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A FORMAÇÃO DA OBRA DE

ARTE COMO PESQUISA:


FORMATIVIDADE E
METODOLOGIA EM PROCESSOS
CRIATIVOS
La formazione dell´opera d´arte come ricerca:
formatività e metodologia nei processi criativi

Fábio Luiz Oliveira Gatti


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GATTI, Fábio. A formação da obra de arte como pesquisa: formatividade e metodologia em processos

140
criativos.
PÓS:Revista do Programa de Pós-graduação em Artes da EBA/UFMG. v.8, n.15: mai.2018
Disponível em <https://eba.ufmg.br/revistapos>
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Artigo submetido em: 03 de Junho de 2017


Aceito para publicação em: 07 de Agosto de 2017

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GATTI, Fábio. A formação da obra de arte como pesquisa: formatividade e metodologia em processos

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criativos.
PÓS:Revista do Programa de Pós-graduação em Artes da EBA/UFMG. v.8, n.15: mai.2018
Disponível em <https://eba.ufmg.br/revistapos>
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criativos.
PÓS:Revista do Programa de Pós-graduação em Artes da EBA/UFMG. v.8, n.15: mai.2018
Disponível em <https://eba.ufmg.br/revistapos>
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criativos.
PÓS:Revista do Programa de Pós-graduação em Artes da EBA/UFMG. v.8, n.15: mai.2018
Disponível em <https://eba.ufmg.br/revistapos>
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GATTI, Fábio. A formação da obra de arte como pesquisa: formatividade e metodologia em processos

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criativos.
PÓS:Revista do Programa de Pós-graduação em Artes da EBA/UFMG. v.8, n.15: mai.2018
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criativos.
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GATTI, Fábio. A formação da obra de arte como pesquisa: formatividade e metodologia em processos

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criativos.
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(PARE YS ON, 1993.pp. 30- 31) 14

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2005.
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8
criativos.
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2013.
p.186)
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10
criativos.
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criativos.
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criativos.
PÓS:Revista do Programa de Pós-graduação em Artes da EBA/UFMG. v.8, n.15: mai.2018
Disponível em <https://eba.ufmg.br/revistapos>
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NOTAS

1 E staper gunt af oi rea li


z adaporL y giaAr curi Elufnaoc as i
ã odes uaba nc apa raPr ofes soraT itula rnaá r
ea
deDes enho, noI ns tit
ut odeAr tesdaUni ca mp, rea lizadaem 22/ 03/ 2011, edet ermi noumeudi rec i
ona mento
enqua ntoe studa nt e ,naépoc a ,res soa ndoa indahoj e,comope squi s adornaá readea rt
e sv isuais,
espec ialment epa rac ompr eenderoquec ha ma mosdepes quis aem pr oc e ssosc ri
a tivos .Tama nhaéa
i
nGuênc i
ades tainda ga ç ãoqueac arregoc omi go, s empr e. Apr onunc ioqua sec omoum ma ntra ,pa rami me
parameusor i
ent a ndosea lunos , nat ent ativadec ha ma raa tenç ã oàur gê nc iaem r epens a romodus
opera ndi dof a zermet odol ógi codent rodaa ca demi a.
2 T r ata-sedol ivroc ha ma do‘ E stétic a.Teor i
adaF orma tivida de ’
. Osc onc ei tosdef or maeor ga nis mos erão
tra
tadosc ons ider a ndoosobj et i
vosdot e xtoenã oumar eGex ão8l os ó8c as obr eel eses euf unc iona ment o
dentr odaes trutur adope ns ament opa re ysoni a no.
3 Ae stétic adeL ui gi Pa r
e ysonéc ont rá r
iaàes tét i
c adeBe nedet toCr oc epa raquem aa rteer aba seadana
expre ssãodeum s ent iment oe xclus iv ament ee ,pori sso, feitapa ras e rcont empl ada . Qua ndoPa rey son
propõepens a raa rtec om umaes trut ur afor ma tiva ,quebr ae stes i
st emaes tét i
c oex i
s tent e,revol uc i
ona ndoo
j
eitos obr eoqua l sedi rec i
ona va ma sdi scus sõesa cerc adapr oduç ãoa rtí
s ti
c a.
4 S andr aAbdo, em s uat es ededout ora do, ex pl i
c aqueoc aráterex empl a ré“ nos ent idodeque[ af orma ]
setor napont oder efer ênc ia,es tí
mul oenor mapa ranov a sf orma ç ões ”(1992, p.31).
5 Adi sciplinaem ques tãoéamet odol ogi a ,comoc a mpoondeháumaf or ma t i
vida del atent ee
potenc i
a l
ment epr o- dut iva .
6 Ma ri
lá, comopes qui saa ca dêmi c a,a pre sent out rê sv olumes ,um del eser aol i
v roea r
tistac om onome
cit
ado, pos terior ment edes membr a dodosout rost e x
t osea pr es ent a doc omoobj et oa r
tístico.Br uno, após
suadef esa, publ ic ouos eul ivroc om onome‘ Art -
bookouE l
epodez omba rdes ua si l
us ões , ma sr epr oduzs ua
l
ógic a’
. Ama nobr ades tesdoi sa rtistasex põeumaf ragi l
ida de ,a i
ndaex i
s tent e, naf a turaa r
tísticaa c adêmi ca.
Ems ua spes qui s asnaPós -
Gr a dua ç ão, or e sul t
a doa present adoer aumapa rtedot odo, nã oex ata ment e
orgâni ca.Istonã odes mer ec eov igordec a dape squi sa ,
a pe na sdemons t
raaa sper e zae nf rent adaporel es
durant eodes env ol v i
ment odes ua sinv estiga çõesnaUni v ers i
da de .
7 Oa cent oc ircunGex oobedec ea oc oment ár i
odot radut orCl á udi oOl i
v eira, sobr ees tet ermo. Elet raduz
práxis,oi talianopr a ssi,epr âxis ,at r
a ns li
ter aç ãodogr ego]{ᾶ| _e, f
ei taporAga mben.
8 S uger e-s er etor na ral erac itaç ãodapá gi na03pa raent e nderoquePa re ysonc ompr eendeporf azer.No
8nal dapá gi nas et em amenç ãodet udooqueel ees crev ea pósa ss umi rof a zerc omoor igina dodogr ego
]^_ ῖ .
`a
9 Oa utorex plicanames mapá ginaque ,pa r
aosgr egos , ot raba lhoer aumas ubmi ssã oànec ess i
da de–no
tempodel esr eser v adoa oses c rav os–, epores temot ivoi gua l
a vaohomem a oa nima l
,poi saobr iga çãope la
sobrev ivênc iaer ac ont rá r
iaàc ondi çã odohomem l ivrena quel as oc i
eda de .
10 “ Oikonomi as igni 8c aem gr egoaa dmi nist raç ãodooi k os, dac a sa,e ,ma isger a lment e, gest ão,
ma na gement ”.(AGAMBE N, 2009. p.35)
11 Ast rêsc i
ta çõesques eguem, apa r
tirdes ta ,sã odol ivrodeAga mben, tra duz idopa raoes pa nhol ,

S i
gna tur arer um. Sobr eel mét odo’ ,dis poní v elonl ine , enã oc ont em pa gi na ç ão.“regl as igni 8cas impl esment e
conv ersa t
iof ra trum, el mododev i
dadel osmonj esdeum det ermi na domona sterio. E s
t as eident i
8c a
muc ha sv ec esc om el mododev idadel funda dor ,cons i
der a dof or mav ita e,esdec ir,comoej empl oas eguir

12 “ Ques ea pr ec iac onl oss ent idos( oc ulisc ons pi c
itur )”
.
13 “ Elpa ra digmai mpl i
caunmov iment oquev adel as ingul a rida dal as ingul arida dyque ,sins alirdeé s
ta,
tra
ns for mac a dac as os ingul arem ej empl ardeumar eglage ner al quenunc apuedef or mul a rseapr iori”.
14 Aspa lav rasent rec olc het esf ora mi nser ida spormi mc om oi nt ui t
odedei xa rc laroque ,aope ns ara
forma çã odaobr ac omope s qui sa,nã os epodedi ssoc iarumadaout ra,sendope squi saromes moque
forma raobr aev ic e- ver sa.
15 T rans l
iter açã o: t
ec hné .
16 S egundonot adot radut or,ot er mopr o-duç ã os erv epa rai ndi c aroc ará teres s enc ialda]^b cd_ e,queéa
pro-duç ãonapr es e nç a ,enqua ntopr oduç ãopa r as er efer i
ra of a zert écnic o, comoent endi dous ua lment e.
17 Pa r
e ysoneGumbr echts es itua me mc a mposqua seopos tos . Opr imei ros epr eoc upac om a
hermenêut icaenqua nt oos egundoc om onã o- her menêut i
c o,ma snã odes c artaos ent ido. Sabe- seda s
dif
erenç asent res ua spr opos i
çõest eór i
ca s,ma soques ea linha vaa qui ,com e l
es ,éaa ber turadenov os
meiospa rape ns ara sr elaçõesdaex per iênc ia ,daf or ma çã odaobr adea rteedosf enômenosnel ac ont idose
atéosdel ader i
v adosc omopes qui sa. Se ndoa ssim, nã os er áel abor a doumaa rgument açã os obr ea s
NOTAS

es pec i8c ida desdope ns ament odec a daa ut orpornã os eres teoobj etivodes tea rtigo. Cont udo, cons ciente
nã oa pe na sdes sadi ferenç aent reel es , as sumoor i
sc odema nt ê-losem di álogope lac apa ci
da de
des env olv idaporc a daum s obr ec omope ns a raa r t
ees ua sr ela çõe s, napes soaquepr oduzenapes s
oaque
ex per iment aaobr ae , além di sso, por quemes moem Gumbr ec htnã oháodes ca rtedos ent ido, por ém uma
ex or taçã os obr eanec es sida deem r ev erapr i
ma ziadai nt erpr et aç ãoc omoúni c av i
apos sível pa raa ti
ngi ro
conhec iment o. As sim, asc onv er sasent ree les, not e xto, sã oi nter e ssant espor quer eca em s obr enos sa
ques tã opr i
nc ipa ldec omoor ga ni za r,int e l
ec t
ua lment e ,oc onhec iment os ens ív el sem per derapoes i
a.
18 Gr a8ar ef erent ea omodoc omoGumbr echtdi scut ea sr e l
a çõesent reumac ultur ades ent idoeuma
cul turadepr es e nç a.Opr e8x onã o, conc ei tua lment e ,signi 8c aumanega çã oenã oumapos iç ãoc ont r
á ria,
comoum a nt ôni mo. Por tant o, nã o- her menêut icoédi fer ent edenã oher menêut ico, por queopr i
mei roé
umanega çãodaher menêut ica ,enqua ntoos egundoéum c ont rári
oael a .Issooc orret a mbém c om onã o-
sa berus a doporDi di- Huber ma na lguma sl inha sa ba ixo.
19 Aspr eoc upa ç õesdeDi di-Huber ma ns ã ov olta da spa radi s cut i
rof a zerdohi stor i
a dordaa rteeapr ópri
a
dis ciplinadaHi s tóriadaAr teeomodoc omoa sima genss ãot ra tada s, i
nt er pret a da s,ca taloga da s. Cont udo,
suapr opos tadec omoa gir‘Di ant edai ma gem’ (títulodol i
v ro) émui tobem- vi
ndapa rac onv er sa rs obrees sa
supr ema ciadar a zã o, quea i
ndagov ernamui tospes qui sa dor e s, sobr eos ens ível ,bem c omos obr ec omoa
con8gur aç ãodes sadi scipl i
nanosc onduz iuaa credi tarnumaga ra ntia ,obt i
dape la ss ua sa rticula çõess obr e
art ees obr ef a zera rte .Oqueoa ut orf a zé“ s i
mpl es ment ei nt erroga rot om dec er tez aquer einac om
frequênc ianabel adi sciplinadahi s tóriadaa r
te ”(2013, p.10) . Ne s tes ent ido, apr opos tades tet e xtonã oe st
á
tãodi sta nt e,por quei nt erroga -sej us t ament e,e ssames mac ertez ac ient í8c adadi s ci
pl i
nademet odol ogi a .
20 Nã os epr e tendeent rarnadi s cus s ãos obr eama teria l
ida denaa rte, pa ssa ndope l
aques t
ã oda
i
ma terialida dedosa nos1960, et ãopouc opel ac r
iaç ãodec onc eitosc omot r
a ns ma terial,int erma ter i
al ou
neoma teria l
,pr esent esnoâ mbi todac rític aehi stór i
adaa rtea tua l
ment e .Qua ndof alodema tér i

simpl esment epa rades i
gna romei o, oa rtef a t
o, oobj et oc om oqua l oa r tistalidapa raef etiva raf orma çã oe
suaobr a ,nos ent idoex plicitadoporPa rey son( 1993) .
21 F a z-sea qui umaa na logiac om ol iv rohomôni modeT homa sKhunquer eúnea rtigosdoa ut ors obr ea
his t
or iogr a 8adac iênc iaondee lea 8r ma , a pósj áte rtra tadodea lgunspont oss obr ei ssonoout r ol i
v r
o‘A
es trutur ada sr ev ol uç õe sc ient í8c as ’
,aex is tê nc i
adeum t e ns ãoes senc ial ent reac ha ma dac i
ê nc ianor ma le
umar ev ol uçã oc ient í8c a,ent r
ea quel ac iênc iaques egueobs tina da ment et raba lha ndoem f unç ã odeum
pa ra digma ,ea quel aout raquee nx er gaa lém dopa ra digmaeor ompe , pr omov endoumar ev ol uç ão.E sta
tens ã oéagr a nder espons ável pe lol a teja rnopens ament oda quel esque , aomododeAga mben( 2009) ,
podem s erc ha ma dosc ont empor â neos ,jus tament epor queenx er ga m pa r aa lém dal uzdomoment o
pr esent e ,pa raa lém dosmol dese stra ti
8c ados ,pa raa lém dae st rutur a8x a da .
22 E s tapa lav ra, em Pa r
e yson, a pres ent aumac onc eitua ç ãoba sta ntepr ec isa .Pa raai ntenç ãodes tet ex to
nã os eránec es sá ri
oent rarem di sc us sõesma i
spr ofunda s ,ape na ss aberques punt oéopont odepa r
tida
com oqua l aobr as ei nic i
a .Pa rai nfor ma ç õesma ispr ec isass obr eoqueés punt o, vistoquenã os et r
atade
mer gul ha rem s ua se spec i8c ida desnes tet ex to,v eroa rtigodeF ábioGa tti cha ma do“ Os punt o
pa re ysoni a no: reGex õe ss obr es uaa c epç ã oes uapr es enç anof a zera rtístico”.Ar e ferênc iac ompl et aes tána
bibl iogr a8a . Ne s tec a pítulodol iv rooa ut ordi s cutea sc ara cter í
s ti
c ase spec í
8c a sdos punt o,as uat raduç ã o
pa raopor tuguêses uai mpor tâ nc iadent rodope ns ament opa rey soni ano, ex pondos euc a ráteroper ativ o
dent rodopr oc es soa rtísticodaf or ma ç ãodaobr adea rte .
23 Éaf a culda dequet em c omol i
ngua gem des igna rmos trando, a oi nv ésdec onc eitua r.Dogr ego, }`|ῖ_e,
ca rregaos i
gni 8c adode“ demons tra çã o” (Di c i
oná ri
odeF i
los o8a .L i
sboa : Ed. 70, 2011) ,“ex i
bi çã o, ex pos i
ç ão,
for mademons trativ aour ef erê nc ia” (Gr eek -engl ishdi c ti
ona ry ,di sponí vel em ht t p://www. per s eus .tufts.
edu/
hopper /tex t?doc =Per seus %3At ex t%3A1999. 04. 0057%3Aent ry%3Ddei %3Dc i
s ,a cess o10ma i
. 2017) .

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