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AO JUÍZO DE DIREITO DA ____ª CIVEL DA COMARCA DE ARARIPINA, ESTADO DE

PERNAMBUCO

MANOEL DA PAZ COSTA, brasileiro, em união estável, agricultor, portador do RG de nº


2005032063832 SSP/PE, CPF de Nº 03291546300, residente e domiciliado no Sítio Lagoa da
Onça, nº 921, Zona Rural, Araripina-PE, sem endereço eletrônico, por meio de sua
advogada que este subscreve, com endereço profissional à Rua Joaquim Alexandre Arraes,
43, Centro, Araripina-PE, EMAIL: marcela_pably@hotmail.com, Cel.: (87)9.92088337, onde
recebe as intimações de estilo, vem, mui respeitosamente, perante Vossa Excelência, com
fulcro nos Art. 186 e 927, ambos do Código Civil e art. 42, parágrafo único do CDC, propor a
seguinte;

AÇÃO CANCELAMENTO DE CONTRATO C/C INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL DE


COBRANÇA INDEVIDA

Em face da COMPANHIA ENERGÉTICA DE PERNAMBUCO, Pessoa jurídica de direito


público, inscrita no CNPJ/MF sob o n.º 10.835.932/0001-08, com sede à Avenida João de
Barros, nº 111, Recife-PE, CEP 50050-180, de acordo com as razões fáticas e jurídicas a
seguir expostas.

1. PRELIMINARMENTE

GRATUIDADE JUDICIÁRIA

O Autor declara por meio de sua procuradora que este subscreve, na forma preconizada
pelos artigos 98 e 99 do CPC/15, a condição de hipossuficiência, não dispondo de meios
para custear despesas processuais, pleiteando assim a GRATUIDADE DA JUSTIÇA, em
estrita conformação com as normas de regência.

DO FORO COMPETENTE

A presente ação discute questões que mostram conexão com a relação de consumo portanto,
inicialmente, para justificar a escolha desse foro, para aprecia-lo e dirimir a questão
apresentada, invoca o dispositivo constante no código de defesa do consumidor, onde se
estampa a possibilidade de propositura de ação judicial no domicílio do requerente (art. 101. I).
Além do mais, tem-se que eventuais contatos, ainda que tácitos, de prestação de serviços
públicos e/ou de consumo, vinculam-se, de uma forma ou de outra, a existência de “relação de
consumo”. Como no presente caso, trazido à baila.

2. DOS FATOS

O Requerente é usuário dos serviços de fornecimento de energia elétrica sob a unidade


consumidora conta contrato 007016693922, no endereço no Sítio Lagoa da Onça, nº 921,
Zona Rural.

Até recentemente, o local de residência do autor não era coberto por rede elétrica, quando foi
efetuada a instalação de rede elétrica no local, a CELPE realizou o cadastro da casa vizinha
com________ mesmo proprietário, sem anuência, ou sequer conhecimento da parte autora,
ocorre que a casa de número 1 jamais pertenceu ao autor, e apesar disso, as faturas de dívida
chegavam à residência que foi cadastrada erroneamente, não chegando às vistas do
requerente, oque impossibilitou o mesmo de tomar conhecimento da situação com
antecedência.

Certo dia, o Requerente tomou conhecimento de que havia na CELPE um débito em seu nome
no valor de R$ 653,11(seiscentos e cinquenta e três reais e onze centavos) referente à 21
faturas, o autor então procurou seu vizinho para tentar regularizar a situação de forma
amigável, mas este se negou.

Tentando solucionar o caso, a procuradora do autor foi à CELPE abrir uma reclamação de
cadastro, cujo número de protocolo é 70001242219, porém até a presente data a companhia se
omite de manifestar-se sobre o ocorrido, não demonstrando interesse em regularizar a
situação.

Diante do ocorrido, que resultou em grave prejuízo ao autor, lhe resta apenas recorrer à via
judicial, exigindo o cancelamento do contrato firmado sem seu consentimento e indenização
pelos danos morais sofridos.

3. DA TUTELA DE URGÊNCIA

4. DO DIREITO

além de ensejar indenização por danos morais.

Vejamos o que diz o artigo 940 do Código Civil:

“Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em


parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for
devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro
do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir,
salvo se houver prescrição.”
O dano moral causado à Requerente deve ser reparado de forma plena, de maneira a
compensar os valores atingidos pelo evento danoso, servindo também de desestímulo à prática
de atos ilícitos semelhantes, encontrando amparo no art. 5º, V, X da Constituição Federal,
como também, no art. 927, do Código Civil, verbis:

Art. 927 do Código civil - Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187),
causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.”

Art. 5º, inciso V da Const. Federal. – “é assegurado o direito de


resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano
material, moral ou à imagem.”

(...)

No caso em apreço é indiscutível a aplicação do Código de Defesa do Consumidor, uma vez


que toda a técnica de manejo da portabilidade e sua vertentes é de responsabilidade exclusiva
das operadoras de telefonia, sendo os consumidores partes hipossuficientes no que se refere à
técnica deste tipo de serviço.

Além exigir pagamento de multa, a operadora realizou sem deferimento, ou sequer prévio
conhecimento da Autora, o cancelamento de todas as linhas restantes, causando prejuízos às
atividades da empresa, assim ferindo de forma injustificável o Código de Defesa do
Consumidor.

A empresa contratante, correndo ainda o risco de ter seu nome como inadimplente no SPC,
recorreu à ANATEL, o que não surtiu efeitos de fato favoráveis às atividades da requerente,
tendo em vista que o débito alegado pela requerida ainda persistiram.

Assim, considerando os fatos e provas existentes nos autos, requer-se a aplicação do Código
de Defesa do Consumidor ao presente caso, vejamos;
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras
práticas abusivas: (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)

I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento


de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites
quantitativos;

II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata


medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade
com os usos e costumes;

III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer


produto, ou fornecer qualquer serviço;

IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em


vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-
lhe seus produtos ou serviços;

V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;

VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e


autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de
práticas anteriores entre as partes;

VII - repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo


consumidor no exercício de seus direitos;
VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em
desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais
competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo
Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
(Conmetro);

I X - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou


deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério;

IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a


quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento,
ressalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais;
(Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)

X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços. (Incluído


pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)

XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de 22.10.1999,


transformado em inciso XIII, quando da conversão na Lei nº 9.870, de
23.11.1999

XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou


deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério. (Incluído
pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou
contratualmente estabelecido. (Incluído pela Lei nº 9.870, de
23.11.1999)

XIV - permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais ou de


serviços de um número maior de consumidores que o fixado pela
autoridade administrativa como máximo. (Incluído pela Lei nº 13.425,
de 2017)

Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos ou


entregues ao consumidor, na hipótese prevista no inciso III, equiparam-
se às amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento.

3.1 DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

Com relação à reparação do dano, tem-se que aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito, ficando obrigado a reparar os prejuízos ocasionados (Art. 186 e 187
do CC). No caso exposto, por se tratar de uma relação de consumo, a reparação se dará
independentemente do agente ter agido com culpa, uma vez que nosso ordenamento jurídico
adota a teoria da responsabilidade objetiva (Art. 12 do CDC).

Sendo assim, é de inteira justiça que seja reconhecido à autora o direito básico (Art. 6, VI do
CDC) de ser indenizada pelos danos sofridos, em face da conduta negligente do réu em

A Autora entende ser justo, para recompensar os danos sofridos e servir de exemplo à
empresa ré na prevenção de novas condutas ilícitas, a indenização com quantia de R$
2.000,00.
3. DOS PEDIDOS

Ante todo o exposto, requer-se:

a) Seja declarada a inversão do ônus da prova em favor do autor;

b) Seja julgado procedente o pedido de indenização do valor que foi cobrado indevidamente,
ratificado artigo 940 do Código Civil

c) seja julgado procedente o pedido de indenização por danos morais no valor de R$ 10.000,00
(dez mil Reais)

e) requer-se pela produção de todos os meios de provas admitidos em direito, em seu


momento oportuno, em especial prova documental e depoimento pessoal dos representantes
das requeridas.

f)

Atribui-se à causa o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais)

Nestes termos, pede deferimento.


Araripina, 15 de janeiro de 2018

Marcela Batista Pably Arraes


OAB/PE 41941
Geazi Natan Carlos de Macedo
Estagiário

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