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RESUMO:
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Artigo elaborado para a conclusão do curso de pós-graduação a nível de especialização em Gestão e Políticas
públicas na ASCES-Associação Caruaruense de Ensino Superior em julho/2004, pela autora, advogada e
consultora Jurídica desde 2003, que atua em Palmares e Região da Mata Sul nas áreas de Direito Administrativo,
de Família, Sucessões, Contratos, Consumidor, Previdenciário, Trabalhista; Presidente da Comissão da Mulher
Advogada da OAB-Palmares-PE na gestão 2013 a 2015; Ex-Secretária da Mulher de Palmares na gestão 2013 e
2014; Ex-Presidente do COMDIM-Conselho Municipal dos Direitos da Mulher em 2013; Ex-Conciliadora do
PROCON-Palmares em 2004; Recebeu votos de aplausos e parabéns pela atuação na Secretaria da Mulher de
Palmares, da Câmara de Vereadores do Município em 2013; Recebeu votos de parabéns pela atuação em defesa
da mulher como Presidente da Comissão da Mulher Advogada, da OAB-Pernambuco em 2014.
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INTRODUÇÃO
Por ser um tema atual, diversas alterações ocorreram, e as mais recentes foram
as promulgações das Emendas Constitucionais nº 32/2001 e 41/2003, que trazem informações
sobre a real conjuntura político-administrativa em que o país se encontra e no qual terá que se
adaptar.
O artigo 37, caput, da nossa carta Magna, informa quais são os Princípios da
Administração Pública: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência e
ainda há outros que são extraídos dos demais incisos e parágrafos, como o da licitação, da
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SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 22ª ed. São Paulo: Malheiros, 2003. p. 419.
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MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 14ª ed. São Paulo: RT, 1989.p.81
4
GORDILHO, Augustín A. Tratado de derecho administrativo. Buenos Aires: Macchi-Lopez, 1975.
T.II/XVIII-13 e XVIII-30 e 31.
5
ROCHA, Cármen Lúcia Antunes. Princípios constitucionais da administração pública. Belo Horizonte: Del
Rey,1994. p.147.
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exige-se que todos os atos sejam publicados para surtirem efeitos externos, fora dos órgãos da
Administração6.
Porém, o brocardo jurídico “non omne quod licet honestum est (nem tudo que
é leal é honesto)” exprime, de maneira clara e objetiva, que Licitude e honestidade são traços
distintos do direito e da moral.
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Op. Cit. (nota 6). P. 79-80
10
HAURIOU, Maurice. Précis elémentaire de droit administratif. Paris, 1926. p. 197 e ss.
11
Op. Cit. (nota 6). P.670
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A partir dela, uma medida provisória passará a vigorar por sessenta dias
prorrogável por mais sessenta, se não houver sido aprovada em ambas as casas do Congresso
Nacional ao término dos sessenta dias iniciais. Além disso, passaram a existir limitações
materiais expressas à edição de medidas provisórias, ou seja, passaram a discriminar
expressamente na Constituição, as matérias que não podem ser disciplinadas por meio de
medidas provisórias.
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Op. Cit. (nota 2). P.80
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Bingo não é ilegal. Disponível em: www.jusnavigandi.com.br. Acesso em: 16/05/2004
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de bingo, bem como a decisão sobre a regularidade das prestações de contas" (artigo 2°
parágrafo único da Lei 9981/2000).
Parágrafo único. A vedação de que trata o caput deste artigo implica a expressa
retirada da natureza de serviço público conferida a tal modalidade de
exploração de jogo de azar, que derrogou, excepcionalmente, as normas de
Direito Penal."
Diante disto, pode-se discutir na Justiça e pedir "inaudita altera pars" uma
liminar, em mandado de segurança, porque a Medida 168/04 é ilegal já que quebra o ato
jurídico perfeito, fere direito líquido e certo, e o que é pior, sem direito a indenização, além de
legislar sobre direito penal, o que também proíbe a Magna Carta.
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Esta nova Emenda foi bastante positiva para o nosso ordenamento jurídico
porque nos trouxe a limitação de reedição e do prazo da medida provisória, que como foi
visto, não apresentava limites e acomodava o editor na elaboração da Lei para firmar a
matéria. Com isso, o nome de Medida Provisória estava perdendo a sua nomenclatura que
precisava ser restabelecida e a nova Emenda restaurou-a.
Portanto, não há como negar que os benefícios que esta Emenda nos trouxe
foram muitos, uma vez que o Chefe do Executivo terá que limitar o seu poder de elaborar
medidas provisórias ou transformá-las em Lei no prazo de 60 dias, prorrogáveis por mais
sessenta, sob pena de perder a sua eficácia.
São eles:
José Afonso da Silva diz que ”são garantias constitucionais na medida em que
são instrumentos destinados a assegurar o gozo de direitos violados ou em vias de ser violados
ou simplesmente não atendidos”.14
Para o autor Diógenes Gasparini “são mecanismos que propiciam aos órgãos
jurisdicionais o controle da legalidade dos atos e atividades administrativas do Executivo e
dos órgãos de administração do Legislativo e do Judiciário”.16
14
Op. Cit. (nota 1). P. 440
15
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de direito constitucional. 17ª ed. São Paulo: Saraiva, 1990.
p.270-271.
16
GASPARINI, Diógenes. Direito administrativo. 7ª ed. São Paulo: Saraiva, 2002. p. 771-772.
13
17
Op. Cit. (nota 1). P. 460
18
Op. Cit. (nota 15). P. 775
19
Op. Cit. (nota 2). P .71
14
20
Op. Cit. (nota 15). P. 776-777
15
21
STOCO, Rui. Responsabilidade civil e sua interpretação jurisprudencial. 3ª ed. São Paulo: RT, 1997. p.
372.
16
A Lei Maior, em seu art. 37, § 6º, orienta-se por esta tese, mantendo a
responsabilidade civil objetiva da Administração, sob a modalidade do risco administrativo.
O autor Hely Lopes Meirelles entende que “embora dispense a prova da culpa
da Administração, permite que o Poder Público demonstre a culpa da vítima, para excluir ou
atenuar a indenização. Isto porque o risco administrativo não se confunde com o risco
integral. O risco administrativo não significa que a Administração deve indenizar sempre e em
qualquer caso o dano suportado pelo particular; significa apenas e tão-somente que a vítima
fica dispensada da prova da culpa da Administração, mas esta poderá demonstrar a culpa
parcial ou total do lesado no evento danoso, caso em que a Fazenda Pública se eximirá
integral ou parcialmente da indenização”.23
24
Corrupção: uma visão jurídico-sociológica. Disponível em: www. Jusnavigandi.com.Br. Acesso em:
26/05/2004
25
Responsabilidade civil do Estado. 2ª ed. São Paulo: Malheiros, 1995. p.23.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS:
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Denunciação da lide pelo Estado ao agente causador do dano provocado ao indivíduo em decorrência de
ato da Administração Pública “lato sensu” – uma afronta à Constituição. Disponível em:
www.jusnavigandi.com.br. Acesso em: 02/05/2004;
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Da aplicação prática dos princípios processuais – uma proposta de estudo. Monografia. Recife: ESMAP,1990.
p. 16.
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Sabemos que a maioria de nossos deveres está descrito na Lei, nos Princípios,
na nossa Constituição, na doutrina, assim como os deveres éticos e morais, que todos devem
observar e incluir, acima de tudo, em todas as etapas de nossos trabalhos.
Os cidadãos devem perder esse medo e criar coragem para lutar pelo seu
dinheiro, que saiu com muito sacrifício de seu bolso, e exigir que obras sejam realizadas, que
o município seja fiscalizado, que os Tribunais de contas caiam pesados sobre eles, a fim de
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Carlos Nogueira29, em seu artigo publicado na internet, afirma que existe uma
estrutura de controle da gestão pública estabelecida para o setor público e, se situações dignas
de críticas ocorrem, são decorrentes de falhas de natureza operacional e não por falta de
instrumento adequado. Concordo, mas o elemento essencial para haver um controle da gestão
pública é a postura ética e moral do administrador e de seus administrados em todas as
repartições públicas do país. Esse é o maior problema que está se tornando incontrolável.
Esse Controle será Externo e/ou Interno, dependendo da pessoa que irá exercê-
lo. Se for a própria Administração através de servidores designados para exercer tal função,
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Os Municípios e a Lei de Responsabilidade Fiscal – Perguntas e Respostas. Editado pelo Departamento de
Relações Institucionais, em Junho de 2001. p. 64-65.
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Controle da Gestão Pública. Disponível em: www.vemconcursos.com.br acesso em: 18/04/2004.
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Auditorias Gerais, o Controle será Interno (art. 74 da Carta Magna). Se for por Órgãos
especializados, como por exemplo, o Tribunal de Contas, o Congresso Nacional, o Controle
será Externo (art. 70 da Lei Maior).
Mesmo com todo esse aparato, iremos sempre conviver com os problemas,
injustiças sociais, desmoralização pública causada por servidores ou políticos corruptos, mas
nunca devemos esquecer que nós é que temos o dever moral de agir com probidade,
legalidade, eficiência, responsabilidade, ética, disciplina e ensinar aos filhos que o respeito ao
cidadão é tudo isso e também parte de todos, ou melhor, de cada um de nós, para que
construam um mundo ainda melhor.
Portanto, este artigo traz aos leitores esses conhecimentos e uma reflexão sobre
a moralidade, tendo como público alvo não somente servidores públicos, políticos, mas
também qualquer cidadão para que, desde já, comecem a agir com respeito, responsabilidade,
ética e de acordo com a Lei, a moral, os bons costumes e os Princípios Constitucionais e da
Administração Pública, com o fim de garantir o que está disposto na Constituição Federal de
1988, concretamente, para que não passe apenas de um livro ou de uma folha de papel.
E, por sermos cidadãos, acima de tudo, para exigir nossos direitos, devemos
cumprir com nossos deveres, atuando retamente e sempre seguindo o caminho da paz, da
justiça e da solidariedade social, combatendo todas as formas de corrupção, e principalmente
buscando na Lei, a responsabilidade daqueles que cometem tais crimes.
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: