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A Gênese do Natal

“Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados
deles. Ora, tudo isso aconteceu, para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por
intermédio do profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e ele será chamado pelo
nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco) ” (Mateus 1:21-23).

Nestas breves palavras temos o mais belo anuncio de toda história, palavras que são
pronunciadas na cidade de Belém direcionadas uma humilde jovem chamada Maria, o anuncio
da encarnação do eterno Verbo de Deus, do cumprimento da antiga promessa feita a nossos
pais, Adão e Eva, ainda no Jardim do Éden - “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua
semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar ” (Gênesis 3:15).
A promessa de Natal é então uma promessa de salvação, e da mesma forma como Deus se
revelou ao povo de Israel através da dadiva da liberdade da escravidão do Egito, Ele se revela
hoje através da dadiva, da entrega do seu Filho para ser oferecido como sacrifício propiciatório
por pecadores como nós,

“Confessamos, então, que Deus cumpriu a promessa, feita aos pais antigos pela boca
dos seus santos profetas, quando enviou ao mundo seu próprio, único e eterno Filho, no
tempo determinado por Ele. Este assumiu a forma de servo e tornou-se semelhante aos
homens (Filipenses 2:7), tomando realmente a verdadeira natureza humana com todas
as suas fraquezas3, mas sem o pecado. Foi concebido no ventre da bem-aventurada
virgem Maria, pelo poder do Espírito Santo, sem intervenção do homem. E não somente
tomou a natureza humana quanto ao corpo, mas também a verdadeira alma humana,
para que fosse um verdadeiro homem. Pois, estando perdidos tanto a alma como o
corpo, Ele devia tomar ambos para salvá-los. ” (Confissão Belga, ARTIGO 18 - A
ENCARNAÇÃO DO FILHO DE DEUS)

O pecado faz separação entre nós e nosso Deus, ele nos exclui da própria vida, nos impedido
de viver da forma para a qual fomos criados, glorificar a Deus e desfruta-los para sempre, nos
colocando em posição de inimizade contra Deus. Nos faz viver num mundo sem Criador, onde
não há mais esperança e nenhum sentido ou significado.
Pode-se ver em toda a história da humanidade a busca e espera de um libertador, o anseio no
coração do homem por encontrar alegria e com isso buscamos nossa libertação no trabalho, nos
momentos de lazer, nas mais diversas ideologias políticas, no avanço cientifico, nos prazeres
transitórios do pecado, no dinheiro, mas não encontramos, Santo Agostinho no século IV já
afirmava no início de suas confissões: “fizeste-nos para ti ó Deus, e nossa alma não encontrará
repouso enquanto não descansar em ti”.
A história do natalina, narrada muitas vezes na construção de belos presépios, tem início muito
antes de José e Maria, muito antes da estrebaria, ela se inicia nos primeiros capítulos de Gênesis
onde afirma que fomos feitos para Deus, criados para amá-lo e a adorá-lo e nosso coração não
viverá em paz enquanto não formos salvos por ele e para ele.
Toda obra de redenção tem início no ato de doação divina, e como afirmado no nosso texto inicial
“[...] tudo isso aconteceu, para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por intermédio do
profeta”. A encarnação e a ascenção de Cristo acontecem com a mesma promessa: “Deus
conosco” e “Eis que estou convosco até a consumação dos séculos”. Deus continua presente e
guiando a vida do seu povo para realizar sua obra santa, e exatamente por isso o apóstolo Paulo
afirma que: “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, que foram
chamados segundo o seu propósito”.
Assim, cremos que no tempo determinado,

“Deus, perfeitamente misericordioso e justo, enviou seu Filho para assumir a natureza
humane em que foi cometida a desobediência. Nesta natureza, Ele satisfez a Deus,
carregando o castigo pelos pecados, através de seu mui amargo sofrimento e morte. ”
Esta é a promessa do natal, Deus encarnado em Cristo Jesus, o recém-nascido na manjedoura
em Belém, vivendo a vida perfeita que nós deveríamos viver, sendo tentado em todas as coisas,
mas sem pecado, sofrendo as dores por causa do nosso pecado, provando as limitações e
angústias humanas, experimentando o abandono, a traição, a injustiça, a negação, a rejeição,
bebendo o cálice amargo da ira divina para nos garantir vida eterna e glorificar o Seu próprio
Nome.
Como diria C S Lewis, agradecer ao Deus Doador é o cumprimento e a consumação de todo
prazer. Toda dádiva que recebemos de Deus, deve gerar em nós gratidão e desta forma, com o
coração transbordando de alegria e gratidão celebramos o Natal para a glória de Deus.

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