Catarina#32

— FAVO R ITO S —
CATARI NA — AG O STO 2 0 1 2 — PAGE 1

— FAVORITOS —
32
Editora-Chefe | Catarina é uma marca registrada NOTAS | 08
Patrícia Lima e não pode ser usada sem autorização.
patirl@revistacatarina.com.br
especial: copenhague & berlim | 12
A revista é uma publicação
Designers | mensal, sua versão virtual está
Lya Zumblick, Mayara Laurindo disponível gratuitamente para at the sea | 100
e Valeria Gonzaga visualização e download.
REVOLUÇÃO FASHIONISTA | 112

CONTEÚDO DE MODA |
O aplicativo para IPad pode ser
Andréia Takeuchi, Bruna Pasternak,
encontrado na Apple Store. Versões
Camila Beaumord, Emanuele Lazzari,
impressas podem ser adquiridas em
REAL LIFE | 136
Grasiela Souza, Julia Bittencourt, Juliana
bancas premium e na loja online no site
Berkenbrock e Julie Fernandes
da publicação. Essa revista pertence à NOMES DA MODA QUE VOCÊ PRECISA CONHECER | 146
Editora Catarina Ltda e a publicação Marine Hein (ELO)veste
Revisão |
do conteúdo não pode ser impresso top Lenny, hot pants Livelle
Daise Ribeiro Pereira Carpes o poder do enter | 176
sem autorização prévia da editora. A e meia 7/8 Fetisg Shiny.
colaboradores | reprodução online é permitida perante a Clicada por Hugo Toni
Bruno Geraldi, Felipe Miguele, publicação do crédito da revista Catarina. (ABA), styling por Henrique UM NOVO CAMINHO | 178
Henrique Tank, Hugo Toni, Tank (ABA), beleza por
Krisna Carvalho Algumas imagens publicadas na revista Krisna Carvalho (Icon). MEN’S STREET | 182
são originárias de fontes externas,
Redação e edições anteriores: pesquisas e indicações, por isso podem
não terem sido autorizadas préviamente.
AS RUAS SÃO DELES | 187
atendimento@revistacatarina.com.br
www.revistacatarina.com.br
A revista se compromete a utilizar CHINA | 192
Rua Sérgio Gil, 477, de maneira jornalística toda e qualquer
imagem publicada, caso o responsável
Balneário, Florianópolis/SC ERA UMA VEZ... | 200
CEP 88075-340 pelo queira retirar da revista, solicitamos
(48) 3024 3432 que encaminhe um email para
atendimento@revistacatarina.com.br POR TRÁS DE DE UM GRANDE HOMEM, UMA GRANDE MULHER | 206
e ela será retirada imediatamente.
EM UM CLIQUE | 210
CRIATIVIDADE BRASILEIRA | 216
FASHION LAW | 226
BUREAU DE TENDÊNCIA | 230
ENGLISH VERSION | 257

— E D ITO R IA L —
EDITORIAL
32
UMA EDIÇÃO MISTA E COMPLETA, COM DIVERSIDADE DE ASSUNTOS, MAS SEMPRE COM A
CRIATIVIDADE COMO DIRECIONAMENTO. Desde que a CATARINA foi lançada, sua missão permanece
SUMÁRIO
a mesma: ser colecionável. Nossa preocupação nunca foi ter a revista na sua estante ou mesmo no seu HD, como
arquivo. Ser colecionável significa ser tão relevante a ponto de ser material para estudo, tendo matérias com
profundidade sobre cada assunto, construída por uma estética desejável, daquela que agrada aos olhos de quem a
contempla. Ao longo desses anos de mercado, o desafio de ser colecionável aumenta e fica sempre mais difícil, mas
nunca impossível. Se há fontes de informações sobre um assunto, não vemos motivo para trazer esse mesmo tema
para nossa revista. Queremos assuntos que não sejam comuns para nossos leitores; buscamos matérias que os tornem
mais bem informados através da construção de um painel mental criativo e, como numa colcha de retalhos, que
cada um desses leitores una as informações que lhe convir. Esse é o papel da CATARINA como revista de jornalismo
de moda: fortalecer a individualidade de cada leitor que dedica tempo da sua vida para a leitura das nossas páginas.
CATARINA — AG O STO 2 0 1 2 — PAGE 4

Nossas experiências são compartilhadas com vocês. Escrevemos porque nossa realização pessoal em produzir a
CATARINA está no compartilhamento das informações sobre o que admiramos e que gostaríamos de encontrar
em algum lugar. Então, se não encontramos o que procuramos, trazemos para cá e dividimos com nossos leitores.
Exemplo disso é a matéria que apresenta duas estilistas de Copenhague, uma já renomada e outra da nova geração.
A pesquisa pelo design nórdico nos levou até lá para conhecer pessoalmente essas criações que vêm ganhando
espaço no mundo todo. Cada detalhe revela a informação que valorizamos e não encontramos em outras mídias.
Assim como o cenário de moda de outras economias emergentes, como a Rússia. O que acontece por lá? Onde
encontrar informações sobre a evolução do mercado de moda russo e seus criadores? A Camila (sempre incrível)
é a responsável por essas informações nesta edição, enquanto Julia (sempre curiosa) se esbaldou nas entrevistas
com estilistas da Letônia e com os precursores da street art no Leste Europeu. Isso é o que chamo de matérias
colecionáveis. Mesmo daqui a dez anos, essas informações ainda farão diferença para quem as ler. O valor da
informação não perecível não está apenas na palavra ou na imagem; uma não vive sem a outra. Ambas alicerçam
aquilo que nos move dentro da moda, as tendências, os novos consumos e os novos comportamentos. As respostas
para a pesquisa constante de comportamento através de imagens e linguagens podem ser encontradas durante as
feiras alemãs Premium e Bread & Butter. Por isso, aproveitem para salvar em seus computadores e imprimir para
seus painéis de tendências as imagens que colhemos para vocês durante nossa cobertura nos melhores trade shows
do calendário alemão. As fotos são fortes o suficiente para traduzir o comportamento apresentado como tendência
na última edição de cada evento, e os textos apresentam a força econômica de cada uma delas. Ficaram curiosos?
Então, é só começar a leitura desta edição agora mesmo.
Beijos e boa leitura!
PATRICIA LIMA / Editora-chefe
R EAD TH E E N G LI S H VE R S I O N
— E D ITO R IA L — — EDITORIAL —
A capa dessa edição foi escolhida por vocês


Abrimos votação e logo vimos uma enorme discussão sobre a escolha das capas. O alto poder intelectual dos nossos leitores é incrível.
Esta é a segunda vez que abrimos votação para a escolha da capa, e os votos vêm de quem entende de projeto gráfico e gosta do
mercado editorial. São leitores que defendem com ótimos argumentos suas escolhas. O melhor desse processo é ter a troca com vocês,
colocar a decisão de uma das coisas mais importantes do nosso trabalho nas mãos de quem realmente importa para nós.
Com a votação praticamente empatada, teremos uma capa para a versão online no site e a outra para a versão interativa para IPad.
Para acompanhar novidades e continuar a troca de informações, espero vocês lá no site www.patilima.com.
Espero tê-los cada vez mais opinando e participando das nossas decisões na Catarina.
LINDA ILUSTRAÇÃO DA NOSSA CAPA,PRESENTE DO LEITOR Gabriel MedeiroS.
— N OTA S — — NOTAS —
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LOUBOUTIN AÇÃO COM POMBOS
PARA ELES
O REI DOS SOLADOS VERMELHOS ABRIU, NO ÚLTIMO DIA 30,
A BIENAL DE VENEZA FEZ UMA AÇÃO COM POMBOS PINTADOS
pela cidade para divulgar uma das obras. Os pássaros, que normalmente
são um incômodo na Bienal, flutuando em torno das cabeças de artistas e
espectadores, agora fazem parte do evento. Como eles são pintados? Após o
pouso em uma caixa que parece um pouco com uma câmera, os pombos são
UMA LOJA EXCLUSIVA PARA HOMENS, EM NOVA YORK. A loja,
empurrados através de um sistema e levam jatos de spray sem causar (pelo
de 139 m2, fica no Meatpacking District, e Nova York é a primeira cidade
menos aparentemente) danos aos pássaros. Pombos, que na maioria das vezes
de três que irão receber lojas masculinas. Estão previstas para novembro as
são de uma mesma cor, na bienal se parecem com coloridos papagaios e araras.
lojas de Londres e Los Angeles. “Nós vendemos nossa coleção masculina em
nossas lojas femininas, mas essa é a primeira loja com o conceito da marca
masculina”, explicou Carla Erice, diretora de vendas nos Estados Unidos.
GOING NAKED!
A loja fica perto da loja feminina e foi projetada para homenagear a
herança industrial do bairro. Canos expostos e barras de ferro formam o
teto, enquanto um pedaço de trilho faz parte da decoração próximo da
porta de entrada. Nas paredes de uma sala, imagens do skyline da cidade,
refletidas por espelhos comprados na Park Avenue Armory – um famoso

brechó da cidade. No piso, painéis de couro criados por artesãos mexicanos DEPOIS DO SUCESSO DAS PALETAS DE SOMBRAS NAKED, a Urban
especialmente para a loja. Decay está expandindo a linha com novos produtos, como bases. “A Naked será focada
na cor; a nova linha, chamada Naked Skin, será focada em complexidades”, explicou a
PARA CONHECER: diretora criativa da Urban Decay, Wwnde Zomnir. A base Naked Skin Weightless Ultra
Definition Liquid Makeup é livre de óleos, possui nutrientes para a pele e um efeito
Christian Louboutin Men’s Shop808 Washington St - Meatpacking District, NY
de “blur”, que cobre perfeitamente a pele, dando a ela efeito mais natural.
Horário de funcionamento: De segunda a sábado, das 11h às 19h, e domingo,
das 12h às 18h. A base líquida está disponível em 18 tons diferentes e oferece de média a total cobertura
da pele. Além disso, ela possui em sua composição: antirrugas, chá verde e vitamina E
para neutralizar os radicais livres e promover a produção de colágeno. A nova linha já
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está à venda nos Estados Unidos, no Canadá, na Europa, no Oriente Médio, na Ásia
DENIZ TERLI
e chega ao Brasil no final deste ano.
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O MUNDO EM LONDRES
A DESIGNER DE CALÇADOS DENIZ TERLI
É UM DESSES TALENTOS PROMISSORES,
DE DESIGN REQUINTADO E PERCEPÇÃO
FEMININA AGUÇADA. Recém-formada pela
ArtEZ, em sua coleção final de formatura usou COM A REPERCUSSÃO DOS JOGOS OLÍMPICOS E DAS PARAOLIMPÍADAS,
a tensão entre o feminino e o masculino, com a sensação é que o mundo inteiro estava em Londres nos últimos meses. Mas o projeto The
três subcoleções, cada uma com seu próprio World in London prova que, na verdade, esse fenômeno acontece o ano inteiro, todos os
tema. Durante sua faculdade, trabalhou no anos. Visto que o número de países reconhecido pela ONU é 204, a Photographers Gallery
ateliê de um sapateiro tradicional para entender convidou a mesma quantidade de fotógrafos para capturar um indivíduo de cada nação. No
o processo de confecção do início ao fim. Apai- site da iniciativa, é possível verificar que, realmente, há um londrino natural de praticamente
todos os cantos do mundo.
xonada pela feminilidade, suas criações são para
mulheres fortes e autônomas, que não se coíbem Divirta-se com os retratos e as histórias das pessoas fotografadas neste site:
de ser sexy. Com um olhar gráfico e ao mesmo
WWW.THEWORLDINLONDON.ORG.UK
tempo refinado, seus sapatos são de silhueta
forte e aerodinâmica.
— N OTA S — — NOTAS —
A ESTREIA
SOLO DE
ESTEBAN
CORTAZAR
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ESTEBAN CORTAZAR – QUE DEIXOU O POSTO DE DESIG-
NER-CHEFE DA MARCA EMANUEL UNGARO EM 2009,
após se recusar a trabalhar com Lindsay Lohan – apresentou uma
CATARINA — AG O STO 2 0 1 2 — PAGE 1 0
coleção homônima durante a New York Fashion Week, graças a uma
CATARI NA — AG O STO 2 0 1 2 — PAGE 1 1

pequena ajuda do Net-a-porter. A Catarina entrevistou o estilista em
março de 2009, quando ele comemorava a permanência de um ano
como diretor criativo da Maison – que você pode conferir aqui nesse
link – e teve o prazer de vê-lo, no dia 12 de setembro, revelando a
PARA MAISON PERRIER-JOUËT

sua primeira empreitada solo no Net-a-porter.com.
É a primeira vez que um varejo online ajuda um designer a cons-

truir sua marca a partir do zero. O diretor de manejamento do
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Net-a-porter, Alison Loehnis, e o diretor de moda, Holli Rogers,

envolveram-se na nova coleção de Cortazar desde o início, a partir
dos primeiros esboços. O designer colombiano declarou que o A MAISON PERRIER-JOUËT, UMA DAS MAIS CÉLE- aplicada também por Émile Gallé. Encontramos em Azuma o Gallé
projeto foi idealizado há quase dois anos, inicialmente como uma BRES CASAS DE VINHO FRANCESAS, COM UMA HIS- dos tempos modernos”, comenta Karen Erlich, gerente de grupo das
linha pequena a ser vendida apenas no Net-a-porter. Mas ela logo TÓRIA QUE ULTRAPASSA DOIS SÉCULOS, CELEBRARÁ bebidas de luxo da Pernod Ricard Brasil.
se transformou em um exclusivo lançamento de marca própria. Por A CHEGADA DA PRIMAVERA COM UMA EDIÇÃO ESPE-
O artista japonês - que ficou conhecido por seus arranjos “haute coutu-
enquanto, ela será comercializada exclusivamente no e-tailer, mas CIAL DE UMA DE SUAS MAIS IMPORTANTES SAFRAS:
re” e por sua floricultura JARDINS des FLEURS – remontou a antiga
Cortazar expressou o desejo de, eventualmente, selecionar alguns A BELLE EPOQUE 2004. Para a ocasião, o artista floral japonês,
arte da garrafa, utilizando as anêmonas brancas em apenas um único e
varejistas para distribuição. Porém, o Net-a-porter será o único local Makoto Azuma, foi convidado para modificar pela primeira vez a
delicado arabesco, com detalhes em dourado, tornando sua obra uma
de vendas online. famosa garrafa da casa, criada em 1902 por Emile Galle.
extensão da obra de Galle. “A ideia foi reproduzir a sensação extraor-
Sua coleção de 30 peças em 17 looks foi inspirada em uma casa, Gallè, que era um admirador da botânica japonesa e da cultura japone- dinária do champanhe dentro da boca com o movimento delicado da
em Barcelona, que foi projetada pelo arquiteto espanhol Ricardo sa, escolheu anêmonas brancas para decorar a garrafa, que incialmente hera e das folhas com destaque especial e homenagem às anêmonas de
Bofill – local onde também foi produzido o Lookbook da linha. O eram pintadas à mão, e que hoje são um símbolo da casa. Levando em Emile Gallé”, comenta Azuma.
resultado é uma coleção de paleta neutra, em diferentes acabamentos consideração a tradição e a delicadeza a escolha de Azuma foi natural.
A edição será lançada mundialmente neste mês, e em outubro 150
foscos e brilhantes de marfim, blush, nude e rosa bebê. Você pode “Os mundos de Perrier-Jouët e Makoto Azuma convergem de maneira
garrafas da linha especial, estarão disponíveis no mercado brasileiro.
ver a coleção completa no Net-a-porter, clique aqui! harmoniosa. Ambos possuem a mesma sensibilidade para criações
Cada uma dessas poucas garrafas custará em torno de R$1.000.
orgânicas, e honram a natureza por meio de seu trabalho: filosofia
R EAD TH E E N G LI S H VE R S I O N R EAD TH E E N G LI S H VE R S I O N
— V IAG E M — — FAVORITOS —
C AD E R NO ESPECIA L
BERLIM
COPENHAGUE
BERLIM E COPENHAGUE foram nosso destino
na Europa para conhecer a produção de moda dos
novos talentos, além de conferir mais uma edição
de eventos consagrados da indústria têxtil.
Em Berlim, acompanhamos a Bread & Butter -

maior feira de jeans e streetwear do mundo,
a Premium e a Mercedes Benz Fashion Week. C L I Q U E N O T E M A D E S UA P R E F E R Ê N C I A :
Em Copenhague, nosso foco foram os talentos

H O T ÉI S . EV EN TOS . STRE E TSTYL E . DE SF IL E S
locais que despontam no cenário europeu, com
uma moda de vanguarda e alto potencial criativo.
Acompanhe nas páginas seguintes,

nossa cobertura fotográfica e entrevistas
exclusivas feitas durante a viagem.
g
——FAVO
V IAG
R ITO
E M S—— — FAVORITOS —
PARA SE
HOSPEDAR
COM CHARME,
DESIGN
E MÚSICA

DURANTE NOSSA VIAGEM POR BERLIM E COPENHAGUE PARA ACOMPANHAR AS
NOVIDADES DO CENÁRIO CRIATIVO DE MODA DESSES DOIS LUGARES INCRÍVEIS,
FICAMOS HOSPEDADAS EM TRÊS HOTÉIS SINGULARES PELO CHARME E HISTÓRIA. A
PRIMEIRA PARADA FOI NA CAPITAL DINAMARQUESA, ONDE FOMOS RECEBIDAS PELO
KONG FREDERICK HOTEL POR CINCO DIAS INESQUECÍVEIS. EM BERLIM, O CHARME
FICOU POR CONTA DO ELLINGTON HOTEL E NHOW HOTEL QUE NOS RECEBERAM
DURANTE A BADALADA SEMANA DE MODA INTERNACIONAL.
NHow Hotel, Berlim.

— V IAG E M — — VIAGEM —

Divulgação
UMACHARMOSA COPENHAGUE É UMA CIDADE ENCANTADORA. Andando por suas ruas e praças, rodeadas por uma
arquitetura belíssima e extremamente bem conservada de séculos atrás, a sensação é a de que se está imerso
COPENHAGUE
em uma comédia de Woody Allen. A cidade conhecida pela verdadeira estátua da Pequena Sereia, por
luxuosos castelos, por monumentos históricos e pelo Tivoli, um dos mais antigos e tradicionais parques de
g
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FIRST HOTEL KONG FREDERIK
Divulgação
Vester Voldgade 25, 1552, Copenhagen.
diversões do mundo, parece querer contar segredos em cada es- ponto. Mulheres bem vestidas com seus saltos altos, homens de Depois de algumas voltas, você descobre que tudo é próximo e combinou toda a tradição e a rebuscada mobília mogno com
quina. Lojinhas, bares, restaurantes, cinemas e quaisquer outros terno e gravata, estudantes, crianças e grupos de adolescentes de fácil acesso. Ainda mais quando se está bem hospedado. Uma papéis de parede e tecidos modernos e estilizados, tornando-se
locais são pensados e decorados impecavelmente. Há requinte e pedalam durante o dia e a noite pelas ruas de Copenhague. das melhores opções em estada com certeza é o First Hotel Kong referência em hotel design. O First Hotel Kong Frederik oferece
preocupação com a estética por todos os cantos, e não há como Frederik, um hotel luxuoso de quatro estrelas, extremamente 110 quartos extremamente confortáveis e charmosos, que dis-
É por essas e outras que os moradores de lá parecem viver
não se apaixonar pelo lugar. bem localizado no centro de Copenhague. De lá, há acesso põem de wi-fi grátis.
despreocupados. O dia começa tarde para o comércio: a maior
privilegiado a atrativos turísticos locais, como a Walking Street
Além disso, Copenhague é mundialmente conhecida como “a parte dos estabelecimentos funciona de segunda a quinta-feira, O hall do hotel é um de seus elementos-chave. A luz do sol
(famosa rua de comércio com ótimas opções para compras) e a
cidade das bicicletas”. Quase metade da população da capital das 10h às 18h; às sextas-feiras, das 10h às 19h; e aos sábados, entra pelo teto, contagiando o local, e possibilita ao hóspede
Estação Central de Trem, além do famoso Tivoli Gardens, aberto
dinamarquesa usa a bicicleta como meio de transporte, e isso das 10h às 16h, o que não acaba com a movimentação nas ruas. tomar o seu delicioso e variado café da manhã à sombra de uma
durante a temporada de verão, o Halloween e a época de Natal.
é perceptível em qualquer ponto da cidade, ao nos depararmos No verão, o sol continua brilhando até quase às 22h, e então, os grande árvore. Também a biblioteca rende horas de pesquisa,
com centenas delas estacionadas, todas juntas – a maior parte sem charmosos bares, os restaurantes e as casas noturnas estão prontos Um dos mais clássicos e históricos da cidade, o hotel é conhecido leitura e relaxamento, aliadas ao café de sua preferência, que está
cadeado ou qualquer tipo de proteção. Há ainda os vários pontos para receber todos os clientes. Além disso, é comum ver grupos de por sua atmosfera acolhedora, familiar e requintada, carregada disponível gratuitamente. Intercale o melhor do hotel com o
de bicicletas públicas espalhados pela cidade. Elas são o único amigos à beira dos canais de Copenhague, reunidos para beber e por um toque de modernidade. Reformado há alguns anos, melhor da cidade e você desfrutará de uma viagem encantadora.
meio de transporte público gratuito, sendo possível que você retire curtir. No Canal Tours Copenhagen é possível ver mais da cidade
uma delas, use pelo tempo que quiser e depois a devolva em outro através dos turísticos – e deliciosos – passeios de barco. g
CONTATO WWW.FIRSTHOTELS.COM
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STYLE IN UMA METRÓPOLE EFERVESCENTE, ONDE NATUREZA E URBANIDADE CONVIVEM LADO A

LADO. Construções históricas e museus incríveis que ilustram não somente nossa antiguidade, mas, sobretudo,
a modernidade e a contemporaneidade humanas. Berlim respira arte, cultura e, sim, muita moda.
THE CITY
Chegamos à capital alemã para a cobertura da semana de moda que inclui diversos eventos e apresentações
paralelas. Nosso objetivo foram os trade shows Bread and Butter e Premium, a Mercedes Benz Fashion Week e
a fase final do concurso Design for Tomorow, sob a curadoria de Marc Jacobs. g
— V IAG E M — ——FAVORITOS
VIAGEM ——

ELLINGTON HOTEL
Nurnberger Strasse 50-55, 10789, Berlin.
Entre os convites que recebemos de vários hotéis, selecionamos remete ao glamour dos anos 1920 e 1930 caracterizam a estética
dois para a nossa estada. Conforto, boa localização e um certo contemporânea de cada ambiente.
glamour (quem resiste!) estavam na nossa lista de viagem. Assim,
Com 285 quartos bem projetados, de apartamentos standart a
os primeiros dias na cidade que uma vez esteve dividida pelo
espaçosas suítes, o Ellington ainda oferece áreas para eventos e
famoso muro tiveram início no Ellington Hotel.
negócios, além de serviços de bar no belíssimo terraço de verão
Localizado entre a famosa Avenida Kurfurstendamm e a loja de e do restaurante DUKE, que serve alta gastronomia, ambos sob
departamentos de luxo KaDeWe, o Ellington Hotel está instala- a direção do chefe de cozinha Florian Glauert.
do em um prédio histórico que já foi endereço do famoso clube
Durante a Berlin Fashion Week, o hotel sediou alguns showrooms
de jazz Badewanne, na década de 1930, onde ícones como Louis
de marcas europeias, foi palco da concorrida recepção oferecida
Armstrong, Ella Fitzgerald e Duke Ellington se apresentavam.
pela revista Gala e – luxo dos luxos! – recebeu a presença de
Aliás, o nome do hotel é uma homenagem a este artista. Mais
Marc Jacobs.
tarde, nos anos 1970, o mesmo local dava lugar à discoteca Ds-
chungel, onde estrelas como Frank Zappa, David Bowie, Carlos Foi nesse local cheio de história, no coração de Berlim, que
Santana e Barbra Straisand curtiam a noite. estivemos hospedadas durante a cobertura da Bread and Butter
e da Premium. O acesso do hotel a essas feiras é superfácil, tanto
A fachada do prédio construído em 1928, com 185 m, perma-
de metrô quanto de táxi. Aliás, comparado ao Brasil, lá o táxi é
neceu praticamente intacta durante a Segunda Guerra Mundial,
mais barato, e se você estiver em três ou quatro pessoas, nossa
porém, seu interior não. Para dar lugar ao hotel design em
dica é se locomover com esse meio de transporte, tanto para
2007, o prédio foi inteiramente remodelado, mas preservando
as idas aos museus quanto para as compras e os compromissos
a essência de seu passado. Conforto, requinte e uma aura que
durante a Fashion Week alemã.
CONTATO WWW.ELLINGTON-HOTEL.COM
Divulgação

Divulgação
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MUSIC IS IN
THE AIR
PARA OS DOIS ÚLTIMOS DIAS DA VIAGEM, O ELEITO FOI O NHOW HOTEL. UMA CONSTRU-
ÇÃO CONTEMPORÂNEA DE ARQUITETURA GRANDIOSA ÀS MARGENS DO RIO SPREE.
Design, arte e, acima de tudo, música definem o Nhow Berlin. À margem leste do rio Spree, o lobby do hotel
mistura-se com o lounge (palco de apresentações musicais e pocket shows ao vivo) e com o Envy Bar que se
estende em um terraço debruçado sobre o rio, no cenário perfeito para um pôr do sol com ótima música e
drinks deliciosos. g
Divulgação

Divulgação
A arquitetura e o design interior do hotel, assim como os 304 experiência de se hospedar no NHow: o “primeiro hotel musical
apartamentos e suítes, foram planejados e assinados por desig- da Europa, no coração de Berlim”.
ners renomados como Karim Rashid e Sergej Tchoban. Esses
Além da infra-estrutura e da vista privilegiada de uma Berlim
designers foram responsáveis também pelo Music Sound Floor:
vista à beira do rio Spree, o atendimento e os serviços também
um espaço incrível sobre a cobertura do prédio, que abriga dois
são diferenciados. O restaurante, assim como o buffet de café da
estúdios de música de padrão internacional, minuciosamente
manhã e o menu de drinks do Envy Bar agradam pela qualidade
equipados em parceria com o famoso Hansa Studios.
e diferenciais de ingredientes, apresentação e sabores.
Detalhes curiosos como elevadores com iluminação neon (cada
A localização é um pouco mais afastada do centro da cidade
cor é específica para um determinado número de andares) e um
(cerca de 10 minutos de táxi), mas para quem estiver a passeio pela
“guitar and keyboard service room” (isso mesmo, você tem um
capital alemã, vale a pena. O hotel por si só é uma atração à parte.
menu de guitarras e teclados à sua disposição) fazem parte da
NHOW BERLIN
CONTATO WWW.NH O W - H O T E L S . C O M / B E R L I N WWW.FACEBOOK.COM/NHOWBERLIN Stralauer Allee 3, 10245, Berlin.
—
— EFAVO
V E N TO
R ITO
S S— — —
— FAVORITOS
EVENTOS ——
T R A D E S H O W R E V I E W
PREMIUM

E BREAD &
CONHEÇA AS FEIRAS DE MODA QUE ACONTECEM EM PARALELO À
PROGRAMAÇÃO DE DESFILES E QUE COMPLEMENTAM A SEMANA DE MODA EM BERLIM.
BUTTER
— E V E N TO S — — EVENTOS —
A C U LT U R A DA S R UA S NA
BREAD AND
BUTTER BERLIN
HÁ 11 ANOS, A BREAD & BUTTER REPRESENTA O
MELHOR DO STREETWEAR. O trade show atua como uma
plataforma criativa de marketing e comunicação para marcas
selecionadas ao redor do mundo. Com a máxima “diversão e
lucro”, a feira une inspiração e negócios em um espaço que traz
muito mais do que meros estandes – dentro do tema proposto

em cada temporada, as grifes têm a liberdade de fazer verdadeiros
shows e acrobacias para apresentar suas novidades.
Aproximadamente 600 marcas participam da BREAD & BUT-

TER nos segmentos denim, sportswear, street fashion, function
wear (ou moda funcional) e casual/dressed up. Já considerado
um dos mais badalados eventos da temporada de moda alemã,
a última edição ilustrou claramente o momento de crise na
Europa. Os principais players recusaram o convite do fundador
Karl-Heinz Müller, alegando destinar o budget do ano para
outros fins. Isso resultou em uma considerável baixa no público
em comparação com outros anos.
Mas nada pôde impedir a grande festa que é a BREAD &

BUTTER. Segundo a assessoria, o ritual teve que ser adaptado,
mas foi a chance de convidar novas marcas para a feira. “Virou
outro evento, pouco familiar e novo. Os visitantes antigos e novos se
misturaram, um círculo totalmente novo foi formado. Outros tópicos
foram discutidos, novos rostos foram vistos e o público se entusiasmou.
Ficou emocionante de novo.”
Müller adianta que irá reconsiderar os nomes convidados para

expor na próxima edição. “Uma coisa é certa: haverá mudanças
novamente. O público já pode ficar curioso”, garante o fundador.
WWW.BREADANDBUTTER.COM
— E V E N TO S — — FAVORITOS —
“VIROU OUTRO EVENTO, POUCO FAMILIAR E NOVO. OS VISITANTES ANTIGOS E NOVOS SE MISTURARAM, UM
CÍRCULO TOTALMENTE NOVO FOI FORMADO. OUTROS TÓPICOS FORAM DISCUTIDOS, NOVOS ROSTOS FORAM
VISTOS E O PÚBLICO SE ENTUSIASMOU. FICOU EMOCIONANTE DE NOVO,” EXPLICA A ORGANIZAÇÃO.

— FAVO R ITO S — — EVENTOS —

APROXIMADAMENTE 600 MARCAS PARTICIPAM DA BREAD & BUTTER, NOS SEGMENTOS DENIM, SPORTSWEAR,
STREET FASHION, FUNCTION WEAR (OU MODA “FUNCIONAL”) E CASUAL/DRESSED UP.
— E V E N TO S — — EVENTOS —
PREMIUM BERLIN
NOS PAVILHÕES DA STATION-BERLIN, ENTRE OS DIAS
4 E 6 DE JULHO, mais de 800 marcas e 1.400 coleções de moda
feminina e masculina, jeans e sportswear, calçados e acessórios
foram apresentadas. Essa é a Premium Berlin, uma das feiras que
integra a programação de moda da capital alemã e reúne cole-
ções exclusivas de todos os segmentos. A cada edição, o evento
expande-se para incluir novas coleções e inspirar os compradores.
“Fico muito feliz que a expertise da Premium na área da moda tem

sido tão elogiada,” exclama a cofundadora Anita Tillmann. “Os
compradores vêm aqui para trabalhar. Às 10h, na quarta-feira, os
estandes já estavam cheios e o lojistas olhavam, barganhavam e fizeram
NA — AG O STO 2 0 1 2 — PAGE 3 9
pedidos até a sexta-feira à tarde.”
O número de visitantes dessa edição chegou a superar os do

evento anterior em 10%. Além dos compradores da Alemanha
e de países próximos (que corresponderam a 38% do público),
houve um aumento de lojistas da Ásia e da França. “Com números
positivos de participação, até superamos os resultados da temporada
CATARINA
passada. O clima entre compradores e expositores foi muito bom”,
CATARI
complementa Norbert Tillmann, cofundador do evento.
Parte do sucesso foi atribuído ao showroom “East Goes West”

(ou, o Ocidente Vai Ao Oriente), que apresentou coleções
selecionadas do Japão e da Coreia do Sul e mostrou o potencial
criativo da Ásia. “A demanda da Ásia cresceu novamente nesta estação,
e esse é o tema do futuro. O showroom foi muito bem recebido”, explica
Anita. O evento já é considerado um dos maiores lançadores do
talento oriental.
Com edições também nas cidades de Duesseldorf e Munique,

a Premium consagra-se cada vez mais como um núcleo de ten-
dências mundiais, destacando novos talentos, criadores autorais
e marcas que representam o crescente mercado de luxo.
WWW.PREMIUMEXHIBITIONS. C O M
CATARINA — AG O STO 2 0 12 — PAGE 4 0

— FAVO R ITO S — — EVENTOS —

A PREMIUM SE CONSAGRA CADA VEZ MAIS COMO UM NÚCLEO DE TENDÊNCIAS MUNDIAIS, DESTACANDO NOVOS
TALENTOS, CRIADORES AUTORAIS E MARCAS QUE REPRESENTAM O CRESCENTE MERCADO DE LUXO.
— FAVO R ITO S — — FAVORITOS
EVENTOS ——

O NÚMERO DE VISITANTES DESSA EDIÇÃO CHEGOU A SUPERAR OS DO EVENTO PASSADO EM 10%.
ALÉM DOS COMPRADORES DA ALEMANHA E PAÍSES PRÓXIMOS (QUE CORRESPONDERAM
A 38% DO PÚBLICO), HOUVE UM AUMENTO DE LOJISTAS DA ÁSIA E FRANÇA.
— E ST IL O —
STREET
STYLE

VEJA OS REGISTROS FEITOS PELA EQUIPE DA CATARINA
DIRETAMENTE DA BREAD & BUTTER E PREMIUM, NA ALEMANHA.



— FAVORITOS —




— FAVORITOS —

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— C O B E RT U R A — — COB ERTURA —
MERCEDES-BENZ FASHION WEEK

BERLIN
AS PROPOSTAS DOS
PRINCIPAIS DESIGNERS
ALEMÃES PARA A TEMPORADA
VERÃO/2013
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DAWID TOMASZWESKI
METAMORFOSE FOI O TEMA ESCOLHIDO PELO ESTREANTE DAWID TO-
MASZEWSKI PARA DEFINIR SUAS COLEÇÕES FEMININA E MASCULINA. Inspirado
por uma recente viagem a Lisboa, o designer usou referências como os crochês e as padronagens
da artista portuguesa Joana Vasconcelos, mosaicos de azulejos e até os ritmos do fado. O resultado
foi uma coleção feminina futurista, que remete a um conto de fadas moderno, no qual princesas
usam capas de macramé repletas de elementos Swarovski para representar o novo capítulo pós-
-Apocalipse. Já a coleção masculina se apropria de camadas e sobreposições, em uma cartela de
cores dominada pelo bordô e pelo creme.
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— CFAVO
O B E RT U RSA —
R ITO — —— FAVORITOS
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HANNES KETTRITZ ANJA GOCKEL
A CLÁSSICA ALFAIATARIA MASCULINA, INTERPRETADA DE UMA MANEIRA MAIS A ALEMÃ ANJA GOCKEL COMEÇOU SUA TRAJETÓRIA NA MODA EM LONDRES,
CONTEMPORÂNEA, É A BASE DA COLEÇÃO DE HANNES KETTRIZ. Ao usar materias nos anos 1990, e só retornou à sua terra natal quatro anos depois. Com quase duas décadas de
normalmente estruturados, como seda e camurça, o estilista trabalha com cortes geométricos e experiência no mercado, Gockel apresentou duas coleções complementares durante a semana de
formas angulares que, além de criar uma silhueta definina, trazem um agradável contraste. Nos moda de Berlim, que receberam o nome de London e Red Carpet. Ambas realçaram a beleza
pés, os modelos fizeram uma homenagem fashion a um típico costume alemão: o uso de chinelos feminina, com elegantes maxivestidos, saias lápis e blazers com comprimento até a cintura. Cores
com meias. vivas e joviais, como menta, amarelo, laranja, vermelho-sangue e fúcsia, dominam os looks.
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1931 BERLIN BLAME
YUJIA ZHAI-PETROW, CHINESA RADICADA EM BERLIM, É A CRIADORA DA CO- SARAH BUEREN E SONJA HODZODE PODEM TER FUNDADO A MARCA BLAME
LORIDA MARCA 1931 BERLIN. A coleção Verão/2013 é leve e divertida como a estação, HÁ APENAS DOIS ANOS, mas o currículo das designers mostra ampla experiência em grifes
caracterizada por um mix de estampas com toques étnicos e desenvolvida com tecidos de altíssima como Marc Jacobs, Hugo Boss, Michael Michalsky e Preen. Trabalhando juntas desde 2010, a
qualidade importados da Itália e da Mongólia. Ankle boots e peep toes com laços e detalhes em dupla criativa traduz sua label como uma combinação de elementos vintage com modernos. Um
preto oferecem o contraste à leveza das peças apresentadas. mix de cores e tecidos (da seda ao algodão, do algodão ao tweed), estampas tropicais e alfaiataria
impecável marcam a coleção de verão da Blame, intitulada 5 o’clock at Kew Gardens. Todo e
qualquer look da passarela é perfeito para um encontro no final da tarde em um ponto turístico.
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STEVEN TAI MARC CAIN
UM DOS JOVENS TALENTOS A ESTREAR DURANTE A BERLIN FASHION WEEK, Ste- MODA ALEMÃ COM TEMPERO ITALIANO: ESSE É O CONCEITO DA GRIFE DE MARC
ven Tai foi descoberto no festival Hyères e convidado pela Elle alemã e pela própria organização CAIN, fundada em 1973, na região de Bologna, na Itália. As peças misturam referências esportivas
do evento para apresentar sua coleção. Jovens nerds invadiram a passarela em looks com ampla e a feminilidade das coleções italianas, tudo para “mulheres cosmopolitas, independentes e
variedade de silhuetas, sobreposições, experimentações com volume e cortes assimétricos. sensuais”. O Verão/2013 da marca trabalha com o clássico preto e branco, pincelado por toques
modernos de neon.
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R ITO — — FAVORITOS —
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MICHAEL MICHALSKY
RECONHECIDO POR KARL LAGERFELD COMO O “SÍMBOLO DA MODA ALEMÃ”,
o desfile de Michael Michalsky foi um dos mais cobiçados na semana de moda de Berlim. Cerca
de 1.500 pessoas estavam presentes para as apresentações das linhas feminina e masculina do
estilista, que refletiam o real sentido da amizade em um mundo tomado por relações virtuais e
pouco pessoais. Para reforçar o tema, Michalsky até escolheu uma modelo grávida para desfilar,
gerando um burburinho positivo. Os destaques ficaram com as estampas florais em aquarela e a
linha de sneakers para os rapazes.
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IRENE LUFT FRIDA WEYER
A CINDERELA BATEU NA PORTA DA DESIGNER IRENE LUFT, E IRENE PRONTA- HÁ APENAS QUATRO ANOS NO MERCADO, FRIDA JÁ É UMA REFERÊNCIA DA
MENTE A DEIXOU ENTRAR. A quarta coleção da estilista, exibida na Mercedes-Benz Fashion MODA ALEMÃ. A estilista foi finalista do concurso Designer for Tomorrow, em 2008, e venceu
Week Berlim, mostrou peças adequadas para uma princesa moderna, com muita delicadeza, o Premium Young Designers, sendo convidada a participar da semana de moda meses após sua
transparência e outras influências vindas da moda íntima – Luft trabalhou diretamente com a graduação. Para o Verão/2013, a alemã trabalhou em conjunto com o Ministério de Cultura
multinacional Triumph para o desenvolvimento da linha. da embaixada turca em Berlim para criar uma coleção que exibisse o espírito cosmopolita das
mulheres euro-asiáticas.
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DIMITRI FORZA LENA HOSCHEK
COM FORMAÇÃO ITALIANA, DIMITRI FORZA CHEGOU A TRABALHAR EM GRIFES A EX-ASSISTENTE DE VIVIENNE WESTWOOD QUE COMEÇOU SUA PRÓPRIA LABEL
COMO JIL SANDER, Hugo Boss e até Vivienne Westwood antes de lançar sua própria marca, COM APENAS 24 ANOS de idade não poderia fazer algo menos espetacular que a sua coleção
em 2007. Em sua mais recente coleção, o estilista trouxe toques étnicos às peças, com uma cartela Verão/2013, intitulada Fiesta Mexicana. E que festa! Ao som de Queens of the Stone Age, Brian
de cores que passeou pelos tons de amarelo, verde, vermelho preto e branco. Predominada pela Setzer e Billy Idol, Lena Hoschek levou a celebração do Dia de los Muertos para dentro da semana
seda, a linha mostrou constrastes interessantes entre a leveza do material e a dureza dos detalhes de moda de Berlim, com leves vestidos rodados, uma diversidade de materiais, cores marcantes
e acessórios em couro. e estamparia rica, ainda pouco comum nas coleções do evento alemão.
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REBEKKA RUÉTZ TWENTY2TOO
A VISÃO DE MODA DA AUSTRÍACA REBEKKA RUÉTZ É FORA DO COMUM. A designer O CORAÇÃO E A ALMA DA MARCA É O DESIGNER DAN MIHAIZARUG. Em suas
acredita ser possível conferir à estética uma utilidade espiritual. Em sua coleção Metamorphose, as coleções de alfaiataria clássica, impecavelmente cortada, ele introduz uma identidade de moda
fibras dentro das roupas tinham a função de estimular os centros de energia do corpo da usuária. divertida assumindo então um estilo pessoal. Suas inspirações, baseadas na maioria das vezes em
Já a área externa foi tomada por sobreposições, transparências e uma cartela de cores serena. É selvas, vendem roupas para homens que desejam permanecer jovens e que têm senso de humor.
um conceito interessante para mulheres de mente aberta, que procuram algo além do que os A coleção verão 2013 vem com muitas listras e uma cartela de cores neutras. Ótima opção para
olhos veem. homens bem resolvidos que gostam de estar atualizados.
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— CFAVO
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LEITMOTIV GUNSELI
AS ROUPAS SÃO DESENVOLVIDAS A PARTIR DA PARCERIA DE DUAS MENTES CRIA- COM UM TRABALHO FORTEMENTE INFLUENCIADO PELA ARTE MODERNA, sua
TIVAS, o boliviano Juan Caroe o italiano Fábio Sasso. Com criações originais e atualizadas, o identidade imprime as formas e os desenhos de suas coleções, que abrangem desde vestidos de
estilo da marca é feito por referências do mundo da arte e da moda, adequadas em habilidade luxo até peças casuais, com muito design gráfico e pop-art. O artista imprime em suas criações
artesanal. Tanto para itens masculinos quanto para femininos, a ideia principal é desenhar roupas o que sabe fazer melhor: muita estamparia digital e silhueta comercial com uma cartela de cores
artísticas ligadas a arte e moda, futuro e passado, alfaiataria e haute couture. Nessa coleção, moda composta por cores quentes. Para quem gosta de leveza, essa coleção é pura inspiração visual.
feminina e moda masculina desfilam em harmonia na mesma passarela, com um conceito de
estamparia gráfica incrível.
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FRANCESCA LIBERATORE BURCE BEKREK
COM FORMAÇÃO NA CENTRAL SAINT MARTINS E COM UM CURRÍCULO QUE SERENIDADE E MINIMALISMO SÃO AS BASES CENTRAIS DE TODO O PROCESSO
CONTÉM ALGUMAS DAS MELHORES CASAS DE MODA DO MUDO, Francesca é cha- DE CRIAÇÃO DE BURCE BEKREK. Considerada uma das melhores designers da Turquia,
mada atualmente de “a garota-prodígio”. Com forte senso de estética em todas as suas ações, a vem desenvolvendo estilo de assinatura única para projetos modernos, com foco em corte limpo,
designer é filha da arte e tem predisposição para a criatividade. A atenção na escolha das peças ajuste excelente e tecido de alta qualidade. Com transparências em lugares estratégicos e silhuetas
junto com a facilidade de montagem de texturas permitiu que a designer trabalhasse uma cartela assimétricas, Burce consegue dar usabilidade à sua coleção, que visa a criar uma identidade com
clássica de branco, preto, cinza e variações de marrom com transparência e tecidos luminosos. o estilo de vida das mulheres que vestem sua marca.
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— CFAVO
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EVA LUTZ ESCADA
EM UMA COLEÇÃO MINIMALISTA, EVA LUTZ RESGATA CLÁSSICOS DA MODA com O DESFILE DE PRIMAVERA/VERÃO 2013 DA ESCADA SPORTS FOI DOMINADO PELA
um olhar contemporâneo. As silhuetas variam de linhas retas a marcações na cintura para acentuar COR VERMELHA, explorada em diferentes tonalidades, materiais e texturas. A cor pontuou
a beleza de suas consumidoras. Com uma cartela de cores predominada por tons pastel, tem no diversos detalhes e estampas e também reinou absoluta em looks completos; além disso, tornou
laranja vivo um contraste maravilhoso. ainda mais marcantes todos os sapatos da coleção. Transparências deixaram à mostra o corpo e os
maiôs e biquínis super estampados, caracterizando uma moda praia leve, moderna e sofisticada.
——FAVO
M Ú SRICA
ITO S—— — FAVORITOS —
DEUTSCH
8 6 2 0 1 2 — PAGE 8 6
AGOSTO
T H E M I N T
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2 ——PAGE
— PAGE
INTERNATIONAL
2 0 1NA
STO 22001122 —
MÚSICA E MODA SEMPRE CAMINHARAM LADO A LADO.
CATARI
CATARINA — AG O STO
NESTA EDIÇÃO ESPECIAL SOBRE A SEMANA DE MODA DE BERLIM,
AGOOSTO
NÃO PODERÍAMOS DEIXAR DE APRESENTAR UMA DAS BANDAS
— AG
NA —
QUE DESPONTAM NO CENÁRIO MUSICAL EUROPEU.
CATARINA
CATARI
Kevin Schünemann
— M Ú S ICA — — MÚSICA —
NA CAPITAL ALEMÃ, ENTREVISTAMOS THE MINT, FORMADA Em 2011, eles deram início à produção do segundo álbum, cujo single,
POR SEBASTIAN (COMPOSIÇÃO, VOCAL E GUITARRA), VALE- Home, será lançado em outubro de 2012, em turnê pela Alemanha e
RIJ (GUITARRA E TECLADO), CLEMENS (BAIXO) E PATRICK pela Inglaterra. O novo álbum está sendo produzido por dois grandes
(BATERIA). nomes europeus. Um deles é o inglês Andy Gill, que também assina
trabalhos de bandas como Gang of Four, Red Hot Chili Peppers e The
A banda estreou na cena musical em 2007, com o álbum Empire of the
Futureheads. O outro produtor é Jochen Schmalbach, que trabalhou
sun, cuja canção de mesmo nome foi listada pela US Billboard como o
com Alphaville, Tiefschwarz, Camouflage, Sven Väth, entre outras. Em
melhor novo vídeo de rock. De lá para cá, o grupo tem participado de
meio aos preparativos finais para o lançamento do segundo álbum, a
importantes shows na Alemanha, conquistando o público com carisma
banda apresentou-se na festa do estrelado hotel NHow, onde Sebastian
e talento singular para composições com belos acordes de guitarra e
Wilsdorff nos concedeu esta entrevista exclusiva.
batidas eletrônicas.
REVISTA CATARINA: COMO A BANDA SE FORMOU? é também trilha sonora do filme The Child , baseado em uma
TODOS OS INTEGRANTES SÃO ALEMÃES? obra de Sebastian Fitzek, que será lançado nos cinemas, aqui na
Alemanha, em outubro. Mas nós gostamos de todas as faixas do
SEBASTIAN: Todos nós moramos em Berlim e nos conhecemos
álbum.
em um concerto há oito anos. A empatia foi instantânea, desco-
brimos que gostávamos dos mesmos estilos musicais e tínhamos RC: VOCÊS TÊM UMA PARCERIA COM A GIBSON GUI-
um pensamento muito parecido sobre música. Então, resolvemos TARS, MARCA QUE É ÍCONE MUNDIAL NO MERCADO
formar uma banda para fazer a nossa música. Exceto Valerij, que DE MÚSICA. COMO ISSO ACONTECEU?
tem origem russa, e eu, que sou metade francês e metade alemão,
S: No ano passado, a The Mint ganhou um concurso de bandas
todos são alemães.

promovido pelo Hard Rock Café. Alguns representantes da
RC: COMO VOCÊ DEFINE O ESTILO MUSICAL DO Gibson faziam parte do júri. Assim, além do concurso, tivemos a
THE MINT? NO SITE DA BANDA VOCÊS FALAM EM sorte de também ganharmos o apoio dessa marca e trabalharmos
“DEUTSCH-INTERNATIONAL”. CONTE-NOS UM POUCO com esses instrumentos fantásticos.
MAIS SOBRE ISSO...
S: Nossa música reflete o lugar em que vivemos e que amamos:

Berlim, nossa cidade. Penso que a música sempre reflete o clima
NOSSA MÚSICA REFLETE O LUGAR EM QUE
e o lugar em que foi criada. Por isso, nosso estilo soa urbano, VIVEMOS E QUE AMAMOS: BERLIM, NOSSA CIDADE.
pop, às vezes áspero, às vezes melancólico, mas sempre com uma
PENSO QUE A MÚSICA SEMPRE REFLETE O CLIMA
luz, como um raio de luz que surge por entre as nuvens. E, claro,
tem algumas referências de outras bandas, como as alemãs Can E O LUGAR EM QUE FOI CRIADA.
e Kraftwerk, além da influência de ídolos pessoais, como David — Sebastian Wilsdo r f f
Bowie, Depeche Mode e The Cure, e artistas contemporâneos,

como Interpol e The Editors. Todas essas influências, misturadas RC: O QUE O PÚBLICO PODE ESPERAR DA TURNÊ THE
com a cidade, transformam-se na The Mint, e é essa mistura que MINT?
chamamos de “deutsch-international”.
S: Nossos shows são superintensos, nós ficamos cara a cara com
RC: A MAIORIA DAS SUAS LETRAS FALA DE AMOR. A a plateia, fazemos o público dançar e sentir o que sentimos com
INSPIRAÇÃO VEM DE HISTÓRIAS PESSOAIS? nossa música.
S: Não apenas disso. As letras falam de coisas do amor e da vida RC: QUANDO OS FÃS PODERÃO ADQUIRIR O ÁLBUM
que acontecem com todos, com nossos amigos, com as pessoas DA BANDA? SABEMOS QUE A ANSIEDADE É GRANDE...
que amamos. Mas, claro, são também histórias pessoais.
S: Acreditamos que o álbum sairá em fevereiro ou março de
RC: VOCÊ TEM ALGUMA MÚSICA QUE CONSIDERA 2012, mas o primeiro single será lançado em outubro deste ano,
SUA FAVORITA? quando também começaremos a nova turnê. Felizmente, logo
estaremos na estrada novamente, indo ao encontro do público.
S: Neste momento, estamos trabalhando em nosso próximo
Tenho esperança de ir ao Brasil em breve.
álbum. É difícil escolher entre todas, porque nós somos um
grupo realmente criativo, são muitas músicas boas para escolher.
WWW.THEMINTOFFICIAL.COM
Posso dizer que uma das minhas favoritas é Home , que foi
Kevin Schünemann
escolhida para ser o primeiro single de trabalho. Essa música W W W . F A C E B O O K . C O M / N H O W B E RL I N

— E N T R E V ISTA — — FAVORITOS —
BA RBA RA I G ON G I NI & NATASJA Q VI TZA U L U N D
A IMAGEM DA
EM
COPENHAGUE

po r PAT RI CI A L I MA
A CRIAÇÃO NÓRDICA ENTROU EM DESTAQUE NO CENÁRIO DA MODA E DO DESIGN. Já faz algum

tempo que acompanhamos sua importância ganhando espaço na mídia. Cada vez que algo repercute em algum lugar
do mundo, sinto uma curiosidade profunda para saber mais sobre o que está acontecendo; sempre desejo ter minha
própria opinião sobre o assunto. Com a criação nórdica não seria diferente.
Copenhague estava na minha lista de prioridades, como um dos focos de estudo que eu gostaria de aprofundar
neste ano. Então, assim que decidi voltar para Berlim e cobrir a Bread & Butter e a Premium, além da fashion week
alemã, decidi que a Dinamarca seria nosso destino antes de chegarmos aos eventos alemães. Decidido isso, a primeira
providência foi escolher o perfil de estudo a ser traçado. Optei por conhecer os dois extremos: uma marca estabelecida
e reconhecida, outra que acaba de nascer pelas mãos de um novo talento dinamarquês.
Foi então que pesquisei e busquei por Barbara I Gongini, um dos maiores nomes da moda, reconhecida pelo seu
trabalho autoral e representativo para o cenário vanguardista. Para contrapor informações e assim podermos construir
um painel abrangente, entrevistei a jovem Natasja Qvitzau Lund, que lançou em 2009 sua marca Nuit Comme Oui,
trilha um caminho tão vanguardista quanto Bárbara e segue construindo sua carreira como destaque da nova geração.
O mais especial foi descobrir no meio da entrevista com Natasja que Barbara I Gongini é uma das suas inspirações
– uni-las em uma mesma matéria é uma enorme satisfação.
Natasja, aos 24 anos, parece uma menina, com voz doce e imagem delicada. Barbara é marcante, ruiva e com tom
de voz baixo, mas representa a força criativa em pessoa. Ambas lindas, criativas e simpáticas. Leia as entrevistas com
esses dois talentos dinamarqueses.
Projeto de Barbara I Gongini.

— E N T R E V ISTA — — ENTREVISTA —
BARBARA I GONGINI
muito jovens, a juventude é vista como qualidade. Mas na
minha época, a visão era outra. Então, busquei outro caminho
e fui para a Danish Design Schoool, muito reconhecida aqui
em Copenhague. Dessa vez fui aceita, então comecei por lá.
Venho trabalhando com arte, pintura, esculturas… Aprendi
muito. Passei a integrar um grupo muito criativo, formado por
12 designers; trabalhávamos juntos e isso nos obrigava a entregar
duas coleções por ano.
PATRICIA: EM QUE ANO ISSO ACONTECEU?
BARBARA: Foi entre 2000 e 2004.
PATRICIA: ERA O SEU SONHO? VOCÊ QUERIA TRABA-

LHAR DESSA MANEIRA?
BARBARA: Sim, era tudo muito artístico, extremamente artísti-

co. Uma ótima maneira de começar. E nesse ponto eu soube que
iria seguir por esse caminho, eu já tinha uma base muito criativa
e caminhei para o comercial também. Demorou alguns anos para
eu definir a linha comercial, porque tem pessoas desenvolvendo
produtos muito bons na linha comercial. Agora temos a seguran-

ça do que fazemos. Valorizamos muito a qualidade dos nossos
produtos, o que envolve a matéria-prima, como os tecidos, por
exemplo. A grande maioria vem do Japão, da China e da Itália.
Encontramos nos asiáticos qualidade incrível e tecnologia, que
chegam a ser melhores do que no produto italiano. As pessoas
acreditam que o que vem da China não é bom, mas na verdade
eles são muito bons no que fazem quando isso envolve alto
padrão de tecnologia.
PATRICIA: QUANTAS PEÇAS VOCÊS COSTUMAM TRA-

BALHAR NA COLEÇÃO?
BARBARA: Costumamos ter grande volume de peças, totali-

zando cem modelos. Mas estamos considerando produzir nesta
temporada 60 modelos no total. Na passarela teremos 42 looks.
Começamos com a linha básica e evoluímos para a linha hi-end.
PATRÍCIA: BARBARA, COMO ENTENDER UM POUCO princípios para eles, que logo começam a desenvolver e contam PATRICIA: BARBARA, ESTOU IMPRESSIONADA COM A
O SEU UNIVERSO? GOSTARIA DE COMEÇAR PELA SUA com a minha supervisão e direcionamento de todo o processo. SUA CALMA. VOCÊ É SEMPRE ASSIM?
ROTINA DE TRABALHO. COMO FUNCIONA O DESEN- Todos os dias venho pela manhã e vejo o que realizaram no dia BARBARA: Você me acha calma? Mesmo? Mas nesse ramos
VOLVIMENTO COM SUA EQUIPE? anterior, então faço ajustes e nos pautamos novamente. temos que ser pacientes e calmos, realmente, porque tudo é tão
BARBARA: Nossa folha de pagamento conta com seis estressante e todos vivem sem tempo. É importante ter calma.
PATRICIA: E O SEU INÍCIO, COMO FOI?
profissionais fixos, além de oito trainees de vários lugares do
BARBARA: A moda sempre esteve presente; na verdade, a moda PATRICIA: PARA CRIAR SUAS COLEÇÕES, VOCÊ ESTU-
mundo, selecionados por um processo de inscrição. Recebemos
e a arte. Comecei há muito, muito tempo atrás [risos], quando DA COMPORTAMENTO E TENDÊNCIAS?
portfólios muito impactantes e com ótimas criações, então
selecionamos e a partir daí apresentamos a eles o nosso método tinha 19 anos. Inscrevi-me para a Danish Academy of Fine Arts, BARBARA: Na verdade, isso é um cenário de vanguarda e arte.
de trabalho. Depois desse momento, iniciamos com uma peça mas por ser muito nova naquele momento, fui reprovada. São novos paradigmas. É diferente. É como o impressionismo,
de tecido, que é testada de inúmeras maneiras, com muitas mis- por exemplo, que leva conceitos para frente. A vanguarda explora
PATRICIA: JURA QUE FOI REPROVADA?
turas e experimentações. Isso nos que dá o caminho da coleção. e traz novos horizontes, novas direções na moda. g
Sou muito clara no direcionamento da equipe, porque estão BARBARA: Sim, eu era nova naquela época. Agora é diferente,
aqui pela experiência única que terão. Por isso, defino nossos porque todos os grandes talentos começam muito cedo e são
g
— E N T R E V ISTA — —— ENTREVISTA
FAVORITOS —
—
ESSA É UMA DAS RAZÕES PELAS QUAIS TRABALHO COM O MONOCROMÁTICO E O PRETO E BRANCO. PORQUE A COR
ADICIONA UM ELEMENTO EXTRA NA COLEÇÃO, POR ISSO SEGURO A FORMA E O CONCEITO CLEAN, SEM CORES.
— Ba rb a r a I G o n g i n i
Essa é uma das razões pelas quais trabalho com o monocromático IMAGEM PROPOSTA PELA MARCA? QUAL É A REGIÃO
e o preto e branco. Sem cores. Porque a cor adiciona um elemen- OU O PAÍS QUE MAIS COMPRA SUAS CRIAÇÕES?
to extra na coleção, por isso seguro a forma e o conceito clean,
BARBARA: Não vendemos muito aqui na Escandinávia, a
sem cores. É como a criação japonesa. Comme des Garçons
população ainda é muito tradicional. Temos a Black Lina sendo
fez isso e ainda o faz, embora agora esteja um pouco diferente
vendida aqui na nossa região. Mas para a outra linha, o maior
com a hi-end line. Mas, no momento, temos esse movimento
mercado está na Itália e na Ásia. Em primeiro lugar os italianos,
acontecendo aqui na Escandinávia.
seguidos dos asiáticos.
PATRICIA: SIM, TENHO OUVIDO FALAR SOBRE ESSE

PATRICIA: ITÁLIA? ESTOU SURPRESA.
MOVIMENTO, POR ISSO DECIDIMOS VIR A COPENHA-
GUE ESTUDAR MAIS. BARBARA: Sim, é surpreendente mesmo. Afinal, os italianos
são muito “posh”, e a marca não tem nada disso. Quando rece-
BARBARA: Verdade? Que ótimo. Fico feliz em saber que estão
bemos um pedido enorme, nos questionamos sobre o que eles
aqui por esse motivo.
sabiam de nós.
PATRICIA: SIM, SIM, PORQUE PARA NÓS (NO BRASIL)

PATRICIA: TALVEZ SEJA A BUSCA DO MERCADO ITA-
ISSO É MUITO NOVO.
LIANO PELA CRIAÇÃO COM FRESCOR.
BARBARA: Sim, entendo. Mas aqui também é novo, tanto para
BARBARA: Sim, acredito que você tenha razão, porque marcas
os dinamarqueses como para os brasileiros. Porque ainda é um
como Dolce & Gabanna estão massificadas há muito tempo. O
grupo muito particular envolvido nessa cena de vanguarda.
consumidor começa a buscar novos produtos… Posso dizer que
estamos felizes com a procura desse mercado por nós.
PATRICIA: E COMO FICAM AS VENDAS DENTRO DA
WWW.BARBARAIGONGINI.DK
— E N T R E V ISTA — — ENTREVISTA —
NUIT COMME OUI Acredito que eu nem me preocupei com isso porque não ima-
ginava que eles comprariam minha coleção. É uma loja que
NATASJA QVITZAU LUND já vende vários estilistas independentes e conhecidos. Mas me
aceitaram, então no dia seguinte o proprietário dessa loja me
ligou comentando que faria um evento de up comming designers
durante a fashion week e me perguntou se eu tinha interesse em
participar. Era um showroom com diferente designers, mas eu
avisei que não tinha mais coleção, nem marca e muito menos
o dinheiro para desenvolver um lookbook. Ele disse que me
ajudaria, chamou um fotógrafo que fez como colaboração…
Então, aconteceu tudo muito rápido, porque eu tinha apenas
dois meses para desenvolver tudo. A semana de moda chegou,
as pessoas compraram as minhas peças e assim tudo aconteceu.
PATRICIA: ESTA É A SUA QUARTA COLEÇÃO, CERTO?

VOCÊ VEM TRABALHANDO DENTRO DE REFERÊN-
CIAS QUE LEMBRAM ORIGAMI, ESSE É UM CAMINHO
DA MARCA COMO IMAGEM OU APENAS INSPIRAÇÃO
DE COLEÇÕES?
NATASJA: Sim, estou na criação da quarta coleção. E o universo


dos origamis é para a marca em geral.
PATRICIA: ESSE TRABALHO LEMBRA O DOS JAPONE-

SES, COMO ISSEI MIYAKE…
NATASJA: Sim, realmente lembra, mas não pensei nisso ao

desenvolvê-lo. Gosto do trabalho deles. Mas eu crio com essa
referência porque simplesmente gosto da ideia de compor nesse
material tão forte, o papel, e depois, quando você a aplica, essa
referência pode se desenvolver de diferentes maneiras, muito
mais suave, com formas e volumes. Eu tenho uma linha de
raciocínio na criação, na modelagem e no corte; trabalho um
quadrado e desenvolvo minha criação em cima dessa forma.
PATRICIA: NATASJA, VOCÊ ME FEZ LEMBRAR DE UM

ESTILISTA QUE CONHECI EM PRAGA, O PAVEL BREDJA,
QUE TRABALHA DA MESMA MANEIRA. INTERESSAN-
TE, PORQUE VOCÊS CONSTROEM AS PEÇAS DE UMA
PATRICIA: VIM ATÉ AQUI ENCANTADA PELO SEU simplesmente perguntei “Vocês têm interesse em vender minhas
FORMA BEM DIFERENTE. MESMO DISTANTES UM DO
TRABALHO. SENDO TÃO JOVEM E AINDA NO INÍCIO peças?” Mas não sabia se eles teriam interesse, porque eu só havia
OUTRO, VOCÊS TÊM MUITO EM COMUM…
DE TODO O PROCESSO DE CRIAR E MANTER SUA desenvolvido uma unidade de cada peça.
PRÓPRIA MARCA, GOSTARIA DE SABER DO COMEÇO NATASJA: Uau! Que interessante. Gostaria de conhecê-lo.
DE SUA CARREIRA, COM TODOS DETALHES. AFINAL, PATRICIA: SIM, VOCÊ ESTAVA COM UMA COLEÇÃO DE
FORMATURA NOS BRAÇOS. ELES A ACEITARAM? PATRICIA: E ESSA FORMA DE CRIAR, COM A INSPIRA-
VOCÊ VEM SE DESTACANDO MUITO NO MERCADO
ÇÃO EM ORIGAMIS TÃO FORTE, NÃO RESTRINGE A
DINAMARQUÊS. NATASJA: Sim, concordaram na mesma hora. Mas perguntaram
CRIAÇÃO EM ALGUM MOMENTO? NÃO HÁ O RISCO
NATASJA: Minha marca foi criada há três anos, quando eu ainda pela marca e pelos valores das peças, informações que eu sim-
OU A VONTADE DE SEGUIR POR OUTRO CAMINHO EM
estava na faculdade. Foi um início muito tranquilo por ser minha plesmente não tinha.
OUTROS MOMENTOS DA SUA CARREIRA?
coleção de graduação. Na sequência da minha formatura veio
PATRICIA: VOCÊ NEM HAVIA PENSANDO NESSAS NATASJA: Para mim não há outra forma de trabalho, é a única
o verão, e eu precisava de algum dinheiro, até para alugar um
QUESTÕES?
novo apartamento. Foi aí que vendi minhas peças desenvolvidas g
para a graduação. Fui até uma loja, bem próxima aqui de casa, e NATASJA: Não, isso nem havia passado pela minha mente.
g
— E N T R E V ISTA — — FAVORITOS —

EU TENHO UMA LINHA DE RACIOCÍNIO NA CRIAÇÃO, NA MODELAGEM E NO CORTE; TRABALHO
UM QUADRADO E DESENVOLVO MINHA CRIAÇÃO EM CIMA DESSA FORMA.
— N a t a s j a Q v i t z a u Lu n d
maneira com que sei trabalhar. Desde a faculdade que descobri des Garçons, você pega uma jaqueta e vai descobrindo formas
essa forma de criar, então eu não saberia desenvolver de outra nela, como um enorme bolso… Gosto de ser surpreendida. Mas
forma. Eu tenho meu book, onde eu pego alguns papeis peque- em geral não tenho o hábito de pesquisar muito dessa maneira,
nos e corto, monto, crio as formas, depois eu reproduzo a peça. talvez eu até devesse fazer mais isso.
Esse book representa todas minhas criações.
PATRICIA: E AQUI, NO SEU PAÍS, QUEM A INSPIRA?
PATRICIA: E TODO ESSE TRABALHO VOCÊ DESENVOL-
NATASJA: Há uma estilista que admiro muito e de quem sou fã,
VE SOZINHA?
ela é muito famosa por aqui, é a Barbara I Gongini.
NATASJA: Sim, normalmente sozinha. Não tenho equipe.
PATRICIA: JURA? ACABAMOS DE ENTREVISTÁ-LA
PATRICIA: E DA SUA LISTA DE CRIADORES QUE AD- PARA COMPOR ESSA MATÉRIA COM VOCÊS DUAS
MIRA E FONTES DE PESQUISA, O QUE VOCÊ DIVIDE JUNTAS, ACREDITA?
CONOSCO?
NATASJA: Que incrível! Ela me inspira muito. Fico feliz porque
NATASJA: Eu não leio revistas de moda, não sigo esse ca- o trabalho dela é impressionante. Gosto da maneira como ela
minho tradicional. Mas gosto muito dos japoneses, como já cria, tudo ao seu próprio desejo e maneira.
conversamos. Gosto da simplicidade controversa de Comme
WWW.NUITCOMMEOUI.COM
— FAVORITOS —
AT
THE
CATARINA — AGOSTO 2012 — PAGE 101

SEA
F OTOS : HUGO TON I (ABA MGT)
Top VITOR ZERBINATO,

hot pants LIVELLE e
luvas DECATHLON.
CATARINA — AG O STO 2 0 1 2 — PAGE 1 0 2
Macacão TNG e
pulseiras OTAVIO GIORA.
Camisa, saia e anágua ELLUS

e viseira CIA MARITIMA.
— FAVORITOS —

Top B.LUXO,
saia COLCCI, óculos
A LA GARÇONE.
Maiô ROBER DOGNANI,
viseira CIA MARÍTIMA,
sandálias TRIYA.
Macacão TRITON e
luvas DECATHLON.
Top VITOR ZERBINATO,

saia MARIA BONITA EXTRA,
colar UMA.
— FAVORITOS —

Blazer AMAPO, top DTA
e calça TRITON.
Camisa PATRICIA VIEIRA,

saia e casaco PEDRO LOURENÇO
CAPSULE, meia calça TRIFIL.
STYLIST: HENRIQUE TANK

Look total FERNANDA YAMAMOTTO, (ABA MGT), BELEZA: KRISNA
meia calça TRIFIL . CARVALHO (ICON MGT),
PRODUÇÃO DE MODA: FELIPE
Jaqueta e camiseta PEDRO LOURENÇO
MIGUELE, ASSISTENTE DE
CAPSULE, calça MARTHA MEDEIROS
FOTOGRAFIA: BRUNO GERALDI,
PARA RIACHUELO e óculos EVOKE.
MODELO: MARINE HEIN (ELO).
E S P E C I A L
MODA — PANORAMA: RÚSSIA —
RUSSA
REVOLUÇÃO ULYANA SERGEENKO
FASHIONISTA
Esposa do bilionário Danil
Khachaturov, a ex-modelo é a
queridinha da vez dos fotógrafos
MIROSLAVA DUMA
de street style e se aventura agora Começou a carreira como
em sua marca homônima. Foi editora da versão russa da
considerada pela revista Glamour Harper’s Bazaar, mas largou
Russia a “trendsetter do ano”. o posto devido à clausula
contratual que a proibia de
colaborar com outros veícu-
los. Miroslava é reconhecida
como uma autoridade no
jornalismo de moda da
Rússia, e seu site, Buro 24/7,
acaba de ganhar uma edição
A INDÚSTRIA DE MODA NA RÚSSIA AINDA É JOVEM, MAS SE ESFORÇA PARA SUPRIR croata (a versão em inglês é
o próximo passo).
A DEMANDA DE UM PÚBLICO CADA VEZ MAIS EXIGENTE E CONSUMISTA,
LIDERADO POR MULHERES PODEROSAS.
ANYA ZIOUROVA
Reconhecida internac-
por CA M ILA B EAUM OR D ionalmente, a stylist é
diretora de moda da
Tatler Russia e atua
É
como consultora da
“Há de haver tantas maneiras de amar quantos os corações,” pondera An- mais tradicionais eventos de Paris. “Acho que este é o momento certo, pois Allure russa.
QUEM
na Karenina em um dos mais famosos diálogos do clássico de Liev Tolstoi. A nossos clientes nos querem em Paris”, explica Ulyana, que exibiu suas peças

épica história de amor entre a esposa de um oficial do governo e um jovem para um amplo público de compatriotas e com a presença da top Jessica
conde na Rússia czarista chocou o país em seu ano de publicação, e até hoje Stam, para o New York Times.
comove leitores. O interesse pelos costumes, pela moda e pela cultura russa
Mas para os habitantes que não pensam em se deslocar para prestigiar os
QUEM
no século XIX é tanto, que o livro acaba de ganhar sua quinta adaptação
talentos nacionais, a Rússia é um prato cheio quando o assunto é eventos
para o cinema – desta vez, estrelada por Keira Knightley e Jude Law.
de moda. Só na capital, as concorrentes Volvo Fashion Week Moscow e a
Anna não é a única aristocrata a chamar a atenção do público, no entan- Mercedes-Benz Fashion Week Russia reúnem um amplo público de criado- ELENA PERMINOVA
to. Um movimento de jovens e poderosas mulheres russas emerge para res e entusiastas da moda duas vezes ao ano. Outros destaques incluem a
A modelo é a namorada de Alexander Lebedev,
impactar, principalmente, a indústria da moda. As fashionistas do país, semana Defile on Neva, a Siberian Fashion Week e a Aurora Fashion Week ex-espião da KGB e atual dono dos jornais
que incluem a trendsetter Ulyana Sergeenko, a blogueira Miroslava Duma (esta, muito semelhante à nossa Casa de Criadores). londrinos The Independent e The Evening Standard
of London. Está sempre na mídia e é outra AS MAIORES PERSONALIDADES
e a diretora de moda da revista Tatler Russia, Anya Ziourova (veja tabela queridinha dos blogs de street style.
Apesar das conquistas e da visibilidade, o mercado de moda russo ainda é DA MODA NA RÚSSIA
na página seguinte), estão prontas para deixar o seu marco na história da
jovem. “As casas de moda na Rússia são unidades comerciais específicas.
moda da Rússia. “Houve 70 anos de nada em nosso país, e aí as pessoas
Como regra, são do tipo ateliê”, define Alexander Shumsky, produtor-geral
começaram a ganhar muito dinheiro do petróleo, o que começou a gerar
da Mercedes-Benz Fashion Week Russia. Poucas marcas estão engajadas
um grande interesse na moda”, explica Miroslava para o jornal The Indepen-
na produção e preferem trabalhar no desenvolvimento de peças únicas SLAVA ZAITSEV
dent. “Mesmo quando as pessoas tinham dinheiro antes, havia um receio
para uma clientela exclusiva. “É por isso que os primeiros convidados dos Maior autoridade do design de moda russo, Zaitsev
coletivo em expô-lo.” foi um dos principais nomes da alta-costura da União
desfiles são os clientes, familiares e amigos dos designers, e não a impressa
Soviética, comparado a nomes como Christian Dior,
Cresce, portanto, a procura pelas maiores marcas de luxo do mundo. Karl ou lojistas”, conclui Shumsky. “Geralmente, os estilistas que participam da Pierre Cardin e Yves Saint Laurent nos anos 1960.
Lagerfeld afirmou que um único cliente russo chegou a comprar 35 peças semana de moda não produzem em larga escala, pelo simples motivo de não Até hoje, desfila sua marca em eventos do país.
da Chanel em uma temporada passada, e Jean Paul Gaultier fez um desfile serem experientes o suficiente e não estarem preparados para a produção.
exclusivo de alta-costura em Moscou há dois anos. A Dolce&Gabbana, que Fazer uma coleção é difícil, mas o resto do processo é ainda mais.”
apresenta sua coleção haute couture este ano, pediu indicações de convi-
O produtor defende que um dos princípios da Mercedes-Benz Fashion
dados às principais publicações de moda da Rússia. A sede pelo consumo
Week Russia é contribuir para o crescimento da indústria ao oferecer um
de luxo é intensa e chega a ultrapassar a dos chineses e brasileiros. “Fomos
seminário de negócios dentro da programação, que inclui palestras de
um país fechado por muito tempo, então, no começo, parecíamos crianças
marketing, produção, dicas de como trabalhar com lojistas, entre outros
em uma loja de doces. Queríamos tudo ao mesmo tempo!”, compara Anya
temas. Há encontros organizados entre os designers e os compradores e
Ziourova. “Só agora, nos últimos cinco anos, que o olhar das pessoas evo-
bolsas de estudos para jovens talentos faz parte da iniciativa todos os anos.
luiu para algo mais sofisticado, que poderá atrair pessoas de fora da Rússia.”
“A falta de profissionalismo é o maior problema dos designers da Rússia”,
Tal sofisticação não se restrige apenas às marcas de fora. Além de importar afirma Shumsky. Mas se a voracidade do consumo no país é um indicador
grandes grifes, a Rússia exporta talentos incríveis, como a própria Ulyana do novo comportamento entre os jovens russos, a nova geração da moda
NATASHA POLY
Sergeenko. Dona da marca homônima, a russa chegou a apresentar sua não ficará atrás por muito mais tempo. g A modelo tem conquistado o mundo desde 2004, ao
última coleção durante a programação da Semana de Alta Costura, um dos percorrer a passarela de grifes como Balenciaga, Alexander
McQueen, Chanel, Prada, Miu Miu, Gucci, Versace e até
Victoria’s Secret. Hoje, é embaixadora da L’Oreal Paris.
E S P E C I A L
MODA — PANORAMA: RÚSSIA —
RUSSA
POR DENTRO DO MERCADO
A DIRETORA DE MODA ANYA ZIOUROVA E AS DESIGNERS ALENA AKHMADULLINA E
TATYANA PARFIONOVA CONTAM A SUA TRAJETÓRIA E OFERECEM O SEU PONTO DE VISTA
SOBREA INDÚSTRIA DA MODA EM ENTREVISTAS EXCLUSIVAS À CATARINA.
REVISTA CATARINA: COMO VOCÊ SE APAIXONOU PELA MODA?
ANYA ZIOUROVA: Não tenho certeza... Talvez com a minha mãe,

que se produzia de forma muito legal, ou com a minha passagem pelas
Tatler Rússia
Allure Rússia
aulas de balé, quando eu era criança, ou com as minhas visitas a casas de
amigas, quando eu folheava todas as revistas de moda internacionais em
que conseguia colocar as mãos. Sempre olhava o que as pessoas estavam
vestindo e tentava fazer os mesmos looks para as minhas bonecas.
CRIAR A HISTÓRIA PARA UM EDITORIAL, CORRER ATRÁS DE TODOS OS GRANDES E PEQUENOS ASPECTOS PARA
RC: ENTÃO A PAIXÃO COMEÇOU NA INFÂNCIA?

CONTÁ-LA, FAZER O TRABALHO ACONTECER E FINALMENTE VER O PROJETO FINALIZADO.
ANYA
AZ: Isso, meus pais sempre me encorajaram a fazer aquilo de que gostava
e a trabalhar duro. Essa é a chave. — Anya Ziourova
RC: COMO SURGIU A OPORTUNIDADE DE TRABALHAR NA

VOGUE AMERICANA?
ZIOUROVA
A DIRETORA DE MODA, QUE INICIOU
AZ: Estava trabalhando como modelo na época e soube que eles estavam
à procura de um estagiário. Então, eu me inscrevi e gentilmente corri atrás
da vaga, até consegui-la.
RC: DURANTE TODA A SUA TRAJETÓRIA, QUAIS FORAM AL-

GUNS DE SEUS PROJETOS MEMORÁVEIS?
A CARREIRA NA VOGUE AMERICANA, já
AZ: Acabei de fazer um ensaio noturno com direção do James Franco, e
contribuiu para praticamente todas as versões
foi uma experiência muito divertida. Também adorei fazer um editorial
da revista ao redor do mundo, além de trabalhar para a Tatler Russia em Paris – durante o verão escaldante, tivemos que
em produções dos maiores fotógrafos do ramo criar uma atmosfera de inverno com neve artificial e peças de pele na
modelo. Foi espetacularmente difícil, mas muito legal. A história foi tão
e com premiadas celebridades de Hollywood.
bem contada, que a editora chegou a fazer um cartão de Natal com uma
das fotos.
RC: VOCÊ PODE DETALHAR UM DIA TÍPICO COMO DIRETORA

DE MODA DA TATLER?
Vogue Rússia
AZ: Se estou em Nova York, acordo bem cedo, perto das 4h30, e converso
com as equipes americana e russa. Então, vou à academia – e com isso que-
ro dizer que fico mandando e-mails enquanto estou sentada nos aparelhos.
Aí, vou a reuniões durante o dia. Se um editorial ou uma viagem estiver
RC: QUAL É O ASPECTO FAVORITO DO SEU TRABALHO? AZ: É um ótimo mercado cheio de oportunidades, pronto para ser descoberto.
agendada, as coisas correm espontaneamente. Além disso, agora tenho
uma nova função: sou consultora criativa da nova revista Allure Russia. AZ: Criar a história para um editorial, correr atrás de todos os grandes e peque- RC: E QUAIS SÃO AS SUAS ASPIRAÇÕES AGORA?
nos aspectos para contá-la, fazer o trabalho acontecer e finalmente ver o projeto
g AZ: Quero continuar a trabalhar com coisas que são interessantes para mim,
finalizado. Percebo como todos trabalharam duro e sinto-me agradecida a todos.
que me deixam animada. Quero inspirar e encorajar outras pessoas de todas as
silhouettedskyline.com
RC: AO TRABALHAR COM TANTOS VEÍCULOS E CLIENTES NO maneiras que eu puder.

MUNDO TODO, QUAL É A SUA PERSPECTIVA DO MERCADO DE
MODA RUSSO?
— PA N O R A M A : R Ú S S IA — — PANORAMA: RÚSSIA —
REVISTA CATARINA: PARA COMEÇAR, ALENA, VOCÊ PODE NOS

CONTAR UM POUCO DE SUA JORNADA ATÉ HOJE?
ALENA AKHMADULLINA: Sim, claro. Sou formada pela Saint Peter-

sburg Technology and Design Academy. Em 2001, criei minha marca
homônima e desfilei na Moscow Fashion Week. Minha primeira coleção
prêt-à-porter apresentada na semana de moda de Paris foi a Outono/
Inverno 2005 e, desde então, exibimos uma nova coleção nas passarelas
de Paris e Moscou a cada estação.
RC: QUAL É A SUA ASSINATURA, OU MELHOR, A ASSINATURA

DA MARCA, AO DESENVOLVER AS COLEÇÕES?
ALENA
AA: A marca trabalha no plano dos contos de fada russos: criamos looks
para as princesas da Rússia. Fazemos peças para lindas mulheres russas
e sou inspirada pela beleza do espírito de nosso povo. Experimentamos
sempre com texturas, estampas e com a construção das peças. Mas a
assinatura da marca é a estamparia.
AKHMADULLINA
RC: SIM, EU IA CHEGAR A ESSE PONTO. COMO É O PROCESSO

DE CRIAÇÃO DAS ESTAMPAS?
A DESIGNER É UMA DAS GRANDES AA: Ter estampas únicas é a nossa marca registrada, e as inventamos de
acordo com o tema central de cada estação. Por exemplo, a linha Outono/
REFERÊNCIAS DA MODA RUSSA
Inverno 2012-13 é inspirada pelo balé O Quebra-Nozes, então, criamos FAZEMOS PEÇAS PARA LINDAS MULHERES RUSSAS E SOU INSPIRADA PELA BELEZA DO ESPÍRITO DE NOSSO POVO.
NOS ÚLTIMOS DEZ ANOS, reconhecida imagens para estampas do Rei Camundongo e outros personagens. Algums EXPERIMENTAMOS SEMPRE COM TEXTURAS, ESTAMPAS E COM A CONSTRUÇÃO DAS PEÇAS.
internacionalmente pela estamparia de suas peças da coleção têm estamparia que imita o uniforme d’O Quebra-Nozes. — Ale na Akhm adullina
coleções. Foi convidada para fazer o figurino RC: EM RELAÇÃO AO MERCADO, COMO VOCÊ AVALIA A IN-
dos parcipantes da cerimônia de encerramento DÚSTRIA DA MODA RUSSA?
dos Jogos Olímpicos de Inverno em Vancouver. AA: Acho que lá fora, a Rússia parace ser muito distinta, incompreensível
e até um pouco selvagem, com uma psicologia e uma cultura muito
Atualmente, a estilista desfila na Volvo Fashion
diferentes. Nós começamos a conhecer a diversidade da moda há pouco
Week Moscow e na semana de moda de Paris. tempo, então, estamos sedentos por belas roupas, peles, enorme variedade
no guarda-roupa; gostamos de nos vestir bem ao sair. Os russos são bons
consumidores de artigos de luxo agora, mas espero que possamos um
dia chegar ao patamar de trendsetters e criar novidades que impactam o
mundo.
RC: E SOBRE A SUA DISTRIBUIÇÃO, PENSA EM EXPANDIR A

MARCA PARA O MERCADO INTERNACIONAL?
AA: Em 2008, a primeira loja-conceito da marca foi aberta no centro

histórico de Moscou, na Rua Nikolskaya, e hoje temos três boutiques na
capital. Estamos também em algumas multimarcas na Rússia. Queremos
expandir o alcance da loja no mercado online e fora do país – já estamos
presentes no MC2 Showroom de Paris.
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—N O
— PA FAVO
R A MRAITO S S S—IA —
: RÚ — PANORAMA: RÚSSIA —
REVISTA CATARINA: TATYANA, O QUE INSPIROU SUAS CRIA-

ÇÕES DURANTE TODOS ESSES ANOS?
TATYANA PARFIONOVA: Minha infância, a maneira como fui criada,

minha educação... Tudo isso tem forte influência sobre minhas criações.
Experiências que vivo dia após dia se misturam às minhas memórias
para formar a base do meu trabalho. Minha cidade natal me afeta muito,
assim como as pessoas que conheci durante essa minha trajetória de quase
20 anos. A maioria são pessoas tão interessantes e incríveis, então crio
pensando nelas. A história e as artes também me inspiram.
RC: COMO É O SEU PROCESSO DE CRIAÇÃO E DESENVOLVI-

MENTO?
TP: Bom, tenho 40 pessoas trabalhando comigo na marca e levo em torno
TATYANA
de seis meses para fazer uma coleção nova. Gosto de pensar muito e es-
colher o tema, então, isso demora um pouco. A produção em si leva mais
ou menos um mês, um mês e meio. Produzimos duas coleções por ano,
PARFIONOVA
de acordo com as temporadas, mas também trabalhamos individualmente

com o cliente para roupas exclusivas. Temos um bureau de design que faz
as roupas para produção em massa e, ao mesmo tempo, temos a linha de
alta-costura concentrada no ateliê.
NO MERCADO COM SUA MARCA RC: MAS VOCÊ, COMO DESIGNER, NÃO SE CONCENTRA APE-
PRÓPRIA DESDE 1995, TATYANA NAS NA MODA...
ESTOU ENVOLVIDA EM ALGUNS OUTROS PROJETOS E ADORO TRABALHAR COM DECORAÇÃO. ÀS VEZES, ADAPTO
PARFIONOVA acompanhou desde o TP: Não, estou envolvida em alguns outros projetos e adoro trabalhar com
VERSÕES DAS MINHAS ROUPAS PARA UMA COLEÇÃO ESPECIALMENTE PARA A CASA.
— Tatyana Parf ionova
decoração. Às vezes, adapto versões das minhas roupas para uma coleção
começo da era pós-soviética à expansão
especialmente para a casa.
da procura por artigos de luxo. Hoje, a
RC: AO TRABALHAR NO MERCADO POR QUASE DUAS DÉCA-
designer desfila na Mercedes-Benz Fashion
DAS, COMO VOCÊ ENXERGA AS MUDANÇAS NA MODA DA
Week Russia e na Aurora Fashion Week, RÚSSIA AO LONGO DOS ANOS?
em São Petersburgo, sua cidade natal.
TP: Foram mudanças sérias que aconteceram nos últimos 20 anos, sinto
que o mercado acordou. Agora, as pessoas querem comprar peças de
qualidade, que sejam bem-feitas. A sociedade quer ter coisas bonitas e
vindas dos designers locais.
RC: ISSO É MUITO POSITIVO, MAS O MERCADO AINDA É

JOVEM. O QUE VOCÊ SENTE QUE AINDA PRECISA SER ME-
LHORADO?
TP: Não gosto de avaliar a indústria no geral, prefiro focar na minha

marca. Estamos com muitos projetos e novas perspectivas, então, sinto
que há um interesse no meu trabalho. E isso significa que há um interesse
na minha empresa, ou seja, está tudo caminhando por uma estrada muito
positiva.
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E S P E C I A L
MODA
— PANORAMA: RÚSSIA —
RUSSA
A NOVA GERAÇÃO
COM A ABERTURA DO MERCADO E O CONSTANTE INTERESSE DA POPULAÇÃO POR MODA,
OS JOVENS TALENTOS DA RÚSSIA TÊM UM TERRENO FÉRTIL PARA CRIAR E INCENTIVO PARA O
DESENVOLVIMENTO DE SUAS MARCAS. RASTREAMOS ALGUNS DESTAQUES DA NOVA GAMA DE
CRIADORES RUSSOS QUE, COM MUITO PRAZER, APRESENTAM SUAS OBRAS AOS LEITORES DA CATARINA.

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ARTUR LOMAKIN
Enquanto a Rússia se volta cada vez mais para o consumo excessivo e o marketing de luxo, o
alternativo ARTUR LOMAKIN toma a rota contrária: desenvolve as peças da sua marca, Forget
(FORGET ME NOT) Me Not, a partir de roupas antigas. Com isso, é considerado um dos principais representantes do
slow fashion russo e chama a atenção dos maiores nomes da indústria da moda mundial.
— PA
— NFAVO
O R A MRAITO
: RSÚ S—
S IA — — PANORAMA: RÚSSIA —
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ALEXANDER
ALEXANDER SHABANOV formou-se em 2012 em Design de Moda, mas já experimenta com
uma marca própria desde 2009. O jovem designer chama a atenção por suas criações futurísticas e
comercializa peças de sua linha original e prêt-à-porter. No momento, Alexander busca incentivo para
SHABANOV elevar seu nome ao patamar internacional.
— PA
— NFAVO
O R A MRAITO
: RSÚ S—
S IA — — PANORAMA:
— FAVORITOS
RÚSSIA
— —
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& ALIBECK ARINOV

Festivais culturais sempre foram a porta de entrada para os criativos ALIBECK
VADIM FEDYSHIN
ARINOV E VADIM FEDYSHIN mostrarem seu trabalho. A marca começou
produzindo t-shirts e logo evoluiu para uma linha de moda feminina, sendo
exibida em uma série de eventos presenciais e online.
(ARINOVFEDYSHIN)
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O R A MRAITO
: RSÚ S—
— FAVORITOS
RÚSSIA
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DASHA KHOREVA
Sem formação alguma na moda, Dasha Khoreva decidiu fundar sua marca de acessórios ao
se graduar do curso de Geofísica. Suas joias são produzidas sempre a partir de compontentes
naturais, por isso, escolheu o nome Olovo, que significa estanho, em russo, e é o principal
(O-L-O-V-O) material usado em suas criações.
— PA
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O R A MRAITO
: RSÚ S—
— FAVORITOS
RÚSSIA
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MARIA
ERMOSHKINA
Baseada em Moscou, MARIA ERMOSHKINA é graduada pela British High School Of
Art And Design e participou de uma série de concursos e colaborações. O mote de suas
criações é trabalhar com formas complicadas que ressaltam o biotipo de cada mulher,
investindo na qualidade e na diversidade dos materiais.
w
— PA
— NFAVO
O R A MRAITO
: RSÚ S—
— FAVORITOS
RÚSSIA
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MIKE ZUBIK
A marca Shinobi nasceu de um projeto de MIKE ZUBIK: criar para um grupo de acro-
batas asiáticos uniformes que deveriam refletir a cultura japonesa e, ao mesmo tempo,
ser funcionais. Há dois anos no mercado, a label trabalha com um novo conceito de
(SHINOBI) sportswear, com a proposta de inovar nas formas sem perder o conforto, trabalhando
sempre com materiais de alta qualidade.
— PA
— NFAVO
O R A MRAITO
: RSÚ S—
— FAVORITOS
RÚSSIA
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EKATERINA
SENINA
EKATERINA SENINA é graduada em moda pela Moscow State Textile University e
foi vencedora de alguns importantes concursos na área. A estilista passou por cursos
sazonais da Central Saint Martin antes de ver despertar a vontade de abrir sua própria
marca, com foco em moda feminina.
(SENINA)
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— NFAVO
O R A MRAITO
: RSÚ S—
S IA — — PANORAMA: RÚSSIA
— FAVORITOS — —
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TAYA
Há dez anos trabalhando como ilustradora e designer gráfica, TAYA decidiu focar em sua verdadeira
paixão: a moda. Formada pelo British Higher School Of Art & Design, em 2012, traz, em sua linha,
experimentações com formas e volumes em uma moda feminina pouco comum.
— FAVO R ITO S — — FAVORITOS —
REAL
life
NÓS BRASILEIROS, SEGUNDO PESQUISA REALIZADA PELA FORRESTER RE-
SEARCH EM NOVEMBRO DE 2011, PASSAMOS EM MÉDIA 23,8 HORAS POR
SEMANA CONECTADOS À INTERNET.. Alguns menos, alguns bem mais do que isso.
Todos os dias, transitamos por diversos sites, temos acesso fácil e imediato a qualquer
local e qualquer cultura. De um extremo a outro, em questão de um clique, vamos buscar
inspiração nos mais diferentes locais, sites, blogs, neste vasto universo da moda e suas
infinitas ramificações.
Somos influenciados todos os dias por pessoas de diferentes lugares do mundo. Pessoas
que trazem sua cultura, suas referências visuais, seus gostos, suas inspirações e uma maneira
própria de transmitir isso ao mundo. São estilos completamente diferentes traduzidos em

imagens e palavras, e nós nos identificamos com isso, vamos criando nossa “autoralidade”
em cima das referências que absorvemos de cada pessoa e de cada lugar. E é por isso que só
vemos aumentar o burburinho em torno dos sites de street style e blogs de moda ganhando
milhões e milhões de seguidores. A busca agora é por uma nova perspectiva na troca de
informações. Mais proximidade, interatividade, uma fusão de sentidos.
Afinal, a cultura é passada assim, através de trocas. Foi por isso que, navegando por blogs e sites de
street style, surgiu a curiosidade de saber um pouco mais sobre as pessoas por trás de tantas combi-
nações de roupas, cabelo e maquiagem. Saber mais sobre essas personalidades reais que influenciam
outras tantas no mundo inteiro por meio do seu estilo de vida, do modo como se expressam, dos
lugares que frequentam e de seus blogs pessoais. Então, conversamos com quatro delas, de lugares,
estilos e personalidades completamente diferentes. Nós propusemos: “Que tal um vídeo?” Todos
adoraram a ideia! Um vídeo pessoal e autoral. “Leve-nos ao lugar que te inspira, mostre um pouco
mais de você, expresse-se; você tem uma página da Catarina!”. E eles nos mostraram, cada um do
seu jeito especial. g
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KRISTINA JÁ A SUÍÇA KRISTINA BAZAN É TOTALMENTE DEDICADA À SUA IMAGEM.
Criou o blog Kayture em 2011 e dedicou um ano inteiro 100% a ele depois de se formar
no ensino médio, alcançando milhares de seguidores no mundo inteiro. Ela nos contou,
superanimada, o quanto ama o que faz no local que, como ela mesma define, é uma
BAZAN
janela para o seu estilo de vida. “Como uma suíça, meu foco principal é qualidade, e não
quantidade”, então, ela organiza tudo em uma linguagem clássica e sofisticada, em fotos
lindas e impressionantes, produções incríveis, tudo exatamente a tradução do que ela é.
Bonito, requintado e inspiracional, como o vídeo que ela fez para a gente. Ela mostra a sua
personalidade totalmente urbana e os lugares que mais gosta de frequentar em Genebra, a
cidade onde mora. Além disso, dá dicas bem legais para quem está indo para lá!
WWW.LOOKBOOK.NU/KRISTINABAZAN
Você poderá assistir a este vídeo na versão interativa

da revista no iPad ou pelo link abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=ZzBjiMN-G6I
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LUKASZ
LUKASZ CZAJKOWSK CHAMOU-NOS A ATENÇÃO POR SEU ESTILO
INCOMUM. O jovem excêntrico da Polônia traduz sua personalidade através das fotos
que compartilha em suas mídias sociais. No blog pessoal, um layout simples e básico deixa
todo o destaque para suas combinações, sempre bem montadas, modernas e tão urbanas,
que foi uma surpresa ver e ouvir dele que o seu lugar preferido é justamente a praia, onde
fez o seu Fashion Film para a Catarina. Lukasz criou o blog em agosto deste ano e ali conta
CZAJKOWSK um pouco mais sobre cada foto que foi compartilhada no seu perfil do site Lookbook.nu.
A conta foi criada apenas no início de 2012 e alcançou uma visibilidade notável.
WWW.LOOKBOOK.NU/SPALONYTOST

http://www.youtube.com/watch?v=u_0oSgGu11A
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EBBA
A SUECA EBBA ZINGMARK, DA CIDADE DE UMEÀ, cultiva seu blog pessoal desde 2009,
com uma linguagem clean e superinteressante de se ver, que evoluiu bastante com o passar do
tempo. É uma ruiva linda e muito simpática, com estilo marcante e looks impecáveis. Suas dicas
de beleza são compartilhadas de uma maneira bem diferente e sofisticada – ela entrevista até
maquiadores profissionais – e fala de moda de uma maneira bem simples. É impossível não se
inspirar com suas combinações lindas – que parecem tão despretensiosas e ao mesmo tempo
ZINGMARK cuidadosas –, com o que ela traz de suas viagens e do dia a dia com os amigos. À primeira vista, já
percebemos que ela parecia ser uma daquelas meninas que adora garimpar boas peças em brechós.
No vídeo que fez para a Catarina, Ebba não só confirma o fato como dá a dica do lugar de que
mais gosta em Umeà para encontrar as mais diversas preciosidades.
WWW.LOOKBOOK.NU/EBBAZ

http://www.youtube.com/watch?v=sSbjKPMXKR0
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ASHLEI
A AMERICANA ASHLEI LOUISE É UM AMOR. Sempre delicada, transmite em
seu blog e em todas as suas fotos um ar nostálgico e romântico, reforçado pelo lugar de
paisagem outonal que marca presença como o plano de fundo perfeito para tudo o que
ela veste. Por decorrência dessa presença sempre tão marcante, não foi uma surpresa
LOUISE
quando ela decidiu nos mostrar o local em seu vídeo pessoal; a surpresa foi ver em outra
perspectiva o quanto é lindo e singular esse parque florestal em Portland, Oregon
e a maneira como ele traduz essa doce menina que estampa seu blog com looks
apaixonantes, lindos e bem pensados, carregados de muitos elementos visuais e sempre
em contato com a natureza e os animais. Uma boa dose de inspiração para o dia!.
WWW.LOOKBOOK.NU/FAUXFAWN

http://www.youtube.com/watch?v=BL1SFygLV1A
— M O DA — — MODA —
C L I Q U E N A S I M A G E N S PA R A C O N H E C E R O D E S I G N E R R E L A C I O N A D O
NOMES DA
MODA
E M M A N U E L L E A LT HEDI SLIMANE ISABEL MARANT
QUEVOCÊ PRECISA
CONHECER
MARC JACOBS N I C O L A S G HESQUIÈRE MIUCCIA PRADA

OPENING CEREMONY STELLA MCCARTNEY RICARDO TISCI
p or EM A N UELE LA Z Z A R I e G R A S IELA S OUZ A
NÓS ACOMPANHAMOS TODOS OS DIAS O TURBILHÃO DO

MERCADO DA MODA com o crescimento e as mudanças no rumo de grandes
marcas, a ascensão de jovens talentos e os diversos cases de sucesso empresariais
por todos os cantos do mundo. Uma empresa alcança reconhecimento e torna-se
referência mundial em seu setor, mas quem são as pessoas que estão por
RAF SIMONS P H O E BE PHILO JIL SANDER
trás dessas grandes conquistas e criações? A CATARINA selecionou alguns
dos mais influentes nomes por trás das marcas que você precisa conhecer.
JONATHAN SAUNDERS ALBER ELBAZ

Divulgação
EMMANUELLE
ALT
EMMANUELLE ALT, POR TRÁS DAS PESADAS JAQUETAS DE OMBROS ESTRUTURADOS, JEANS APERTA-
DOS E SALTOS VERTIGINOSOS, É UM DOS MAIS INFLUENTES NOMES DO CENÁRIO DA MODA DE PARIS.

EM JANEIRO DE 2011, FOI ANUNCIADA COMO A EDITORA-CHEFE DA VOGUE PARIS, SUBSTITUINDO
CARINE ROITFELD NO COMANDO DA REVISTA, EM UM MOMENTO DE FORTE IMPULSO PARA A EM-
PRESA – EM 2010, O RENDIMENTO DA PUBLICAÇÃO SUBIRA 12%, CONFORME RELATADO PELA CONDÉ
NAST FRANCE NA ÉPOCA. MAS A HISTÓRIA DE SUCESSO DE ALT NÃO COMEÇA AÍ.
Sua carreira em revistas começou cedo. Em 1984, com surpreender o leitor mês após mês.” E pouco mais de um
apenas 17 anos, Emmanuelle entrou na Elle francesa como ano depois de edições bem-sucedidas, Alt surpreende o pú-
assistente de moda. Em 1993, tornou-se editora-chefe da 20 blico com a publicação de setembro, que chega às bancas
Ans e, em 1998, ocupou o mesmo cargo na Mixte, pouco no dia 23 de agosto. Uma edição com design minimalista
tempo antes de dar o primeiro passo em direção à sua atual e sofisticado circula três capas diferentes, que apresentam
posição. Alt ficou 10 anos na Vogue antes de se tornar Kate Moss, Daria Werbowy e Lara Stone vestindo o mesmo
a editora-chefe; juntou-se à Vogue Paris em 2000, como vestido preto Dolce & Gabbana, fotografadas por Mert
diretora de moda, no mesmo ano em que Roitfeld assumiu Alas e Marcus Piggott, além de diversas reformulações
a edição. Durante esse tempo, também trabalhou como dentro da revista. Em agosto de 2012, Emmanuelle Alt diz
stylist para Balmain e Isabel Marant, cargo que desocupou ao site WWD, com Xavier Romatet, presidente da Condé
após assumir a posição de Carine. Nast France, que o objetivo é reafirmar o ponto de vista
da revista com uma identidade chique e atemporal. “Todas
Em março de 2011, em entrevista para o site WWD,
as outras Vogues carregam o nome do país. Vogue Paris é a
demonstrou seu entusiasmo no desenvolvimento de seu
única a levar o nome de uma cidade”, observou Alt. “Todo
primeiro trabalho como editora-chefe (a edição de abril da
mundo fantasia sobre Paris. É o conceito da ‘parisiense’.
revista que trouxe na capa Gisele Bündchen em um vestido
A parisiense é uma garota que faz as pessoas sonharem
branco Dolce & Gabbana, à frente das lentes de Ines van
no mundo inteiro, com ou sem razão; é uma garota que
Lamsweerde e Vinoodh Matadin). “Eu quero que a Vogue
representa um estilo particular, um gosto, um encanto.” E
se torne muito feminina”, declarou, arrematando com o
então, essa parisiense não lhe soa familiar?
que seria sua visão para as próximas edições: “Eu gosto que
exista um elemento, como um erro, na edição. Vou tentar
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HEDI
SLIMANE
O FRANCÊS/ITALIANO/TUNISIANO HEDI SLIMANE DESENVOLVEU SEU OLHAR APURADO DE FOTÓ-
GRAFO E ESTILISTA EXTREMAMENTE CEDO. APRENDEU A ARTE DA FOTOGRAFIA ANTES MESMO DE
CHEGAR À ADOLESCÊNCIA E, AOS 16 ANOS, COMEÇOU A FAZER SUAS PRÓPRIAS ROUPAS. EM 1992,
DEPOIS DE ESTUDAR HISTÓRIA DA ARTE NA ÉCOLE DU LOUVRE, COMEÇOU A TRABALHAR COM O
CONSULTOR DE MODA JEAN-JACQUES PICART.

Em 1996, Hedi entrou na Yves Saint Laurent como diretor Em março de 2012, Slimane foi oficialmente nomeado
do segmento de moda masculina, um ano antes de ser diretor criativo da Yves Saint Laurent, o que veio seguido
nomeado como diretor artístico. Poucos anos depois, da decisão da mudança do nome da marca, em junho de
após o sucesso da apresentação da coleção Black Tie para 2012, para Paris Saint Laurent. A mudança foi seguida por
o outono/inverno 2000-2001 (quando apresentou sua um bombardeio de reclamações de clientes. Afirmando
nova silhueta skinny), Slimane deixa a YSL para entrar uma volta às origens, quando a marca chamava-se Saint
no comando da linha masculina da Christian Dior, em Laurent Rive Gauche, Slimane pronunciou-se em agosto de
janeiro de 2000. 2012 à Vanity Fair, defendendo sua escolha pela mudança.
“É interessante notar quantas reações esse retro brandind
Além da forte influência da fotografia em sua vida, o esti-
causou. Claramente, esse período da história da maison
lista incorporou também a música ao seu estilo de criação.
não é muito conhecido. Voltei a 1966, pouco antes dos
Criou roupas para os shows de artistas como Mick Jagger,
eventos de 1968 na França (quando 11 milhões de traba-
Jack White, The Libertines, Franz Ferdinand e The Kills,
lhadores revoltaram-se contra a política conservadora do
além de contratar jovens bandas britânicas para criar trilhas
então presidente Charles de Gaulle, resultando na maior
sonoras originais para os desfiles da Dior Homme. Em
greve geral da história). Havia no ar um despertar da juven-
junho de 2001, dirigiu o lançamento de Higher, a primeira
tude e YSL queria se dissociar da clientela de alta-costura e
fragrância Dior Homme.
abraçar essa nova geração.”
No verão de 2006, Slimane escolheu não renovar seu
Apesar de tanto segredo mantido em cima da primeira
contrato com a Dior Homme, após negociações com a
coleção do estilista nesse novo momento, varejistas e
casa francesa em torno da quebra de sua marca. A Dior
convidados que visitaram os showrooms de women’s resort
propôs-se a financiar as coleções de Slimane, mas o desig-
e men’s spring 2013 no Grand Palais, em Paris, declararam
ner foi relutante em perder o controle de seu nome. Foi,
ao site WWD, em julho de 2012, que tiveram a sensação
então, sucedido por Kris Van Assche, em março 2007. E eis
de ver a identidade YSL em uma linguagem moderna
que, no início de 2012, Slimane foi novamente pautado
e clean. Enquanto isso, o público aguarda ansioso para
por Christian Dior e Yves Saint Laurent, à procura de um
visualizar o que Slimane preparou para aquilo que agora
novo diretor criativo após as partidas de Galliano e Stefano
apelidou de Saint Laurent Paris.
Pilati.
stylesketchbook.blogspot.com.br
ISABEL
MARANT
FOI O ESTILO BOÊMIO E DESPRETENSIOSO DE UMA GAROTINHA QUE RETRABALHAVA VELHAS JA-
QUETAS E UNIFORMES DO EXÉRCITO EM SUA MÁQUINA DE COSTURA – QUANDO NEM SABIA O QUE
ERA MODA – QUE PREVALECEU COMO A MAIS FORTE CARACTERÍSTICA DE UMA MULHER QUE HOJE
SABE MUITO BEM ONDE SE METEU. ISABEL MARANT É UMA ESTILISTA FRANCESA QUE CONSTRUIU

SEU NOME POR TRÁS DE UM ESTILO MARCANTE E DO RICO APRENDIZADO QUE OBTEVE COM IM-
PORTANTES NOMES DO CENÁRIO DA MODA.
Em 1985, Isabel abandonou os planos de estudar econo- trabalhou como stylist para Isabel Marant. “É engraçado,
mia para assumir o curso de design no Studio Berçot, em pois Emmanuelle e eu começamos praticamente juntas há
Paris. Durante o curso, foi aprendiz do designer parisiense muito tempo”, contou Isabel em entrevista à Russh na edi-
Michel Klein, colaborou com Bridget Yorke em duas cole- ção de julho/agosto de 2009. “Eu sempre admirei o estilo
ções para a Yorke & Cole e ajudou o diretor de arte Marc dela e o que ela fez para a Vogue, mas perdemos contato por
Ascoli em projetos para Yohji Yamamoto, Martine Sitbon um tempo, porque ela estava sobrecarregada de trabalho.
e Chloé. Em 1989, lançou uma pequena coleção de joias Quatro anos atrás, seu marido, Franck Durand, tornou-se
e, em 1990, uma marca de knitwear com a mãe, na qual meu diretor artístico, e eu estava sempre dizendo: ‘Eu amo
trabalhou até se sentir preparada para lançar o seu nome. o que sua esposa está fazendo, eu adoraria trabalhar junto
com ela um dia.’ Por isso, foi pouco a pouco. Agora, nós
Finalmente, em 1994, Marant estabeleceu a sua própria
já fizemos cerca de cinco desfiles juntas. Eu amo a visão
marca, com um propósito que definiu mais tarde, em
que ela tem sobre as minha roupas, ela consegue colocá-las
setembro de 2004, para a L’Express. “Eu tinha um simples
juntas de uma maneira que é um pouco mais sofisticada
objetivo: criar roupas que eu mesma desejasse comprar,
do que o que eu fazia antes.”
roupas para meninas, mulheres que trabalham, que têm
bom gosto e estão dispostas a gastar um pouco de dinheiro Seu nome faz parte do line-up da Paris Fashion Week,
na sua aparência sem quebrar o banco.” Foi só em 1998 e, hoje, Isabel tem nove franquias espalhadas por Paris,
que a estilista abriu a sua primeira loja, em Paris. A segunda Nova York, Madri, Island Hong Kong, Central Hong
foi em 2000 e a terceira, em 2007. No ano de 2010, quando Kong, Beirute e Pequim, além da disponibilidade de seus
abriu sua primeira loja no SoHo, em Nova York, Isabel produtos em dezenas de lojas multimarcas e do forte
declarou ao site WWD que sua estratégia de desenvolvi- e-commerce em 10 diferentes sites de vendas, entre eles
mento era muito segura e aumentava passo a passo. Net-a-porter.com e Barneys.com. Recentemente, Isabel
Marant está recebendo enorme destaque por ter lançado,
Um exemplo disso é o crescimento importante que a
em 2011, a febre dos sneakers, os tênis com salto embutido
marca teve com a visão apurada de Emmanuelle Alt. A
que, a partir de então, foram copiados por diversas marcas
atual editora-chefe da Vogue Paris, antes de assumir o cargo,
populares.
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MARC
JACOBS
FOI EM 1986 QUE MARC JACOBS LANÇOU A SUA MARCA PRÓPRIA EM PARCERIA COM ROBERT DU-
FFY. ISSO FOI DEPOIS DE DIVERSOS PRÊMIOS RECEBIDOS NA PARSONS SCHOOL OF DESIGN, UMA
COLEÇÃO DE FORMATURA QUE LHE RENDEU VISIBILIDADE DE PROFISSIONAIS DA ÁREA DA MODA
E DUAS COLEÇÕES CRIADAS PARA A SKETCHBOOK ANTES DE REUBEN THOMAS SAIR DO NEGÓCIO,

EM 1985 – E TODAS MUITO ELOGIADAS PELA CRÍTICA.
Irreverente e incontestavelmente talentoso, Marc Jacobs com artistas como Stephen Sprouse, Takashi Murakami
tornou-se em 1987 o mais jovem designer a receber o CDFA e Richard Prince criou um frenesi na compra de bolsas,
Perry Ellis Award de Novos Talentos de Moda. Em 1989, revigorando os negócios do que era uma pequena marca de
ele e Duffy juntaram-se à linha sportswear da marca Perry artigos de couro e apresentando a cada temporada coleções
Ellis, como vice-presidente e presidente, respectivamente. mais e mais provocativas. Nesse mesmo tempo, a LVMH
Depois de um mandato bem sucedido de três anos na comprou uma participação na própria etiqueta de Jacobs,
marca – quando Jacobs empregou um então desconhecido permitindo-lhe a liberdade financeira para expandir seu ne-
Tom Ford para trabalhar com ele no segmento feminino gócio. Na primavera de 2001, então, o estilista apresentou
–, ele apresentou uma coleção grunge para a primavera/ sua linha secundária, a Marc by Marc Jacobs.
verão 1993 da marca, que, embora muito bem recebida
Segundo um artigo de maio de 2012, do The Wall Street
pela imprensa, foi um fracasso comercial que causou sua
Journal, desde que Jacobs assumiu a direção criativa da
própria demissão e a do parceiro Duffy, no início de 1993.
Louis Vuitton, onde foi responsável por alguns dos produ-
No mesmo ano, os dois lançaram o licenciamento próprio
tos mais lucrativos e vendidos da empresa, a marca evoluiu
da Marc Jacobs International Company e, em abril de
consideravelmente, apresentando hoje vendas estimadas
1994, Jacobs apresentou sua coleção de retorno, apoiado
em mais de 6 bilhões de euros. Isso é um reflexo de seu
por nomes como Linda Evangelista e Naomi Campbell,
talento, seu olhar diferenciado e sua ousadia aliados aos
que desfilaram de graça em seu show.
princípios tradicionais da marca. “Qualidade, excelência
Foi em janeiro de 1997 que Marc Jacobs tornou-se o dire- e luxo – estas são as três palavras que estão sempre na
tor criativo da Louis Vuitton, no comando da criação da vanguarda do que fazemos. Eu aplico os princípios da
primeira linha ready-to-wear da marca. A tradicional Louis marca ao ready-to-wear, às joias, aos acessórios, a tudo
Vuitton recebeu o olhar moderno e irreverente do estilista o que fazemos, na verdade. Tudo na Louis Vuitton é a
e, em dez anos, quadruplicou os lucros, tornando-se uma qualidade.”
potência mundial da moda. As colaborações do estilista
Steven Meisel
NICOLAS
GHESQUIÈRE
FOI AOS 15 ANOS QUE O FRANCÊS NICOLAS GHESQUIÈRE ANUNCIOU A SEUS PAIS QUE QUERIA
TRABALHAR COM MODA. SEGUNDO ENTREVISTA CONCEDIDA AO THE NEW YORK TIMES, EM AGOSTO
DE 2005, O ESTILISTA CONTA QUE FOI COM A AJUDA DO PAI QUE ESCREVEU UMA CARTA DE ADMISSÃO

PARA VÁRIOS ESTILISTAS. CONSEGUIU UM ESTÁGIO DE UM MÊS NA AGNES B., EM PARIS E, NO VERÃO
SEGUINTE, FOI ASSUMIDO PELA DESIGNER CORINNE COBSON.
Em 1991, Nicolas conheceu Myriam Schaefer, o braço o cenário de moda no final dos anos 1960.” Em 2001, o
direito de Jean Paul Gaultier, que o contratou como assis- Grupo Gucci adquiriu a Balenciaga, com a compra de 91%
tente. Depois de deixar o emprego, Ghesquière trabalhou da empresa. Ghesquière detém o restante das ações.
por dois anos com knitwear, como designer freelancer, nas
O estilista definiu a marca ao The New York Times em
fábricas do leste da França. Foi então que surgiu uma vaga
2005 como algo tipicamente francês. “Não parisiense –
na Balenciaga, e ele ficou com ela. Seu trabalho era proje-
francês, realmente. [A Balenciaga] é uma mistura do centro
tar, entre outras coisas, roupas de funeral para o mercado
e do norte da França, perto da Bélgica, e uma pequena
de licenciamento japonês.
Paris.” Ghesquière cresceu e tornou-se conhecido junto à
Em 1997, o diretor criativo da Balenciaga, Josephus Thimis- Balenciaga, fazendo-a ser reconhecida por suas coleções
ter, promoveu Ghesquière a um trabalho superior e, então, futuristas e investindo sempre em inovações que expan-
o estilista trabalhou para revitalizar a marca. Sua primeira diram de forma grandiosa o alcance comercial da marca.
coleção ready-to-wear para a Balenciaga foi apresentada em Ao longo dos anos, o estilista realizou expansões como o
outubro de 1998, e eis que, em apenas dois anos e meio lançamento de uma linha de moda masculina, aumentou o
depois de sua entrada, as vendas da marca duplicaram para número de acessórios e há muitas temporadas está imerso
30 milhões de dólares. no que há de mais avançado na tecnologia têxtil, sempre
mantendo o caráter vanguardista de suas criações. Segundo
Foi nessa época que, segundo Cathy Horyn, para o The
a Vogue, a marca contratou, em 2011, Katherine Ross (que
New York Times, em agosto de 2005, “Ghesquière teve
já trabalhou com a Prada e a LVMH) como consultora para
o mundo da moda na palma de sua mão, suas calças
a expansão no mercado dos Estados Unidos. Em julho do
ultrafinas e tops românticos de gola alta definindo uma
mesmo ano, relançam o site Balenciaga, equipados para
geração de itens icônicos, da mesma maneira que o pea
e-commerce nos Estados Unidos, no Reino Unido e na
coat e a jaqueta saharienne de Saint Laurent projetaram
França.
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MIUCCIA
PRADA
FOI EM 1913 QUE OS IRMÃOS MARIO E MARTINO PRADA FUNDARAM A FRATELLI PRADA, COM UMA
LOJA NA PRESTIGIADA GALLERIA VITTORIO EMANUELE II, EM MILÃO. ENTRE PRODUTOS FINOS E
ACESSÓRIOS DE LUXO, A MARCA, QUE JÁ TRABALHAVA COM MATERIAIS EXÓTICOS, TORNOU-SE, EM
1919, FORNECEDORA OFICIAL DA CASA REAL ITALIANA. UM SALTO PARA O SEU FORTALECIMENTO
EM MEIO À ELITE EUROPEIA.

Em 1977, a neta de Mario, Miuccia Prada, assumiu os por nostalgia, mas eu a recuso intelectualmente. Eu me in-
negócios da casa e apresentou um ponto de virada no teresso em ser moderna, e então eu recuso a nostalgia, mas
desenvolvimento das atividades da marca, quando firmou ainda a tenho. Então você vê que contradições e oposições
parceria com o empresário toscano Patrizio Bertelli. Ele talvez sejam o que torna o trabalho contemporâneo, porque
sugeriu que ela parasse de vender outras marcas na loja hoje em dia todos nós somos compostos de opostos.” Dessa
Prada para retrabalhar o design original das bolsas de forma, trabalhou – e trabalha – magnificamente, mantendo
seu avô, concentrando a produção na Itália. A partir daí, a identidade da marca em uma visão moderna e singular,
Bertelli tornou-se o seu mentor e, mais tarde, foi nomeado combinando elementos sempre distintos impulsionados
por Miuccia como o CEO de sua empresa. A Prada voltou pela tecnologia têxtil. Talvez por isso tenha ganhado da
a ser, com força, sinônimo de luxo e exclusividade. editora-chefe da Vogue USA, Anna Wintour, este elogio:
“Você é a única razão pela qual todos nós viemos para
A linha de sapatos foi lançada em 1982, e, em 1984, uma
Milão”, após seu desfile em 29 de setembro de 2004.
bolsa simples em nylon preto – que não vendeu bem no
início, mas, em 1995, tornou-se símbolo de status e foi para Segundo o Relatório Anual de 2011 da marca, a primeira
o topo da lista das fashionistas. À Vogue britânica, na época, loja online Prada entrou em operação em 2010, enquanto
Miuccia confessou: “Nylon preto é parte da minha paixão a da Miu Miu foi lançada em 2011. O relatório trouxe
por coisas industriais”. Em 1988, a linha de moda feminina a informação de que o grupo apresentava, em janeiro de
foi apresentada na sede da empresa e, no ano seguinte, a 2012, renda líquida de 431,9 milhões de euros; impressio-
primeira coleção ready-to-wear estreou em Milão. Em 1992, nantes 72,2% a mais do que em 2010. “Para a Prada, moda,
Miuccia lançou a linha que leva o seu apelido, Miu Miu, luxo e estilo sempre foram os aspectos fundamentais de
trazendo um estilo avant-garde para peças jovens, ousadas, um projeto que vai além da produção de roupas, calçados
provocantes, femininas e também um pouco mais acessíveis e bolsas. A observação cuidadosa e o interesse pelo mundo,
ao público. Logo no ano seguinte, foi incorporada à Prada sociedade e cultura são a essência da criatividade e da mo-
a linha ready-to-wear masculina, também com sapatos e dernidade da Prada. Isso levou a Prada além das limitações
acessórios. físicas de lojas e showrooms, levando-nos a interagir com
diversas realidades aparentemente distantes e a introduzir,
Em outubro de 2004, Miuccia falaou ao The New York Times
muito naturalmente, uma nova forma de criação de moda”,
sobre o seu estilo de criação e a maneira como sempre in-
disseram Miuccia Prada e Patrizio Bertelli no relatório do
corporou elementos distintos em suas coleções. “Nostalgia é
grupo.
um assunto muito complicado para mim. Sinto-me atraída
OPENING
Divulgação
CEREMONY
A OPENING CEREMONY, FUNDADA EM 2002 POR CAROL LIM E HUMBERTO LEON (OS TAMBÉM DIRETO-
RES CRIATIVOS DA KENZO DESDE SETEMBRO DE 2011), É UMA LOJA COM AMBIENTE MULTIFACETADO,
DE DESIGN COLABORATIVO ENTRE PROFISSIONAIS DE DIFERENTES LUGARES DO MUNDO. SEGUNDO
SEUS CRIADORES, ESSE AMBIENTE TEM COMO OBJETIVO CRIAR UMA NOVA EXPERIÊNCIA DE COMPRA
PARA O CONSUMIDOR, COM BASE EM QUATRO PERSPECTIVAS DIFERENTES: OS DESIGNERS QUE MAIS
BEM REPRESENTAM SEUS PRÓPRIOS PAÍSES; NOVOS DESIGNERS; PEÇAS VINTAGE DIFERENCIADAS;
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E ITENS SELECIONADOS DE MERCADOS DE RUA. O RESULTADO SÓ PODERIA SER UMA PROPOSTA

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EXCLUSIVA E EXTREMAMENTE AUTORAL, QUE VAI MUITO ALÉM DE UMA LOJA MULTIMARCAS.
STO 22001122 —
OSTO
A cada ano, o caráter único, cultural e comercial de países conteúdo especializado em parceria com os fotógrafos
AGO
ou cidades é representado na Opening Ceremony por Bruce Weber, Walter Pfeiffer, Todd Cole e Tim Barber,
— AG
NA —
meio da visão de cada designer aliada aos elementos visuais além de escritores e artistas. A editora-chefe é Rory Satran,
CATARINA
externos agregados pela dupla de fundadores. A proposta também diretora de conteúdo da Opening Ceremony.
CATARI
deles utiliza justamente o princípio dos Jogos Olímpicos, Em um memorando interno, obtido pelo site WWD em
de uma fusão criativa entre esportes, negócios e partici- maio de 2012, Carol Lim escreveu: “Como fanáticos por
pação global, porém, aplicada brilhantemente na área da revistas, o fundador da Opening Ceremony, Humberto
moda. A cada ano, propuseram-se a incluir um novo país Leon, e eu queremos criar uma publicação colecionável
ao time da casa e, desde então, trabalham em parceria com direcionada a uma nova geração, algo bonito e especial,
designers do mundo inteiro – o Brasil apareceu por lá logo nas linhas da revista Colors, da Benetton, Six, da Comme
em 2003, um ano após a fundação da casa. des Garçons, e Joe, de Joe McKenna. Queremos fazer uma
revista que apele tanto aos jovens de Nebraska quanto
Hoje, a OC tem lojas-conceito em Nova York, Los Angeles
aos profissionais da indústria.” Cada edição da Opening
e Tóquio, além do e-commerce também diferenciado que
Ceremony Annual será norteada por um tema específico,
a marca propõe ao consumidor, a Opening Ceremony
e o escolhido para a primeira edição é esporte (ainda no
WorldWide. Criada em 2009, a loja online apresenta uma
espírito olímpico), o que não poderia ser diferente. A
experiência de compra interativa, onde são encontradas
boa notícia é que você pode comprá-la já, pois o Opening
quase todas as marcas disponíveis nas lojas físicas, jun-
Ceremony WorldWide faz entrega no Brasil. Clique aqui.
tamente com páginas especiais. Em 19 de julho de 2012
(para coincidir com os Jogos Olímpicos da cidade), a dupla Neste ano, em comemoração ao seu décimo aniversário,
abriu uma pop-up store em Londres, onde exibe coleções a Opening Ceremony publicará um livro que conta com
exclusivas em parceria com Norma Kamali, Topshop, a colaboração de importantes nomes, como Terry Richar-
Christopher Shannon, Proenza Schouler, Band of Outsi- dson, Chloë Sevigny, Alexander Wang, Ryan McGinley,
ders, Komakino e House of Holland. Sally Singer, MIA e Terence Koh. Felizmente, os planos
do lançamento são para este mês.
Após os Jogos Olímpicos, em agosto de 2012, a dupla lan-
çou uma revista conceitual de edição limitada, que reúne
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STELLA
MCCARTNEY
ELA JÁ CARREGAVA UM SOBRENOME DE PESO DA MÚSICA, AGORA, ELA CARREGA TAMBÉM UM NOME
COMPLETO DO DESIGN MUNDIAL. STELLA MCCARTNEY TEVE SEU COMEÇO MUITO QUESTIONADO.
AINDA MUITO JOVEM, RECÉM-SAÍDA DA UNIVERSIDADE, AOS 25 ANOS, ASSUMIU A DIREÇÃO CRIATIVA
DA CHLOÉ. MUITOS CRITICAM A DECISÃO DA MARCA, ALEGANDO QUE MCCARTNEY ERA UM NOME

DA MÚSICA E NÃO DA MODA. MAS, FELIZMENTE, PARA A ALEGRIA DA CHLOÉ E DA PRÓPRIA STELLA,
A CRÍTICA ESTAVA TOTALMENTE EQUIVOCADA.
McCartney levou para a Chloé sua melhor amiga, Phoebe competição, e que a finalidade de sua empresa é única
Philo. As roupas projetadas por elas expressavam o desejo exclusivamente ir para frente.
de jovens mulheres. Suas coleções são tão ousadas como
Stella é uma designer decidida, sabe o que quer mostrar
as de Dior, McQueen, Tom Ford e tantos outros nomes de
e ter. Em 2001, quando o grupo Gucci concordou em
peso da moda parisiense. Mas logo o caminho das amigas
apoiar McCartney, eles queriam 51% da empresa. Stella
sofreram desencontros. McCartney lançou sua própria
conseguiu um acordo incomum e negociou a propriedade
marca e Philo começou a triunfar sozinha, tornando-se
igualmente: 50-50. “A parte muito saudável da relação
uma célebre designer minimalista de outra famosa grife
é que estamos indo bem, e eles nos permitem trabalhar
francesa, a Céline.
de uma forma bastante distinta. Felizmente, somos uma
Hoje, aos 40 anos, ela trabalha sua personalidade na moda marca forte o suficiente e diferente o suficiente para que
em uma abordagem realista; Stella gosta de vestir mulheres eles possam ver o valor dos 50% que não possuem”, conta
como ela. Mulheres complexas, de muita responsabilidade, McCartney ao New York Times.
que usam terninho para o trabalho e macacão de malha
McCartney não para de expandir seu negócio. Em 2010,
solto para uma saída com as amigas. Seu forte está nas
depois de sua linha de sucesso para a GAP, começou
roupas para o dia a dia, e não nas plumas e paetês para a
sua linha Infantil. Nas Olímpiada de Londres, os atletas
noite.
vestiram uniformes de sua marca projetados para a Adidas,
A empresa Stella McCartney é basicamente formada por patrocinadora da equipe londrina. Em 2012, a empresa que
mulheres, e os poucos homens que trabalham tendem a faz a maior parte de seus negócios na Europa e Estados
entrar no ritmo feminino da organização. Stella trabalha Unidos abre sua primeira loja em Xangai, na China. Hoje,
de um jeito em que todos são valorizados e o sistema de a empresa estima vendas anuais em torno de 120 milhões
hierarquia não é muito usado. Em matéria publicada no de dólares, um número que não reflete a potência total da
New York Times, em janeiro de 2012, ela conta que preza marca de varejo licenciada.
por um ambiente de trabalho agradável, sem ego ou
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RICARDO
TISCI
COM SUA ASSINATURA, QUE ACRESCENTA MELANCOLIA PRÓPRIA, MUITAS VEZES GÓTICA E MUITAS

VEZES FETICHISTA, RICARDO TISCI ASSUMIU, EM 2005, A DIREÇÃO CRIATIVA DA MAISON FRANCESA
GIVENCHY.
Nascido em 1974, na cidade de Taranto, no sul da Itália, Irreverente, Tisci vem conquistando os críticos e fazendo
teve sua concepção estética influenciada pelo poder femi- o mundo parar para admirar suas coleções na alta-costura.
nino da família. “Eu amo o romantismo e a sensualidade, Polêmico, agitou a mídia em maio de 2010, quando lançou
talvez porque eu venha de uma família de oito irmãs”, disse Lea T, a primeiro modelo transexual. Suas campanhas e
ao New York Times em 2007. seus lookbooks sempre causam frisson; já escolheu um
modelo albino para estrelar campanha, assim como tam-
Aos 17 anos, ele deixou a Itália para estudar design de
bém já trouxe para a semana da alta-costura um casting
moda na Central Saint Martins, em Londres. Retornou ao
100% asiático, a fim de conquistar o mercado oriental.
seu país e trabalhou para uma série de marcas, entre elas a
Assim como os melhores do mercado, o estilista tem sua
Puma. Já instalado no mundo da moda, em 2004, montou
inseparável musa, a modelo italiana Mariacarla Boscono.
a marca que leva seu nome. Ricardo Tisci, em menos de
Seu gosto pela estética gótica transformou a Givenchy, e
um ano, já despontava nas pistas de Milão e atraía olhares.
criou-se um mistério do bem na atmosfera da grife.
Logo, foi nomeado diretor criativo da empresa Givenchy,
substituindo Julien Macdonald. Tisci era o mais cotado, já Em sua última temporada na haute couture, Tisci, sem
que, para assumir a casa, não basta ter nome e ser bom; dúvida, explorou o que tem de melhor, inspirando-se na
tem que ter algo mais. Já estiveram à frente da Givenchy opulência do mundo cigano. Criou um modelo perfeito
grandes nomes, como Hubert Givenchy, o fundador, John para apresentar a moda contemporânea em uma apresenta-
Galliano, Alexander McQueen e Julien Macdonald. Desde ção reduzida, porém muito bem-feita, que consiste em 10
a sua nomeação, o designer tem ajudado consideravelmen- looks, permitindo-lhe dar mais atenção ao design luxuoso
te a impulsionar as vendas da marca. “Quando cheguei, e ao trabalho manual, tão escassos na alta-costura atual.
eram cinco clientes. Agora, temos 29”, disse ao New York
Times, em 2007.
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RAF
SIMONS
MESTRE NO ESTILO MINIMALISTA LUXUOSO, SIMONS, EM SUA ESTREIA NA DIREÇÃO CRIATIVA DA

MAISON DIOR, CONSEGUIU INTRODUZIR SUA IDENTIDADE, JUNTO COM UMA PROFUSÃO ARQUI-
TETÔNICA. O SHOW COMEÇA COM A DECORAÇÃO DA SALA DO DESFILE: PAREDES COBERTAS POR
FLORES COM CORES SUAVES, PÚBLICO SENTADO EM PEQUENAS CADEIRAS, A SENSAÇÃO ERA DE SE
ESTAR DENTRO DE UMA ESTUFA CONCEITUAL. REDUZIDA A SILHUETA PARA SUA AMPULHETA BÁSICA,
FAZENDO REFERÊNCIA AO NEW LOOK DIOR, SIMONS CRIOU UMA COLEÇÃO RICA, ENCERRANDO
COM BABADOS E BORDADOS SUNTUOSOS, DANDO A IMPRESSÃO DE UM ESPESSO TAPETE DE FLORES,
SEGUNDO O SITE VOGUE.IT.
Sua história começa em 1990, estagiando com o designer da Jil Sanders e sua entrada na Dior, substituindo John
belga Walter Van Beirencdock. Cinco anos mais tarde, Galliano.
Simons estreava sua primeira campanha masculina em
Em uma matéria publicada pelo The New York Times, em ju-
Milão, e, logo depois, em Paris. Em 1999, seu nome
lho de 2012, foi destacado que a busca pelo novo designer
ganhou visibilidade e admiração de grandes nomes, como
Dior da levou meses. As especulações foram inicialmente
Gucci e Tom Ford. Parado por cinco anos, sendo chefe do
centradas em Marc Jacobs, Alber Elbaz, Philo Phoebe e
Departamento de Moda da Universidade de Artes Apli-
Riccardo Tisci – Raf Simons surgiu como um azarão. Se
cadas de Viena, em 2001, retomou sua linha masculina
ele não era a escolha mais óbvia, talvez fosse porque as pes-
e arriscou-se em algumas peças femininas. Logo, veio a
soas subestimaram suas habilidades, esquecendo-se de que
ideia de lançar sua linha Raf por Raf Simons. Em 2005, foi
entrou na Jil Sander sem experiência na moda feminina e
nomeado diretor criativo da marca Jil Sander. Na direção,
provou ter capacidade, então, poderia entrar na Dior sem
Raf mostrou competência, colocando o nome da marca
experiência na alta-costura – e em sua estreia mostrou que
nos mais conceituados editoriais e em capas das revistas do
pode, sim, ser considerado inquestionável.
mundo. Em 2012, anunciou sua saída da direção criativa
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PHOEBE
PHILO
PHILO SAIU DA FACULDADE SAINT MARTINS E JÁ ENTROU DE CARA NO MUNDO FASHION. CHEGOU

A PARIS EM 1997 E, DESDE ENTÃO, NÃO PAROU DE ASSINAR CAMPANHAS DE SUCESSO. POR ONDE
PASSOU, PHILO DEIXOU SUA IDENTIDADE. COM UMA ASSINATURA MINIMALISTA ELEGANTE, DE
MODELAGEM LIMPA E USO DE CORES NEUTRAS, SUAS ROUPAS HOJE PODEM SER CONSIDERADAS
ATEMPORAIS E DURAM MUITO ALÉM DA RÁPIDA TENDÊNCIA DE MODA. EM 2001, JUNTO COM STELLA
MCCARTNEY, ENTROU NA DIREÇÃO CRIATIVA DA CHLÓE, ONDE FICOU ATÉ 2006. EM 2008, ASSUMIU
O COMANDO DA TAMBÉM FRANCESA CÉLINE.
Essa pausa de dois anos foi dedicada à licença-maternidade Talvez você tenha ouvido falar pouco sobre Céline, mas a
de seu primeiro filho. Todo o design colocado na moda, de marca francesa existe desde 1945. Começou com calçados
uma mulher prática e sem muitas firulas, diz muito do seu infantis, ganhou força em 1970 e foi comandada pelo esti-
perfil. Philo é uma mulher discreta, que concede poucas lista Michael Kors entre 1996 e 2001. Sob a direção criativa
entrevistas e tem como prioridade sua família. de Phoebe Philo, a marca caiu no gosto das fashionistas e
hoje é considerada uma das grifes mais cool. Na temporada
Como diretora criativa da Céline, em menos de dois anos
outono/inverno 2013, Céline apresentou uma coleção
recebeu conceituados prêmios da moda. Em 2010, levou o
sofisticada e ultracontemporânea. Uma leitura chique e
prêmio de Designer Britânica do Ano e, em 2011, recebeu
ecoesportista de um guarda-roupa masculino, sem faltar
da CFDA o prêmio de Designer Internacional do Ano. A
feminilidade.
estilista que trouxe um estilo novo à identidade feminina
de Céline fez a marca subir significativamente em vendas. Em uma entrevista à revista do New York Times sobre seu
Em uma escolha corajosa, colocou na marca o seu DNA, processo criativo, publicada em março de 2012, a sra. Philo
reinventando-a, fazendo com que suas clientes tenham disse: “...há várias palavras que sempre surgem quando eu
uma relação de confiança com agrife. Hoje, mulheres usam falo ou penso em uma nova coleção; consciência, nitidez,
o rótulo de Céline com ardor, adotando o mínimo e a tecido, redução, novo, descrição, refinamento e atitude.”
estética pura assinada por Philo. E é nessas palavras que o estilo Philo é definido.
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JIL
SANDER
JIL HEIDMARIE JILINE SANDER, NASCIDA EM NOVEMBRO DE 1943, É UMA MINIMALISTA ALEMÃ,
FUNDADORA DA CASA JIL SANDER, CONHECIDA COMO A RAINHA DO MENOS. ABRIU SUA PRIMEIRA
BUTIQUE AOS 24 ANOS, NO SUBÚRBIO DE HAMBURGO, VENDENDO THIERRY MUGLER, SONIA RYKIEL

E ALGUNS DE SEUS PRÓPRIOS PROJETOS. EM 1968, ELA ABRIU SUA PRIMEIRA CASA JIL SANDER. NO
INÍCIO, REVELOU-SE UM COMPLETO FRACASSO, DEVIDO AO FATO DE A MODA NA DÉCADA DE 1980
SER DOMINADA PELO LUXUOSO, PELO COLORIDO E PELO CHAMATIVO ESTILO OMBREIRA BUFANTES.
AS COLEÇÕES MINIMALISTAS JIL SANDER COMEÇARAM A GANHAR ATENÇÃO NA DÉCADA DE 1990.
Em 1989, Sander fez sociedade com os grupos Frankfurt entrou o designer Raf Simons, que cumpriu seu papel com
e Stock Exchang, sendo a primeira casa a se aventurar a marca durante sete anos.
nesse negócio. Com o novo capital, a estilista expandiu
Com a saída de Raf Simons para a casa Dior, eis que surgiu
sua marca para a Ásia e a América do Norte. O resultado
novamente o anúncio: Jil Sander está de volta à casa Jil
da expansão foi positivo; logo, Sander já estava com lojas
Sander, após oito anos de sua última saída.
próprias espalhadas por diversos lugares. O grupo Prada,
em 1999, comprou 75% das ações, mantendo Sander como “Estou confiante de que este é o momento para a moderna
designer criativo. Mas, em janeiro de 2000, inesperadamen- sofisticação da moda”, disse a designer alemã para o site
te, após confrontos com o grupo Prada (leia-se Patricio WWD, em uma matéria de boa-vindas, em fevereiro de
Bertell), Sander renunciou ao seu cargo e saiu da casa que 2012. Também disse que “A moda é a experimentação,
leva seu nome. Corajosamente, Bertell declarou que uma e se você mantiver a sofisticação, ela também pode ser
marca tão forte como Jil Sander não precisa contar com excêntrica. Se não há uma boa razão, você tem que quebrar
o nome de um designer. Desde então, a marca começou a as regras. E agora é o momento de ser ousada, há poucas
entrar em declínio. ideias novas.” Enquanto uns aplaudiam a volta de Sander,

outros elogiavam Raf Simons por ter levado, por sete anos,
Mais rápido do que se imaginava, em 2003, Sander vol-
o rótulo da grife para frente.
tou à direção criativa da grife, o que foi celebrado com
unanimidade pela imprensa internacional. Novamente, O DNA da empresa está de volta. Em 2013, a marca
divergências com Bertell fizeram com que em menos de completa 40 anos de existência, e Sander estará no lugar
um ano Sander pedisse demissão do cargo. Em seu lugar, de onde nunca deveria ter saído: o comando da direção
criativa da marca que ela fundou (assim esperamos).
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JONATHAN
SAUNDERS

O MAIS NOVO ACLAMADO NOME DA INDÚSTRIA DA MODA CHAMA-SE JONATHAN SAUDERS. O ESCO-
CÊS DE 35 ANOS, QUE VENCEU NESTE ANO O PRESTIGIADO BFC/VOGUE FASHION FUND DESIGNER,
VEM SE DESTACANDO E GANHANDO SEU ESPAÇO NO RESTRITO MUNDO DA MODA INTERNACIONAL.
SUA HISTÓRIA COMEÇOU EM 2002, COM SEU PROJETO FINAL DO CURSO MASTER OF ARTS, NA RENO-
MADA CENTRAL SAINT MARTINS, INSPIRADO NA CAPA DO ÁLBUM YELLOW SUBMARINE DOS BEATLES.
O PROJETO ATRAIU OLHARES IMPORTANTES, CONQUISTANDO UM DOS MAIS CÉLEBRES NOMES DA
MODA CONTEMPORÂNEA. SAUNDERS PRODUZIU PARA MCQUEEN PADRONAGENS DA COLEÇÃO
PÁSSAROS DO PARAÍSO, O DESFILE MAIS FOTOGRAFADO DO LONDON FASHIOW WEEK 2003.
Não bastasse seu notório talento, junto com o “pequeno” Já em sua nova fase, nas coleções mais recentes, ele tem
detalhe de estrear em grande estilo, logo, Saunders já es- mostrado que também saber fazer uma boa alfaiataria,
tava na capa da Vogue inglesa, e, naturalmente, seu nome reduzindo então progressivamente o uso das estampas.
caminhava para o sucesso. Mais tarde, foi a vez de receber Com sua identidade estruturada, Sauders participou das
o convite de colaboração das conceituadas casas Chloé e semanas de moda de Nova York e Londres. Em 2008,
Pucci. assumiu a direção criativa da marca italiana Pollini. Anu-
almente, Jonathan Saunders cria quatros coleções para a
Saunders faz uso da tradicional técnica de estamparia
sua marca própria e duas como diretor criativo da casa
por serigrafia e recorre a desenhos caleidoscópicos que
milanesa Pollini, ostentando coleção após coleção o uso
parecem produzidos por algum recurso gráfico digital,
do caleidoscópico da cor, numa sinestesia de estampas
porém, são fruto do seu árduo trabalho manual. O toque
gráficas, cores e texturas.
peculiar de suas obras está na construção de cada uma
das estampagens, constituídas por painéis de uma única Em uma entrevista para o site WWD, em agosto de 2012,
estampa, dando à peça uma surpreendente simbiose entre ele declarou: “É um grande momento para as jovens marcas
padrão e cortes. britânicas em geral.”
ALBER
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ELBAZ
PARA MUITOS CRÍTICOS E EDITORES DE MODA, O DESIGNER NASCIDO NO MARROCOS E CRIADO
EM ISRAEL, ALBER ELBAZ, FEZ RENASCER A ELEGÂNCIA DOS VESTIDOS NA MODA FRANCESA, NA
ÚLTIMA DÉCADA, POR MEIO DE TECIDOS LEVES E DE DESIGN QUE VALORIZA AS FORMAS FEMININAS,
TRANSFORMANDO A MARCA LANVIN EM UMA DAS MAIS DESEJADAS NO MUNDO. ELE TAMBÉM É UM
DOS ESTILISTAS MAIS QUERIDOS PELA INDÚSTRIA E PELAS MODELOS, SEGUNDO O SITE FFW.

Em 1987, mudou-se para Nova York e começou a traba- “Moda costumava ser um negócio de família. Por anos e anos, era
lhar para a Geoffrey Beene, onde foi influenciado pela o tipo de negócio em que mães, pais, filhos e netos trabalhavam
rejeição de Beene a tendências e suas técnicas magistrais todos juntos, e havia algo nisso. Porque é entre a sua família
em drapeados. Elbaz foi contratado como diretor criativo que você se sente confortável o suficiente para cometer erros, e na
da casa francesa de alta costura Guy Laroche, em 1996, criação, os erros são realmente importantes, eles nos levam para
acrescentando a sua própria visão contemporânea, sem frente. Nós na Lanvin não temos títulos; no almoço, todos comem
alienar a sua clientela. Em 1998, foi oferecido a Alber juntos, e pode-se sentir o estúdio como um. Eu não acredito em
um emprego na Yves Saint Laurent na seção feminina de uma hierarquia, em uma pirâmide de pessoas relatando a outras
ready-to-wear. “Para mim, esse não é um passo na carreira, pessoas que reportam a mim. Eu sempre digo que se você realmente
mas a realização do sonho da minha vida”, disse Elbaz quer a verdade, você tem que ir para o porão, porque é onde as
em um comunicado de imprensa da YSL. A nomeação coisas acontecem. Se você olhar para a cobertura da verdade, ela
foi de curta duração; depois que o Grupo Gucci comprou geralmente é falsa.
YSL Rive Gauche, em 2001, Tom Ford, o então diretor
Eu nunca trabalhei com uma musa ou um pensamento do tipo
criativo da Gucci, demitiu Elbaz para assumir todas as
‘Oh, eu estou tão inspirado por ela’, porque eu não estou fazendo
responsabilidades de design. Depois disso, Elbaz fez ainda
a coleção para uma mulher específica. Eu estou fazendo isso por
uma temporada para a Krizia, em Milão, e ficou um ano
mulheres diferentes, de idades diferentes, com formas diferentes do
afastado da indústria, sem saber se conseguiria retornar.
corpo, com cores diferentes. Tudo pode me inspirar: uma história,
Em 2001, foi nomeado diretor criativo da Lanvin, e desde uma conversa com um comprador, uma necessidade, um comen-
então se tornou conhecido por projetos atemporais, tário de um editor. Todos nós designers somos antenas infantis,
femininos e feitos com os tecidos mais finos. Conseguiu temos que captar o momento e então temos que projetá-lo para o
revitalizar a identidade da marca tornando suas criações nosso trabalho. Pode acontecer de eu ter uma ideia muito grande,
as favoritas dos críticos e consumidores. O segredo do então eu tenho que traduzi-la e torná-la relevante.
sucesso está em suas roupas, que refletem a sensibilidade
Às vezes, você realmente não precisa de armadura para se sentir
do designer em um misterioso acoplado de usabilidade.
protegida. Às vezes, você precisa apenas de um vestido de chiffon
Em uma entrevista em agosto deste ano para o The Wall para abraçá-la.”
Street Journal, conseguimos identificar seu lado humilde
Esse é o carismático Alber Elbaz...
e carismático:
—— E FAVO
-C O MRMITO
ERCS E —— — E-COMMERCE —
COMEÇAMOS COM UMA PERGUNTA: PARA ONDE VOCÊ liderado por eletrodomésticos, seguidos por informática, eletrônicos,
ACREDITA QUE O MERCADO DE CONSUMO ESTÁ INDO? cosméticos/perfumaria e moda/acessórios.
O cenário atual do varejo está caminhando a passos largos para um
Essa é uma ferramenta que pode dar muito certo, mas que também,
futuro online milionário. O e-commerce, com sua economia, vem
como qualquer outra, pode dar errado. O segredo está na qualidade do
preparando um palco de inovações e avanços de infraestrutura para o
produto, junto com a eficiência da logística e o velho e bom atendimen-
atual mercado do varejo eletrônico.
to. Hoje, com o avanço dessa tecnologia, já sofremos uma massificação
Em 1999, essa ferramenta sofria com a falta de investidores de capital de mercado. Existe varejo online para quase, ou, se não, tudo o que
de risco (milhões botados em jogo). Treze anos se passaram, e con- imaginarmos. Diversas vezes, encontramo-nos em sites confusos, nos
seguimos visualizar um nítido crescimento desse mercado. Hoje, são quais solicitamos um produto específico, mas nos aparecem centenas
investidos milhões de dólares, sem medo de erro, no mercado, o que de outros. Como falamos, o consumidor final quer eficiência e rapidez,
pode ser chamado de “sinal dos tempos”. e é pensando nisso que os melhores do mercado estão investindo na
organização de seus sites e ganhando força mundial.
Em um mundo globalizado, onde estamos tão distantes e ao mesmo
tempo tão próximos uns dos outros, cada um vivendo no individu- Uma loja virtual de sucesso deve conter um layout bem estruturado
O COMÉRCIO ELETRÔNICO PREVÊ PARA 2012 UM FATURAMENTO DE 23 BILHÕES DE REAIS. O AUMENTO DO PODER
DA CLASSE C TAMBÉM INFLUENCIA O E-COMMERCE BRASILEIRO: DOS NOVE MILHÕES DE NOVOS CONSUMIDORES
CONQUISTADOS NESTE ANO, 61% PERTENCEM À NOVA CLASSE MÉDIA.

alismo do seu mundo na internet e no celular, como não se render e um design diferenciado. Lembre-se de que o diferente sempre se
à compra online? O homem está buscando o rápido, o prático, o destaca diante dos concorrentes. Uma pesquisa feita por uma agência
“consuma enquanto navega, sem chateação”. OK, perdemos o prazer especializada em webdesign aponta que 25% dos empresários britâni-
de sair da loja com as compras, mas, em contrapartida, ganhamos o cos admitem cobiçar a página da concorrência.
prazer de receber em casa um produto que às vezes é esperado por
No entanto, não basta o layout ser atraente e moderno; é a experi-
OPODER
dias e gera expectativa, um produto que vem do outro lado do mundo
ência satisfatória que leva à fidelização do consumidor. Pense que
e gera exclusividade, um achado que pode até render algum dinheiro
a apresentação deve ser clara e objetiva; imagens, fontes e botões
e gera oportunidade. Expectativa, exclusividade e oportunidade: três
podem ser personalizados, mas sem muitos excessos. Usando um
palavras que podem definir o varejo online tanto para o consumidor
conceito clean, você destaca o que realmente importa: o produto.
quanto para o fornecedor.
E se o pacote diz muito sobre o presente, nesse caso, a imagem diz
Nos últimos anos, as marés têm girado a favor do e-commerce. Até muito sobre o produto. Foto com qualidade amplia vendas e provoca
2015, só nos EUA, o mercado do varejo online deverá crescer 279 desejo de consumo.
bilhões de dólares. Esse resultado deve-se ao avanço da infraestrutura,
De maneira geral, o layout deve caracterizar o empreendimento e ao
que melhora a economia e impulsiona o consumo massivo em uma
mesmo tempo identificá-lo com o consumidor. Por exemplo, a elabo-
extensão de tempo muito curta. O surgimento das mídias sociais,
ração de um logotipo forte, que direcione seu segmento, junto com a
como o Facebook e o Twitter, permitiu a conquista de novos clientes,
aplicação das cores características dos demais departamentos da loja,
assim como o e-mail-marketing, o crescimento eficiente de vendas.
são maneiras eficazes de fortalecer a identidade visual de seu negócio.
No Brasil, os números atuais não são tão altos quanto nos EUA.
E-commerce é uma ferramenta complexa, que exige raciocínio,
Porém, são significativos para uma economia que está emergindo
CRÉDITOS: www.style.com; www.oempromo.com
estratégia e planejamento. Corre risco quem ingressa nesse mercado

no mercado mundial. O comércio eletrônico prevê para 2012 um
sem preparo. Ficar por dentro das tendências e de todos os processos
faturamento de 23 bilhões de reais. O aumento do poder da classe
envolvidos nessa questão é preciso. Pois ser bom e ter preço com-
C também influencia o e-commerce brasileiro: dos nove milhões de
petitivo e produtos geniais parece ser, mas não é o suficiente para o
novos consumidores conquistados neste ano, 61% pertencem à nova
sucesso online.
classe média. Em relação às categorias mais vendidas, o ranking é
por G R A S IELA S OUZ A
FONTES WWW.BUSINESSOFFASHION.COM WWW.MUNDODOMARKETING.COM.BR WWW.BLOG.DOTSTORE.COM.BR

— A RT E — — ARTE —
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UM NOVO

A DUPLA FAZ UM TRABALHO EXTREMAMENTE CONTEMPORÂ- conquistou seu espaço em uma das principais semanas de moda do mundo, a de
NEO, em um país que por tanto tempo ficou longe das criações ocidentais, Paris. Apesar do pouco tempo de existência, o trabalho do duo não começou on-
e que hoje, talvez por estar livre de conceituações do passado, tenta criar tem e teve o tempo necessário para amadurecer até aparecer definitivamente para
uma nova realidade para a moda, em que ela se torna mais uma linguagem o público. Desde 2005, enquanto ainda estudavam na Art Academy of Latvia,
do que apenas uma peça de roupa para ser surrada no dia a dia. os trabalhos de Rolands e Marite já chamavam atenção, não só da comunidade
acadêmica local, mas de pessoas de diversas cidades, como Berlim, Roma, São
Quem trabalha com criação, seja moda, arte ou música, sabe da dificuldade
Petersburgo e Estocolmo, onde apresentaram suas coleções. Ainda no início, o
de poder mostrar a exata essência de seu trabalho. É bem óbvio dizer que
trabalho dos estilistas foi contemplado com importantes prêmios (o ITS 6 e o
toda criação está sujeita às interpretações de quem a vê, o que é essencial a
INVENTAR HISTÓRIAS – E A CADA ESTAÇÃO INVENTAR UMA Hyères), o que impulsionou ainda mais sua vontade de criar.
qualquer obra. Mas quando pensamos em moda, é difícil sair das amarras
NOVA MANEIRA DE CONTÁ-LAS – É UM DOS DESEJOS DA
MAURENROL’S, marca criada por uma dupla de estilistas da Letônia,
com quem a Catarina conversou exclusivamente. Eles nos falaram NÓS SOMOS ESTILISTAS QUE DESEJAM SE EXPRESSAR ATRAVÉS DA MODA, MUITO MAIS DO QUE APENAS CRIAR ROUPAS.
um pouco sobre suas inspirações, seu processo criativo NÓS GOSTAMOS DE TRABALHAR VISUALMENTE EXPRESSANDO HISTÓRIAS EM NOSSO TRABALHO.
e como tem sido o caminho até aqui. — Rolands Pe te rkops
da exposição tradicional. Em todas as estações, os estilistas ficam presos a Existe também outra característica importante no trabalho da dupla, que talvez
por J ULIA B ITTEN C OURT desfiles comerciais e campanhas publicitárias, que por muitas vezes se per- hoje – como os prêmios no passado – os impulsionem a reinventar toda a
dem na multidão de coleções espalhadas pelo mundo, nas quais somente as linguagem da sua obra na hora mostrar o que fazem. Segundo os estilistas, a
grandes marcas acabam tendo destaque, muitas vezes apenas pela tradição. inspiração para suas coleções é sempre uma história que querem contar. “Ins-
Esse é um problema enfrentado principalmente por marcas pequenas ou piração é bem difícil de explicar e formular. Nossa inspiração sempre vem de
que existem há pouco tempo e que, apesar da qualidade, podem se perder alguma coisa diferente”. A principal é a mistura de todas as informações recebidas
no meio de tanta informação. no dia a dia; são sons, experiências, emoções, luzes e gostos que se combinam,
transformando-se em muito mais do que roupas: em obras que traduzem as
Talvez essa não tenha sido a primeira intenção dos estilistas da Letônia,
pequenas coisas do cotidiano. E o processo torna-se a inspiração para produzir
Rolands Peterkops e Marite Mastina, mas hoje essa é a principal diferença
ainda mais. “Nós criamos apenas se estivermos maravilhados com o processo;
da MAREUNROL’S, marca que está no mercado há apenas um ano e que já
isso é inspiração para nós.” g
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“Queremos deixar claro que nós fazemos curtas-metragens porque para sistema que sobreviveu no país por 51 anos, até a independência do

nós é a melhor forma de expressar exatamente nossas coleções, não por- país, em 1991. As histórias contadas são sobre os rebeldes da época, que
que é uma tendência mundial”. Como um sonho antigo se realizando, utilizavam mensagens escondidas em poesias, peças literárias e teatrais,
a primeira produção foi feita para a coleção Private Detective, em 2008, música e artes para demonstrar sua insatisfação com o sistema, que foi
inspirada em filmes em estilo noir, em preto e branco e aura misteriosa, imposto após grande resistência do povo letão. Desde sua independência,
por isso a ideia do filme, que pôde transmitir exatamente o sentimento a Letônia vem tentando estreitar seus laços com o Ocidente, assim como
da coleção. Para isso, contaram com a participação da diretora letã a MAREUNROL’S, que, mesmo sabendo da facilidade de serem os
Você poderá assistir a este vídeo na versão interativa Kristine Kursiša, que também colaborou no segundo curta-metragem, melhores em um mercado pequeno como o dos Países Bálticos, sempre
da revista no iPad ou pelo link abaixo: feito para a coleção Nightmare, junto com o cenógrafo Rudolf Bekic. pensou em atingir um público maior. Na última temporada de moda
http://vimeo.com/8624403 em Paris, a marca estava no calendário oficial do evento, entrando para
Em sua última coleção, Epizode 2, a inspiração para as criações veio do
história como a primeira marca letã a participar da semana de moda – e
final dos anos 1980, época em que a Letônia vivia sob o regime soviético,
assim, aos poucos, tornam-se protagonistas da sua própria história.
O trabalho da MAREUNROL’S envolve instalações, esculturas, vídeos, sabem muito bem como conciliar as qualidades de cada um, tornando o
imagens (sempre criadas em parceria com artistas das áreas) e, é claro, a trabalho de um o complemento do trabalho do outro. “Rolands trabalha
roupa, que no fim das contas acaba sendo quase uma coadjuvante e nem mais com modelagem, estampas, cria silhuetas arquitetônicas e a história
sempre a personagem principal das histórias contadas. “Nós somos estilistas por trás de cada coleção. Marite decide os materiais, deixa a história mais
que desejam se expressar através da moda, muito mais do que apenas criar poética, adiciona refinamento à coleção, detalhes e acessórios. Mas temos
roupas. Nós gostamos de trabalhar visualmente expressando histórias em que admitir que às vezes acontece o caminho contrário. A parte mais difícil
nosso trabalho.” E é por isso que talvez, quando vistas, suas obras causem é provavelmente o fato de que levamos cada coleção muito a sério, nós
certo estranhamento, mas são, na verdade, tomadas pela extrema simplici- damos tudo, porque é muito importante para nós sentir a energia através
dade. “Apesar de tudo isso, as roupas que criamos não são avant-garde, mas do que criamos.”
RTW e muito práticas. Esse é um aspecto importante do nosso trabalho:
Uma das formas de mostrar as criações são os fashion films. Mesmo sendo
a roupa é usável, enquanto ao mesmo tempo cada detalhe nela tem um
uma forma de expressão que se popularizou nos últimos tempos, princi-
significado, uma história e razão”, explicam os estilistas. Outra diferença no
palmente no campo da moda, essa não é a intenção da MAREUNROL’S
trabalho da MAREUNROL’S é a criação em dupla. Mas Rolands e Marite
g
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— ST R E E T ST Y L E — — STREET STYLE —
STREET

UMA REFLEXÃO SOBRE
OS PASSOS DA MODA
MASCULINA
QUANDO RECEBI A NOTÍCIA DO NOVO RUMO QUE as coleções masculinas surgirem carregadas de inovações tecnológicas grande variedade de lojas presentes na Europa e nem a disponibilidade
JOÃO PIMENTA ANUNCIOU PARA SUA CARREIRA, aplicadas a tecidos e materiais, mas com certo cuidado em relação a de peças esteticamente atraentes por um preço acessível. Porém, esse
no início do mês de agosto, comecei a refletir sobre o dire- formas e propostas demasiadas. fortalecimento do consumo pelas classes C e D impulsionou as lojas de
p o r E M A N U EL E L AZ Z AR I cionamento que o próprio segmento masculino está toman- departamento – como Renner, Riachuelo e C&A – a inovar seus produtos
Entretanto (e não poderia ser diferente), os homens europeus aderem a
do atualmente. O estilista, que desde 2005 traz uma visão e buscar cada vez mais referências internacionais. Mas então surge um
essas novidades de forma mais natural e muito antes dos brasileiros. Digo
R EAD TH E E N G LI S H VE R S I O N diferenciada para a moda masculina brasileira, anunciou em questionamento: será que o homem inserido nessa classe social quer
que não poderia ser diferente porque sempre acabamos nos adaptando ao
4 de agosto a retirada de cena do varejo para se dedicar às a mesma informação de moda que as mulheres estão buscando? Ou a
universo em que estamos inseridos, e a moda masculina na Europa tem
criações sob medida e atender às vendas em atacado. Fechou forte cultura da cerveja e do futebol, disseminada no Brasil, é bem mais
muito mais destaque e valorização do que apresenta aqui. É um conjunto
a sua loja no bairro Pinheiros, em São Paulo, esclarecendo influente do que a da moda, e a camisa do time do coração é opção para
que engloba as possibilidades do mercado, a visão e a informação do
que não estava fazendo a linha comercial como gostaria. qualquer ocasião? Nessa mesma linha de raciocínio, percebemos que,
consumidor e as influências externas do lugar onde vivemos.
Infelizmente, isso só vem a comprovar que o consumidor infelizmente, ainda existe entre os homens certa tendência em relacionar
brasileiro ainda não está preparado para receber o turbilhão Os homens brasileiros, em geral, preocupam-se com o corpo, o bem-estar os cuidados com a aparência à homossexualidade.
de propostas que o mercado tem a oferecer. A verdade é e a estética; mas enquanto alguns estão à frente do mercado, sedentos
E então, é muito comum que combinações não pensadas e despreocu-
que, apesar desse público estar cada vez mais imerso no por novidades, uma grande parte da população não julga a aparência tão
padas com a estética se tornem presentes nas ruas brasileiras. Ao mesmo
universo da moda, grande parte da população masculina importante assim. Podemos ressaltar o fortalecimento das classes C e
tempo, o que nos salta aos olhos é a classe no vestir dos homens europeus.
ainda veste-se de maneira tradicional e apresenta certa indife- D, que representam 77% da população brasileira, onde acompanhamos
Há muitos fatores envolvidos, e não podemos brigar com um gigante que
rença em relação às tendências. A cada ano, acompanhamos a fomentação do consumo e o interesse cada vez maior das mulheres
remonta há séculos de tradição. A Europa respira moda, mesmo durante
g por novidades e por um diferencial na área da moda. Aqui, não há a
g
O BRASIL GANHA DESTAQUE POR APRESENTAR DIVERSAS FEIRAS E SEMANAS DE MODA

A CADA ESTAÇÃO, FOCADAS EM DIFERENTES PERSPECTIVAS E REGIÕES, AGREGANDO DIVERSIDADE,
QUALIDADE E MOVIMENTO À ECONOMIA LOCAL. PORÉM, AS MARCAS DE MENSWEAR SÃO MINORIA
NAS SEMANAS DE MODA NACIONAIS E DIVIDEM O LINE-UP COM O GIGANTE SEGMENTO FEMININO.
a uma visão sempre visionária e autoral. A Milan Men’s Fashion reúne em sua loja online produtos de marcas famosas e diferentes,
Week traz Jil Sander, Dolce & Gabbana, Burberry Prorsum, Bottega além de conteúdo especializado, informações relevantes com dicas
Veneta, Salvatore Ferragamo, Vivienne Westwood, Prada, Roberto e novidades do segmento – e o melhor de tudo é que o site faz
Cavalli, Giorgio Armani, Emporio Armani, Moschino, Missoni e entrega no Brasil. Mas a infinidade de blogs escritos por meninas
Fendi, entre outros. E o que vem para reforçar a continuidade e o para meninas está aí para mostrar que o interesse da parte masculina
crescimento desse setor é o London Collections: Men, evento de por informação de moda ainda não alcança o nível mais elevado.
moda masculina organizado pelo British Fashion Council (BFC),
Acho interessante citar um blog que se destaca pelo conteúdo e,
na capital inglesa, que teve em 14 de maio a sua primeira edição,
ironicamente, foi intitulado The Man Repeller. O blog foi criado em
contando com nomes como Tommy Hilfiger, Jonathan Saunders,
abril de 2010 pela estudante de jornalismo nova-iorquina Leandra
Christopher Kane, Richard Noll, Liberty London, Pringle of Sco-
Medine, e nele ela aborda as tendências que as mulheres amam e os

tland e a introdução de vários novos estilistas, dando uma guinada
homens odeiam – tudo aquilo tão exagerado, excêntrico e peculiar
para o futuro do cenário da moda masculina por lá. Além disso,
que faz nós mulheres gritarmos de alegria com as amigas e que tem
em Florença, na Itália, acontece semestralmente a gigante Pitti
o poder de “repelir os homens”. No início de agosto, ela colocou
Immagine Uomo, uma feira que é referência mundial para a moda
em pauta um questionamento interessante sobre o desinteresse cada
masculina, que apresenta desde alta-costura – com os nomes mais
vez maior das mulheres pelas roupas femininas e a migração para
prestigiosos do panorama internacional – até coleções vanguardistas
o guarda-roupa masculino – que, por sinal, está cheio de peças
e contemporâneas. Todas elas são também verdadeiros palcos para
extremamente diversificadas que os estilistas arriscam colocar na
observarmos o boom na elegância do street style masculino, clicada
passarela e, salvo algumas exceções, atraem mais o público feminino
sempre por diversos fotógrafos para estampar os mais diferentes sites
do que o masculino.
de moda, tendências e estilo.
E aí vemos as marcas de moda masculina perseguindo o público
Por aqui, observamos um foco diferenciado. O Brasil ganha desta-
feminino que as venera. Em um artigo de 20 de agosto do site
que por apresentar diversas feiras e semanas de moda a cada estação,
WWD, são mostradas importantes marcas masculinas que estão di-
focadas em diferentes perspectivas e regiões, agregando diversidade,
recionando seu foco para a produção de itens masculinos adaptados
qualidade e movimento à economia local. Porém, as marcas de
ao vestuário feminino, conquistando as clientes que já são adeptas
menswear são minoria nas semanas de moda nacionais e dividem
do estilo e investindo na busca das que ainda não são. É o sugestivo
o line-up com o gigante segmento feminino. Por um lado, o Brasil
“Dress like a man, think like a girl”, como coloca Leandra, que já
avança consideravelmente no setor masculino, pois temos ótimos
é um lema consagrado nesse vasto mundo feminino, mas, na reali-
criadores e uma crescente visibilidade internacional; mas, por outro
dade, deveria ser mais considerado pelos homens. Afinal, se todos
lado, o público que está preparado para receber essa informação
os meninos se deleitassem nesse mundo infinito de informações
ainda não é maioria por aqui.
rápidas de blogs, sites e revistas, de uma forma corriqueira, simples
Dessa forma, entramos em um lado complementar dessa história. O e natural, talvez impulsionassem o segmento de moda masculina
a crise que está afetando significativamente o mercado, ao mesmo Quanto ao mercado, tomemos como exemplo, para nos espelhar- mercado só poderá crescer e evoluir quando for impulsionado pelo a correr no mesmo ritmo que o feminino. Querendo ou não, é o
passo em que essa definitivamente não é a maior preocupação no mos, a força das feiras e semanas de moda europeias, que reforçam o desejo de seus consumidores por algo que vá além das expectativas. comportamento do consumidor que leva o mercado a evoluir, e as
Brasil. Basta refletir, por exemplo, sobre os temas que tornaram o segmento masculino com a criação de semanas de moda direciona- Mas eles estão procurando por isso? Hoje, há muitos sites e blogs mulheres pressionam o mercado de moda a percorrer uma maratona
cinema brasileiro conhecido mundialmente e os que tornaram con- das apenas a ele. A Paris Men’s Fashion Week traz nomes como Issey que trazem produtos diferenciados e informação de qualidade por elas a cada estação.
sagrado o europeu. E também considerar que o biótipo do homem Miyake Men, Louis Vuitton, Jean Paul Gaultier, Yohji Yamamoto, para o segmento masculino. Um exemplo é o site Mr Porter, que
brasileiro é diferente do biótipo do homem europeu, que é slim, Comme Des Garçons Homme Plus, Givenchy, John Galliano,
enquanto aqui o foco é o corpo malhado e, consequentemente, as Maison Martin Margiela, Dior Homme, Hermès, Lanvin e Pierre
roupas ressaltam esse tipo físico. Cardin, que colocam na passarela inovações tecnológicas aliadas R EAD TH E E N G LI S H VE R S I O N
g
AS
RUAS
JAKANDJIL.COM
SÃO

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DELES
TO MM YT ON .T UM BL R. CO M
OS SITES E BLOGS DE MODA HOJE SE VOLTAM PARA O QUE OS
HOMENS TÊM A MOSTRAR DE MAIS INTERESSANTE NAS RUAS
DO MUNDO INTEIRO. Não só vemos uma disputa de igual para igual – em
IT SALL MENT ALMAS TUR BATIO N.T UMBLR .CO M
IT SALL MENT ALMAS TUR BATIO N.T UMBLR .CO M

quantidade e qualidade – entre homens e mulheres, como acompanhamos o
crescimento no número de sites que são dedicados apenas a eles! A nossa seção
de Street Style dessa edição traz doses gigantescas de inspiração para os mais
variados estilos masculinos; basta clicar na foto para ser direcionado ao seu
site original – e favoritar para todos os dias!
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CHINA
O CRESCIMENTO DO PODER DE COMPRA DA POPULAÇÃO CHINESA ESTÁ
ANDANDO A PASSOS LARGOS, E SE APENAS UMA PARCELA DA POPULAÇÃO
QUE ATINGIU UM PATAMAR SOCIAL MAIS ELEVADO JÁ TORNOU A CHINA
UMA POTÊNCIA MUNDIAL, ESSE CRESCIMENTO ESTÁ APENAS NO INÍCIO.

CR UZA R O R IO S ENT IND O A S P ED R A S SOB OS PÉS o presidente da época, como “cruzar o rio sentindo as
po r JUL I A BI T T ENCO URT pedras sob o pés”.
Após a morte de Mao Tsé-Tung, que estatizou empresas
e promoveu a ditadura no país, Deng Xiaoping assumiu Hoje, a China é a segunda maior economia do mundo,
o poder e iniciou o processo econômico pelo qual a com uma média de crescimento de 10% nos últimos anos.
China passou nas últimas três décadas. Entre as reformas Em 2011, o PIB (Produto Interno Bruto) do país atingiu
econômicas que a tornaram uma das grandes potências na cerca de 300 bilhões de dólares. No primeiro semestre de
economia mundial estavam, em primeiro lugar, programas 2012, o crescimento não atingiu as expectativas do governo
para melhorar o sistema agrícola; essa primeira reforma chinês, diminuindo cerca 3,3% só no primeiro trimestre.
SE ENTRÁSSEMOS EM UMA SALA DE AULA HÁ ALGUMAS DÉCADAS ATRÁS,
visava a aumentar a renda familiar da população chinesa. Segundo Fan Jianping, economista-chefe do Centro de
O MAIOR PAÍS DO MUNDO NÃO ESTARIA NO MAPA DURANTE AULAS DE Em um primeiro momento, a China também se tornou um Informação Estatal (órgão ligado ao governo chinês), o PIB
GEOGRAFIA E HISTÓRIA. A China era apenas visto como um país rural e fechado. grande exportador de produtos de baixo custo, graças aos atingirá o piso ainda em 2012 e retomará o crescimento em
fortes subsídios estatais, o que atraiu altos investimentos ritmo razoável de 8,5%.
Após algumas décadas, nos deparamos com um país que é hoje a segunda maior economia
estrangeiros. Foi nessa época que a indústria chinesa come-
do mundo. Para entender este crescimento é preciso que se entenda um pouco mais de sua çou a ter as características que a perseguem até hoje: mão PODER DE COMPRA
história. A China sempre foi um gigante; seus monumentos mais conhecidos e seu povo de obra barata e taxas insignificantes de juros, resultando A última contagem da população chinesa foi feita em 2011,
na produção de produtos de baixo custo e baixa qualidade. e cerca de 20% das 7 bilhões de pessoas de todo o mundo
refletem as tradições que foram mantidas por milhões de anos e que, apesar de todas as
estão na China. Nesse mesmo ano, a população também
A partir da metade da década de 1980, a China passou a
mudanças, ainda são sua principal característica. Durante 4 mil anos, a civilização chinesa passou a ser mais urbana do que rural, com 51,27% de
abrir o setor industrial para as empresas privadas de capital
foi sendo construída e influenciada por seus governantes. Desde o século II a.C. até a chineses vivendo nas cidades. Cerca de 350 milhões de
estrangeiro com o objetivo de complementar as empresas
habitantes vivem em boas condições financeiras e são
ascensão do presidente Xiaoping, a China foi um grande império. Nesse período, chegou a estatais já existentes. O país aceitou o investimento de
considerados a classe média alta do país –10 milhões de
empresas joint ventures, o que na época possibilitou o
ser invadido, mas a ascensão do presidente comunista, em 1978, deu início efetivo a todas as desenvolvimento de indústrias de tecnologia e infraestru-
pessoas desse grupo são milionárias. Só para fazer uma
mudanças que aconteceram no país e o tornaram a segunda maior economia mundial. g pequena comparação, nos EUA, cerca de 45 milhões de
tura. Com o passar do tempo, o país melhorava o processo
habitantes são da classe média-alta.
de reformas econômicas usando “modelos” para as novas
reformas. Esse sistema funcionava da seguinte maneira: Mesmo assim, a China é um dos países que mais sofre
a reforma era implementada em determinada empresa com a disparidade de classes, pois, de seus 1,34 bilhões
de certa região. Caso funcionasse, a reforma seria feita de habitantes, aproximadamente 500 milhões vivem em
em todo o país. Essa forma de abordagem era, segundo situação de pobreza. A diferença de renda talvez seja um
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mundo trazerem produtos e traçarem estratégias de marketing lojas na Grande China; em 2013, inaugurará em Xangai uma
especiais para a população chinesa. Maison Hermès, nos moldes das lojas de Paris, Nova York,
Tóquio e Seul. Em 2012, a Hugo Boss escolheu o ator Chow
Segundo o escritório Roland Berger, conquistar a clientela
Yun-Fat para ser a cara da marca nos próximos dois anos.
chinesa é uma aposta difícil, mas assim que o público passa
a conhecer a marca, as vendas explodem. Quando marcas No início de 2012, diversas marcas abriram suas portas na China
como Cartier, Yves Saint Laurent, Chanel, Hermès e Gucci, pela primeira vez, como forma de fortalecer o negócio. Mesmo
entre outras, começaram a aparecer nos anos 1990 na China, com as previsões de desaceleração do mercado chinês para os
nenhuma delas sabia da real importância do mercado chinês. A próximos anos, as marcas ainda apostam nos países emergentes
primeira marca a investir fortemente no público chinês e dar ao (China, Brasil, Rússia e, recentemente, Cazaquistão) como os
país importância, exclusividade e atenção mundial foi a Fendi, grandes “salvadores” dos seus negócios. Essa desaceleração
em 2007, com o inesquecível e grandioso desfile na muralha econômica, que já começou, não afetou seus hábitos de con-
Primeira fila do desfile
da China, em que mais de 90 looks foram desfilados, quase sumo da população chinesa. As vendas no varejo, de janeiro a
da Armani Privé.
todos em modelos chinesas. O próprio Karl Lagerfeld, estilista julho de 2012, somaram 11,45 trilhões de yuans (3,63 trilhões
da marca, afirmou ter feito experiências com cortes e estampas de dólares), com alta nominal de 14,2% em relação ao mesmo
que combinassem com as mulheres chinesas. período do ano anterior. A única preocupação real dos chineses
é com a inflação. A rede de moda espanhola Mango vê na China
A partir de então, muitas marcas começaram a investir no
a possibilidade de recuperação de seu faturamento, que caiu
mercado e em produtos que possuem traços de homenagem
38% em um ano. Hoje, a marca possui mais de 2.500 pontos
e reconhecimento à rica cultura chinesa. Exemplo disso são
de venda, mas pretende abrir mais 80 apenas na China e 30 na
a Prada, que realizou junto ao cineasta chinês Yang Fudong
Rússia, países que considera grandes apostas de vendas.

um curta-metragem para a campanha masculina de Outono/

Inverno 2012, e a Ferrari, que lançou uma edição limitada de um Grandes eventos voltados para o público chinês também são
carro redesenhado pelo artista Lu Hao, inspirado em cerâmicas uma estratégia para atingir o mercado consumidor. A joalheria
chinesas antigas. Já a Hermès, antes de abrir sua primeira loja na Harry Winston levou à sua filial chinesa as estrelas do seriado
China, organizou uma exposição com o tema O cavalo chinês Gossip Girl, que são um grande sucesso no país. A marca deu
nas coleções dos museus locais. Hoje, a marca conta com 40 aos fãs chineses a oportunidade de conhecer de perto seus
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Divulgação
Marc Jacobs em desfile
da Louis Vuitton em Pequim.
dos principais fatores para que o mercado de luxo e as marcas AMOR CORRESPONDIDO
consideradas tradicionais tenham na China um de seus princi- A Louis Vuitton é apenas mais uma das grandes marcas que
pais mercados. O crescimento do poder de compra da população abriram as portas para o público chinês. Nos últimos anos, quase
chinesa está andando a passos largos, e se apenas uma parcela todas as marcas de grupos como PPR e LVMH voltaram-se para o
da população que atingiu um patamar social mais elevado já país, tendo lá seu mais importante faturamento, como os resulta-
tornou a China uma potência mundial, esse crescimento está dos vistos no primeiro trimestre de 2012, com aumentos de 20%
apenas no início. e 30% no faturamento, respectivamente. Do grupo PPR, 23% do
Apesar de todas as facilidades para a entrada de empresas es- total das vendas da Gucci e 76% do total da atividade da Bottega Você poderá assistir a este vídeo na versão interativa
trangeiras no país, uma das principais dificuldades para que isso Veneta estavam na Grande China. Houve um aumento de 24% da revista no iPad ou pelo link abaixo:
aconteça está na adequação dos seus produtos para a população no total de vendas do grupo: em 2011, a PPR abriu 25 lojas no http://www.youtube.com/watch?v=9HpMRAmmCr8
chinesa. Em um país que existe há 4 mil anos, tradições estão país; ao fim de março de 2012, esse total estava em 124 butiques.
impregnadas no dia a dia da população, que somente há pouco Mas só a história por trás de uma marca não é suficiente para
tempo se abriu para produtos estrangeiros. A Louis Vuitton manter os clientes chineses interessados nela. Um mercado que
(LVMH), por exemplo, foi a primeira grife a abrir uma filial na até pouco tempo atrás era fechado aos produtos estrangeiros, ou
China, em 1992; hoje, ela é o primeiro nome a ser lembrado não possuía um poder de compra que possibilitava a aquisição
pelos chineses como marca de luxo, e sua loja de Beijing fatura de produtos de luxo, hoje vê as marcas mais importantes do
mais do que a de Chicago, nos EUA. g
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Detalhes do evento China in Paris
CATARINA — AG O STO 2 0 12
Acima: fachada da Harry Winston em Pequim. | Abaixo: Ed Westwick, Frederic de Narp e Leighton Meester.
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ídolos pela primeira vez. “Nós vemos a China como o lugar Durante a temporada de Outono/Inverno 2012, em Paris, a
mais exclusivo no mundo, e nós pretendemos continuar como editora-chefe do site de moda NOWFASHION.COM, Jessica
os mais exclusivos fabricantes de joias e relógios do mundo”, Michault, postou em seu twitter uma foto com cinco garotas
afirmou Fredéric de Narp, presidente e diretor-executivo da chinesas e a seguinte frase: “Veja o futuro da primeira fila no
Harry Winston. mundo da moda”. Mesmo com todo o burburinho causado
pelos eventos na China, ainda é na Europa, especificamente
A Louis Vuitton, mesmo já conhecida pelo consumidor e
em Paris, que tudo acontece. Mas nem por isso as chinesas são
possuindo mais de 40 lojas, continua investindo forte em suas
esquecidas por lá: marcas como Dior e Chanel pagam agências
ações de marketing. Para inaugurar a nova loja de Xangai (que
para ter uma A-list stars; hoje, as celebridades chinesas são
em tamanho só perde para a flagship na Champs-Élisées), o trem
mais benquistas pelas marcas do que as já velhas conhecidas de
utilizado no cenário do desfile da temporada Outono/Inverno
Hollywood.
2012 em Paris – que custou à marca cerca de 5 milhões de dólares
para ser construído – seguiu viagem até Xangai, em um desfile Outro setor que parece estar sendo salvo do gigante asiático
que reuniu diversas celebridades orientais e causou um frisson são as mídias impressas. A população ainda compra as revistas
sem igual. Sobre a crise na economia chinesa, Yves Carcelle, ao invés de buscar informação online e, para os chineses, ter
diretor-executivo da Louis Vuitton, deixou claro que nem todo uma Vogue na mesa de centro da sala é sinônimo de status. As
país terá um crescimento nas vendas de 10% a 14% todos os marcas também investem intensamente em propagandas nas
anos, e mesmo que o numero caia, não será tão pequeno como revistas. Versões de publicações ocidentais, como Cosmopolitan
o das vendas em países como a França. e ELLE, têm edições duplas a cada mês, e a Vogue publicará 16
edições por ano.
Em maio, a Giorgio Armani também levou um desfile para a
China. A marca transformou um galpão no distrito artístico de
AMOR PRÓPRIO
Beijing em uma megaestrutura que abrigou a coleção de Outo-
Enquanto celebridades se espremiam e eram paparicadas na
no/Inverno 2012 da marca, em um evento que reuniu diversas
primeira fila de desfiles na mais importante semana de moda
celebridades chinesas e deu a oportunidade de a diva pop Tina
do mundo, outros chineses queriam mostrar seu país, mas de
Turner conhecer a China pela primeira vez.
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— M E R CA D O — —
— FAVORITOS
MERCADO ——
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Desfile Xander
Zhou em Londres
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Desfile da Giorgio Armani em Pequim.

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Xander Zhou
em seu ateliê.
Desfile
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Masha Ma dificuldades encontradas no mercado. A principal delas é mais velhas, que não estão preocupadas com o futuro da
Masha Ma em Londres. que a indústria têxtil chinesa ainda não está preparada para moda na China.
mudar o paradigma do Made in China para o Designed in
Apesar dos problemas, há muitas expectativas com relação
China. Por mais estranho que pareça, tecidos são um pro-
aos designers chineses. O presidente da PPR, François-
blema para os estilistas chineses. Hoje, a maior parte dos
-Henri Pinault, revelou ao Hong Kong Economic Times
uma maneira diferente. O China in Paris é um evento que teve temporadas leva designers chineses para conhecer Paris: “Faço tecidos utilizados vem de países como Índia e Bangladesh
os planos de comprar uma marca chinesa. O interesse
sua segunda edição na temporada de Outono/Inverno 2012 isso para abrir portas para eles; de outra maneira, eles não sabe- e vão para a China apenas para tingimento. A maioria
começou com uma visita a Beijing em setembro de 2011,
reúne organizações, como China National Garment Associa- riam como se aproximar de Paris. Depende somente deles ficar dos novos designers quer experimentar e usar tecnologia
quando ele disse ao jornal econômico Bloomberg que
tion (CNGA) e Fashion In Life; e tem a parceria da Fédération ou não, às vezes, as razões culturais e a língua falam mais alto. em suas criações, mas a indústria têxtil é muito relutante,
estaria procurando uma “marca chinesa com sua própria
Française de la Couture. Sua proposta é simples: criar pontes Mas para ficar, eles precisam de talento e de uma boa cabeça para com o argumento de que é muito trabalho para pouco
identidade”. Mas que tipo de identidade estaria um
criativas entre os dois países. Durante muito tempo, a China não os negócios.” Dos estilistas que vieram para Paris com Christine, dinheiro. Mão de obra também é um problema para quem
conglomerado francês esperando de uma marca chinesa?
era nem lembrada pelos criadores e pelas marcas mais famosas; hoje, três deles trabalham em showrooms da capital francesa. trabalha com moda na China. Masha Ma, a mesma que
Para o estilista Xander Zhou, ser um dos poucos estilistas a
além disso, nenhum empresário chinês estava ligado à alta moda. apresentou sua coleção em Paris no início deste ano, falou
Outro caso de sucesso é o da designer Masha Ma, que há dois mostrar seu trabalho em grandes semanas de moda é como
Hoje, eles não apenas vendem marcas estrangeiras em seu país, ao WWD sobre a dificuldade de encontrar trabalhadores:
anos apresentou seu trabalho no evento, mas agora decidiu um peso. Vê-se nesses jovens a necessidade de retratar uma
como também querem transformar a moda que vem de casa. “A “Você precisa de um lugar chique para mostrar aos traba-
trilhar seu caminho sozinha. A estilista, que estudou na Central China que não é a mesma de 4 mil anos atrás. Não é
China não tem o equivalente ao japonês Yoshi Yamamoto. Os lhadores que você é de verdade, caso contrário, eles não
Saint Martins e desfilou por três temporadas em Londres, foi preciso que eles tirem o espaço da criatividade, para que
chineses querem promover designers que podem se transformar trabalham para você”. Outros problemas técnicos incluem
convidada para participar do calendário oficial da Semana de no lugar dela sejam colocadas golas altas, robes e todos
em marcas nacionais”, afirmou Didier Grumbach, presidente da os tamanhos para a confecção, que não são tabelados (os
Moda de Paris na última temporada. os clichês que já conhecemos da cultura chinesa. Não há
Federação de Moda Francesa. estilistas costumam usar tabelas japonesas ou europeias e
Mesmo com muita vontade de mudar o cenário da moda no necessidade de negar a importância da História para um
Christine Zhao, filha de um grande empresário do ramo da até mesmo suas próprias medidas), e a estamparia, que,
país, os estilistas chineses ainda têm que lutar contra muitas país que já passou por tantas coisas, mas para esses jovens
moda e uma das organizadoras do China in Paris, há quatro diferentemente da maioria dos países, é feita por pessoas
g designers, é apenas o começo.
ERA UMAVEZ...
AEC E WAONE SÃO OS NOMES QUE ESTÃO POR TRÁS DA INTERESNI KAZKI,
SÃO OS PRECURSORES DA STREET ART NO LESTE EUROPEU E HOJE,
COM OBRAS EM TODOS OS CANTOS, SÃO DONOS DOS TRABALHOS
MAIS CONHECIDOS DO MURALISMO NO MUNDO.
po r J U L I A B I T T E NCOU RT

OS TRAÇOS DELICADOS E AS CORES FORTES CON- IK: A street art na Ucrânia é bem fraca. Não existem muitos ar-
TRASTADAs com as suaves são características das pinturas tistas por aqui, somente dois ou três, que são muito bons. Algum
carregadas de situações impossíveis ou de objetos do cotidiano, tempo atrás, o governo de Kiev aprovou uma lei proibindo o
que mudam e acabam perdendo sua forma original e adotando grafite, mas para nós não importa, não pintamos mais em Kiev
novos significados. Críticas sociais, religião, astrologia, ficção há dois anos, porque agora trabalhamos em outros países.
cientifica e tradições populares estão presentes nos trabalhos da
dupla, sempre cheios de simbolismos, nos quais diversas leituras C: APÓS MUITO TEMPO CRIANDO, E COM O TRABA-
podem ser feitas, revelando, a cada olhar, um novo ponto de LHO DE VOCÊS SENDO RECONHECIDO EM TANTOS
vista. LUGARES, COMO É A RELAÇÃO DA IK COM A SOCIE-

DADE UCRANIANA?
CATARINA: QUANDO A HISTÓRIA DE VOCÊS COME-
IK: A maioria das pessoas na Ucrânia não se importa com a street
ÇOU? DE ONDE VEM O NOME INTERESNI KAZKI E O
art. Elas se importam apenas com seus próprios problemas, e a
QUE ELE SIGNIFICA?
situação política e econômica do país não é muito boa. Mas,
INTERESNI KAZKI: Nossa história como artistas de rua come- por outro lado, muitas pessoas conhecem nossa arte muito bem,
çou há mais de 10 anos. Começamos com grafite tradicional, com especialmente a geração mais jovem. Já outras pessoas, como a so-
estilo de escrita. Interesni Kazki era nossa gangue de grafite “IK”. ciedade da arte contemporânea, não gostam de nós, porque nossa
Na época, o significado era “ingenious kids”. IK era a união de arte é clara, honesta e está fora das tendências de arte ucranianas,
alguns grupos de Kiev. Mais tarde, cansamos do grafite de escrita e que por esses tempos é glorificar todos os tipos de sujeira.
tentamos pintar os muros somente com personagens. Esse, então,
foi o nosso começo. Interesni Kazki significa “conto de fadas”. C: COMO É A SENSAÇÃO DE COMEÇAR EM UM PAÍS
TÃO PEQUENO E HOJE ESTAR EM QUASE TODAS AS
C: COMO É A STREET ART NA UCRÂNIA, ESPECIAL-
ESQUINAS DO MUNDO?
MENTE EM KIEV? EXISTE ALGUM PROBLEMA? HÁ A
LIBERDADE PARA CRIAR? IK: Nós estamos muito felizes por trabalhar em outros países,
porque não existe futuro para a street art na Ucrânia. g
http://interesnikazki.blogspot.com
— A RT E — — FAVORITOS
— ARTE — —

http://vimeo.com/41357610

CADA PESSOA INTERPRETA NOSSO TRABALHO DE UMA MANEIRA DIFERENTE, AS PESSOAS C: QUAIS AS INFLUENCIAS DE VOCÊS? C: É VISÍVEL A INFLUENCIA DO SURREALISMO NO TRABA-
LHO DE VOCÊS. NÓS PODEMOS DIZER ATÉ QUE É QUASE
SÃO LIVRES. MUITAS VEEM CERTO TIPO DE ESPIRITUALIDADE EM NOSSA ARTE, IK: Nós viajamos muito e vemos muitos países com diferentes cultu-
UM SURREALISMO REINVENTADO. COMO ELE INFLUEN-
ras, então isso nos influencia muito. Existem também muitos filmes
ÀS VEZES HISTÓRIAS FANTÁSTICAS OU CRÍTICAS SOCIAIS. com profundos significados, dos quais gostamos, mas a maioria deles
CIA (OU AJUDA) NA HORA DA CRIAÇÃO?
— In t e r e s n i K a z k i tenta manipular a consciência das massas. Nós escutamos muitos tipos IK: Para mim, surrealismo é uma maneira de ver o mundo, como um
de música; frequentemente, é música eletrônica retrô, meditativa, próximo nível de percepção do mundo, longe das sensações físicas.
krautrock, música ambiente, progressivo, neoclássico... Os livros Surrealismo é um tipo de realidade, imaginada com símbolos. É
C: QUAL FOI O PRIMEIRO CONVITE PARA PINTAR FORA tornou extremamente comercial, e isso força o artista a fazer a mesma também nos influenciam, e muitos deles formaram a visão que temos como um sonho, quando às vezes Higher Mind diz a você através de
DA UCRÂNIA? coisa o tempo todo, caso ele queira continuar popular e ganhando do mundo. Na minha infância, a maioria deles eram russos ou contos imagens e símbolos algo muito importante sobre sua vida real. Então,
dinheiro com isso. de fadas ucranianos, além das antigas revistas soviéticas sobre ciência, pintar é como uma meditação ou um sonho, quando algo acima de
IK: Foi para pintar na Polinza, em 2007, em Valência, na Espanha.
natureza e história, com lindas ilustrações. Depois foram os livros de você guia o processo.
C: O QUE VOCÊS PENSAM SOBRE O FUTURO DO MURA- Sci-Fi e mais tarde, livros espirituais e de filosofia.
C: QUAL A PRINCIPAL CARACTERÍSTICA DO TRABALHO
LISMO? VOCÊS SENTEM A NECESSIDADE DE ESTAR NAS
DE VOCÊS, AQUELA QUE FAZ COM ELE SEJA ENTENDIDO
GALERIAS?
EM TODOS OS LUGARES?
IK: Acreditamos que o muralismo seja muito poderoso como in-
IK: Não sabemos... Cada pessoa interpreta nosso trabalho de uma
fluência de massa, então, no futuro, pode sim se tornar algo mais
maneira diferente, as pessoas são livres. Muitas veem certo tipo de espi-
comercial. As galerias dão a possibilidade de você conseguir dinheiro
ritualidade em nossa arte, às vezes histórias fantásticas ou críticas sociais.
através da sua arte, mas nós não sentimos vontade de estar lá, nós
C: COMO É O PROCESSO PARA CRIAR OS TRABALHOS? sentimos a necessidade de pintar. Muitos colecionadores e muitas
galerias precisam mais de nós do que nós deles...
IK: Nada de muito especial. Surge a ideia, depois fazemos alguns
esboços em cadernos, encontramos a parede certa, desenhamos e C: AQUI NO BRASIL, TEMOS UM DUO CHAMADO OS GÊME-
pintamos. OS QUE TEM UM TRABALHO SIMILAR AO DE VOCÊS, COM
CRÍTICAS À SOCIEDADE. VOCÊS O CONHECEM?
C: PARA NÓS, PARECE QUE EXISTE CERTA LIBERDADE
QUANDO SE TRABALHA NAS RUAS. ELA REALMENTE EXIS- IK: Sim, conhecemos, mas não pessoalmente. Nós gostamos e temos
TE? COMO É ESSA SENSAÇÃO? muito respeito pelo trabalho dos dois, tanto que, de certa forma, ele
influenciou o nosso trabalho no passado. Mas parece que eles estão
IK: Sim, é verdade. Achamos que a street art é o tipo de arte com mais g
cansados, não estão mais tão ativos como estavam há 10 anos.
liberdade no momento. Mas, por exemplo, nos Estados Unidos, ela se

http://www.youtube.com/watch?v=o8_ExgsBDk0&feature=player_embedded
C: QUAL O MELHOR LUGAR ONDE VOCÊS JÁ PINTARAM? C: UM DOS TRABALHOS MAIS CONHECIDOS DE
VOCÊS É EM UM SUBMARINO. COMO FOI ESSA EX-
IK: O melhor lugar onde pintei foi na Ilha dos Açores e nas
PERIÊNCIA?
montanhas do Himalaia.
IK: Foi em Crimeia, na cidade independente de Sebastopol, no
C: AS CORES SÃO UMA FORTE CARACTERÍSTICA DO aniversário de um de nossos amigos, o Kislow. Nós estávamos
TRABALHO DE VOCÊS. COMO ELAS SÃO ESCOLHIDAS? comemorando em uma marina e vimos um submarino, no golfo
IK: As cores são escolhidas automaticamente. Quando você pin- que banha a cidade, somente com a parte de cima para fora da
ta, com a energia fluindo em sua mente, aí então você escolhe água. Nós fomos até lá de barco e pintamos alguns personagens.
a paleta de cores. Do outro lado do golfo existia uma base militar russa, e soldados
nadaram até nós guiados pelo comandante...
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— H—
ISTÓ
FAVO
R IARDA
ITOM
S O—
DA — — HISTÓRIA
— FAVORITOS
DA MODA
— —
Getty Images
Wist Thorpe
POR TRÁS DE UM GRANDE
HOMEM,

UMA GRANDE
MULHER
Getty Images
po r J U L I E F E RNANDE S
Audrey Hepburn, Loulou de la Falaise,

Amanda Harlech e Madame Bricard.
Kary Kwok
— H ISTÓ R IA DA M O DA — — HISTÓRIA DA MODA —
O GLAMOUR E O STATUS SÃO PROPORCIONAIS AO TAMANHO DAS FUNÇÕES QUE UMA MUSA ACUMULA
DENTRO E FORA DAS CASAS DE MODA. ELAS TRABALHAM INTENSAMENTE DESDE O COMEÇO DA
COLEÇÃO, SENDO CONSELHEIRAS E COLABORADORAS, EM CUJA VISÃO OS ESTILISTAS CONFIAM MUITO.
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Yves Saint Laurent e Loulou de la Falaise
A CENA REPETE-SE A CADA TEMPORADA: DIAS ANTES DO Christian Dior conheceu Madame Bricard em Paris e logo ficou
DESFILE DA FENDI, Karl Lagerfeld faz as últimas provas de roupas, fascinado pela moça. Para o estilista, ela era a definição do chique e
cercado de funcionários tensos com as alterações e reprovações de serviu como inspiração para a criação do New Look, além de ter sido

vários looks que entrariam na passarela no dia seguinte. Em dúvida a responsável pela criação dos famosos chapéus da marca.
sobre um vestido, ele prontamente aprova a peça ao ouvir um “So
Em 1953, Hubert de Givenchy conheceu a sua musa inspiradora, Au-
chic, Karl” num tom misto de sinceridade, histeria e bajulação. A dona
drey Hepburn, e passou a criar modelos não só para seus filmes como
dessa simples frase que facilitou a decisão do estilista é Lady Amanda
para o dia a dia da atriz, que traduzia o ideal da elegância feminina
Harlech, que o acompanha desde 1990 na Chanel e recebe salário para
que ele buscava para as suas criações.
ser sua musa absoluta.
Hoje, é a brasileira Lea T, modelo transexual, que encanta o novo
Não é novidade que os estilistas inspiram-se na beleza e na originalidade
diretor de criação da Givenchy, Riccardo Tisci. Ele a conheceu há mais
de algumas mulheres para criarem as suas coleções. As histórias são muitas.
de dez anos e adora afirmar que Lea tem o “corpo perfeito” para ser
Paul Poiret deve muito do seu sucesso a Denise Boulet, sua esposa, sua modelo de prova e musa.
grande musa considerada a primeira trendsetter francesa. Além de fonte
Yves Saint Laurent talvez tenha tido a musa mais icônica da história
de inspiração para os vestidos sem espartilho, revolução para a época,
da moda, Loulou de la Falaise. Eles se conheceram em 1968, numa
ela foi também sua modelo para divulgação da figura la garçonne.
noitada em Nova York, e nunca mais se desgrudaram. A musa de Saint
Amanda Harlech e Karl Lagerfeld
g
Laurent inspirou grandes criações e sempre trabalhou muito próximo Hoje, as musas são verdadeiras chefes de comunicação das maisons.
do estilista, transformando-se em conselheira, braço-direito e designer O glamour e o status são proporcionais ao tamanho das funções que
de joias e chapéus da marca durante muito tempo. Foi ela quem in- uma musa acumula dentro e fora das casas de moda. Elas trabalham
fluenciou Yves a apostar nos elementos étnicos e incentivou o estilista intensamente desde o começo da coleção, sendo conselheiras e cola-
a criar o smoking feminino, quando adotou um visual andrógino, com boradoras, em cuja visão os estilistas confiam muito. Desempenham
cabelos curtos e calças masculinas. o papel de grandes RPs para os desfiles e lançamentos de produtos.
São presenças assíduas nos eventos que promovem ações da marca.
Não temos como negar que há algo de muito especial na forma como
Impulsionam as vendas, sendo o rosto da campanha e desfilando as
essas mulheres escolhem e combinam suas roupas e seus acessórios.
roupas que acabaram de sair da passarela, ajudando a aproximar a
As musas acabam tornando-se referência e ícones da moda, autênticas
marca do público.
celebridades, mas nem por isso podemos confundir musas com it-girls.
Como Amanda Harlech, Loulou tornou-se indispensável no processo Ao pensar novamente na cena da indecisão de Karl Lagerfeld, fica
da coleção e considerava que esse título subvalorizava o seu papel óbvia a certeza de Lady Amanda Harlech ao ver o vestido. Ela se
Getty Images
dentro do ateliê, onde o expediente era uma jornada longa. As duas, envolve com a marca, conhece o criador e as clientes, é consumidora
além de servirem de inspiração e desfilarem suas roupas com toda a e, o mais importante, é mulher. E cá entre nós, ninguém melhor pra
Audrey Hepburn e Hubert de Givenchy elegância que os criadores buscavam, começaram a transformar o status dar pitaco em roupa do que uma bela mulher, não?
de musa em profissão.
—— FAVO
V IT R IN
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sabemos onde encontrar. Ou mesmo não temos a dedicação de sair à procura de
peças parecidas em shoppings ou nas infinidades de lojas virtuais, sem falar na grande
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possibilidade de não encontrarmos aquilo que realmente desejamos.
A vitrine CATARINA dessa edição oferece acesso imediato aos produtos que você
mais gostou, inspirados na moda das ruas do mundo inteiro. Basta clicar na peça e COMPRAR COMPRAR
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B R A S I L E I R A po r PAT RI CI A L I M A e G RAS I E L A S OU ZA
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E NA INCESSANTE BUSCA PELO NOVO, ENCONTRAMOS:
MARCOS PAULO
NASCIDO E CRIADO EM FLORES DE CUNHA, NA SERRA Estabelecer e criar uma identidade forte, essas são as metas para a
GAÚCHA, quando mais novo gostaria de ser arquiteto. A partir de fase inicial de sua marca. Ele entende que o crescimento deve ser
então, começou a se interessar por criação, moda e arte. Formado lento, para que se possa melhorar o processo e manter a qualidade,
em Design de Moda na Universidade de Caxias do Sul, ainda na já que suas peças demandam tempo e paciência para serem feitas.
faculdade fez intercâmbio para Portugal, e garante que essa troca Apesar de sua assinatura ser bem conceitual, ele não descarta a
cultural foi a causadora de sua evolução pessoal. possibilidade de incluir em suas próximas coleções peças comerciais
que mantenham um pouco de sua estética.
Por morar em uma cidade pequena e sem muitas opções culturais,
desde que entrou na faculdade criou uma ligação muito forte com Buscando sempre surpreender e quebrar conceitos, além de
livros e internet. São eles a fonte de inspiração que aprofundam designer de moda, Marcos também se arrisca na arte digital. Em
seu conhecimento. seu tumblr, conseguimos viajar em seu olhar sobre o mundo por
horas. Suas próximas coleções serão mais desenvolvidas em cima
“Eu trabalho em casa, então tudo é feito no meu ateliê, onde nunca falta
disso.
papel, livros para pesquisa e tecidos para testar novas formas. O único
problema é que as roupas estão ficando cada vez maiores, mas o espaço “A internet virou um espaço democrático em que todos podem ver seu
não.” trabalho, onde a distância não existe e todos têm acesso à informação. Uso-a
como principal meio para mostrar meu trabalho.”
Com uma assinatura conceitual, Marcos fala que os formatos geo-
métricos, sejam eles sutis ou bem aparentes, sempre compuseram
seu trabalho. É fã de Lucy McRae e Bart Hess, que usam formas
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simples de modificar o corpo.

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MELK ZDA
“UM CARRASCO DISFARÇADO DE BOM MOÇO QUE NAMORA COM A ARTE”.

ESSA É A SUA DEFINIÇÃO PARA MODA.
MELK ZDA É ESTILISTA, DESFILA NO FASHION RIO HÁ equilíbrio certo entre esses dois conceitos. “Precisamos vender para
10 TEMPORADAS, define-se como básico, sem vaidades e adora o negocio existir.”
arte, bichos e pessoas. Nascido em Usina Laranjeira, zona da mata do
A marca Melk Zda já vendeu para todo o Brasil e alguns pontos
interior de Pernambuco, por ter uma origem rural, gosta da natureza
do exterior. Hoje, está em número reduzido, mas almeja atingir
e da cultura sustentável. Em entrevista exclusiva para o patilima.com,
um número maior em 2012. Tudo isso deveu-se a uma mudança
Melk Zda revela um pouco de suas características cotidianas e criativas.
de foco da marca, que se propôs a fazer uma roupa couture, feita
Às 7h da manhã começa sua rotina de desenvolvimento. Todo o sob medida, que valorize o conceitual e os novos materiais. A
processo criativo é feito em seu ateliê, que é bem experimental. experiência foi boa, mas a marca ficava muito restrita e pouco
Croquis, teste de modelagem, teste de bordados, teste de texturas, conhecida. Foi então que se resolveu voltar às lojas. “O mercado da
avaliação de costura e – ufa! – ele repassa todo esse trabalho para moda está muito competitivo, quase tirano, por isso a necessidade de ficar
sua equipe, que aprimora e instiga suas ideias. Em média, são quatro mais profissional e autoral.”
coleções por ano, com no máximo 30 peças cada. Ele confessa
Melk orgulha-se em nos dizer de seu projeto chamado A CAIXA,
que o segredo do caimento e das texturas de suas peças deve-se ao
que reúne em seu ateliê novos artistas de várias áreas em uma
acesso dele a tecidos importados, bem diferenciados, que facilitam
mostra coletiva. Também tem um carinho especial pelos projetos
muito sua criação.
dos quais participa com o SEBRAE, desenvolvendo produtos com
Sua maior fonte de pesquisa é a vivência. Ele garante que é mais artesãos nas zonas rurais de Pernambuco.
fácil se inspirar em coisas que se conhece bem. Costuma fazer
pesquisas sem compromisso, cria arquivos de imagens e inspirações D I C AS D O D E SI G N E R
de acordo com o desejo de cada temporada, faz um mural usando LIVRO
fotos, desenhos, testes de bordados e tecidos. Esse quadro funciona Costura do Invisível, de Jun Nakao.
como um HD: toda ideia é armazenada para não ser perdida.
FAVORITOS DA WEB
Apesar de sua assinatura conceitual ser bem evidente, conseguimos www.sandiinthecity.onsugar.com
ver tranquilamente suas roupas nas ruas, em uma vitrine comercial. www.anamariabahiana.blogosfera.uol.com.br
Toda essa percepção não acontece à toa, há tempos a marca vem www.blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br
tentando adaptar seu conceitual para o mundo real, buscando o www.iangamache.com/blog
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DER METROPOL
“VER PESSOAS VESTINDO A MINHA ROUPA, ISSO É O QUE EU BUSCO A TODO O MOMENTO. O PRAZER DE VER
ALGUÉM VESTINDO ALGO QUE VOCÊ DESENHOU É INDESCRITÍVEL”.

À FRENTE DA MARCA DER METROPOL, Mario Francisco gosto bastante, como Pierre Cardin, Andre Courrèges, Thierry
abre seu mundo criativo. Trabalhando com moda há mais de Mugler, Alexandre Herchcovitch, Marcelo Sommer, Ronaldo
10 anos, ele conta com exclusividade para a CATARINA suas Fraga, Kim Jones, Nicolas Guesquiere e Walter Van Beirendonck.
experiências, seus planos e suas aspirações profissionais.
PROCESSO CRIATIVO... A inspiração ou o tema surge por
A MODA SIGNIFICA... Muito mais do que trabalho, é um acaso, algo que vejo, uma música que escuto, uma memória,
pensamento constante. um evento; a partir daí, eu pesquiso tudo o que se relaciona
com aquilo que foi o ponto de partida. Essas ideias então vão
TEMPO DE MODA... Até um pouco influenciado pela novela
se transformando literalmente em desenho, e o processo de
Ti Ti Ti, que a Globo transmitia nos anos 1980, desde pequeno
pesquisa não para, caminha paralelamente à criação.
eu sempre gostei de desenhar roupas e observar o design de uma
peça, observar como as pessoas se vestem. Não consigo olhar EVENTOS MARCANTES... Eu desfilo na Casa de Criadores.
para trás e identificar quando eu me interessei por moda, porque Cada evento marca a carreira de alguma maneira; acho que todos
é um assunto que sempre me interessou. foram importantes.
DEFININDO SEU ESTILO... Acho que as principais carac- PROJETO PREFERIDO... Acho que cada uma das coleções
terísticas do meu trabalho à frente da DER METROPOL são tem as suas particularidades. Existem as de que gosto mais e
as misturas de streetwear, alfaiataria e sportswear, e também o as de que gosto menos, mas em todas há peças de que não
uso de elementos trazidos da moda feminina que conversam gosto muito, ou em que mudaria alguma coisa, até por ser bem
com o universo da moda masculina, sem que a roupa perca sua perfeccionista e acreditar sempre que posso fazer melhor; e tem
masculinidade. peças que amo. Todas as peças fazem parte de um conjunto, elas
não são peças separadas, foram criadas dentro de um mesmo
INSPIRAÇÕES... Qualquer coisa pode ser inspiração, não acho
raciocínio. Mas para citar um dos desfiles de que gosto muito,
que isso seja “controlável”. É lógico que existem assuntos pelos
lembro do meu desfile de Formatura. Tenho um carinho bem
quais eu me interesso mais, como música, cultura em geral, mas
especial por ele, que é com certeza uma das melhores coleções
acho que qualquer criador precisa estar aberto a novas influên-
que eu já fiz.
cias a todo o tempo, procurar não se limitar.
PLANOS... Manter-me nessa linha evolutiva que venho seguin-
REFERÊNCIA PREFERIDA... Tenho alguns estilistas de que
do; e que a próxima coleção seja sempre melhor.
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MARK GREINER

UM ARQUITETO DESIGNER DE MODA.
HÁ 11 ANOS AVENTURANDO-SE PELO CAMINHO DA Sensível ao cotidiano das pessoas, suas inspirações são baseadas
CRIAÇÃO EM MODA, Mark fala de suas origens culturais, suas em referências afetivas que valorizam o ser humano e suas
inspirações e seu processo criativo. habilidades.
Filho de um casamento entre Karl Greiner, imigrante sino- “Trabalho de forma incessante e instintiva. Busco entender e apreender
-germânico natural de Xangai, e Velma Limaverde, uma mulher o processo de construção cênica do espetáculo chamado desfile. Todos os
nordestina nascida no Cariri cearense, Greiner tem nas relações elementos, da vestimenta à passarela, são relevantes e tornam-se funda-
culturais vindas do seu núcleo doméstico sua maior referência mentais para a satisfação de dividir alegria no momento da fila final.”
para moda.
Seu ateliê em Fortaleza traduz seu universo familiar. Suas roupas
Parceiro do Dragão Fashion Brasil desde 2001 e diretor criativo são feitas sob medida. Ele fala que seu trabalho não é um produ-
desde 2008, em 2011 foi convidado por André Hidalgo a integrar to, mas sim uma ideia que compõe o universo que chamamos
o line-up da Casa de Criadores. de beleza. Sempre lúdico, Greiner quer entender o fascínio que
envolve o ser humano e o seu poder imagético, unindo moda e
Graduado em Arquitetura e Urbanismo, faz parte da equipe de
beleza em um único espaço de expressão.
arquitetos Ione Fiuza há cerca de 19 anos. O constante exercício
de compreensão do tridimensional arquitetônico faz com que Perguntei qual era o seu livro de moda favorito... “O Casaco de
suas experiências com a moda lhe permitam representar o mun- Marx, de Peter Stallybrass. Fala da relação afetiva contida no ato de
do de forma libertária, fazendo um único repertório. vestir, e esse é o tema que mais me interessa na moda. Procuro estabelecer
vínculos que acrescentem valor à roupa para além do produto.”
Vemos que é nítida sua paixão pelo universo da criação. Seja
na arquitetura ou na moda, o que desperta seu interesse é a E o seu livro de arquitetura... “Sou fascinado pela obra de Lina Bo
comunhão de ideias com a sua materialização. Foi através da Bardi, e no livro coordenado por Marcelo Ferraz (que leva o nome da
moda que conseguiu estabelecer elos que vão além do produto artista) podemos nos deparar com a simplicidade monumental do seu
e da imagem. Com a moda, ganhou verdadeiras amizades. trabalho. Seja em suas formas ou nos materiais utilizados, sua obra
reflete sua genialidade.”
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— D—
IR EFAVO
ITO SRDA
ITOM
S O—
DA — — DIREITOS DA MODA —
A DISCUSSÃO DE QUESTÕES LEGAIS DENTRO DA INDÚSTRIA

DA MODA BRASILEIRA EVOLUI COM A PROFISSIONALIZAÇÃO DO
SETOR E DE EVENTOS ESPECIALIZADOS.
À medida que um setor da economia cresce e atrai mais atenção o permitir”, afirma o advogado. A linha entre a pirataria e a ins-
para si, questões legais ganham ainda mais evidência. Na moda, piração é tênue, principalmente em uma indústria globalizada
temas como disputa de direitos autorais, acusações de plágio, e com um alto volume de informação facilmente encontrada.
uso indevido da imagem de modelos e até condições desfavorá- “Não há nenhuma legislação que diferencie as duas [pirataria
veis no chão de fábrica passam, hoje, por um rigoroso controle. e inspiração], é uma questão de bom senso”, replica Spiewak.
É o chamado fashion law, ou direito da moda, uma nova área “O produto pirata é uma piada de mau gosto, e, assim como
seguida por advogados no mundo todo, discutida a fundo na esta, tem público. O problema é que essa piada acaba gerando
última edição do Brasil Fashion Circuit. Realizado em Porto tragédias, especialmente para a indústria inovadora de grande
Alegre, em 27 de julho deste ano, o evento organizado pelo impacto. Por isso, combater a pirataria é uma necessidade, ainda

Grupo Tie contou com a presença de estilistas, profissionais, que extremamente desagradável.”
professores, estudantes e advogados para ouvir e questionar
Mariana chama a atenção para outro tema com raiz similar: a
especialistas nas áreas de negócios, moda e direito em 10 horas
proteção dos direitos de outros profissionais da cadeia de moda,
de palestras e debates.
como fotógrafos, stylists e modelos. “Ouvíamos falar de alguns
Para Mariana Valverde, fashion law não é exatamente um novo absurdos nos anos 1980 e 1990, e era muito difícil se voltar
braço do direito. “Não existe uma lei específica da moda”, contra a marca ou a agência sem ficar ‘queimado’ no mercado”,
explica a advogada, que atuou também como modelo enquanto lembra Valverde. “Mas, hoje, com toda a visibilidade que o
cursava a faculdade de Direito. “O que acontece é que, com a Brasil desfruta, o próprio mercado tem interesse na profissio-
profissionalização da indústria da moda, encontramos pedaços nalização e busca agir da melhor maneira para proteger nossos
de lei, comportamentos, tendências e regras que se aplicam.” profissionais.” Ainda há casos graves, como o uso de imagens
O colega de profissão Benny Spiewak complementa: “Hoje, o retiradas ilegalmente de sites na internet e a falta de respeito
fashion law está muito próximo das questões de cópia, contra- pela praça de veiculação estipulada em contrato. “Isso é algo
fação e falsificação. Contudo, já esteve próximo das relações de a que modelos, em especial, precisam ficar atentos. Às vezes,
trabalho – incluindo as condições dos operários da indústria o contrato reza uma veiculação de campanha nacional, mas a
têxtil – e de questões tributárias, como os impactos dos produ- empresa exporta para fora, e a campanha acaba aparecendo em
tos estrangeiros.” outros países também”, ressalta Mariana.
Sócio da ZCBS Advogados, escritório que patrocinou essa O sucesso do Brasil Fashion Circuit em Porto Alegre impulsio-
edição do Brasil Fashion Circuit, Spiewak é mestre na área de nou o planejamento do Grupo Tie para a organização de novos
Propriedade Intelectual e ministrou a palestra que discutiu a eventos, trazendo especialistas internacionais para enriquecer
proteção das criações na moda. De acordo com Benny, proteger ainda mais as discussões sugeridas. “Todos os que atuam nesse
por itens intangíveis, como uma inovação no campo da moda, da mercado devem estar conscientes de seu papel e de sua impor-
LAW
CAMI L A B EAU MO R D
música ou das artes em geral é tarefa complicada, por isso, tância nessa cadeia produtiva, e o Brasil Fashion Circuit surgiu
formou-se um sistema que valoriza o trabalho do artista e, em para estimular essa consciência em profissionais e estudantes”,
paralelo, atende à demanda pública por novidades. “Basicamen- conclui Benny Spiewak. “O Brasil está na vitrine e o mundo
te, se um trabalho é passível de ser reconhecido como inovador está com os olhos voltados para cá. Temos que transformar essa
ou artístico, ele somente poderá ser usado se o seu criador assim criatividade em PIB, em riqueza para o país.” g
— D IR E ITO S DA M O DA — — — FAVORITOS
DIREITOS —
DA MODA —
OPINIÃO
de quem entende
Nossa conversa completa com Benny Spiewak, sócio da ZCBS RC: PENSANDO POR ESSE LADO, É AINDA MAIS DIFÍCIL
Advogados e mestre em Direito na área de Propriedade Intelectual, DISTINGUIR O LIMITE ENTRE A INSPIRAÇÃO E A PIRA-
com atuação profissional no Brasil e no exterior. TARIA.
BS: A inspiração, para mim, gera uma nova criação, com interesses
REVISTA CATARINA: QUANDO VOCÊ COMEÇOU A TRA-
adicionais e não que busquem substituir ou diluir o valor da obra
BALHAR COM MODA?
original. Se imaginarmos a indústria automobilística, você terá
BENNY SPIEWAK: A moda é um elemento integrante da chamada uma boa visão do limite entre inspiração e cópia. Todos os carros
indústria criativa. Essa indústria vive, basicamente, da geração e da têm quatro rodas e portas, mas sempre um modelo novo apresenta
transação de valores artísticos e intelectuais. Assim, um profissional algo adicional, buscando atrair a atenção do público para esse item
da indústria da moda acaba precisando, em algum momento de sua inovador e não para o item que os outros já possuem. É a regra do

carreira, de um profissional do Direito que entenda o regime de empreendedorismo. Quer empreender, traga algo novo, e não mais
proteção das criações artísticas, a Propriedade Intelectual. Assim, do mesmo. A cópia é frágil, inconsistente, sem alma. A cópia apenas
meu namoro com a indústria da moda começou com demandas busca desviar clientes do produto inovador. Se pensarmos, a cópia
de clientes que atuam na área e enxergam na moda um segmento é a expressão da inveja na indústria.
comercial interessante.
RC: QUAL É A SUA VISÃO DE LOJAS DE FAST FASHION, QUE
RC: NO CASO DA PIRATARIA, EM ESPECIAL, COMO A LEI
SE “INSPIRAM” EM MODELOS DE GRANDES MARCAS?
PROTEGE OS DIREITOS DE CRIAÇÃO DE UM ESTILISTA?
BS: Como falamos, a inspiração é positiva e existe em todos os
BS: Proteger itens intangíveis é tarefa complicada. Por isso que se
ambientes. Se a inspiração é criativa e gera inovação, sou favorável.
formou um sistema que busca valorizar o trabalho do artista, do
As cadeias de fast fashion permitem que o público tenha acesso a
inovador e atender à demanda pública pela arte e pela inovação.
tendências e não a cópias dos produtos inovadores. Nesse sentido,
Esse é o sistema da Propriedade Intelectual. Basicamente, se um
a cadeia produtiva é beneficiada como um todo.
trabalho é passível de ser reconhecido como inovador ou artístico,
ele somente poderá ser usado se o seu criador/autor assim o per-
RC: NOTAMOS QUE VÁRIAS MARCAS BRASILEIRAS SE
mitir. A base do sistema é muito simples e direta. Se eu criei algo
INSPIRAM NO QUE ACONTECE LÁ FORA. É O CASO DO
novo, você somente poderá usar isso se eu assim o permitir. Caso
SNEAKER DE ISABEL MARANT, QUE ESTOUROU NO BRA-
contrário, a equação é desigual, pois apenas você se beneficiará do
SIL AGORA. A QUE PONTO A DEMANDA DO MERCADO
que eu fiz e eu não serei questionado ou remunerado pelo que eu
INFLUENCIA A CRIATIVIDADE DO ESTILISTA?
fiz. Esse é o conceito do que é proteger as obras e criações artísticas
de um estilista. Se ele criou e inovou, ele merece respeito e, mais do BS: Creio que a relação de demanda e oferta é uma constante,
que tudo, reconhecimento financeiro do seu valor artístico. Alguns independentemente da indústria. Se o azul está “pegando”, faz-
desenvolvem carros, outros prédios. Os artistas criam, inovam. Por -se produtos de cor azul. Ser “verde” está na onda, tudo é verde
que uns podem receber tratamento respeitoso e outros não? Essa é e sustentável. Assim, inspirar-se no que acontece é mais do que
a lógica, mas daí a vê-la acontecendo na realidade são outros qui- interessante, é uma necessidade. Caso contrário, há uma descone-
nhentos. As pessoas têm dificuldade e pouca vontade de valorizar xão entre a realidade e o sonho. Nas temporadas de alta-costura,
o trabalho alheio. Essa é uma questão inerente da sociedade mo- contudo, podemos ver essa desconexão. Muitos estilistas buscam
derna, que acredita que tudo e todos deverão, sempre e a qualquer inovar ao extremo, buscando causar a chamada disruption, que
momento, estar disponíveis para uso da forma mais conveniente, seria algo como a revolução ou a quebra de paradigmas. Mas nem
independente de eventuais regras existentes. sempre funciona.

TRADE SHOWS &
RUNWAYS
TECIDOS
RESORT 2013

Agora os TREND FILES do nosso
BUREAU DE TENDÊNCIAS estão
disponíveis para download dentro
da REVISTA CATARINA.
— B U R E AU D E T E N D Ê N C IA S — — B UREAU DE TENDÊNCIAS —
VOLUMES E TEXTURAS
Os tecidos encontrados nas Resort Collections 2013
mostram o contraste entre as texturas e os tecidos
planos.
Volumes e sutis dimensionalidades são criados através
de materiais requintados e combinações e tramas
inusitadas. Tecidos ricos como o Jacquard voltam de
formas diferentes. Pode ser como o tradicional brocado,
aplicado no tecido, em alto relevo ou somente estampado.
As rendas aparecem em looks totais ou em lugares

estratégicos. Assim como a transparência.
Os detalhes de acabamento com aviamentos permanecem
discretos e minimalistas, conferindo uma assinatura sutil
para cada silhueta.
M U GL E R
MA I S O N M AR T I N M A RG I E L A RICHARD NICOLL
ENCORPADOS
M AR N I MUGLER
— B U R E AU D E T E N D Ê N C IA S —
F E ND I PRADA
C AL V I N K L EI N HELMUT LANG
— B UREAU DE TENDÊNCIAS —

A N TO N I O M A RR A S F R A N C ES C O S C O G N A M I G L I O
F R AN C E S CO S C O G NA M IG L I O CHLOÉ
FE N DI PEDRO LOURENÇO
CÉ L IN E JOUR

S T EL L A MC C AR T N E Y NO 21
JACQUARD
R O BE R T O C A VA L L I VALENTINO
P E TE R S O M ALEXANDER MCQUEEN
Y IG A L AZ R OU E L NO 21

AL E X A ND E R M C Q UE E N ALBINO
METÁLICOS
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VA L E N TI N O STELLA MCCARTNEY
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E R DE M PETER SOM
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IS S E Y M I YA K E RACHEL ROY
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A L TU Z A R RA BALMAIN
P R OE N ZA S C HO U LE R LOUIS VUITTON

C A LV I N KL E IN
A Z ZA R O CALVIN KLEIN
TRANSPARÊNCIAS
V ER S A C E CÉDRIC CHARLIER
E MI L I O P U CC I

T BY A L EX A ND E R WA N G BALLY
J U ST C A VA L LI E L I S A BE T H A N D J A M E S
A LE X AN D E R W A NG PROENZA SCHOULER
B A DG L E Y M I SC H K A

3 . 1 P H I LI P L I M ALC
B A LM A I N ROKSANDA ILINCIC
ASPECTO DE COURO
G I VE N CH Y JU ST C A V A L LI
R OB E R T O C AV A L L I GUCCI

E M IL I O PU C CI ANNA SUI
APLICAÇÕES
A N TO N I O M A RR A S ROBERTO CAVALLI
P R AB A L G U R UN G AN TO N I O M A RR A S
M AI Y E T ALBERTA FERRETTI

3 . 1 P H I LI P L I M EMILIO PUCCI
BORDADOS
G U CC I BA DG L E Y M I SC H K A
A L BE R TA F E RR E TT I BA DG L E Y M I SC H K A
M IS S O N I BALMAIN

— E Q U IP E —
PATRICIA LIMA, 33
Vivendo um momento de desapego
e reduzindo excessos de consumo.
ENGLISH

CAMILA BEAUMORD, 25 JULIANA BERKENBROCK, 33 Andréia Takeuchi, 21
Aperfeiçoando o espanhol. Sonhando com a próxima Caí de paraquedas na
VERSION
viagem. Catarina e adorei!
catarina magazine 32
JULIE FERNANDES, 28 GRASIELA SOUZA, 26 BRUNA PASTERNAK, 23 VALeRIA GONZAGA, 24

Dando tempo ao tempo. Loira ou morena? Não tenho mais roupa! Reavaliando o que realmente
importa na vida.
Lya Zumblick, 26 MAYARA LAURINDO, 23 JULIA BITTENCOURT, 23 EMANUELE LAZZARI, 21

Fui lá tentar virar a Garota Em um momento: Quanto Sabe aquele papo de nunca Ruiva!
de Ipanema. mais conheço os homens, contar pros outros o quanto
mais amo os meus gatos. você está feliz?
— E N G L IS H V E R S IO N — — ENGLISH VERSION —
EDITORIAL THIS ISSUE’S COVER tension between feminine and masculine, with three sub collections,
each with its own theme. During her school years, she worked in the
and was pleased to see him again on September 12, as he unveiled his
first solo venture on net-a-porter.com.
PG 04 WAS CHOSEN BY YOU. atelier of a traditional cobbler to understand the development process
from start to finish. With a passion for femininity, her creations are for
It was the first time an online retailer helped a designer build his brand
A diverse and complete edition, with a variety of subjects and creati- PG 06 strong and independent women who are not afraid to be sexy. With a
from scratch. Net -A-Porter’s Managing Director, Alison Loehnis, and
vity as its guideline. Since Catarina was launched, its mission remains Buying Director, Holli Rogers, became involved in Cortazar’s new
We held a poll and soon came across a huge discussion about which graphic viewpoint that is refined at the same time, her shoes are made
the same: to be a collectable item. Our concern was never to have the collection from the beginning, since the first sketches.
cover we should use. Our readers’ powers of persuasion are quite up of a strong and aerodynamic silhouette.
magazine on your bookshelf or archived in your HD. A collectable The Colombian designer stated that the project was conceived almost
item is so relevant that the material becomes a source of research, with impressive!
two years ago, initially as a small line to be sold only at Net-A-Porter,
profound articles on every subject, constructed in a desirable aesthetic
PIGEON EXPO
This is the second time our readers were able to vote on their favorite but it soon turned into an exclusive launch of his own brand. For now,
that pleases the reader. Along these past years in the market, the cover and the arguments came from people who understand graphic it will be marketed exclusively in the e-tailer, but Cortazar expressed
challenge to put out a collectable magazine grows and becomes even design, who follow the editorial market trends, who are faithful readers a desire to eventually select some retailers for distribution. However,
harder, but it is never impossible. If there are sources of information with an excellent defense for their choice. The best part of this process The Biennale in Venice has found an interesting way to promote one
Net-A-Porter will be the only online sales place. His collection of 30
about a particular subject, we see no reason to bring the same topic in is to have this exchange with you, to put one of the most important of its showcased art series: organizers painted a flock of pigeons in
pieces in 17 outfits was inspired by a house in Barcelona which was
our magazine. We seek themes that are not common to our readers; decisions we could make in the hands of those who we know really bright colors and released them in town. The birds, which are usually
designed by Spanish architect Ricardo Bofill; in fact, the place was
we search for articles that will inform them through the construction care about us. a nuisance in the Biennale floating around the heads of artists and
also chosen as the location for the lookbook shoot. The result is a
of a mental creative panel that, like a patchwork quilt, can be sewn spectators, have now become part of the event. Are you wondering
Since the votes came to a tie, we will have a cover for our online collection with a neutral palette done in varying matte and shiny
together according to each person’s desire. This is Catarina’s role as how they are painted? After landing in a box that looks a little like
version on our site and a different one for the interactive iPad version. finishes of ivory, blush, nude and baby pink.
a fashion, journalistic magazine – to strengthen the individuality of a camera, the pigeons are pushed through a system and are sprayed
each reader who dedicates his time to our pages. To follow our news and continue to share your opinions with us, I without any apparent damage to their health. Pigeons are mostly of
MAISON PERRIER-JOUËT
hope to see you on my site patilima.com. the same color, but at the Biennial, they resemble parrots and macaws.

Our experiences are shared with you. We write because it is our perso-
nal realization to produce Catarina in a way that we can communicate And I hope to see your opinions more and morem and to have your
information about what we admire and would like to find written
somewhere. So if we do not find it, we bring it here and share it with
input in our decisions here at Catarina.
GOING NAKED! BY MAKOTO AZUMA

our readers. An example of this is the interview that presents two The Maison Perrier-Jouët, one of the most famous and ancient French
designers from Copenhagen, an experienced professional and one After the success of the eye-shadow pallet Naked, Urban Decay is wine houses, will celebrate the arrival of spring with a special edition of
from the new generation. Our research on Nordic design took us there
PGs 08 - 11 expanding their line with new products, such as foundation. “We one of their most important products: the Belle Epoque 2004. For the
to personally see the creations that are gaining notoriety all over the
world. Each detail reveals the information we value and cannot find in
LOUBOUTIN FOR MEN are tapping into the success of our Naked palettes to create a Naked
franchise that focuses on color, as well as a new line called Naked Skin,
occasion, Japanese artist Makoto Azuma was asked to modify the famous
house bottle, created in 1902 by Émile Gallè, for the first time in history.
other media. Just like the fashion scene in other emerging economies which is focused on complexion,” explained Urban Decay’s creative
The king of the red soles has opened an exclusive shop for men in New Gallè, who was an admirer of Japanese culture and botany, chose to
like Russia. What happens there? Where can we find information director, Wende Zomnir. Naked Skin Weightless Ultra Definition
York. The 139 m2 store is located in the Meatpacking District, and decorate the bottles with white anemones, which were initially painted
about the evolution of the Russian fashion market and its creators? Liquid Makeup is an oil-free foundation containing skin nutrients
New York City is the first of three chosen locations that will receive by hand and today are a symbol of the winery. Considering criterions
Camila (always amazing) is responsible for the information in this that promises an airbrushed, but transparent finish.
a new, male-oriented shop. Stores in London and Los Angeles are such as tradition and delicacy, choosing Azuma for the job was natural.
edition, while Julia (always curious) had a blast conducting interviews scheduled to be launched in November. “We sell our men’s collection The liquid foundation is available in 18 different shades and offers “The worlds of Perrier-Jouët and Makoto Azuma converge harmoniously.
with Latvian designers and with the precursors of East European street in all our women’s stores, but this is the first roll-out of a true men’s medium-to-full coverage. The formula also includes antiwrinkle pep- Both have the same sensitivity to organic creations and honor nature
art. These are what I call collectable articles. Ten years from now, this store with men’s branding,” said Carla Erice, U.S. retail director. tides, green tea and vitamin E to neutralize free radicals and promote through work – a philosophy also applied by Émile Gallè. We find in
information will still be relevant to those who read it. The value of non- collagen production. The new line is on sale in the United States,
The store is near the women’s shop and is designed to honor the the Azuma a Gallè of modern times,” says Karen Erlich, manager of the
-perishable information is not only in the word or in the image, because Canada, Europe, the Middle East, parts of Asia and will come to Brazil
district’s industrial legacy. Exposed pipes and iron bars make up the luxury group Pernod Ricard in Brazil.
one cannot survive without the other. Both consolidate that which by the end of the year.
roof, while a piece of rail is part of the decor near the front door. On The Japanese artist, known for his haute couture arrangements and his
moves us in fashion: the trends, the new consumption habits and
the walls of one of the rooms, there are images of the city skyline, floriculture Jardins des Fleurs, reassembled the original art of bottle, using
behaviors. The answers to the constant research on behavior patterns
ESTEBAN CORTAZAR’S
reflected by mirrors purchased at Park Avenue Armory - a famous thrift the white anemones in a single, delicate arabesque and details in gold,
can be seen through images of the German fairs Premium and Bread &
store in town. On the ground, leather panels were created by Mexican making his work an extension Gallè’s. “I wanted to make something
Butter. So, take the time to save on your computers and print out for
your inspirational panels the images we harvested for you during our
coverage of the best trade shows in the German fashion calendar. The
artisans especially for the store.
SOLO DEBUT extraordinary, taking inspiration from the sensation of champagne
inside the mouth, and the delicate movement of the ivy and leaves
photos alone are enough to translate the behavioral trends during each
event and the texts present the economic impact each one provokes.
DENIZ TERLI Esteban Cortazar, who exited the post of head designer of Emanuel
Ungaro in 2009 after refusing to work with Lindsay Lohan, presented
with a special attention and tribute given to Emile Gallé’s anemones.”
comments Azuma.
Are you curious? All you have to do is start reading this edition right The shoe designer Deniz Terli is a promising talent, with exquisite an eponymous collection during New York Fashion Week with a little The edition will be released worldwide this September. In October, 150
now. Kisses and have a nice read! design aesthetic and a sharp feminine perception. Having recently help from Net-A-Porter. Catarina interviewed the designer in March bottles of the special line will be available in the Brazilian market –
graduated at ARTEZ, her final academic collection explored the 2009, when he celebrated his year as the Maison’s creative director, costing at around R$ 1,000 each.
Patrícia Lima / Editor-in-chief
SPECIAL FEATURE friends gathered by the edge of Copenhagen’s canals, drinking and
having fun. At the Canal Tours Copenhagen, it is possible to go on a
The 185 meter facade of the building built in 1928 remained almost
intact during the Second World War, but not inside. To make way
and privileged view of the riverside, but also the service is excellent.
The restaurant, breakfast buffet and Envy bar’s drink menu are plea-
BERLIN & COPENHAGEN delicious boat ride to see more of the city.
After a few rides, you find that everything is close by and accessible.
for the design hotel in 2007, the building was completely renovated,
while preserving the essence of its past. Comfort, elegance and an
sant, due to their diversity and use of unique ingredients, presentation
and flavor combinations.
PG 12 Especially when staying in a well-located spot. One of the best options
aura that refers to the glamour of the 1920s and 1930s characterize
Although it is located a bit far from the center of the city (it is about
the contemporary aesthetics of each environment.
Berlin and Copenhagen were our destination in Europe to get to know is the First Hotel Kong Frederik, a luxurious four-star hotel, extremely a ten-minute cab drive away), the hotel is worth a visit. Take the time
the new talents in fashion, as well as to cover one more edition of well-located in the center of Copenhagen. From there, you will find Featuring 285 well designed rooms, from standard apartments to to enjoy the atmosphere of the NHow Berlin, which is quite a tourist
renowned events of the textile industry. privileged access to local tourist attractions such as Walking Street spacious suites, The Ellington also offers areas for events and business attraction in itself.
(famous commerce street with great shopping options), the Central meetings, as well as bar service in the beautiful summer terrace and
In Berlin, we visited Bread & Butter – the biggest streetwear event in
Train Station and the famous Tivoli Gardens, open during the summer the DUKE restaurant, which serves haute cuisine, both under the
the world -, Premium Berlin and Mercedes-Benz Fashion Week. In
season, Halloween and Christmastime. direction of chef Florian Glauert.
Copenhagen, our main focus was on the local talent that is becoming TRADE SHOW REVIEW:
As one of the city’s classic and historical landmarks, the hotel is known During Berlin Fashion Week, the hotel housed a few showrooms
well-known in the European scene for their avant-garde fashion and
for its friendly, yet exquisite atmosphere, with a touch of modernity. It of European brands, staged the crowded reception hosted by Gala
PREMIUM E BREAD & BUTTER | PG 28
creative potential.
was renovated a few years ago to combine its tradition and its elaborate magazine and - luxury of luxuries! - received Marc Jacobs.
On the following pages, you will see our photographic coverage and THE CULTURE OF THE STREETS IS
mahogany furniture with contemporary wallpaper and stylized fabrics,
exclusive interviews from the trip. It was in this place full of history, in the heart of Berlin, where we IN BREAD & BUTTER BERLIN
becoming a reference in Design Hotel. First Hotel Kong Frederik offers
stayed during coverage of Bread & Butter and Premium. Access to
110 extremely comfortable and appealing rooms, with free wi-fi. For the past eleven years, BREAD & BUTTER represents the best
these events from the hotel is super easy by subway and taxi alike.
A CHARMING COPENHAGEN | PG 10 The hotel lobby is one of its key elements. Sunlight enters through
Indeed, compared to Brazil, taxi is cheaper, and if you are traveling of streetwear. The trade show provides a creative marketing and
in a group of three or four people, our tip is to get around by taxi for communication platform for selected brands from all over the world.
the roof, contaminating the room, and allows the guest to take their
Copenhagen is a captivating town. While walking down its streets

trips to museums, shopping and appointments during the German Under the maxim “fun & profit”, the event unites inspiration and
scrumptious breakfast in the shade of a large tree. Also, the library
or through its parks, surrounded by a beautiful and well-conserved business in a space that holds much more than mere stands – within
Fashion Week.
supplies hours of research, reading and relaxation, as well as the coffee
architecture from centuries past, one cannot help but feel trapped in the proposed theme of each season, the labels are free to put together
of your choice, available for free. By combining the best hotel with AufWiedersehen!
a Woody Allen comedy. The city is known for its true statue of the amazing performances to launch their collections.
what is best in town, you will enjoy enthralling trip.
Little Mermaid, its luxurious castles, its historical monuments and
Approximately 600 exhibitors participate in BREAD AND BUTTER,
for Tivoli, one of the oldest and most traditional amusement parks
MUSIC IS IN THE AIR | PG 24 from the sectors of Denim, Sportswear, Street Fashion, Function Wear
in the world, which seems to be filled with secrets. Quaint shops,
STYLE IN THE CITY | PG 20 and Casual/Dressed Up. Considered to be one of the most popular
bars, restaurants, cinemas and every other location is thought out The NHow hotel was the chosen location for our last two days in
events in the German fashion season, its last edition clearly illustrated
and impeccably decorated. There is a refinement and a concern with A bustling metropolis, where urbanity and nature exist side by side. Berlin. It is a contemporary construction of amazing architecture on
the economic crisis in Europe. The main players refused the invitation
aesthetics everywhere, making it impossible not to fall in love with Historic buildings and incredible museums illustrate not only its the banks of the Spree River.
of founder Karl-Heinz Müller, claiming to allocate the yearly budget
the place. antiquity, but above all, its modernity. Berlin breathes art, culture
Design, art and, above all, music define NHow Berlin. To the east for other purposes. This resulted in a considerable setback in compa-
Besides that, Copenhagen is worldly known as the “city of bicycles”. and, yes, lots of fashion.
bank of the Spree River, the lobby of the hotel blends with the lounge rison with other years.
Almost half of the Danish capital’s population uses a bike as a means We arrived at the German capital to cover its fashion week, which (where there is a stage for live musical performances and pocket shows)
But nothing can hold back the great feast that is BREAD & BUTTER.
of transportation, which is perceptible in every inch of the city, where includes several parallel events and presentations. Our goal was the and the Envy Bar, which extends on a terrace overlooking the river:
According to its PR, the ritual had to have been adapted, but it was
we come across hundreds of them parked together – most of them trade shows Bread & Butter and Premium, Mercedes Benz Fashion a perfect setting for enjoying the sunset with great music, delicious
the chance to invite new labels to the fair. “The feast had become
with no lock or any type of protection. There are also many stations Week and the final phase of the contest Designers for Tomorrow, drinks and people from all over, with a common taste in music, art
another one, it was unfamiliar and new. New and old guests mixed, a
of public bicycles spread all over town. They are the only free public under Marc Jacobs’ curatorship. and fashion.
whole new circle formed. There were new topics discussed, new faces
transport and it is possible to acquire one of them, use it for as long as
We chose two hotels for our stay. Comfort, good location and a certain The architecture and interior design, as well as the 304 rooms and sui- seen, and the audience was thrilled. It was exciting again,” explained
you like and return it in another station. Well-dressed women in high
glamour (who can resist!) were on the top of our list. So the first few tes, were designed and renowned designers such as Karim Rashid and the organization.
heels, men in a suit and tie, students, kids and groups of teenagers
days in the city that was once divided by the famous wall began at Sergej Tchoban. These designers were also responsible for the Music
pedal all day and night in the streets of Copenhagen. Müller pointed out that he will reconsider who will be invited to
the Ellington Hotel. Sound Floor: an amazing space over the penthouse, which houses
exhibit in the next edition. “One thing is certain: there will be changes
That is one of the reasons why residents seem to be so unconcerned. two music studios of international standard, thoroughly equipped in
Located between the famous Kurfürstendamm avenue and luxury again. The audience should be curious,” he guarantees.
The day starts off late for commerce: most establishments are open partnership with famed Hansa Studios.
department store KaDeWe, the Ellington Hotel is housed in a historic
from Monday through Thursday, from 10:00 AM to 6:00 PM; on
building that was once the address of the Badewanne jazz club in the Curious details such as elevators with neon lighting (each color is
Fridays, from 10:00 AM to 9:00 PM; and on Saturdays, only until PREMIUM BERLIN
1930s, where icons like Louis Armstrong, Ella Fitzgerald and Duke specific to a certain floor) and a “Guitar and Keyboard Service Room”
4:00 PM, which does not necessary stop the flow of people on the
Ellington presented themselves. Incidentally, the name of the hotel - that’s right, there is an array of guitars and keyboards at the guests’ On the site of the STATION-Berlin, between July 4 and 6, over
streets. During the summer, the sun shines until nearly 10:00 PM,
pays homage to artist. Later, in the 1970’s, the same spot gave way to disposal – are part of the NHow experience. After all, it is “the first 800 brands and more than 1,400 collections from the segments
when the charming bars, restaurants and night clubs are ready to
the Dschungel nightclub, frequented by stars such as Frank Zappa, musical hotel in Europe, in the heart of Berlin.” womenswear, menswear, denim, sportswear, shoes and accessories
receive its customers. Furthermore, it is common to see groups of
David Bowie, Carlos Santana and Barbra Streisand. were presented. This is PREMIUM BERLIN, one of the events that
The charm in every detail of this hotel is not only in the infrastructure
integrate the fashion schedule in the German capital, which bundles chapter after the Apocalypse. Layers dominated the men’s collection, MARC CAIN a party! At the sound of Queens of the Stone Age, Brian Setzer and
exclusive collections from all segments under one roof. Each season, in a color palette composed of bordeaux and cream. Billy Idol, Lena Hoschek led the celebration of Dia de los Muertos
German fashion with an Italian twist. This is the concept of Marc
the trade show is expanded to include new collections and inspire into Berlin’s fashion week with light, feminine dresses, a variety of
Cain’s label, founded in 1973 in the region of Bologna. The pieces
buyers. HANNES KETTRITZ materials, striking colors and rich printing still uncommon in the
mix sportswear references and femininity of Italian collections, for
Classic men’s tailoring, interpreted in a contemporary way, is the basis collections of the German event.
“I’m delighted that PREMIUM’s fashion expertise has been so highly “cosmopolitan, independent and sexy women.” The brand’s Spring/
praised,” exclaims co-founder Anita Tillmann. “Buyers come here to of Hannes Kettriz’s collection. When using materials typically struc- Summer 2013 line brought the classic combination of black and white,
REBEKKA RUÉTZ
work. As early as 10 a.m. on Wednesday morning, the stands were tured as silk and suede, the designer worked with angular shapes and brushed by modern touches of neon.
full and buyers were viewing, budgeting and ordering until Friday geometric cuts which, besides creating a defined silhouette, brought a Austrian designer Rebekka Ruetz’s outlook on fashion is quite unusual.
afternoon.” nice contrast to the look. On their feet, the models paid a fashionable MICHAEL MICHALSKY She believes in bringing together aesthetics with a spiritual usefulness.
tribute to a typical German custom - the use of slippers with socks. In her Metamorphose collection, the fibers inside the clothes serve to
There was actually an increase in the number of visitors of almost 10% Acknowledged by Karl Lagerfeld as the “symbol of German fashion,” stimulate the energy centers of the body of the wearer. On the outside,
over the previous season. Besides buyers from Germany and nearby ANJA GOCKEL Michael Michalsky’s runway show is one of the most coveted events in however, one notices plenty of overlays, transparencies and a serene
countries (which totaled in about 38% of the public), an increase in Mercedes-Benz Fashion Week Berlin. About 1500 people were present
German designer Anja Gockel began her fashion career in London color palette. It’s an interesting concept for open-minded women who
the number of international visitors was registered, mainly from Asia for the presentation of the designer’s women- and menswear lines,
in the 1990s and only returned to her hometown four years later. seek something beyond what the eye can see.
and France. “With this very positive attendance figures, we’ve even which reflected the real meaning of friendship in a world taken over
With nearly two decades of market experience, Gockel presented two
surpassed the results of last season. The mood among the buyers and by virtual, impersonal connections. To reinforce the theme, Michalsky TWENTY2TOO
complementary collections during fashion week in Berlin, named
exhibitors was very good,” added co-founder Norbert Tillmann. chose a pregnant model to walk, causing a positive buzz. The highlights
London and Red Carpet. Both emphasize the feminine beauty, with The label’s heart and soul is designer Dan Mihai Zarug. In his collec-
Part of the success was attributed to the East Goes West hall, which were the floral prints in watercolor and the sneaker line for the guys.
elegant, oversized dresses, pencil skirts and waist-length blazers. Vivid tions, we see classic tailoring and, at the same time, he introduces a
presented selected collections from Japan and Korea and showed how and cheerful colors, like mint, yellow, orange, blood red and fuchsia fun fashion identity that showcases his personal style. His inspirations,
IRENE LUFT
much creative potential lies in Asia. “The demand from Asia has grown dictated the looks. based mostly in the jungle, sell clothing for men who want to feel

again this season and this is the theme of the future. The space was Cinderella knocked on Irene Luft’s door and the designer and promp- young and have a sense of humor. The Spring/Summer 2013 collec-
very well received,” explains Anita. The event has already made a name 1931 BERLIN tly let her in. Luft’s fourth collection presented at Mercedes-Benz tion comes with a lot of stripes and a palette of neutral colors. A great
for itself as a launching pad for young talent from the Far East. Fashion Week Berlin showed pieces suitable for a modern princess option for confident men who enjoy contemporary fashion.
With a Chinese background, Berlin-based Yujia Zhai-Petrow is the
with great delicacy, transparency and other influences from lingerie
With editions in the cities of Dusseldorf and Munich, PREMIUM creator of the colorful brand 1931 Berlin. The Spring/Summer 2013
trends – the designer worked directly with multinational Triumph for LEITMOTIV
increasingly becomes a center of global trends, highlighting new ta- collection is as light and fun as the season, characterized by a mix of
the development of the line.
lent, conceptual creators and labels that represent the growing luxury prints with ethnic touches and developed with high quality fabrics The clothes are developed in partnership of two creative minds:
market. imported from Italy and Mongolia. Ankle boots and peep toes with Bolivian Juan Caroe and Italian Fabio Sasso. With original, current
FRIDA WEYER
big black ribbons provide a contrast to the lightness of the pieces creations, the brand’s style is based on references from the world of
With just four years of market experience, Frida is already a reference
STREET & STYLE | PG 46 presented.
in German fashion. The designer was a finalist in the competition
art and fashion, with a nice display of craftsmanship. The main idea,
which works in both mens- and womenswear, is to design artistic
BLAME “Designers for Tomorrow” in 2008 and won the prize “Premium Young clothes related to the future and past, tailoring and haute couture.
Check out the images clicked by Catarina’s team directly from BREAD
Designers”, which got her invited to participate in the fashion week In this collection, men and women walked in harmony on the same
& BUTTER and Premium, in Germany. Sarah Bueren and Sonja Hodzode may have founded Blame just two
months after graduation. For Spring/Summer 2013, Weyer worked runway, showcasing amazing graphic prints.
years ago, but the designers’ résumés show their extensive experience in
closely with the Ministry of Culture of the Turkish Embassy in Berlin
brands such as Marc Jacobs, Hugo Boss, Michael Michalsky and Preen.
MERCEDES-BENZ FASHION WEEK – While working together since 2010, the creative duo has described
to create a collection that exhibited cosmopolitan Eurasian women. GUNSELI
BERLIN | PG 64 their label as a combination of vintage looks with modern elements.

DIMITRI FORZA
Heavily influenced by modern art, Gunseli prints her identity strongly
A mix of colors and fabrics (from silk, to cotton, to tweed), tropical with shapes and prints in collections ranging from luxury dresses to
THE PROPOSALS OF LEADING GERMAN DESIGNERS FOR SPRING/ With an Italian background, Dimitri Forza worked at brands such as
prints and impeccable tailoring mark the Blame’s summer, with the casual pieces that are very graphic and exude pop-art. She presents
SUMMER 2013 collection entitled 5 o’clock at Kew Gardens. All of the looks on the Jil Sander, Hugo Boss and even Vivienne Westwood before launching what she does best, with plenty of digital printing, a commercial
runway are perfect for a late afternoon meeting at a tourist spot. his own label in 2007. For his latest collection, the designer brought silhouette with a color palette consisting of warm hues. For those who
DAWID TOMASZWESKI ethnic touches to pieces, with a color palette that travels through like lightness, this collection is pure visual inspiration.
STEVEN TAI shades of yellow, green, red, black and white. Predominated by silk,
Metamorphosis was the theme chosen by newcomer Dawid To-
the line shows interesting contrasts with the lightness of the material FRANCESCA LIBERATORE
maszewski to define both his women- and menswear collection. One of the young talents to debut during the Berlin Fashion Week,
and hardness of details and accessories in leather.
Inspired by a recent trip to Lisbon, the designer used references such Steven Tai was discovered in Hyères festival and invited by German With a diploma from Central Saint Martins and a résumé containing
as the crochet patterns of Portuguese artist Joana Vasconcelos, mosaic Elle and the event’s organization to showcase his collection. Young some of the best fashion houses in the world, Francesca is currently
LENA HOSCHEK
tiles and even the rhythms of Fado. The result was a futuristic collec- nerds stormed the runway in outfits with wide variety of silhouettes, one of the industry’s current “it girls”. With a strong sense of aesthetics,
tion that refers to a modern fairy tale, where princesses wear cloaks layers, volume experimentation and asymmetrical cuts. A former assistant of Vivienne Westwood who started her own label at there is no doubt the designer is the daughter of art with a predisposi-
of macramé sparkled with Swarovski elements to represent the new the tender age of 24 could not do anything less spectacular than this tion to creativity. Her attention to the choice of the pieces displayed
Spring/Summer 2013 collection, entitled Fiesta Mexicana. And what and the ease in which textures were assembled allowed the designer to
work with a classic color palette consisting of white, black, gray and Alphaville, Tiefschwarz, Camouflage and SvenVäth. SW: Our shows are super intense, we go face to face with our audience from various places of the world, who come to us through an applica-
variations of brown with transparencies and bright fabrics. and make them dance and feel what we feel. tion process. We receive very impacting portfolios with great designs,
In the midst of final preparations for the launch of their second album,
so we select and introduce them to our work method from there. After
the band performed at the NHow Hotel where Sebastian Wilsdorff
BURCE BERKEK RC: When will your next album be released? We know everyone is this, we start off with a piece of fabric, which is tested in innumerous
granted us an exclusive interview.
very excited about it… ways, in mixes and experimentations. This is what sets the path to
Serenity and minimalism are central bases throughout Burce Bekrek’s
design process. Considered to be one of Turkey finest, he has developed Revista Catarina: How was the band formed? Are you all from SW: I think the album will be out in February or March, but the first the collection. I am very clear when it comes to directing the team,
a unique signature style for modern designs, with a clean cut, excellent Germany? single will be released in October, which is when our tour starts. We because they are here for the unique experience they will get. That is
fit and high quality fabrics. With transparencies in strategic places will soon be out on the road to come to our audiences. Hopefully we why I define our principles to them, who soon begin to develop, and
Sebastian Wilsdorff: We all live in Berlin, and apart from Valerij and I,
and asymmetrical silhouettes, Burce gives his collection a usability will come to Brazil one day soon. they count with my supervision and direction throughout the whole
we are all German. Valerij’s origin is Russian and mine is half French,
that aims to create an identity with the lifestyle of women who wear process. Every day I come by in the morning and see what they have
half German. We met at a concert one night eight years ago, had a good
his brand. accomplished from the day before, so we can adjust and start again.
time and decided to form a band to make music we all love.
BARBARA I GONGINI AND NATASJA QVITZAU Patricia: What were your beginnings like?
EVA LUTZ RC: How would you define The Mint’s musical style? On your LUND: THE IMAGE OF CREATION IN
In a minimalist collection, Eva Lutz rescued the classics in fashion
website, you define it as “deutsch-international”. Could you tell us
more about that?
COPENHAGEN | PG 90 Barbara: Fashion was always present, actually fashion and art. I started
out a long time ago (laughs), when I was 19 years old. I applied for the
with a contemporary viewpoint. The silhouettes vary from straight
Nordic creation is prominent in the fashion and design scene. It has Danish Academy of Fine Arts and, because I was so young at the time,
lines to markings on the waist to accentuate the feminine beauty of her SW: Our music reflects the place we live in and love: the city of Ber-
been a while since we follow its increased media coverage and our I was not accepted.
consumers. With a palette predominated by pastel colors, the flashes lin, our hometown for many years. Music always reflects the mood
intrigued by its importance. Every time something resonates somewhe-
of bright orange contrast beautifully with the pieces. and place it was created in. So, it sounds urban, sometimes rough, Patricia: Really? You didn’t weren’t accepted?
re in the world, I feel a deep curiosity to learn more about what is
sometimes pop, and sometimes melancholic, but always with a slice of
happening, in a desire to have my own opinion on the matter. And
ESCADA Barbara: Yes, I was very young for that time. Now it’s different, because
sunlight coming through the clouds. And, of course, we are inspired

with Nordic creation, it would be no different. all of the great talents start off early and are so young, and youth is seen
Escada Sports’ Spring/Summer 2013 show was dominated by the by many sounds. German bands like Can or Kraftwerk, paired with
Copenhagen was on my list of priorities as a focus of research I wanted as a quality. But in my days, it wasn’t like that. So I searched for a new
color red, explored in different hues, materials and textures. The color our personnel heroes like David Bowie, Depeche Mode, the Cure and
to deepen this year. So, once I decided to go back to Berlin and cover path and went to the Danish Design School, very renowned here in
punctuated a variety of details and prints, dominating complete looks contemporary artists like Interpol or the Editors. All those influen-
Bread & Butter and Premium, as well as the German fashion week, Copenhagen. This time, I got in, and I started from there. And since
as well. If it were not enough, the use of red in footwear also made ces, mixed up in this city, become The Mint and that’s what we call
I decided that Denmark would be our destination before arriving at then, I have been working with art, painting, sculpture… I learned a
the shoes even more striking. Transparencies gave bodies a certain “deutsch-international”.
the events in Germany. With that, the first step was to choose whose lot. I became a part of a very creative group, composed of 12 designers.
sensuality and the bathing suits came in many prints, characterizing a
RC: Most of your lyrics talk about love. Does the inspiration come profile to study. I opted to meet two extremes: an established and We worked together and that obliged us deliver two collections a year.
light, modern and sophisticated beachwear.
from personal stories? recognized brand, and one that has just been born into the new
Patricia: When did this happen?
SW: Not only personal stories, it’s about things in love and life that generation of Danish talent.
DEUTSCH INTERNATIONAL: THE MINT | PG 86 happen to all of us, to our friends, to our beloved ones. But, of course, And so, I researched and found Barbara I Gongini, one of the biggest
Barbara: It was between 2000 and 2004.
we use personal stories as well. names in fashion, recognized for her conceptual work that is a strong
Music and fashion have always gone hand in hand. For this special Patricia: Was that your dream? Was it how you wanted to work?
representative of the avant-garde scene. In contrast, so as to build an
edition on Berlin’s fashion events, we felt we had to introduce one RC: Is there is a song that you consider to be your favorite? Barbara: Yes, it was all very artistic, extremely artistic. A great way to
extensive panel of information, I interviewed young Natasja Qvitzau
of the leading bands in the European music scene. On the nation’s start. And at that point I knew I would follow this path, since I already
SW: Right now we’re working on our forthcoming album; it was hard Lund, who launched her brand, Nuitcommequi, in 2009. She traces a
capital, we interviewed The Mint, formed by Sebastian (songwriter, had a very creative base, I started working on the commercial side as
to choose from 14 songs. We are a very creative group, with a high path as avant-garde as Barbara and is building her career as a highlight
lead singer and guitarist),Valerij (guitar and keyboards player), Clemens well. It took a few years for me to define the commercial line. Now we
output, so there are lots of songs to choose from. I’m happy with the of the new generation. The most special moment was to find out in
(bassist) e Patrick (drummer). are sure of what we are doing. We really value quality in our products,
selection we made, and one of my favorite tracks is definitely “Home”, the middle of Natasja’s interview that she sees Barbara I Gongini as
The band debuted on the music scene in 2007 with the album Empire which involves the raw material, like the fabrics, from example. Most
the first single to be out. It is also the soundtrack for the film “The one of her inspirations. To bring them in one piece gives me a great
of the Sun, in which the music clip of the eponymous song was listed of it comes from Japan, China and Italy. We find amazing quality and
Child”, based on a novel by Sebastian Fitzek, which will be in theaters satisfaction.
by the U.S. Billboard as “best new rock video.” Since then, they have technology in the Asian products, which is actually better than the
here in Germany in October. But we love all the tracks on the album.
24-year-old Natasja resembles a young girl, with a sweet voice and de- Italian ones. People believe that what comes from China isn’t very
participated in major shows in Germany, winning over audiences with
licate features. Barbara is striking, a red-head with a low tone of voice, good, but it is actually quite good when it is made with cutting edge
charisma and a natural tone for compositions with beautiful guitar RC: You also have a partnership with Gibson Guitars, an interna-
representing creative strength in person. Both of them are beautiful, technology.
chords and electronic beats. tional, iconic brand in the music industry. How did that take place?
creative and kind. In the following pages, you can read our interview
In 2011, the band began producing their second album, in which SW: Last year we won a band contest set up by the famous Hard Rock Patricia: How many pieces do you usually work with in the collection?
with these two Danish talents.
the single “Home” will be released this October, during their tour Cafe. A Gibson spokesperson was in the Jury and so they gave as the
Patricia: Barbara, I would like to learn more about your universe, Barbara: We usually have a large volume of pieces, which adds up to
in Germany and England. The new record is being produced by two great offer to be endorsed with these fantastic instruments. We’re very
starting by your work routine. How does the development process 100 models. But we are considering producing 60 models overall this
important European names in the business: Britain’s Andy Gill, who lucky.
work with your team? season. On the runway, we will have 42 looks. We start off with the
also signs the work of bands like Gang of Four, Red Hot Chili Peppers
RC: What can audiences expect from a The Mint tour? basic line and evolve to the high-end one.
and The Futureheads; and Jochen Schmalbach, who has worked with Barbara: Our payroll has six fixed professional, as well as eight trainees
Patricia: Barbara, I’m impressed by your demeanor. Are you always Patricia: I came all the way over here enchanted by your work. Being Bredcha, who works in a similar way. It is interesting, because you in one of the most famous dialogs in Leo Tolstoy’s classic. The epic
this calm? so young and still at the beginning of the whole process of creating construct the pieces in a very unique way, and even though it is in a love story between the wife of a senior statesman and a young count in
and maintaining your own brand, I would like to know about your different direction, you two have a lot in common. Czarist Russia shocked the country in the year it was published and still
Barbara: Do you find me calm? Really? Well, in this business, we have
beginnings. After all, you do stand out in the Danish market. moves readers today. The interest in the customs, fashion and culture
to be calm and patient, because it is all so stressful and no one has time Natasja: Wow! That’s interesting. I would like to meet him.
in 19th century Russia is such that the book has just received its fifth
for anything. It is important to stay calm. Natasja: My brand was created three years ago, in 2009, when I was still
Patricia: Does the way you create, with such a strong inspiration movie adaptation – this time, starring Keira Knightley and Jude Law.
in college. It was a very quiet start considering it was my graduation
Patricia: To create your collections, do you study behavior and collection. Right after I finished my studies, summer came and I needed taken from origami, ever restrict the creative process? Don’t you Anna is not the only aristocrat to grab the public’s attention, however.
trends? some money. In fact, I even needed money to rent a new apartment. feel you might want to follow a different path in other moments of A movement of young and powerful Russian women emerges to im-
That’s when I sold the pieces I had developed for my graduation. I your career? pact, mainly, the fashion industry. The country’s fashionistas, which
Barbara: Actually, this is a scenario of vanguard and art. It is about
new paradigms. It is different. It is like the Impressionism period, went to a store nearby and simply asked, “Are you interested in selling Natasja: To me there is no other work process; this is the only way include trendsetter Ulyana Sergeenko, blogger Miroslava Duma and
for example, that brought a new concept forward. Vanguard explores my clothes? ‘. But I didn’t know if they would be interested, because I know how to work. I’ve discovered this creative route and used it Anya Ziourova, fashion director of Tatler Russia are ready to leave
and brings new horizons, new directions in fashion. This is one of I had only developed a single piece for each look. since college, so I wouldn’t know how to develop in any other way. I their mark in the history of Russian fashion. ““There was 70 years of
the reasons why I work in monochromes and black and white. No have my book, where I take some small pieces of paper and cut, put nothing at all in our country, and then when people got huge money
Patricia: Right, you were holding a graduation collection. Did they from oil, there was huge interest in fashion,” explains Miroslava in The
colors. Because color adds an extra element to the collections, so I stick together, create the shapes and then I reproduce the outfit. This book
take it? Independent. “Even if people had money before, they were afraid to
with clean shapes and concept, with no colors. It is like the Japanese represents all of my creations.
creations, they create this way. Comme Des Garçons, for example, Natasja: Yes, they agreed right away. But they asked me about the expose it.”
has worked like this a lot and still does, although now, things are a bit brand and how much each piece cost, information I just didn’t have Patricia: So you develop all this work alone?
And so, the search for the biggest luxury brands in the world begins
different with their high-end line. at that time! Natasja: Yes, usually I do it by myself. I don’t have a staff. I’ve had to grow. Karl Lagerfeld affirmed that a single Russian client bought 35
So, this process that Japanese fashion went through is the same one interns that, at some point, have helped me, but I usually work alone. Chanel pieces in a past season and Jean Paul Gaultier had an exclusive
Patricia: Hadn’t you considered those questions?

couture runway show in Moscow two years ago. Dolce&Gabbana,

we are living here in Scandinavia.
Natasja: No, they hadn’t even crossed my mind! I think I didn’t even Patricia: What can you share with us from the list of creators that
which presents its haute couture collection this year, has asked for a
bother because I had no idea they would buy my collection. It is you admire or research sources?
Patricia: Yes, I have heard about this movement, which is why we suggested guest list by the main fashion magazines in Russia. The thirst
decided to come to Copenhagen and study it more. a shop that sells many independent designers and acquaintances. Natasja: I don’t read fashion magazines; I don’t follow the traditional for luxury consumption is intense and actually surpasses the Chinese
But they agreed, and the next day the store owner called me and route. But I really like the Japanese designers, like we mentioned. I like and Brazilian desire. ““We were a closed country for a long time, so
Barbara: Really? That’s great, I’m happy to know you are here for
commented that he would host an event for up-and-coming designers the controversial simplicity of Comme des Garçons, in which you take for a while, it was like a kid going into a candy shop. We wanted all of
this reason.
during fashion week, and asked me if I was interested in participating. an ordinary jacket and start discovering different shapes within it, like a it at once!” compares Anya Ziourova. “It is only now, in the last five
Patricia: Yes, because to us (in Brazil), this is all very new. It was a showroom with different designers, but I warned him I didn’t giant pocket that wasn’t clear at first glance… I like to be surprised. But years, that taste has been evolving into something more sophisticated,
have a collection anymore, nor a brand and much less the money in general, I don’t have the habit to research in that manner, looking at something that might attract people beyond Russia.”
Barbara: Yes, I understand. But it is new here for the Danish, as well
to develop even a lookbook. But he said he would help me out and what others are doing. Perhaps I should do that more often.
as for Brazilians. Because there is still a very particular group that is Such sophistication is not restricted to foreign brands. Besides impor-
called a collaborative photographer, I called a friend to be the model…
involved in this avant garde scene. Patricia: And who inspires you from your home country? ting great labels, Russia exports amazing talent, like Ulyana Sergeenko
then everything happened so fast, because I only had two months to
herself. As the owner of a homonymous brand, Sergeenko presented
Patricia: So how are sales in this vanguard image proposed by the develop the whole thing. Finally, fashion week came, people bought Natasja: There’s a designer that I admire. She is very famous around
her latest collection during the Haute Couture Fashion Week, one
brand? What region or country purchases your creations? my clothes and everything went on from there. here and I am a big fan. Her name is Barabara I Gongini.
of the most traditional events in Paris. “I think this is the right time,
Barbara: We sell a lot here in Scandinavia, even though the public is Patricia: This is your fourth collection, right? You’ve been working Patricia: Really? We have just interviewed her to compose this article because our clients want us to be in Paris,” explains Ulyana to the New
very traditional. The Black Line is sold a lot here in our region. But with references that are reminiscent of origami, is this your brand’s in Catarina with you, can you believe it? York Times, who presented her pieces to a wide public of compatriots
the other line’s biggest market is in Italy and Asia. First the Italians, signature or just the inspiration for your collections? and with Jessica Stam on the runway.
Natasja: That’s amazing, she inspires me so much. I am happy to
then come the Asians. But for residents who do not think about dislocating to appreciate the
Natasja: Yes, I am creating my fourth collection. And the origami hear that, because her work is impressive. I like the way she creates
universe is the inspiration for the brand in general. everything in her own manner, according to her own desire. national talent, Russia is filled with its own fashion events. In the ca-
Patricia: Italy? I’m surprised...
pital alone, Volvo Fashion Week Moscow and Mercedes-Benz Fashion
Barbara: Yes, it is surprising. After all, Italians are very posh and the Patricia: This work reminds me of Japanese creators, like Issey Week Russia reunite a wide crowd of creators and enthusiasts twice
FASHIONISTA REVOLUTION
brand is not like that at all. When we receive a huge order, we are so Miyake… a year. Other highlights include Defile on Neva, Siberian Fashion
surprised that we question how the heard about us. Week and Aurora Fashion Week (which is quite similar to our Casa
Natasja: Yes, it really does, but I didn’t think about that when I was
Patricia: Maybe it’s the Italian market’s search for fresh creations. developing. I like their work. But I create with this reference simply PG 112 de Criadores).
because I like the idea of creating with a material as strong as paper, Besides the achievements and visibility, the Russian fashion market is
Barbara: Yes, I believe you are right, because labels like Dolce &Gab-
and then when you apply it, it can be developed in so many different
THE RUSSIAN FASHION INDUSTRY IS STILL YOUNG, BUT IS
still young. “Fashion houses in Russia are specific commercial units.
bana have long gone to the mass market. The consumer starts searching
ways, in the shape, the cut. I work on a format and develop on top STRIVING TO SUPPLEMENT THE ANXIETIES OF A DEMANDING As a rule, they are atelier type,” defines Alexander Shumsky, general
for new products… I can say that we are happy that this market is
of this shape. AND CONSUMERIST PUBLIC, LED BY POWERFUL WOMEN. producer at Mercedes-Benz Fashion Week Russia. Very few houses are
searching for us.
engaged in production and prefer to work in the development of uni-
Patricia: Natasja, you remind me of a designer I met in Prague, Pavel “There are as many loves as there are hearts,” ponders Anna Karenina
_____________ que pieces to an exclusive clientele. “That’s why private customers are
invited in the first place to the fashion week or designers’ friends and ELENA PERMINOVA larly hard, but a lot of fun. The story came out so well that Conde Nast RC: Yes, I wanted to talk about that. How do you go about creating
family members, not buyers or press,” concludes Shumsky. “Usually International made a Christmas card from one of the picture. them?
The model is the girlfriend of Alexander Lebedev, former KGB spy
designers that participate in the fashion week do not make business on
and current owner of London newspapers The Independent and The AA: Unique prints are the brand’s signature and we invent them ac-
a large scale. And the reason is that they are not experienced enough RC: Could you please detail a regular day as being Fashion Director
Evening Standard of London. She is always in the media and is another cording to the main theme of the seasonal collection. For example, the
and are not always ready to produce. It is hard to make a collection at Tatler?
favorite of street style blogs. Autumn/Winter 12-13 collection is inspired by The Nutcracker tale,
but the rest of the process is even harder.” AZ: If I am in New York, I wake up early, around 4:30 AM and get on which is why we created images for prints such as the Mouse King and
The producer defends that one of Mercedes-Benz Fashion Week SLAVA ZAITSEV the phone and email with my Russian and English teams. Then I go to dancing marzipan dolls. Some of the collection’s garments are decora-
Russia’s principles is to contribute to the industry’s growth, by offering the gym, and by that I mean I end up sending emails while sitting on ted with prints which imitate the Nutcracker’s Dolman-style uniform.
As the biggest authority of Russian fashion design, Zaitsev was one
a business program as part of its schedule, which includes marketing the weight machine. Then I go to meetings during the day. If it is a day
of the top names in haute couture of the Soviet Union, compared to
and production seminars, tips how to work with buyers and so on. of a photoshoot or travel, things happen spontaneously. Also, my job RC: How do you see the Russian fashion market compared to the
names like Christian Dior, Pierre Cardin and Yves Saint Laurent in the
There are also organized meetings between designers and buyers, and just got a little bigger - I am a creative consultant to a newly launched rest of the world?
1960s. To this day, he showcases his label in Russian events.
the event gives out grants to the young designers every year. “Lack of Allure Russia, which is a very exciting new baby of Conde Nast.
AA: I think that from abroad, Russia seems to be very distinctive,
professionalism is the main problem in Russia among the designers,” incomprehensible and maybe a bit wild, with very different psychology
RC: What is your favorite aspect about your work?
declares Shumsky. But if the voracity of consumption in the country
is a behavior indicator among young Russians, the new fashion gene-
MARKET INSIGHT | PG 114 AZ: Coming up with a storyline for a shoot, then getting all big and
and culture. We came to know fashion diversity relatively recently and
that is why we are greedy for beautiful clothes, furs, large wardrobes, we
Fashion director Anya Ziourova and designers Alena Akhmadullina small parts together to make it happen, setting wheels in motion and
ration will not be left behind much longer. like to dress up. Russians are good consumers for luxury goods now, but
and Tatyana Parfionova tell their career stories and offer their point of finally seeing the project done, and realizing how much work everyone I wish that we come to be trendsetters and create world fashion trends.
view on the industry, in exclusive interviews to Catarina. has put in and feeling grateful to everybody.
WHO’S WHO | PG 112 RC: Having worked with so many vehicles and clients all over the
RC: What about your own distribuition, do you think about expan-
ding to the international market?

THE BIGGEST PERSONALITIES IN RUSSIAN FASHION ANYA ZIOUROVA

world, what is your perspective on the Russian fashion market?
AA: In 2008, the first Alena Akhmadullina Concept Store was opened in
The fashion director, who began her career at American Vogue, has AZ: It is a great market with a lot of opportunities to be discovered.
ULYANA SEERGANO the historical centre of Moscow, in Nikolskaya street, near Red Square.
contributed to virtually all versions of the magazine around the world,
Now we have three boutiques in Moscow and brand is also presented
Wife of billionaire Danil Khachaturov, the former model is street style in addition to working on with the greatest photographers in the busi- RC: What are your aspirations?
in several department stores in other Russian cities. We want to expand
photographers’ sweetheart and now is adventuring into the design ness and award-winning Hollywood celebrities. AZ: Hopefully keep doing something that is interesting to me, getting our online store and, abroad, we sell at the MC2 showroom in Paris.
world with her namesake brand. She was considered “trendsetter of excited and inspire and encourage other people in whichever way I can.
Revista Catarina: What made you fall in love with fashion?
the year” by Glamour Russia.
Anya Ziourova: I am not sure, maybe my mother dressing up in really TATYANA PARFIONOVA
ALENA AKHMADULLINA
MIROSLAVA DUMA cool outfits, or me attending ballet school when I was little, or going In the market with her own label since 1995, Tatyana Parfionova follo-
through international fashion magazines when I could get my hands The designer is one of the major Russian fashion references in the last wed from the beginnings of post-Soviet expansion to the country’s
She began her career in fashion as an editor of the Russian version
on them at my friend’s house - I was always watching what people ten years, internationally renowned for the use of prints in her collec- demand for luxury goods. Today, the designer showcases at Mercedes-
of Harper’s Bazaar, but quit the job due to a contractual clause that
were wearing and deciding whether I could make the same outfits for tions. She was invited to make the costumes for the closing ceremony of -Benz Fashion Week Russia and Aurora Fashion Week in her hometown,
forbade her to work for other vehicles. Miroslava is recognized as an
my dolls. the Winter Olympics in Vancouver. Currently, the designer showcases St. Petersburg.
authority in fashion journalism in Russia and her website, Buro 24/7,
in Volvo Fashion Week Moscow and in Paris.
just got a Croatian edition (the English version is the next step). Revista Catarina: Tatyana, what inspires you to create over the years?
RC: So your love for fashion began in your childhood?
Revista Catarina: To start off, Alena, could you tell us a bit about your
NATALIA VONDINOVA AZ: Yes, my parents always encouraged me to do things I like, and to Tatyana Parfionova: My childhood, upbringing and education… all of
journey up till now?
work hard at them, this is the key. these things have a strong influence on my creation. Experience that I
The Russian top model came in third in the Forbes ranking of highest Alena Akhmadullina: Yes, of course. I graduated from Saint Petersburg take every day fuse together with my memories to form the base of my
paid models between 2011 and 2012, behind Gisele Bundchen and Technology and Design Academy. In 2001, I created my own fashion
RC: How did you come about working at American Vogue? work. Moreover, my hometown affects me a lot, as well as the people
Kate Moss. brand, Alena Akhmadullina, and showed during Moscow Fashion
AZ: I was modeling at the time and I heard from the editor they were whom I met through the twenty years of my professional path. Most
Week . In autumn 2005, my first prêt-a-porter collection during Paris of them are so interesting and amazing, so I create some collections
ANYA ZIOUROVA looking for an intern, so I applied and gently chased them until place
Fashion Week was presented and since that time, we demonstrate a new inspired by them. History and the arts also inspire me.
became available.
With international prestige, the stylist is the fashion director of Tatler collection on the runways of Paris and Moscow every season.
Russia and is a consultant to Russian Allure. RC: From then on, what is your creative and production process like?
RC: During your professional trajectory, what were some of your
RC: How would you describe your signature when making clothes?
most memorable projects? TP: Well, we have 40 people working with me on the brand and it
NATASHA POLY
AA: Our brand works in the field of Russian fairytales: we create fairy takes us about six months to make a new collection. I like to think
AZ: I just did a night movie shoot with James Franco directing it, it
The model has conquered the world since 2004, while walking the looks for Russian princesses. We make clothes for beautiful Russian
was pretty fun experience. Also, it was fun to shoot couture story for a lot and choose the theme, so it takes a while. The production itself
runway for designer brands such as Balenciaga, Alexander McQueen, women, inspired by the beauty of Russian spirit. We widely experiment
Tatler Russia in Paris - during hot summer we had to create a winter takes about a month, a month and a half. We produce two collections
Chanel, Prada, Miu Miu, Gucci, Versace and even Victoria’s Secret. with textures, prints and garment construction. The brand’s trademark
atmosphere with artificial snow and model wearing fur. It was spectacu- a year, according to the seasons, but also work individually with clients
Today, she is a L’Oreal Paris Ambassador. is our unique prints. for custom-made clothing. We have a design bureau that makes clothes
for mass production and at the same time, we have a couture line in DASHA KHOREVA (O-L-O-V-O) world. People who bring their culture, their visual references, their EBBA ZINGMARK
our atelier. tastes, their inspirations and their own special way of conveying that
With no proper training in fashion, Dasha Khoreva decided to launch Ebba Zingmark is Swedish, from the city of Umea, and cultivates her
to the world. Completely different styles can be translated into images
her accessories brand when she graduated from a Geophysics course. personal blog since 2009, with a clean language and super interesting
RC: But you, as a designer, are not dedicated exclusively to fashion… and words, and we identify with it, creating our own viewpoints upon
Her jewels are always produced from natural components, which is content, which evolved considerably over time. She is a beautiful
TP: No, I’m involved in some other projects and I love working with references we absorb from everyone and everywhere. And that explains
why she chose the name Olovo, meaning tin in Russian and the main redhead and very friendly, with striking and impeccable style. Her
home decor. the increased buzz around street style sites and blogs that has been
material used in their creations. beauty tips are shared in quite a different and sophisticated manner
attracting millions and millions of followers. The search now is for a
(she even interviews professional makeup artis) and talks about fashion
RC: As a designer in the Russian fashion market for almost two MARIA ERMOSHKINA new way to share information. More proximity, interactivity, a merging
in a simple language. It is impossible not to be inspired by her beautiful
decades, how do you see the changes in the market over the years? of the senses.
Based in Moscow, Maria Ermoshkina is a graduate of the British High combinations - that seem so unpretentious and carefully thought out
TP: Some serious changes have happened over the last 20 years, the School Of Art And Design and participated in a series of contests and After all, culture is passed along like this, through exchanges. That’s at the same time -, by what she brings from her travels and by her
market has sprung. Now people want to buy high quality and well collaborations. Her creations’ motto is to work with the complicated why, when you visit street style blogs and sites, it arouses in you the ordinary day to day with friends. At first glance, we see that she is
made clothes. Society wants to have nice things from local designers. forms that highlight each woman’s body type, investing in the quality curiosity to get know a little more about the people behind so many one of those girls who love to search for interesting findings at thrift
and diversity of materials. combinations of clothes, hair and makeup. To learn more about these stores. In the video she recorded for Catarina, Ebba not only confirms
RC: This is very positive, but the market is still young. What do you
real personalities that influence many others in the world through their the fact, but also shows her favorite place in Umea to find the most
feel still needs to be improved? MIKE ZUBIK (SHINOBI) lifestyle, the way they express themselves, the places they go to and diverse treasures.
TP: I don`t think about Russian industry in general, I like to think Shinobi came from one of Mike Zubik’s projects: to create uniforms their personal blogs. So, we talked to four of them, who come from
about my fashion house. We have a lot of projects and perspectives, so different cities and have completely different styles and personalities. ASHLEI LOUISE
for a group of Asian acrobats, which should reflect Japanese culture
I feel an interest in work. And that means people have an interest for and at the same time be functional. In the market for two years, the “How about making a video about yourself?” we proposed. Everyone Ashlei Louise, from the USA, is a sweetheart. With a sweet delicacy, she
my company, so everything is treading along in a positive way. brand works with a new concept of sportswear, with a proposal to loved the idea! “Take us to the place that inspires you, express yourself, posts pictures in her blog with a nostalgic and romantic feel, reinforced
innovate in ways without losing comfort, always working with high let us get to know you better. You have an entire spread on Catarina to by the autumnal scenery that is the perfect background for everything

quality materials. do that.” And they did, each in their own, special way. she wears. Nature is so present in her life, it was no surprise when she
NEW GENERATION | PG 120 EKATERINA SENINA (SENINA) KRISTINAV BAZAN

decided to show it to us on her personal video; the surprise was to
see, through a unique perspective, just how beautiful a forest park in
With the market opening and the population’s constant interest in
Ekaterina Senina graduated in fashion by the Moscow State Textile Portland, Oregon can be and how it complements this sweet girl who
fashion, young talents from Russia have a fertile ground for creating Switzerland’s Kristinav Bazan is totally dedicated to her image. She
University and is the winner of several major competitions in the area. posts in her blog fascinating, beautiful and well designed outfits, loaded
and are encouraged to develop their brands. We traced some highlights created the blog vKayture in 2011 and devoted an entire year to it
The designer went through seasonal courses at Central Saint Martins with visual elements that always have some relation with nature and
of the new range of Russian creators who, with great pleasure, present after graduating from high school, reaching thousands of followers
before the desire to open her own brand awakened, with a focus in animals. It is a good dose of inspiration for your day!
their work to Catarina’s readers. worldwide. She excitedly told us how much she loves what she does
womenswear. with it; as she defines it, it is a window into her lifestyle. “As a Swiss, my
ARTUR LOMAKIN (FORGET ME NOT)
main focus is quality, not quantity,” and so she organizes everything in
While Russia treads increasingly to excessive consumption and luxury
marketing, alternative Artur Lomakin takes the opposite route: he
TAYA
Having spent ten years working as an illustrator and graphic designer,

a classic and sophisticated language, in beautiful and impressive photos
wearing amazing outfits, and it all sums up to the exact translation of
NAMES YOU NEED TO KNOW IN
develops the pieces for his brand Forget Me Not from old clothes.
Therefore, he is considered one of the main representatives of the
Taya decided to focus on her true passion: fashion. This year, she gra-
duated from the British Higher School of Art & Design and developed
who she is. Beautiful, refined and inspirational, just as the video she
made for us. It shows her urban personality and her favorite places in
THE FASHION MARKET
PG 146
Russian Slow Fashion movement attracts the attention of the biggest her own line, experimenting with shapes and volumes in an unusual Geneva, the city she lives in. She also gives great tips for those who
names in the industry worldwide. proposal for womenswear. are visiting the city. Every day, we track the whirlwind that is the fashion market with the
growth and changes in the direction of big brands, the rise of young
ALEXANDER SHABANOV LUKAS ZCZAJKOWSK talents and a variety of success stories in every corner of the world. A
REAL LIFE
Alexander Shabanov graduated this year in Fashion Design but has be- Lukasz Czajkowsk’s unusual style was what drew our attention. The company achieves recognition and becomes a world reference in the
en experimenting with his own brand since 2009. The young designer eccentric young man from Poland translates his personality on the industry, but who are the people behind these great achievements and
draws attention because of his futuristic creations and sells pieces from PG 136 photos he shares on his social media sites. In his personal blog, a simple creations? Catarina selected some of the most influential names behind
his original line and prêt-à-porter. At the moment, Alexander seeks layout emphasizes his outfits, which always well put together, modern the brands, which you need to know.
According to a poll conducted by Forrester Research in November
incentives to make his name known internationally. and urban. It was actually a surprise to see and hear from him what
2011, Brazilians spent on average 23.8 hours a week connected to the EMMANUELLE ALT
his favorite place is the beach, where he recorded his Fashion Film for
Internet - some a little less, while others much more than that. Every
ALIBECK ARINOV E VADIM FEDYSHIN (ARINOVFEDYSHIN)
Catarina. Lukasz created his blog in August, where he explains a little Behind the heavy jackets with structured shoulders, tight jeans and
day, we transit by various websites and have easy access to any place
Cultural festivals have always been the gateway for creative team more about each photo that is shared on his profile at Lookbook.nu. vertiginous heels, Emmanuelle Alt is one of the most influential names
and culture. From one extreme to another in a matter of clicks, we find
Alibeck Arinov and Vadim Fedyshin to show their work. The brand The account was created in early 2012 and has achieved remarkable in the Parisian fashion scene. In January 2011, she was announced as
inspiration in different locations, sites, blogs, in this vast universe of
began producing t-shirts and soon evolved into a womenswear line, visibility since. Vogue Paris’ editor-in-chief, replacing Carine Roitfeld’s command in a
fashion and its infinite ramifications.
which is displayed in a series of live events and online. moment of strong impulse for the company – in 2010, the magazine’s
We are influenced every day by people from different parts of the
revenue had a 12% rise, as declared by Condé Nast France at the time. bands to create original soundtracks for Dior Homme’s runway shows. 1990, a knitwear brand with her mother, where she worked until she their own licensing of Marc Jacobs International Company and, in
But Alt’s success story did not start there. In June 2001, he directed the launch of Higher, the first Dior Homme felt ready to launch herself in the market. April 1994, Jacobs presented his comeback collection, supported by
fragrance. the likes of Linda Evangelista and Naomi Campbell, who walked the
Her career in magazines started at an early age. In 1984, when she Finally, in 1994, Marant established her own brand, with a purpose
show for free.
was only 17 years old, Emmanuelle started working at Elle France as a In the summer of 2006, Slimane chose not to renew his contract with that she defined later, in September 2004, for L’Express. “ “I had set
fashion assistant. In 1993, she became editor-in-chief of 20 Ans and, Dior Homme, after negotiations with the French house around the myself a simple goal: I wanted to create clothes that I myself wished to In January 1997 Marc Jacobs became Louis Vuitton’s creative director
in 1998, occupied the same post at Mixte, a few years before heading breach of the brand. Dior proposed to finance Slimane’s collections, buy, clothes for girls, working women, who have taste and are willing and was put in charge of the brand’s first ready-to-wear line. Traditional
towards her current position. Alt worked at Vogue for 10 years before but the designer was reluctant to lose control of his name. He was to spend a little money on their looks without breaking the bank.” Louis Vuitton received the designer’s modern and irreverent point of
becoming editor-in-chief; she joined the Vogue Paris team in 2000 as then succeeded by Kris Van Assche, in March 2007. And behold, in It was only in 1998 that the designer opened her first store in Paris. view, and in ten years, quadrupled profits, becoming a world power
fashion director, the same year Roitfeld became editor. During this early 2012, Slimane was again sought by Christian Dior and Yves The second one came in 2000 and the third, in 2007. In 2010, when house in fashion. The designer’s collaborations with artists like Stephen
time, she also worked as a stylist for Balmain and Isabel Marant. Saint Laurent, which were in search of a new creative director after the she opened her first store in SoHo, New York, Isabel told the website Sprouse, Takashi Murakami and Richard Prince brought frenzy to the
departures of Galliano and Stefano Pilati. WWD that her development strategy was very safe and was increased launch of every new handbag, reinvigorating the business of what
In March 2011, in an interview for WWD, she demonstrated her
step by step. once was a small, leather goods brand and featuring more provocative
enthusiasm while developing her first magazine as editor-in-chief (the In March of 2012, Slimane was officially appointed creative director
collections each season. At that time, LVMH bought a stake in Jacobs
April edition, which brought Gisele Bundchen on the cover wearing a of Yves Saint Laurent, who followed with the decision to change the An example of this is the important leap the brand had with Emma-
own label, giving him the financial freedom to expand his business.
white Dolce & Gabbana dress through the lens of Ines van Lamsweerde label’s name, in June 2012, to Paris Saint Laurent. The move was nuelle Alt’s keen vision. The current editor-in-chief of Vogue Paris,
In the spring of 2001, the designer introduced his second line, Marc
e Vinoodh Matadin). “I want Vogue to become very feminine,” she followed by a barrage of complaints from clients. Alleging a return before taking office, worked as a stylist for Isabel Marant. “It’s funny
by Marc Jacobs.
declared, cashing in on what her new vision was for the following to the brand’s origins, when it was called Saint Laurent Rive Gauche, because Emmanuelle and I kind of started out together a long time
editions. “I like that there’s one element, like a mistake, in the issue. Slimane spoke in August 2012 to Vanity Fair, defending his decision. “It ago. I always admired her style and what she did for Vogue, but we lost According to an article from The Wall Street Journal, in May 2012,
I will try to surprise the reader month after month.” And a little is interesting to see how much reaction this retro branding has created contact for a while because she was overloaded with work. Four years since Jacobs has taken the creative helm at Louis Vuitton, where he has
over a year of successful editions, Alt surprises the public with her ... Clearly, this period of the history of the house was not well-known, ago her husband Franck Durand became my artistic director and I was been responsible for some of the company’s most lucrative and fastest-
September issue, which hit newsstands on August 23. It is a number which I trust was a surprise for Pierre Bergé [Saint Laurent’s long-term always saying ‘I love what your wife is doing, I would love to work -selling products, the LVMH-owned brand has gone from strength to

with minimalistic and sophisticated design, showcasing three different partner]. I went back to 1966 — just before the events of 1968 [when together with her one day.’ So it was little by little. Now we have done strength, with sales now estimated at more than €6 billion. This is a
covers with Kate Moss, Daria Werbowy and Lara Stone wearing the 11 million workers revolted against the conservative politics of then- about five shows together. I love the vision she has for my clothes, she reflection of his talent, his distinctive point of view and his courage,
same, black Dolce&Gabbana dress photographed by Mert Alas and -President Charles de Gaulle — the biggest general strike in history], but manages to put them together in a way that is a bit more sophisticated allied to traditional principles of the brand. “Quality, craftsmanship
Marcus Piggott, as well as some alterations in the magazine’s content. the awakening of youth was in the air, and Yves Saint Laurent wanted than what I did before. “ and luxury—those three words are always at the forefront of what we do.
She defended to WWD, along with Xavier Romatet - president of to dissociate himself from the clientele of haute couture and embrace I apply the principles of the brand to the ready-to-wear, the jewelry, the
Her name is part of Paris Fashion Week’s line-up, and today, Isabel
Condé Nast France – that the objective is to reaffirm the magazine’s this new generation.” accessories—to everything we do, in fact. Everything at Louis Vuitton
has nine franchises spread across Paris, New York, Madrid, Hong Kong
view point with a chic and timeless identity. “All the other Vogues is about quality.”
Despite the secrecy over the designer’s first collection in this new Island, Central Hong Kong, Beijing and Beirut. Her products are also
carry a country name. Vogue Paris is the only one to carry the name
moment, retailers and guests who visited the Women’s Resort and available in dozens of department stores and 10 strong e-commerce
of a city,” noted Alt. “Everyone fantasizes about Paris. It’s the concept NICOLAS GHESQUIÈRE
Men’s Spring 2013 showrooms at the Grand Palais in Paris reported to site, including Net-a-porter.com and Barneys.com. Recently, Isabel
of the ‘Parisienne.’ The ‘Parisienne’ is a girl who makes people dream It was at age 15 that Nicolas Ghesquière announced to his parents that
WWD that they were left with the feeling of seeing an YSL identity in Marant has been praised for launching, in 2011, sneakers with built-in
worldwide, rightly or wrongly, a girl who represents a particular style, he wanted to work in fashion. According to an interview with The
a modern, clean language. Meanwhile, suspense and curiosity invades heels that, since then, have been copied by many popular brands.
a taste, an allure.” Does this description sound familiar? New York Times in August 2005, the designer said he got a little help
the public, who will have to wait until September to see what Slimane
has prepared to what is now being known as Saint Laurent Paris. MARC JACOBS from his father, who wrote a letter of admission to various designers.
HEDI SLIMANE
That landed him a one-month internship at Agnes B., Paris, and the
1986 was the year Marc Jacobs launched his own brand in partnership
French / Italian / Tunisian Hedi Slimane developed his keen eye for ISABEL MARANT following summer, started working for designer Corinne Cobson.
with Robert Duffy. This came after several awards at Parsons School of
photography and design at an extremely early age. He learned the art
It was the bohemian and unpretentious style of a young girl who men- Design, a graduation collection that caught the eyes of many industry In 1991, Nicolas met Myriam Schaefer, Jean Paul Gaultier’s right hand
of photography before reaching his teens and, at age 16, started making
ded old jackets and army uniforms with her sewing machine – when she professionals and two fashion collections created for Sketchbook before person, who hired him as an assistant. After leaving the job, Ghesquière
his own clothes. In 1992, after studying art history at the École du
did not know the slightest thing about fashion – that came through as Reuben Thomas left the business in 1985 - and all highly praised by worked for two years with knitwear, as a freelance designer, in factories
Louvre, he began working with fashion consultant Jean-Jacques Picart.
the biggest characteristic of a woman who knows today exactly what she critics. in eastern France. That’s when he learned of an opening at Balenciaga
In 1996, Hedi started working at Yves Saint Laurent as director of has gotten herself into. Isabel Marant is a French designer who made and decided to run for it. His job was to design, among other things,
Irreverent and undeniably talented, Marc Jacobs became, in 1987, the
menswear, a year before being appointed as artistic director. A few her name through her remarkable style and the rich lessons she learned suits and funeral clothes under a Balenciaga license for Japan.
youngest designer to receive the CDFA Perry Ellis Award for New
years later, after the success of his Black Tie collection for Fall / Winter with important figures of the fashion scene.
Fashion Talent. In 1989, he and Duffy joined Perry Ellis to coordinate In 1997, Balenciaga’s creative director at the time, Josephus Thimister,
2000-2001 (when showcased a new, skinny silhouette) Slimane left YSL
In 1985, Isabel abandoned her plans to study economics and took a the brand’s sportswear line as vice president and president, respectively. promoted Ghesquière to a better position, and since then the designer
to lead Christian Dior’s menswear line in January 2000.
design course at Studio Berçot in Paris. During the course, she was After a successful three-year tenure - when Jacobs hired Tom Ford to works to revitalize the brand. His first ready-to-wear collection for
Besides the strong influence photography plays in his life, the designer apprenticed by Parisian designer Michel Klein, collaborated with work with him in the womenswear segment - he presented a grunge Balenciaga was presented in October 1998 and, in just two and a half
also incorporates music to his creative style. He has created clothes Bridget Yorke during two collections for Yorke & Cole and assisted art collection for Spring/Summer 1993, which, though well received by years, brand’s sales doubled to US$ 30 million.
for shows of artists like Mick Jagger, Jack White, The Libertines, Franz director Marc Ascoli on projects for Yohji Yamamoto, Martine Sitbon the press, was a commercial failure that caused his own dismissal and
It was at that time that, according the the New York Times’ Cathy
Ferdinand and The Kills, and has been known to hire young British and Chloé. In 1989, she launched a small jewelry collection and, in his partner Duffy’s in early 1993. In the same year, the two released
Horyn, “Ghesquière had the fashion world in the palm of his hand, his
ultrathin pants and romantic high-necked tops defining a generation creative style and the way she incorporates distinct elements in her col- Today, OC has concept stores in New York, Los Angeles and Tokyo, Today, at age 40, she brings her personality to fashion in a realistic
of sullen waifs as surely as Saint Laurent’s pea coat and saharienne lections. “Nostalgia is a very complicated subject for me. I’m attracted as well as a differentiated e-commerce called Opening Ceremony approach: Stella likes to dress women like her. Complex females, who
projected the battle lines of the late 1960’s.” In 2001, the Gucci Group by nostalgia but I refuse it intellectually. It interests me to be modern, WorldWide. Founded in 2009, the online store features an interactive carry a lot of responsibility and like to wear a pantsuit to work and
bought Balenciaga, with the purchase of 91% of the company. Ghes- and so I refuse nostalgia, but still I have it. So you see contradictions shopping experience in which nearly all brands from the physical loose jumpsuit on a night out with friends. Her forte is in daily wear
quière holds the remaining shares. and oppositions are maybe what makes the work contemporary, becau- stores are available, along with special content pages like a blog, special clothes, not the glitz and glam of eveningwear.
se nowadays we are all composed of opposites.”She works beautifully, staff picks and so on. On July 19, 2012 (to coincide with the Olympic
The designer defined the label to the New York Times for the same The Stella McCartney company is basically formed by women and the
keeping the brand identity modern and unique, combining different Games in the city), the duo opened a pop-up store in London that
article, in 2005, as something typically French. “Not Parisian -- French, few men who tend to get into the feminine rhythm of organization.
elements driven by textile technology. Perhaps that is how she won displayed exclusive collections in partnership with Norma Kamali,
really [Balenciaga is] a mix of the center of France and the north near Stella works in a manner that everyone is valued and the system hierar-
over Anna Wintour, editor-in-chief of Vogue USA, who complimented, Topshop, Christopher Shannon, Proenza Schouler, Band of Outsiders,
Belgium and a little Paris.” Ghesquière grew and became known alon- chy is not used much. In an article published in the New York Times in
“You are the only reason we all come to Milan,” after her show on Komakino and House of Holland. As if that were not enough, Chloë
gside Balenciaga, causing the label to be recognized for its futuristic January 2012, she says she appreciates a pleasant working environment,
September 29, 2004. Sevigny also brought back the favorite pieces from each of her collec-
collections, and always investing in innovations that have expanded its where egos and competition are left aside, and that the sole purpose
tions in new colors and new fabrics, available only at that store.
commercial reach in a big way. Over the years, the designer has held According to Prada’s 2011 Annual Report, the brand’s first online store her business is to move forward.
expansions such as launching a menswear line, increased the number began operations in 2010, while MiuMiu’s was launched in 2011. The After the Olympic Games in August 2012, the duo released a concep-
Stella is a dedicated designer, who knows what she wants. In 2001,
of accessories, and has been immersed for many seasons in the most report showed that the group had, in January 2012, net income of 431.9 tual, limited-edition magazine which brings together expert content
when the Gucci group agreed to back McCartney, they wanted 51%
advanced textile technology, while maintaining the characteristics of his million Euros; an impressive 72.2% more than in 2010. “For Prada, in partnership with photographers Bruce Weber, Walter Pfeiffer, Todd
of the company. Stella reached a unique agreement and negotiated
avant-garde creations. According to Vogue, the brand commissioned fashion, luxury and style have always been core aspects of a project that Cole and Tim Barber, as well as writers and artists. The editor-in-chief
equal ownership. “The very healthful part of the relationship is that
Katherine Ross (who has worked with Prada and LVMH) as a consultant goes beyond production of clothes, footwear and handbags. Careful is Rory Satran, who is also Opening Ceremony’s content director. In
we’re doing well, and they allow us to work in a fairly separate manner.
to the expansion in the U.S. market, 2011. In July of the same year, observation and interest in the world, society and culture are at the an internal memo from WWD in May 2012, Carol Lim wrote:“As ma-
Luckily, we’re a strong-enough brand, and a different-enough brand,
Balenciaga’s website was relaunched, equipped for e-commerce in the core of Prada’s creativity and modernity. This has pushed Prada beyond gazine fanatics, O.C. founder Humberto Leon and myself are aiming
so they can see the value in the 50 percent they don’t own,” says
U.S., UK and France. the physical limitations of boutiques and showrooms, leading us to to create a collectible publication for a new generation, something
McCartney the New York Times.

interact with diverse, seemingly distant worlds, and introducing, very beautiful and special in the vein of Benetton’s ‘Colors,’ Comme des
PRADA naturally, a new way of creating fashion,” declared Miuccia Prada and Garçons’ ‘Six’ and Joe McKenna’s ‘Joe.’ We want to make a magazine McCartney keeps on expanding her business. In 2010, after her suc-
Patrizio Bertelli. that will appeal to kids in Nebraska as much as industry people.” Each cessful line for GAP, she began working on her children’s line. In the
In 1913, brothers Mario and Martino Prada founded Fratelli Prada,
Opening Ceremony Annual issue will be guided by a specific theme, London Olympics, athletes wore uniforms designed by her brand for
with a store in the prestigious Galleria Vittorio Emanuele II in Milan.
OPENING CEREMONY and Olympic spirit made it so that the debut edition is all about sports. Adidas, the sponsor of the London team. In 2012, the company, which
By selling fine products and luxury accessories, the brand has always
The good news is that you can buy it now, because the Opening Cere- does most of its business in Europe and the United States, opened its
worked with exotic materials and, in 1919, became the official supplier Opening Ceremony, founded in 2002 by Carol Lim and Humberto
mony WorldWide delivers in Brazil. first store in Shanghai, China. Today, estimated annual sales are at
of the Italian royal house. The leap helped the label be recognized by Leon (who are also the creative directors of Kenzo since September
around $ 120 million, a number that does not reflect the total power
the European elite. 2011), is a collaborative design space among professionals from di- This year, in celebration of the brand’s tenth anniversary, Opening
of her brand’s retail licensee.
fferent parts of the world. According to its creators, this environment Ceremony will publish a book that in collaboration with major names
In 1977, Mario’s granddaughter, Miuccia Prada, took over the business
is intended to create a new shopping experience for the consumer, such as Terry Richardson, ChloëSevigny, Alexander Wang, Ryan Mc-
and presented a turning point in the brand’s activities when partnered RICARDO TISCI
based on four different perspectives: the designers that best represent Ginley, Sally Singer, MIA and Terence Koh, which should be launched
with Tuscan entrepreneur Patrizio Bertelli. He suggested that it would
their own countries; new designers; differentiated vintage pieces; and With a unique signature, which brings a sense of melancholy, gothic
be best to stop selling other brands in the Prada store and rework her in September.
selected items of street markets. The result could only be an exclusive and even fetishist influences, Riccardo Tisci took over the creative
grandfather’s original handbag design, concentrating production in
proposal that goes far beyond a regular department store. STELLA MCCARTNEY direction of the French fashion house Givenchy in 2005.
Italy. From there, Bertelli became her mentor and later was appointed
by Miuccia as CEO of her company. Prada came to be synonymous Each year, the unique cultural and commercial characteristics of diffe- She was born with a last name that weighed heavily in the music Born in 1974 in the city of Taranto, in southern Italy, Tisci claims his
with luxury and exclusivity. rent countries and cities are represented at Opening Ceremony by the industry, and now carries a full name that is a powerhouse in fashion design aesthetic is influenced by the feminine power in the family. “I
vision of each designer coupled with external visual elements added design worldwide. Stella McCartney had her beginnings questioned. love romanticism and sensuality, maybe because I come from a family
A shoe line was launched in 1982, and in 1984, a simple, black nylon
by the two founders. Their proposal is based on the principle of the Still very young, fresh out of college at age 25, she assumed Chloé’s of eight sisters,” he told the New York Times in 2007.
bag - which did not sell well at first, but in 1995 became a symbol of
Olympic Games, a creative fusion of sports and businesses in a global creative direction. There was much criticizing over the brand’s decision, At age 17, he left Italy to study fashion design at Central Saint Martin
status and went to the top of the list of fashionistas around the world.
level, which is applied brilliantly in the field of fashion. Each year, claiming that McCartney was a name for the music business, but not in London. He returned to his country and worked for a number of
Miuccia confessed to Vogue UK: “Black nylon is part of my passion
they have decided to add a new country to the home team, and since fashion. Fortunately, Chloé and Stella proved them all wrong. brands, including Puma. Installed in the fashion world by 2004, he
for industrial things.” In 1988, the womenswear line was presented at
then, have been working in partnership with designers from around built the brand that bears his name. Riccardo Tisci, in less than a year,
headquarters and the following year, the first collection ready-to-wear McCartney brought over to Chloé her best friend, Phoebe Philo. The
the world - Brazil was up there in 2003, just one year after the house’s became one of the top designers on the runways of Milan. Soon, he
premiered in Milan. In 1992, Miuccia launched a line that bears her clothes they designed expressed the desires of young women. Their
foundation. During the spring of 2008, the Opening Ceremony laun- was appointed creative director of Givenchy, replacing Julien Macdo-
nickname, MiuMiu, bringing more accessible avant-garde pieces to a collections were as bold as Dior’s, McQueen’s, Tom Ford’s and many
ched a collaborative design project with actress and style icon Chloë nald. Tisci was the perfect candidate since, to work for the label, it is
young, bold, provocative, feminine audience. The very next year, a other big names of Parisian fashion. But soon after, the friends parted
Sevigny, inspired by the nostalgia for her early days in New York, her not enough to have skills and a powerful name; one must have that
ready-to-wear menswear line was incorporated, along with men’s shoes their separate way. McCartney launched her own brand and Philo
studies, the thrift stores and the music of Depeche Mode and The Silts. it factor. Great names such as Hubert Givenchy, the founder, John
and accessories. began to triumph alone, becoming the celebrated, minimalist designer
With the success, Chloë continued collaborating in 2009, designing a Galliano, Alexander McQueen and Julien Macdonald have all, at some
of another famous French fashion house, Céline.
In October 2004, Miuccia spoke to The New York Times about her menswear line with her favorite pieces. point, directed the creations at Givenchy. Since his appointment, the
designer has considerably helped boost the brand’s sales. “When I most obvious choice, perhaps it was because people underestimated his of Hamburg, selling Thierry Mugler, Sonia Rykiel and some of her As if his amazing talent was not enough, his grand debut paved
arrived, there were five customers. Now we have 29,” he said to the abilities, forgetting that he had entered Jil without with no experience own projects. In 1968, she opened her first Jil Sander boutique. In the Saunder’s way to the cover of Vogue UK, which led to invitations to
New York Times in 2007. in womenswear proved his skills. By that logic, he could just as easily beginning, it proved a complete failure, due to the fact the fashion in collaborate with prestigious fashion houses such as Chloé and Pucci.
lead Dior without experience in couture - and his debut showed that the 1980s being dominated by luxury, colors and flamboyant puffed
An irreverent Tisci has won over critics and made the world stop to Saunders uses the traditional technique of silkscreen printing and uses
he is quite capable there as well. shoulder pads. Jil Sander’s minimalist collections only started gaining
admire his haute-couture collections. Controversial, he agitated the kaleidoscopic images which seem to be produced digitally but are,
attention in the 1990s.
media in 2010 when he launched Lea T., the first transsexual model. in fact, hand crafted. The peculiar finishing of his work is due to the
PHOEBE PHILO
His campaigns and lookbooks always cause a stir; there have incidents In 1989, the Jil Sander label was sold to shareholders on the Frankfurt development of each print, produced in panels that consist of a single
such as an albino model starring in a campaign and an all-Asian cast Philo finished college at Central Saint Martins and entered the fashion stock exchange, one of the first fashion houses to venture on such a pa- pattern, giving the piece a surprising symbiosis of images and cuts.
walking during a haute couture runway show when the label was getting world right away. She arrived in Paris in 1997 and, since then, has th. Sander used the new capital to expand in Asia and North America.
In his the latest collections, Sauder has shown that he also excels in
ready to be launched in the eastern market. Just like the best in the bu- signed one successful campaign after the other. Philo leaves her print The result was positive and soon after, Sander had stores scattered in
tailoring, gradually reducing the use of prints. With a structured iden-
siness, the designer has his inseparable muse, Italian model Mariacarla wherever she goes. With an elegant, minimalistic trademark, simple many different places. In 1999, the Prada group bought 75% of shares,
tity, Saunders showcases in fashion weeks in New York and London. In
Boscono. His taste for Gothic aesthetics transformed Givenchy, and shapes and neutral colors, her clothes today can be considered timeless keeping Sander as creative designer. But in January 2000, unexpectedly,
2008, he became the creative director of Italian brand Pollini. Annually,
brought a mysterious to the brand. and outlast rapid fashion trends. In 2001, alongside Stella McCartney, after confrontations with the group (better yet, with Patricio Bertell),
Jonathan Saunders creates four collections for his own label and two
she was in charge of the creative direction of Chloé, where she remai- Sander resigned and left the house that bears her name. Boldly, Bertell
In his last haute-couture season, Tisci undoubtedly explored his best, for the Milanese house, boasting the use of kaleidoscopic color in a
ned until 2006. In 2008, she assumed command of another French said that a brand as strong as Jil Sander does not need to rely on the
inspired by the opulence of the Gypsy world. He created a perfect synesthesia of graphic prints, colors and textures with each collection.
fashion house, Céline. designer’s name. Since then, the label began to decline.
representation to showcase contemporary fashion in a reduced, but
In an interview for WWD, in August 2012, Saunders declares, “This is
beautifully crafted collection of 10 outfits, allowing you to pay more This two-year pause was due to her maternity leave, where she devoted Faster than one would have expected, in 2003, Sander returned to the
a great moment for young British brands in general.”
attention to the luxurious design manual labor, so scarce in haute- herself to her first child. Her work is designed for a practical woman, creative direction of the brand, which was celebrated unanimously by
-couture today. which says a lot about her profile. Philo is a discreet woman, granting the international press. Again, differences with Bertell made Sander ALBER ELBAZ
very few interviews and stating always that her priority is to her family. resign from office in less than a year. Designer Raf Simons took her

RAF SIMONS For many critics and fashion editors, the designer born in Morocco
As Céline’s creative director, she received prestigious awards in less place and fulfilled his role with the label for seven years.
and raised in Israel, Alber Elbaz, has revived the elegance of dresses
A master in his luxurious, minimalist style, Simons, in his debut col- than two years. In 2010, she won the prize for British Designer of the When Raf Simons left for Dior, behold, the announcement came in French fashion in the last decade, through lightweight fabrics and a
lection as creative director at Dior, managed to introduce his identity, Year and, in 2011, received the International Designer of the Year award again: Jil Sander is back to her eponymous brand, eight years after her design that perfect the female form, transforming Lanvin in one of the
along with a profusion of architectural shapes. The show began with from the CFDA. The designer who brought a new style to Céline’s last departure. most desired labels in the world. He is also one of the most beloved
the decoration of the runway space: walls were covered in soft-colored feminine identity provoked a significant rise in sales. In a courageous
“I am confident that this is the time for modern sophistication, for designers by the industry and models alike.
flowers, a small audience sitting in chairs and the feeling was of being move, she imprinted her own DNA on the brand, reinventing it,
attractive, wearable fashion which is true to the new century,” said the In 1987, he moved to New York and began working for Geoffrey Beene
inside a conceptual greenhouse. By reducing his silhouettes to the basic causing customers to have a trusting relationship with the label. Today,
designer to WWD in a welcome back article in February 2012. She where he was influenced by Beene’s rejection of trends and masterful
hourglass, referencing the new look created by Dior himself, Simons women wear Céline with ardor, adopting the pure aesthetic signed by
completed, “Fashion is experimentation, and if you keep the sophis- draping techniques. Elbaz was hired as creative director of French
created a rich collection, ending with sumptuous ruffles and embroi- Philo.
tication, it can also be eccentric. You have to break rules, if there is couture house Guy Laroche in 1996, adding his own contemporary
dery, giving the impression of a thick carpet of flowers, according to
Perhaps you have heard little about Céline, but the French house has a good reason. And now is the right time to be daring, there are few
Italian Vogue. take without alienating its clientele. In 1998, he was offered a job at
existed since 1945. It started out with children’s shoes, gained mo- new ideas.” While some applauded Sander’s return, others praised Raf Yves Saint Laurent designing women’s ready-to-wear. “For me, this
His story begins in 1990, when interning with Belgian designer Walter mentum in 1970 and was led by designer Michael Kors between 1996 Simons for having pushed the label forward for seven years. isn’t a career move, but the realization of my life’s dream,” Elbaz said
Van Beirencdock. Five years later, Simons debuted its first men’s and 2001. Under the creative direction of Phoebe Philo, the brand
The company’s DNA is back. In 2013, the brand celebrates its 40th in a press release from YSL. The appointment was short lived; after
campaign in Milan, and soon after, in Paris. In 1999, his name gained made fashionistas fall in love with it and today is considered to be
anniversary, and Sander will be in place from which she never should the Gucci Group bought YSL Rive Gauche in 2001, Tom Ford - then
visibility and the admiration of names like Gucci and Tom Ford. He one of the world’s coolest labels. In the Autumn/Winter 2013 season,
have left: as creative director of the brand she founded. Gucci’s creative director - dismissed Elbaz to assume all design respon-
stepped away from the business for five years, becoming head of the Céline presented a sophisticated and super contemporary collection.
sibilities himself. Alber went onto work for Krizia in Milan for one
Department of Fashion at the University of Applied Arts in Vienna, but It was a chic and sporty reading of the male wardrobe, without lacking
JONATHAN SAUNDERS season, and then spent a year away from the industry, not knowing if
resumed his menswear line in 2001 and ventured into some feminine femininity.
he would ever return.
collections. Soon after came the idea to launch his line Raf by Raf One of the youngest acclaimed names in the fashion industry called
In an interview to the New York Times magazine about her creative
Simons. In 2005, he was appointed creative director of Jil Sander. Raf is Jonathan Saunders. The 35 year old Scottish, who won this year the In 2001, he was made creative director at Lanvin and has since become
process, published in March, Ms. Philo said, “there are various words
showed extreme competence, placing the label in the most respected prestigious BFC / Vogue Designer Fashion Fund, has been excelling known for designs that are timeless, feminine and made in the finest
that always come up when I talk or think about starting a new collec-
editorials and magazine covers in the world. In 2012, he announced and earning his place in the restricted world of international fashion. of fabrics. He managed to revitalize the brand’s identity by making
tion: awareness, sharpness, fabric, reduced, new, refined, discretion and
his departure from Jil Sanders by becoming Dior’s creative director, His story began in 2002, with his final project of the course Master of his creations a favorite among critics and consumers. The secret of
attitude.” Her style can be defined with those words.
replacing John Galliano. Arts in the renowned Central Saint Martins, inspired by The Beatle’s success lies in his clothes, which reflect the sensitivity of a designer in
Yellow Submarine cover. The project drew attention and won over a mysterious, wearable fashion.
In an article published by The New York Times in July 2012, it was JIL SANDER
one of the most celebrated names in contemporary fashion. Saunders
noted that the search for the new Dior designer took months. Spe- In an interview to the Wall Street Journal this year, we can identify his
Heidemarie Jiline ‘Jil’ Sander, born in November 1943, is a minimalist developed patterns for McQueen’s Birds of Paradise collection, one
culations were initially on Marc Jacobs, Alber Elbaz, Phoebe Philo humble and charismatic manners.
German, founder of the Jil Sander fashion house and known as the of the most photographed fashion shows during the 2003 edition of
and Riccardo Tisci; Raf Simons was the underdog. If he was not the queen of less. She opened her first boutique at age 24, in the suburb “Fashion used to be a family business. For years and years, it was
London Fashiow Week.
the kind of business in which mothers and fathers and children and
grandchildren would all work together. And there was something in that.
the online retail market in the U.S. alone is expected to grow up to US$
279 billion. This result is due to the advances in infrastructure, which A NEW PATH images (always created in partnership with other artists) and of course
the clothes, which ultimately end up taking almost a supporting role in
Because family is the only place where you feel comfortable enough impulses the economy and drives massive consumption in a very short PG 178 the stories told. “We are designers who want to express through fashion
to make mistakes, and in creation, mistakes are really important. They amount of time. Social media like Facebook and Twitter has brought much more than to only create clothes. We enjoy working visually
To make up stories, inventing a new way to tell them with each passing
drive you forward. We have no titles at Lanvin; at lunch everybody eats together new customers, as well as email marketing, for an efficient by expressing our stories in the work.” And maybe that’s why, when
season, is one of MAURENOL’S desires. The brand was created by
together and the studio feels as one. I don’t believe in a hierarchy, in a growth in sales. viewed, their work may cause some strangeness, but is actually made
two designers from Latvia, who spoke exclusively to Catarina about
pyramid of people reporting to other people who report to me. I always in extreme simplicity. “Despite all this, the clothes we create are not
In Brazil, the current numbers are not as high as in the U.S., but are their inspirations, creative process and professional journey up to
say that if you really want the truth you have to go to the basement avant-garde, but ready-to-wear and very practical. This is an important
significant for an economy that is emerging in the world market. The date. The duo’s work is extremely contemporary, in a country that
because that is where things happen. If you look for the truth in the aspect to us - that the clothes are wearable, while at the same time each
prediction for 2012 is a turnover of RS$ 23 billion. The increased power has been withdrawn from Western creations for so long that today,
penthouse, usually it’s fake. detail in them has its meaning, story and reason,” explain the designers.
of the middle class also influences the Brazilian e-commerce: out of the perhaps because it is free of the predetermined concepts of the past,
Another difference in MAURENOL’S work is that the creative process
I’ve never worked with a muse or thought, Oh, I am so inspired by her, nine million new customers acquired this year, 61% belong to what is attempts to create a new reality for fashion, in which it becomes more
is all done together. But Rolands and Marite know very well how to
because I’m not doing the collection for one woman. I’m making it for known as “the new middle class”. When it comes to the best-selling ca- of a language than just a garment to be worn every day.
use each other’s best traits, making it so that their individual work is
different women, different ages, different body shapes, different colors. tegories, the ranking is led by home appliances, followed by technology,
Those who work in a creative field, be it fashion, art or music, know how quite complementary. “Rolands is working more with constructions,
Everything can inspire you: a story, a conversation with a buyer, a need, electronics, cosmetics and fashion/accessories.
difficult it is to show the exact essence of their work. It is quite obvious patterns, creates architectural silhouettes and the story around the
an editor’s comment. All we are as designers are infantile antennae.
Such a tool, just like any other, can have a positive or negative effect. to say that every creation is subject to the beholder’s interpretation, collection. Marite decides the materials, makes the story more poetical,
We are just so childish and naïve. We have to capture the moment
The secret is in the quality of the product, along with the efficiency of which is vital to every piece. But when we think about fashion, it is adds to the collection refinement, exact details, accessories. Though we
and then we have to project that back into our work. I have an idea
logistics and good customer service. Today, with the advances of this hard to step away from the traps of traditional exposure. Every season, have to admit that sometimes we do this the other way around. The
and sometimes it is very grand, then I have to translate it and make it
technology, the market has become overly popular – there is an online designers are trapped to commercial runway shows and ad campaigns, most difficult part is probably the fact that we take every collection very
relevant.
store for almost, or if not everything, we could have ever imagined. We which many times are lost in the crowd of scattered collections around seriously, we put all of ourselves in it, because it is really important for
Sometimes you don’t really need armor to feel protected. Sometimes often stumble upon confusing sites where a specific product is requested

the world, where only the big labels are highlighted even if their only us to feel the right energy through the things we create.”
maybe you need just a chiffon dress to hug you.” and hundreds of others appear unexpectedly. As we have said before, merit is their tradition. This is a problem faced mainly by small or
One way of showing the creations is through fashion films. Even
consumers want efficiency and speed, which is what the best on the new labels that, despite their quality, may get lost amidst so much
And that is our charismatic Alber Elbaz. though this form of expression has become overly popular in recent
market keep in mind as they invest in the organization of their site and information.
times, this is not MAURENROL’S intention. “We want to emphasize
gain power worldwide.
Perhaps that had not crossed Latvia’s Rolands Peterkops e Marite that we made these short films, because for us it was the best medium
THE POWER OF ENTER

A successful virtual store must contain a well structured layout and Mastina’s mind, but today it is MAURENROL’s biggest differentials. to express these exact collections, not because it slowly grew into an
distinctive design. We must remember that uniqueness always stands The brand was founded only a year ago and has already conquered its international trend at the time,” they say. As a lifelong dream come
PG 176 out among competitors. A survey by an agency specialized in web space in one of the most prestigious fashion weeks in the world – in Pa- true, the first production was made for the collection Private Detective
design shows that 25% of British businessmen admit to coveting a ris. Despite the brand’s short existence, the duo’s work has had enough in 2008, inspired by the film noir genre, all shot in black and white and
We start off with a question: where do you think the consumption rival company’s website. time to mature until it was available to the public. Since 2005, while with a mysterious aura to convey the collection’s mood. For this, the
market is headed? The current scenario of retail is striding toward a
However, an attractive and modern layout is not enough. It is the still studying at the Art Academy of Latvia, Rolands and Marite were designers could count on the participation of Latvian director Kristīne
millionaire future online. The e-commerce economy is preparing a
satisfying experience that leads to customer loyalty. Keep in mind already in the spotlight, not only of the local academic community, but Kursiša, who also collaborated on the second short film, made for their
stage for innovation and advances in the infrastructure for the present
that the presentation should be clear and objective. Images, fonts and also enticing people from different cities, like Berlin, Rome, Stockholm Nightmare collection, along with set designer Rudolf Bekic.
electronic retail market.
buttons can be customized, but without many excesses. By using a clean and St. Petersburg, where they presented their collections. From the
In their latest collection, Epizode 2, the inspiration came from the late
In 1999, this tool was suffering from a lack of venture capital investors. concept, you will highlight what really matters: your product. And if beginning, their work was awarded important prizes (ITS 6 and Hyères),
1980s when Latvia was still under Soviet rule, a period that lasted 51
Thirteen years have passed and we see a sharp market growth. Today, the package says a lot about the present, in this case, the image says a which further boosted their desire to create.
years until the country’s independence in 1991. The stories are about
millions of dollars are invested fearlessly in a market that may be called lot about the product. Photo quality increases sales and the consumers’ There is also another important feature in their creations, which the rebels of the time, who used to write hidden messages in poems,
a “symbol of our time”. desire. perhaps today - as the awards in the past - propelled them to reinvent plays, music, literary and art pieces to demonstrate their dissatisfaction
In a globalized world, where people are far away and yet so close, living Overall, the layout should characterize the enterprise and, at the same the entire language of their pieces when the time come to show what with the system, which was imposed after great resistance by the Latvian
in their own private world on the Internet, how can we not surrender time, make it relatable to the consumer. For example, the development they do. According to the designers, the inspiration for their collections people. Since its independence, Latvia has been trying to strengthen
to buying online? Man is seeking fast, convenient consumption as he of a strong logo that relates to your segment, along with the application is always a story they want to tell. “Inspiration is very hard to describe its ties with the West. MAURENROL’S has a similar plan, even while
browses, with no hassle. Ok, we may miss out on the fun of leaving the of the characteristic colors of the other departments of the store, are and formulate. Every time our inspiration is something else.” The knowing their strengths in a small region such as the Baltic States, have
store with the merchandise, but in return, we feel the pleasure of recei- effective ways to strengthen the branding of your business. key is to blend all the information received in their daily lives; the always planned on reaching a wider audience. Last season, the brand
ving something in our house that we have been expecting for days, an sounds, experiences, emotions, lights and tastes that come together was the official Parisian fashion calendar, making history as the first
E-commerce is a tool that requires complex reasoning, planning and
exclusive product that came from the other side of the world, or a great to transform into something that goes beyond clothing. The pieces Latvian label to join the French fashion week - and so, they gradually
strategy. Those who enter this market unprepared are at risk. Staying
find that gives us an opportunity in which we can actually make money actually translate the small pleasures of our everyday lives. And the become protagonists of their own history.
informed about of trends and the involved processes is necessary. After
off of. Expectation, exclusiveness and opportunity – three words that process fuels the inspiration to produce even more. “We create only if
all, to be effective, to have a competitive price and amazing products
can define online retail for both the consumer, as well as the supplier. we are amazed with the process; that is inspiration for us.”
should be enough, but success online requires even more than that.
In recent years, the tides have turned in favor of e-commerce. By 2015, MAURENROL’S work involves installations, sculptures, videos,
MEN’S STREETS cannot fight against a giant that dates back centuries of tradition in
fashion. After all, Europe breathes fashion, even during the crisis that
the site delivers in Brazil. But the overabundance of blogs written by
girls and for girls is here to show that men’s lack of interest in fashion
economy in the world. To understand this growth, it is necessary to
understand this country’s history a little more. China has always been
PG 182 is affecting the market significantly, a subject that is definitely not the information still exists. a giant; its amazing monuments and its people reflect the traditions
biggest concern in Brazil. Just reflect, for example, on the themes that that have been maintained for millions of years and that, despite all the
I think it is interesting to mention a blog that stands out for its the
A REFLECTION UPON THE EVOLUTION OF MENSWEAR have made Brazilian cinema known worldwide and the subjects that changes, are still its main feature. For 4000 years, Chinese civilization
content and, ironically, is titled The Man Repeller. The blog was created
consecrated European films. One must also consider that the biotype has been built and influenced by their rulers. From the second century
When I heard about the changes in João Pimenta’s career path in the in April 2010 by journalism student Leandra Medine in New York, and
of the Brazilian man is different than that of Europeans, who are quite BC until the rise of President Xiaoping, China was a great empire.
beginning of August, I began to reflect on the course that menswear with it, she discusses trends that women love and men hate - those
slim, while here the focus is on a muscular body, hence the clothes In this period, the occasional invasions occurred, but the rise of the
overall is heading. The designer, who showcases a different perspective exaggerated, eccentric and peculiar trends that make us girls shout with
that emphasize that. communist president in 1978 was what effectively set into motion all
to Brazilian menswear since 2005, announced the withdrawal of his joy with our friends and have the power to “repel men.” In early Au-
the changes that made the country become the second largest world
participation in retail to devote to custom-made creations and whole- As for the market, let us take as an example the strength of Europe’s gust, questioned about the growing disinterest of women for feminine
economy.
sale. He closed his shop in the Pinheiros neighborhood, in São Paulo, fashion events, reinforcing the menswear segment with the creation of clothing and the migration to the male wardrobe - which, incidentally,
clarifying that his commercial line was not working out as he would fashion weeks directed entirely at it. Paris’ Men’s Fashion Week lines is full of extremely diverse pieces that designers put on runway at their
TO CROSS THE RIVER BY FEELING FOR THE STONES
have liked. Unfortunately, it only comes to prove that the Brazilian up names like Issey Miyake Men, Louis Vuitton, Jean Paul Gaultier, own risk and, with some exceptions, attract the female audience more
Yohji Yamamoto, Comme Des Garçons Homme Plus, Givenchy, John than the male. After the death of Mao Tse Tung, who nationalized enterprises and
consumer is not ready to receive the overload of proposals that the
Galliano, Maison Martin Margiela, Dior Homme, Hermès, Lanvin imposed a dictatorship in the country, Deng Xiaoping took power
market has to offer. The truth is that, despite the public’s efforts to And then we see the menswear labels chasing the female public that
and Pierre Cardin, displaying on the runway technological innovations and initiated the economic process by which China has gone through
absorb the fashion world, much of the male population still chooses worships it. An article published by the site WWD on August 20 shows
combined with an unique and conceptual point of view. In Milan, a over the last three decades. Among the economic reforms responsible
traditional clothing and display a certain indifference to trends. Each leading menswear brands that are targeting women by supplying men’s
similar event brings together Jil Sander, Dolce & Gabbana, Burberry for making it one of the major potencies in the world economy were,
year we track the menswear collections and notice that they come laden tailoring adapted to the female wardrobe, winning over customers who
Prorsum, Bottega Veneta, Salvatore Ferragamo, Vivienne Westwood, firstly, programs to improve the agricultural system, aimed at increasing
with technological innovations applied to fabrics and materials, but are are already adept to the style, as well as those who have just started
the income of the Chinese population. At first, China also became a
cautious when it comes to the shape and general proposal. Prada, Roberto Cavalli, Giorgio Armani, Emporio Armani, Moschi-
to embrace the trend. It is the suggestive “Dress like a man, think

no, Missoni and Fendi, among others. London Collections: Men, a major exporter of products at a low cost, thanks to the heavy gover-
However, we find that European men adhere to these innovations in like a girl” motto preached by Leandra. After all, if every guy took
menswear event organized by the British Fashion Council (BFC) in the nment subsidies, which attracted foreign investment. It was then that
a more natural way and well before the news even reach Brazilians. pleasure in this infinite world of fast information from blogs, websites
English capital, came to reinforce the segment with names as Tommy the Chinese industry began to gain the characteristics that still haunt
This comes as no surprise, since one usually adapts to the universe and magazines, maybe it would boost the menswear segment to run at
Hilfiger, Jonathan Saunders, Christopher Kane, Richard Noll, Liberty it today: cheap labor force and negligible interest rates, resulting in the
one is inserted in, and menswear in Europe is much more glorified and the same rate as womenswear. Whether we like it or not, it is consumer
London, Pringle of Scotland and the introduction of several new de- production of low cost and low quality products.
valued than here. It is a set that includes market possibilities, vision behavior that drives the market to evolve, and women push the fashion
signers, leading the future of the male fashion scene there. Moreover, From the mid-1980s, China began to open up the industry to private
and information for consumers, as well as the external influences of market to run a marathon for them every season.
in Florence, Italy, Pitti Immagine Uomo takes place biannually and companies with foreign capital in order to complement the existing
the place one lives in.
is a world reference for menswear, presenting collections that vary state enterprises. The country accepted investment from joint ven-
THE STREETS BELONG TO MEN

Brazilian men, in general, are concerned with their health, well-being from the most prestigious label’s haute couture to avant-garde and tures, which then enabled the development of technology industries
and looks, but while some keep up with the market changes and contemporary creations. All of them serve as a true stage to observe the and infrastructure. Over time, the country improved the process of
are hungry for innovations, a large part of the population does not elegance of men’s street style, with subjects being constantly clicked by PG 187 economic reforms using “models” for further reforms, in a system that
judge appearance as something so imperative. The strengthening of photographers to appear in a variety fashion sites. worked like this: the reform was implemented in certain company of
Fashion sites and blogs today are focused on the most interesting
the Brazilian middle classes, who represent 77% of the population, a certain region. If it worked, the reform would take place across the
Here in Brazil, we see a different focus. The country stands out for
aspects of menswear around the world. We see an even dispute for
comes with a hunger for consumption and the increasing interest in country. Such an approach was, according to the president at the time,
presenting a range of fairs and fashion weeks each season, focusing on
content directed at men and women and, in fact, we have noticed the
women for differentials in fashion. Here, there is not yet a wide variety like “crossing the river by feeling for the stones”.
different regions and perspectives, aggregating diversity, quality and
increase in sites dedicated exclusively to the male public! Our street
of shops as in Europe, nor is there aesthetically appealing clothing
impulse to the local economy. But menswear brands are a minority Today, China is the second largest economy in the world, with an
style section in this issue brings together a gigantic dose of inspiration
available at an affordable price. However, this rise in consumption
in national fashion weeks and share the line-up with the giant wo- average growth of 10% in recent years. In 2011, the country’s GDP
from various male styles. All you have to do is click on the image to
boosted department stores like Renner, Riachuelo and C&A, who chose
menswear segment. On one hand, Brazil is advancing considerably (Gross Domestic Product) reached approximately US$ 300 billion.
be redirected to its original source – and save it among your favorite
to innovate their products and are constantly seeking international
in the male segment, because we have great creators and a growing In the first half of 2012, growth has not met the expectations of the
sites to review it every day!
references. With that, a question arises: do the men inserted in the
international visibility; however the public that is prepared to receive Chinese government, decreasing 3.3% in the first quarter alone. Ac-
same social class want the same fashion information that the women
this information is not yet the majority here. cording Fan Jianping, chief economist at the State Information Center
are seeking? Or is the culture of beer and soccer widespread in Brazil
far more influential than fashion? Along this same line of reasoning,
we find that, unfortunately, it is still a strong tendency among men to
Therefore, we get to the complementary side of this story. The market
can only grow and evolve when driven by the desire of its customers for
CHINA (an agency linked to the Chinese government), the GDP will hit the
floors in 2012 and still resume its growth at a reasonable pace of 8.5%.
something that goes beyond expectations. So what are they are looking PG 192
relate taking care of their appearance with homosexuality. PURCHASING POWER
for? Today, there are many websites and blogs that bring differentiated If we went into a classroom a few decades ago, the largest country in
So it is very common to see outfits that have clearly not been well The last poll to measure the Chinese population was done in 2011,
products and quality information for the male segment. An example the world would not have made it on the maps during Geography and
thought out and a certain indifference in Brazilian streets. At the showing that around 20% of the 7 billion people in the world are
is Mr Porter, a site that provides an online store with products from History lessons. China was only seen as a rural, closed off country. After
same time, it is impossible to miss the classiness portrayed in the in China. That same year, the population also became more urban
different brands, as well as specialized content with relevant informa- only a few decades, we find a country that is now the second largest
way European men dress. There are many factors involved, and we than rural, with 51.27% of the Chinese living in cities. About 350
tion like tips and news from the segment – and the best part is that
million people live in good financial condition and are considered label’s designer, said he had been experimenting with cuts and prints that housed the label’s Fall / Winter 2012 collection, in an event that showcased in London for three seasons, was invited to participate in
upper middle class in the country - 10 million people in this group that would please Chinese women. brought together several Chinese celebrities and gave pop diva Tina Paris Fashion Week’s official calendar last season.
are millionaires. By comparison, in the U.S., about 45 million are Turner the opportunity to visit China for the first time.
Since then, many brands have started to invest in the market and in Even with a strong will to change the fashion scene in the country,
considered to be upper-middle class.
products that pay tribute and recognition to the rich Chinese culture. During the season of Autumn / Winter 2012 in Paris, the chief editor Chinese designers still have to fight against many odds in the market.
Even so, China is one of the countries that suffer most from the dis- One example is Prada, which called upon Chinese filmmaker Yang of fashion website NOWFASHION.COM, Jessica Michault, posted on The main one is that the Chinese textile industry is not yet ready to
parity of classes. Out of its 1.34 billion inhabitants, approximately 500 Fudongum to direct short film of their Autumn/Winter 2012 menswear her twitter account a picture with five Chinese girls and the following change the paradigm of Made in China to Designed in China. As
million live in poverty. The difference in income is perhaps one of the campaign, and Ferrari, who launched a limited edition of a redesigned sentence: “The future of the fashion world’s front row.” Even with all strange as it sounds, fabrics are a problem for Chinese designers. Today,
reasons why the luxury market and traditional brands consider China car by artist Lu Hao, inspired on ancient Chinese ceramics. Hermès, the buzz generated by the events in China, it is still in Europe, speci- most of the fabrics used are from countries like India and Bangladesh
as one of its main markets. The growth of the Chinese population’s before opening its first store in China, organized an exhibition with fically in Paris, where it all happens. But that does not mean that the that go to China just for the dyeing process. Most new designers want
purchasing power is striding, and if we look at the fact that only a the theme The Chinese Horse in collections exposed in local museums. Chinese are forgotten: brands like Dior and Chanel have always hired to experience and use technology in their creations, but the textile
portion of the population that has reached a higher social level has Today, the brand has 40 stores in Greater China, in 2013, will open agencies for their show’s front rows to be filled with A-list stars, and industry is very reluctant, arguing that it is too much work for too
made China a world powerhouse, this growth is only just beginning. in Shanghai a Maison Hermès similar to the ones in Paris, New York, today, the Chinese celebrities are much more welcome than familiar little money. Labor is also a problem for those who work with fashion
Tokyo and Seoul. In 2012, Hugo Boss chose actor Chow Yun-Fat to be faces from Hollywood. in China.
Despite all the facilities for the entry of foreign companies in the
the face of the brand in the next two years.
country, one of the main difficulties still remains the suitability of Another sector that seems to have been saved by the Asian giant is Masha Ma, the same designer who presented her collection in Paris
their products for the Chinese population. In a country that has existed In early 2012, several brands have opened their doors to China for printed media. People are still buying magazines instead of seeking in- in the beginning of the year, spoke to WWD about the difficulties of
for 4000 years, traditions are steeped in people’s everyday life, in a the first time as a way to strengthen their business. Even with the formation online, and for the Chinese, to have an edition of Vogue on finding hired help. “You need to have a fancy place to show them you
country which has only recently opened to foreign products. Louis projected slowdown of the Chinese market during the years to come, their coffee table is synonymous with status. Brands also invest heavily are for real. Otherwise they won’t work for you.” Other technical issues
Vuitton (LVMH), for example, was the first label to open a branch in labels still bet on emerging countries (China, Brazil, Russia and recently in magazines ads. Versions of Western publications like Cosmopolitan include the manufacturing sizes, which are not tabulated (designers
China in 1992 and today it is the first name to be remembered by the Kazakhstan) as the great “saviors” of their business. This economic and ELLE have two editions a month, and Vogue will start to publish often use Japanese or European tables and even make up their own
Chinese as a luxury brand, and its Beijing store sells more than the one downturn has already started, but it did not affect their consumption 16 issues a year. measures), and printing which, unlike most countries, is developed

in Chicago, USA. habits of the Chinese population. Retail sales from January to July 2012 by older people, who are not concerned with the future of fashion in
totaled 11.45 trillion Yuan (US $3.63 trillion), with nominal high of SELF LOVE China.
UNREQUITED LOVE 14.2% over the same period last year. The only real concern is with While Chinese celebrities were being pampered and jammed into the Despite the problems, there is much expectation for Chinese designers.
Louis Vuitton is just one of the major brands that have opened its doors the Chinese inflation. Spanish retail chain Mango sees in China the front row of fashion shows in the most important fashion week in the The chairman of PPR, François-Henri Pinault, revealed to the Hong
to the Chinese public. In recent years, almost all labels from groups like possibility to recover its sales, which fell 38% in one year. Today, the world, others wanted to show their country off, but in a different way. Kong Economic Times his plans to purchase a Chinese brand. The
PPR and LVMH have turned to the country, which represents a great brand has over 2,500 sales points, but plans to open another 80 in In partnership with the Fédération Française Lacouture, China in Paris interest began with a visit to Beijing in September 2011, when he
part of their income. The results seen in the first quarter of 2012 show China and 30 in Russia. is an event that had its second edition in the season of Autumn / Win- told the financial newspaper Bloomberg that he would be looking for
a 20% and 30% increase in revenue, respectively. From the PPR group, Major events for the Chinese public are also a strategy to reach conter 2012 and brings together organizations such as the China National a “Chinese brand with its own identity.” But what kind of identity
23% of Gucci’s total sales and 76% of Bottega Veneta’s total activity sumers. Jeweler Harry Winston took the stars of Gossip Girl, who are Garment Association (CNGA) and Life In Fashion. The proposal is would the French conglomerate be expecting from a Chinese brand?
were in Greater China. There was a 24% increase in the total group a big hit in the country, to its Chinese branch. The label gave the simple: to build creative bridges between the two countries. For a long For designer Xander Zhou, to be one of the few designers to show their
sales: in 2011, PPR opened 25 stores in the country and, by the end of Chinese fans a chance to meet their idols up close for the first time. time, China was not remembered by creators and world renowned work in major fashion weeks is burden. These young people seem to
March 2012, this amount was calculated in 124 boutiques. “We see China as the most exclusive place in the world, and we intend brands; moreover, no Chinese businessman was linked to high fashion. have the need to portray a China that is not the same as 4000 years ago.
to continue as the most exclusive manufacturers of jewelry and watches Today, they not only sell foreign brands in their country, but also want It is not necessary to take away from creativity to display high collars,
But the history of a brand is alone not enough to keep Chinese cus-
in the world,” said Fredéric of Narp, president and CEO of Harry to transform the fashion that comes from home. “China doesn’t have robes and all the clichés that we think of when remembering Chinese
tomers interested. A market that until recently was closed to foreign
Winston. the equivalent of Japan’s Yohji Yamamoto or Issey Miyake. They want culture. There is no way to deny the importance of history for a country
products, or did not have the purchasing power that enabled the
to promote the work of designers who could be built up into national that has gone through so much, but for these young designers, this is
acquisition of luxury products, today sees the most important brands in Louis Vuitton, which is a household name in China and has 40 stores
brands,” said Didier Grumbach, head of the French fashion federation. just the beginning.
the world bringing products and planning specific marketing strategies in the country, continues to invest heavily in its marketing activities.
to the Chinese population. To inaugurate the new Shanghai store (which is only smaller than the Christine Zhao, daughter of a fashion businessman and one of the
flagship on the Champs-Elysées), the train that was used in the label’s organizers of China in Paris, has taken Chinese designers to visit
According to Roland Berger Strategy Consultants, to win over the
Chinese clientele is a difficult bet, but once the public gets to know
the brand, sales explode. When brands like Cartier, Yves Saint Laurent,
Autumn / Winter 2012 runway show in Paris – and had cost around
US$ 5 million to be built - followed trip to Shanghai in a show that
Paris over the past four seasons. “It’s about opening a door for them,
otherwise they don’t know how to approach Paris. It is up to them to ONCE UPON A TIME
Chanel, Hermès and Gucci, among others, began appearing in China caused a riotous buzz and was attended by several Asian celebrities. decide whether they want to stay, or if it doesn’t suit them, for reasons PG 200
When asked about the crisis in Chinese economy, Yves Carcelle, Louis of language or culture. To stay, they need to have talent --- but also
in the 1990s, none of them knew the real importance of the Chinese AEC and WAONE are the names behind Interesni Kazki, the precur-
Vuitton’s CEO, made it clear that not every country will have a sales a good head for business.” Of the designers who came to Paris with
market. The first brand to invest heavily in the Chinese public and sors of street art in Eastern Europe and today, with their work spread
growth of 10% to 14% every year, and even if the number falls, it will Christine, three work in showrooms in the French capital.
demonstrate the country’s importance with exclusivity and worldwide on every corner, have gained international fame with their murals. The
attention was Fendi in 2007, with the unforgettable runway show at the not be as small as the sales in countries like France. Another success story is that of designer Masha Ma, who presented delicate features and bright colors contrast with the soft characteristic
Great Wall of China, where more than 90 outfits were showcased with In May, Giorgio Armani also took a show to China. The brand her work at the event two years ago, but now has decided to tread her of the paintings loaded with impossible situations or everyday objects
a cast of models that was virtually all Chinese. Even Karl Lagerfeld, the transformed a warehouse in Beijing’s art district into a megastructure path alone. The designer, who studied at Central Saint Martins and that that lose their original shape in a metamorphosis to adopt mea-
nings. Social criticism, religion, astrology, science fiction and popular our art, sometimes fantastic stories or social critiques. RC: What was the best place you have ever painted? Today, it is Lea T, the Brazilian transsexual model, who enchants
traditions are present in the work of the duo, which were always full of Givenchy’s new creative director, Riccardo Tisci. He has known her for
IK: I’d say it was the Azores isles and Himalaya Mountains in India.
symbolism and open to interpretation, revealing new points of view RC: How does your creative process work? over ten years and loves to say that Lea has the “perfect body” to be his
at every glance. IK: There is nothing special, really. First, we come up with the idea, then RC: Color is a strong characteristic in your work. How are they model and muse.
the sketch. We find the wall, sketch it and paint. chosen? But perhaps the most iconic muse in the history of fashion is Yves Saint
Revista Catarina: How did your story begin? Where did the name
IK: The colors in our work are chosen automatically. When you paint, a Laurent’s Loulou de la Falaise. They met in 1968, on a night out in New
Interesni Kazki come from e what does it mean? RC: For us, it seems like there is a lot of freedom when you work in
stream of energy flows through your mind, and that is how you choose York, and were never again seen apart. Saint Laurent’s muse inspired great
INTERESNI KAZKI: Our story as a street artists began over 10 years the streets.
your color palette. creations and always worked very closely with the designer, becoming
ago. We started with traditional graffiti style writing. Interesni Kazki IK: Yes, that’s true. I think street art is the freest kind of art at the mo- an advisor, a great influence and the brand’s hat and jewelry designer for
was from our old-school graffiti gang “IK”. At that time, the meaning ment. But, for example, in US, it becomes very commercial, so it forces RC: One of your most recognized pieces is the one on a submarine. some time. It was she who influenced Yves to focus on ethnic elements
of IK was “ingenious kids”. IK was the union of some other Kiev crews. the artist to make the same stuff all the time, if he wants to keep his How was the process? and encouraged the designer to create the feminine tuxedo when Loulou
Later, when we (Aec and I) tired from graffiti letters, we tried to paint popularity and earn money with his art. herself adopted an androgynous look, with short hair and men’s trousers.
IK: It happened in Crimea, in Sevastopol, on our friend and fellow street
the walls only with characters. So it was the beginning of Interesni
artist’s birthday. We were celebrating Kislow’s day in a yacht-club and There is no denial that there is something very special in the way these
Kazki, which means interesting stories and fairy tales. RC: What’s your idea about the future of mural art? Do you feel the
saw sunken submarine, on the bottom of the gulf. Just the top part was women choose and combine their clothes and accessories. The muses
need to be in galleries?
RC: How is street art in the Ukraine, especially in Kiev? Are you free over water line. We got there by boat and painted some characters. On end up becoming fashion icons and references, authentic celebrities, but
IK: I think it is very powerful way to influence the masses, so in the the other bank was a Russian military base, and soldiers swam in the sea
to create as you please? never mere it-girls. Like Amanda Harlech, Loulou became indispensible
future it can become more commercial and propagandistic. Galleries guided by the commander. in the process of developing a collection and considered that title an
IK: Ukrainian street art is very weak. There are not too many street provide the artist with the possibility to earn money from their work.
understatement for her work in the atelier, where the working hours were
artists in Ukraine, and just two or three are really good. Some time ago, We don’t really feel need to be in galleries: we feel need to paint. Many
quite long. Besides acting as inspiration and wearing the clothes with all
Kiev government passed the bill against graffiti. But for us it doesn’t collectors and galleries need us more than the other way around.
BEHIND EVERY MAN,

the elegance that the creators were looking for, they began to transform

matter, since have not worked in Kiev over the last two years, because
RC: Here in Brazil, we have a duo called Os Gêmeos, whose work is the status of muse in the business.
of our work in other countries.
RC: You have been creating for so long and your work is recognized
similar to yours. Do you know them?
IK: Yes, sure we know them, but not personally. We like their work and
THERE IS A GREAT WOMAN Today, the muses are true communication chiefs inside the Maisons. The
glamour is proportional to the responsibility that a muse accumulates in
all over the world. What is IK’s relation today with society in the PG 206 and out of fashion houses. They work hard from the beginning stages of
respect them a lot; in a way, their pieces influenced us to form our style
Ukraine? the collection as counselors and collaborators, whose vision designers
in the past. Now it looks like they are tired, they do not seem as active The scene repeats itself every season: days before Fendi’s runway show,
IK: Most Ukrainians don’t care about street art. They only care about as they were 10 years ago. Karl Lagerfeld takes a final look at the garments while surrounded by rely heavily on.
their own problems; the politic and economic situation in Ukraine is not his staff, who are apprehensive with each modification and disapproving They play the role of PR agents for the runway shows and product
so good. But on the other hand, I am sure that people who are interested RC: What are your influences today?
stare set upon the many outfits that would appear on the runway the launches. They are diligent in their attendance at events that promote
in street art know our work is very good, mainly the younger generation. IK: We travel a lot and we see many countries with different cultures and next day. His doubts upon a certain dress seem to disappear as he hears the label. They help boost sales by being the face of the campaign and
nature, so it influences us deeply. There are some really good, meaningful a call in a tone that mixes sincerity, hysteria and adulation, “So chic, wearing the clothes right off the runway, helping to approximate the
Some other people, like the Ukrainian contemporary art society, don’t
movies that I like, but films are way to manipulate the consciousness of Karl!” The one who eased the designer’s mind is none other than Lady brand and the public.
like us. Because our art is so bright and honest, it is out of any the
masses. We listen to different kinds of music, usually retro electronic, Amanda Harlech, who accompanies him since 1990 and earns a salary
country’s art trends, which at this time tends to glorify all kinds of So, when we think again about the moment of Karl Lagerfeld’s indeci-
meditative songs, krautrock, progressive, neoclassical... I have many to be his absolute muse.
dirtiness. sion, Lady Amanda Harlech’s certainty about the dress seems obvious.
books that have influenced me to form my world view. In my childhood,
The fact that designers are inspired by the beauty and originality of some She is involved with the label, knows its designer and its clients best, is
RC: What is it like to start out in such a small country and today be I read mainly Russian and Ukrainian fairy-tales, also some old Soviet
women to create their collections is not unheard of. And the stories go herself a consumer and, most importantly, is a woman. And let’s face it,
in almost every corner of the world? magazines about science, nature and history, with beautiful illustrations,
on and on. there is no one better to give an opinion on clothing than a beautiful
IK: We are very pleased to work in other countries, because there is no for sure. Then I went on to Sci-Fi books, and later philosophic and
Much of Paul Poiret’s success is due to Denise Boulet, his wife, muse woman, right?
future for street art in Ukraine. spiritual books.
and the first French trendsetter. Besides being a source of inspiration for
RC: When did you receive your first invitation to paint outside RC: The surrealistic references in your work are visible. We can his corset-free dresses, she was also his model when disclosing the La
Ukraine? almost say it is a reinvented surrealism. How does the style influence
(or help) when you are creating?
Garçonne figure.
Christian Dior met Madame Bricard in Paris and soon became fascinated
A CLICK AWAY
IK: It was in 2007 and came from Spain. It was “Poliniza 2007” in PG 210
Valencia. IK: To me, surrealism as a worldview, like a next level of perception of the by the lady. For the designer, she was the definition of chic and served as
world, out of physical senses. Surrealism is a kind of reality, but imaged inspiration for the creation of the New Look, besides being responsible Every day we browse street style sites and blogs and fall in love with
RC: What is your trademark, that characteristic that makes people through symbols. It is like a dream, when sometimes A Higher Mind for the development of the brand’s famous hats. clothes, shoes, bags and accessories that we often do not know where
recognize your work everywhere? tells you something very important about your real life through pictures to find. Or perhaps we just do not have that drive to go out to go out
In 1953, Hubert de Givenchy met his muse, Audrey Hepburn, and went
and symbols. So painting is like meditation or a dream, when something looking for the same articles in shopping malls or the myriad of online
IK: I don’t know… each person can interpret our work in their own way; on to create outfits not only for her films, but also for her everyday
from above guides the process. stores, not to mention there is always a chance of not finding exactly
in this sense, people are free. Mainly people see a kind of spirituality in life, which translated the ideal of feminine elegance he sought for his
what we want.
collections.
That is why Catarina’s showcase in this edition offers immediate access MELK Z DA ment. The pleasure of seeing someone wearing something you designed MARK GREINER: FASHION’S ARCHITECT
to the products you love, inspired by street fashion from around the is indescribable.”
“An executioner disguised as a nice guy who is in a relationship with After eleven years of adventuring through the paths of fashion design,
world. Just click on the piece and make the purchase at the label’s
art,” is his definition to fashion. As head of the label DerMetropol, Mario Francisco welcomes us to his he speaks to us about his cultural origins, inspiration and creative
online store.
creative world. He has been working with fashion for over 10 years and process.
Melk Zda is a designer that has showcased in Fashion Rio for 10 seasons
spoke exclusively to us about his experiences, plans and professional
and defines himself as a regular person who is not vain and loves art, Son of Karl Greiner, a Sino-German immigrant born in Shanghai, and
aspirations.
BRAZILIAN CREATIVITY
pets and people. Born in Usina Laranjeira, in the state of Pernambuco, Velma Limaverde, who was born in the Cariri region of the north-
he states that his rural upbringing has influenced his love of nature Fashion means… much more than just work, it is constantly on my -eastern state of Ceará, Greiner uses his cultural relations from home
PG 216 and sustainable beliefs. In an exclusive interview, he shares a bit of his mind. as the biggest references in his fashion.
everyday life and creative nuances.
Experience in fashion… I was actually a bit influenced by the soap He is a partner in Dragão Fashion Brazil since 2001 and the event’s
MARCOS PAULO
His development routine starts at 7 AM. The whole creative process opera Ti Ti Ti, broadcasted in Brazil in the 1980’s. Since I was a little creative director since 2008. In 2011, Greiner was invited by André
And in the never-ending search for the new, we have found MARCOS happens in his experimental studio. There, he sketches and carries trials boy, I have always enjoyed drawing clothes and observing the design Hidalgo to the line-up of Casa de Criadores.
PAULO. to test the shapes, embroideries, textures and sewing. Phew! He shares of a piece and how people wore it. I can’t look back and identify when
He graduated in Architecture and was part of the team of architects
Born and raised in Flores de Cunha, in the Serra Gaúcha area in Brazil, all the work with his team, who enhances and makes his ideas even I began to get interested because it is a subject that I always enjoyed.
Ione Fiuza for nearly 19 years. The constant exercise to understand the
his interest in design, fashion and art blossomed at an early age. Marcos more exciting. On average, there are four collections per year with a
Defining a style… I think the main characteristics of my work at three-dimensional architectural universe made it so that his experience
graduated in Fashion Design at the University of Caxias do Sul and was maximum of 30 pieces each. He confesses that the secret to his clothes’
DerMetropol are the fusions of streetwear, tailoring and sportswear, with fashion can enable him to represent the world in liberating way,
part of a college foreign exchange program to Portugal. He ensures that feel and texture is due to the access of imported, well-differentiated
as well as the use of elements from womenswear that can be incorpo- thereby building a single repertoire. His passion for design is clear. Be
this cultural trade was the main cause of his personal and professional fabrics, which greatly facilitate his creation.
rated in the menswear universe, without causing the article to lose its it in architecture or fashion, what arouses his interest is the communion
development. His greatest source of research is his experience, ensuring that it is masculinity. of ideas with their materialization. It was through fashion that he
Because he lived in a small town without many cultural opportunities, easier to be inspired by things you know well. Usually, he researches managed to establish connections that go beyond product and image,

Inspiration… Anything can be inspiring, I don’t think this is something
he has had a strong connection with books and the Internet since spontaneously, organizing image files according to what he sees fit gaining true friends in the process. Sensitive to people’s daily lives, his
I control. Of course, there are subjects that I am more interested in, like
college. They are a source of inspiration that deepen his knowledge. for each season, making a mural using photos, drawings, embroidered inspiration is based on emotional references that value human beings
music, culture in general. But I think any creator needs to be open to
references and fabrics. The full image acts as an external hard drive, so and their abilities.
“I work at home, so I keep my atelier in order and there are always new sources of influence all the time, and try not to limit themselves.
that every idea is stored.
paper, research books and fabrics for testing new shapes. The only “I work incessantly and instinctive. I seek to understand and grasp the
Favorite reference… I have a few designers which a like a lot, like Pierre
problem is that the clothes are taking up so much space and the room Although his conceptual signature is very clear, we can easily see his process of the scenic construction of the spectacle that is a fashion
Cardin, Andre Courrèges, Thierry Mugler, Alexandre Herchcovitch,
remains the same size.” clothes being displayed on the streets, in a commercial storefront. This show. All of the elements, from the clothes to the runway, are relevant,
Marcelo Sommer, Ronaldo Fraga, Kim Jones, Nicolas Guesquiere,
perception does not come by chance; the brand has long been trying to and become key to the satisfaction of sharing joy in the moment of
With a conceptual trademark, Marcos says that the geometric shapes, Walter Van Beirendonck.
adapt its conceptual pieces to the real world, seeking the right balance the final row.“ With a studio in Fortaleza that reflects upon his family’s
whether subtle or very apparent, are always a part of his work. He is Creative process… The inspiration or theme emerges randomly,
between avant-garde and commercial. “We need to sell in order for the universe, his clothes are exclusively tailored. He says that his work is
a fan of Lucy McRae and Bart Hess, who use simple forms to modify coming from something I see, a song I listen to, a memory, an event.
business to exist.” not a product, but ideas that make up the universe we call beauty. A
the body. And from then on, I research everything related to my starting point. playful Greiner wants to understand the fascination that surrounds the
The Melk Zda brand has sold throughout Brazil and abroad. Today, its
Establishing and creating a strong identity are the goals for the initial These ideas literally are transformed into sketches and the research human being and our imagery power, uniting fashion and beauty in a
demographics are smaller, but there are goals to reach a greater number
phase of his brand. He understands that growth should be slow, as to process never ends, it goes hand in hand with the actual creation. single area of expression.
this year. This change was due to a shift in focus of the brand, which
improve the production process and maintain quality, since his pieces Strinking events… Showing at Casa de Criadores. Each edition marks
proposed to make custom-made, couture clothing, valuing conceptual I asked what his favorite fashion book is … “Marx’s Coat, by Peter
take time and patience to make. Despite its conceptual signature, he the designer’s career in some way, so I think all the of them were very
pieces and new materials. The experience was good, but the brand Stallybrass. It is about the loving relationship contained in the act of
does not rule out the possibility of including commercial articles in his important.
reached a small public and was poorly understood. So it was decided dressing and that is the subject that interests me most in fashion. I
upcoming collections, but maintaining his aesthetic.
to return to selling in stores. Favorite project… I think each collection has its own particularities. seek to establish links that express the value in the clothes, which goes
In his constant search to surprise and break concepts, Marcos also There are some I like more and some I like less, but in all of them there beyond the product. “
“The fashion market is very competitive, almost tyrannous, hence the
ventures into the world of digital art. His work is amazing and simply are pieces I don’t like as much, or that I would like to change some-
need to be more professional and true.” And his favorite book on architecture … “I am fascinated by the work
addictive, through which we can visualize his view of the world for thing. But I think it is because I am such a perfectionist and believe that of Lina Bo Bardi and in the book coordinated by Marcelo Ferraz, we
hours. His following collections will be developed on top of that. Melk is proud to tell us about his project called A CAIXA (or the
I can always do better. And, at the same time, there are pieces I love. can see the simplicity of her monumental work. Be it in the forms or
Believe it or not, all of his artistic talent has not yet been used in his BOX), in which new artists from various fields meet up in his studio
All pieces are part of a greater ensemble, they aren’t isolated pieces, materials used, her work reflects her genius.”
fashion. for a group showcase. He also has a special affection for the projects
they were all created as part of the same line or thought. But if I were
he is involved in with SEBRAE, developing products with artisans in
“The Internet has become a democratic space where everyone can see to pick one runway show that I like the most, it would have to be my
rural Pernambuco.
FASHION LAW
your work, where the distance is non-existent and everyone has access graduation one. I think of it quite fondly and it was definitely one of
to information. It is the primary gallery in which I show my work.” the best collections I have created.
DER METROPOL Plans… to evolve with each day, so that the following collection is PG 226
“To see someone wearing my clothes is what I search for at every mo- always better than the last.
THE DISCUSSION OF LEGAL ISSUES IN THE BRAZILIAN FASHION
INDUSTRY EVOLVES WITH THE PROFESSIONALIZATION OF THE to the geographic boundaries that a campaign should be restricted RC: When we think about it like that, it is even more difficult to print. Lace appears in the totality of the outfits or in strategic places,
to, stipulated in the contract. “This is something that the models, in distinguish the limit between inspiration and piracy. just like the use of transparencies.
SECTOR AND SPECIALIZED EVENTS.
particular, need to be aware of. Sometimes the contract stipulates a
BS: Inspiration, to me, generates something new, with a purpose that The finishing details with accessories remain understated and minima-
national broadcast, but the company exports its products and campaign
goes beyond replacing or diluting the value of the original work. If we list, giving a subtle signature to each silhouette.
With expansion of an economic sector, legal issues tend to be brought ends up appearing in other countries as well,” notes Mariana.
think about the automobile industry, you will have a good view of the
up consequently. In fashion, issues such as copyright dispute, plagia-
The success of Brasil Fashion Circuit in Porto Alegre boosted the boundary between inspiration and copying. All cars have four wheels
rism, misuse of models’ image and even unfavorable conditions on the
Grupo Tie’s planning to organize new events, bringing international and doors, but the new model always has an additional attribute, seeking
factory floor are, today, controlled rigorously. This is called Fashion
expertise to further enrich the discussions. “All who operate in this to draw public attention to this innovative item and not to what other
Law, a new area followed by lawyers worldwide, thoroughly discussed
market should be aware of their role and importance in the productive cars already have. It is the rule of entrepreneurship. If you want to be
in the latest edition of the Brasil Fashion Circuit. Held in Porto Alegre
chain and Brasil Fashion Circuit is here to stimulate this awareness in an entrepreneur, bring something new to the table and not more of the
on July 27, the event organized by Grupo Tie was attended by designers,
professionals and students, “concludes Benny Spiewak. “Brazil is on same. Copies are weak, inconsistent, soulless. The copied item seeks to
professionals, professors, students and lawyers to hear and question
display and the world’s eyes are focused here. We have to turn that divert customers from innovative products. If we think about it, the copy
experts in the areas of Business, Fashion and Law in 10 hours of lectures
creativity in GDP - in wealth for the country. “ is the expression of envy in the industry.
and debates.
For Mariana Valverde, Fashion Law is not exactly a new branch of the PROFESSIONAL FEEDBACK RC: What is your view on fast fashion retailers that sell models
law. “There is no specific law of fashion,” said the attorney, who also “inspired” by those created by premium labels?
Our talk with Benny Spiewak, partner at ZCBS Advogados with a
worked as a model while attending law school. “What happens is that BS: Like I said before, inspiration is a positive thing and it exists in every
Masters degree in Intellectual Property.
with the professionalization of the fashion industry, we find pieces of environment. If inspiration is creative and generates innovation, I am
the law, behaviors, tendencies and rules that apply.” Benny Spiewak Revista Catarina: When did you start working with fashion? all for it. Fast fashion retailers allow the public to have access to trends
completes his professional colleague’s argument, “Today, Fashion Law Benny Spiewak: Fashion is an integral element of the so-called creative and not copies of innovative products. Accordingly, the supply chain is

mostly applies to issues such as copyright, counterfeiting and forgery. industry. This industry lives basically off the transaction of artistic and benefited as a whole.
However, there was once a lot of dispute over working relations - in- intellectual values. Thus, a professional in the fashion industry ends up
cluding the conditions of workers in the textile industry -, as well as tax RC: We noticed that many Brazilian brands are inspired by what
needing, at some point in their career, an attorney who understands
issues, like the impact of foreign products, among others. “ happens abroad. Isabel Marant’s sneaker, for example, was reinter-
how to protect artistic creations, what we call Intellectual Property. So
preted by quite a few Brazilian labels. To what extent does the market
As partner at ZCBS Advogados, the attorney office who sponsored this my love affair with the fashion industry began with demands of custo-
demand influence a designer’s creativity?
edition of Brasil Fashion Circuit, Spiewak has a Masters degree in Intel- mers working in the area, who see fashion as an interesting commercial
lectual Property and gave a lecture discussing the protection of designs venture. BS: I believe that the relationship between supply and demand is cons-
in fashion. According to Benny, to protect intangible items, such as tant, regardless of the industry. If blue is “in”, there will be blue products.
RC: In the case of piracy, in particular, how does the law protect the If being “green” is the new trend, there will be many sustainable products
an innovation in the field of fashion, music or art is complicated, so a
rights of a designer’s creation? being manufactured. So, to be inspired by what goes on in the world
system that values the work of the artist and, in parallel, strives to meet
public demand for novelty was formed. “Basically, if a piece is likely to BS: To protect intangible items that cannot be touched or moved is is more than interesting, it is a necessity. Otherwise, there is a discon-
be recognized as innovative or artistic, it can only be used if its creator tricky. So a system that seeks to value the work of artists and meet the nection between reality and dream. During the haute couture seasons,
is willing,” said the lawyer. The line between piracy and inspiration is public demand for art and innovation was put in place. This is the system however, we can see this. Many designers seek to innovate to the extreme,
tenuous, especially in a globalized industry and with the volume of of Intellectual Property. Basically, if a piece is likely to be recognized trying to cause the so-called “disruption” that would be something like
easily found information. “There is no law that differentiates the two; as innovative or artistic, it can only be used if its creator, its author, a revolution. But it does not always work.
it’s a matter of common sense,” Spiewak replies. “The pirated products allows. The basis of the system is very simple and straightforward. If I
are a bad joke. The problem is that the joke ends up causing tragedies, created something new, you can only use it if I let you. Otherwise, the
equation is imbalanced because only you will benefit from what I did.
FABRICS -
especially for an innovative industry. Therefore, fighting piracy is a
necessity, though extremely unpleasant. “ Why shouldn’t I be paid for what I did? This concept also applies to
RESORT COLLECTIONS
fashion designers. If someone created something new and innovated in
Mariana draws attention to another issue with a similar root: the pro-
their field, that person deserves respect and, most of all, financial recog-
tection of the rights of other professionals in the fashion chain, such as
photographers, stylists and models. “We heard talk of some absurdities
nition for its artistic value. Some develop cars, others construct buildings. PG 230
Artists create, innovate. Why do some receive respectful treatment and
back in the 1980s and 90s, and it was very difficult to turn against The fabrics found in the Resort 2013 Collections show the contrast
others do not? This is the logic, but then to see it actually happening is
the brand or retailer without getting ‘burned’ in the market,” recalls between the textures and stretch-less fabrics.
another story. People have difficulty and seem unwilling to praise the
Valverde. “But today, with all the visibility upon Brazil, the market
work of others. It is an inherent issue in modern society that judges that Volumes and subtle dimensionalities are created using exquisite mate-
itself has an interest in the professionalization and seeks to act in the
everything and everyone should, at any time, be available for use in the rials and unusual combinations and unusual woofs. Rich fabrics, such
best way to protect our professionals.” There are still serious cases, such
most convenient way, regardless of any existing rules. as the Jacquard, make a comeback in a variety of ways, be it in with a
as the use images taken illegally from websites and the lack respect
traditional brocade applied to the fabric, embossed or even just as a

REVISTACATARINA.COM.BR
ONL INE
C R E ATIVE BUS INE S S
t w i t t e r. c o m / r e v i s t a c a t a r i n a _ f a c e b o o k . c o m / r e v i s t a c a t a r i n a

Catarina#32

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— FAVO R ITO S —

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CRIATIVIDADE BRASILEIRA | 216

FASHION LAW | 226

BUREAU DE TENDÊNCIA | 230

ENGLISH VERSION | 257

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Beijos e boa leitura!

PATRICIA LIMA / Editora-chefe

A capa dessa edição foi escolhida por vocês

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LINDA ILUSTRAÇÃO DA NOSSA CAPA,PRESENTE DO LEITOR Gabriel MedeiroS.

refletidas por espelhos comprados na Park Avenue Armory – um famoso

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coleção homônima durante a New York Fashion Week, graças a uma

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PARA MAISON PERRIER-JOUËT

É a primeira vez que um varejo online ajuda um designer a cons-

Net-a-porter, Alison Loehnis, e o diretor de moda, Holli Rogers,

Em Berlim, acompanhamos a Bread & Butter -

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Em Copenhague, nosso foco foram os talentos

Acompanhe nas páginas seguintes,

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NHow Hotel, Berlim.

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STYLE IN UMA METRÓPOLE EFERVESCENTE, ONDE NATUREZA E URBANIDADE CONVIVEM LADO A

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Aproximadamente 600 marcas participam da BREAD & BUT-

Mas nada pôde impedir a grande festa que é a BREAD &

Müller adianta que irá reconsiderar os nomes convidados para

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“Fico muito feliz que a expertise da Premium na área da moda tem

estandes já estavam cheios e o lojistas olhavam, barganhavam e fizeram

O número de visitantes dessa edição chegou a superar os do

Parte do sucesso foi atribuído ao showroom “East Goes West”

Com edições também nas cidades de Duesseldorf e Munique,

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MERCEDES-BENZ FASHION WEEK

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