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Caetano, antes de tudo é importante vc entende que precisar partir de 3 objetivos na sua

mensagem: ENTENDER, EXPLICAR E APLICAR. Por isso vou dar uma pincelada primeiro
nisso pra você poder ter uma base inicial melhor. Isso também servirá de etapas para lhe
ajudar a ter um caminho, que não é regra, mas ajuda no começo a preparar-se:

1) Entender
● Ler incessantemente o texto (muito, tipo 10 vezes). Ler e ler e ler.
● Fazer meditação (anotações, impressões e pequenas lições pessoais sobre o texto.
● É importante neste ponto observar a real mensagem do escritor ao público da
época. Exemplo: Timóteo precisava ser alertado e orientado sobre os problemas de
liderar uma igreja em meio aos falsos mestres de sua época na igreja de Éfeso. Por
isso Paulo escreveu a primeira carta para dar instruções e conselhos para como ele
e deveria conduzir a igreja.
● Identificar isso no texto que escolheu é TUDO na mensagem.
● Aconselho que leia o livro inteiro que engloba o texto escolhido e tente encontrar o
lugar dele dentro desta carta, livro, etc. Exemplo: se o pregador escolheu Romanos
Capítulo 2 deve ler a carta toda de Romanos e depois focar no capítulo escolhido,
tentando encontrar o propósito daquela parte dentro do contexto todo da carta de
Romanos.
● Já focando Dentro do texto que escolheu procure dar atenção a cada versículo. O
que o autor está dizendo?
● Leia a introdução da carta ou a explicação contida em prévias de Bíblia de estudo
(indico Genebra).
● Em cada versículo anote as suas impressões, agora mais detalhadas sobre o que
estava sendo tratado junto ao público alvo da época, o autor da carta e por aí vai.
● Pegar um comentário bíblico pode dar uma visão interessante sobre a visão de um
teólogo a respeito do entendimento do texto. Eu posso te emprestar um comentário
bíblico.
● Ouvir mensagens sobre o texto de pregadores respeitáveis ajuda a dar segurança
se você está viajando ou não na interpretação bíblica, afinal não somos teólogos.
Hernandes Dias Lopes, RC sproul, Augustus Nicodemos, Jonas Madureira, Franklin
Ferreira, John Piper, etc. Indico a linha de reformados.

2) Explicar e 3)Aplicar
● Agora você precisa desenvolver os pontos explicar e aplicar num esboço, que vai
ser sua base para a mensagem.
● Tenha em mente que você precisa deixar Deus te guiar dentro da formação deste
esboço e que dentro do que você for inspirado a escrever, como eu já te disse, tem
algumas formas de explicar e aplicar. Não considero uma destas opções como a
mais certa ou errada. Duas destas opções são as linhas 80/20 (%) e a 60/40 (%).
Esta relação se refere a explicação/exposição do texto em relação a aplicação do
texto a nossa realidade e a vida comum do seu público alvo em meio aos desafios
que ele enfrenta. Eu sigo a linha mais de 60/40, ou seja, eu costumo fazer a
exposição do texto em 60% e aplicar 40%. Dentro destes 40% eu reservo uma parte
para contextualização geral (falarei mais abaixo no esboço) e aplicações diretas e
práticas específicas (mais abaixo também). Não importando o seu estilo de
pregação eu considero para mim duas regras, estas sim primodiais: 1)A mensagem
deve ser EXPOSITIVA, ou seja, partir do texto, emanar do texto. Nunca de suas
impressões pessoais ou ideias sobre a vida, etc. Quero dizer com isto que você não
deve desprezar a ideia do autor, que deve levar em consideração versículo a
versículo o que ele queria dizer ao público original e ter isto com o TUDO de sua
mensagem, aplicando em seguida a sua realidade de público. 2) Sempre APLIQUE.
Alguns pregadores reformados tem a prática de apenas falar do texto, explicar/fazer
a exposição. Mas não aplicam. Eu considero um grave erro. Mesmo que sejam
apenas 20% de aplicações você deve de alguma forma fazer.
● Outra questão que você deve levar em conta, isto vai muito do seu estilo também, é
se você fará toda a exposição do texto, explicando cada detalhe minuciosamente e
somente ao final de tudo fará aplicações ou se a cada ponto ou versículo vai fazer
aplicações. NORMALMENTE (mas não é via de regra) pregadores 80/20 aplicam
tudo no final e pregadores 60/40 aplicam durante cada ponto ou parte do sermão.
Qual é seu estilo? Eu não sei...rs. Nisso não posso definir. Mas uma maneira boa de
pensar nisso é tentar lembrar dos pregadores que você conhece em cada estilo e
tentar imaginar qual se vê mais fazendo. Outra coisa que você pode fazer é uma
mensagem pregar 80/20 e outra mais no 60/40 ou 50/50, não sei. Mas eu
particularmente tenho um jeito de sempre usar o 60/40. Entendeu este conceito?
Pode me perguntar se quiser.
● Sugestão para montagem de um esboço:
● Introdução – Você deve introduzir o assunto central do texto escolhido, tomando
como base os interesses do autor. Exponha brevemente por exemplo a ideia do
autor em escrever toda a carta e como o subtexto (ou texto base de sua mensagem)
acabo “nascendo” em meio a esta ideia principal. Exemplo: Na carta de Paulo a
Filemon Paulo queria que houvesse a reconciliação entre Filemon e Onésimo, este
era o propósito da carta. Mas se um pregador resolver falar sobre o versículo 4 ao 7,
ele pode abordar isto informando que No texto escolhido como base do sermão
Paulo apela ao relacionamento que ele próprio tinha com Filemon (que havia sido
traído por Onésimo), destacando os frutos de um coração amoroso e que tem sido
usado para muitos irmãos e como isto animava Paulo. E que neste texto ele estava
apelando a consciência cristã de Filemon antes de entrar no assunto principal, a
reconciliação. Que o Apóstolo estava fazendo uma introdução sobre o amor que
Filemon tinha com os irmãos era notável. Como poderia ele amar os irmãos de
maneira tão profunda mas ser incapaz de perdoar? E dentro disto poderia falar
brevemente sobre perdão e a relação de amor, citando outras fontes, como por
exemplo a passagem que fala sobre antes de deixar a nossa oferta devemos nos
reconciliar ou sobre participar da ceia,, que devemos nos acertar com o irmão. E
poderia aqui ser abordado o fato de que antes do perdão, Paulo tratou do amor, que
é a base da reconciliação e também da obediência a Palavra de Deus, quando
Paulo diz que ora para que a comunhão se torne eficaz, ou seja, produza um efeito
mais profundo do que o amor sentimental, mas seja o amor como o de Cristo, que
nos perdoa. Só aí você já entrou num assunto específico dentro de uma carta que
fala de muito mais, mas não deixou de abordar tudo dentro do ponto de vista do
autor. Isto pode ser largamente abordado, de maneira profunda. Eu só dei acima um
exemplo. Uma dica: A introdução deve ser sempre maior que a conclusão. Lembre-
se disso mais a frente também. Aqui, na introdução você já pode fazer apliações ou
deixar para o final. Se desejar, pode usar várias maneiras. Você pode finalizar a sua
introdução com uma pergunta chave, por exemplo: “E diante deste cenário da
relação de Paulo, Filemon e Onésio, você enxerga nos das atuais pessoais com as
mesmas características? Existem Cristãos que vivem a caminhada incapazes de
perdoar? Durante esta mensagem eu quero falar sobre o verdadeiro amor de Um
Cristão. Você possui esse amor?” IMPORTANTE: Não entregue o “ouro” de cara. Se
o amor real de um Cristão é Perdoar como Cristo perdoou, por exemplo, não diga
isso de CARA. Faça a pergunta. Chame a atenção deles. Um sermão é a
transmissão da palavra de Deus. A introdução do sermão deve pincelar e chamar a
atenção deles, fazer com quem fiquem interessados no assunto. A introdução deve
fazer com que seus ouvintes de fato queiram saber se possuem o amor real de um
Cristão por exemplo ou se o amor deles é como o amor do final dos tempos, que
logo se esfria (Exemplo). Eles devem ansiar saber a que grupo pertencem! E isto
seria explicado no desenvolvimento da mensagem, a luz das escrituras. Entendeu?
Outra maneira de aplicar na introdução é fazer pararelos. “Na época de Neemias o
povo de Deus estava desunido. Como está o povo de Deus hoje? Havia falta de
segurança, pois as muralhas estavam caídas. Estamos seguros hoje? Neemias era
um homem só, mas conseguiu levar toda uma nação a se unir em prol da vontade
de Deus mesmo com a insegurança. Será que você é um jovem como Neemias?”
Enfim, pararelos. Outra Possibilidade é usar exemplos bem atuais para introduzir,
como uma reportagem durante a semana que fale sobre algo terrível e que
demonstre a perdição da humanidade: “Nesta reportagem vemos uma cidade tão
destruída como Sodoma do texto de Genesis. A nossa cidade está decaída! O que
nos diferencia de Somoda? O que impede que sejamos destruídos como eles
foram?”. Existem muitas opções. Se você quiser ajudar para montar a introdução me
fale.
● Desenvolvimento: Que tal abordar os versos em lições? É uma maneira de facilitar,
ainda mais se for um texto histórico ou biográfico como Atos ou um dos evangelhos.
Depois de introduzir você precisa agora aprofundar o texto. Digamos que você tenha
extraído na fase do “entender”, enquanto meditava no texto e rascunhava umas três
ou quatro lições. É hora de abordá-las! Uma dica é ir “crescendo” a mensagem aos
poucos, como quem conta uma história e vai soltando os detalhes até chegar ao
ponto máximo. Procure agora respeitar os versículos e sua ordem. Ainda mais para
uma primeira mensagem é uma boa maneira de não se perde e nem falar bobagem.
Pontue o versículo e a lição que há por trás dele. Como? Bom, vou te explicar dentro
da perspectiva que eu uso. Primeiro faça a exposição da lição dentro do versículo,
ou seja, a explicação do contexto da carta para o público original. É a explicação do
texto em si, de seus detalhes e de como Deus agiu por trás da história com sua
soberania. Depois que abordar o que Deus tratou com os personagens e autores
originais dos textos, é hora de aplicar. Se a lição é “O Cristão age diferente em dias
de tempestade” e você já fez a exposição bíblica (repito use comentários que podem
ajudar muito) que com Jesus no Barco os discípulos perceberam que ele tinha poder
para acalmar a tempestade porque ele não era um homem comum, mas era o
próprio Deus agora é hora de colocar isso para o contexto do seu público e aplicar
com lições praticas. “No barco da sua vida, você consegue encontrar Jesus?
Quando você olha para a sua vida você percebe Jesus nele? Temos visto uma
sociedade cristã que tem uma cruz na frente de seus templos, que canta hinos sobre
Jesus e que celebra as alegrias dando graças a Jesus. Mas que diante das
tempestades da vida não age como se Jesus estivesse no barco. (isto foi uma
contextualização geral). Agora umas aplicações específicas: “No barco do seu
trabalho, você sesta sofrendo pressão, Jesus está lá? Você quando sofre pressão a
ponto de se tornar terrível para você Jesus está ali contigo? E mais, você sabe que
ele tem o poder para interferir em tudo?”; No barco do seu namoro você vê que tudo
está errado, você percebe que o namoro ultrapassou pontos que Deus estabeleceu
como limites. Se Jesus é Deus, como ele pode estar no controle desta tempestade
se você tem no seu namoro um barco a deriva, que anda fora do governo de Deus?
Ou pior, como você pode pensar que Deus está num barco do seu namoro se a sua
namorada nem cristã é? Deus aprova isso? Jesus está nesse barco? TEMPESTADE
CERTA!” ou ainda “O seu corpo é o barco. E você está vivendo angústias profundas,
sente que perdeu o controle. Seus pais só sabem brigar. Sua família está
bagunçada. Você está sofrendo. Jovem, você precisa lembrar que JESUS ESTÁ NO
BARCO! Assim como ele acalmou a tempestade daquele barco ele pode acalmar as
suas tempestades! Mas você precisa perceber que ele está ali, isto faz toda a
diferença, pois mesmo que ele demore a acalmar a tempestade, saber que tem
alguém que te ama no controle do barco de sua vida faz toda a diferença.” Ou mais
“Se Jesus não está contigo no barco, entregue sua vida para ele! Deixe ele acalmar
o seu coração, deixe ele mandar uma brisa suave para que você receba um
refrigério. O que Cristo conquistou na cruz para você foi a paz eterna. As agonias da
tempestade da cruz trouxeram você para o Reino de Deus! “
● No desenvolvimento das lições você deve responder o assunto principal que tratou
na introdução, sem fugir da ideia principal do livro, carta, etc. Esta “resposta” pode
vir em várias partes distribuídas entre as lições ou na ultima lição, não há uma regra.
Mas se você introduziu um assunto e não falou dele depois há algo errado! Quando
digo resposta estou tratando de um princípio, que é este: Você conseguiu fazer com
que os ouvintes ficassem interessados a ouvir o que você introduziu. A “resposta” é
a mensagem principal a ser passada aos ouvintes.
● Conclusão: Agora você precisa concluir o seu assunto. Lembre-se que a conclusão
deve ser menor do que a introdução. O que você precisa fazer aqui é dar um ponto
de desfecho ao que introduziu e desenvolveu.Vou crer que aqui já passou a
“resposta” ou a mensagem principal já foi passada. Então vou te dar uma dica boa:
Para a sua primeira mensagem sugiro que conclua no simples: Repasse os pontos
das lições MUITO BREVEMENTE e lance um desafio final. Algo do tipo “Você já tem
mesmo um coração transformado? Ao ponto deste coração gerar em você um
testemunho eficaz? Você tem mesmo um coração grato? Ao ponto de ao olhar para
a vida de uma maneira totalmente diferente? E por fim, você tem um coração cheio
de Deus? Ao ponto de sua vida ser controlada pelo Espírito Santo e não dominada
por você? Faço este desafio a vocês nessa noite: Se você tem um coração assim,
que nesta semana você manifeste isto pregando o evangelho para apenas uma
pessoa! Se você tem um coração transformado, compartilhe seu testemunho de
transformação com ao menos uma pessoa nesta semana e sinta Deus mover você e
te usar! Se você tem um coração grato, que tal escrever em um papel tudo que Deus
tem feito em sua vida e agradecer a ele ainda hoje pelas suas misericórdias? E
mais, que tal olhar para as dificudades que tem enfrentado de maneira diferente de
verdade? E se sua vida é dominada pelo Espírito Santo de Deus, minha oração é
para que você manifeste isso com os frutos do Espírito e seja uma benção não só
em nossa igreja, mas em sua família, trabalho, escola...em todo lugar que você for.”
Bom este é um exemplo, mas pode tentar abordar de várias formas. Repassar os
pontos é mais simples, mas não é regra.
● Um esboço de mensagem de 5 folhas tamanho 11 letra Tahoma dará
aproximadamente 30 – 35 min de mensagem. É uma boa forma de ter um guia
quanto ao tempo de mensagem. Boas mensagens tem entre 30 a 40 minutos. Tente
colocar um limite máximo de 45 minutos, especialmente para jovens.
● Rapha, Leia MUITO o esboço depois de pronto. Muito mesmo. Ao ponto de quando
você for pregar e estiver com o esboço em frente ao ler apenas uma linha já lembrar
do parágrafo. E faça "testes". "Pregue" a mensagem numa tabua de passar como se
estivesse no pulpito. Cronometre para ter uma ideia de tempo. Pregue a mensagem
sozinho umas três vezes. O esboço tem que estar na veia ao ponto de você ler uma
frase e conseguir pensar no conteúdo de um parágrafo.
● POR FIM...e FUNDAMENTAL: Procure falar de Cristo. Nem todo texto tem Cristo
explicitamente. Mas qualquer texto da bíblia pode ser RELACIONADO A CRISTO.
Se está falando de um salmo do antigo testamento que fala sobre humilhação que
sofreu perante os inimigos, pode ao final da mensagem, na CONCLUSÃO, por
exemplo "E por fim, não podemos deixar de lembrar do que nosso Cristo sofreu de
humilhação na cruz em prol de nossa humilhação. Ele não somente SOFREU
humilhações com as pancadas e cusparadas, mas sendo Deus, se humilhou na
forma de homem, por amor a nós. A humilhação pode glorificar a Deus se
cumprimos a sua vontade e sua palavra. Pode produzir redenção por meio de
Cristo." Entendeu? Não precisa abordar em tudo se o texto não é do novo
testamento e nem é de um evangelho. Mesmo que de maneira singela e por um
minutinho no final da mensagem é fundamental encontrar Cristo no texto. Mas
sempre puxe um link. Eu aconselho isto. Tem várias formas. Mas é muita coisa.
Posso te explicar pessoalmente se vc kiser.
● Enfim, pregar, especialmente de maneira expositiva é algo muito extenso, mas o que
estou te dando são apenas dicas iniciais. Espero ter ajudado.

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