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Como Você Pode Controlar as Ações e Atitudes dos Outros 1

COMO VOCÊ PODE CONTROLAR AS AÇÕES E


ATITUDES DOS OUTROS

Está lembrado da história de Svengali, o hipnotizador que


controlava as ações e o comportamento dos outros, por meio de um
misterioso poder?
Talvez você se surpreenda ao saber que todos nós temos - cada qual
a sua maneira – algo de um Svengali. Não porque talvez tenhamos
poderes tão misteriosos sobre as pessoas como a hipnose, mas porque
cada um de nós exerce um controle sobre as ações e atitudes das outras
pessoas. O único problema é que não sabemos que estamos exercendo
este poder, e freqüentemente, em vez de usa-lo em nosso favor, o usamos
contra nós.
Algumas pessoas poderiam contestar essa idéia de "controlar" as
ações dos outros. Mas, quando você entender a lei da psicologia sobre a
qual quero lhe falar neste capítulo, verá que realmente não temos outra
alternativa. Todos nós, constantemente estamos influenciando e
controlando as ações das pessoas com as quais entramos em contato. A
única alternativa que temos é esta: empregaremos o influxo para o bem
ou para o mal, em nosso benefício ou em nosso detrimento?
Por exemplo, poderia causar-lhe surpresa saber que aproximadamente
95 % dos casos em que você é tratado descortesmente, desprezado ou, às
vezes em que o outro age "irracionalmente", foi você mesmo "quem
pediu" para ser tratado assim. Você estava controlando as ações da outra
pessoa e, de fato, pedindo que o tratassem com descortesia.

Como assumir a atitude e realizar a ação que você espera do


outro indivíduo

Há uma lei da psicologia que faz com que as pessoas reajam e


respondam exatamente igual à atitude e à forma que assume e
desenvolve o outro indivíduo. Não há nada de misterioso nisso, exceto os
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surpreendentes resultados que se produzem, quando essa lei começa a ser
colocada em vigência.
Isso tem sentido. Todos nós queremos fazer o conveniente. Todos
querem "estar à altura das circunstâncias''. Todos nós representamos o
papel que nos corresponde na vida, segundo o cenário que encontramos
montado diante de nós. Há um desejo inconsciente de não frustrar a
opinião que os outros parecem ter de nós, ou de ''rebaixar-nos'' diante
dela.
Se você decide de antemão que vai ser difícil se relacionar com
determinada pessoa é bem provável que se aproxime dela de uma
maneira mais ou menos hostil com seus punhos mentalmente fechados,
pronto para brigar. Desta forma, você literalmente prepara o cenário no
que tal pessoa deve agir. Ela, por sua vez, se comporta conforme as
circunstâncias. Age a partir daquilo que você preparou para ela e você
ficará convencido de que realmente é uma pessoa "difícil", sem jamais
tomar consciência do fato de que foi o seu modo de proceder e sua
atitude que a levaram a se comportar assim.
Quando nos relacionamos com outras pessoas, vemos nossas
próprias atitudes refletidas no comportamento dos outros. Como se
estivéssemos parados frente a um espelho. Quando sorri, a pessoa do
espelho também sorri. Quando franze o semblante, o homem do espelho
também franze o semblante. Quando grita, o homem do espelho grita
também. São poucas as pessoas que se dão conta de quanto é importante
e resulta fácil predizer esta lei da psicologia. Não se trata de palavras
doces sobre a mentira como as pessoas deveriam agir. Ela pode ser
levada para um laboratório psicológico e estudada de forma
desinteressada e fria, da mesma forma como qualquer outra lei natural.

Quando gritarem com você, responda gritando

Em cooperação com a marinha dos Estados Unidos, a Unidade de


Investigação da Linguagem da Faculdade Kenyon conseguiu comprovar
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que quando gritam com uma pessoa, esta não consegue deixar de
responder aos gritos, mesmo quando não pode ver a pessoa que lhe fala.
Realizaram-se experiências pelo telefone e computador para
determinar o tom de voz mais adequado para se dar instruções e ordens.
A pessoa que falava, fazia perguntas simples, cada uma num tom de voz
diferente. Invariavelmente as respostas foram dadas num mesmo tom de
voz. Quando se fazia a pergunta num tom suave, a resposta era dada em
tom suave, quando se fazia a pergunta num tom forte, a resposta era dada
em tom forte.
O resultado surpreendente dessas experiências, não obstante, foi
descobrir que as pessoas do lado receptor, simplesmente não puderam
deixar de serem influenciadas velo tom de voz da pessoa que falava. Por
muito que se tenha esforçado, seu próprio tom de voz subia ou baixava
na mesma proporção em que subia ou baixava o da pessoa que falava.

Como controlar a ira dos demais

Sinceramente – se começar a tempo –, você pode empregar este


conhecimento científico, para evitar que uma outra pessoa fique irritada.
A técnica está fundamentada em dois fatos bem conhecidos da
psicologia. Um, é a experiência que acabamos de descrever: você
controla o tom de voz da outra pessoa por meio de seu próprio tom de
voz. O outro é este: perguntar se você eleva o tom de voz porque se
aborrece ou se você se aborrece porque fala em tom alto, é como
perguntar: "O que existiu primeiro: a galinha ou o ovo?" As coisas
podem acontecer de uma ou de outra maneira. Uma coisa é certa: quanto
mais subir o tom de voz ao falar, tanto mais você ficará aborrecido. A
psicologia aceitou como um dado científico o velho preceito bíblico:
"Uma resposta dada em tom suave evita o surgimento da ira".
Conhecendo esses dois fatos, você pode controlar as emoções da
outra pessoa até um grau surpreendente. Quando você se encontrar numa
situação explosiva – uma dessas "situações tensas" que a qualquer
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momento podem escapar do controle de suas mãos deliberadamente
diminua o tom de sua voz e a mantenha suave. Isso literalmente obrigará
o outro indivíduo a também manter suave o tom de sua voz. Se você
mantém sua voz graduada e num tom suave, o outro não consegue se
irritar ou se alterar. Se você espera que a outra pessoa se aborreça, não
vai funcionar – mas poderá afastar a ira com a ajuda desta técnica, antes
que ela apareça.

O entusiasmo é contagiante

Você quer que os outros se entusiasmem com as suas idéias, com os


produtos que está vendendo ou com seus planos? Então, lembre-se da lei
da psicologia que diz:

A dote a atitude e a ação que você


quer que a outra pessoa expresse.

O entusiasmo é muito mais contagioso que o sarampo. Da mesma


forma como são a indiferença e a falta de entusiasmo. Você já entrou
numa loja onde os vendedores estavam preguiçosamente reclinados
sobre o balcão, com um olhar de indiferença e de tédio na cara? Alguma
vez, você já perguntou para um vendedor a respeito de uma mercadoria e
este lhe respondeu com indiferença "eu não sei" com a conotação de
"além disso, não me importa"?
É bem provável que não tenha gostado e ido embora sem comprar
nada – e sem exatamente saber por que. Analise a situação, porém, e verá
que o empregado de fato fez com que você se tornasse indiferente e
estragou qualquer interesse que pudesse ter tido. Inconscientemente você
estava dizendo: "Muito bem! Se a pessoa que vende esta mercadoria
demonstra apenas esse entusiasmo por ela, provavelmente não vale a
pena que eu me entusiasme".
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Como estragar as vendas. Recentemente entrei na seção de artigos
esportivos de uma loja muito grande, com a intenção de comprar uma
carretilha para vara de pescar. Longe de ser um grande pescador, porém,
quando li sobre as novas carretilhas para linha de pescar e ouvi alguns
comentários a respeito, passei a me interessar. Contudo, meu interesse
desapareceu rapidamente quando vi a falta de interesse que o vendedor
manifestava.
– Estes aparelhos são realmente tão bons como dizem?, perguntei.
– Olhe, acho que sim – respondeu. Todos têm direito a ter uma
opinião própria.
– Você não gosta?
– Não sei nada a respeito.
– São muito famosos?
– Algumas pessoas compram. Simplesmente não sei. Entendo que
são bons para um apaixonado porque este não costuma retroceder.
O resultado é que acabei indo embora sem comprar nada. "Deve
haver algum problema com esses aparelhos", pensei comigo. "Porque, do
contrário, ele teria tentado vender-me algum".
Algumas semanas depois, quando me encontrava na Flórida, tive a
oportunidade, durante um fim de semana, de pescar um pouco. Dirigi-me
a uma pequena loja de material de pesca e pedi que me mostrassem
algum material de pesca.
– Acho que você quer um caniço – disse o senhor que se encontrava
detrás do balcão.
– Bom, não sei – respondi. O caniço parece ser mais para pessoas
que sentem uma profunda paixão pela pesca, não é verdade?
Ele fixou seu olhar em mim e sem titubear, como se estivesse
profundamente surpreendido, disse:
– Mas senhor, não lhe agrada a pesca com um caniço?
– Bom, – respondi – nunca experimentei.
– A pessoa que não gosta de pescar com caniço, certamente não
entende nada – respondeu.
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Pela sua diplomacia, jamais esse homem ganharia uma medalha.
Mas pelo seu entusiasmo cabal e sincero pela pesca com caniço, anulou a
dureza de suas palavras. Ele estava tão convencido que me convenceu. O
que pude fazer foi rir e dizer:
– Está bem! Venda-me um caniço e o material completo que o
acompanha.
Esta história mostra uma outra fase sobre o controle das ações das
outras pessoas. Não se vende nada a ninguém se não estamos convencidos
sobre o produto. Quando estamos convencidos – e a outra pessoa sabe
quando se está convencido – ela desejará comprar o produto. Dê um passo
mais além, e convença-se da idéia de que a outra pessoa vai comprar, e
praticamente obrigue-a a comprar aquilo que você estiver vendendo .
O melhor testemunho que conheci para provar que se consegue
dominar o entusiasmo dos outros, é o livro de Frank Bettger, How I
Raised Myself from Failure to Success in Selling.* Bettger foi um
fracassado até os 29 anos de idade. Quando começou, quase morreu de
fome ao tentar ganhar a vida como vendedor. Ele se propôs, por
conseguinte, desenvolver seu entusiasmo de forma deliberada. Deixou de
usar o ataque frontal para conseguir que os outros se mostrassem
entusiasmados com seu produto. Antes disso, preocupou-se em se sentir
entusiasmado.
Quando começou a se sentir entusiasmado – descobriu que outros
também chegavam a sentir-se assim e que compravam seus produtos. Foi
progredindo e chegou a se converter num dos vendedores de maior
sucesso de todos os tempos nos Estados Unidos.

A confiança gera confiança: como aproveitar esse ato ao máximo

Assim como você pode fazer com que os outros se mostrem


entusiasmados, mostrando-se entusiasmado, também pode fazer com que

*
New York: Prentice-Hall. Inc. 1949.
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outros confiem tanto em você como naquilo que você propõe agindo
com confiança.
Pelo simples fato de saber como agir com confiança, muitos
homens de capacidade razoável progridem mais do que aqueles que
contam com um talento excepcional. O fato é triste, mas é verdade.
Todos os grandes líderes da humanidade conheceram a importância
de agir com confiança. Napoleão, ainda que talvez não seja um exemplo
adequado de boas relações humanas e em muitos outros aspectos,
conhecia os segredos de uma atitude de confiança e a usava em grau
supremo. Depois de seu primeiro exílio, quando o exército francês foi
enviado para capturá-lo, não saiu correndo e nem se escondeu. Saiu
intrepidamente para enfrentá-lo. Um homem contra um exército. Não
obstante, sua suprema confiança no fato de que dominaria a situação,
operou milagres. Agia como se esperasse que o exército aceitasse suas
ordens. E, no fim, os soldados acabaram regressando tendo-o como líder.
A história de Hilton. Em seus tempos de juventude, Conrad Hilton,
fundador de famosa cadeia de hotéis, tinha mais confiança do que
dinheiro. Com efeito, praticamente tudo o que possuía era a reputação de
cumprir sua palavra e a capacidade de inspirar nos outros a mesma
confiança que inspirava nos planos que sentia. Sem se importar com os
obstáculos ou as probabilidades contrárias a ele, Hilton sempre agia
como se fracassar fosse impossível. Sua atitude, como se fosse uma arte
mágica, inspirou a outros que, também passaram a acreditar que ele não
podia fracassar.
O primeiro hotel de Hilton que era realmente de primeira classe, ele
o iniciou com menos de USS 50.000 de seu próprio dinheiro. Quando
sua mãe o encontrou traçando planos e lhe perguntou o que estava
fazendo, ele respondeu que estava projetando realmente um grande hotel.
"De onde sairá o dinheiro?", perguntou ela. "Daqui de dentro" disse-lhe
Hilton, apontando para a cabeça. Esgotando toda fonte possível,
conseguiu reunir um capital de aproximadamente USS 500.000. Porém,
quando os arquitetos apresentaram" lhe um orçamento do hotel que ele
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queria, disseram que custaria pelo menos USS 1.000.000. Sem vacilar,
ele respondeu: "Preparem os planos''.
Hilton começou efetivamente a construir o hotel sem ter a mínima
idéia acerca de onde viria o dinheiro para terminá-lo. Mas, por que ele
não só falava de um hotel de USS 1.000.000 senão que na realidade agia
como se estivesse disposto a construí-lo, outras pessoas chegaram a se
convencer de que "Connie chegará lá" e investiram seu dinheiro.
Henry Ford no começo também financiou sua companhia com uma
atitude de confiança que ele desenvolvia em si mesmo. Mantinha
disponível a quantia de dinheiro que tinha. Não se incomodava em
contar que praticamente todo o seu capital era representado pelo dinheiro
em caixa. Esteve em apuros mais de uma vez, mas ao agir como se não
pudesse fracassar – e como se estivesse disposto a conseguir o sucesso
com sua enorme confiança, inspirou a outros.
John D. Rockefeller aplicava a mesma técnica. Quando algum
credor chegava a visitá-lo e sutilmente lhe pedia que pagasse a conta,
Rockefeller costumava puxar um talão de cheques com gesto de
grandeza. "O que você prefere", costumava perguntar, "dinheiro ou ações
da Standard Oil?" Parecia tão calmo e confiante que quase todo mundo
acabava aceitando as ações de sua companhia e ninguém chegou a se
lamentar.

Dinheiro no banco para vendedores

Bob Whitney, presidente da National Sales Executives, de Nova


York, disse-me recentemente: "Les, uma atitude de confiança num
vendedor é como ter dinheiro no banco. Aja com confiança. Irradie
confiança e descobrirá que ele começa a se sentir mais confiado. E, o que
é mais importante, seus supostos clientes depositarão mais confiança
nele. Já vi vendedores de nível médio, com um bom índice de vendas,
porque sabiam como agir e falar com confiança. Já vi fracassar
miseravelmente pessoas que aparentemente conheciam todas as respostas
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com relação ao aspecto teórico da arte de vender, mas que não tinham
esse dom de demonstrarem confiança".

Como dotar sua personalidade de magnetismo

Bob Bale, fundador do famoso Bob Bale Personality Institute,


conta-me que o mesmo sentimento de confiança e adotar uma atitude de
confiança é uma das coisas mais importantes que pode fazer com que
você se converta numa personalidade mais interessante e dinâmica.
"Ninguém gosta de uma pessoa insípida e tímida que age como se não
soubesse exatamente de que está falando ou o que quer", diz Bob.
"Instintivamente, gostamos da pessoa que sabe o que quer e age
como se esperasse conseguí-lo. As pessoas não gostam daquelas que ficam
em dúvida ou de fracassados. Se você deseja que as pessoas apreciem
você, faça-os saber que você quer vencer. Mantenha a cabeça erguida. Olhe
a outra pessoa nos olhos. Caminhe como se tivesse uma meta e estivesse
decidido a alcançá-la. Vi homens e mulheres mudar totalmente de
personalidade mediante a adoção deliberada de uma atitude confiante."
Lembre que, se você acredita em si mesmo e age como se
acreditasse em você mesmo, os outros acreditarão em você.

COISAS PEQUENAS DENUNCIAM VOCÊ

Não se pode olhar dentro do crânio de um homem e ver quanta confiança


que há ali dentro. Mas a confiança tende a se manifestar de maneiras sutis. E
pode ser que nunca tenhamos analisado exatamente porque temos confiança
em uma outra pessoa. Inconscientemente todos nós julgamos os outros com
base nesses pequenos sinais ou indícios que os denunciam.

1. Observe sua própria maneira de caminhar

Nossas ações físicas expressam nossas atitudes mentais. Se você vê


um homem que caminha com os ombros caídos e de forma desanimada,
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pode notar que a carga que ele carrega parece ser muito pesada. Age
como se estivesse levando um pesado fardo. (Provavelmente está
carregando um fardo de desalento e desespero.) Quando algo está
oprimindo o espírito de um homem, invariavelmente deprime seu corpo.
Ele caminha inclinado.
Quando enxergar algum homem caminhando com a cabeça
inclinada e com os olhos voltados vara o chão, saberá que está
hospedando sentimentos de pessimismo.
Uma pessoa tímida caminha com passos inseguros e vacilantes,
como se tivesse medo de pegar o vôo e apertar o passo de confiança.
O homem de confiança caminha com decisão. Seus ombros estão
jogados para trás e seu olhar de alerta dirigido para alguma meta que
sente poder alcançar.

2. Seu aperto frouxo de mãos

John D. Murphy, ao escrever para a revista Your Life o artigo


intitulado "Seu aperto frouxo de mãos" dizia que a forma de você dar um
aperto de mãos revela muito mais do que você suspeita sobre a forma de
você se sentir com relação a si mesmo. A pessoa que dá um aperto de
mãos fraco e sem ânimo, tem pouca confiança em si mesma. Quando
procura agir com arrogância e poder, assim como muita gente que tem
pouca confiança em si mesma faz, sabe que está fingindo. O triturador de
ossos é propenso a se opor a uma falta de confiança em si mesmo; é
capaz de ir bem longe para convencer o outro de que realmente tem
confiança em si mesmo. O aperto de mãos firme, mas não violento,
acompanhado apenas de um pequeno apertão que diz "estou vivo;
domino qualquer situação" é o a erro de mãos que denota confiança em
si mesmo.
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3. Seu tom de voz

Realmente nós nos expressamos mais por meio de nossa voz do que
por qualquer outro meio. A voz constitui o meio de comunicação mais
Altamente desenvolvido nos seres humanos. Porém, sua voz comunica
algo mais do que idéias. Comunica também os sentimentos que você
encerra em si mesmo. Comece a escutar sua própria voz: ela expressa
desespero ou resolução? Você se acostumou sem se dar conta, a falar de
uma maneira lamuriante? Diz as coisas sem temor e em tom de
confiança, ou somente resmunga as palavras?

A única forma de proceder para conseguir


que as pessoas melhorem seu desempenho

Muitos procuram conseguir com que os outros melhorem seu


desempenho, valendo-se de repreensões, humilhações, ameaças ou
conselhos com respeito ao que "devem" fazer. O problema é que estes
métodos simplesmente não funcionam. Na maioria das vezes pioram as
coisas. Obedecendo a uma lei básica da natureza humana de "comportar-
se à altura" das opiniões dos outros e de desempenhar de forma
apropriada o papel que lhe foi designado, a pessoa acusada e censurada
costuma fazer o que se espera dela, procura não defraudar o conceito que
dela se tem. As censuras e a reprovação somente convencem a outra
pessoa de que se está decepcionado com ela, de que se ' tem uma opinião
desfavorável dela e novamente se poderá ver as ações refletidas nas
ações da outra pessoa.
Winston Churchill, um verdadeiro mestre na arte de se relacionar
com as pessoas, disse uma vez: "Descobri que a melhor forma de
conseguir que o outro adquira uma virtude, consiste em atribuir-lhe essa
qualidade." Faça a outra pessoa saber que você pensa que se pode confiar
nela e ela demonstrará que é digna de sua confiança.
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Na pequena cidade de Sunset, Louisiana, mora um banqueiro cujo
nome é Robert J. Castile, diretor do Bank of Sunset and Trust Company
que concedeu milhares de empréstimos sem garantia nem fiador.
Inclusive empresta dinheiro a universitários menores de idade, sem
assinatura de seus pais. Financiou mais de 300 carreiras universitárias de
estudantes pobres.
Da soma de mais de USS 500.000 emprestados durante os últimos
quinze anos, o banco não perdeu um centavo sequer. O segredo
simplesmente está em fazer saber às pessoas que realizam empréstimos,
que o dinheiro lhes é concedido por uma razão: o banco espera que
devolvam o empréstimo e confia que assim o farão. Em 1945, o banco
emprestou USS 2.000 a um homem desempregado que não tinha nenhum
capital, nem sequer um lugar onde viver com sua família. Depois de
passados quatro anos, cada centavo emprestado foi devolvido.
Uma injeção de verdade que realmente surte efeito. Recentemente
um funcionário da polícia dizia-me que, a melhor forma de ele conseguir
alguma informação de tipos suspeitos, era simplesmente dizer-lhes:
"Muito bem. Dizem por aí que sua fama é de trapaceiro e que já esteve
metido em todo tipo de rolos. Afirmam que há uma coisa que você não
está disposto a fazer: mentir. Dizem que qualquer coisa que você me
contar será a verdade e por isso é que estou aqui." Ao atribuir a um
malandro a virtude da veracidade, este policial literalmente o obriga a
dizer a verdade.
Quando Herbert Hoover era diretor de regulamentação de preços
durante a Primeira Guerra Mundial, soube que determinado comerciante
do Meio Oeste estava violando os preços estipulados de forma pública e
flagrante. Hoover decidiu experimentar uma pequena estratégia. Enviou
ao comerciante um telegrama que dizia: "O senhor foi nomeado
presidente do comitê de vigilância de sua cidade." O telegrama
continuava notificando que se apreciaria enormemente a cooperação
deste comerciante em fazer com que os comerciantes de sua cidade
cumprissem estritamente as regularizações de forma voluntária. Como se
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fosse magia, o telegrama deu certo. O comerciante daí em diante não só
cumpriu estritamente as disposições, como também dedicou muito tempo
e esforço para convencer os outros comerciantes de que fizessem o
mesmo.
Hoover havia utilizado um velho truque que os professores
empregam com freqüência quando separam o menino mais irrequieto da
sala e lhe dizem: "Jim, preciso dar uma saída rápida e gostaria que você
ficasse como monitor mantendo a ordem até te eu volte."
Há muito tempo Emerson disse: "Confie nos homens e eles serão
leais com você." Experimente! Descobrirá que não é um disparate, senão
algo que funciona.
Não somos a mesma pessoa para todos aqueles que conhecemos.
Nenhum homem, mulher ou criança é totalmente bom ou totalmente
ruim. Nossa personalidade tem diferentes facetas. A cara que
apresentamos quase sempre é a cara que a outra pessoa faz brilhar em
nós. Não é nada conveniente julgar antecipadamente as pessoas e decidir
que fulano é um velho avarento, simplesmente porque alguém que você
conhece teve essa experiência com ele. Talvez seu amigo tenha visto
brilhar esse lado avarento num outro indivíduo. Usando o senso comum
e a psicologia, talvez você consiga fazer brilhar o lado bom e generoso.
De todos os modos, vale a pena tentar.

O CAPÍTULO 4 EM BREVES PALAVRAS

1. Percebendo ou não, você controla as ações e atitudes dos outros


por intermédio de suas próprias ações e atitudes.
2. Você vê suas próprias atitudes refletidas nas atitudes da outra
pessoa, como se estivesse frente a um espelho.
3. Se você age de modo hostil ou se sente hostil, você verá refletida
essa hostilidade na pessoa do outro. Quando você grita com a
outra pessoa, praticamente ela se vê obrigada a responder gritando .
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Se você age com calma e não pela emoção, a ira dessa pessoa
será desviada antes de aparecer.
4. Se você age demonstrando entusiasmo, despertará o entusiasmo
da outra ressoa.
5. Se age com confiança, a outra pessoa terá confiança em você.
6. Comece hoje mesmo e de forma deliberada a cultivar uma atitude
de entusiasta. Aceite um conselho de Frank Bettger e aja como se
estivesse entusiasmado. Logo se sentirá entusiasmado.
7. Comece hoje mesmo, deliberadamente, a cultivar uma atitude de
confiança. Não resmungue as palavras como se tivesse medo de
expressar sua opinião. Fale com confiança. Vigie sua postura.
Uma pessoa que caminha inclinada dá a entender que a carga que
a vida lhe impôs é muito pesada. Uma cabeça inclinada significa
que você foi derrotado pela vida. Mantenha a cabeça erguida.
Levante os ombros. Caminhe com passos confiantes como se
tivesse uma meta importante para alcançar.

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