Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Leituras indicadas:
Desde o Direito Romano a dogmática jurídica é baseada no Direito Civil. Até hoje usamos
expressões em latim. Algumas dessas expressões foram criadas fora do Direito Romano.
Quando falamos em Corpus Ius Civilis podemos até dizer que foi um código no sentido
de que queria condensar, mas não é um código no sentido moderno, como o de napoleão.
Mas esse direito romano influenciou toda a Europa ocidental e a América, assim como a
Africa (que ainda hoje, em alguns casos, usa o sistema legislativo do colonizador).
Mesmo nos países anglo-saxões a influência do Direito Romano ainda é muito forte.
Com a idade média ocorre a proliferação dos povos bárbaros, mas ela é caracterizada pela
fragmentação do poder estatal, pois não encontramos mais um império como Roma.
Vemos poderes fragmentadas lutando contra invasores.
Outro ponto da idade média, é que a única instituição de poder era a igreja (Direito
Canônico e a preservação do material antigo nas igrejas). Os monges copistas
copiavam os livros, que as vezes duravam a vida inteira. A igreja acabou então
preservando muitos livros.
O Direito Canônico:
2) Outra parte do Direito civil que será influenciada decisivamente pelo Direito
canônico é a família (A própria estrutura do casamento, possui alguns ritos e
termos que demonstram esse viés arcaico medieval).
O código de napoleão não foi o primeiro código, mas inaugurou a era das codificações.
Ele é produto do iluminismo e é fruto da revolução francesa, consequentemente é um
código voltado para burguesia, para a razão e secularização (separação da igreja).
Oposição entre o Historicista Carl Von Savigny x Thibaut. O primeiro defendia que os
costumes aliados a exaltação do Pandectas/Digesto, deveria prevalecer e estaria, portanto,
mais adaptado a vontade, voz e espirito do povo, enquanto Thibaut defendia uma
codificação, sofrendo influência da era das codificações inaugurada pelo código de
Napoleão. Após o código ser elaborado, ele serviu de inspiração para vários outros.
A distinção entre parte geral e especial em 1916 é influenciada pelo código civil alemão.
Em 1916 o Brasil é uma sociedade agrária, então quem tem o poder não é o comerciante,
mas sim o latifundiário. Ora, se na época do Código de Napoleão, a força capitalista
pertencia aos burgueses, porquê este código vai interessar ao Código Civil Brasileiro de
1916 e influencia-lo que já aqui temos o latifundiário como poder capitalista? Simples,
alguns interesses burgueses como a defesa da propriedade e autonomia da vontade servem
muito aos interesses do latifundiário. Ou seja, nestes aspectos vale tanto para burgueses
na França, como latifundiários no brasil (interesses capitalistas).
Até 2002 após 1916 - O Brasil passa a ter a migração para os centros urbanos. Surge um
novo pensar democrático que remete ao respeito da pessoa humana. Antes da CF88 surge
questões sociais, como a lei do divórcio, que vão surgindo em legislações esparsas sem
modificar o código civil, nem mesmo de forma tácita, e isto ocorre no mundo todo, o que
seria a era da descodificação, perdendo-se a centralidade do código civil de 2002. Temos
assuntos de Direito civil regulados fora do direito civil.
A CF 88 ao surgir (antes no código de 2002) garante a igualdade entre homem e mulher,
que já muda o quadro do direito de família visto anteriormente. Função social da
propriedade. Proteção da privacidade e várias outras coisas que podem tocar ao direito
civil. E traz uma ótica que não é apenas focada no aspecto patrimonial, mas sim a
personalização do Direito Civil.
Isso casa com um movimento chamado constitucionalização do Direito Civil.
Algumas críticas: Ocorre a repersonalização do Direito civil, mais com foco na pessoa do
que no patrimônio. Mas aí, começa a surgir alguns exageros. Ex: A dignidade da pessoa
humana, que é usada o tempo todo para tudo. “o que serve pra tudo, não serve para nada”.
Usaram e abusaram desse Princípio.
Antes da Constituição de 1988 era dito sobre a Constituição, então vigente no Governo
dos militares, que era uma carta política, sem conteúdo jurídico ou que seria apenas uma
norma de Direito público. E alguns ainda diziam que o código civil era a Constituição do
Direito Privado. Ficando claro a pouca importância da Constituição à época. Então essa
Constitucionalização do Direito Civil, denota que a Constituição Federal vai tratar de
situações do próprio Direito civil. O principal ponto negativo é o abandono das categorias
dogmáticas básicas do Direito civil, levando a algumas imprecisões terminológicas, ou
seja, pra tudo usa-se o Princípio v.g. dignidade da pessoa humana, e com isso se abandona
as características dogmáticas básicas do Direito Civil.
Duas correntes se dividiram: Uma que queria um novo código e outra queria que não
houvesse um novo código, mas sim microssistemas jurídicos que seriam leis esparsas
tratando sobre os temas.
O código de 2002 começa a ser escrito em 1969. Miguel Reale foi colocado como
coordenador. Sendo que este não é do Direito Civil, mas sim de Filosofia do Direito. Em
cada área especifica havia um especialista. Em 1972 é publicada a primeira versão para
discussão e enviado para discussão 1975 e recebe 1063 emendas. Em 1984 vira projeto.
O projeto fica esquecido devido as mudanças que estavam prestes a ocorrer
(redemocratização do Brasil). Em 1995 ele é retomado e aprovado em 2002. Já nasce,
portanto, com várias críticas e velho.
Em relação ao código de 1916 a estrutura é parecida, porem no conteúdo o código de
2002 é muito mais progressivo.
Eticidade:
Vinculação com a ideia da Boa-fé:
Subjetiva: situacional – fator psíquico
x
Objetiva – Boa fé enquanto uma norma – padrão ideal de conduta – independente
do que a pessoa queria ou não.
Quando falamos de boa fé subjetiva falamos no sentido do dia-dia.
A boa fé subjetiva de certa forma já estava presente em 1916, a boa-fé objetiva é
que surge então como novidade.
No que se refere aos pontos em que o Código Civil deixou de avançar, vale a seguinte
crítica:
Fim da parte Histórica