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1085 20re Aije
1085 20re Aije
0089
Zona Eleitoral: 89a, de Conselheiro Pena
Recorrentes: Marcos Felicíssimo Gonçalves, candidato a Vereador, eleito; Rones
Carlos da Costa, candidato a Vereador, eleito
Recorrido: Ministério Público Eleitoral
Relator: Juiz Antônio Augusto Mesquita Fonte Boa
Juiz A g F
nio ugusto Mesquita Fonte Boa
/ Relator
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE MINAS GERAIS
Sessão de 5/2/2018
R e c u r s o E l e i t o r a l no 1085-20.2016.6.13.0089
Z o n a E l e i t o r a l : 89a, de Conselheiro Pena
R e c o r r e n t e s : Marcos Felicíssimo Gonçalves, candidato a Vereador, eleito; Rones
Carlos da Costa, candidato a Vereador, eleito
R e c o r r i d o : Ministério Público Eleitoral
R e l a t o r : Juiz Antônio Augusto Mesquita Fonte Boa
VOTO
PEDIDO DE VISTA
Sessão de 5/2/2018
EXTRATO DA ATA
Decisão: Após as sustentações orais, pediu vista o Juiz João Batista Ribeiro, após
o Relator rejeitar a prelirriinar de litisconsórcio passivo necessário.
Presidência do Exmo. Sr. Des. Edgard Penna Amorim. Presentes os Exmos. Srs.
Des. Alexandre Victor de Carvalho e Juizes Paulo Rogério Abrantes, Ricardo
Torres Oliveira, Ricardo Matos de Oliveira, Antônio A sto Mesquita Fonte Boa e
"-
João Batista Ribeiro e o Dr. Ângelo Giardini de ira, procurador Regional
Eleitoral.
Sessão de 19/2/2018
VOTO DE VISTA
seguinte rito:
XIV - julgada procedente a representação, ainda que após a
proclamação dos eleitos, o Tribunal declarará a inelegibilidade do
representado e de quantos hajam contribuído para a prática do
ato, cominando-lhes sanção de inelegibilidade para as eleições a se
realizarem nos 8 (oito)anos subsequentes a eleição e m que se verificou,
além da cassação do registro ou diploma do candidato diretamente
beneficiado pela interferência do poder econômico ou pelo desvio ou
abuso do poder de autoridade ou dos meios de comunicação,
determinando a remessa dos autos ao Ministério Público Eleitoral, para
instauração de processo disciplinar, se for o caso, e de ação
penal, ordenando quaisquer outras providências que a espécie comportar
Portanto, resta claro que operou a decadência, visto que todos que
concorreram pela Coligação Reencontro com o Progresso I1 (PROS/PR) deveriam
t e r integrado a lide no polo passivo.
Com esses fundamentos, acolho a preliminar para reconhecer a
decadência e extinguir o processo com resolução do mérito, nos termos
do inciso 11 do art. 487 do Código de Processo Civil.
estabelece que:
Art. 1 0 (...)
Ej 3P DO número de vagas resultante das regras previstas neste artigo,
cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% (trinta por cento)
e o máximo de 70% (setenta por cento) para candidaturas de cada sexo.
I GOMIIS. José Jairo. Direito eleitoral. 12 ed. São I'aiilo: Atlas; 2016. p. 785.
2
CiOMIZS. José Jairo. [lireito eleitoral 12 ed. Sâo Paiilo: Atlas, 2016, p. 785.
' %11,10. Kodrigo I.<ipcs.I)ircit« eleii«r;il. 5 ed. Porto Alegre: Verbo Juridico, 2016, p. 559.
(...) foi candidata a vereadora nas últimas eleições pelo partido PROS; não
obteve nenhum voto, pois desistiu no meio da campanha; ninguém lhe
convidou para ser candidata; ninguém lhe convidou para ser candidata;
[...I tomou a iniciativa de desistir da candidatura no meio da campanha;
distribuiu santinhos para a mãe e o irmão; sua mãe e marido não votaram
em si; ingressou na política porque havia necessidade de lançar pessoas
novas; não tinha conhecimento de que sem u m numero mínimo de
mulheres não era possível a candidatura dos homens; acredita que sua
irmã tenha mentido ao afirmar que FAFA pediu para a declarante e a irmã
se candidatarem; não sabe por qual razão sua irmã se candidatou, pois
(...) foi o sogro da irmã da depoente quem lhe solicitou que candidatasse
para que fechassem o numero de mulheres necessárias para o partido;
que o nome do sogro da sua irmã é Helisson, mas o apelido é Fafá; que
tal pessoa t a m b é m pediu para sua irmã, Amanda Vidal, para Josi
(Josiane), para Margareth e para a pessoa de nome Creuza Maria da Luz,
para 'fechar o número do partido', conforme se expressa; [...I a
depoente não fez campanha eleitoral, haja vista que quando foi
chamada para se candidatar, foi informada que somente o seria
para poder "ter o partido" e que não era necessário ter campanha
para se eleger e, por isso, sequer pediu voto para alguém; que
nenhuma contraprestação foi oferecida para que a depoente se
candidatasse; que a depoente não tinha pretensão nenhuma de ser
vereador e candidatou-se única e exclusivamente para fechar o partido.
Entendo que não é democrático nem republicano exigir que aquela mulher
que se apresenta como candidata obrigatoriamente e sob pena de
responder a processo, seja compelida a demonstrar que sua candidatura
não é fraudulenta, até porque, não vislumbro que essas mesmas
exigências tenham sido dirigidas contra aqueles candidatos do sexo
masculino, o que pode até configurar u m atentado a própria finalidade da
lei que estabeleceu cotas, para não falar na bra do princípio da
isonomia ou igualdade de todos perante a lei.
Em analogia, parece-me que pelo raciocínio cons e da inicial, também
PEDIDO DE VISTA
Sessão de 19/2/2018
EXTRATO DA ATA
Presidência do Exmo. Sr. Des. Edgard Penna Amorim. Presentes os Exmos. Srs.
Des. Alexandre Victor de Carvalho e Juizes Paulo Rogério Abrantes, Ricardo
Torres Oliveira, Ricardo Matos de Oliveira, Antônio M g u s t o Mesquita Fonte Boa e
Sessão de 10/3/2018
"foi candidata nas Últimas eleições pelo partido PROS; não obteve nenhum
voto já que nem a declarante votou e m si; os próprios familiares começaram a pedir
as coisas e, como não tinha dinheiro, paralisou a campanha.
[...I Confirma seu depoimento prestado perante a Promotoria de
Justiça no apenso investigatório; não tinha conhecimento de que sem u m número
mínimo de mulheres não era possível ao partido lançar os candidatos; quando FAFA
disse que fecharam o número do partido, deduziu que havia necessidade de mulheres;
não conversou com nenhuma das demais candidatas e por isso não sabe informar se
elas tinham interesse na candidatura; não viu nenhuma das candidatas realizar
campanha eleitoral.
[...I filiou ao PROS no ano da campanha; ninguém lhe procurou para se filiar;
fez a filiação na casa da pessoa de nome Neyval; é irmã gêmea da senhora Amanda; a
declarante e sua irmã são cunhadas do Josiane; não sabe informar se Josiane e sua
irmã fizeram campanha fora da família; não sabe informar quem auxiliava durante os
trabalhos convencionados; a reunião da convenção ocorreu na casa de Neyval; sua
irmã e cunhada estavam presentes no dia da convenção; deduziu que a pessoa de
nome Hellison convidou Amanda e Josiane para filiação; durante a convenção
ninguém lhe disse que seria candidata apenas para fechar o partido; sua irmã
não disse que foi candidata apenas para fechar o partido; não se recorda com qual
número concorreu as eleições; recebeu dez mil santinhos, mas distribuiu no máximo
quinhentos; acredita que sua irmã e cunhada, também, receberam santinhos, já que
na família fizeram campanha; os santinhos foram apanhados na casa de Neyval."
As mulheres aqui arroladas são todas parentes entre si, nenhuma com
qualquer voto. Há indícios suficientes para condenação, como se viu do
depoimento de Angélica, mormente porque ela confirmou o depoimento perante
o Ministério Público nesses termos (Procedimento Eleitoral e m apenso, fl. 40):
ANTECIPAÇÃO DE VOTO t
EXTRATO DA ATA
Presidência do Exmo. Sr. Des. Edgard Penna Amorim. Presentes os Exmos. Srs.
Des. Pedro Bernardes e Juízes Pa~iloRogerio Abrantes, Ricardo Torres Oliveira,
Ricardo Matos de Oliveira, Antônio Augusto Mesquita Fonte Boa e poão Batista
Ribeiro e o Dr. Ângelo Giardini de Oliveira, Procurador Regional Eleit
Sessão de 26/3/2018
VOTO DIVERGENTE
VOTO CONVERGENTE
Sessão de 26/3/2018
EXTRATO DA ATA
Presidência do Exmo. Sr. Des. Pedro Bernardes. Presentes os Exmos. Srs. Des.
Alexandre Victor de Carvalho e Juízes Paulo Rogerio Abrantes, Ricardo Torres
Oliveira, Ricardo Matos de Oliveira, Antônio Augusto Mesquita Fonte Boa e João
Batista Ribeiro e o Dr. Ângelo Giardini de Oliveira, Procurador Regi Eleitoral.
- --e- -
Certifico e dou fé que o acórdão de fls. 346/38S, fc)Z
diçponibilizado no Diário da Justiça Eletrônico - CllE -
(www.tre-ms.jus.br) na data de 89/C4/2Cl:i I;,
considerando-se publicado no dia IO/C4/2O:LE:,
iniciando-se o prazo processual no primeiro dia fiti!
seguinte a publicação, nos termos da Lei no
11.419/2006, art. 40, 5 40. Belo H(.irlz.r~rs:e,
10/04/2018.
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