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FOZ DO IGUAÇU – PR
2016
RENATA BORTOLATO FERREIRA
FOZ DO IGUAÇU - PR
2016
AGRADECIMENTOS
Agradeço a meus pais, que me apoiaram totalmente nesta jornada devido a seus trabalhos
árduos pude me dedicar totalmente à graduação. Agradeço a minha mãe por me ensinar a
sempre seguir em frente e também a meu pai pelos princípios de honestidade e solidariedade,
seu exemplo é a base do meu caráter.
Ao meu orientador, Prof. Esp. João Ricardo Motta, pelos incentivos e por seu auxílio na
correção de cada detalhe durante a realização deste trabalho.
Ao meu coorientador e supervisor de estágio, Eng. Maycon Georgio Vendrame, por todo
conhecimento compartilhado, pela paciência em responder a tantas dúvidas, e por todas as
ideias, sem as quais este trabalho não seria realizado.
A meus amigos, que durante esses cinco anos de graduação me apoiaram e incentivaram,
vocês tornaram este período memorável.
“De tudo ficaram três coisas...
A certeza de que estamos começando...
A certeza de que é preciso continuar...
A certeza de que podemos ser interrompidos
antes de terminar...
Façamos da interrupção um caminho novo...
Da queda, um passo de dança...
Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura, um encontro!”
Este trabalho traz uma análise sobre o atual cenário mundial da geração fotovoltaica,
abrangendo o estado atual das políticas de incentivo a esta forma de geração e os principais
mercados consumidores e produtores de módulos fotovoltaicos, também é considerado as
tendências de crescimento da eficiência dos módulos. Por seguinte é feita uma análise do
cenário brasileiro, onde são considerados os principais fatores que influenciam na geração de
energia fotovoltaica, dentre eles a forma de compensação determinada pela Resolução
687/2015, da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Com base nos modelos
financeiros para tomada de decisão é feito uma análise econômica da aplicação de um sistema
fotovoltaico em uma instalação avícola, considerando o consumo desta unidade, a tarifa de
energia vigente, as linhas de financiamento existentes para o pequeno produtor rural, e a
variação no custo de instalação do sistema fotovoltaico de acordo com a variação da potência
fotovoltaica instalada. Que resulta na definição do limiar de potência de 3 kWp para a
viabilização de implantação de um sistema fotovoltaico em conjunto com a atividade avícola.
Palavras-chave: geração fotovoltaica, geração distribuída, avicultura, análise financeira.
ABSTRACT
This paper presents an analysis of the current world scenario of photovoltaic power
generation, including the state of policies to encourage this form of generation and the main
consumer markets for producers of photovoltaic systems, efficiency gains of the solar cells are
also considered. Later, an analysis of the Brazilian scenario is made, where the main factors
that influence the generation of photovoltaic energy are considered, among them the form of
compensation determined by Resolution 687/2015, of the National Agency of Electric Energy
(ANEEL). Based on the financial models for decision making, an economic analysis of the
application of a photovoltaic system in a poultry facility is made, considering the consumption
of this unit, the current energy tariff, the existing lines of credit for the small farmers and the
variation in the cost of installing the photovoltaic system according to the variation of installed
power.That results in the definition of the power threshold of 3 kWp for the feasibility of
implantation of a photovoltaic system together with the poultry activity.
GD Geração Distribuída
IR Imposto de Renda
Figura 2.1: Eficiência das células para diferentes tecnologias em laboratório. ........................ 19
Figura 2.2: Índice de geração de emprego por MW instalado para diversas fontes
e tecnologias. ............................................................................................................................ 22
Figura 2.3:Distribuição de empregos gerados pela indústria fotovoltaica nos EUA em 2015. 23
Figura 2.4: Histórico dos mercados incentivados. .................................................................... 24
Figura 2.5: Evolução da potência FV instalada no mundo. ...................................................... 26
Figura 2.6: Evolução da instalação FV nas regiões. ................................................................. 27
Figura 2.7: 10 países com as maiores potências fotovoltaicas instaladas e
acumuladas em 2015. ............................................................................................................... 28
Figura 2.8. Distribuição da produção de células fotovoltaicas em 2014. ................................. 30
Figura 2.9 Distribuição mundial da produção de módulos fotovoltáicos em 2014. ................. 31
Figura 3.1: Matriz oferta de eletricidade no Brasil. .................................................................. 32
Figura 3.2: Matriz oferta de eletricidade no mundo. ................................................................ 33
Figura 3.3: Evolução da capacidade instalada por fonte de geração. ....................................... 34
Figura 3.4. Composição do custo total de instalação de um SFV. ........................................... 35
Figura 3.5: Número acumulado de unidades consumidoras com SFV..................................... 36
Figura 3.6: Mapa FV brasileiro e da Europa ............................................................................ 38
Figura 3.7: Efeito da variação da temperatura das células sobre a curva característica I-V de um
módulo fotovoltaico.................................................................................................................. 39
Figura 3.8: Mapa da média anual de temperatura na superfície ............................................... 40
Figura 3.9: Classificação dos SFV. .......................................................................................... 41
Figura 3.10: Influência da geração e da demanda no autoconsumo de energia. ...................... 45
Figura 5.1. Fluxo de caixa de um projeto. ............................................................................... 52
Figura 6.1. Vista frontal do aviário em estudo. ........................................................................ 56
Figura 6.2 Vista superior do aviário em estudo. ....................................................................... 57
Figura 6.3. Custo dos equipamentos instalados por quilowatt-pico de acordo com a potência da
planta fotovoltaica. ................................................................................................................... 60
Figura 6.4. Custo total do SFV por quilowatt-pico instalado de acordo com a
potência da planta. .................................................................................................................... 61
Figura 6.5. Custo do inversor de acordo com a potência do SFV. ........................................... 62
Figura 6.6 Evolução da tarifa de energia elétrica e IPCA ........................................................ 65
Figura 6.7. Valor do VPL (R$) por potência do SFV instalado (kWp). ................................... 68
Figura 6.8. CAPEX de um SFV. .............................................................................................. 69
Figura 6.9. Cálculo do VPL para diversas potências com duas taxas de custo de capital........ 70
Figura 6.10. Cálculo da TIRM para diversas potências. .......................................................... 71
Figura 6.11. Energia consumida pela instalação e energia gerada pelo SFV de 21,15 kWp. .. 72
Figura 6.12. Análise financeira do SFV. .................................................................................. 73
Figura 6.13. Fluxo de caixa do SFV. ........................................................................................ 75
Figura 6.14 Fluxo de caixa SFV com potência de 3 kWp. ....................................................... 76
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1: Tarifas praticadas em alguns países que utilizam o mecanismo Feed-in. . 25
Tabela 3.1: Trajetória de redução de custos. ................................................................ 35
Tabela 4.1.Dados meteorológicos para Toledo (PR). ................................................... 49
Tabela 4.2. Tarifação na Unidade Consumidora .......................................................... 49
Tabela 6.1. Consumo anual de energia no aviário ........................................................ 58
Tabela 6.2 Fluxo de caixa do projeto ............................................................................ 67
Tabela 6.3. Informações financeiras do projeto. ........................................................... 74
Tabela 6.4. Informações financeiras do SFV de 3kWp. ............................................... 76
SUMÁRIO
1. Introdução .................................................................................................................................... 14
1.1 Contextualização e descrição do problema ............................................................................... 14
1.2 Justificativa ............................................................................................................................... 15
1.3 Objetivo Geral .......................................................................................................................... 16
1.4 Objetivos Específicos ............................................................................................................... 16
Conclusão .................................................................................................................................................. 78
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................... 80
1. Introdução
O Brasil é um mercado promissor, onde a energia solar vem se apresentando como uma
alternativa para diversificação da matriz energética, reduzindo a vulnerabilidade da tarifa de
energia diante dos níveis dos reservatórios das usinas (NAKABAYASHI, 2014). Para viabilizar
e impulsionar a geração de pequeno porte, central geradora com potência instalada igual ou
inferior a 5MW para fontes renováveis não hídrica, em 2012 foi regulamentado o sistema de
compensação de energia elétrica e os aspectos regulatórios da conexão da geração distribuída
(GD) ao sistema de transmissão e distribuição (ANEEL, 2012), o que tornou possível a
existência de sistemas fotovoltaicos conectados a rede elétrica.
Apesar dos altos índices de irradiação apresentados no Brasil, a geração solar ainda
necessita superar alguns desafios para sua total consolidação, entre eles a falta de uma cadeia
produtiva nacional voltada a atender o mercado fotovoltaico, que é um dos fatores que eleva o
custo e dificulta a instalação de plantas solares, devido à vulnerabilidade do custo de instalação
das plantas diante das variações do câmbio (NAKABAYASHI, 2014).
A atividade avícola é uma das atividades econômicas mais importantes do Paraná, que
representou em 2015 mais de dois bilhões de dólares em exportação de frango de corte
congelado (MDIC, 2016). É praticada desde a década de 70 no Brasil e atualmente é exercida
em grande parte por cooperativas, que agregam valor às suas commodities agrícolas por meio
14
15
empregos diretos e cerca de 600 mil indiretos no Paraná (PR, 2016). Essa importante atividade
apresenta alto custo com energia elétrica, que representa cerca de 29,4% dos custo operacionais
efetivos, desta forma é levantada a necessidade de uma análise da aplicação de painéis
fotovoltaicos em aviários, buscando soluções que tornem a atividade avícola mais sustentável
e aumente sua viabilidade, considerando as características das pequenas propriedades rurais
(BIANCHINI, 2014).
1.2 Justificativa
A aplicação de sistemas fotovoltaicos como investimento para a redução dos custos com
energia elétrica é algo já consolidado, porém sua aplicação em instalações localizadas na área
rural ainda necessita ser estudada, pois ao se considerar aviários destinados à criação de aves
de corte há um alto consumo de energia e uma grande área disponível para a instalação dos
painéis, e assim uma oportunidade de viabilizar o projeto.
A atividade avícola possui um alto consumo de energia elétrica com ambientação dos
aviários para o bom desenvolvimento das aves, onde a temperatura e a luminosidade são
controlados de acordo com a idade das aves. A tarifa de energia elétrica para a classe rural é
subsidiada, o que reduz o retorno do investimento com sistemas de geração fotovoltaicos, uma
vez que de acordo com o sistema de compensação praticado pela concessionária de distribuição
local, a receita operacional do sistema fotovoltaico é obtida através do valor que é deixado de
pagar à concessionária, por utilizar energia proveniente dos painéis solares ao invés da energia
da rede.
Este trabalho pretende, de modo geral, definir o limiar de potência fotovoltaica instalada
que garante a viabilidade da aplicação de painéis fotovoltaicos em um aviário de criação de
frango de corte na região oeste do Paraná, com consumo mensal de energia elétrica em torno
de 5000 kWh.
A maior parte da energia solar se apresenta na superfície terrestre na forma de luz visível,
de raios infravermelhos e raios ultravioletas. Essa radiação pode ser convertida em energia
elétrica através de sistemas termos solares, nos quais primeiramente a radiação é obtida e
transformada em energia térmica, que posteriormente é responsável por mover uma turbina,
gerando energia cinética que será convertida em energia elétrica através de um gerador (REIS,
2016) (CRESESB, 2014).
Outra forma de se gerar energia elétrica utilizando a radiação proveniente do sol é através
do sistema fotovoltaico, o qual é constituído pela conversão direta da radiação solar em energia
elétrica, por meio do efeito fotovoltaico que ocorre nas células fotovoltaicas. Esse efeito se
baseia no aparecimento de uma diferença de potencial entre os terminais de uma célula
eletroquímica devido à absorção de radiação solar (TIEPOLO, 2015).
17
18
A segunda geração é formada pelos filmes finos. Essa tecnologia apresenta relativa
flexibilidade, o que permite sua adaptação às características arquitetônicas da instalação. É
composta por silício amorfo (a-Si), disseleneto de cobre e índio (CIS), índio e gálio (CIGS) e
telureto de cádmio (CdTe). Essa geração, apesar de apresentar uma eficiência superior à da
primeira, não a substitui, devido a problemas como disponibilidade de algumas matérias primas
a longo prazo, e no caso do Telúrio, complexidade no processo de fabricação, o que eleva o
custo dos painéis, e a toxidade de alguns elementos, o que também retarda sua utilização em
larga escala (EPIA e GREENPEACE, 2011) (SOUSA, 2011).
19
20
A busca contínua por maior eficiência das células é justificada pela necessidade de
viabilização econômica desta tecnologia. A utilização da energia fotovoltaica em residências e
empresas se tornou uma forma de investimento, onde se busca retorno financeiro. Assim, para
ampliar a utilização dessa fonte renovável, é necessário elevar sua viabilidade econômica e
obter uma redução no custo dos módulos (CRESESB, 2014).
máxima de carga, que deixou de ocorrer no horário de ponta, um sistema fotovoltaico conectado
com a rede passa a atuar em sinergia com a rede de distribuição, uma vez que a demanda
máxima anual ocorre nos momentos de maior temperatura, nos meses de verão e no horário das
14 às 16 horas, devido ao uso em larga escala de equipamentos de climatização neste período
como, por exemplo, o ar condicionado (EPE, 2015a).
Essa mudança no período em que ocorre a demanda máxima é verificada nos subsistemas
Sudeste/Centro-Oeste e Sul, regiões onde a atividade de serviços é mais intensa e os dias
apresentam temperaturas elevadas no verão, necessitando de um maior uso dos equipamentos
de climatização (EPE, 2015a) (EPE, 2015b).
Apesar de considerada uma fonte limpa, a energia fotovoltaica apresenta seus próprios
problemas ambientais. Um dos desafios dessa indústria está em dar um destino adequado aos
módulos no fim de sua vida útil, motivo pelo qual atualmente muitas pesquisas estão
direcionadas à reciclagem dos materiais que compõem os módulos. Outro processo que degrada
o meio ambiente está associado à forma como os módulos são fabricados: neste processo há
emissão de CO2, porém existe um controle rígido dessa emissão devido à necessidade de manter
a imagem ecologicamente correta do produto (LCA consultores et al., 2012).
2.2.3 Confiabilidade
eficiência dos módulos a longo prazo, tendo atualmente células comerciais que apresentam
queda de apenas 10% de eficiência após 10 anos de uso (LCA consultores et al., 2012).
De acordo com a Figura 2.2, a indústria fotovoltaica é responsável por gerar em torno de
30 empregos/MW instalado, um número considerável diante das demais fontes listadas, sendo
inferior somente ao número de empregos gerados pela da biomassa.
Figura 2.2: Índice de geração de emprego por MW instalado para diversas fontes e tecnologias.
também devido a mão de obra utilizada nos processos de tratamento dos resíduos (THE SOLAR
FOUNDATION, 2016).
Desenvolvimento Outros
de Projetos 6%
11%
vendas e
distribuição
12%
Instalação
57%
Fabricação
14%
Figura 2.3:Distribuição de empregos gerados pela indústria fotovoltaica nos EUA em 2015.
Devido aos motivos citados acima, a fonte fotovoltaica apresenta-se como uma opção
válida para atender a diversas questões ambientais e energéticas existentes. Assim foram
implantados em alguns países mecanismos de incentivo a essa fonte, com o intuito de viabilizar
e incentivar os primeiros projetos, uma vez que comparada às fontes tradicionais a energia
fotovoltaica ainda apresenta um custo elevado (EPE, 2012).
atualmente em torno de 96% do mercado mundial é incentivado, e 67% utiliza a tarifa Feed-in,
conforme apresentado na Figura 2.4 (IEA, 2015) (EPE, 2012).
2.3.1 Feed- in
De acordo com a ANEEL (2010, p. 5), pode-se definir a tarifa Feed-in como sendo:
De acordo com esta tarifa, as concessionárias deverão pagar um valor estipulado pelo
governo para cada kWh injetado na rede, proveniente de fonte renovável. Este valor apresenta
variações de acordo com a região onde é praticado, dependendo da estrutura tarifária aplicada
pela concessionária local, da tecnologia empregada pela fonte e da tarifa aplicada a cada fonte
(RODRÍGUEZ, 2002).
Tabela 2.1: Tarifas praticadas em alguns países que utilizam o mecanismo Feed-in.
Tarifas Feed-in
Austrália Canadá China França Alemanha Portugal Japão
Níveis Inferiores
(USD/kWh) 0,05 0,25 0,1 0,09 0,38 0,09 0,3
Níveis Superiores
(USD/kWh) 0,54 0,35 0,16 0,36 0,41 0,19 0,34
Essa tarifa reduz as incertezas quanto à viabilidade do projeto, pois uma vez conhecido o
período no qual será aplicada a tarifa é possível estimar o retorno do investimento para esse
período. Assim, mesmo que esta tarifa não possua um valor elevado, ela incentiva investimentos
em projetos de energia renovável (RODRÍGUEZ, 2002).
Este mecanismo é uma forma de criar um novo mercado, preocupado com a procedência
dos produtos consumidos. De acordo com este incentivo, “as pequenas centrais geradoras
recebem certificados que atestam a expectativa de energia renovável a ser produzida, não tendo
qualquer relação com os contratos de compra e venda de energia assinados pelo proprietário”
(ANEEL, 2010, p.5).
Este mercado deve atender também a demanda de grandes empresas que necessitam se
adequar às metas ambientais de cada país, como aos limites de emissão de gases de efeito estufa.
Assim, esse mecanismo contribui para a validação das metas de emissão de carbono e também
26
no incentivo à geração de energia renovável, que por ter um mercado próprio pode aplicar
tarifas superiores às convencionais (ANEEL, 2010).
Nos últimos anos o cenário mundial fotovoltaico vem sofrendo bruscas alterações,
impulsionado pelas políticas de incentivo à GFV. Recentemente, esta fonte vem crescendo
significativamente, e estima-se que havia 227 GW de potência fotovoltaica instalados no mundo
em 2015, um número dez vezes superior ao existente em 2009. Estima-se ainda que até o final
de 2016 a energia fotovoltaica produzida represente 1,3% da energia demandada no planeta
(IEA, 2016).
Esse crescente aumento na potência instalada vem sendo impulsionado, em grande parte,
pelo mercado Chinês, que nos últimos anos tem apresentando alto crescimento. Em 2015 foi
instalado 15,2 GW de potência fotovoltaica, na China, o país que mais investiu nesta fonte,
seguido pelo Japão que instalou 11 GW e os Estados Unidos que foi responsável pela instalação
de 7,3 GW (IEA, 2016).
Diferente dos anos anteriores, o mercado alemão decresceu, instalando 1,5 GW,
comparado com os 3,3 GW instalados em 2013 e os 1,9 GW em 2014. Esses números são
27
De acordo com a Figura 2.6, é possível observar que a Ásia concentra grande parte das
instalações fotovoltaicas, apesar de ser um mercado recente que somente a partir de 2012 se
destaca no cenário mundial. Já os países Europeus detém o maior número de instalações desde
o início deste mercado, tendo a Ásia se igualado somente em 2015, quando o mercado se
encontrava concentrado na Europa com 42% das instalações fotovoltaicas, na Ásia com também
42% e na América com 13% (IEA, 2016).
Além destas três regiões, a geração de energia fotovoltaica vem crescendo em todos os
continentes devido a políticas de incentivo. Verifica-se uma expansão desta fonte inclusive em
países emergentes, por exemplo na África do Sul, México e Chile. Este crescimento está
tornando a energia solar uma importante fonte no atendimento à crescente demanda mundial.
De acordo com o cenário atual existe uma perspectiva de expansão da tecnologia fotovoltaica
principalmente na América e na Ásia. Já as perspectivas em relação à Europa são singulares,
28
Figura 2.7: 10 países com as maiores potências fotovoltaicas instaladas e acumuladas em 2015.
Conforme observado na Figura 2.7, muitos países que instalaram significativa potência
fotovoltaica em 2015 possuem pouca potência instalada acumulada. Isto decorre da expansão
dos novos mercados e estagnação de mercados já consolidados, como na Alemanha e Itália
(IEA, 2016).
O preço final dos módulos fotovoltáicos depende dos custos obtidos ao decorrer de sua
cadeia produtiva. Assim, a produção de polisilício, principal matéria prima dos módulos,
influencia diretamente no valor final deste. Pelo fato do mercado fotovoltaico absorver 70% da
produção mundial de polisilício, a saturação e os grandes investimentos nesta indústria
contribuíram na redução dos preços das células em 2011 e 2012. Essa super oferta de polisilíco
29
no mercado acarretou em uma redução da produção em 2013, levando a uma baixa no estoque
e maior preço dos módulos em 2014, que se estabilizaram entre 20 e 22 USD/kg (IEA, 2015).
Os preços das wafers em 2014 variaram em torno de 0,84 a 1,15 USD/wafer, valores
superiores ao praticados em 2013, que estiveram entre 0,81 e 0,85 USD/wafer. Apesar desse
ligeiro aumento, os preços ainda permanecem bastante baixos. O preço das mc-wafers se
elevam de acordo com a qualidade, pois contribui para aumentar a eficiência na conversão das
celulas solares. Já as wafers de sc-SI apresentaram valores em torno de 1,15 e 1,35 USD /wafer
(IEA, 2015).
A partir dessas wafers são produzidas as células fotovoltaicas, que por sua vez formam
os módulos. Estima-se que a produção de células em 2014 foi em torno de 46,7 GW, incluindo
células de silício cristalino e de filmes finos, sendo esse mercado composto de 28 GW
proveniente de indústrias chinesas. As principais empresas produtoras de células em 2014
foram a Yingli Green Energy e a JA Solar, que produziram 3,1 GW, seguidos pela Trina Solar
(2,7 GW) e a Jinko Solar (1,9 GW) (IEA, 2015).
Taiwan
16%
Alemanaha
2%
EUA
2%
Malásia
6%
China
61% Korea
3%
Japão
6%
Japão Canadá
8% 2%
Korea
7%
Malásia
6%
EUA
2%
Alemanaha
2%
Taiwan
1%
Cingapura
2% China
Outros países 66%
4%
Ao analisar a Figura 3.1 e a Figura 3.2 é notória a diferença entre a matriz de eletricidade
brasileira e a mundial. Enquanto as fontes renováveis fornecem 75,5% da eletricidade
consumida no Brasil, no mundo essas fontes correspondem a somente 24,1%, o que confirma
o fato de o Brasil ter uma das matrizes mais verdes do mundo, principalmente diante da matriz
de eletricidade de países industrializados (MME/N3E, 2016) (TIEPOLO, 2015).
Hidro
63,93%
Óleo Gás Carvão Urânio Hidro Outras não-renovaveis Biomassa Eólica Solar
32
33
Urânio
10,52%
Carvão
39,28%
Óleo Gás Carvão Urânio Hidro Outras não-renovaveis Biomassa Eólica Solar
De acordo com o previsto pelo Plano Decenal de Energia (MME/EPE, 2015) planeja-se
que a capacidade instalada do Sistema Interligado Nacional (SIN) cresça de 133 GW em
dezembro de 2014, para 207 GW no final de 2024. Conforme mostrado na Figura 3.3, essa
34
expansão será dada principalmente através do crescimento da geração de energia por fontes
renováveis, com ênfase nas fontes eólica, solar, biomassa e PCH, que responderão por
aproximadamente 27,4% da capacidade do sistema. Somente a fonte solar terá uma capacidade
instalada de 7 GW, correspondendo a 3,3% da capacidade instalada total de geração.
Os módulos fotovoltáicos utilizados nos SFV instalados no Brasil são praticamente todos
importados, assim o preço do sistema é relacionado à variação do dólar (NAKABAYASHI,
2014).
Acompanhando a queda nos preços dos SFV, estima-se que até 2023 o número de
instalações fotovoltaicas em residências e comércios chegue a 161 mil, totalizando uma
potência de 810 MW. Apesar da capacidade instalada ser inferior à existente em países como
EUA, Japão, China, Austrália e alguns países europeus, é necessário considerar que nestes
36
locais a matriz energética é composta majoritariamente por fontes fósseis, o que contribui para
que o governo promova políticas de incentivo a energias renováveis, com o objetivo de reduzir
as emissões, diversificar a matriz e em muitos casos contribuir para a obtenção da soberania
energética do país (MME/EPE, 2015) (EPE, 2012).
100.000
80.000
60.000
40.000
20.000
0
2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
algumas concessionárias, uma tarifa superior, o que eleva a viabilidade do projeto e possibilita
a instalação de um SFV com maior potência (MME/EPE, 2015).
da Europa foi feita devido à potência fotovoltaica instalada nesta região, onde estão contidos 5
dentre os 10 países com maior potência fotovoltaica instalada no mundo (IEA, 2016).
Outra característica é que na região sul do Brasil, onde se tem mais intensamente a prática
da atividade avícola, os índices de irradiação estão entre os mais baixos do país, porém ainda
são maiores que os apresentados na Europa, o que reforça a necessidade da avaliação da
39
Figura 3.7: Efeito da variação da temperatura das células sobre a curva característica I-V de um módulo
fotovoltaico.
De acordo com a Figura 3.8 a temperatura na região sul do Brasil apresenta valores mais
amenos que no restante do território, tendo média anual em torno de 20º C, valor satisfatório
para a geração fotovoltaica. Assim apesar de apresentar os menores índices de irradiação dentre
as regiões brasileiras, existe uma compensação na eficiência dos módulos devido a temperaturas
mais baixas, tornando a região sul provida de um grande potencial fotovoltaico (PEREIRA et
al., 2006) (TIEPOLO, 2015).
Outro atrativo da geração distribuída é que esta adia investimentos nas linhas de
transmissão e reduz as exigências sobre os transformadores, e quando se tratar de geração
fotovoltaica, é possível adequar a geração às variações de longo prazo no consumo de energia
da unidade, devido à modularidade da fonte, que permite de acordo com o projeto instalar novos
módulos conforme é demandado (REIS, 2016).
Outra limitação é que a unidade consumidora não pode instalar micro ou minigeração
com potência superior à carga instalada, no caso da unidade consumidora faturada no grupo B.
Para unidades consumidoras do grupo A, fica limitada à demanda contratada (ANEEL, 2015).
Assim, o faturamento da unidade consumidora, quando o consumo for maior que o custo
de disponibilidade, será a energia consumida, subtraído a energia injetada na rede, mais os
possíveis créditos acumulados em ciclos de faturamento anteriores, por posto tarifário, quando
existirem, sobre os quais deverá incidir todas as componentes da tarifa em R$/MWh (ANEEL,
2015).
44
3.5.2 Autoconsumo
Quando há a geração de energia no mesmo instante em que está consumindo, esta energia
não é registrada pelo medidor, configurando autoconsumo de energia. Este cenário é limitado
pela variabilidade da produção de energia e da carga, sendo restrita no caso de geradores
fotovoltáicos, a instalações que apresenta maior consumo em períodos com alta radiação solar,
dependendo também da potência instalada na unidade. A perspectiva de autoconsumo é mais
elevada em países ensolarados, onde o consumo é parcialmente impulsionado por sistemas de
refrigeração, e para edifícios não residenciais, por exemplo, em escritórios ou supermercados,
o perfil de carga sugere uma melhor correspondência com o recurso solar, devido ao consumo
ser predominantemente em horário comercial e atingir seu máximo próximo ao meio do dia,
onde há maiores temperaturas e assim maior consumo, juntamente com o pico máximo de GFV.
Na fig. 3.10 é possível observar a curva gerada durante um dia ensolarado em uma instalação
com GFV e com perfil de carga residencial (IEA, 2014).
45
Este consumo direto tem um impacto no retorno financeiro do projeto: no Brasil a fatura
de energia é composta por tributações estaduais, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
prestação de Serviços (ICMS), e federais, Programas de Integração Social e de Formação do
Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP) e a Contribuição para Financiamento da
Seguridade Social (COFINS). De acordo com a Medida Provisória 675/2015 é isenta do
PIS/Pasep e da COFINS a energia gerada e injetada pelo consumidor na rede elétrica para
posterior consumo, como forma encontrada pelo governo a incentivar a GD (NAKABAYASHI,
2014).
No entanto, o ICMS tem como premissa o convênio ICMS nº 16, de 22 de abril de 2015,
do Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ), que regulamenta a isenção do ICMS
46
em instalações com GD. Porém, fica a critério da unidade federativa aderir ao convênio, e caso
o ICMS seja mantido, ele incide sobre toda energia consumida da rede, inclusive a energia
gerada e consumida posteriormente pela unidade consumidora geradora. Assim, é lucrativo
consumir diretamente a energia gerada; se esta não for registrada no marcador, não será faturada
com ICMS (REIS, 2016) (IEA, 2014) (MME, 2016).
4. Definição da avicultura no Paraná
produção de aves mais eficiente, contemplando toda cadeia produtiva, desde a produção de
ovos ao abate das aves, tornando a avicultura brasileira detentora de um plantel de excelente
qualidade genética, de acompanhamento técnico intensivo, instalações padronizadas e
automatizadas, e um controle sanitário rigoroso (KAWABATA, 2008).
4.2 Irradiação
Pertinente a instalações rurais, o aviário aqui analisado possui conexão monofásica com
a rede de distribuição e é atendido em 2,3 kV, está localizando-se na área de concessão da
COPEL- Distribuição S.A que fatura a unidade consumidora no subgrupo B2, convencional
rural. A unidade também está enquadrada na Programa Tarifa Rural Noturna (TRN), que é uma
modalidade tarifária formada por tarifas de consumo de energia elétrica diferenciadas para o
período normal e o período com desconto. O intervalo com desconto é entre as 21h30 e as 06h,
momento no qual a energia consumida recebe um desconto de 60% na tarifa. Outra
característica da tarifa rural é a isenção de ICMS. A seguir, são apresentada as tarifas faturadas
na unidade consumidora em questão, Tabela 4.2.
Tarifa de energia
com desconto 0,139444 R$/kWh
Fonte: COPEL, 2016a.
5. Conceitos de análise de investimentos
Na elaboração do fluxo de caixa deve ser observado como premissa que somente são
considerados os incrementos, entradas ou saídas, ocorridos em determinados períodos de
tempo, e são representados por uma reta horizontal em intervalos contínuos. Os investimentos
são considerados no instante zero e as receitas e custos são considerados ao final de cada
período, durante o ciclo de vida planejado para o produto (BORDEAUX-RÊGO ET AL., 2008).
Os fluxos de caixa devem considerar taxas de descontos devido ao dinheiro de hoje valer
menos que o de amanhã, e um dinheiro seguro valer mais que um dinheiro incerto (BREALEY;
MYERS; ALLEN, 2011). A taxa de desconto é relacionada ao custo médio ponderado de
capital, bem como os conceitos de taxa mínima de atratividade (TMA) (ASSAF NETO, 1994).
Sendo a TMA “considerada o custo de capital que corresponde ao custo das fontes de
financiamento ou o custo de oportunidade” (BORDEAUX-RÊGO et al., 2008, p.32) e o custo
de oportunidade são as perdas que se tem por deixar de investir em outros projetos
(RODRIGUES E ROZENFELD, 2013) (BORDEAUX-RÊGO ET AL., 2008).
50
51
Investimento inicial
Perpetuidade
É dada pelo tempo de operação do empreendimento. Quando não se pode estimar o prazo
para término do projeto, considera-se a vida útil como indeterminada (BORDEAUX-RÊGO ET
AL., 2008).
Na Figura 5.1 é possível observar o quadro geral que constitui o fluxo de caixa global
para análise de um projeto, considerando as despesas financeiras e as amortizações.
52
(=) Receitas
(-) PIS/Confins
(-) ICMS
(=) Receita líquida
(-) Custo dos produtos vendidos
(=) Lucro operacional bruto
(-) Despesas administrativas
(-) Despesas comerciais
(-) Despesas gerais
(=) Lucro operacional
(-) Depreciação
(=) Lucro antes de juros e IR
(-) Despesas financeiras
(=) Lucro antes do IR
(=) Lucro líquido
(+) Depreciação
(=) Fluxo de caixa
(-) Amortizações
(+/-) Mudanças no capital de giro
(+/-) Investimentos ou desmobilizações de equipamentos
(=) Fluxo de caixa ao capital próprio – acionistas (FCCP)
A partir dos resultados obtidos com o fluxo de caixa é possível utilizar ferramentas que
auxiliam na avaliação econômica de projetos, onde confronta-se o fluxo de caixa gerado com
os investimentos. A seguir serão apresentados quatro métodos tradicionais que facilitam a
tomada de decisão (BORDEAUX-RÊGO ET AL., 2008).
53
Neste método é estabelecido um período, dentro do ciclo de vida do projeto, que servirá
como base para a análise de viabilidade. Este tempo é definido pelo investidor com base em
seus padrões de tempo de retorno do capital empregado, riscos associados e em sua posição
financeira. No cálculo do payback o investimento inicial é somado em todos períodos aos fluxos
de caixa líquidos até que a soma dos caixas futuros seja igual ao valor aplicado, momento em
que se tem o tempo de recuperação do investimento. No payback simples é ignorada a taxa de
desconto, assim não é considerada a variação do dinheiro com o tempo (RODRIGUES E
ROZENFELD, 2013) (BORDEAUX-RÊGO ET AL., 2008).
De forma similar ao payback simples, este método calcula o tempo de retorno do capital
aplicado, porem agora considera a variação do dinheiro com o tempo, utilizando uma taxa de
desconto que substitui o efeito da inflação (BORDEAUX-RÊGO ET AL., 2008).
Tanto o payback simples quanto o descontado são úteis em situações onde o Valor
Presente Líquido (VPL) de dois projetos são muito próximos, e a recuperação mais rápida do
caixa se torne relevante. Uma desvantagem destes métodos é que não consideram a distribuição
do fluxo de caixa dentro do prazo de recuperação do investimento e nem os fluxos após esse
período (RODRIGUES E ROZENFELD, 2013) (BORDEAUX-RÊGO ET AL., 2008).
Este valor reflete no tempo atual das entradas e saídas do projeto, considerando que a taxa
de oportunidade do capital. É obtida a riqueza em valor monetário do investimento, medida
pela diferença entre as entradas e saídas no fluxo de caixa. Esta ferramenta considera o
momento em que houve o investimento, quanto é gerado de lucro, quando o fluxo de caixa
ocorreu e qual o risco associado (NAKABAYASHI, 2014) (RODRIGUES E ROZENFELD,
2013) (BORDEAUX-RÊGO et al., 2008).
𝐹𝐶 𝑉𝑅
𝑉𝑃𝐿 = −I + ∑𝑛𝑡=1 (1+𝑟)
𝑡
𝑡 + (1+𝑟)𝑛 eq. (5.1)
Na qual:
I é o investimento inicial;
r custo de capital;
n número de períodos.
Apesar do VPL utilizar todos os fluxos de caixa, não é possível utilizar somente este
método para avaliar um projeto. O VPL tem como premissa que os fluxos serão reinvestidos a
mesma taxa “r”, assim existe o risco do reinvestimento, também pode haver, para investimentos
de longa duração, grandes períodos com o fluxo de caixa negativo (RODRIGUES E
ROZENFELD, 2013) (BORDEAUX-RÊGO ET AL., 2008).
TIR é a taxa na qual o VPL do projeto é nulo, isto é ,as entradas do caixa a valor presente
são equivalentes ao capital investido a valor presente. Essa taxa é obtida ao igualar a eq. 5.1 a
zero. Se a TIR for superior ao custo de capital do projeto, este é aceito, caso contrário o
investimento é economicamente rejeitado, pois o VPL do projeto será negativo. O melhor
investimento é aquele com o valor de TIR maior (NAKABAYASHI, 2014) (RODRIGUES E
ROZENFELD, 2013) (BORDEAUX-RÊGO ET AL., 2008).
Apesar de ser uma ferramenta de fácil análise, por se uma taxa, o cálculo da TIR é restrito
a projetos que sejam reinvestidos a mesma taxa interna de retorno e apresenta um cálculo
55
Para encontrar a TIR este método caminha com todos os valores positivos do fluxo de
caixa para o último período, considerando o custo do capital, e com os valores negativos para
o primeiro período, para assim ter um fluxo de caixa convencional, com apenas um valor
negativo. Após, a TIR é calculada normalmente através da eq. 5.1 igualada a zero
(CAVALCANTE,1998).
6. Análise da aplicação de um sistema fotovoltaico em um
aviário de criação de frango de corte
56
57
Esses equipamentos geram um alto consumo de energia elétrica e assim uma alta fatura
cobrada pela concessionária, em média R$ 2077,00 mensais, conforme os histórico de consumo
e pagamento apresentados no anexo A. Esse valor considera o desconto dado pela TRN sobre
a energia consumida durante o período noturno e os demais tributos atrelados à tarifa rural. A
partir dos dados presentes na fatura de energia, anexo A, pode-se observar o consumo de energia
em um aviário durante o período de 12 meses, conforme apresentado na Tabela 6.2. É possível
constatar que o consumo de energia elétrica ocorre predominantemente no período diurno,
devido às maiores temperaturas e assim à necessidade de utilização mais intensa dos
equipamentos de climatização. O consumo total da instalação em estudo é em torno de 59077
kWh/ano e mensal médio de 4923 kWh, e esse consumo influencia na viabilidade da atividade
avícola. De acordo com BIANCHINI (2014) a energia elétrica representa 29,4% do custo
operacional efetivo, assim o custo da energia elétrica impacta diretamente na receita de
pequenas propriedades rurais, onde muitas vezes a avicultura é a principal fonte de renda.
6.3.1 PRONAF
6.3.2 INOVAGRO
6.4 CAPEX
6000
Custo (R$/kWp)
5000
4000
3000
R$
2000
1000
kWp
Figura 6.3. Custo dos equipamentos instalados por quilowatt-pico de acordo com a potência da planta
fotovoltaica.
Pode-se observar na Figura 6.3 que o custo dos equipamentos por kWp instalado,
apresenta uma considerável queda de acordo com o aumento da potência instalada na planta
fotovoltaica, assim sendo necessário considerar o custo por kWp distinto entre sistemas de
diferentes potências, para isso foi encontrado com auxílio do curve fitting toolbox do software
Matlab, uma função que representa os pontos ilustrados no gráfico da Figura 6.1, utilizando o
método de ajuste de curva exponencial, com raiz quadrática do erro quadrático médio (RMSE)
de 126,5359. Na Figura 6.4 é apresentada a curva da função obtida no Matlab.
61
Figura 6.4. Custo total do SFV por quilowatt-pico instalado de acordo com a potência da planta.
A partir desta curva pode-se obter o custo do sistema para diferentes potências e assim é
possível analisar o VPL e a TIR para uma ampla faixa de potência instalada.
Outra premissa adotada é que a vida útil dos inversores é inferior a dos módulos
fotovoltaicos. Assim em conformidade com a vida útil dos inversores dada pelos fabricantes, é
considerado um novo investimento no décimo ano para a substituição do inversor. O custo do
novo inversor é dado por uma curva obtida com auxílio do curve fitting toolbox do software
Matlab, e para a obtenção desta curva foram utilizados dados do custo do inversor em função
da potência do SFV (kWp). Esses valores foram obtidos por meio de orçamentos comerciais
apresentados no anexo B. O Matlab aproximou os dados reais para uma curva, através do
método de aproximação polinomial, com raiz quadrática do erro quadrático médio (RMSE) de
3,7622x10³, que resultou na curva apresentada na Figura 6.5 (CRESESB, 2014) (LANDEIRA,
2013).
62
6.5 OPEX
A eq. 6.1 utiliza como parâmetro a taxa de desempenho do sistema (PR – Performance
Ratio) que representa a relação entre o desempenho real do sistema e a irradiação incidente,
considera todas as perdas existentes no sistema fotovoltaico que reduzem seu desempenho,
entre elas estão as perdas na eficiência do inversor, perdas no cabeamento e conectores, sujeira
na superfície dos módulos, temperatura operacional elevada, dentre outros (CRESESB, 2014)
63
(TIEPOLO, 2015) (LORENZO, 2002). Neste trabalho é considerado um valor de 75% para a
taxa de desempenho do sistema, esta valor é adequado a sistemas que apresentam
principalmente perdas por temperaturas elevadas, queda de potencial nos fios e perdas
relacionadas a qualidade do inversor utilizado (BENEDITO, 2009).
Segundo Lorenzo (2002), a geração mensal fornecida pelo sistema fotovoltaico é dada
pela eq. 6.1, de acordo com a potência da planta instalada.
𝐻𝑡
𝐸𝑐𝑎 = 𝑃 ∗ ∗ 𝑃𝑅 ∗ 𝐹𝑠 ∗ 𝐷𝑖𝑎𝑠 eq. 6.1
𝐺
Após calcular os valores de geração para cada mês, durante um ano, é feito a compensação
destes valores em função do consumo apresentado pela unidade, disponíveis na tabela 6.1, a
compensação da energia ativa gerada é feita mensalmente, primeiramente sobre a energia
consumida sem o desconto da TRN, pois é neste período que a energia é gerada, e por último
sobre a energia consumida na tarifa com o desconto da TRN, caso seja gerada mais energia que
o total consumido no mês, essa energia irá ser compensada no mês seguinte, primeiro sobre o
consumo na tarifa sem o desconto da TRN e posteriormente sobre o consumo realizado na tarifa
com o desconto da TRN.
Quando o SFV é dimensionado para gerar mais energia do que a unidade consome não é
possível compensar toda energia gerada, pois todos os meses a energia gerada excederá a
consumida acumulando créditos de energia para serem compensados no mês posterior, porém
a energia gerada será novamente maior que a energia consumida, assim não será possível
consumir toda energia gerada e será gerado mais créditos, esses não serão consumidos e
expirarão após 60 meses.
64
Quando a energia gerada é maior que a energia consumida sem o desconto dado pela TRN
há também a compensação da energia consumida durante a tarifa com desconto, assim a receita
operacional será dada pela eq. 6.3, considerando que a energia gerada é menor que o consumo
total do mês.
Esd – Energia consumida durante a tarifa sem o desconto da TRN e sem geração fotovoltaica
(kWh);
Outro caso ocorre quanto a energia gerada pelo SFV é maior que a quantidade total de
energia consumida pela unidade em mês:
Neste caso ocorre o acumulo de créditos de energia, pois não é possível compensar toda
energia gerada, o total de energia consumida neste mês é inferior ao total de energia gerada.
Figura 6.7. Valor do VPL (R$) por potência do SFV instalado (kWp).
A curva dada na Figura 6.7 representa o VPL de um SFV localizado na região de Toledo
(PR), atendido pela rede de distribuição rural, com o consumo tradicional de um aviário de
frango de corte, apresentado na Tabela 6.2.
continuaria a se elevar com incremento na geração fotovoltaica, seu máximo seria superior ao
obtido na Figura 6.7 para uma potência instalada de 35 kWp, pois haveria mais energia
consumida, e assim seria possível compensar uma quantidade maior de energia gerada.
Assim é calculado um novo VPL para um intervalo de potências instaladas, onde o custo
de capital para potências acima de 28,5 kWp, é dado pela taxa apresentada pelo programa
INOVAGRO, que é de 8,5% a.a., para potências inferiores a 28,5 kWp o custo de capital
continua sendo 2,5% a.a., na Figura 6.9 é ilustrado a curva do VPL resultante.
70
Figura 6.9. Cálculo do VPL para diversas potências com duas taxas de custo de capital.
A Figura 6.9 apresenta o mesmo comportamento que a Figura 6.5 até a potência de 28,5
kWp, pois as duas curvas são dadas em função do mesmo custo de capital, assim a Figura 6.6
apresenta VPL máximo de R$ 120 mil para um SFV com potência instalada de 28,5 kWp,
quando a potência instalada é superior a 28,5 kWp o custo de capital se eleva, tornado o VPL
menor, pois a receita operacional a valor presente será menor, a curva agora passa a ter um
ângulo de inclinação negativo, porem quando atinge a potência de aproximadamente 43 kWp
essa inclinação aumenta, pois a receita operacional do sistema passa a ser constante diante da
elevação da potência da planta fotovoltaica instalada.
De acordo com a Figura 6.9 a taxa de custo de capital influencia diretamente no VPL do
projeto, ao se considerar a taxa de 8,5% a.a., o VPL apresenta valor negativo, sendo assim
explicito a necessidade de dispor de capital a baixo custo para a viabilização da aplicação de
um SFV em instalações rurais.
Para o SFV analisado é calculado a TIR modificada para diversas potências instaladas
entre 3 a 80 kWp, conforme a rotina desenvolvida no Matlab e apresentada no apêndice A, a
partir do mesmo fluxo de caixa gerada para o cálculo do VPL do sistema é implementado a
função Internal rate of return (IRR) que retorna a TIRM do projeto, o fluxo de caixa
71
Analisando a curva apresentada na Figura 6.10 é possível concluir que a maior TIR
modificada ocorre para um SFV instalado com a potência de 28,6 kWp, onde a TIRM é de
7,725%, porem para um sistema com esta potência instalada o VPL apresenta um valor negativo
de R$ -11 mil, conforme apresentado na Figura 6.7, devido ao custo do capital para essa
potência instalada ser de 8,5%a.a., assim a TIRM encontrada é inferior ao taxa mínima de
atratividade do projeto, o projeto não é aceito. A TIRM apresenta seu valor máximo para o
maior custo de capital em decorrência do custo de substituição do inversor no décimo ano, ao
se trazer a valor presente o custo do inversor se utiliza a taxa determinada pelo custo do capital,
e quanto maior a taxa do custo de capital menor o custo do inversor a valor presente. Para fins
de análise de um projeto fotovoltaico, neste trabalho é determinado a potência instalada do
sistema com base na maior TIRM com VPL positivo, assim as análises posteriores serão
realizada com base em um sistema com 21,15 kWp instalados, TIRM de 7,448% e VPL de R$
95 mil, para esta potência a receita operacional da planta fotovoltaica é máxima diante do custo
de instalação e de operação do SFV.
72
É importante considerar que um SFV com potência instalada de 21,15 kWp, nas
condições de irradiação consideradas neste trabalho, representa uma geração em média de 2415
kWh/mês, um valor elevado quando comparado a média de consumo residencial. Assim apesar
da tarifa rural ser subsidiada, o que reduz a receita operacional do projeto, existe uma
compensação na viabilidade do projeto devido ao alto consumo de energia do aviário, o que
possibilita a instalação de plantas fotovoltaicas com maiores potências e assim uma econômica
de escala, pois o custo do SFV por kWp instalado é menor para sistemas com maiores potências,
conforme foi apresentado na Figura 6.4. Outro fator atrativo a instalação de SFV na atividade
avícola é a disponibilidade de uma ampla área na cobertura do aviário para a instalação dos
módulos, pois SFV com potências altas ocupam áreas consideráveis, para um sistema de 21,15
kWp, por exemplo, é necessário dispor de 135 m² para instalação da planta fotovoltaica.
8000
6000
4000
2000
0
jun/15 jul/15 ago/15 set/15 out/15 nov/15 dez/15 jan/16 fev/16 mar/16 abr/16 mai/16
Figura 6.11. Energia consumida pela instalação e energia gerada pelo SFV de 21,15 kWp.
É importante analisar que para o sistema instalado com potência de 21,15 kWp, a
quantidade de energia gerada supera a quantidade de energia consumida durante a tarifa sem o
desconto da TRN, energia consumida entre as 6h00 e as 21h30, em apenas poucos meses, isso
ocorre devido ao sistema de compensação, a receita operacional do projeto é maior quando a
geração é compensada com a energia consumida na tarifa mais alta, na tarifa sem o desconto
73
da TRN, assim para um sistema com potência instalada de 21,15 kWp a quantidade de energia
gerada somente supera a quantidade de energia consumida sem o desconto da TRN e
compensada com a energia consumida com desconto da TRN em quatro meses e por uma
quantidade pequena de energia, conforme apresentado na Figura 6.11.
A partir da geração calculada é obtida a receita operacional do SFV, a qual é usado para
construir a análise financeira do projeto, juntamente com o CAPEX e o OPEX, conforme será
exposto na Figura 6.12.
Devido ao valor do CAPEX ser inferior a R$ 160 mil, o custo de capital adotado para a
construção do fluxo de caixa foi de 2,5%. É possível observar variações no valor da receita
operacional ao decorrer dos anos, isso existe em função da perda de eficiência dos módulos e
da correção da tarifa de energia, é observado aumento da receita devido ao fator adotado para
correção da tarifa de energia ser maior que o fator de perda de eficiência dos módulos
fotovoltaicos.
150.000,00
100.000,00
50.000,00
0,00
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
50.000,00
100.000,00
150.000,00
Investimento Receita Saldo
CAPEX R$ 120.446,83
OPEX R$ 1.204,47/ano
VPL R$ 95.759,83
TIRM 7,448%
Conforme indicado na Tabela 6.4, o projeto analisado apresenta VPL positivo ao final
de 25 anos de operação, a TIRM encontrada é maior que o custo de capital e o payback
descontado é menor do que a vida útil do sistema, assim as ferramentas de análise financeira
indicam que a aplicação de um SFV com potência de 21,15 kWp em conjunto com a atividade
avícola é viável, porem também é necessário considerar as particularidades do projeto, como
por exemplo, é preciso analisar se será possível reinvestir as receitas operacionais a taxa da
TIRM e se o fluxo de caixa deste projeto apresenta valor negativo em algum período, de forma
ser necessário a aplicação de capital para o pagamento das amortizações do financiamento.
20.000,00
15.000,00
10.000,00
5.000,00
0,00
0 1 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
5.000,00
10.000,00
15.000,00
20.000,00
Investimento Receita Fluxo de caixa
Ao observar o fluxo de caixa na Figura 6.13 é identificado períodos com fluxo de caixa
negativo, isso ocorre devido a receita operacional ser inferior a amortização do financiamento,
assim é necessário que o agricultor aplique capital no sistema, durante os dez primeiros anos de
operação da planta. Esse cenário deve ser considerado ao se analisar a viabilidade de aplicação
de painéis solares em conjunto com a atividade avícola.
Conforme apresentado na Figura 6.9 e Figura 6.10, foi realizado o cálculo do valor do
VPL e da TIRM para um SFV com potência superior a 3 kWp, tendo o VPL apresentado valor
positivo e a TIR valor superior ao custo de capital para um sistema neste limiar de potência, a
seguir é apresentado o fluxo de caixa para um SFV com potência instalada de 3 kWp,
considerando amortização anual do financiamento e o investimento em substituição do inversor
no décimo ano.
76
3.000,00
2.000,00
1.000,00
0,00
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
1.000,00
2.000,00
3.000,00
CAPEX R$ 22.129,90
OPEX R$ 221,30/ano
VPL R$ 7.582,71
TIRM 4,14%
78
apresentada anteriormente, para as mesmas condições, ao invés da TIRM ser de 7,448% para
um sistema com potência instalada de 21,15 kWp, haverá uma TIRM maior para um sistema
com potência instalada maior, pois a receita operacional irá crescer conforme é elevada a
potência instalada a uma taxa constante até que a geração fotovoltaica supere o consumo total,
não existirá a queda na taxa do ganho do VPL entre as potências de 35 kWp a 43 kWp, conforme
apresentado na Figura 6.7.
79
REFERÊNCIAS
80
BORDEAUX-RÊGO, R.; PAULO, G. P.; SPRITZER, I. M. P. A.; ZOTES, L. P.
Viabilidade Econômico-Financeira de Projetos. 2º ed. Rio de Janeiro: FGV, 2008. 164p.
BRASIL. Lei nº 9.250, de 27 de dezembro de 1995. Altera a legislação do imposto de
renda das pessoas físicas e da outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 27
dez. 1995.Seção I, p. 22304.
BREALEY, R. A; MYERSS. C; ALLEN F. Principles of corporate finance, 10th ed.
New York: McGraw-Hill, 2011.
CAVALCANTE, F. Conciliação entre a TIR e o ROI: uma abordagem matemática e
contábil do retorno de investimento; integração entre caixa e lucro. São Paulo. 1998.
COPEL. .Informações do Site. Disponível em: <
http://www.copel.com/hpcopel/root/nivel2.jsp?endereco=%2Fhpcopel%2Froot%2Fpagcopel2
.nsf%2F5d546c6fdeabc9a1032571000064b22e%2Fa9fd4c41fb35a23e03257488005939bc>.
Acessado em 10 de maio de 2016a.
COPEL. .Informações do Site. Disponível em: <
http://www.copel.com/hpcopel/root/nivel2.jsp?endereco=%2Fhpcopel%2Froot%2Fpagcopel2
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de 2016b.
CRESESB – CENTRO DE REFERÊNCIA EM ENERGIA SOLAR E EÓLICA. Manual
de engenharia para sistemas fotovoltaicos. Rio de Janeiro. 2014.
CRESESB – CENTRO DE REFERÊNCIA EM ENERGIA SOLAR E EÓLICA.
.Informações do Site. Disponível em: < http://www.cresesb.cepel.br/>. Acessado em 17 de
novembro de 2016.
EPE – EMPRESA DE PESQUISA ENERGETICA. Análise da Inserção da Geração
Solar na Matriz Elétrica Brasileira. Rio de Janeiro: EPE, 2012.
EPE – EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA. Projeção de Demanda de Energia
Elétrica – Para os próximos 10 anos (2015 -2024). Rio de Janeiro, 2015a.
EPE – EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA. Geração Distribuída no SIN: No
Horário de Ponta. Rio de Janeiro, 2015b.
EPIA- EUROPEAN PHOTOVOLTAIC INDUSTRY ASSOCIATION; GREENPEACE
INTERNATIONAL. Solar fotovoltaic electricity empowering the world. 2011.
GALDINO, M. A. Analise de custos históricos de sistemas fotovoltaicos no Brasil.
Centro de Pesquisas de Energia Elétrica. São Paulo. 2012;
GUEDES, G. A.; SOUZA, M. C. A.; SANTOS, T. F. Estudo dos críterios necessários
para conexão dos sistemas fotovoltaicos conectados à rede e proposta dos critérios
necessários para conexão dos SFCR com backup de energia. 2014. Dissertação (Trabalho
de conclusão de curso de engenharia elétrica) – Departamento Acadêmico de Eletrotécnica da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2014.
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Disponível em: < https://issuu.com/idealeco_logicas/docs/estudofv2016_final>. Acessado em
13 de dezembro de 2016.
IEA – INTERNATIONAL ENERGY AGENCY. 2015 A Snapshot of Global PV. Paris,
França. 2016.
81
82
A seguir encontra-se o programa desenvolvido para o cálculo da TIRM e do VPL para diversas
potências entre 3 e 80 kWp.
% Dados do projeto
ir = [5.56 5.43 5.26 4.81 4.06 4.69 4.64 4.4 5.32 5.35 5.64 5.12]; %
Irradiação solar no loca (kWh/m².dia)
irmed = 5.19; % Irradiação solar média anual (kWh/m².dia)
dia = [30 31 30 31 30 31 30 31 28 31 30 31]; % dias do mês
ef = 0.1585; %Eficiência das placas FV
Pplaca = 255; %Potência dos módulos
consuD = [2646 3490 1548 5760 1571 4822 2034 4226 3211 4225 4120
2571];
consuN = [ 1477 1738 779 2836 769 2072 886 1877 1383 1939 1857 1240];
vidautil = 25; %anos
y = 0.008; % perca de eficiência anual dos módulos
taxa= 0.033; %reajuste anual da tarifa de energia
k = zeros([1 12]); % Energia consumida da rede sem desconto noturno
(kWh)
f = zeros([1 12]); % Energia consumida com desconto noturno(kWh)
valorD = zeros([1 12]); % valor a pagar a concessionaria pela energia
comsumida sem desconto noturno (R$)
valorN = zeros([1 12]); % valor a pagar a concessionaria pela energia
comsumida com desconto noturno(R$)
valorT = zeros([1 12]); % valor total a pagar a concessionaria pela
energia comsumida da rede (R$)
end
else
k(p) = comp(p)*-1;
f(p) = consuN(p);
g=0;
end
valorD(p) = k(p)*trd;
valorN(p) = f(p)*trn;
valorT(p) = valorD(p) + valorN(p);
end
if g< (sum(k)+sum(f))
g= g*0.5*trd + g*0.5*trn;
else
g=sum(k)*trd+sum(f)*trn;
end
t(v) = Pinst;
CAPEX(v) = (5.045*(Pinst^(-0.7723))+ 5.217)*Pinst*1000; %R$
if CAPEX(v)< 160000
r = 0.025; %custo do capital
else
r=0.085; %custo do capital
end
INV= ((-1.801*(Pinst^2)+906.4*Pinst+1357))/((1+r)^10);
FLUXO(1) = (CAPEX(v)+ INV)*-1;
ROP = FLUXO(1);
for i=1:(vidautil+1)
FLUXO(i) = FLUXO(i)+((Dvalor/(1+y)^(i-1))*((1+taxa)^(i-1))-
OPEX);
ROP = ROP + (((Dvalor/(1+y)^(i-1))*(1+taxa)^(i-1))-OPEX)/(1+r)^i;
end
VPL(v) = pvvar(FLUXO,r); %calcula o VPL
TIR(v)=irr(FLUXO); %calcula a TIRM
v=v+1;
end