadas
de 2015, em águas de Lindoia, São Paulo. As eta- foram aproveitadas como referências para dis-
pas municipais das Conferências de Assistência cussões e propostas para a X Conferência Na-
Social aconteceram entre maio e setembro de cional de Assistência Social e suas etapas pre-
2015. Por iniciativa e deliberação da Xi Conferên- paratórias de âmbito estadual e municipal, bem
cia Municipal de Assistência Social de São Paulo, como, nesta edição, a Conferência Livre. As su-
foi realizada a i Conferência Livre de Assistência gestões foram organizadas de acordo com as
Social de Âmbito Estadual, realizada em 06 e 07 dimensões previstas pela metodologia da Con-
de novembro de 2015, em São Paulo, com parti- ferência Nacional, referência também para suas